Envelhecer no Brasil: do preconceito à aposentadoria indigna
FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
“Os velhos não servem pra nada. São um peso para a família!”, são frases mais corriqueiras do que se imagina, principalmente com o envelhecimento da população que acontece no país. Frases muito comuns num sistema que decanta a eterna juventude em prosa e verso, mostrando que envelhecer no Brasil está sendo algo muito difícil.
O filme “Chuvas de Verão” (1977), de Cacá Diegues, contém uma cena antológica e considerada revolucionária ao mostrar os corpos nus da atriz Miriam Pires e do ator Jofre Soares em uma cena de amor e sexo.
A cena provocou risos na plateia jovem por não aceitar que idosos pudessem fazer sexo, quando Diegues pretendia justamente mostrar como a vida pulsa até o seu último suspiro.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a expectativa de vida no país em 2015 era de 75,5 anos. E como as famílias têm diminuído de tamanho, a estimativa é de que a população de idosos supere a de crianças. Os estudos mostram que a população idosa passará de 19,6 milhões, em 2010, para 66,5 milhões de pessoas, em 2050. A população atual do Brasil é de pouco mais de 207 milhões.
Por causa disso, foi criado o Estatuto do Idoso em 2003, no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que em seu Art. 2º assegura que os idosos devem ter mantidos “todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana” e “todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade”.
Para o médico especialista Jorge Félix, essa realidade “é uma questão socioeconômica que o país realmente não está preparado para enfrentar. Nem o setor público, nem as empresas, nem os próprios indivíduos – que ainda não têm a consciência plena de que irão viver, em média, até 90 anos – estão preparados”.
O Instituto Datafolha divulgou nesta terça-feira (28) uma pesquisa onde mostra que para 90% da população existe preconceito em relação aos idosos. Muito embora, eles apareçam no levantamento como responsáveis, educados e honestos, também são vistos como pouco produtivos, sem criatividade, pouco ativos, muito preconceituosos e não sabem se comunicar.
Além de enfrentar as dificuldades inerentes ao avanço da idade, os idosos enfrentam o dilema de receber uma aposentadoria insuficiente para uma vida equilibrada. Segundo a Secretaria de Previdência Social, existem no país pouco mais de 19 milhões de aposentados, segundo a Secretaria de Previdência Social, sendo que cerca de 70% deles recebem um salário mínimo, que é de R$ 937 e no ano que vem será de R$ 965, se o presidente ilegítimo Michel Temer não diminuir novamente.
“Isso é coisa de velho”
De acordo com dados de 2016 da Organização das Nações Unidas (ONU), um em cada três idosos brasileiros apresenta alguma limitação funcional. Sendo que 80% — cerca de 6,5 milhões de indivíduos — recebem ajuda de familiares para realizar alguma atividade do cotidiano, mas 360 mil não podem contar com o apoio dos parentes.
Por isso, 33,9% dos aposentados continuam trabalhando, de acordo com pesquisa, de 2016, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.
Para 46,9%, a renda é insuficiente por isso precisam continuar trabalhando. Já 23,2% sentem a necessidade de “ocupar a mente”, enquanto 18,7% querem sentir-se produtivos e 9,1% trabalham para ajudar no orçamento doméstico.
Mesmo assim, o preconceito corre solto para dificultar a vida de quem já fez o que pode para tornar as coisas mais fáceis. Tanto que ganha força o termo gerontofobia (preconceito contra os idosos).
Muitas vezes quando há um conflito entre idosos e jovens ouve-se a frase “isso é coisa de velho” para justificar o desacordo e não resolver o problema pendente. Estudiosos apontam a convivência entre jovens e idosos para acabar com o preconceito, além de mostrar aos mais jovens o que representa o processo de envelhecimento e que eles também chegarão lá um dia.
Uma mulher postou em sua rede social que “toda vez que uso o transporte público fico reparando nas atitudes dos idosos. Tem dias que sou a primeira da fila a pegar o ônibus, aí chega algum idoso e passa na minha frente como de direito e claro respeito, porém, ao entrar no ônibus o senhor (a) acaba sentando no banco que não é de idoso. Daí fico pensando, por que não senta no banco de idoso (que é de direito) e deixa os outros bancos livres para os outros passageiros que não são idosos”.
Outro internauta escreve que “eu acho puta sacanagem idosos pegarem transporte público no horário de pico, tu tá indo ou vindo do trabalho, o ônibus tá lotado e tem muitos idosos ocupando bancos que não são de idosos, tu acaba tendo que ficar em pé”.
Maus-tratos
Mas ocorrem relatos de violência e maus-tratos a idosos, justamente por quem mais deveria cuidar deles, os familiares. Em São Paulo, Benedito, de 82 anos, denuncia violência física em uma entidade filantrópica. O estado é o campeão de relatos de maus-tratos a idosos pelo Disque 100.
Já o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios apresenta o Mapa da Violência contra a Pessoa Idosa do Distrito Federal, no qual, em 2016, foram registradas 1.157 denúncias de violência contra idosos, contra 1.097 em 2015. Pior ainda é que em 59,1% das reclamações referem-se a violências causadas pelos próprios filhos.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro anuncia ter recebido recebeu 1.406 denúncias de violência contra idosos e pessoas com deficiência. No mesmo período de 2016, os registros foram de 611 denúncias.
Como se vê a vida das pessoas acima dos 60 anos não está anda fácil num país tomado pelo ódio. Inclusive internautas criticam os assentos preferenciais em transporte público.
Por isso, Bahij Amin Auh, vice-presidente do Conselho Nacional da Pessoa Idosa, acredita na necessidade de “um amplo programa educacional para que toda a população tenha noções básicas sobre o processo de envelhecimento, para que valorize e respeite a pessoa idosa”.
Fonte: Portal Vermelho
Mais de um milhão de pessoas deixaram de ter plano de saúde
Números do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostram uma queda de 2,2% no mercado brasileiro de planos de saúde em maio, na comparação com o mês anterior.
Reprodução
A diminuição representa uma perda de cerca de 1 milhão de vínculos, reduzindo o total de benefícios de beneficiários de planos de saúde a 47,36 milhões. Os dados fazem parte da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), elaborada pelo IESS.
O instituto aponta que a retração registrada nos planos de saúde está alinhada com a queda no total de postos de trabalho em abril, de 2,8%, segundo dados do Ministério do Trabalho. De acordo com o NAB, mais de 221 mil vinículos foram rompidos somente nos últimos três meses.
Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, crê que não haverá uma recuperação dos vínculos perdidos nos planos de saúde enquanto o saldo de empregos no país não voltar a crescer. “Ainda não há indicação segura de que o mercado irá mudar a tendência e retomar o crescimento nos próximos meses”, analisa.
Apesar da queda de beneficiários de planos médico-hospitalares, o número relacionado aos planos exclusivamente odontológicos cresceu, sendo que entre maio deste ano e o mesmo mês do ano passado, 1,6 milhão de novos vínculos foram firmados neste tipo de plano, uma alta de 7,7%.
“As famílias têm mais facilidade de acessar esse serviço, mesmo com a redução da renda média; enquanto as empresas, mesmo em um momento de crise econômica, enxergam nos planos exclusivamente odontológicos um benefício com custo mais acessível para oferecer aos seus colaboradores”, diz Carneiro
Fonte: Portal Vermelho
STJ valida regras de reajuste de planos de saúde por faixa etária
Decisão dificulta vida do consumidor, que continuará a ter de recorrer à Justiça
Pesa no bolso. Aos 78 anos, Ana Maria briga na Justiça parar reduzir a mensalidade de R$ 4.500 do plano de saúde – Guito Moreto / Guito Moreto
Quando a Justiça retornar do recesso, no dia 23, voltam a tramitar cerca de 1.400 processos que estavam suspensos à espera de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a respeito do reajuste de planos de saúde para os idosos. A decisão final do STJ, publicada dois dias antes do início da pausa do Judiciário, em 19 de dezembro, reconhece a legalidade do aumento das mensalidades por faixa etária, a menos que se caracterize abusividade. A sentença, dizem especialistas, não facilita em nada a vida dos 5,8 milhões de brasileiros usuários de planos de saúde acima de 59 anos, que terão de continuar a recorrer à Justiça, caso considerem que os percentuais aplicados às mensalidades são abusivos.
— A decisão do STJ não deixa o consumidor numa situação vantajosa, pois, mesmo sendo abusivo o aumento, o usuário terá de ajuizar a ação para, somente após decisão, simplesmente readequar o reajuste — ressalta o subcoordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Rio, Eduardo Chow.
Professora aposentada, Ana Maria Gusmão, de 78 anos, desembolsa R$ 4.500 por mês com o seu plano de saúde, despesa que vem pesando no bolso. Depois de uma fracassada tentativa de acordo com a Bradesco Saúde, a professora decidiu recorrer à Justiça na esperança de reduzir a mensalidade.
— Sou aposentada do estado, e tenho usado o plano só para fazer exames. É um plano top, tenho interesse em mantê-lo, mas está cada dia mais difícil. Para mudar, há exigências de carência, e dificilmente se consegue um bom preço por planos individuais — afirma Ana Maria.
ORIENTAÇÃO PARA OS DEMAIS TRIBUNAIS
O contrato de Ana Maria é anterior à lei 9.656, de dezembro de 1998. Apesar disso, ressalta sua advogada, Luciana Gouvêa, a operadora enquadrou-o, em 2005, na nova legislação para reajuste:
— A operadora alega que os reajustes estariam de acordo com a lei vigente, o que não corresponde à verdade, por se tratar de um contrato anterior a dezembro de 1998. Sendo assim, devem ser respeitados os seus direitos conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor. Estávamos aguardando a decisão do STJ e agora resta saber a do juiz que se ocupa do processo.
A sentença do STJ, explica o presidente da Comissão de Relações Institucionais da OAB-RJ, o advogado Vitor Marcelo Rodrigues, é importante pois orienta os juízes das instâncias inferiores. Rodrigues afirma que, em decorrência dos aumentos abusivos nas mensalidades praticados pelos planos de saúde, centenas de ações foram distribuídas em Tribunais Estaduais com o intuito de discutir a validade da cláusula contratual que prevê esse aumento com base na mudança de faixa etária do usuário. Alguns desses processos foram julgados e, em grau de recurso, chegaram ao STJ (última instância para esse tipo de ação). Para evitar decisões conflitantes, dar mais celeridade, garantir a isonomia e a segurança jurídica no julgamento de recursos especiais que tratem da mesma controvérsia jurídica, esclarece Rodrigues, foram criados os chamados Recursos Repetitivos, pela lei 11.672/2008.
— Um recurso é considerado repetitivo quando se identifica que existe uma multiplicidade de recursos fundamentados em idêntica questão jurídica. É verdade que os magistrados não são obrigados a replicar a decisão do STJ, mas o entendimento da Corte superior tem papel importante de orientação — explica Rodrigues.
A analista de sistema Margaret Salles, de 62 anos, e o marido, o engenheiro civil Sérgio Salles, de 67, que pagavam R$ 9.592 pelos planos individuais da SulAmérica, obtiveram decisão liminar favorável na Justiça. Com o desfecho, a mensalidade de Salles caiu para R$ 2.680 e a de Margaret, para R$ 3.546, uma redução de quase um terço no desembolso mensal do casal com o plano.
— Nós, idosos, não podemos ficar sem plano de saúde, até porque não temos como contar com a saúde pública. Não é luxo, mas uma necessidade. Mas também não dá para desembolsar uma fortuna pelo direito de ter um atendimento médico digno — queixa-se Margaret, que ainda não tem a sentença final do seu processo.
De fato, os gastos com saúde dobram com o envelhecimento, afirma com o superintendente adjunto para inflação da FGV/Ibre, Salomão Quadros. Enquanto as despesas com planos de saúde e medicamentos representam 7% para a a população em geral, no orçamento dos idosos pesam praticamente o dobro, 12%. Só em 2016, os preços de planos de saúde para essa faixa etária ficaram 13,2% mais altos. Os dados são da inflação dos idosos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) da FGV/Ibre, que registrou alta de 6,07% em 2016, um pouco abaixo dos 6,29% acumulados pelo IPCA.
Procurado sobre a queixa de Ana Maria, o Bradesco Saúde disse que não comenta casos levados à apreciação do Judiciário. Já a SulAmérica, operadora dos Salles, afirma que os reajustes aplicados estão em conformidade com as regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e acrescenta que incidem na mensalidade os reajustes anual e de mudança de faixa etária, conforme informado aos clientes no ato da contratação do plano.
Na avaliação de Claudia Silvano, presidente da Associação Brasileira de Procons (ProconsBrasil), a decisão do STJ tem como ponto positivo o fato de reforçar que não podem ser aplicados percentuais “desarrazoados ou aleatórios” que onerem excessivamente ou discriminem o idoso:
— Isso é positivo para o beneficiário. Pegávamos contratos em que, quando a pessoa passava de 60 anos, o reajuste chegava a 70%. Isso fazia com que o usuário fosse chutado do plano. Esta é a grande questão.
Para Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde, que representa as empresas do setor, a decisão da Corte põe um ponto final no debate sobre a discordância do reajuste por faixa etária. Ela acrescenta:
— O cálculo de reajuste das mensalidades leva em consideração, entre outras questões, o equilíbrio nas despesas assistenciais entre jovens e idosos, o chamado sistema de mutualismo.
Especialista em direito à saúde, o advogado Rodrigo Araújo discorda de Solange. Araújo afirma que, na verdade, o que se discute não é se deve ou não ser permitido o reajuste etário para idosos, mas o quão maior pode ser de fato esse custo:
— O Estatuto do Idoso, ao excluir os reajustes etários que, àquela época, estavam previstos para 60 e para 70 anos, pretendeu diminuir o impacto que o aumento total de 500% entre a primeira e a última faixa etária (permitido pela ANS) causava para os idosos. Manter esses mesmos 500% e antecipar o último reajuste para 59 anos não é proteger o idoso, mas obrigá-lo a cancelar o plano de saúde antes por absoluta falta de condição para continuar pagando.
E a sentença do STJ, diz o advogado Caio Fernandes, deixa claro que o reajuste por faixa etária é válido desde que haja tal previsão no contrato, que sejam atendidas as normas legais, que os percentuais aplicados não sejam incoerentes.
ESPECIALISTA DEFENDE AUMENTO DE FAIXAS
Para diluir o peso desse reajuste, a diretora-executiva da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), Luciana Silveira, defende a revisão das regras sobre os reajustes por idade. Ela acredita que aumentar o número de faixas, para além dos 60 anos, seria pertinente neste momento em que se debate a reforma da Previdência e a ampliação da idade mínima para aposentadoria para 65 anos. Ela lembra que o novo parâmetro manterá o brasileiro mais tempo no mercado de trabalho e assim numa carteira de saúde corporativa.
— Não é simples de se fazer, pois está na lei e no Estatuto do Idoso. Mas acredito que diluir mais os reajustes seria uma das saídas para aliviar os gastos e, assim, permitir que o idoso continue pagando seu plano de saúde. Não adianta lutar contra o idoso. Todos seremos idosos. O que temos de fazer é buscar uma solução razoável — diz.
Consultada, a ANS se limitou a informar as regras previstas de reajustes. No caso dos planos anteriores à lei 9.656/98, vale o que está no contrato. Para os posteriores à lei, é previsto reajuste anual por variação de custos, e também os por faixa etária, tanto para pessoas físicas ou jurídicas.
Fonte: O Globo
Planos de saúde são serviços almejados no Brasil. Segundo uma pesquisa de 2015 feita pelo Ibope a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), 74% dos brasileiros que não possuem plano de saúde gostariam de ter. Não é difícil entender essa aspiração: apesar de os planos só atenderem um quarto da população, a disponibilidade de médicos no setor privado é três vezes maior do que no SUS, que também sofre com a falta de especialistas e longas esperas para atendimento, marcação de consultas e de exames.
Nos últimos dois anos, porém, o número de privilegiados com acesso aos planos de saúde no Brasil caiu em 2,8 milhões: de 50,4 milhões em dezembro de 2014 para 47,6 milhões em janeiro de 2017, segundo os dados mais recentes divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
“A contratação de plano de saúde está diretamente relacionada à empregabilidade formal e ao poder de compra do cidadão. Em um cenário econômico adverso, é natural que haja redução no número de beneficiários”, afirmou a agência, em nota.
“Em um cenário econômico adverso, é natural que haja redução no número de beneficiários”
ANS
Do total de usuários, cerca de 66% têm planos coletivos empresariais e 13% têm planos coletivos por adesão (ligados a associações profissionais ou sindicatos), enquanto menos de 20% têm planos individuais ou familiares. Por isso o aumento do desemprego tem impacto direto no setor. Além disso, alguns usuários alegam alta dos preços e insatisfação com a qualidade dos planos como motivo de cancelamento do serviço.
Como esses 2,8 milhões de brasileiros que perderam o plano de saúde estão cuidando da própria saúde?
Uma parcela, composta por jovens saudáveis, simplesmente não deve precisar recorrer a serviços de saúde tão cedo. Há os que buscam readquirir o serviço imediatamente, mas encontram obstáculos na busca de planos individuais. Alguns decidem usar apenas serviços particulares e outros recorrem aos serviços públicos de saúde.
Neste contexto, surgiram novos modelos de negócio em saúde, como clínicas que cobram preços populares por atendimentos, além de serviços que conectam pacientes e médicos (apelidados de “Uber da saúde”). Paralelamente, o Ministério da Saúde anunciou seu projeto “planos de saúde populares”– serviços que estariam disponíveis a preços mais baixos, mas com uma cobertura menor do que é exigida hoje pela ANS.
O G1 conversou com pessoas que estão nessa situação para entender como suas vidas mudaram diante e como isso levou a mudanças nos serviços de saúde.
Plano individual é categoria em extinção
Para quem se vê de repente sem plano de saúde por perda de emprego ou aumento repentino do preço, mas faz questão de manter a segurança do plano, está cada vez mais difícil contratar um plano individual, desvinculado de empresas, associações profissionais ou sindicatos.
É o caso da professora de inglês Gabriela Miranda, de 30 anos, que precisou cancelar seu plano devido a um reajuste no preço que fez a mensalidade pesar no bolso. Logo em seguida, passou a procurar uma alternativa com preço mais acessível, mas levou alguns meses até encontrar uma solução viável. “A gente fica de mãos atadas: ou acaba cedendo a uma rede de atendimento inferior ou o preço aumenta demais.”
Gabriela Miranda cancelou o plano de saúde por causa do preço (Foto: Arquivo pessoal)
O medo de Gabriela era que sua filha ficasse doente no período em que não estivesse coberta pelo plano. Hoje, ela contratou um novo plano em caráter temporário. Mas a ideia é que, no futuro, sua família consiga obter um plano de mais qualidade e preço mais acessível. Isso só será possível, segundo Gabriela, se a família aderir a um plano empresarial – não individual – vinculado ao cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) de sua mãe.
“A gente fica de mãos atadas: ou acaba cedendo a uma rede de atendimento inferior ou o preço aumenta demais.”
Gabriela Miranda, professora de inglês
A relações públicas Flavia Medici, de 28 anos, também decidiu cancelar seu plano depois de um aumento repentino da mensalidade. “Fui refletir sobre o assunto e o que contribuiu para a decisão foi que eu já não considerava a cobertura do plano boa.” Nesse período, ela pesquisou a fundo sobre outras opções de planos, fez planilhas de custo e teve de lidar com a dificuldade adicional: “Não dá mais para se filiar a um plano como pessoa física, tem que se vincular a uma associação”, conta. Como ela e o namorado já planejavam estabelecer uma união estável, resolveram formalizar a decisão e Flavia acabou tendo acesso ao plano de saúde dele.
Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Antonio Carlos Abbatepaolo, as operadoras de saúde têm pouco interesse na criação de planos individuais, pois estes são submetidos a regras mais rígidas pela ANS, que determina o valor do reajuste dos planos. “O reajuste é menor do que seria necessário para equilibrar a carteira. O último reajuste foi de 13,57%. É um reajuste acima da inflação, mas a inflação médica bateu 19%”, diz Abbatepaolo.
“As empresas estavam perdendo dinheiro, tendo prejuízo. A reação natural da operadora é cancelar o serviço. Se fosse em qualquer empresa – uma linha de produto achocolatado, por exemplo – se está dando prejuízo, não faz mais.” Hoje, menos de 20% dos usuários de plano de saúde têm planos individuais.
“As empresas estavam perdendo dinheiro, tendo prejuízo. A reação natural da operadora é cancelar o serviço. Se fosse em qualquer empresa – uma linha de produto achocolatado, por exemplo – se está dando prejuízo, não faz mais.”
Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor da Abramge
Por causa dessas dificuldades, muitas pessoas têm optado por criar microempresas de fachada para ter um CNPJ que permita a adesão a um plano coletivo empresarial ou têm se filiado a associações profissionais que não representam sua profissão real para conseguir um plano coletivo por adesão.
Para o professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) Mário Scheffer, isso coloca o consumidor em uma posição extremamente frágil diante dos planos. “Isso é uma arapuca, uma armadilha porque os planos coletivos e empresariais não são alcançados pela lei mais rigorosa aplicada aos planos individuais, que limita reajuste de preço e estabelece regras sobre rescisão de contrato.”
No caso de uma família de cinco pessoas que tem um plano empresarial ligado a uma microempresa, por exemplo, se um dos membros for acometido por um problema grave de saúde, a operadora poderá rescindir o contrato no ano seguinte ou aumentar a mensalidade em 500%, por exemplo. “Começa com um valor atraente, mas podem reajustar ou rescindir a qualquer momento”, diz Scheffer.
Esteticista Regiane Medrado e sua família: esteticista cancelou peano de saúde por causa do preço e agora recorre ao SUS (Foto: Arquivo pessoal)
Segundo a ANS, uma operadora de saúde não é obrigada a oferecer plano individual. “Essa é uma decisão estratégica de cada empresa. Entretanto, caso a operadora tenha planos individuais com comercialização ativa registrados na ANS, ela não poderá negar a venda aos consumidores”, explica.
Abbatepaolo reconhece que a prática de abertura de empresas de fachada somente para adesão a plano empresarial existe, mas afirma que as operadoras de saúde não têm responsabilidade sobre isso. “Esse mercado não pode ser penalizado por causa desse tipo de fraude. Se há fraude, tem que ser combatido pelos órgãos competentes. Secretarias da Fazenda e juntas comerciais têm que averiguar.”
Poupando o dinheiro do plano
Em meio à insatisfação com os serviços oferecidos pelo plano de saúde, alguns optam por guardar o dinheiro da mensalidade do plano e usá-lo para pagar atendimentos em clínicas particulares. É o caso da empresária Rute Pogan Marquardt, de 33 anos.
Rute pagava plano de saúde para a família havia vários anos. Quando ficou grávida, fez todo o acompanhamento pré-natal pelo plano. Ela queria um ter parto humanizado e acabou optando por um hospital público de Joinville, cidade onde mora, por ser uma instituição reconhecida por realizar um bom trabalho na área. “Fui bem atendida e atendeu às expectativas. Pedi para fazer o parto sem analgesia e eles atenderam certinho o pedido”, conta.
“(No hospital público) fui bem atendida e atendeu às expectativas. Pedi para fazer o parto sem analgesia e eles atenderam certinho o pedido”
Rute Marquardt, empresária
O atendimento pediátrico à sua filha também foi feito pelo SUS durante o primeiro ano de idade. “O atendimento foi muito bom. Tinha plano, mas fazia por lá porque gostava mais.”
A empresária já sentia que o investimento no plano de saúde não compensava. Mas a gota d’água foi quando precisou com urgência de um dermatologista para tratar uma coceira e o plano só tinha consultas disponíveis para três meses depois. Foi assim que Rute decidiu cancelar o plano e investir o valor no tesouro direto. Assim, ela guarda R$ 800 por mês. Sempre que precisa de atendimento médico, ou recorre ao SUS ou paga uma consulta particular e desconta o valor que usou da quantia que será aplicada no mês seguinte.
Assim como Rute, a esteticista Regiane Medrado, de 36 anos, também considera o serviço do SUS superior ao privado em certos setores, como no atendimento às gestantes. “Mesmo quando tinha convênio do meu esposo, fiz todo o acompanhamento da gestação pelo SUS. Na parte de cuidado e prevenção para a mulher, o SUS tem uma qualidade muito boa, às vezes superior ao convênio.”
Regiane teve de cancelar seu plano de saúde por causa do preço acima do que poderia pagar. “Hoje estou 100% dependente do SUS. No caso do meu filho, que é criança, procuro fazer todo o acompanhamento no posto de saúde, manter as vacinas em dia, os exames de rotina. Minha preocupação maior é se ocorrer alguma emergência, aí existe uma deficiência muito grande.”
Mário Scheffer, da USP, observa que, atualmente, muitas pessoas que têm planos de saúde já procuram o SUS para vários tipos de atendimento, como para tratar HIV, câncer, fazer hemodiálise, transplante, cirurgias cardíacas de alta complexidade, entre outros. Com uma rede ainda mais limitada de atendimento pelo plano de saúde, como pode ocorrer no plano popular, a situação deve se intensificar.
“Se houver uma política de incentivo ao crescimento do mercado privado que entrega pouco, com cobertura insuficiente, conjugado com a retração de financiamento do SUS nos próximos 20 anos, certamente vamos ter a maior crise sanitária do sistema de saúde desde que o SUS foi criado. É um caminho preocupante”, alerta Scheffer.
Clínicas de preço popular e “Uber da saúde” se expandem
Clínicas que oferecem atendimento médico a preços populares têm tido um crescimento expressivo nos últimos anos e empresários do setor afirmam que grande parte da clientela é composta por pessoas que deixaram de ter plano de saúde.
Thomaz Srougi, CEO e fundador da rede de centros médicos Dr. Consulta afirma que 80% dos clientes da rede não têm planos de saúde. “A gente está recebendo pessoas que perderam o plano porque nossos centros concentram muitos recursos de saúde: não só consulta, mas também exames de laboratório, de imagem e procedimento de baixa complexidade”, diz.
Srougi diz que uma das missões da rede é “aliviar a insegurança emocional” de estar desprotegido, sem o amparo de um plano de saúde. Inaugurada em 2011 com uma única unidade em Heliópolis, a clínica hoje tem 28 unidades e fez cerca de 90 mil atendimentos em dezembro. Ele afirma que a ideia é que o paciente seja acompanhado de perto pelos profissionais da clínica “como se fosse o acompanhamento que o médico da família dava aos nossos pais antigamente”.
Rede de clínicas Dr. Agora tem unidade na Sé (Foto: Divulgação)
A rede de clinicas Dr. Agora também tem recebido pessoas que ficaram órfãs do plano de saúde e esse público específico tem crescido cerca de 30% a cada mês, de acordo com Guilherme Berardo, CEO da rede.
As clínicas têm perfis diferentes: enquanto o Dr. Consulta oferece consultas agendadas com especialistas, além de exames e procedimentos simples, o Dr. Agora oferece consultas sem agendamento apenas com clínicos gerais.
A jornalista Gabriela Fernandes, de 30 anos, experimentou o atendimento do Dr. Consulta pela primeira vez no ano passado. Sem plano de saúde há bastante tempo, ela costuma recorrer ao SUS para tratamentos, mas estava cansada das longas esperas para agendar consultas. Passou em frente a uma clínica e resolveu fazer um agendamento já para o dia seguinte. “Passei tudo para a médica e ela realmente teve a preocupação de entender o que eu tinha. A consulta demorou 40 minutos e ela pediu os exames necessários.”
Mamografia é realizada em unidade da rede Dr. Consulta (Foto: Divulgação)
Gabriela teve de pagar pelos exames em um serviço particular, mas considera que a agilidade no atendimento valeu a pena. “É algo que estou indicando para pessoas que tem uma urgência e não têm como esperar pelo SUS. O preço é bom, o atendimento é rápido e tive boas referências. ”
Outros serviços que têm surgido recentemente são aqueles que conectam pacientes com médicos para consultas a preços populares, que vêm sendo chamados de “Uber da saúde”. É o caso do SOS Consulta. Trata-se de uma plataforma online em que clínicas particulares previamente cadastradas disponibilizam horários para consultas e exames a preços mais baixos. O paciente faz o agendamento online e paga diretamente pelo site ou por boleto bancário.
Segundo o empresário Rogerio Aleixo, CEO do SOS Consulta, as clínicas passam por uma avaliação prévia antes de serem cadastradas, o que deve garantir uma qualidade de atendimento. Só em São Paulo, já existem mais de 100 clínicas cadastradas.
“O pessoal que perdeu o plano de saúde está tendo que migrar para outras alternativas. É um sistema seguro. Controlamos tudo. Se alguém perdeu o plano e quer uma consulta, nós somos uma opção acessível”, afirm Aleixo.
Consultório de atendimento da rede Dr. Agora (Foto: Divulgação)
O que esses serviços têm em comum é que ambos se posicionam como uma alternativa ao plano de saúde em atendimentos de baixa e média complexidade. Porém os serviços não conseguiram resolver de forma satisfatória um problema: como fazer a transição desses pacientes para outros serviços quando eles necessitam de um tratamento de alta complexidade.
Pacientes diagnosticados em um desses serviços que pretendam continuar o tratamento no SUS têm de “voltar ao início da fila”: ou seja, passar por atendimento em uma unidade básica de saúde para ser encaminhado para um especialista, agendar consulta e só então ter acesso a um serviço especializado.
“Como essas clínicas não encaminham para nenhum serviço, a pessoa vai ter dificuldade e vai voltar a peregrinar pelo SUS ou procurar um plano de saúde”
Prof. Mario Scheffer, FMUSP
“Atualmente não é possível formalizar uma parceria com o sistema público. O que acaba acontecendo é que, quando o paciente já chega no sistema público com um diagnóstico, ele pode conseguir alcançar o tratamento de forma mais rápida, ainda que isso não seja formalizado”, diz Srougi. Berardo afirma que isso é realmente um problema e que a ambição do Dr. Agora é poder referenciar pacientes para o SUS.
Outra limitação desses modelos de clínicas é que elas não atendem urgências e emergências.
Para Scheffer, esse é um modelo de negócio que cresce muito atualmente, pois preenche uma lacuna importante do SUS que é o atendimento de especialidades. “Mas preenche com muita limitação, pois o paciente não vai ter condição de arcar com o seguimento daquele problema de saúde” caso o problema seja de alta complexidade. “Como essas clínicas não encaminham para nenhum serviço, a pessoa vai ter dificuldade e vai voltar a peregrinar pelo SUS ou procurar um plano de saúde.”
Fonte: G1
A caminho dos 25 milhões de idosos, Brasil vê famílias se reaproximarem
Retomada do convívio com os mais velhos traz conforto a quem precisa de assistência e crescimento pessoal às gerações mais jovens
Somos 23 milhões de idosos e seremos o sexto país em número de pessoas com mais de 60 anos até 2025. O Brasil tem envelhecido de maneira acelerada: sua população sexagenária dobrou nas duas últimas décadas. O último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, suscita previsões de que a população idosa brasileira possa passar de 34 milhões nos próximos 20 anos, representando entre 13% e 15% do nosso povo. Tal realidade promove uma série de impactos socioeconômicos, entre eles a reorganização de uma rede de cuidados pelas famílias.
Invariavelmente, o envelhecimento exige uma reformulação das relações nas famílias de idosos e nas que têm idosos. Em função de um maior ou menor grau de autonomia e independência, são definidos os cuidados necessários e, consequentemente, o relacionamento entre gerações. O avanço da idade pode representar a demanda por mais cuidados, mas há muitos idosos, também, numa via de mão dupla: em algumas famílias, os avós não são os que necessitam de cuidados, mas sim aqueles que ajudam a cuidar, os netos, por exemplo.
Maria Helena Caldeira Viana de Paula teve a vida transformada com a chegada do neto Rafael, há 6 anos, alegria que ela divide com os filhos Beatriz e Homero, a nora Ana Paula e Natascha
Maria Helena Caldeira Viana de Paula, de 86 anos, só se tornou avó mais recentemente, quando já quase não tinha esperança de experimentar tal sensação. Há seis anos, nasceu Rafael, que provocou uma mudança, positiva, na rotina de sua casa. Apesar de viver sozinha, mesmo com a idade avançada, conta com a ajuda de profissionais durante o dia e à noite. E nada substitui o prazer de ter o filho, a filha, a nora e o neto ao seu lado diariamente, comendo a comida que ela mesma prepara. Para a nora, Ana Paula Nunes dos Santos, comerciante, de 41 anos, todos saem ganhando.
“Temos uma relação incrível. Como já perdi meus pais, me apeguei muito à minha sogra. Não acredito nesse tabu disseminado. Ela me trata como filha e estamos sempre juntas. Assim, eu e meu marido fazemos companhia e ela também me ajuda muito com a criação do Rafael”, comenta Ana. Os ganhos da convivência intergeracional são quase um consenso entre especialistas. Para Alexandre Kalache, doutor em envelhecimento e saúde pública e presidente do Centro Internacional da Longevidade no Brasil, essa troca é essencial no que chama da revolução da longevidade.
Isso porque os mais velhos ensinam aos mais jovens a transmissão da memória cultural e a educação para a velhice e a morte, enquanto os jovens revelam os novos tempos. Nas próximas páginas, o Bem Viver conta a história de famílias que souberam lucrar com a convivência entre gerações. São exemplos de vida e amor, de filhos que se dedicam aos cuidados de pais acamados, netos extremamente presentes na vida dos avós, pessoas que mudaram de vida para curtir, mais de perto, os últimos anos de uma geração cheia de lições para dar. Além de muito afeto.
Saúde cognitiva, corporal e psicossocial
Aos 91, Júlia Ribeiro Molhano faz pilates sob os olhares atentos dos netos André, Juliana e Nathália
Conjunto das consequências ou dos efeitos da passagem do tempo, o envelhecimento pode ser visto como a conquista da sabedoria e da compreensão plena do sentido da vida, mesmo que venha acompanhado de um declínio das funções cognitivas e vitais, em função de quanto se investiu, ao longo do passar dos anos, nos pilares que sustentam uma terceira idade ativa: saúde, participação, segurança e educação. Os avanços na medicina e o advento de uma cultura de cuidados sustentam o fenômeno, mas não basta chegar a essa fase com os exames em dia: o envelhecimento precisa ser uma experiência positiva.
Segundo Alexandre Kalache, doutor em envelhecimento e saúde pública e presidente do Centro Internacional da Longevidade no Brasil, não basta, por exemplo, chegar aos 70 com saúde física e financeira, mas não ter relacionamentos interpessoais. Nesse sentido, ganha ainda mais importância a convivência entre gerações diferentes.
“A convivência de netos e avós, por exemplo, traz ganhos claros para os mais velhos, que se verão diante de novos conceitos, valores e conhecimentos”, explica o especialista, que já foi consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) no tema da longevidade.
Para a psicologia do envelhecimento, os indivíduos precisam tomar consciência de que o envelhecimento começa no momento em que se nasce e que a realidade do futuro nada mais é do que o resultado de como se viveu até lá.É possível envelhecer de forma saudável, sendo essencial investir em atividades que mantenham o bom funcionamento cognitivo e psicossocial. O modelo psicológico de envelhecimento bem-sucedido, baseado em processos de otimização seletiva com compensação, significa simplesmente fazer e ser o melhor possível com os recursos de que dispõe.
Estudos constataram que atividades sociais se associam ao aumento na velocidade de processamento das informações e que o desempenho cognitivo em idosos vivendo em comunidade sugere forte ligação entre o engajamento em atividades mentais estimulantes e o desempenho cognitivo. O convívio entre gerações diferentes, que nos Estados Unidos e na Europa levou à formatação de programas intergeracionais, melhora a qualidade de vida dos idosos, fornecendo entusiasmo, afeto e espontaneidade, assim como os mais velhos oferecem orientação, confiança e apoio, narrando suas experiências de vida aos mais jovens.
AFETO DOS NETOS DIARIAMENTE
Os irmãos André e Nathalia Molhano, advogado de 28 anos e fisioterapeuta de 30, respectivamente, e a professora Juliana Perez Carvalho Abrahão, de 34, sabem bem dos ganhos da convivência diária com a avó Júlia Ribeiro Molhano, às vésperas de completar 92 anos. Juliana curtiu muito a avó quando trabalhava perto de sua casa e aproveitava para almoçar com ela. “Ela é uma referência de carinho e afeto. Depois que me casei e me mudei, não venho com a mesma frequência, mas sempre que sinto falta de um chamego de vó corro pra cá”, conta Juliana.
Hoje, são André e Nathalia que estão por perto. Os irmãos montaram seus negócios ao lado da casa de Júlia, e contam com seus mimos frequentemente. “Ela vai sempre ao escritório, oferecendo uma fruta para o lanche, querendo saber se está tudo bem”, conta o advogado. Com Nathália, que mantém um estúdio de pilates nos fundos da casa, Júlia é mais do que a recepcionista perfeita para os alunos, mas também uma aluna dedicada. “Ela está o tempo inteiro preocupada com a gente. É um privilégio poder ter uma avó ativa, com quem podemos conviver sempre. Hoje, sinto que ela me acolhe e convive comigo muito mais que minha mãe. Afinal, estamos juntas todos os dias”, diz a fisioterapeuta. Dona Júlia, que diz não gostar de gente velha, adora estar ao lado dos netos para bater papo e aprender com eles. No ano passado, por exemplo, pediu um tablet de presente. Coisas de quem não parou no tempo. Nem deveria.
Novos arranjos familiares
A professora Kênia Osório se dedica a cuidar da mãe, Carmen, de 73 anos, que teve um acidente vascular cerebral e está acamada
Requisitadas para cuidar dos seus segmentos mais “vulneráveis”, os jovens e os idosos, não é de hoje que as famílias desenham arranjos e formas de apoios entre gerações, bem como estratégias de convivência e de sobrevivência, o que varia consideravelmente entre as classes mais ricas e as menos favorecidas. Essas transformações muitas vezes reconfiguram os espaços residenciais e os modos de viver dos idosos e de seus familiares. Chega uma hora em que é inevitável decidir como os mais velhos passarão essa última fase da vida. São muitas as opções, o que depende do nível de dependência e autonomia dos mais velhos.
Segundo Alexandre Kalache, doutor em envelhecimento e saúde pública e presidente do Centro Internacional da Longevidade no Brasil, tanto a sociedade quanto as famílias brasileiras precisam se organizar para fazer face ao crescente envelhecimento de sua população e as consequências desse processo demográfico e social. Dados do IBGE revelam que a principal forma de moradia dos idosos é a coabitação intergeracional, bem superior à moradia em instituições de longa permanência ou residências geriátricas, e também mais comum do que idosos vivendo sozinhos.
O Censo de 2010 revela que apenas 11% dos idosos brasileiros moram em instituições de longa permanência. Para alguns pesquisadores, isso ocorre porque no Brasil esse tipo de instituição ainda não é visto como comum e aceitável, como ocorre em outros países. Ainda prevalece a discriminação que assimila essas casas aos asilos destinados a idosos pobres, doentes e carentes. E, na prática, o que ocorre é que muitos idosos e muitos de seus filhos acabam não aceitando o modelo. Outros não querem incomodar os filhos, mudando para suas casas, e ainda há os que fazem questão de permanecer na casa onde viveram grande parte da vida.
Coabitação Em pesquisa sobre as possibilidades e limites da coabitação intergeracional, Françoise Dominique Valéry, professora do Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), observa como rearranjos extremamente fluídos e criativos estão tomando lugar no âmbito doméstico, como domicílios onde coabitam várias gerações, permanente ou transitoriamente, tudo isso em função dos hábitos, necessidades, relações entre gênero e gerações e “adaptação” ao espaço construído.
Em decorrência do processo de envelhecimento, a situação de moradia dos idosos está intimamente relacionada à situação de autonomia ou de dependência, sempre tendo em vista as necessidades decorrentes da perda de suas capacidades funcionais e financeiras. Mas relações intergeracionais e de corresidência não são prerrogativa da sociedade contemporânea. Entretanto, com a presença maciça das mulheres no mercado de trabalho, não só as relações de poder dentro das famílias são cada vez mais redistribuídas, como tem mudado um padrão em que os cuidados com os pais recaem sobre as mulheres.
Cada vez mais os homens estão aderindo aos cuidados dos pais. Na casa de Maria Helena Caldeira Viana de Paula, por exemplo, o filho Homero é presença diária, assim como a filha Beatriz. Dona Helena mora na mesma casa há 50 anos e, com a morte do marido, não quis se mudar. Os filhos então mantiveram a presença constante, e não só fazem questão de participar do almoço que Maria Helena prepara todos os dias, como a levam para passear todo fim de semana. Fora as viagens ao Rio.
Para a nora Ana Paula, a presença diária alimenta a ligação da família e os aproxima. “Nem todo mundo tem a sorte de poder conviver com os pais e sogros. É um bom exemplo e ganham todas as gerações. Às vezes, meu marido questiona se deixar o neto com ela não seria uma sobrecarga, mas penso que não. Pelo contrário. É bom para ela porque alegra a casa e é bom pra ele, que pode aproveitar todas as coisas boas de ter uma avó querida por perto”, comemora.
Marlene e Eci Fernandes se revezam para cuidar da mãe, Maria, de 86 anos, que tem Alzheimer
Na casa de Carmem Pires Osório, de 73 anos, também não há diferença de gênero quando o assunto é cuidado. Diagnosticada com Alzheimer em 2007, e vítima de um acidente vascular cerebral recentemente, Carmem hoje está acamada e demanda muitos cuidados. Os seis filhos ajudam, cada um de acordo com sua realidade. Dois, por exemplo, moram fora, e por isso contribuem mais financeiramente. Mas no dia a dia, a professora universitária Kênia Osório, de 42, divide as tarefas com o irmão Éber, músico, de 48.
O diagnóstico precoce de Alzheimer sugeria um quadro grave, que foi confirmado. Na época, o marido de Carmen, Alderico, hoje com 78, chegou a largar o emprego para ajudar a cuidar da esposa, mas com o passar do tempo ele também precisou de ajuda e entraram as cuidadoras e, principalmente, os filhos. A convivência com o idoso com saúde debilitada é, sem dúvidas, mais penosa, mas não por isso deixa de ser prazerosa. Kênia, por exemplo, não marca nenhum compromisso no domingo. Das 7h às 15h, dona Carmen é sua responsabilidade. O que faz com muito carinho.
“Sinto uma impotência em não poder ajudar, em não ter como mudar esse quadro. O que posso fazer é cuidar do bem-estar. Então, nessa fase, o que tentamos, ao máximo, é que ela fique bem. Ao mesmo tempo, sinto um alívio em estar por perto e poder cuidar da minha mãe. É reconfortante saber que estou presente mesmo na fase mais difícil, mesmo que hoje ela já não me reconheça. Quero curti-la da forma que ainda é possível. Se ainda posso dar carinho, estou feliz por isso”, emociona-se Kênia, segundo a qual o fato de a mãe não mais reconhecê-la não muda em nada sua dedicação. “O amor é o mesmo.”
TAREFAS COMPARTILHADAS Dona Maria Fernandes Parreiras, de 86, também tem Alzheimer, embora em estágio menos avançado. O tipo de cuidado que demanda é diferente, mas também precisa das filhas por perto. E sua família também precisou se organizar para dividir as tarefas, já que ela não tem uma cuidadora de idosos. A filha Marlene Fernandes Rocha, de 53, auxiliar administrativo, é um das que se revezam nos cuidados com as outras duas irmãs. Por morar nos fundos, em uma casa separada, os cuidados acabam ultrapassando as visitas. E acabam, também, envolvendo o genro e a neta de dona Maria.
Segundo Marlene, o envelhecimento dos pais traz novas demandas e responsabilidades, mas pode ser também uma forma de curti-los nessa fase tão especial da vida. “É mais alegre do que sofrido. Ela já não tem muita consciência das coisas, então se diverte, canta, bate palmas. É cansativo, porque, muitas vezes, o idoso com Alzheimer se torna muito repetitivo, mas é gratificante. Sei o tanto que ela sofreu para nos criar. Sei o quanto ela ajudou as pessoas durante a vida. Gosto de fazer o mesmo por ela”, conta Marlene, que nunca conseguiu sair de perto da mãe. “O contato diário é da vida inteira. Não sei como seria se não visse minha mãe todo dia.”
Fonte: Correioweb
Quando Usha Mantri foi morar em uma aldeia para aposentados nove anos atrás, era era uma pioneira. Hoje, é cada vez maior o número de indianos que evita a convivência de várias gerações debaixo do mesmo teto.
Esta mulher, hoje com 69 anos, não teve muitas dificuldades para decidir se instalar na residência situada nas montanhas do oeste da Índia, a duas horas de carro de Mumbai, onde mora seu filho.
O complexo dispõe de um templo hindu e oferece massagens aiurvédicas, seguindo as recomendações da medicina tradicional indiana.
“Penso de uma forma muito diferente”, diz esta mulher em sua casa no Dignity Lifestyle Retirement Township, uma das primeiras aldeias para aposentados da Índia.
“Quero que o meu filho disponha de total liberdade, que também reivindico para mim”, continua.
Usha Mantri foi a primeira moradora desta residência, que mais parece um modesto complexo para férias. Hoje ela tem mais de 60 vizinhos.
A construção de aldeias para aposentados se desenvolve rapidamente na Índia. Em 2013, havia 30 concluídas e outras tantas em projeto, segundo números do grupo imobiliário Jones Lang LaSalle India (JLL).
A maioria dos idosos da Índia ainda prefere viver com a família, mas o desenvolvimento e a modernização do país, a mobilidade dos filhos e o aumento da expectativa de vida impulsionam outras opções.
“Lentamente, a mentalidade está mudando”, conta Hemlata Parekh, professora aposentada, vizinha de Usha Mantri.
Hemlata Parekh, de 82 anos, que não tem filhos, mas sim irmãos e irmãs vivendo em Mumbai, acredita que as tarefas domésticas se tornaram muito pesadas e que circular pela cidade é difícil.
Dignity tem a vantagem de oferecer um refeitório, uma segurança permanente e um médico. A residência organiza saídas para ir de compras e passeios campestres para os mais ativos.
“É uma residência para uma aposentadoria sem complicações”, diz Parekh
Este modelo para aposentados tem muito futuro devido ao espetacular crescimento do número de aposentados e ao aumento do poder aquisitivo.
Hoje, mais de 100 milhões de indianos têm mais de 60 anos e em 2050 serão mais de 300 milhões, ou seja, 20% da população, segundo a associação HelpAge India.
Manish Kumar, especialista do JLL, avalia em 312.000 moradias a demanda anual para este tipo de residência. No entanto, segundo ele, por enquanto só há entre 10.000 e 15.000 projetadas.
Os residentes podem comprar uma casa em uma destas aldeias ou, como na Dignity, depositar uma quantia em dinheiro que é reembolsado em 75% em caso de morte ou mudança.
Além do depósito, que equivale a 55.000 dólares, os residentes pagam 162 dólares mensais de aluguel e um pequeno valor por cada refeição.
As residências em projeto se situam sobretudo no oeste e no sul da Índia, onde o nível de educação é mais elevado e a emigração dos jovens, mais frequente, diz Kumar.
Classe média como alvo
Uma das residências, a Antara Senior Living, perto do Himalaia, visa a uma clientela mais endinheirada, mas a maioria dos projetos tem como alvo as classes média e alta.
“Se um homem rico manda seu pai para um lar de idosos, será olhado com desprezo”, explica Gopal Srinivasan, administrador da Dignity.
“Os muito ricos ficam com os pais em casa e contratam uma enfermeira para que cuide deles 24 horas por dia e um médico para que os visite todo dia”, diz.
Na base da pirâmide social estão os que não podem se permitir semelhante despesa, ou seja, a grande maioria dos idosos da Índia que chegam ao fim da vida ativa sem poder desfrutar de uma pensão.
Por diversas razões, 90% dos trabalhadores estão nesta situação, diz Prakash Borgaonkar, diretor da HelpAge India, em Mumbai.
O governo só paga subsídio para as pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, uma minoria, e além disso obtê-lo é muito difícil, acrescenta.
As moradias públicas para aposentados se encontram em estado desastroso e os maus tratos aos idosos por parte dos filhos aumenta, indica.
“A sociedade muda rapidamente e como a organização familiar conjunta explode, os mais velhos vivem isolados e abandonados”, lamenta Prakash Borgaonkar.
Fonte: Yahoo
A cada semana, nove idosos são internados em hospitais públicos de todo o Estado, vítimas de agressão física. Levantamento da Secretaria da Saúde mostra que a principal causa das internações é o uso de força corporal, que pode causar diversos danos físicos e mentais aos agredidos. Só no ano passado, 126 idosos foram internados em hospitais públicos do estado vítimas de agressões físicas, de acordo com os dados da secretaria.
“Precisamos ressaltar que isso é uma violação dos direitos humanos”, disse Vanessa Alves da Silva, assistente social do Centro de Referência do Idoso da zona norte de São Paulo, em entrevista à Agência Brasil.
Os idosos agredidos, disse Vanessa, geralmente aparecem com marcas pelo corpo. Ela lembra, no entanto, que “nem toda violência deixa marcas no corpo”. Muitas vezes, a violência pode ser psicológica. Por isso, destacou, é importante estar atento aos sinais e consequências dessa violência, que podem ser manifestadas pelo idoso por meio da passividade, do retraimento, do sentimento de tristeza, da depressão, da ansiedade, do medo e do isolamento social, entre outros. “Registros mostram que boa parte das agressões e da violência contra o idoso ocorre no âmbito familiar”, destacou.
Segundo ela, a violência contra a população idosa se dá de diversas formas. “Ela pode ser estrutural, interpessoal ou institucional. Há vários tipos de violência: a psicológica, a financeira, a física, a sexual, além da negligência e do abandono. Todos esses tipos de violência precisam ser considerados na nossa sociedade”, acrescentou.
Vanessa disse ainda que a violência contra o idoso é, em geral, velada e silenciosa. “E muitos casos não são notificados”. Por isso, lembrou, é importante denunciar os casos de violência contra os idosos. As ocorrências devem ser registradas na Delegacia do Idoso mais próxima ou em qualquer delegacia de polícia.
A 2ª Semana de Combate à Violência contra a Pessoa Idosa teve início nesta segunda-feira com o objetivo de criar uma cultura de respeito e estimular o enfrentamento à violação dos direitos dos idosos. Desde o início do ano, a Secretaria Especial do Idoso do Distrito Federal registrou 60 denúncias de violência contra pessoas dessa faixa etária, sendo que 20 são casos de abandono e 20 de violência física. Em 37 casos, o agressor era filho da vítima e, em 14, era parente. As mulheres são as maiores vítimas, com 48 denúncias. Em 2012, foram registrados 232 denúncias, entre elas, 110 queixas de maus-tratos e 35 de violência psicológica.
Para Catarina Noble, da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade, no Rio de Janeiro, deve haver um estímulo para que os vizinhos, porteiros e outros familiares denunciem. “Às vezes, o idoso está abandonado, os parentes deixando de prestar a devida assistência. Quem tiver conhecimento disso, deve denunciar”, disse Catarina. O Disque 100 é um dos canais de denúncia. A delegada acha que o trabalho de prevenção deve começar na infância. “As crianças devem ser orientadas para entenderem que também serão idosas e que os idosos merecem todo o respeito. Isto tende a fazer com que se diminua a violência.”
As discussões sobre a violência contra idosos vão até o dia 15 de junho, quando é lembrado o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa.
Fonte: Terra
“Paracelebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida meensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi.”
1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiverem dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno .
3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
4. Seu trabalhonão cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiarescuidarão. Permaneça em contato.
5. Paguemensalmente seus cartões de crédito.
6. Você não temque ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
7. Chore comalguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
8. Pode ficarbravo com Deus. Ele suporta isso.
9. Economize paraa aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto achocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazescom seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
12. É bom deixarsuas crianças verem que você chora.
13. Não comparesua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.
14. Se umrelacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
15. Tudo podemudar num piscar de olhos Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.
16. Respirefundo. Isso acalma a mente.
17. Livre-se dequalquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
18. Qualquercoisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
19. Nunca é muitotarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguémmais.
20. Quando setrata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.
21. Acenda asvelas, use os lençóis bonitos, use roupa chic. Não guarde isto para uma ocasiãoespecial. Hoje é especial.
22. Prepare-semais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
23. Sejaexcêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.
24. O órgãosexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém maisé responsável pela sua felicidade, somente você..
26. Enquadretodos os assim chamados “desastres” com estas palavras ‘Em cincoanos, isto importará?’
27. Sempre escolhaa vida.
28. Perdoe tudode todo mundo.
29. O que outraspessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo curaquase tudo. Dê tempo ao tempo..
31. Não importaquão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
32. Não se levemuito a sério. Ninguém faz isso.
33. Acredite emmilagres.
34. Deus ama vocêporque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.
35. Não façaauditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecerganha da alternativa — morrer jovem.
37. Suas criançastêm apenas uma infância.
]38. Tudo queverdadeiramente importa no final é que você amou.
39. Saia de casatodos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos nóscolocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como elessão, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.
41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhorainda está por vir.
43. Não importacomo você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
44. Produza!
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.”
Regina Brett, 90 anos de idade
Com agradecimento a NRF