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Palavra-chave: crise

Governo do Estado não faz obras suficientes para captar água das chuvas e recompor reservatórios. E por que será que ele não faz obras para reuso da água?????????????

07/02/2014

Reúso, a técnica que poderia diminuir o consumo de água em 50%

A crise hídrica está longe de acabar, e o Brasil precisa avançar na adoção do reúso – que permite levar “a água da privada de volta para a torneira”

 

 

FONTE DE SEGUNDA, DE PRIMEIRA - Jardim do WTC, complexo comercial de São Paulo regado com água tratada: sustentabilidade
FONTE DE SEGUNDA, DE PRIMEIRA – Jardim do WTC, complexo comercial de São Paulo regado com água tratada: sustentabilidade (Caio Guatelli/VEJA)

Nos últimos meses, o assunto murchou, por assim dizer, nas conversas do dia a dia. Mas o problema da crise hídrica, especialmente em São Paulo, está longe de ser resolvido. As chuvas que caíram na última semana na capital paulista não alteraram o quadro alarmante. Até agosto de 2014, o nível dos principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo estava em 23,5%. Hoje, chega a no máximo 21,1%. Responsável pelo atendimento de 5 milhões de pessoas, o Sistema Alto Tietê atingiu em agosto o nível mais baixo desde 2003, de 13,8%. No último dia 3 de setembro, o volume útil do maior reservatório que abastece o Estado do Rio de Janeiro, o de Paraibuna, chegou a 0,83%. Um ano atrás, estava em 11%. A conclusão é – para usar um termo incontornável – cristalina: não há como deixar de economizar água.

O aproveitamento da chuva para irrigar jardins ou limpar áreas comuns reduz o consumo em 26%. A instalação de hidrômetros individuais derruba o valor da conta de água em até 56%. Contudo, independentemente dessas estratégias, é imperioso lançar mão de outro recurso: o reúso. É verdade que, a partir da crise, foi disseminada a prática de reutilização da água do banho e da máquina de lavar para alguns fins específicos, como a descarga sanitária. No entanto, uma vez derramada na rede de esgoto, o entendimento é que aquela água havia se tornado inaproveitável. Nada mais equivocado. Com o tratamento adequado do esgoto, um estabelecimento comercial de grande porte, como um shopping center, pode reaproveitar tão bem a água que o consumo tenderá a cair até 50%.

O reúso é largamente empregado, por exemplo no Estado americano da Califórnia, onde a escassez abriu a possibilidade de levar água “da privada para a torneira”, como os técnicos costumam dizer. De acordo com a legislação local, é permitida a chamada potabilização indireta. Funciona da seguinte maneira: a água tratada é misturada com a das bacias subterrâneas e depois passa para o sistema de abastecimento comum. “Escutamos pessoas dizendo que não querem beber água da privada. Depois de passar por três estágios de purificação, porém, ela sai mais limpa do que a água que não é de reúso e chega a sua casa”, comparou o americano Henry Vaux, professor de economia dos recursos da Universidade da Califórnia. Para motivar a população, Bill Gates, fundador da Microsoft, o homem mais rico do mundo, gravou um vídeo no qual aparece bebendo água produzida em uma estação de tratamento de esgoto. A Fundação Bill & Melinda Gates pretende distribuir miniusinas de tratamento por toda a África.

Em dezembro do ano passado, um projeto enviado à Sabesp pelo professor de hidrologia Ivanildo Hespanhol, da Universidade de São Paulo, defendeu o tratamento de esgoto para solucionar a crise hídrica – e, de quebra, despoluir os rios. Com previsão para entrar em operação daqui a dez anos, ao custo de 3 bilhões de reais, o sistema abasteceria 3,5 milhões de pessoas. De qualquer forma, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, no Brasil as ações em torno do reúso de água não levam em conta a possibilidade de consumo. O emprego aqui é mais comum em processos industriais, geração de energia, irrigação, jardinagem, limpeza etc. Diferentemente do que se observa na Califórnia, a legislação brasileira não deixa claro o que é permitido ou não nessa frente. De acordo com o advogado Vinicius Vargas, do escritório Barros Pimentel, a lei de saneamento fala sobre água potável, mas não sobre reciclagem. “O saneamento é um serviço público e por isso deve ser especificado em lei para que os agentes possam seguir a mesma fórmula”, explica ele.

Segundo o engenheiro hídrico Thiago de Oliveira, da fornecedora de água de reúso General Water, a prática, na realidade, já existe no país – “Só não é assumida”. Oliveira afirma que um exemplo claro disso é a Represa Guarapiranga, na região metropolitana de São Paulo, rodeada por esgotos irregulares. “Pouco se fala sobre ela, mas 15% do nível da represa é o próprio esgoto voltando para o tratamento”, garante. O engenheiro diz também que a General Water já produziu água potável. “Nos nossos testes, tivemos o mesmo nível de pureza da água que é distribuída para consumo.” Desde o início da crise, a empresa viu a procura pelo seu serviço crescer 100% e teve 30% de aumento no número de clientes. Entre eles, há até um centro administrativo que, com reúso de água e poços artesianos, se tornou totalmente independente da rede pública. A Aquapolo, parceria entre a Odebrecht e a Sabesp, fornecedora do mesmo serviço, abastece o polo petroquímico da região do ABC Paulista, produzindo um volume equivalente ao necessário para o consumo de uma cidade de 500 000 habitantes. Com isso, as empresas da área de Mauá economizam 50% do valor que pagavam antes por água potável.

Para Thiago de Oliveira, aceitar estações de tratamento de esgoto “é adotar um novo modo, mais consciente, de lidar com os recursos hídricos”. Ele observa que o modelo atual mantém a mentalidade no Império Romano, quando se construíam extensos aquedutos para buscar abastecimento em lugares distantes com nascentes puras. O cenário do momento, entretanto, argumenta Oliveira, “pede que a nossa política para o meio ambiente se espelhe no exemplo de Londres, onde o Rio Tâmisa, cuja despoluição levou 150 anos, hoje é povoado por 125 espécies de peixe e voltou a receber os esportes náuticos”.

Curiosamente, ao mesmo tempo em que, no Brasil, é grande a resistência à reutilização de água, a reciclagem do lixo já faz parte das políticas públicas. Segundo Gabriela Yamaguchi, gerente de campanhas do instituto ambiental Akatu, “a água está em outro capítulo da cultura do brasileiro; a reciclagem ficou restrita à categoria das embalagens, por exemplo”. E conclui: “Pelo menos, ao reciclá-las, também estamos economizando água”. Diante dos números da crise hídrica atual, será prudente não demorar a entrar de vez no próximo capítulo.

Fonte: Veja

A gestão eleitoreira da crise da água em São Paulo agrava a situação de um sistema que já está em colapso, de acordo com o professor aposentado da USP Julio Cerqueira César. “O uso do volume morto jogou o problema da água para depois da eleição”, disse o professor no evento “Crise da água: de quem é a culpa?” promovido por CartaCapitalna terça-feira, 9. “O racionamento foi colocada pela Sabesp como uma solução técnica, e o governador adotou uma solução política”, afirma.

Segundo Cerqueira César, a Sabesp, ainda em janeiro deste ano, apresentou ao governo um plano que previa o racionamento, diante do baixo índice dos reservatórios desde então, mas o governador impediu a ação, sob a justificativa de que seria uma medida irresponsável. O racionamento, pelo menos o anunciado oficialmente, tem sido evitado desde maio com o uso da reserva técnica chamada de volume morto. Na primeira etapa, foram 185 bilhões de litros bombeados desta reserva para o consumo de parte da população paulista. Em agosto, no entanto, mesmo com o implemento inicial, a Sabesp precisou captar uma segunda cota deste volume, de mais 100 bilhões.

Atualmente, o sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água de parte de São Paulo e de Campinas, opera com 10% da sua capacidade. O nível do Sistema Alto Tietê, complementar ao Cantareira, está em 15%. A gestão dos sistemas cabe à Sabesp. O governo de São Paulo indica o presidente da instituição que, por sua vez, nomeia todos os diretores da empresa. Além disso, o estado é o principal acionista da Sabesp, que lucra 10 bilhões de reais por ano. “Desde de o começo, em janeiro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assumiu o comando da crise. Ele está conduzindo o problema pessoalmente e politicamente. Ele queria passar a Copa do Mundo e as eleições sem racionamento, e é o que está conseguindo fazer”, diz Cerqueira César.

Falta de investimentos

Além dos baixos índices pluviométricos, atribui-se à crise do abastecimento em São Paulo a falta de investimentos no setor, como a construção de novos reservatórios. “A Sabesp é a 4ª companhia de saneamento básico do mundo, e se considerarmos que opera em apenas um país, ela é a maior do mundo. Até os anos 90, a Sabesp chegou a uma situação invejável”, afirma Cerqueira César. “De 1990 pra cá, os governos se preocuparam apenas com os processos eleitorais. A Sabesp aposentou seus engenheiros sanitaristas e passou a ser comandada por economistas e advogados. Parou de se preocupar com seus usuários e passou a se preocupar com seus dividendos.”

Em 2007, a diretoria da Sabesp já previa o colapso do sistema e o governo do Estado passou a planejar novos reservatórios. Um estudo foi encomendado e o prazo de execução foi estabelecido em 180 dias, mas só foi entregue em 2014, sete anos depois. O resultado é a obra do Sistema Produtor São Lourenço, que está prevista para ficar pronta em 2018.

De acordo com Antonio Zuffo, pesquisador e professor da Unicamp, que também estava presente no evento, o Sistema São Lourenço está sendo projetado para acrescentar 4,7 m³ por segundo de vazão de água ao Sistema Cantareira. “Se acontecer a redução da precipitação em 20 a 30%, que é o que está previsto, o Sistema Cantareira perde 7 m³ por segundo de vazão. Ou seja, o São Lourenço não seria suficiente para compensar a perda”, explica o professor.

Outro ponto levantado é o desperdício que ocorre na distribuição da água. Segundo Zuffo, a Sabesp chega a perder 40% da sua produção. “Se conseguíssemos uma redução de 50% do que é perdido hoje no Sistema Cantareira, seria recuperado o equivalente a quatro sistemas parecidos com o São Lourenço. Conseguiríamos um redução da perda em aproximadamente 10 ou 12 m³ por segundo de vazão. Seria como se colocássemos um sistema que produz 12 m³ por segundo”, diz o pesquisador da Unicamp.

As perdas acontecem porque as adutoras não são fixas e, com a variação de pressão, acabam se deslocando e desgastando nas juntas, o que causa os vazamentos, difíceis de detectar, explica Zuffo. Para César, o prejuízo é inadmissível. “A Sabesp é uma indústria de água potável. A matéria-prima é a água. Se uma empresa particular tivesse um sistema como esse, que perde 40% do seu produto, ela estaria falida”, diz o professor da USP.

Sob a justificativa de impedir essa perda na distribuição, a Sabesp tem reduzido a pressão da água nos canos e algumas residências paulistanas já enfrentam uma espécie de racionamento velado. Em julho, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) encaminhou à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), a Geraldo Alckmin e à Sabesp um documento contabilizando uma média de 14 reclamações por dia de corte no abastecimento de água em residências paulistanas.

Ainda que seja um fator importante, a falta de chuvas ou as variações climáticas não explicam, sozinhas, o colapso do sistema, segundo Zuffo. A alegação de que desmatamento na Amazônia, apontado como causador da baixa precipitação na região do Sudeste, é equivocada. “Em 1953 não havia desmatamento na região, nas proporções que temos hoje, e tivemos período de seca em São Paulo”, esclarece o pesquisador da Unicamp.

O evento “Crise da água: de quem é a culpa?” faz parte da série de debates Diálogos Capitais e contou com a mediação do repórter Fabio Serapião.

Fonte: Carta Capital

A pior seca dos últimos 80 anos provocou mudanças no comportamento na Grande São Paulo. A maioria dos moradores fechou as torneiras e conseguiu reduzir o consumo de água.

Por outro lado, tem muita gente que não economizou e ainda aumentou o gasto de água. Tem gente que acha que pode gastar mais porque “está pagando”. Mas, a maioria dos moradores da região metropolitana já percebeu como a crise é grave.

Ao todo, 76% dos moradores abastecidos pela Sabesp na grande São Paulo seguraram o consumo. E economizaram quase 4 mil litros de água por segundo. Mas, a notícia ruim é que 24% dos consumidores gastaram mais. Muita gente economizou porque diz que a água não está chegando. Mas, teve mudança de comportamento.

Depois da festança, a bagunça de sempre. O que mudou no salão é o jeito de limpar. De uns tempos para cá é só com balde com água, rodo e pano. O resultado da mudança é impressionante.

“A primeira conta eu assustei. Eu achei que tinha alguma coisa errada, eu já peguei as contas, já ia ligar pra Sabesp, fiquei com medo de no mês seguinte vir três vezes o valor” conta Charles Lacerda, dono do salão de festas.

Charles assustou porque a conta de água diminuiu demais mesmo. Em agosto de 2013 ele pagava mais de R$ 140. Um ano depois, caiu para menos de R$ 70. E com o bônus para quem economizou, o valor foi lá para baixo: R$ 47.

“É um hábito que tem que se manter. Não tem mais jeito de voltar atrás não”, afirma Charles.

A mudança de habito no salão resultou também em mudança de lugares. A mangueira que antes ficava na frente e era muito lembrada e usada, agora está no depósito dentro do lixo. Ela está lá porque ela não é usada há, pelo menos, seis meses.

O salão de festas do Charles fica no Jaçanã, bairro da zona norte da cidade de São Paulo onde as pessoas mais reduziram o consumo de água em julho, segundo pesquisa da Sabesp.

O mesmo levantamento também deixa claro que os moradores que mais economizaram vivem nos bairros mais distantes: como Perus, Vila Maria, Freguesia do Ó, Vila Nova Cachoeirinha.

A geografia também revela que os que menos reduziram o consumo estão nos locais mais nobres ou mais centrais de São Paulo, por exemplo, na Sé, no Butantã, na Vila Mariana, nos Jardins.

O que tem a ver com a ocupação desses locais, rebate o presidente da Associação dos Moradores dos Jardins.

“Evidentemente, nessa região há um polo comercial muito grande com hospitais, restaurantes, hotéis”, afirma Fernando José da Costa, presidente da AME Jardins.

Em alguns casos a consciência surge por causa da circunstância. A advogada Melina Elias Pereira diz que não lava mais a garagem de jeito nenhum porque simplesmente não tem água para isso. “Está faltando todo dia. Entre 21h e 22h acaba. Só volta às 6 h no dia seguinte, todos os dias. Já faz uns 3 meses que está todo dia”, conta.

Falando em dia a dia, lembra do salão do Charles lá no Jaçanã? A mudança de rotina ali, afetou também o hábito em casa de todo mundo. Dos funcionários, do patrão, da família do patrão.

Bom Dia Brasil: Só falta dizer que está todo mundo tomando banho rápido na sua casa também.
Charles: É, rápido e com hora marcada.

Jéssica Fagundes da Costa, funcionária do salão de festas: Roupa a gente costumava a lavar durante a semana, agora já lava tudo no final de semana, junta tudo para lavar depois.
Bom Dia Brasil: O que você faz com esse dinheirinho que sobra, que não gasta com a conta de água?
Jéssica Fagundes: Dá para comprar alguma coisa para gente, maquiagem, alguma roupa. É um dinheiro que sobra para a gente.

Milhares de paulistanos afirmam que há falta de água em casa toda a noite e sempre, pontualmente, no mesmo horário. Mas, em nota, a Sabesp reafirma que não há racionamento ou restrição de consumo em nenhuma das 364 cidades atendidas pela empresa.

Fonte: Globo

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse  que não espera racionamento de água neste ano nem em 2015. A declaração foi feita em coletiva de imprensa da Parada Gay.

“Nós esperamos que não tenha nem este ano nem o ano que vem”, afirmou o tucano, depois de ser questionado se haverá o rodízio de água na Região Metropolitana de São Paulo.

Isso, apesar de o reservatório que abastece parte da Grande São Paulo de água não parar de secar. Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostram que o Sistema Cantareira atingiu 10,1% de sua capacidade total neste domingo um novo recorde histórico.

No sábado, 3, o patamar era de 10,3%. Uma semana atrás, o índice era um ponto percentual maior: 11,1%. Já no mesmo dia (4 de maio) do ano passado, o volume armazenado era muito maior, de 62,4%.

O governo do Estado de São Paulo informou  que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp) aprovou a proposta da multa de 30% para quem elevar o consumo de água na Grande São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, a medida agora está sendo avaliada pela Procuradoria-Geral do Estado antes de entrar em vigor. A intenção do governo é começar a multar os clientes da Sabesp em junho a partir do consumo medido em maio. De acordo com a secretaria, o cálculo será feito a partir da média do consumo mensal realizado em 2013.

Antes da multa, outras alternativas foram colocadas em prática. Neste ano, a Sabesp intensificou a captação de água em outras fontes já disponíveis, como o Sistema Alto Tietê, e deu andamento a projetos para captar água em regiões mais distantes, como o Sistema São Lourenço, no interior do Estado. Além disso, a companhia anunciou no início deste ano a oferta de um desconto de 30% para clientes que reduzissem em 20% o consumo de água.

O governador Geraldo Alckmin anunciou a construção de dois novos reservatórios de água na Bacia dos rios Piracicaba, Jundiaí e Capivari (PCJ) para atender a região metropolitana de Campinas, no interior.

O reservatório Pedreira será construído no Rio Jaguari, entre Pedreira e Campinas, e o Duas Pontes, no Rio Camanducaia, nas cidade de Amparo. O projeto tinha sido anunciado em fevereiro, mas somente agora foi assinado.

A estratégia, segundo Mauro Arce, secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, é que com os dois novos reservatórios, que juntos irão armazenar cerca de 67,4 milhões de metros cúbicos de água, a bacia do PCJ não dependa tanto da água do Sistema Cantareira.

O conjunto de reservatórios segue diminuindo e nesta sexta chegou a 10,4% da capacidade. Hoje a região do PCJ capta 3 metros cúbicos por segundo do sistema.

A construção dos dois novos reservatórios ainda depende da elaboração de um projeto executivo que deve ser concluído em 18 meses. Depois disso, serão mais dois anos para a construção

A captação de água do volume morto do Sistema Cantareira ameaça trazer à tona poluentes depositados no fundo das represas, onde se concentram contaminantes que não são tratados por sistemas convencionais para o abastecimento. Três especialistas em biologia e toxicidade em corpos d’água fizeram o alerta ao Ministério Público Estadual (MPE), que abriu inquérito civil para investigar a crise hídrica do sistema responsável pelo abastecimento de 14,3 milhões de habitantes na Grande São Paulo e no interior.
“Quando se cogita fazer o uso do volume morto, por causa das condições emergenciais de necessidades hídricas, antes que esteja disponível para o abastecimento público, deve passar por análise criteriosa e tratamento adequado para atendimento dos padrões normatizados de qualidade de água”, afirmam, em parecer, Dejanira de Franceschi de Angelis e Maria Aparecida Marin Morales, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e Silvia Regina Gobbo, da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep).
O documento embasou o pedido feito pelos promotores do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) para que a Agência Nacional de Águas (ANA), o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e a Companhia do Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) informem quais os critérios de uso do volume morto. O MPE exige quais garantias foram pedidas para não haja movimentação do lodo das represas durante a captação e quais exames de qualidade da água serão feitos.
Segundo as pesquisadoras, “quanto mais baixo o nível dos reservatórios, maior é a concentração de poluentes, recomendando maiores cuidados com seus múltiplos usos”. Entre os elementos citados que contaminam os mananciais há compostos inorgânicos (metais e outros agentes tóxicos), orgânicos altamente reativos com os sistemas biológicos (hidrocarbonetos aromáticos, biocidas e fármacos), microbiológicos (bactérias, fungos e protozoários patogênicos) e vírus.
“Muitos dos poluentes que contaminam os rios apresentam potencialidade de alterar o material genético dos organismos expostos, até mesmo do homem, e, consequentemente, desencadear problemas de saúde, como desenvolvimento de doenças crônicas (tais como alterações nas funções da tireoide, do fígado, dos rins), agudas (tais como intoxicações, alergias, diarreias), degenerativas (Parkinson, Alzheimer etc.) e o câncer”, relataram as pesquisadoras da Unesp e da Unimep.
Para os promotores do Gaema, a mortandade de mais de 20 toneladas de peixe no Rio Piracicaba, em fevereiro, provocada pela baixa vazão do manancial, foi “apenas um dos primeiros indicadores visuais da gravidade da situação, que, se persistir, poderá acarretar em impactos gravíssimos, muitas vezes irreversíveis”. Ontem, diante da situação, o MPE negou à ANA e ao DAEE pedido de prorrogação de 30 dias para que eles respondessem quais critérios serão adotados para a retirada da água do volume morto.
Autorizações. A Sabesp informou que apenas se pronunciará sobre os questionamento após ser notificada pelo MPE. No entanto, a empresa afirmou que tem todas as autorizações ambientais para a execução da obra de captação de água do volume morto.
De acordo com a Sabesp, as obras foram iniciadas no dia 17 do mês passado nas Represas Atibainha, em Nazaré Paulista, e Jaguari, em Bragança Paulista. A intervenção vai custar R$ 80 milhões e será concluída em dois meses. “O volume de água que estará à disposição para abastecimento público é de 200 bilhões de litros. A reserva total é de 300 bilhões de litros”, informou a Sabesp.

Fonte: Estadão

A chuva dos últimos dias ajudou a elevar em 0,2 ponto o nível de água armazenado no Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de quase 9 milhões de clientes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) na Grande SP. De sexta-feira (28) para sábado (1º/3), o volume de água passou de 16,4% para 16,6% e voltou ao patamar observado na quinta-feira (27), segundo informações do portal da Sabesp. Apesar da pequena elevação, trata-se do primeiro aumento do índice dos reservatórios desde dezembro do ano passado.

De acordo com os dados da Sabesp, choveu somente 73 milímetros em fevereiro, contra uma média histórica de 202,6 milímetros de chuva do mês.

No começo de fevereiro, a Sabesp anunciou uma campanha para estimular a redução no consumo, oferecendo desconto de 30% na conta de quem economizar 20% do seu consumo de água, devido a falta de chuvas. O desconto vale apenas para os consumidores abastecidos pelo Sistema Cantareira.

A Sabesp informou que a economia de água do Sistema Cantareira foi de 500 litros por segundo entre os dias 2 e 9 de fevereiro, primeira semana em vigor do incentivo financeiro, que concede desconto de 30% nas contas de consumidores que reduzirem, pelo menos, 20% o consumo médio em um período de 12 meses: fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. De acordo com a Sabesp, os 500 litros por segundo significam uma economia de 302 milhões de litros de água em uma semana. “É o suficiente para encher 120 piscinas olímpicas”, informou a empresa, em nota enviada à imprensa.

A Sabesp comunicou que a redução aconteceu mesmo com um aumento de 2ºC na temperatura na primeira semana de fevereiro e ressaltou que desenvolve estudos de engenharia para determinar a melhor alternativa para a utilização da reserva técnica do Sistema Cantareira, volume de água que está armazenado na represa Jaguari/Jacareí.

A empresa ainda comunicou que passou a abastecer 1,6 milhão de pessoas com o Sistema Alto Tietê. Dessa forma, esses consumidores deixaram de receber água do Sistema Cantareira. “É importante esclarecer que todos os outros sistemas de abastecimento estão em situação normal”.

A estiagem em rios e reservatórios de São Paulo, causada pela seca atípica, já provoca racionamento de água no interior e abre contagem regressiva para que a crise não se repita na Grande São Paulo. Enquanto a cidade de Valinhos, na região de Campinas, já começou a remanejar o fornecimento entre bairros, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) descartou ontem cortes no abastecimento da Região Metropolitana só até o dia 15, quando se espera a volta das chuvas mais constantes e intensas.

O atual cenário já abriu uma disputa entre o comitê que representa as Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pela reserva de água do Sistema Cantareira, que atingiu ontem seu nível mais baixo para o período desde que foi criado, em 1974. As cidades do interior pediram oficialmente aos governos federal e estadual que a Sabesp deixe de usar 6.000 litros de água por segundo do banco de águas (uma reserva estratégica) para garantir o abastecimento da Região Metropolitana.

O pedido foi sugerido pelo Ministério Público Estadual na sexta-feira e aprovado pelo comitê das bacias do PCJ. Ele será analisado hoje pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), gestores dos recursos hídricos da Cantareira. Caso seja aprovado, a Sabesp, que pediu a manutenção da captação, terá de racionar o uso de água para os 8,8 milhões de pessoas da Grande São Paulo abastecidas pelo Cantareira, responsável por 47% da oferta da Região Metropolitana

Oficialmente, o comitê pediu uma quebra na regra de distribuição da água do Cantareira, impedindo que a Sabesp use nos próximos dias água do banco, criado para suprir o abastecimento no período seco de inverno, que vai de abril a setembro. Em períodos normais, esse banco estaria sendo recarregado pelas chuvas de verão. Pela regra de operação, com os níveis atuais dos reservatórios, 30 mil litros de água do Cantareira são enviados para a Grande São Paulo e 3 mil litros por segundo para o interior, em uma área com 5,5 milhões de moradores.

No limite

O engenheiro Francisco Lahoz, do órgão que aprovou o pedido, afirma que a Sabesp tem garantido o fornecimento dos 30 mil litros de água por segundo porque está usando a água reservada do banco. A Sabesp informou que não se pronunciaria sobre a proposta. “A medida tem como objetivo evitar o rebaixamento dos reservatórios para um nível menor do que 20%, que inviabilizaria a transposição de água entre eles e afetaria o fornecimento”, disse.

Ontem, Alckmin disse acreditar que o programa que dá desconto de 30% na conta para quem economizar ao menos 20% será suficiente para evitar o racionamento nesta primeira quinzena do mês. “Entendo que, com essa medida tomada, e se nós tivermos chuvas a partir do dia 15, será suficiente. Claro que isso vai depender da resposta da sociedade, que acho que é positiva. Veja que nós já tivemos isso em 2004 e houve uma boa resposta”, afirmou.

Multa

Enquanto nada é definido, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), determinou que a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento da cidade (Sanasa) estude medidas de incentivo à economia de água nos moldes do programa da Sabesp e já antecipou de julho para este mês o período em que é proibido usar água para lavar calçadas, sob pena de multa equivalente a três vezes o valor da última fatura de água. “Em razão da gravidade do momento, com a falta de chuvas e o calor intenso, decidimos tomar essa medida.”

A dona de casa Maria Ercília Freitas, de 74 anos, conta que o calor faz com que ela use mais água. “Não consigo mais ficar dentro de casa durante a tarde. Para dar uma refrescada, aproveitei para jogar uma água na calçada”, afirma ela, que agora pode ser multada se voltar a praticar a chamada “vassoura hidráulica”, quando é usada água para “varrer” o chão.

A capacidade nos reservatórios de água do Sistema Cantareira caiu abaixo dos 19% nesta quinta-feira (13) e pela primeira vez na história o nível chegou a 18,8%, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo(Sabesp). Para a empresa ligada ao governo de São Paulo, essa é uma situação crítica, mas que ainda não exige racionamento na capital.

Esta semana tem sido marcada por quedas diárias da capacidade dos reservatórios de água. No domingo (9), o nível chegou, pela primeira vez, abaixo dos 20%, a 19,8%. A Sabesp ofereceu 30% de desconto para quem economizar – apenas na capital, estão sendo economizados cerca de 500 litros por segundo, segundo a empresa.

Para a Sabesp, a falta de chuva e o calor recorde são os responsáveis pelo nível tão baixo do Sistema Cantareira. “O mês de dezembro de 2013 foi especialmente ruim: teve 62 milímetros de chuva, quando a média histórica é de 226 milímetros. Foi o pior dezembro desde que a medição começou a ser feita, há 84 anos”, aponta a companhia.

Em janeiro, as chuvas que normalmente chegam a 300 milímetros ficaram em 87,7 milímetros. “Além disso, tivemos o janeiro mais quente da história e, como não chove [o que ajudaria a baixar a temperatura], o consumo de água acaba se mantendo em nível elevado o dia todo”, destaca a Sabesp.

Os vazamentos na rede de abastecimento também prejudicam os reservatórios. O G1 criou um mapa interativo para que o internauta aponte onde esse problema está ocorrendo.

Problema localizado
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), comentou na tarde desta quinta-feira sobre a situação na Cantareira. “É um problema bastante localizado. Não tempos problemas na Guarapiranga, no Alto Cotia e nos demais sistemas de água”, disse.

O governador afirmou que uma reunião com a Sabesp nesta quinta irá discutir soluções para o abastecimento. “A Sabesp está estudando o volume morto da Cantareira. São 400 milhões de metros cúbicos de água que não são utilizados porque não tinha equipamento para chegar a essa profundidade”, afirmou. Ele acrescentou que a empresa na reunião deve apresentar quais equipamentos, qual o custo e o impacto desta retirada.

Histórico
Apesar de que, no dia 9 de fevereiro de 2004, o nível do Sistema Cantareira estava em 5,6%, a Sabesp informa “que os níveis foram revisados e, a partir de agosto daquele ano, uma regulamentação determinou que fossem incorporados volumes que antes eram considerados como reserva técnica”.

Portanto, a empresa não contava na medição os 20% que havia no reservatório. “Assim sendo, naquela época, o índice era de cerca de 25%, maior que o atual”, diz.

O sistema
Formado por quatro represas, o Sistema Cantareira é responsável por abastecer casas de mais de 8 milhões de moradores da Zona Norte, do Centro, de pequena parte da Zona Leste e de 11 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba, Santana de Parnaíba, São Caetano do Sul e parte das cidades de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André).

A Sabesp classificou o cenário como “preocupante” e anunciou no dia 1° um desconto de 30% para quem economizar água. Para quem quiser participar, a informação sobre o sistema que abastece a residência está disponível na conta de água.

“Nos demais [sistemas], mantém a tarifa normal, porque choveu na média e os sistemas se recompuseram”, disse a presidente da Sabesp, Dilma Pena, em entrevista coletiva. “Vamos ter um impacto no faturamento que ainda não mensuramos. E faremos a gestão disso.”

O desconto será válido de fevereiro a setembro, exceto para Santana de Parnaíba, onde a política vai de março a setembro, “por uma questão específica do sistema”, segundo Dilma.

A presidente da Sabesp também afastou a possibilidade de racionamento. “Não estamos pensando em racionamento. Ele não está no nosso radar”, disse. Segundo ela, o desconto deve vir já na próxima conta de água recebida pelos consumidores.

A estratégia é similar à usada em 2004, quando já houve desconto na conta para quem economizou água. Desta vez, no entanto, o consumidor pode ter um abatimento ainda maior. Quem diminuir o consumo em cerca de 20% terá 30% de desconto na fatura.

“Como tivemos um índice pluviométrico baixíssimo em janeiro, a Sabesp está adotando um incentivo econômico para que a população poupe água. O consumidor que reduzir 20% de seu consumo, tendo como referência a média dos últimos 12 meses, terá uma redução na tarifa de 30%. Isso tem um impacto significativo na conta de água. Como ele reduz o volume, e a estrutura tarifária é por faixa de consumo, então ele tem uma redução real ainda maior”, afirmou a presidente da Sabesp.

Dilma explicou que a média de consumo diário é de 161 litros por habitante na região metropolitana de São Paulo. A campanha pede que esse valor seja reduzido para 128 litros, ou cerca de 20%.

“É um incentivo econômico para que, nessa situação crítica, a população faça a adesão. Temos certeza que a população vai aderir e acatar o chamamento. Não dá para encher a piscina e tomar um banho de 30 minutos. Mas dá para fazer todas as atividades”, ressaltou.

A presidente da companhia explicou que o desconto real na conta dos consumidores que aderirem à economia pode ser ainda maior que os 30%, já que ele será aplicado sobre o valor já menor. “Com a redução, passa a haver uma tarifa de 30,9%. Mas, por mudar de faixa, a redução real será de 48%.”

A conta do cliente abastecido pelo Sistema Cantareira terá um informe com a meta de redução a ser atingida, segundo a Sabesp.

Saiba como economizar
Para economizar água, a Sabesp recomenda que o consumidor adote algumas atitudes diárias. Veja abaixo:

– Tome banhos rápidos e feche a torneira ao se ensaboar;
– Lave a louça de uma vez e feche a torneira ao ensaboá-la;
– Não lave a calçada nem o quintal, use a vassoura;
– Ao lavar o carro, use um balde;
– Acumule roupas para lavar na máquina de uma vez só;
– Deixe a torneira fechada ao escovar os dentes e fazer a barba.

Outro fator que colabora para o desperdício de água são os vazamentos. A Sabesp oferece um curso gratuito que ensina práticas simples para identificar possíveis problemas em instalações hidráulicas. O programa é aberto ao público em geral e é ministrado nos períodos da manhã e da tarde.

Os participantes recebem uma cartilha explicativa ilustrada e um certificado de conclusão.
Quem se interessar deve procurar a regional da Sabesp mais próxima de sua residência.

O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um inquérito civil para investigar suspeita de favorecimento de empresas em contratos feitos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no programa de redução de perdas de água. A concessionária investiu cerca de R$ 1,15 bilhão entre 2008 e 2013 para diminuir o desperdício na rede de distribuição, mas não atingiu as metas estabelecidas pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Além da Sabesp, outras 13 empresas são alvo da apuração.

O inquérito foi aberto em abril pelo promotor Marcelo Daneluzzi, do Patrimônio Público e Social, em meio à crise de abastecimento do Sistema Cantareira. Além do índice de perdas de água acima da meta, revelado pelo Estado em fevereiro, o promotor considerou indícios de irregularidades nos contratos e informações obtidas a partir de uma denúncia anônima de um suposto ex-funcionário da empresa. Ontem, a Sabesp informou desconhecer o teor da denúncia (leia abaixo) .

Além da concessionária, as empresas representadas são: BBL Engenharia Construção e Comércio Ltda, Enops Engenharia Ltda, Enorsul Serviços em Saneamento Ltda, Ercon Engenharia Ltda, Etep Estudos Técnicos e Projetos Ltda, Job Engenharia e Serviços Ltda, Opertec Engenharia Ltda, OPH Engenharia e Gerenciamento Ltda, Cia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (Cobrape), Restor Comércio e Manutenção de Equipamentos Ltda, Sanit Engenharia Ltda, Sanesi Engenharia e Saneamento Ltda, e VA Saneamento Ambiental Ltda.

A suspeita do promotor é de que tenha havido “direcionamento em favor dessas empresas, mediante exigências de certificação elaboradas por entidade de classe formada pelas próprias empresas” – no caso, a Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi). Para Daneluzzi, “a situação indica possível irregularidade administrativa, noticiando direcionamento contratual e absoluta falta de eficiência administrativa do programa”.

Entre 2008 e 2013, o índice de perdas de água na rede da Sabesp caiu 8,5%, de 34,1% do volume produzido para 31,2%. Apesar da redução, o índice que mede a quantidade de água desperdiçada entre a estação de tratamento e a caixa d’água dos imóveis, ficou acima da meta de 30,5% estabelecida pela Arsesp, que fiscaliza o serviço. A média nacional de desperdício efetivo é de 38,8%. Somente no ano passado foram perdidos 924,8 bilhões de litros, quantidade próxima da capacidade máxima do Cantareira: 981,6 bilhões

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou em nota que precisaria conhecer a origem das informações que deram base à abertura do inquérito pelo Ministério Público Estadual (MPE) para se manifestar a respeito e afirmou que “o índice de perdas físicas (vazamentos) da empresa é de 20,3%”.

“Com os investimentos do Programa de Redução de Perdas, nos últimos dez anos, o índice caiu 8 pontos porcentuais, enquanto a Itália tem índice de 29%, a França tem 26% e o Estado da Filadélfia (EUA) tem 25,6%. Existem também perdas que impactam o faturamento, como hidrômetros danificados, ligações irregulares e furtos”, informou a Sabesp.

A companhia disse que o Programa de Redução de Perdas de Água, criado em 2007, tem recursos previstos de R$ 5,9 bilhões para troca de ligações domiciliares, hidrômetros e redes de água e também serão pesquisados vazamentos não visíveis em 150 mil quilômetros de redes. Além disso, diz que tem contrato com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) para investimentos e transferência de tecnologia.

Em nota, A BBL Engenharia afirmou que os contratos celebrados com a Sabesp “foram executados no estrito rigor do escopo e dos prazos definidos nos instrumentos de contratação e com a alta qualidade que sempre caracterizou os serviços” da empresa e aguardará a oportunidade para esclarecer as questões levantadas.

A Cobrape afirmou ser “empresa com conhecida experiência em saneamento e recursos hídricos, e seus contratos com a Sabesp são diligentemente cumpridos”. Segundo a empresa, a Associação Brasileira de Ensaios não Destrutivos e Inspeção (Abendi) não é associação de classe nem é formada por empresas”, segundo indício levantado pelo Ministério Público.

O advogado da OPH Engenharia, Fabio Menna, afirmou que a empresa “se sente surpresa” com a notícia do inquérito e “se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos”. Ele disse que a empresa é “idônea” e que “nunca sofreu qualquer tipo de sanção por irregularidades seja por infrações contratuais ou técnicas”.

O advogado da Enorsul, Marcelo Leonadro, afirmou que a empresa “trabalha exclusivamente na prestação de serviço técnico para idenfitifcar vazamento na rua e foi contratada por pregão eletrônico com preço fixado pela Sabesp”.

O sócio da Ercon Engenharia, Isaac Zingerevitz, afirmou que “nada tem a temer quanto a eventuais investigações referentes a serviços de detecção de vazamentos” e os resultados apresentados pela empresa à Sabesp “sempre foram a contento”. Procuradas pela reportagem, Enops, Etep, Opertec, Job Engenharia, Sanit, Sanesi, Restor e VA Saneamento Ambiental não se manifestaram.

Após relatos de falta d’água em diversos bairros da zona norte de São Paulo, a zona oeste também começou a registrar interrupções no abastecimento. Moradores e comerciantes da Lapa relatam problemas no fornecimento há cerca de três semanas. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), no entanto, nega a ocorrência de racionamento ou rodízio de água.

“Desde o último sábado, estamos com o abastecimento reduzido: apenas uma hora pela manhã e uma hora no fim da tarde. Estou tendo de driblar as caixas para manter os apartamentos com água”, afirma Luís Henrique Oseliero, síndico de um conjunto de duas torres residenciais na Rua George Smith, em que vivem cerca de mil pessoas.

No entanto, o trabalho do síndico não foi suficiente para manter todos os apartamentos abastecidos na manhã de ontem. “Um morador me ligou reclamando que não havia mais água e que ele teria de sair sem escovar os dentes. Mas já ligamos várias vezes para a Sabesp, e eles continuam dizendo que não há racionamento”, relata.

Nas quadras próximas ao condomínio, estabelecimentos comerciais enfrentam o mesmo problema. Em um bar da Rua 12 de Outubro, o abastecimento tem sido interrompido por volta das 18h, de três a quatro vezes por semana, segundo o gerente. “Até as 23h, ficamos com a água armazenada da caixa d’água. Depois, volta durante a madrugada”, diz Paulo Sérgio de Maria.

Ele afirma não ter procurado a Sabesp para saber o que acontece por acreditar que se trata de racionamento. “A gente sabe que é isso. E, como não chegou a faltar água na torneira ainda, não liguei. Mas as moças que trabalham nas lojas aqui perto estão reclamando muito”, relata.

Em uma padaria na Rua Clemente Álvares, o problema começou na semana retrasada. Segundo um dos proprietários do estabelecimento, que prefere não se identificar, o abastecimento costumava ser interrompido à noite, mas na terça-feira faltou água durante o dia. “Quando falta durante o dia, ‘me quebra as pernas’. O que todo mundo está falando é que não tem mais água na Lapa mesmo.”

Morador do Butantã, também na zona oeste, ele contou ainda que a Sabesp tem interrompido o fornecimento na sua casa diariamente, da 0h às 4h.

A companhia diz que, “por causa de manobras técnicas operacionais para a transferência de vazões dos Sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para atendimento de alguns bairros, atualmente abastecidos pelo Sistema Cantareira, podem ocorrer eventuais momentos de desabastecimento, especialmente nos pontos altos”.

Previsão.

A Sabesp afirma que, com o uso do volume morto, a partir desta quinta-feira, somado à previsão de que haverá até setembro, período da seca, o mínimo de chuvas dos últimos 80 anos, será possível chegar até outubro, início do período de chuvas, sem a necessidade de decretar o racionamento de água na cidade.

Fonte: Yahoo e Oesp

Crise na Argentina

04/02/2014

Argentina amplia acordos contra inflação e critica Shell por aumentos

 

O governo argentino anunciou em 3214  a extensão a todo o país de um programa de “preços cuidados” para produtos básicos em uma tentativa de frear a inflação e criticou a multinacional Shell por aumentar os valores de suas tarifas.

O acordo de preços para duas centenas de produtos que regia na capital argentina e na província de Buenos Aires será ampliado a supermercados de toda a Argentina, informou nessa segunda-feira o chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, que antecipou que o governo trabalha para fechar novos acordos em materiais escolares e de construção.

Capitanich, em seu pronunciamento diário perante a imprensa, também atacou a companhia petrolífera anglo-holandesa Shell, que elevou hoje em 12% os preços em seus postos de gasolina da Argentina. “A atitude da Shell e de seu mais alto diretor na República Argentina sempre é conspirativa, sempre é atentatória contra os interesses do país”, denunciou.

“Me parece que somente a cobiça, que a estratégia de impor condições e decisões como grupo econômico são os que os levam a tomar este tipo de decisões”, acrescentou Capitanich, que já tinha acusado a Shell de supostas manobras especulativas nos mercados para derrubar o peso argentino.

O presidente da filial argentina da Shell, Juan José Aranguren, defendeu o aumento em uma emissora local e assegurou que os custos da companhia petrolífera “aumentaram 23%” e só fizeram “uma mudança parcial nos preços de 12%”.

Apesar dos esforços do governo, a queda do peso, que perdeu mais de 22% de seu valor no último mês, impactou nos preços finais aos consumidores. “O sistema de preços do governo não dá nenhum resultado e seguramente não vai dar”, denunciou nessa segunda o titular da facção opositora da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano.

Moyano destacou que mais de meio milhão de pessoas caíram na pobreza no último mês, segundo os dados do Observatório Social da CGT, o que significa que 12,5 milhões de argentinos, 30,9% da população, não conseguem bancar a cesta básica familiar, estimada por esse observatório em 6.396 pesos (US$ 797,50).

Antecipando-se aos dados oficiais, este organismo calculou que a inflação de janeiro foi de 4,26%, motivo pelo qual Moyano afirmou que buscarão compensar a perda de poder aquisitivo nas próximas negociações paritárias, nas quais serão pactuadas as altas salariais para 2014.

Os alimentos e o transporte público sofreram incrementos em janeiro, mas as maiores altas serão registradas em produtos importados, como os eletrônicos e os eletrodomésticos, e no setor turístico, que avalia em dólares as passagens turísticos e transfere diariamente seu preço ao equivalente em pesos.

O setor energético, cujas importações estão nominadas em dólares, é um dos mais afetados pela desvalorização da moeda argentina.

Cálculos de analistas indicam que, após a desvalorização, o já por si só avultado custo das importações energéticas do Estado argentino crescerá 45% sobre o preço médio das compras do ano passado, que totalizaram cerca de US$ 13 bilhões.

Necessitado de divisas estrangeiras, o governo argentino se reuniu hoje com as principais empresas agroexportadoras do país para pedir a liquidação dos cereais armazenados antes da próxima colheita.

Após o encontro, Capitanich ressaltou através do Twitter que “existem condições objetivas para a liquidação da colheita acumulada em forma imediata” e destacou que as perspectivas da colheita futura “são auspiciosas”.

O Executivo liderado por Cristina Kirchner confia que a situação melhore com a liquidação das exportações de soja, pelo menos de 8 milhões de toneladas, o que equivaleria a cerca de US$ 4 bilhões, uma quantia suficiente para dar ar à economia por alguns meses.

Fonte: Terra

Crise financeira nos Estados Unidos

02/03/2013

O Departamento de Segurança Interna do governo dos Estados Unidos libertou nas últimas semanas mais de 2 mil imigrantes ilegais que aguardavam deportação, devido aos cortes automáticos de gastos que entraram em vigor nesta sexta-feira. Segundo informações obtidas pela Associated Press, mais 3 mil pessoas devem ser libertadas em março.

Os números, citados em documentos internos sobre o orçamento do departamento, são bem maiores do que o afirmado pelo governo, que disse esta semana que “algumas centenas” de imigrantes haviam sido libertados. De acordo com os documentos da divisão de Imigração e Alfândega, quase mil imigrantes foram libertados por semana desde 15 de fevereiro. A medida só foi interrompida esta semana, após o caso ser noticiado pela imprensa, gerando grandes críticas. Entre os Estados onde os imigrantes foram libertados estão Arizona, Califórnia, Georgia e Texas.

A Casa Branca diz que não foi consultada sobre a medida e a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, reconheceu que a libertação ocorreu de uma maneira indevida. Na quarta-feira o secretário de Imprensa do governo, Jay Carney, disse que haviam sido libertadas “poucas centenas” de imigrantes, que eram de “baixo risco”.

Até o mês passado haviam 30,733 mil imigrantes presos nos EUA. Segundo os documentos obtidos pela Associated Press, o objetivo é reduzir esse número para 25,748 mil até 31 de março. Na sexta-feira o porta-voz da divisão de Imigração e Alfândega, Brian Hale, divulgou um comunicado afirmando que o número de presos muda diariamente.

“Além da flutuação normal, tendo em vista as incertezas sobre os cortes de gastos e o projeto de financiamento do governo, a divisão reavaliou sua população de detentos, para garantir que os níveis fiquem dentro do nosso atual orçamento. Várias centenas de indivíduos foram colocados sob métodos de supervisão menos custosos que a detenção. Por enquanto, nós não prevemos novas libertações, mas isso pode mudar”, afirma Hale no comunicado.

Os imigrantes que foram libertados ainda podem ser deportados e devem comparecer a audiências judiciais futuras. Mesmo assim, eles não estão mais nas prisões, onde custam cerca de US$ 164,00 por dia ao governo, segundo análises de especialistas. De acordo com o Fórum Nacional de Imigração, aqueles que são libertados e submetidos a métodos de supervisão que vão de visitas residenciais ao uso de rastreadores por satélite, custam entre US$ 0,30 e US$ 14,00 por dia ao governo.

Fonte: Yahoo

FMI prevê melhora da crise só a partir de 2018

04/10/2012

 O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, acredita que será preciso uma década para superar a crise financeira e econômica que começou em 2008 e adverte que reduzir demais a dívida pode afogar a economia.

“Ainda não podemos falar de uma década perdida, mas desde a explosão da crise, deverá passar, pelo menos, dez anos para que a economia mundial saia dela”, disse Blanchard em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo portal econômico húngaro “portfolio.hu”.

O responsável pelo FMI explicou que o elevado nível da dívida em muitos países da Europa é algo perigoso, porque poderia levar os Estados a terem que declarar falta de pagamentos. “É inquestionável que devemos reduzir a dívida”, afirma.

Neste sentindo, o economista pede que cada país encontre seu ritmo adequado para reduzir a dívida e adverte que se a velocidade baixar muito, poderá afogar a economia.

Ao mesmo tempo, o economista disse que “não é somente necessário, mas aconselhável que a inflação da Alemanha seja mais alta”, o que aumentaria os salários reais da população e, assim, seu poder aquisitivo.

Se o Banco Central Europeu (BCE) quer manter seu objetivo para a inflação em 2% enquanto os ajustes são aplicados, nos países centrais a porcentagem deveria ficar acima desse marcador, enquanto na periferia europeia teria que estar abaixo.

Segundo Blanchard, esta política não representa provocar uma hiperinflação, já que o equilíbrio será mantido “graças às condições gerais da demanda e o compromisso do BCE com a estabilidade dos preços”.

Com relação à zona do euro, Blanchard considera importante que seja realizada a união fiscal e bancária para decidir “dar um passo para frente ou para trás”.

“O fato é que não dá seguir da mesma maneira que está agora. Não acho que haja alguém que queira dar um passo para trás”, ressaltou.

Blanchard também lembra que, apesar da atenção estar voltada para os problemas da Europa, outras regiões do mundo também enfrentam grandes desafios.

Os problemas orçamentários dos EUA, os ajustes nas contas pública japonesas e o arrefecimento do crescimento na China são alguns dos problemas mencionados pelo economista do FMI.

De fato, o mundo é uma ameaça ao crescimento do Brasil nos dois últimos anos do mandato da presidente Dilma Rousseff. Agora, porém, os riscos globais mudaram de natureza. O que preocupa não é mais algum desastre de grande proporção, como uma ruptura da zona do euro. Não que isso não possa acontecer ainda, mas é uma hipótese temporariamente afastada com o maior ativismo do Banco Central Europeu (BCE). O problema agora é que, mesmo sem nenhuma catástrofe, há a perspectiva de longos anos de crescimento baixo e estagnação no mundo avançado, além da desaceleração chinesa.

“Passamos uma fase aguda da crise, houve alguma recuperação, mas ela não se mostrou plena, e agora estamos na fase crônica da crise”, diz José Julio Senna, sócio-diretor da MCM Consultores. Ele nota que a demanda interna dos Estados Unidos cresceu a um ritmo médio de 3,5% ao ano da década de 90 até 2007. Desde a crise de 2008 e 2009, porém, o avanço anual tem sido inferior a 2%.

Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra, observa que o Brasil está numa boa posição para crescer neste momento, com uma retomada que deve ter no terceiro trimestre o melhor desempenho econômico desde 2010. Ainda assim, ele projeta crescimento de 3,5% em 2013, inferior à média das previsões de mercado, de 4%.

Na quinta-feira, um discurso de Luiz Awazu Pereira da Silva, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), causou impacto e fez as taxas de juros no mercado futuro desabarem, indicando, para alguns, que a queda da Selic poderia ir além dos 7,25% (com mais um corte de 0,25 ponto porcentual) previstos para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

No discurso, Awazu disse que “o que está talvez surgindo como uma nova questão mais recentemente é o efeito da persistência desse quadro de crescimento medíocre por um período mais prolongado do que originalmente se antecipava, uma espécie de extensão do Japão pós-bolha”.

Recentemente, o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, disse que a economia mundial vai levar pelo menos dez anos para emergir da crise financeira iniciada em 2008. Isso significa que haverá mais de cinco anos ainda pela frente.

Kawall nota que há uma aparente contradição entre os mercados, com o índice S&P dos Estados Unidos tendo atingido na sexta-feira o seu nível mais alto desde o início da crise, e as perspectivas da economia global. Ele atribui o desempenho do mercado à disposição do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e do BCE de fazerem mais injeções de liquidez na economia.

No caso do Fed, é a terceira rodada de “afrouxamento quantitativo”, ou compra de títulos de longo prazo em poder de mercado, o chamado QE3, da sigla em inglês. Já o BCE tem o OMT, siga em inglês para “transações diretas de mercado”, que é um programa de compras ilimitadas de bônus emitidos pelos países da zona do euro. O OMT contribui bastante para reduzir o temor dos mercados de algum evento desastroso na Europa, como a ruptura do euro.

Reativação. O problema, porém, é que agora os mercados e os analistas começam a se dar conta de que remover o risco de um evento catastrófico não significa reativar a economia do mundo avançado.

Além das sucessivas decepções com a retomada americana (ainda que a taxa de desemprego tenha caído para 7,8% em setembro, o menor nível desde o início do governo de Barack Obama), há também o problema de que a crise do euro parece estar atingindo economias centrais, como a Alemanha e a França.

“As exportações da Alemanha já estão com crescimento praticamente zero”, diz Senna, da MCM. Um problema adicional para as perspectivas de crescimento do mundo é a política fiscal dos países ricos. Grandes economias como os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha e a França já estão fazendo ou devem fazer ajuste fiscal.

E há ainda os países com a dívida pública em trajetória insustentável, como lembra Kawall: “Já não estamos mais falando apenas da Grécia, mas também da Espanha e, eventualmente, da Itália, e de Portugal e Irlanda”.

A China, finalmente, busca reequilibrar sua economia, com crescimento mais voltado ao consumo interno, e menos às exportações e investimentos. A desaceleração chinesa afeta os exportadores de matérias-primas, como Brasil e Austrália. No caso australiano, os sinais recentes de fraqueza da economia levaram o banco central do país a reduzir inesperadamente os juros na semana passada.

Apesar de o crescimento brasileiro estar em aceleração, baseado no mercado interno, e com a política de estímulos e redução de juros, Senna e Kawall acham que a influência da economia global não pode ser ignorada. Há a queda das exportações, e a competição dos importados no mercado nacional.

Um problema adicional, avalia Kawall, é que vários setores industriais estão sendo afetados pela capacidade ociosa no mundo, o que desestimula os investimentos. Ele cita segmentos como siderurgia, mineração, papel e celulose e indústria química pesada. “Esse é um fator que pune a nossa recuperação do investimento”, conclui o economista.

Fonte: FMI

Situação da Espanha é bastante preocupante

04/10/2012

O desemprego na Espanha aumentou no terceiro trimestre de 2012 a 25,02% da população, em meio a recessão e as políticas draconianas de austeridade. No final de setembro, a Espanha tinha 5.778.100 de desempregados, 85.000 a mais que no trimestre anterior, um aumento que acelerou após o fim da temporada de verão, segundo o Instituto Nacional de Estatística. A taxa de desemprego no fim do segundo trimestre era de 24,63%.

O número de residências nas quais todos os membros estavam sem trabalho alcançou 1.737.900, um décimo do total das casas espanholas. As notícias ruins no mercado de trabalho afetam ainda mais o ambiente no país, que deve permanecer em recessão. O Banco da Espanha prevê para o terceiro trimestre uma queda do PIB de 0,4% enquanto o governo projeta um retrocesso de 1,5% para o conjunto do ano. Para reduzir o enorme déficit público, a Espanha iniciou um ambicioso programa de austeridade com o objetivo de cortar 150 bilhões de euros entre 2012 e 2014, sendo 39 bilhões em 2013, o que complica a retomada do crescimento e do emprego.

O governo previa um desemprego de 24,6% para este ano. As medidas anunciadas incluem aumento de impostos, entre eles o IVA, cortes salariais entre os funcionários, uma redução do seguro desemprego e reduções orçamentárias em setores como saúde e educação. O descontentamento social cresceu nos últimos meses ante esta política de rigor que estrangula em grande parte a população. Uma greve geral foi convocada para 14 de novembro.

Entre as 17 regiões autônomas da Espanha, Andaluzia, no sul, a mais povoada com 8 milhões de habitantes, continua sendo a mais castigada, com 35,42% de desempregados, uma cifra em contínuo aumento. Andaluzia padece com um setor da construção derrubado desde a explosão da bolha imobiliária em 2008. As menos afetadas são as regiões do norte do país, Navarra (14,95%), País Basco (15,48%) e Cantabria (15,71%). A Catalunha, região tradicionalmente rica e atualmente agitada por um fervor separatista, também acusou uma porcentagem de desemprego de 22,56%.

Por atividade, o número de desempregados aumentou no setor da construção (56.100 empregados a menos), nos serviços (32.700) e na agricultura (11.900), enquanto que diminuiu levemente na indústria (3.700 empregos a mais). Segundo previsões do governo, a Espanha terá 24,6% de pessoas buscando emprego no final de 2012, antes de uma leve redução em 2013, de 24,3%, que poderá se confirmar em 2014 com uma queda para 23,3%.

Fonte: Correio Brasiliense

O presidente do governo da Catalunha, Arthur Mas,  considerou na quarta-feira que a Espanha deveria solicitar o resgate aos sócios europeus o quanto antes para estabilizar a situação dos mercados financeiros e afirmou que considera o pedido é inevitável.
Um dia depois de o primeiro-ministro da Espanha, Mariano  Rajoy, ter negado que o pedido de resgate por parte da Espanha seria  iminente e passado uma imagem de unidade do país em seu compromisso com a consolidação fiscal, Mas deixou de lado o roteiro apresentado pelo  governo de Madri e fez um apelo para que se busque ajuda europeia.

“Sobre o resgate, minha opinião é que será inevitável,  porque governo espanhol necessita de ajuda, portanto quanto antes,  melhor”, afirmou Mas em uma coletiva de imprensa em Barcelona, de acordo com declarações postadas no Twitter por seu partido, Convergência e  União.
Com a Espanha no foco dos mercados devido às incertezas  sobre um possível pedido de resgate para suas finanças públicas, o  ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, porém, insistiu nesta  quarta-feira que o governo continua estudando se seria adequado para o  país e para o conjunto da zona do euro.

“A Espanha vai tomar a melhor decisão, considerando todos os elementos envolvidos … seria um risco tomar uma decisão em uma ou  outra direção sem ter todos os elementos”, declarou o ministro ao ser  questionado na comissão econômica do Congresso.

Mais de 500 famílias são despejadas por dia na Espanha

Órgão estima que, até o final do ano, mais de 180 mil famílias serão expulsas de suas casas

            Em meio à crise econômica que assola a Espanha, mais de  500 famílias são despejadas a cada dia no país por não pagar aluguel ou  prestações do financiamento imobiliário.
Desde 2008, já foram quase 400 mil execuções  hipotecárias. Somente no primeiro trimestre deste ano, o Conselho Geral  do Poder Judiciário (CGPJ), órgão do governo, registrou 46.559 despejos. Por dia, 517 famílias foram despejadas suas casas por inadimplência.
A Plataforma dos Afetados pela Hipoteca (PAH), entidade  criada para chamar atenção para o problema, estima que, neste ritmo, o  país terminará 2012 com mais de 180 mil famílias despejadas.
Ada Colau, ativista do direito à moradia e uma das  fundadoras da PAH, critica que a legislação ampare as entidades  bancárias, mas não os cidadãos que perdem o emprego e não podem pagar o  empréstimo.
Ela afirma que, na época do boom imobiliário, o governo  “facilitou o crédito de maneira irresponsável” e, agora, anuncia cortes  em gastos com educação e saúde, enquanto resgata a entidades bancárias.
A PAH reúne assinaturas para uma iniciativa legislativa  popular, na qual propõe, entre outras coisas, a paralisação dos despejos durante a crise e a destinação de residências desocupadas para o  aluguel social. “É preciso tratar a moradia como um direito.”
De bolha imobiliária a casas vazias
Entre 1997 e 2007, construíram-se 390 mil moradias por  ano na Espanha, e os preços dos imóveis aumentaram em 200%. Hoje, sobram casas vazias.
Segundo dado preliminar do Instituto Nacional de  Estatísticas (INE) para o Censo deste ano, entre 5 milhões e 6 milhões  de moradias no país estariam vazias, o que representa 20% do estoque  imobiliário residencial.
A Catalunha é uma das comunidades autônomas mais  atingidas pela crise imobiliária, onde são realizados 20% dos despejos  do país, segundo o CGPJ.
Em ações coletivas da PAH, famílias que perderam  judicialmente seus imóveis ocuparam quatro edifícios vazios embargados  por bancos na Catalunha.
Ocupação
Um edifício da rua Pompeu Fabra, em Terrassa (a 23 km de Barcelona), está ocupado por 11 famílias desde dezembro passado.
A ocupação foi uma forma de chamar a atenção das  autoridades para que pressionem as entidades bancárias e também a única  saída para que essas famílias tivessem um teto, ainda que provisório.
É o que explica José Arturo Ramírez, 44 anos, soldador  desempregado há quatro anos, que ocupa um dos apartamentos com a mulher, dois filhos, o genro e o neto.
Ramírez é uma das vítimas do setor mais castigado nesta  crise econômica, o da construção civil. “Ninguém tinha ideia de que  terminaria assim, mas os bancos, sim, sabiam. Era muito fácil conseguir  um financiamento”, lembra.
O soldador devolveu o imóvel, mas não quitou  completamente a dívida. O apartamento que pertenceu a ele, hoje,  continua vazio. “Queremos o diálogo com o governo e com as entidades  bancárias.”
Em meio às dificuldades, Ramírez evita fazer planos para o futuro. “Pensei em tirar minha própria vida. Hoje, sigo o conselho do  meu médico e vivo cada dia. Se eu desmorono, quem me levanta?”
No mesmo edifício ocupado, vive Soraya Urbano Oviedo, 31  anos, junto com o marido e os dois filhos. Quando ficou desempregada e o marido teve de fechar o negócio por causa da crise, propuseram ao banco um refinanciamento da dívida.
“A resposta foi que, se não pagássemos, nos tirariam a casa.”
Seu antigo apartamento também continua vazio. “Eu o vejo  diariamente. Me dá muita pena, está se deteriorando. Tenho vontade de  entrar lá”, confessa. “Não sei se voltaria a ‘ocupar’. Não é o que quero para os meus filhos.”
Soraya e Ramírez são uns dos poucos que conseguiram o  perdão de parte da hipoteca. A maioria não consegue, como Montserrat  Colomer, 34 anos, operária.
O apartamento onde mora já foi leiloado em 2010 e ela  pode receber um novo aviso de despejo a qualquer momento. “Se me tiram  da minha casa, vou ‘ocupar’ outra, porque meus três filhos não ficarão  na rua e ninguém vai tirá-los de mim”, avisa.
O dia da entrevista à BBC Brasil era aniversário do filho de 5 anos. Não houve festa, nem bolo. O próximo salário de Montserrat  está reservado para comprar os livros da escola.
Mais pobreza
A Cáritas, confederação oficial das entidades católicas  de caridade, registrou um aumento de 174,2% de pessoas atendidas de 2007 a 2011 nos serviços de acolhida e assistência, 3,5 vezes superior que  há dez anos.
A entidade passou a oferecer no ano passado serviços de  mediação de moradias, e 26% dos gastos em ajudas econômicas são  destinados a moradia, atrás somente das demandas por alimentos (39%).
Segundo um estudo da Cáritas, a pobreza é um fenômeno que nos últimos anos se tornou mais extenso, mais intenso e mais crônico no país.
 FONTE: YAHOO

IMIGRANTES podem retornar a seu país com ajuda do Programa de Retorno Voluntário

02/10/2012

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Fonte: Youtube

 

 

 

Com a crise na Europa, imigrantes voltam a seus países, mas americanos aprendem português em busca de empregos no Brasil

26/09/2012

 

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Fonte: Youtube

Hollande amplia as medidas de austeridade na França, assim como Grécia e Portugal, enquanto a economia americana apresenta leve crescimento

08/09/2012

O governo socialista da França insistiu nesta sexta-feira que levará os
cortes orçamentários adiante e prometeu uma reforma tributária no próximo ano,
contrariando rumores de que estaria abrandando medidas propostas durante a
campanha eleitoral, como a de impor uma alíquota tributária de 75 por cento aos
ricos. O presidente François Hollande, eleito em maio com a promessa de
estimular a retomada de crescimento e taxar mais pesadamente os ricos, disse
que, por causa da economia estagnada, é crucial que a França cumpra a meta de
limitar o déficit público a 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013,
sob risco de perder a confiança dos investidores.

 

Hollande disse que, ao não corrigir o valor dos gastos públicos no ano
que vem – exceto no que diz respeito a dívida e pagamentos de pensões -, seu
governo pode economizar 10 bilhões de euros, levando em conta o valor ajustado
pela inflação. Mas isso representaria apenas um terço dos mais de 30 bilhões de
euros que Hollande diz que a França precisaria economizar para cumprir a meta de
déficit do próximo ano, mantendo-se no rumo do equilíbrio orçamentário até o
final dos seus cinco anos de mandato.

 

 

 

 

Como o governo se recusa a demitir servidores públicos, a maior parte do
ajuste precisará ser feita via elevação da arrecadação tributária. “Esse será o
maior esforço em 30 anos”, disse Hollande em um ato público no qual prometeu uma
reforma tributária “audaciosa”, entre outras medidas.

 

 

 

 

Desde 2007, o déficit francês não fica aquém do limite exigido pela União
Europeia, de 3 por cento do PIB. Naquele ano, ficou em 2,7 por cento. Após a
crise dos últimos anos, que levou a dívida pública a 90 por cento do PIB,
Hollande disse que a administração da dívida já se tornou o segundo maior item
do orçamento, o que torna o ajuste mais complexo.

 

 

 

 

Os parceiros da França na UE veem o plano orçamentário como um teste
crucial para avaliar o entusiasmo de Hollande com as reformas, mas há poucos
sinais por enquanto de que ele fará mudanças profundas no ano que vem. A França
não consegue equilibrar seu orçamento desde 1974, e os gastos públicos
atualmente respondem por 56 por cento da produção econômica – valor que, no
Ocidente, só é superado pela Dinamarca.

 

 

 

 

O orçamento será apresentado em 28 de setembro, numa reunião de gabinete
que foi adiada em dois dias para que Hollande participe da Assembleia Geral da
ONU, em Nova York, segundo autoridades.

 

 

O futuro da Grécia está na Zona do Euro, mas sua permanência depende,
principalmente, de que o país respeite os compromissos firmados pelo governo
diante de seus parceiros europeus para aprovar o novo plano de contenção para os
próximos dois anos.

 

Essa foi a mensagem de apoio condicionado que o presidente do Conselho
Europeu, Herman Van Rompuy, entregou nesta sexta-feira ao primeiro-ministro
grego, o conservador Antonis Samaras.

 

 

“Estou convencido de que o futuro da Grécia está na Eurozona. Estou
convencido de que, contanto que a Grécia respeite seus compromissos, os
parceiros europeus continuarão apoiando que permaneça na Eurozona”, afirmou o
líder europeu em entrevista à imprensa após a reunião com Samaras.

 

 

Van Rompuy manifestou sua convicção de que o governo grego “levará a cabo seu
programa” de medidas de economia avaliado em 11,6 bilhões de euros que a UE
exige em troca de um novo pacote de ajuda financeira. Samaras, por sua vez,
pediu a Van Rompuy que o novo empréstimo, de 31 bilhões de euros, parte do
segundo resgate à Grécia, seja entregue a Atenas “o mais rápido possível, para
que haja a liquidez necessária para que o crescimento seja retomado”.

 

 

A Grécia precisa dos fundos para pagar os vencimentos da dívida dos próximos
meses e para fazer a recapitalização dos bancos, que já demora mais do que o
planejado. O pagamento não foi feito e sua aprovação depende do relatório dos
chefes de missão da Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo
Monetário Internacional, que chegaram hoje a Atenas para examinar o novo plano
de austeridade.

 

 

No domingo à tarde, os chefes da chamada troika se reunirão com o ministro
das Finanças grego, Yannis Sturnaras, e ao meio-dia de segunda-feira, com o
primeiro-ministro. Apesar da urgência, o plano de medidas de contenção não está
completamente fechado, e após uma polêmica demora, o conservador Samaras
anunciou hoje que fará uma reunião no domingo com membros de seu governo – o
social-democrata Evangelos Venizelos e o centro-esquerdista Fotis Kouvelis –
para tentar chegar a um consenso.

 

 

Os novos cortes, que já geraram grandes protestos entre os empregados
públicos e os sindicatos, não agradam a todos nos partidos do governo. Quatro
dirigentes do partido social-democrata Pasok enviaram nesta sexta-feira uma
carta ao Ministério das Finanças em que pedem que as pensões da Previdência e os
salários públicos mais baixos não sejam reduzidos.

 

 

Por sua vez, o partido centro-esquerdista entregou a Samaras uma proposta de
medidas alternativas que cortariam as despesas da Defesa e da Saúde, em vez da
Previdência. Por enquanto, Samaras comunicou a Van Rompuy que ordenou que o
processo de privatizações seja acelerado para obter renda e reduzir o déficit
público. Por outro lado, o Instituto de Estatística da Grécia divulgou hoje que
o Produto Interno Bruto recuou 6,3% no segundo trimestre do ano, mantendo a
recessão que já dura cinco anos.

 

 

Na quinta-feira, o Centro de Planejamento e Pesquisas Econômicas (Kepe),
ligado ao governo, avisou que se os novos cortes forem aplicados no prazo de
dois anos, o que é exigido por Bruxelas apesar das reivindicações gregas de
maior tempo, a recessão continuará também durante 2013 e 2014.

 

 

A oposição, liderada pela esquerda radical do Syriza, já manifestou sua
rejeição ao novo plano de austeridade e, seu líder, Alexis Tsipras, criticou
hoje Sturnaras, dizendo que a situação grega não pode ser comparada à crise
argentina de 2001.

 

 

“Quem dera fôssemos a Argentina. Eles passaram um mau momento mas conseguiram
se reerguer com dignidade. Por outro lado, os senhores estão nos levando a uma
situação pior, a uma situação de subjugação”, queixou-se Tsipras no
Parlamento.

 

 

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, anunciou
novas medidas de austeridade para 2013, no momento em que o país,
que recebe assistência financeira, tem dificuldades para honrar seus
compromissos de redução do déficit público. Passos Coelho anunciou um aumento
das contribuições para a Previdência Social pelos trabalhadores dos setores
público e privado. Em contrapartida, previu a redução das contribuições
patronais, a fim de favorecer a criação de empregos, quando que o desemprego
ultrapassa os 15% da população ativa.

 

 

 

 

“O governo decidiu aumentar as contribuições para a Previdência Social do
setor privado para 18%, o que permitirá, em contrapartida, reduzir as
contribuições patronais igualmente para 18%”, declarou o primeiro-ministro em
uma declaração à Nação. Até o momento, as contribuições dos funcionários do
setor privado são de 11%, enquanto as das empresas chegam a 23,75%. “Também
reduziremos consideravelmente os custos trabalhistas (…) e faremos isso no
momento em que a situação financeira de nossas empresas é muito frágil”,
acrescentou Passos Coelho.

 

 

 

 

Paralelamente a este anúncio, a troika (UE-BCE-FMI) credora de Portugal
continua a sua quinta avaliação das reformas e medidas de austeridade
implementadas pelo governo de centro-direita em troca de um pacote de socorro de
78 bilhões de dólares, concedido em maio de 2011 pela União Europeia e o FMI.
Mas a austeridade contribuiu para uma forte contração da economia, de 3,3% no
segundo trimestre, enquanto o governo espera um decréscimo de 3% para todo o
ano.

 

 

 

 

O desemprego aumentou e o governo prevê para o próximo ano uma taxa
recorde de 16%. “O desemprego atingiu um nível intolerável”, observou o
primeiro-ministro. A recessão também causou uma redução acentuada das receitas
fiscais e a meta do governo de reduzir seu déficit para 4,5% do PIB até o final
do ano parece impossível de alcançar.

 

 

 

 

Representantes da oposição de esquerda e vários observadores têm
recomendado ao primeiro-ministro que obtenha da Troika uma ajuda adicional ou
prazos mais estendidos para restabelecer a situação econômica, mas Passos Coelho
continua a rejeitar estas ideias, dizendo que não irá pedir aos credores “nem
mais tempo, nem mais dinheiro”.

 

 

O departamento do Trabalho do governo dos Estados Unidos informou
que houve uma queda na taxa de desemprego de agosto, a marca atingiu
o nível de 8,1%. Em contrapartida, o país registrou uma forte queda no índice de
criação de emprego, 96 mil postos foram gerados, 32% a menos que julho.

 

 

 

A taxa de desemprego retrocedeu 0,2% em relação a julho, atingindo a
marca de 8,1% em dados corrigidos de variações sazonais, o nível mais baixo em
mais de três anos, que já havia sido alcançado em abril.

 

 

 

Os números revelados hoje contrariam as expectativas de analistas, que
esperavam uma desaceleração menor contratações, de 130 mil novos postos, e uma
taxa de desemprego estável em relação a julho, de 8,3%. Isso é atribuído a uma
diminuição da população ativa, indicou o Departamento em um comunicado. “A
quantidade de pessoas sem emprego não variou muito, caiu a 12,5 milhões”, assim
como o desemprego de longa duração, que afeta 40% dos desempregados.

 

 

 

As criações de postos de trabalho não foram suficientes para absorver os
recém-chegados ao mercado do trabalho. Segundo o presidente do Federal Reserve
(banco central americano), Ben Bernanke, os Estados Unidos precisam de 100 mil a
110 mil novos empregos por mês para manter a taxa de desemprego estável e
impedir um aumento.

 

Fonte: Terra

 

Crise em Portugal aprofunda-se nos últimos meses

30/08/2012

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Fonte: Youtube

Selic a 7,25%, corte no compulsório e manutenção do IPI zero são medidas que não impediram o crescimento do PIB brasileiro apenas em 0,9%, no terceiro trimestre

30/08/2012

PIB do Brasil em 2012

1º e 2º
Trimestres  de 2012

– O PIB (Produto
Interno Bruto) do Brasil no primeiro trimestre de 2012, divulgado pelo IBGE em 1
de junho, apresentou um crescimento de apenas 0,1% entre janeiro e março. Foi um
crescimento fraco que aponta um processo de desaceleração da economia em
2012.

– Já no 2º
trimestre de 2012 (abril a junho) a economia brasileira voltou a decepcionar
registrando um aumento fraco de 0,4% (dados divulgados pelo IBGE em 31 de
agosto) em comparação ao trimestre anterior. As medidas do governo (queda de
juros e redução de IPI para alguns setores da economia) não resultaram no
crescimento econômico esperado.

– Nos últimos
doze meses (até junho de 2012) o PIB brasileiro cresceu apenas 1,2%.

Principais
fatores que causaram o fraco crescimento do PIB no primeiro trimestre de
2012:

– Crise econômica
na Europa;

– Queda no
consumo interno (principalmente das famílias), provocado principalmente pelo
aumento do endividamento das famílias;

– O aumento das
importações (maior que as exportações) e o clima prejudicaram o setor
agropecuário que apresentou uma retração de 7,3%.

– O crescimento
fraco do setor de serviços: apenas 0,6%.

Os fatores que
ajudaram a queda não ser maior:

– O setor
industrial, movido pelo aumento das receitas das industriais, apresentou um
crescimento de 1,7%.

– Os gastos do
governo aumentaram 1,5%

Reação do
governo

Com o objetivo de
acelerar o crescimento do PIB em 2012, o governo brasileiro vem adotando algumas
medidas como, por exemplo, diminuição da taxa de juros (Selic). Redução de
impostos como, por exemplo, o IPI (Produto sobre Produtos Industrializados) para
alguns setores da economia (eletrodomésticos, automóveis, materiais de
construção) também faz parte do arsenal do governo para evitar a desaceleração
da economia brasileira.

Perspectivas

De acordo com
muitos economistas, o PIB brasileiro deve crescer de 1,5% a 2,5% em 2012, em
função do agravamento e contaminação das economias dos países emergentes pela
crise europeia.

Comparação do
crescimento do PIB brasileiro com de outros países no 1º trimestre de 2012 (em
relação ao trimestre anterior):

– Brasil:
0,1%

– Espanha:
-0,3%

– Reino Unido:
-0,2%

– Itália:
-0,8%

– Alemanha:
0,5%

– Estados Unidos:
0,5%

– Japão: 1%

O decepcionante resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre consolidou entre analistas a ideia de que o governo Dilma precisa destravar os investimentos se quiser acelerar o ritmo de crescimento do País. É uma avaliação consensual, mesmo entre profissionais de “escolas” econômicas diferentes. A questão é como alcançar esse objetivo. Para alguns, o problema está na oferta da economia, estrangulada pelo conhecido – e abominado – custo Brasil. Para outros, o desafio continua a ser a demanda, que precisa ser estimulada ainda mais para despertar o “espírito animal” dos empresários.

No terceiro trimestre, os investimentos no País, medidos pela chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), caíram 2% na comparação com os três meses anteriores e 5,6% em relação ao mesmo período de 2011. Foi o quinto trimestre seguido de recuo no indicador. Não à toa, o governo promete, já para esta semana, novas medidas para tentar estimular os investimentos. “Vamos continuar com a desoneração da folha de pagamentos em 2013”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, logo depois que os dados trimestrais foram divulgados.

Se as medidas se confirmarem, o governo repetirá parte da estratégia adotada – com resultados modestos – para acelerar a expansão: reduzir os custos, sobretudo da indústria, para permitir uma folga de recursos que possa ser destinada a investimentos. Os especialistas, de forma geral, avaliam que o foco deve ser mesmo a indústria, que tem sofrido mais que os serviços e o agronegócio nos últimos anos.

“A produtividade da indústria caiu, em média, 1% ao ano entre 2001 e 2011, enquanto a mesma medida para o agronegócio mostrou expansão de 3% e, nos serviços, de 1,1%”, nota José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica da Fazenda. “Estamos assistindo a um claro processo de desindustrialização do País”, emenda Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp e um dos principais conselheiros econômicos no governo Lula.

As razões da derrocada industrial passam pela valorização do real ante o dólar, pela concorrência chinesa, pelo custo Brasil e pela crise global, que levou a uma superoferta de manufaturados. “A indústria tem importante efeito de dinamização sobre o resto da economia, ainda que represente cerca de 25% do PIB, ante 65% dos serviços”, argumenta Belluzzo.

O consenso, portanto, é o de que o investimento precisa crescer, notadamente na indústria. A divergência está em como chegar lá. Os economistas que seguem a linha batizada de ortodoxa, como Mendonça de Barros, defendem menos intervenção do governo na economia e prioridade para medidas estruturais, como a reforma tributária. As informações são do jornal

O ex-presidente do Banco Central no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Henrique Meirelles, afirmou que o consumo das famílias no Brasil ainda tem um potencial marginal de expansão. Segundo ele, a situação do País é diferente em relação ao apresentado por outras nações, como a dos EUA, onde o endividamento dos cidadãos era muito grande nos últimos anos e passa por um processo de desalavancagem, o que não permite o avanço expressivo da demanda agregada.

“Os EUA sofreram com problema de redução de consumo”, destacou Meirelles. “O Brasil tem uma situação estrutural diferente, pois o sistema financeiro é saudável e a dívida pública é cadente”, disse.

De acordo com Meirelles, a estabilidade econômica registrada nos últimos anos gerou um bônus ao Brasil, o que permitiu alguns efeitos positivos, como a elevação do crédito, que subiu de 25% para 50% do PIB.

Para Meirelles, a expansão da geração de empregos no Brasil está chegando ao limite, o que deve provocar uma moderação no ritmo de concessão de crédito às famílias.

Meirelles acredita que o País tem perspectivas favoráveis de incremento da economia nos próximos anos, desde que invista mais em infraestrutura e aumente o nível de eficiência das empresas. “O Brasil está entrando na fase da produtividade, depois de ter passado pela fase da estabilização”, comentou.

Segundo o ex-presidente do BC, é fundamental que o avanço dos investimentos em infraestrutura no País conte com a maior participação de empresas particulares. “O Estado não tem recursos para realizar investimentos sozinho. A abertura para o setor privado é absolutamente necessária. A boa notícia é que há investidores interessados nesses projetos”, destacou. Meirelles participou na manhã desta sexta-feira de fórum da revista Exame.

 Nesse sentido, o Banco Central (BC) anunciou em 14/9/12 mudanças que devem injetar R$ 30 bilhões na economia. A autoridade monetária reduziu a alíquota do compulsório – parte dos depósitos dos clientes que os bancos são obrigados a deixarem nos cofres do BC – sobre depósitos à vista e a prazo. A diretoria da autarquia ainda permitiu que até metade do recolhimento compulsório adicional sobre depósito a prazo seja cumprida mediante aquisição de letras financeiras (LF) e carteiras de crédito. Essa regra passa a vigorar a partir de hoje.

A alíquota adicional incidente sobre os depósitos à vista foi reduzida de 6% para zero, e passa a vigorar a partir de hoje. Em relação ao depósito a prazo, a alíquota adicional foi reduzida de 12% para 11%, e surtirá efeito a partir de 29 de outubro de 2012.

Esse conjunto de medidas deve liberar, nos próximos meses, em torno de R$30 bilhões do estoque atual de R$380 bilhões de depósitos compulsórios, o que contribuirá para alongar o perfil de captação do sistema e melhorar a distribuição da liquidez no mercado interbancário.

“Essa decisão simplifica a estrutura de recolhimentos compulsórios, com a eliminação do adicional sobre depósitos à vista, reduz os custos da intermediação financeira e fornece melhores condições para o setor operar de maneira mais eficiente, em linha com as mudanças estruturais por que passa a economia brasileira”.

O Banco Central também anunciou em 29/8/12 o nono corte consecutivo da taxa básica de juros, que caiu de 8% para 7,5% ao ano, novo mínimo histórico. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC também deixou aberta a possibilidade de nova redução da taxa Selic na sua próxima reunião, em 9 e 10 de outubro, mas indicou que essa possível redução deverá ser menor.

Em nota, o BC informou que a decisão de sua diretoria foi unânime. Disse ainda que os cortes já realizados se refletem, em parte, na recuperação da atividade econômica. Por isso, entende que, se o cenário econômico “comportar um ajuste adicional” nos juros, “esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia.”

A decisão já era esperada pela maior parte do mercado financeiro, que prevê agora um corte de mais 0,25 ponto porcentual daqui a 40 dias, como mostravam hoje os contratos de juros negociados na BM&F Bovespa, que também servem de referência para as taxas cobradas do consumidor.

Parte dos analistas, no entanto, acha que o BC vai levar a taxa básica a 7% neste ano. Há ainda aqueles que projetam que o BC vai parar de cortar os juros neste ano para não ser levado a subir novamente a taxa no começo de 2013, quando crescimento e inflação devem ser maiores do que em 2012.

A taxa básica de juros está em queda desde agosto do ano passado, quando o BC surpreendeu o mercado e começou a reduzir a Selic, então em 12,5% ao ano.

Também o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou prorrogação do corte de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, por dois meses. De acordo com ele, com a medida, o governo deixará de arrecadar R$ 800 milhões nesse período e terá a contrapartida de manter o nível de emprego e redução de preços para o consumidor.

– A reação (da indústria automotiva) foi mais rápida e o custo é maior – afirmou Mantega que falou que a medida ainda ajuda na inflação.

Ele anunciou ainda a redução de imposto para bens de capital, ou seja, máquinas e equipamentos até o fim do ano que vem. A renúncia fiscal será de R$ 1,1 bilhão.

Mantega também anunciou a prorrogação do corte de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para materiais de construção até o fim do ano que vem. O benefício terminaria no fim de dezembro de 2012. A lista é de produtos é extensa. As alíquotas caíram de 15% para 4% ou de 10% para zero.

A renúncia fiscal é de R$ 1,8 bilhão para os cofres públicos no ano que vem. Além de renovar, o governo ampliou a lista e incluiu pisos laminados, pisos de madeira sólida e até pisos vinílicos e dry wall. A alíquota do tributo passou de 5% vai para zero. A renúncia fiscal será de R$ 84,2 milhões até o fim deste ano e R$ 3,75 milhões para o ano que vem.

Além disso, a prorrogação do corte de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os eletrodomésticos conhecidos como “linha branca” também foi anunciada nesta quarta-feira. O benefício terminaria no dia 31 de agosto e foi estendido até o fim deste ano.

A alíquota do IPI para fogões caiu de 4% para 0%. Para tanquinhos, passou de 10% para 0%. Refrigerador deixou de pagar 15% para 5% até 31 de dezembro. Já para máquinas de lavar, o tributo passou de 20% para 10%. A renuncia fiscal é de R$ 361 milhões de setembro até dezembro. Essa desoneração é válida só para produtos de eficiência energética A.

– Nós obtivemos um resultado muito bom com a redução do IPI e vamos continuar com essa redução – disse o ministro.

Mantega informou ainda que foi prorrogado a redução de IPI de móveis, painéis e laminados também até o fim do ano. Esse benefício venceria no dia 30 de setembro. A alíquota de móveis passou de 5% para 0%.

Como efeito das medidas que estavam em vigor, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) caiu para 11,1% em julho ante os 11,2% em junho, segundo Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada nesta quarta-feira pela Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O contingente estimado de desempregados da RMSP no mês passado foi de 1,220 milhão de pessoas, com 2 mil pessoas a menos do que no mês anterior. Segundo os técnicos da Seade e do Dieese, tal comportamento se deveu à criação de 84 mil postos de trabalho (0,9%), praticamente o mesmo número de pessoas que se incorporaram à força de trabalho da região (82 mil, ou 0,8%).

Ainda de acordo com a PED, a renda média real dos ocupados na RMSP em junho cresceu 2,5% em relação a maio, passando a R$ 1,658 mil. Já a renda média real dos assalariados cresceu 0,9% na passagem de maio para junho, para R$ 1,675 mil.

 

Regiões

No conjunto das 7 regiões metropolitanas onde a Fundação Seade e o Dieese realizam a pesquisa, a taxa de desemprego no conjunto ficou estável em julho na comparação com junho, em 10,7%. A PED é realizada nas regiões metropolitanas do Distrito Federal, de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, do Recife, de Salvador e de São Paulo.

De acordo com a Seade e o Dieese, o nível de ocupação ficou em 0,6% e representou a criação de 119 mil postos de trabalho, número insuficiente para absorver as 133 mil pessoas que ingressaram na força de trabalho no conjunto das regiões. Isso resultou em um pequeno aumento de desempregados, que ficou em 14 mil pessoas. O total ocupado nas sete regiões pesquisadas foi estimado em 20,198 milhões de pessoas e a População Economicamente Ativa (PEA) fechou em 22,617 milhões.

O nível de ocupação elevou-se em quase todas as regiões: Salvador (1,2%); Fortaleza (1%); São Paulo (0,9%); Porto Alegre (0,9%) e Distrito Federal (0,7%). Permaneceu relativamente estável em Belo Horizonte, com pequena queda de 0,3%. Já em Recife houve um recuo mais acentuado, de 1,4%.

O rendimento médio real dos ocupados nas sete regiões cresceu 1% em junho ante maio, para R$ 1,495 mil. O rendimento real dos assalariados subiu 0,1% na mesma base de comparação, para R$ 1,533 mil.

Com base no “decepcionante” crescimento de 0,6% do PIB brasileiro no terceiro trimestre desse ano em relação ao anterior, a agência de classificação de risco Austin Rating revisou sua estimativa de expansão do PIB para 2012 de 1,7% para 0,9%, muito abaixo do esperado pelo federal.

“O resultado decepcionou e ficou muito aquém do cenário de recuperação esperado para ocorrer a partir do terceiro trimestre”, segundo relatório do economista chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Na segunda-feira, a expectativa dada pelo mercado no Boletim Focus era de uma elevação de 1,50%. Na semana passada, Mantega havia afirmado que o PIB cresceria 1,2% no terceiro trimestre – e que, “se tudo desse errado”, iria subir 1,7%.

Os resultados do terceiro trimestre reafirmam que a letargia da economia brasileira continua no segundo semestre, segundo Agostini. O economista projeta que o último trimestre deverá crescer 1,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, sustentado em grande medida pelo PIB da agropecuária e serviços, além do retorno do crescimento do PIB da Indústria que deverá crescer 0,8%. Para 2013 a projeção foi mantida em 3,7% por enquanto.

Para a Austin Ratings, os dados indicam que o modelo de crescimento brasileiro fomentado pela maior oferta de crédito, principalmente através bancos públicos, além da queda na taxa básica de juros e as prorrogações das isenções de IPI, ainda não está esgotado. “Tais medidas contribuirão para reverter o atual processo de desaceleração da atividade econômica, principalmente no que tange ao setor industrial”, afirma o relatório, que também defende a reativação dos investimentos para sustentar o crescimento no médio e longo prazo. “O modelo atual tem riscos de saturação em um horizonte de 5 a 10 anos”, afirma o material.

PIB

O IBGE divulgou em 30/11/12 os resultados do PIB referente ao terceiro trimestre de 2012, que apresentou crescimento de apenas 0,6% sobre o 2º trimestre de 2012, com ajuste sazonal (2,4% anualizado), e expansão de 0,9% na comparação contra o mesmo trimestre do ano anterior

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rejeitou a crítica de que as medidas de estímulo à economia que vêm sendo adotadas pelo governo sejam paliativas e argumentou que o conjunto de ações tem efeito estrutural. Para ele, não há esgotamento do modelo de estímulos usado para impulsionar a economia brasileira.

“Achar que reduzir a taxa de juros para esse patamar é uma medida paliativa é uma piada. Isto é uma medida estrutural na economia brasileira. A redução de tributos, como nós estamos fazendo, é uma mudança estrutural. Desoneração da folha de pagamentos é uma mudança estrutural”, disse durante entrevista coletiva sobre o crescimento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na oportunidade, ele anunciou que novas medidas de estímulo, no âmbito financeiro, devem ser anunciadas na próxima semana.

Para o ministro, essas ações do governo compõem um processo de transformação, que resultarão em uma economia mais competitiva, com custos financeiros e tributários menores, além de gerar maior oferta de infraestrutura. “É um conjunto de medidas estruturais”, definiu.

De acordo ele, as medidas com objetivos de curto prazo são minoritárias, representadas por ações como redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca e automóveis.

Além disso, algumas das medidas, como a desoneração da folha de pagamentos e a redução das tarifas de energia, futuramente, surtirão efeitos na economia, já que devem entrar em vigor apenas no próximo ano.

Outras ações já tomadas, por sua vez, devem demorar a apresentar resultados, como a redução da taxa de juros. “Todo mundo sabe que ela não surte efeito imediato, exige alguns meses para fazer efeito. Isso tem sido retardado pela crise internacional, que causa uma expectativa negativa na economia internacional”, declarou.

A desvalorização do câmbio, de acordo com ele, é outro caso de medida que precisa de tempo para mostrar resultados na economia. Isso porque os exportadores já haviam feito vendas no mercado futuro, com outro câmbio. “Então, a economia está se adaptando a essa nova situação, muito mais estimulante para a produção. E ela já está começando a surtir efeito”, informou.

 

 

Fonte: Exame
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