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Um relatório da ONG Human Rights Watch (HRW) diz que Israel está obrigando ilegalmente quase 7 mil imigrantes da Eritreia e do Sudão a deixar o país.
Segundo a ONG, o governo israelense vem negando solicitações de asilo a esses cidadãos, além de prendê-los irregularmente.
No início do ano, cidadãos africanos que solicitavam asilo em Israel realizaram protestos sobre o tratamento a qual eram submetidos.
Israel diz que suas políticas sobre imigrantes ilegais e refugiados respeitam as leis internacionais.
O governo do premiê Binyamin Netanyahu reitera que muitos africanos não são solicitantes de refúgio, mas imigrantes econômicos que veem Israel como um destino atrativo por se tratar de um país desenvolvido e onde eles podem encontrar emprego.
‘Invasores’
Em 2006, eritreus e sudaneses começaram a chegar a Israel em grandes números por meio da Península do Sinai, no Egito.
Segundo estatísticas oficiais, de 2006 a dezembro de 2012, 37 mil eritreus e 14 mil sudaneses já haviam entrado no país.
A HRW diz que, nos últimos oito anos, as autoridades israelenses vêm empregando várias medidas para incentivá-los a abandonar Israel.
As medidas incluem “detenção por prazo indeterminado, obstáculos para acessar o sistema de asilo de Israel, rejeição de 99,9% de solicitações de asilo de eritreus e sudaneses, políticas ambíguas na concessão do direito do trabalho, e acesso restrito ao sistema de saúde público”, alega o relatório.
Em setembro de 2014, a Suprema Corte de Israel considerou ilegal uma emenda a uma lei anti-imigração que possibilitou às autoridades prender por prazo indeterminado indivíduos que entrassem ilegalmente no país.
Em retaliação à decisão judicial, o Knesset, o Parlamento de Israel, aprovou outra emenda à lei. Ela estabeleceu um centro de detenção no deserto de Negev (sul de Israel) para onde seriam levados os supostos “invasores”.
Desde então, centenas de eritreus e sudaneses foram obrigados a se apresentar no local, onde vivem em condições que, segundo a HRW, violam as leis internacionais sobre prisões arbitrárias.
As autoridades israelenses alegam que os imigrantes não estão detidos e podem sair por algumas horas durante o dia.
No entanto, eles são obrigados a se apresentar três vezes por dia e dormir lá durante a noite. O único meio de deixar a penitenciária seria ou ter a solicitação de refúgio aprovada pelo governo ou abandonar de vez o país.
Alta rejeição
Em fevereiro de 2013, o governo de Israel permitiu a cidadãos eritreus e sudaneses a apresentar pedidos de asilo em números significativos. No entanto, em março deste ano, autoridades revisaram apenas mais de 450 casos, e a taxa de rejeição beirou os 100%, informou a HRW.
“Destruir a esperança do povo de buscar proteção ao forçá-los a um beco sem saída e então alegar que eles estão voluntariamente deixando Israel é claramente uma atitude abusiva”, afirmou Gerry Simpson, autor do relatório da Human Rights Watch.
“O governo de Israel não dá qualquer outra alternativa a eritreus e sudaneses senão viver no medo de passar o resto de seus dias trancafiados em uma prisão no deserto ou correr risco de ser detido a qualquer momento ou mesmo sofrer abusos quando voltarem para casa”.
A HRW diz que Israel está violando o princípio internacional de ‘não-repulsão’, que proíbe países de devolver refugiados e solicitantes de asilo aos países onde suas vidas ou liberdade estejam sendo ameaçadas.
Em resposta ao relatório, o ministro das Relações Exteriores de Israel afirmou, por meio de um comunicado, que o país “trata imigrantes ilegais entrando em seu território de acordo com a lei internacional, incluindo o tratado das Nações Unidas sobre refugiados”.
“Imigrantes ilegais podem apresentar um pedido de solicitação de refúgio e também podem apelar da decisão tomada pelas autoridades de Israel em relação a seu status aos tribunais do país”, acrescentou a nota.
O comunicado informa ainda que os imigrantes “não foram expulsos” e aqueles que deixaram o país o fizeram “por sua própria vontade”.
Armazéns de crianças africanas’ geram polêmica em Israel
Organizações de direitos humanos dizem que creches podem ter até 100 crianças em más condições de higiene
Dentro do que pode ser um abrigo antibombas transformado em apartamentos em Tel Aviv, o centro financeiro de Israel, há um espaço escuro, úmido e malcheiroso. Aqui, música é ouvida a todo o volume para abafar o choro de um grupo que, algumas vezes, chega a 100 crianças, a cargo de apenas duas babás.
É neste local que imigrantes africanas oferecem serviços de creche a preços módicos para milhares de outros africanos que se refugiaram em Israel.
Estes “armazéns de bebês” – também chamados de “estacionamentos de crianças” – têm sido denunciados pela imprensa local e por organizações de direitos humanos, por conta da superlotação e pelas condições precárias de operação.
Há dezenas de estabelecimentos do gênero em Tel Aviv. No início do ano, cinco bebês morreram em creches improvisadas em apenas um mês e meio.
A organização beneficente Unitaf, que patrocina projetos para o cuidado de menores sem cidadania israelense em Tel Aviv, criou creches e centros para crianças em idade pré-escolar, mas diz que ainda é preciso muito mais para atender à demanda dos refugiados.
Sem direitos
De acordo com a ONU, Israel abriga cerca de 53 mil refugiados africanos, a maioria vindos de forma ilegal pela fronteira com o Egito. Pelo menos 36 mil seriam da Eritreia e 14 mil, do Sudão.
Eles buscam o país porque é o único da região com um alto padrão de vida e aonde é possível chegar caminhando.
No entanto, Israel poucas vezes lhes concede asilo político, deixando a maioria deles em situação vulnerável, à margem da sociedade.
Para ganhar a vida, os imigrantes trabalham longas horas em diversos empregos, algumas vezes em locais muito longe de onde vivem. Por isso, precisam deixar seus filhos aos cuidados de outros.
Como muitos não podem pagar creches autorizadas pelo governo com o pouco dinheiro que recebem, recorrem aos “armazéns”, cujas babás não têm o treinamento nem a equipe necessária para cuidar adequadamente dos menores.
Iris Alter, da Unitaf, disse à BBC que alguns bebês chegam a ficar horas dentro de berços em condições insalubres e sem os acessórios apropriados.
“Só podemos imaginar o efeito adverso que essas babás podem ser sobre o desenvolvimento destas criaturas”, afirma.
De acordo com Alter, há falta de estímulo ou contato físico e, muitas vezes, as crianças veem televisão o dia inteiro. Também não é possível alimentar a todos e muitos sofrem de má nutrição.
“Normalmente deve haver uma babá para cada três a seis crianças e ela deve ser supervisionada por outro profissional. Mas nestes lugares pode haver uma, duas ou, no máximo, três, encarregadas de 20 a 50 bebês”, diz Alter.
Única alternativa
Alter explica que, em Israel, não há educação nem cuidado público para crianças até os três anos de idade.
Mesmo os cidadãos israelenses que têm filhos pequenos e precisam trabalhar precisam encontrar uma solução privada. Mas, enquanto eles podem pagar creches privadas ou contar com a ajuda de seus pais, os imigrantes sem cidadania tampouco têm acesso à seguridade social.
“Muitas vezes o pai ou a mãe ficam sós porque seu cônjuge foi deportado e eles não sabem ou não aprenderam a cuidar de crianças muito novas”, diz.
As mulheres que se oferecem para cuidar dos menores são trabalhadoras imigrantes, geralmente de Gana, que também tentam ganhar a vida.
Para pagar seus aluguéis, comer e mandar algum dinheiro para a família em seu país de origem, acabam tentando administrar muitos bebês, mesmo sem preparo adequado para isso.
“Elas não fazem isso de forma criminosa, nem para se aproveitarem da situação. É o resultado da pobreza e da falta de oportunidades”, afirma Alter.
Apesar de serem, de modo geral, anti-higiênicas e mal cuidadas, estas creches sem licença não são completamente ilegais. Mesmo assim, não contam com qualquer tipo de supervisão.
As autoridades locais não as fecham porque são a única alternativa econômica para as famílias sem documentos.
“É preciso apresentar outra solução. Se fecham uma creche, imediatamente abrem outra sem que soubéssemos onde.”
A Unitaf afirma que está tentando fazer com que as mulheres que administram estas creches clandestinas sejam transferidas para centros bem equipados e administrados pela prefeitura, em que elas poderão ter capacitação, apoio e supervisão para realizar seu trabalho.
Ação humanitária na mira da violência em zonas de conflito
Escalada de ataques contra trabalhadores prejudica assistência
Eles são a última esperança de assistência médica ou de provisão de alimentos, água e itens básicos para milhões de pessoas em zonas conflagradas. Porém, estão sendo impedidos de cumprir esta missão — os últimos anos foram os mais violentos para trabalhadores humanitários, com a maior quantidade de mortos, feridos e sequestrados. Os motivos: além do agravamento dos quase cinco anos de guerra civil na Síria e uma escalada do conflito no Afeganistão, em 2013, a dinâmica dos ataques por todos os lados envolvidos foi alterada. Segundo lideranças de algumas das principais organizações de socorro do mundo, áreas civis têm sido alvejadas indiscriminadamente.
De acordo com a Base de Dados da Segurança do Trabalhador Humanitário (AWSD, na sigla em inglês), uma das principais fontes utilizadas pela ONU, por governos, ONGs e jornais, os anos de 2013 e 2014 foram os mais brutais (a série começa em 1997). A AWSD revela que houve mais mortes de funcionários de assistência apenas no biênio 2013/14 — 276 ao todo — do que de 1997 a 2002, quando, num período de seis anos, morreram 229 trabalhadores humanitários.
Ação humanitária na mira da violência em zonas de conflito
Número de vítimas dobra
A situação piora em relação aos feridos: 266 em 2013/14, contra 197 ao longo dos primeiros oito anos da série; e fica mais grave sobre sequestros: 261 casos, em 2013/14, contra 197 nos nove primeiros anos. Todos os tipos de ataques — tiros, explosões, agressão corporal e raptos — aumentaram nos últimos três anos do levantamento em comparação com a primeira década pesquisada. Diretores de organizações observam que, ao mesmo tempo, houve um aumento constante na assistência. Mas, segundo a AWSD, a partir de 2007, o número de vítimas praticamente dobra em relação aos anos anteriores, com picos registrados em 2013 e 2014.
— No Iêmen, alvos civis estão sendo bombardeados: não que seja deliberado, mas são ataques muito intensos — afirma o diretor da Oxfam no Reino Unido, Mark Goldring, que lidera o trabalho humanitário mundial da organização.
Afeganistão: o mais perigoso
Segundo a Organização Mundial da Saúde, apenas no Iêmen a escalada do conflito já provocou a destruição total ou parcial de cerca de 40 hospitais e dez policlínicas. Goldring explica que, em 2015, o objetivo da Oxfam era assistir um milhão de pessoas no país. Conseguiram alcançar cerca de 400 mil.
— Você pode até pensar que foram muitos atendimentos, mas 600 mil ficaram desassistidos — enfatiza. — É um dos piores momentos para trabalhadores humanitários. Hoje há mais lugares onde não se consegue chegar. Não há negociação com milícias ou governos. Trabalhar em áreas da Síria controladas pelo Estado Islâmico é impossível. A maior parte da comunidade internacional saiu do Iêmen.
Com 454 ataques no total, segundo a AWSD, o Afeganistão é o lugar mais perigoso para o trabalho humanitário, seguido de Sudão (236) e Somália (216). O levantamento faz ainda uma perversa constatação: antes da guerra civil, de 1997 a 2010, a Síria jamais registrou qualquer incidente com funcionários de assistência. Desde 2011, quando o conflito estourou, o país já conta 92 ataques e ocupa, agora, o quinto lugar entre os mais truculentos para os trabalhadores. Diretores das organizações são unânimes em dizer que a Convenção de Genebra e o direito internacional, que buscam mitigar incidentes com civis, estão sendo desrespeitados.
— Onde antes éramos vistos como imparciais e neutros, agora somos considerados alvos “legítimos” — enfatiza o diretor internacional de ajuda humanitária da ActionAid, Richard Miller, que relata a perda de sete colegas, todos no Afeganistão.
Ele explica que, no Afeganistão, na Síria e no Sudão do Sul, a ajuda é impedida de chegar:
— Com guerras cada vez mais complexas, a questão da assistência, da entrega e de quem recebe suprimentos está cada vez mais politizada. Infelizmente, a ajuda tornou-se arma de guerra.
O médico Paulo Reis, de 44 anos, da ONG Médicos Sem Fronteiras, voltou há dois meses do Iêmen. Com 11 anos de trabalho em campo, conta que um dos momentos mais complicados foi um bombardeio contra um banco na cidade de Laskarka, no Afeganistão, na rota que a equipe dele usava:
— Funcionários nacionais ficaram feridos sem gravidade. Foi pouco depois do horário em que a gente costumava passar — lembra Reis. — Em geral, os alvos não são civis, mas se os objetivos militares estão numa área civil, tudo é bombardeado. Isso é o pior, pois atinge crianças e mulheres, que nada têm a ver com o conflito.
Com dez anos de trabalho em campo, o diretor adjunto de Operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Regis Savioz, de 48 anos, já atuou no Afeganistão, no Sudão do Sul e na Faixa de Gaza, durante a Segunda Intifada:
— Em Gaza, eram confrontos intensos: sentia a pressão da guerra sobre os ombros. Ao mesmo tempo, éramos a esperança das pessoas — recorda Savioz. — Hoje, nada é mais frustrante do que saber que não conseguimos prestar assistência a quem precisa desesperadamente de ajuda.
‘Atacam tudo pela frente’
A presidente da MSF, Joane Liu, fala sobre hospital bombardeado pelos EUA e banalização de ataques a civis.
Dezenas de hospitais foram bombardeados na Síria, Iêmen e Afeganistão. Não há mais distinção entre alvos civis e militares?
Na Síria, em março, completam-se cinco anos da guerra, com indiscriminados e frequentes bombardeios a instalações civis. No Iêmen, o mesmo: ataques contra áreas civis densamente povoadas, incluindo hospitais. Em Kunduz (Afeganistão), o hospital da MSF foi repetidamente bombardeado por uma hora e meia, apesar de informarmos as coordenadas por GPS. Na Síria e no Iêmen, há um cenário de guerra total, onde tudo é alvejado: mercados, hospitais e até casamentos.
As organizações humanitárias se tornaram alvos em potencial?
Parece haver um número crescente de conflitos em que hospitais estão sob ataque. Não são alvos específicos, mas parte de uma dinâmica de guerra total, onde se ataca tudo o que há pela frente. Acontece cada vez mais, regularmente, e parece haver uma espécie de aceitação disso. É a minha maior preocupação: que isso se torne o novo normal. Eventos que se repetem e acabam se banalizando. Como na Síria, no Iêmen e no Sudão do Sul. Parece ser a normalidade ter civis sob ataque. Existem regras para a guerra, que estão ancoradas na Convenção de Genebra.
O que espera do governo dos EUA sobre o ataque ao hospital da MSF em Kunduz?
Só tivemos acesso ao comunicado do general Campbell. Basicamente, afirma que foram erros em cascata: falhas humanas, técnicas e de procedimento. Disseram que foi um erro, mas não o que levou aos erros. As informações não são tranquilizadoras. Não há, hoje, garantias de que aqueles erros não vão se repetir.
Como permitir que trabalhadores humanitários sigam atuando em zonas de conflito?
É preciso uma reafirmação geral da proteção e das salvaguardas de acesso a cuidados médicos em zonas de guerra. Não vamos ter de volta a vida dos nossos colegas, dos nossos pacientes. Eles se foram, e nós estamos de luto. O que queremos é a certeza de que populações civis tenham acesso a cuidados de saúde em áreas de guerra. Não se pode atacar hospitais, pessoas feridas que buscam por cuidados médicos. Todos sabemos que, quando se está doente, ou seus pais estão doentes, quando se está convalescendo, a última coisa que você quer que aconteça é uma bomba caindo na sua cabeça.
A União Europeia deve montar uma operação de busca e resgate de larga escala para evitar maiores tragédias com imigrantes no Mediterrâneo, disse o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) nesta quinta-feira.
António Guterres se pronunciou depois que 300 pessoas morreram tentando cruzar o mar que separa a África da Itália em Fevereiro de 2015, aumentando a pressão para que a Europa amplie uma operação de fronteira que carece de um mandato claro para salvar vidas.
“Não pode haver dúvida, depois dos acontecimentos desta semana, que a Operação Triton (da Europa) é um substituto assombrosamente inadequado à italiana Mare Nostrum”, disse Guterres em um comunicado.
A operação italiana foi abandonada depois da acusação de que a campanha intensa de busca e resgate incentiva a imigração. A Triton se concentra mais na proteção das fronteiras.
“O foco deve ser o salvamento de vidas. Precisamos de uma operação de busca e resgate robusta no Mediterrâneo Central, não só uma patrulha de fronteira”, disse.
Imigrantes e pessoas à procura de asilo oriundas da Síria e da África Subsaariana vêm cruzando o Mediterrâneo, muitas vezes a partir da Líbia, a bordo de botes infláveis em plena severidade do inverno, e suas mortes representam um início precoce para a temporada de imigração , disseram agências humanitárias.
Se a Europa não implementar uma operação mais ampla, “é inevitável que muitas pessoas mais morram tentando alcançar a segurança na Europa”, afirmou Guterres.
O número de mortos pela epidemia de ebola alcançou 4.922, de um total de 10.141 casos em oito países até 23 de outubro, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS)
A OMS tem dito repetidamente que até mesmo os valores muito elevados provavelmente foram subestimados já que muitas pessoas dos países mais afetados não têm tido condições ou estão com medo de procurar cuidados médicos.
Os três países mais afetados na África Ocidental (Guiné, Libéria e Serra Leoa) tiveram quase todos os mortos, numa cifra de 4.912, segundo nota da OMS. A epidemia de ebola na região já é o maior surto da doença.
A agência da ONU salientou em nota que dos oito distritos da Libéria e da Guiné, que fazem fronteira com a Costa do Marfim, apenas dois têm relatado casos confirmados ou prováveis de ebola.
Valores globais incluem dados da Nigéria e do Senegal, onde a OMS considera que não há mais a epidemia, bem como casos isolados em Espanha, Estados Unidos e Mali.
MALI PROMETE FAZER DE TUDO PARA EVITAR PROPAGAÇÃO
O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, prometeu neste sábado fazer todo o possível para evitar a propagação do vírus no país após a descoberta do primeiro caso, de uma menina vinda de Guiné, um dos principais focos da epidemia
O caso fez com que mais de 50 pessoas fossem colocadas em quarentena, incluindo uma dezena na capital Bamako, segundo o porta-voz do ministério da Saúde do Mali.
Nos Estados Unidos, enquanto as duas enfermeiras infectadas no Texas foram declaradas curadas, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou o primeiro caso de ebola na cidade, de um médico que retornou recentemente da Guiné, onde trabalhou com Médicos Sem Fronteiras (MSF) e tratou de pacientes com o vírus.
Os governadores dos estados de Nova York e Nova Jersey ordenaram na sexta-feira quarentena obrigatória a todos aqueles que tiveram contato com pessoas contaminadas pelo vírus na África Ocidental
Mesmo após o primeiro exame ter registrado resultado negativo para a infecção do vírus ebola em Souleymane Bah, de 47 anos, as pessoas que tiveram contato com ele seguem sendo monitoradas pelo menos até 13/10/14. Nesta data, será conhecido o resultado do exame de contraprova – que pode descartar definitivamente o diagnóstico de ebola no paciente que veio de Guiné.
Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná. são 68 pessoas sendo monitoradas pelo convívio com o guineano que teve a suspeita da doença. Três deles são médicos e enfermeiros que o atenderam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA II) em Cascavel, no oeste do Paraná, quando Bah deu entrada com sintomas que poderiam ser relacionados ao ebola. Estes estão em suas respectivas casas, tendo o estado de saúde monitorado.
EBOLA
Vírus mortal tem sua maior epidemia
Já as demais são outras pessoas que estiveram na UPA II quando Bah foi atendido, e também hóspedes do abrigo onde ele esteve abrigado. Estes estão monitorando a temperatura corporal duas vezes por dia, e devem informar as autoridades caso percebam qualquer alteração.
De acordo com o Ministério da Saúde, o estado de saúde de Souleymane Bah é bom e ele não apresenta febre. Ainda de acordo com o ministério, ele está em “isolamento total” no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro (RJ). A Guiné, país de origem do paciente, é um dos três países africanos onde ocorre transmissão intensa de ebola no momento, ao lado de Libéria e Serra Leoa. A epidemia já matou 4.033 pessoas, de acordo com balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na sexta-feira (10).
Souleymane Bah sairá do isolamento se o segundo exame também excluir a possibilidade de contaminação pelo vírus. Uma nova amostra de sangue será colhida no domingo, e também será enviada para o Instituto Evandro Chagas, no Pará. “Ele confirma que na Guiné não teve contato com casos nem com óbitos e que, quando desceu no aeroporto, ele foi entrevistado pelas autoridades sanitárias e não tinha nenhuma queixa”, explicou na sexta-feira o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, disse que ninguém mais no Brasil precisou ficar em isolamento por causa da suspeita de ebola. “Nem mesmo os três profissionais que tiveram contato com ele, porque não tiveram contato com secreções”, disse.
Relembre
Bah saiu da Guiné no dia 18 de setembro e chegou ao Brasil no dia 19, depois de uma escala em Marrocos. O africano seguiu de ônibus para a Argentina e, ao entrar novamente no país, pediu refúgio no posto da Polícia Federal da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. No dia 24, foi para Cascavel, no Paraná, onde se hospedou em um albergue com outros dois africanos.
Na quinta-feira (9), procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em depois de apresentar febre. Ele relatou que o sintoma começou na quarta-feira (8). Na sexta-feira (10), o guineano foi levado para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em doenças infecciosas.
Bah chegou ao Brasil na condição de refugiado e, de acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração, pode permanecer no país até 22 de setembro de 2015.
Transmissão
O ebola é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor, saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de contaminação pelo ar.
Quem tiver voltado de um dos países da África afetados pela epidemia – Libéria, Guiné ou Serra Leoa – e apresentar febre ou algum dos outros sintomas, deve procurar uma unidade de saúde e informar a equipe sobre a viagem. Dúvidas sobre a doença podem ser tiradas com o Disque Saúde, do Ministério da Saúde, no número 136.
Ajuda
Chioro anunciou que o governo brasileiro vai doar mais dez kits médicos para combate à doença para Guiné, Libéria e Serra Leoa, que sofrem com surto do ebola. De acordo com Chioro, cada kit tem potencial para atender 500 pessoas durante três meses e possui 48 itens, sendo 30 medicamentos.
Os três países vão receber também do governo brasileiro 6,4 mil toneladas de arroz beneficiado e 4,6 mil toneladas de feijão. O governo vai gastar R$ 13,4 milhões com as doações.
Pela manhã, o ministro disse que uma notificação sobre a suspeita de que o africano no Brasil esteja com ebola foi expedida à Organização Mundial da Saúde (OMS) na madrugada desta sexta.
Telefonemas
O ministro disse que a população tem buscado informações sobre a doença. Segundo ele, 64% das ligações recebidas pela pasta até as 15h desta sexta-feira tinham ebola como tema. Foram, ao todo, 899 chamadas. “Isso mostra a preocupação das pessoas”, afirmou.
O assunto também ficou entre os mais citados nas redes sociais depois que o Brasil registrou seu primeiro caso suspeito da doença.
Uma vacina experimental contra Ebola, similar à desenvolvida pela GlaxoSmithKline, foi bem-sucedida por pelo menos cinco semanas em macacos de laboratório, mas precisa de uma vacina adicional para estender a sua proteção para dez meses, de acordo com um estudo publicado em 7/9/14
As descobertas oferecem uma primeira dica de qual, se alguma, vacina contra Ebola em desenvolvimento será efetiva e de que forma.
Johnson & Johnson e NewLink Genetics também estão entre as companhias que aceleram os esforços para fornecer vacinas e tratamentos para o Ebola, enquanto a pior epidemia do vírus atinge o oeste da África, matando mais de 2 mil pessoas.
Os resultados do novo estudo sugerem, por exemplo, que a vacina da GSK sendo testada em voluntários saudáveis vai proteger contra a infecção do Ebola em curto prazo, mas talvez não seja suficiente para uma proteção mais longa.
O estudo, publicado no Nature Medicine, é o primeiro a relatar que uma vacina produziu uma “imunidade durável” contra Ebola, protegendo quatro de quatro macacos por 10 meses.
A vacina usa um adenovírus de chimpanzé, muito próximo ao de um humano, que trata infecções respiratórias, no qual os cientistas emendaram um gene de Ebola.
O adenovírus infecciona as células do animal vacinado, fazendo-o absorver o gene e produzir proteínas de Ebola. Com isso, o sistema imunológico consegue atacar as proteínas do vírus do Ebola quando a infecção ocorre.
A vacina em estudo é similar às que estão sendo desenvolvidas pela GSK, que começou testes de segurança em humanos na última terça-feira, e pela J&J, que pretende começar testes de segurança no começo de 2015.
Uma terceira vacina experimental de Ebola usa um sistema diferente, um patógeno chamado vírus da estomatitie vesicular (VSV). A versão desenvolvida pela Agência de Saúde Pública do Canadá, e licenciada para a NewLink Genetics, deve ser testada em voluntários saudáveis neste outono. A Profectus BioSciences também está desenvolvendo uma vacina dessas.
O paciente é um ser completo, com suas queixas, dores e doenças. Traz consigo experiências desta e de outras vidas, o que, para o doutor à sua frente, pode ser a chave fundamental para entender os males ali sentidos. A doença passa a ser então a própria cura, e já não é mais vista como o oposto de saúde. É assim, com base em estudos de médicos encarnados e desencarnados, que a medicina à luz do espiritismo vem se fortalecendo cada vez mais no país. São enfermos e médicos, que encontraram na doutrina espírita diferentes interpretações para toda e qualquer enfermidade . Tudo tem uma explicação. E, segundo essa visão, é na alma de cada um de nós que estão as respostas para uma pergunta que há tempos incomoda a humanidade: por que adoecemos?
Bem diferente da medicina tradicional, os médicos espíritas dizem quebrar paradigmas ao considerar, em seus consultórios, o espirito daquele paciente que pede ajuda. Seja para uma gripe, um transtorno mental ou até mesmo um câncer, os médicos que seguem a doutrina explicam que, ao contrário da medicina tradicional, não consideram no enfermo apenas o corpo com o seu organismo. O espírito e suas vivências dizem muito para o diagnóstico. Para conhecer e entender um pouco dessa visão médica, que não descarta a tecnologia atual e muito menos os conhecimentos da ciência, o Estado de Minas começa hoje a série de reportagens A saúde à luz do espiritismo, abordando as interpretações que médicos, muitos deles médiuns, têm sobre os males que nos cercam. Polêmico, o assunto, que pode contrariar muitas crenças, é acima de tudo uma visão de fé.
De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 10 anos, os adeptos à doutrina espírita cresceram 65% no Brasil, passando de 2,3 milhões de brasileiros em 2000, para 3,8 milhões em 2010. O aumento mais expressivo foi observado no Sudeste, cuja proporção passou de 2% para 3,1% entre 2000 e 2010, crescimento de mais de 1 milhão de pessoas (de 1,4 milhão em 2000 para 2,5 milhões em 2010). O estado com maior proporção de espíritas em 2010 era o Rio de Janeiro (4%), seguido de São Paulo (3,3%), Minas Gerais (2,1%) e Espírito Santo (1%). Entre os adeptos, estão ginecologistas, psiquiátricos, homeopatas, pediatras, psicólogos e outros tantos profissionais de saúde que, com o consentimento de seus pacientes, trazem para os seus consultórios o conhecimento espírita.
“Atendemos pessoas de todas as crenças. Só aconselhamos o espiritismo quando isso é pedido pelo paciente” – Andrei Moreira, médico homeopata e espírita
Há 18 anos, foi fundada no país a Associação Médico Espírita (AME – Brasil). Segundo conta a presidente, Marlene Nobre, apesar da existência da entidade, não há um número certo de quantos médicos atendem seguindo a doutrina, mas, calcula-se que haja milhares em todo o território brasileiro. “É um paradigma no modelo de saúde. É uma luta de conceitos e de mudanças, porque enxergamos o homem integral: espírito e matéria”, diz. Marlene é ginecologista e representante da AME Internacional. Ela conta que, o doutor que opta por trabalhar seguindo a doutrina espírita, cursa a faculdade de medicina como outro qualquer, mas o seu diferencial é se dedicar a estudar, a fundo, o espiritismo. “Estudamos muito. São estudos de médicos encarnados (vivos) e desencarnados, como os do médico sanitarista André Luíz”, revela.
TEORIAS
André Luíz, cujos os estudos são base para o conhecimento dessa linha médica, segundo acreditam os espíritas, foi médico sanitarist, que viveu no Rio de Janeiro até os 40 anos. Depois de desencarnado, como dizem os espíritas, ele entrou em contato com o médium Chico Xavier, que psicografou obras de André. Somado a isso, os médicos-espíritas também se baseiam nos princípios do francês Alan Kardec, precursor do espiritismo no mundo. “A partir desses conhecimentos e com a ajuda de espíritos encarnados e desencarnados, estamos tentando construir novas teorias”, conta Marlene.
Um dos princípios é o de que a consciência do ser humano é imaterial. “E não é o cérebro que a produz, mas o espírito. Essa teoria muda inteiramente o que se pensa hoje sobre as coisas do inconsciente”, diz, explicando ainda que não é o cérebro que produz o pensamento. Isso é resultado de muitos estudos e daquilo que surge com as pesquisas. A saúde e a doença, por exemplo, estão no espírito e não na matéria, como enxerga a medicina tradicional. “Levamos em consideração a vida passada daquele paciente. Por exemplo, uma criança com leucemia. Temos visto que, em muitos casos, esse espírito precisa passar por essa evolução nesta vida. Nesse caso, para os médicos espíritas, o tratamento com quimioterapia e outros recursos são feitos, mas é indicado, para o paciente com família que segue a doutrina e ou a aceita, a ida ao centro-espírita e os passes, além da água fluidificada.”
Ao adoecermos, de acordo com os especialistas, a doença não é um instrumento de punição, como muitos preferem vê-la. “Na realidade, é um recurso de aprendizado, na sábia pedagogia divina, convidando-nos não a perguntar “por que adoecemos?”, mas a formular a adequada questão: “para que adoecemos?”, ensina o psiquiatra e diretor-técnico do Hospital André Luiz, Roberto Lúcio Vieira.
TODAS AS CRENÇAS
Os tratamentos à luz do espiritismo não abandonam os remédios tradicionais e tampouco as tecnologias, mas são gratuitos. Segundo comenta o presidente da Associação Mineira dos Médicos Espíritas, Andrei Moreira, médico homeopata e espírita, para o paciente que quer se tratar com base nos conhecimentos espíritas, o especialista geralmente indica um centro-espírita, água fluidificada e o passe – para alguns casos há sessões de desobcessão . “Não quer dizer que para todos serão assim. Atendemos pessoas de todas as crenças. Só aconselhamos o espiritismo quando isso é pedido pelo paciente”, conta. Em Minas, a entidade tem 27 anos e funciona no Bairro Nova Granada, no andar superior da Clínica Renascimento, onde há médicos, psiquiatras, psicólogos, homeopata, fonouadiólogo e nutricionista.
“Mas existe um trabalho paralelo. Na associação, temos grupos de profissionais que promovem encontros com pacientes e tratam vários problemas no lado espiritual, como o câncer, por exemplo. Já na clínica, é como um lugar qualquer de saúde. Temos pacientes evangélicos, espíritas, católicos e de todas as outras crenças. Não convertemos ninguém”, diz. A homeopatia, por exemplo, é um dos caminhos que muitos doutores da área apostam e muitos pacientes, principalmente os espíritas, preferem. Autor de seis livros que abordam o espiritismo em várias vertentes, Andrei escreve em sua obra, Cura e Auto-Cura, uma visão médico espírita, que a doença pode ser entendida como uma mensagem da alma e que, por meio dela, pode-se chegar a um maior conhecimento de nós mesmos. “Quando a dor e o sofrimento aparecem é porque o equilíbrio precisa ser refeito”, defende.
Tratamentos
Água fluidificada
A água fluidificada é a água normal, acrescida de fluidos curadores. No espiritismo, entende-se por água fluidificada aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados à água. É a água magnetizada por fluidos. Em geral, são os espíritos desencarnados, que, durante as sessões de fluidoterapia, fluidificam a água, mas a água pode ser magnetizada tanto pelos fluidos espirituais quanto pelos fluidos dos homens encarnados, sendo necessário, para isso, da parte do indivíduo que vai realizar a fluidificação, a realização de preces e a imposição das mãos, a fim de direcionar os fluidos para o recipiente em que se encontra a água. É voltada para o equilíbrio de alguma enfermidade física ou espiritual.
Passe
O passe é uma transfusão de fluidos de um ser para outro.
É considerado a “transfusão de energias fisiopsíquicas”. Beneficia a quem o recebe, porque oferece novo contingente aos fluidos já existentes. É visto como “equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos”. Os objetivos são os da cura, alívio e reequilíbrios orgânico e psíquico. Os meios utilizados são os da transfusão de energias pela imposição das mãos do médium.
Sessões de desobsessão
É um procedimento terapêutico para libertar uma pessoa obsedada do seu obsessor. Envolve uma série de condutas, tendo em vista livrar o obsedado de sua prisão mental. A técnica básica do tratamento da obsessão fundamenta-se na doutrinação dos espíritos envolvidos, encarnados e desencarnados. Doutrinar, significa instruir em uma doutrina. É isso que se vai fazer com o paciente, com sua família, se necessário, e com o espírito que lhe atormenta.
Em apenas dois dias, líderes de países africanos podem acabar com uma instituição pública notável e tornar o mundo um lugar mais perigoso.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) é o primeiro e único tribunal global a julgar crimes contra a humanidade. Mas os presidentes do Sudão e do Quênia, que já infligiram medo e terror em seus países, estão tentando tirar todas as nações africanas do TPI, o que lhes daria liberdade para cometer assassinatos, estupros e alimentar o ódio sem sofrerem nenhuma consequência.
Eu sei que juntos nós podemos mudar isso. Mas temos que unir forças e exigir que as lideranças razoáveis dentro da União Africana (UA) – Nigéria e África do Sul – se pronunciem e garantam que as pessoas perseguidas sejam protegidas pelo TPI. Juntem-se a mim assinando esta petição e compartilhem-na com todos: quando alcançarmos 1 milhão de assinaturas, ela será entregue na conferência da União Africana em Addis Abeba, onde os presidentes africanos se reunirão.
Milhões de adolescentes estão ficando para trás,
especialmente na África
Nos últimos 20 anos, adolescentes foram
beneficiados pelo progresso na educação e na saúde pública. No entanto, as
necessidades de muitos adolescentes são negligenciadas, com mais de um milhão
perdendo a vida a cada ano e dezenas de milhões sem acesso à educação, afirma
relatório do UNICEF
O documento identifica, por exemplo, a África ao sul do Saara como o lugar
mais difícil para um adolescente viver. A população adolescente dessa região
ainda está crescendo, estimando-se que terá o maior número de adolescentes do
mundo até 2050. Mas apenas metade das crianças na África ao sul do Saara
completa a escola primária e o desemprego entre os jovens é alto.
A publicação Progresso para as Crianças: Um relatório sobre adolescentes
(Progress for Children: A report card on adolescents) destaca outras
consequências alarmantes sobre o fato de os benefícios do progresso não estarem
sendo divididos igualmente entre os 1,2 bilhão de adolescentes – meninos e
meninas de 10 a 19 anos* – que vivem hoje em todo o mundo.
“Pobreza, status social, gênero ou deficiência impedem que milhões de
adolescentes realizem os seus direitos a cuidados de saúde, educação de
qualidade, proteção e participação”, disse a Diretora Executiva Adjunta do
UNICEF Geeta Rao Gupta. “Este relatório abrangente fortalece a nossa compreensão
dos problemas enfrentados pelos adolescentes mais pobres e desfavorecidos. É
hora de atender às suas necessidades; eles não devem ser deixados para
trás”.
O relatório aponta para uma significativa necessidade de reforçar o
investimento em todos os aspectos da vida e do bem-estar dos adolescentes –
mesmo em sua luta pela sobrevivência. A cada ano 1,4 milhão de adolescentes
morrem por causa de acidentes de trânsito, complicações no parto, suicídio,
aids, violência e outras causas. Em alguns países latino-americanos, mais
meninos adolescentes morrem em decorrência de homicídio do que de acidentes de
trânsito ou suicídio. Na África, complicações na gravidez e no parto são a
principal causa de morte de meninas com idade entre 15 a 19 anos.
Crianças entrando na adolescência sofrem cada vez mais risco de violência –
uma mudança em relação à primeira infância, quando doenças e desnutrição são as
principais ameaças. As adolescentes são particularmente vulneráveis à violência
no casamento. Em uma pesquisa na República Democrática do Congo, 70% das meninas
entre 15 e 19 que tinham sido casadas disseram que sofreram violência nas mãos
de um atual ou antigo parceiro ou cônjuge.
Adolescentes, especialmente meninas, são muitas vezes obrigados a abandonar a
infância e assumir papéis de adultos antes de estar prontos, limitando as suas
oportunidades de aprender e crescer, e colocando sua saúde e segurança em risco.
O relatório diz que, nos países em desenvolvimento – excluindo a China –, mais
de um terço das mulheres entre 20 e 24 anos já havia se casado ou vivia em união
aos 18 anos, com cerca de um terço destas tendo casado até os 15 anos de
idade.
Taxas de natalidade entre adolescentes são relativamente altas na América
Latina, Caribe e África ao sul do Saara, afirma o relatório. No Níger, metade
das mulheres jovens entre 20 e 24 deu à luz antes dos 18 anos.
Globalmente, 90% das crianças em idade escolar estão matriculadas em escolas
primárias e sistemas de ensino secundário têm-se expandido em muitos países. No
entanto, as matrículas na escola secundária continuam a ser baixas no mundo em
desenvolvimento, especialmente na África e na Ásia. Muitos alunos em idade
escolar secundária estão em escolas primárias. A África ao sul do Saara tem os
piores indicadores de ensino secundário do mundo.
Cerca de 71 milhões de meninos e meninas que deveriam estar nos anos iniciais
do ensino secundário em todo o mundo não estão na escola e 127 milhões de jovens
entre 15 e 24 anos são analfabetos – a grande maioria no Sul da Ásia e na África
ao sul do Saara.
O relatório afirma que esforços significativos na defesa de direitos,
programas e políticas são necessários para concretizar os direitos de todos os
adolescentes. A adolescência é uma fase crítica da vida em que o investimento
correto pode quebrar o ciclo da pobreza e resultar em benefícios sociais,
econômicos e políticos para adolescentes, comunidades e nações.
Mas o relatório também aponta que os adolescentes devem ser reconhecidos como
verdadeiros agentes de mudança em suas comunidades. Programas e políticas,
enquanto protegem os adolescentes como pessoas em desenvolvimento, devem
reconhecer a sua capacidade de inovação, criatividade e energia para resolver os
seus próprios problemas.
O relatório está disponível somente em inglês: Progress for Children: A report
card on adolescents
Para mais informações:
Peter Smerdon, UNICEF em Nova
Iorque
Telefones: +1 917 213 5188 ou +1 212 303 7984
E-mail: psmerdon@unicef.org
*Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, do Brasil, adolescentes são
todos os indivíduos de 12 a 17 anos. No entanto, a Organização Mundial da Saúde
e a Organização das Nações Unidas utilizam o recorte de 10 a 19 anos de idade
para definir adolescente.
Olá, pessoal!
Passei grande parte dessa noite num trabalho de assistência extrafísica com crianças da África. Como de outras vezes, ajudei na passagem delas para outros planos, depois da difícil prova na carne. E não é fácil lidar com uma situação dessas.
Mas, dessa vez, os amparadores extrafísicos* me deram a chance de ver algo muito legal: um lugar lindo, do”lado de lá”, para onde elas eram levadas.
Havia um enorme triângulo (espécie de portal em forma triangular) por onde elas entravam e chegavam imediatamente no tal lugar paradisíaco, que não tenho como descrever em palavras.
E ali eram cuidadas e tratadas, depois do resgate cármico** que passaram.
E eu fiquei na maravilhosa energia do que vi… Eu, que tantas vezes já chorei em silêncio, por ter participado de lances espirituais de assistência no continente africano e ter visto tanta dor e miséria.
Mas, dessa vez, eu fiquei com essa visão: as crianças passando pelo portal triangular e voltando para casa, em outros planos… Sim, indo para a Casa Real, Morada dos Espíritos, sem tempo ou lugar conhecidos, apenas o seu verdadeiro “LAR”.
E, agora à tarde, enquanto eu trabalhava (aprontando um envio de texto pelo site do IPPB e selecionando o material da palestra de logo mais, além de um texto para uma revista), senti novamente aquela energia do portal triangular. E também senti as crianças do “lado de lá”, contentes e cuidadas.
E eu fiquei aqui pensando nas coisas que o mundo não vê e no quanto somos pequenos diante da magnitude do Amor Que Ama Sem Nome.
Sim, muitas vezes eu chorei depois de viagens fora do corpo*** no Astral da África, por sentir a dor de tantas consciências em seus resgates cármicos. Mas, dessa vez, não.
Porque aquelas crianças estão em seu verdadeiro LAR – e eu senti a doçura delas, mesmo tendo saído de uma experiência de vida complicada. E mais: eu senti como se elas fossem minhas crianças.
Ah, elas não estão somente “Lá”, mas, também, em meu coração.
E aquele portal triangular é um arraso!
Tomara que, quando chegar a minha hora de partir, abra-se um portal desses para minha passagem final… E, aí, quem sabe, talvez sejam essas crianças que virão me buscar.
Então, eu irei para o LAR delas, na Colônia Extrafísica da Doçura.
Oxalá eu seja digno disso, na hora certa que o Grande Arquiteto Do Universo determinar.
P.S.:
Ah, Ramakrishna!****
Agora eu sei por que você opera espiritualmente no Astral da África.
É porque você considera aquelas crianças sofridas como suas filhas queridas.
Muitos o imaginam num paraíso ocioso nos píncaros do plano espiritual.
Mas você está trabalhando secretamente com suas crianças.
E se elas são queridas ao seu coração, também são minhas queridas.
E eu, que prestei assistência espiritual, na verdade, fui o grande assistido.
Porque eu vi a Colônia Extrafísica da Doçura – e fiquei, mais uma vez, admirado.
Meu amigo, como você me ensinou, “sem Amor ninguém segue…”
E eu nem sei como lhe agradecer, pelo apoio e paciência, por tantas vidas.
Ah, é só o Amor que nos leva…
– Notas:
* Amparador extrafísico – entidade extrafísica e positiva que ajuda o projetor nas suas experiências extracorpóreas; mentor extrafísico; mestre extrafísico; companheiro espiritual; protetor astral; auxiliar invisível; guardião astral; guia espiritual; benfeitor espiritual.
** Cármicos – do sânscrito Karma – ação, causa – toda ação gera uma reação correspondente; toda causa gera o seu efeito correspondente. A esse mecanismo universal os hindus chamaram carma. Suas repercussões na vida dos seres e seus atos podem ser denominados de consequências cármicas.
*** Projeção da consciência – é a capacidade parapsíquica – inerente a todas as criaturas -, que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico.
Sinonímias: Viagem astral – Ocultismo.
Projeção astral – Teosofia.
Projeção do corpo psíquico – Ordem Rosacruz.
Experiência fora do corpo – Parapsicologia.
Viagem da alma – Eckancar.
Viagem espiritual – Espiritualismo.
Viagem fora do corpo – Diversos projetores extrafísicos e autores.
Emancipação da alma (ou desprendimento espiritual) – Espiritismo.
Arrebatamento espiritual – autores cristãos.
**** Paramahamsa Ramakrishna: mestre iogue que viveu na Índia do século XIX e que é considerado até hoje um dos maiores mestres espirituais surgidos na terra do Ganges. Para se ter uma idéia de sua influência espiritual, posso citar que grandes mestres da Índia do século XX se referiram a ele com muito respeito e admiração, dentre eles o Mahatma Ghandi, Paramahamsa Yogananda e Rabindranath Tagore.
Zippora Mbungo está passando fome, mas ainda consegue reunir um mínimo de forças para caminhar e trabalhar. Ela faz isso graças a uma corda amarrada no estômago, prática difundida entre mulheres há várias gerações para enganar a fraqueza e a desnutrição. “Só os ricos não usam a corda em tempos como esses,” diz.
Em seus 86 anos de vida, Zippora nunca viu uma seca atingir tão duramente Makami, vila onde mora com os netos no Quênia. Uma em cada cinco crianças no país está desnutrida.
“Estamos sobrevivendo à base de frutas silvestres,” explica Priscilla Eduru, 63 anos, moradora de uma vila próxima. “Temos que fervê-las por no mínimo 12 horas, porque elas são venenosas. As frutas servem só para que as crianças tenham a sensação de que comeram – para que elas sintam que seus estômagos estão cheios. Mas elas não têm nenhum nutriente.”
No Quênia e em toda a região conhecida como a África Oriental, que também inclui Etiópia, Somália, Uganda e Djibuti, cerca de 12,4 milhões de pessoas estão com fome e com sede, sobrevivendo como podem. Com o fracasso das colheitas e a morte dos animais, os pastores, agricultores e suas famílias fazem no máximo uma refeição por dia.
Carcaças são visão frequente no Quênia
“Antes da seca, tínhamos 300 cabras. Agora temos só 80. Nossa vaca morreu de fome, mas não pudemos comer a carne porque não havia quase nenhuma. Só deu para salvar a pele,” diz Mohamed Ahmed, pastor, 80 anos.
A água também é pouca e de difícil acesso. Os poços rasos cavados junto às residências secaram, e as pessoas têm de caminhar longas distâncias para conseguirem o mínimo necessário para sua sobrevivência.
Ralia Kamato, 16 anos, explica que teve que deixar de ir à escola porque não há comida nem água na casa da avó, onde ela precisa se hospedar para conseguir freqüentar as aulas. Ela já havia deixado de prestar os exames – seus pais perderam tudo com a seca e deixaram de pagar as mensalidades do colégio.
“Antes, a gente se divertia, dançava, ia à escola. À noite, quase sempre tinha carne para o jantar. A gente tinha tudo o que precisava, mas nos últimos anos, tudo foi tirado de nós,” lamenta.
Ralia Kamato: “Nos últimos anos, tudo foi tirado de nós.”
Em algumas áreas, a situação é agravada por conflitos políticos. Na Somália, a violência e a seca vêm provocando êxodo. O maior campo de refugiados do Quênia já abriga 380 mil pessoas — 4 vezes a sua capacidade máxima.
O que estamos fazendo
A ActionAid está trabalhando nas áreas mais severamente atingidas do Quênia e já ajudou, até agora, mais de 250 mil pessoas. Estamos levando alívio imediato às pessoas mais vulneráveis: mulheres, crianças, pessoas com deficiência, idosos e pessoas com HIV/AIDS.
Em Ijara, nós distribuímos alimentos para 26 mil famílias pobres chefiadas por mulheres. Lá, e também em Sericho, Isiolo, Narok, Malindi e Marafa, garantimos a permanência de quase 18 mil crianças nas escolas com a oferta de refeições nutritivas no intervalo das aulas. Estamos ampliando esse programa de merenda escolar para beneficiar um total de 13 mil crianças no país.
Projeto de irrigação financiado pela ActionAid
Em Isiolo, providenciamos combustível para duas bombas que são as únicas fontes de água disponíveis para as crianças das escolas e a comunidade do entorno – um total de mil pessoas. Em todo o Quênia, fornecemos água limpa para cerca de 50 mil pessoas.
A ActionAid está fazendo um esforço mundial para arrecadar cerca de R$ 3,5 milhões. Esses recursos vão viabilizar a distribuição de alimentos, evitando mortes e reduzindo o sofrimento. Financiarão, também, projetos de longo prazo que vão preparar as pessoas para lidar com as mudanças climáticas. Aprendendo a diversificar seus meios de subsistência e a criar fontes de água sustentáveis, elas ficarão menos vulneráveis a futuras secas.
Para doar recursos para esta causa, procure a Action Aid
As Nações Unidas declararam uma epidemia de fome nas regiões de Bakool do Sul e Baixa Shabelle, no sul da Somália, em 20 de julho. Duas semanas depois, mais três regiões já haviam sido afetadas: Shabelle Central, Corredor de Afgoye e a capital, Mogadíscio. Outras áreas do país podem ser atingidas pela crise nos próximos dois meses, na região conhecida como Chifre da África (Somália, Etiópia, Eritreia, Djibuti e Quênia), caso não haja uma ampla intervenção humanitária.
No sul da Somália, há 2,8 milhões de desnutridos, dos quais 1,25 milhão são crianças. Em áreas agropastoris, até 20 a cada 10 mil crianças de até 5 anos morrem diariamente e o índice de desnutrição infantil aguda chega a 50%. Dezenas de milhares de pessoas morreram e mais vidas estão em risco. Quase metade da população – 3,7 milhões de pessoas – precisa de assistência humanitária.
Estes e outros dados constam em um novo site especial, totalmente em português, preparado pela ONU no Brasil para chamar a atenção para a pior crise humanitária da região em décadas. O site é atualizado diariamente com informações das agências, fundos e programas da ONU e possui um resumo sobre o que é possível fazer para ajudar. Dados gerais atualizados semanalmente são publicados na primeira página, onde a situação é contextualizada para o público.
Prezado Leitor, se você é uma pessoa solitária, quer desabafar ou deseja uma opinião fraterna e desinteressada sobre algum problema que o aflige, escreva-nos carta para o endereço informado no rodapé do site, ou, se preferir, mande e-mail para grandefraternidadebranca @terra2012.com.br.
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