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As mulheres da América Latina e do Caribe estão quase uma vez e meia mais expostas ao desemprego que os homens e recebem salários em média um terço menores que seus colegas, segundo um relatório redigido por cinco agências da ONU que convocou os países a tratar a igualdade de gênero como prioridade das políticas sociais.
O documento “Trabalho decente e igualdade de gênero: políticas para o acesso e a qualidade do emprego das mulheres na América Latina e no Caribe”, que a Agência Efe teve acesso nesta terça-feira, foi apresentado na XVIII Conferência Interamericana de Ministros do Trabalho (CIMT), que termina hoje em Medellín.
De acordo com o documento, a taxa de desemprego das mulheres na região (9,1%) é 1,4 vezes maior que a dos homens, de 6,3%. Apesar de existirem 100 milhões de trabalhadoras hoje e da taxa de emprego ter chegado a 52,6% delas, ainda é muito inferior à masculina, que é de 79,2%.
A maioria das mulheres no mercado de trabalho tem, segundo a OIT, entre 25 e 45 anos.
Elas estão mais bem preparadas que seus companheiros de trabalho, segundo o relatório. Enquanto 53,7% das empregadas tinha uma educação de mais de dez anos, nos homens só 40% alcançam esta escolaridade.
Outro obstáculo que as mulheres na América Latina e no Caribe enfrentam é a precariedade. Elas têm 60,7% de probabilidades de conseguir um emprego, enquanto eles têm 68,5%. Além disso, costumam desempenhar mais atividades não remuneradas que os homens.
A brecha salarial é um dos principais elementos que marcam a desigualdade de gênero, pois enquanto em 2000 elas ganhavam 66% do salário dos homens, em 2010 esta porcentagem cresceu para 68%.
No momento de começar a trabalhar em uma empresa os salários entre homens e mulheres costumam ser equilibrados, mas segundo o relatório vão descompensando à medida que os homens têm acesso a ocupar maiores cargos com responsabilidades e rendas maiores.
A diretora regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a América Latina e Caribe, Elizabeth Tinoco, afirmou durante a apresentação do relatório que “é hora de colocar a igualdade de gênero como um objetivo geral e transversal de políticas sociais e econômicas, já que os avanços em igualdade dos últimos 30 anos foram importantes, mas insuficientes”.
Tinoco ressaltou que “não só há desigualdade de gênero, mas também enormes desigualdades entre as mulheres”, e que “não é o mesmo ser uma mulher indígena ou afrodescendente, ser jovem, residir em áreas urbanas ou rurais, viver em seu país ou ser imigrante, ter ou não filhos, ou estar na terceira idade”.
As agências que elaboraram o relatório são OIT, Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e ONU Mulheres.
Apenas 2% das brasileiras nunca sofreram assédio: estudo gera polêmica
Um estudo feito com 7.762 voluntárias mapeou os tipos de assédios que os homens cometem; convites sexuais, passadas de mão e masturbação estão entre os principais
Segundo jornalista Juliana de Faria, uma das responsáveis pela pesquisa, agressão verbal também traumatiza
Uma pesquisa feita pelo site Olga, parte da campanha Chega de Fiu Fiu, deu luz a um tema polêmico, que logo ganhou as redes sociais: o assédio sexual enfrentado pelas mulheres dia após dia nas ruas. Foram entrevistadas 7.762 mulheres, a maioria (40%) com idades entre 20 e 24 anos, e 98% do total responderam que “sim” à pergunta de se já haviam sido assediadas nas ruas. O que mais choca, porém, são os depoimentos em que as entrevistadas relataram histórias vividas, na maior parte das vezes com idades entre 11 e 16 anos, sobre homens que fizeram convites sexuais na rua, passaram as mãos no bumbum e seios delas, as agarraram à força e se masturbaram olhando para elas.
Juliana de Faria, responsável pelo site, contou em entrevista ao Terra que já esperava a repercussão por conta da presença do tema na vida de quase todas as mulheres. Ela mesma se recorda até hoje de um assédio sofrido aos 11 anos. “Estava voltando da padaria, um carro passou perto de mim e o motorista gritou palavras de tão baixo calão que não ouso repetir. Na hora comecei a chorar, constrangida. Agressões verbais também traumatizam”, relatou. Mesmo assim, algo surpreendeu a jornalista: a culpa que as mulheres têm por serem assediadas. Segundo ela, as vítimas que tentam contar sobre o assédio a alguém são criticadas por exagerarem ou vistas como culpadas pelo ocorrido.
O cara veio para o meu lado no ponto de ônibus, com o pênis para fora, se masturbando para mim e me chamando de gostosa
Entrevistada não identificada
Uma das participantes do estudo, não identificada, contou uma experiência que ilustra exatamente a constatação de Juliana. “Ouvi um cara começar a me chamar de gostosa na rua e ignorei. De repente, o cara veio para o meu lado no ponto de ônibus, com o pênis para fora, se masturbando para mim e me chamando de gostosa. Entrei no primeiro ônibus que encostou, nem vi para onde ia, só pra fugir do safado. Quando cheguei em casa chorando, minha mãe perguntou o que tinha acontecido. Depois que contei, ela perguntou: ‘e o que você fez para provocar o homem? Ele não colocou o pau pra fora à toa’”.
Homem faz isso porque acha que pode. E para colocar as mulheres no lugar delas por meio da agressão
C. Pelizzon
A atitude da mãe da participante e de outras mulheres que deram depoimento sobre serem culpadas pelo assédio também impressionaram a internauta identificada como Paula P. “Se uma garota está de vestido justo e foi abusada, a roupa não é o motivo”, comentou sobre a pesquisa. Deixar claro que o “assédio não é culpa delas” e evidenciar para os “homens que elogios ou contatos feitos por estranhos provavelmente serão percebidos como violência” estão entre os objetivos da iniciativa, segundo Juliana. O estudo encorajou não só as mulheres a desabafarem sobre as violências sofridas nas ruas, como também homens que tiveram mães, filhas, irmãs e namoradas na situação, o que gerou dezenas de comentários na página da pesquisa.
Identificado como Clayton, o internauta contou que buzinou para a mulher um dia, ela não o reconheceu e começou a correr assustada. “Precisei sair correndo para explicar que estava tudo bem. Lamento que tantas mulheres sejam obrigadas a conviver com esse medo”, comentou. Cristiano escreveu que sente vergonha pelas atitudes dos homens e C. Pelizzon postou que “todo homem sabe que mulher não gosta disso (assédio nas ruas)”. “Homem faz isso porque acha que pode. E para colocar as mulheres no lugar delas por meio da agressão. Sou homem e peço desculpas por isso. As mulheres devem lutar para que isso mude”, acrescentou.
A internauta Lívia Azevedo passou por uma experiência que soma ao grupo de homens respeitadores do sexo oposto. Ela descobriu que, por dois anos, um homem que trabalhava na oficina perto de onde morava se masturbava observando-a. Um dia começou a gritar com ele, quando chegou o motorista da van que a levava até a faculdade, soube do ocorrido e exigiu a demissão do sujeito. “O cara nunca mais voltou à oficina”, relatou ela. Vinis Ta confessou em depoimento que já chamou mulheres de “linda” nas ruas, já as segurou pelo braço quando era adolescente e xingou quando foi rejeitado, mas atualmente recrimina as atitudes. “A sua liberdade acaba quando começa a do outro”, escreveu. Mas, os comentários não foram todo a favor do respeito à mulher e, mesmo recebidos com chuvas de críticas, alguns homens se manifestaram a favor das cantadas.
Se um sujeito quer chamar atenção assoviando, me parece que ele tem esse direito, e se alguém se ofender com isso, também me parece um direito
Diego Silva
O internauta Diego Silva está entre os que criticaram o posicionamento das mulheres em relação às cantadas. Em comentário, ele disse que “sem assédio sexual, não há sexo, e sem sexo acabou-se a humanidade”. “Não sou de assoviar para ninguém, mas tampouco acho adequado limitar a comunicação dessa maneira. Se um sujeito quer chamar atenção assoviando, me parece que ele tem esse direito, e se alguém se ofender com isso, também me parece um direito. Transformar uma atitude inofensiva numa ofensa grave por decreto, isto já me parece um equívoco”, escreveu.
Já Eduardo concordou que alguns assédios mencionados pelas depoentes eram abusivos, mas que “achar que um simples ‘linda’ é uma cantada já é doença”. Identificado como Lancemaker, um dos internautas se disse surpreso pela reação das mulheres aos “elogios” dos homens. “Fica difícil quebrar o gelo (sem cantadas) para ter interação com uma pessoa que você não conhece. Mas se nem disso vocês gostam, existem sempre o site de relacionamentos onde podemos pular essa etapa”, postou. O internauta André questionou a relevância da pesquisa em relação à situação em que vivem mulheres nas favelas e nas ruas.
Homens se dividiram entre apoio e críticas à campanha Foto: Divulgação
O assédio em números
A pesquisa apurou ainda que 80% das mulheres já sofreram assédio em parques, shoppings e cinemas; 77% em baladas; 64% no transporte público; e 33% no ambiente de trabalho. Do total, 83% desaprovaram as cantadas. Por medo de assédio, 81% delas já deixaram de ir a algum lugar, passar em frente a obras e sair a pé; e 90% pensaram na roupa para vestir antes de sair de casa. Apenas 27% das mulheres já responderam aos assédios nas ruas e quando o fizeram foi com xingamentos. O restante sentiu medo de se manifestar.
“Linda” (84%), “gostosa” (83%), “delícia” (78%), “fiu fiu” (73%) e “princesa” (71%) são as cantadas mais comuns, segundo as entrevistadas. Além dos assédios verbais, 82% delas já foram agarradas em baladas, 85% delas já sofreram com passadas de mão e 68% receberam xingamentos quando recusaram a investida dos homens.
Que a confiança é uma das bases de qualquer relacionamento que pretende ser saudável ninguém duvida ou questiona. Eu não consigo imaginar duas pessoas construindo uma história que não seja pautada na certeza de que ambos estão sendo honestos. Ou melhor, posso até imaginar elas tentando, como um monte de gente faz todos os dias. Só não acredito que elas serão bem sucedidas. Ainda assim olho com certa desconfiança para aqueles casais que sabem absolutamente tudo um do outro. Ser honesto significa que precisamos dividir todas as histórias vividas e por viver? Eu, particularmente, penso que não.
Não sei vocês, mas existem alguns detalhes da minha vida que eu preferiria que continuassem no passado. Certos episódios dos quais eu não me envergonho, mas que tão pouco contaria para os meus netos. Histórias protagonizadas por um outro Arthur, decisões tomadas por alguém diferente de quem eu sou hoje. Situações que contribuíram para que eu me tornasse a pessoa que me tornei. Mas que em sua grande maioria nada tem a ver com quem faz parte da minha vida hoje. Diante desse fato, não consigo perceber qual a utilidade de dividir certas informações com meu parceiro.
Coisas como o número de pessoas com quem eu transei, os porres que eu tomei ou as maluquices que eu fiz quando mais jovem certamente não contribuirão em nada para a construção de um relacionamento mais sólido, porque são coisas que ficaram no meu passado. Percebam que eu disse meu passado. Não nosso. Porque eu me refiro às coisas feitas antes de o relacionamento começar e que dizem respeito a mim e a ninguém mais.
Os partidários da junção absoluta de dois indivíduos que me desculpem, mas relação simbiótica só dá certo entre fungo e casca de árvore. É preciso garantir espaço para que as duas pessoas que compõem o casal consigam existir de forma plena, sob o risco de morrermos sufocados uns pelos outros. Reservar uma parte da minha vida só para mim não é mentir nem ser individualista. É manter claro onde termina uma pessoa e onde começa outra. Sem falar que namorado não é terapeuta nem melhor amigo. As duas últimas figuras existem, justamente, para que a gente tenha com quem falar de coisas que não quer comentar com a primeira.
Amiga, crescemos assistindo desenhos da Disney e vendo novelas da Globo. Então, é natural que a gente busque um relacionamento onde os dois indivíduos se encaixam tão perfeitamente que chegam a completar as frases um do outro. É dessa fantasia de encontro entre duas pessoas destinadas a ficarem juntas que vem a ideia de que você e o candidato a príncipe têm que ser um só. Precisa dizer que esse tipo de coisa não funciona na vida real? Acho que não, né?
Você tem todas as chances do universo de encontrar um cara incrível e viver feliz para sempre ao lado dele. Estamos todos de dedos cruzados torcendo para que isso aconteça. Relaxa, não dividir cada lembrança do seu passado ou cada impressão e pensamento que ocorra a você no presente não invalida esse projeto e nem te transforma em uma bruxa mentirosa. A essa altura do campeonato, o cara já deveria ter aprendido que uma certa dose de independência faz bem para todo mundo. Se ele ainda não sabe disso, teve a sorte de encontrar você, uma mulher inteligente que vai ter o maior prazer do mundo em ensinar a ele com todo amor e carinho essa lição tão importante.
Também perguntei para algumas amigas quais eram suas crenças inquestionáveis sobre o universo masculino. O objetivo era tentar descobrir até que ponto elas conheciam mesmo seus companheiros barbados ou se elas não estavam se deixando levar pelo oceano de lugares comuns tão característico da guerra dos sexos. O resultado, meus caros, é que as mulheres são mesmo de Vênus e os homens de Marte e um grupo não tem muita noção do que se passa no planetinha do outro.
“Todo homem é igual” é um dos lemas repetido à exaustão pelas mentes femininas. A ideia que a maioria dos caras não vale um Babaloo de melancia e que vai pular a cerca na primeira oportunidade é, talvez, a maior mentira do universo. Além de ser uma baita injustiça. Claro que existem caras assim, que não vão perder a chance de ficar com uma garota se ela der chance, mesmo se eles forem comprometidos. Mas daí a pensar que somos um bando de galinhas é uma distância imensa.
A maioria das mulheres que são traídas por todos os caras com que se relacionam têm o péssimo hábito de se interessarem por sujeitos que tem a palavra “cachorro” tatuada na testa. Tipos que deram em cima delas quando estavam acompanhados pelas namoradas. Aí a loca começa a se relacionar com o sujeito e surta quando leva um par de chifres. Sorry, baby, mas se o cara desrespeitou a ex, tem grandes chances de desrespeitar você. Você é a culpada pela traição? Claro que não. Mas convém observar os homem pelos quais você se sente atraída e quebrar esse padrão. Muitas vezes, não é que os homens sejam todos iguais, mas é você que faz sempre as mesmas escolhas.
A ideia de que os homens acham que as mulheres que tomam iniciativa são fáceis é outro mito que precisa ser combatido para o bem dos relacionamentos da pós-modernidade. Eu estaria mentindo se dissesse que babacas que julgam mal as garotas com atitude são uma espécie em extinção. Mas o buraco é bem mais embaixo. O problema é que grande parte dos homens heterossexuais foram abduzidos e substituídos por meninos de apartamento criados pela avó que não sabem como preparar o próprio leite com chocolate. E isso, minha gente, coloca em perigo a perpetuação da espécie.
Porque diante desse mar de caras que estão mais preocupados em sair nas fotos de site de balada playba fazendo símbolo de Paz e Amor do que em tratar bem a moça que está ao lado deles, só resta às mulheres surpreender o colega e tomar alguma atitude. Aí, ao invés de admitir que é um bundão, que não tem a menor ideia do que fazer com um mulherão que sabe o que quer, ele prefere dizer que você é fácil. Na boa, você está melhor sem um cara desses. A boa notícia é que nem todo mundo pensa assim. Cada vez mais homens estão se ligando que esses joguinhos sexistas não têm nada a ver e chegam junto quando você sai na frente na paquera ao invés de voltar para casa com o rabo entre as pernas propagando preconceitos machistas.
A resistência masculina a atos românticos também é presença fácil na lista dos maiores defeitos dos homens. Acontece, minhas caras, que os homens são românticos, sim. Só que não há buquê de rosas vermelhas, recado deixado no espelho do banheiro ou café da manhã na cama que alcance a fantasia feminina do príncipe encantado. Porque ainda que ele não faça nenhuma dessas coisas óbvias, eu duvido que não rolem gestos gentis no dia-a-dia. É o respirar fundo enquanto você surta porque está de TPM. É topar ver aquele filme mela cueca no sábado à noite e ver você suspirando pelo galã bonitão. Esse é o verdadeiro romantismo, aquele que dá as caras no meio da dureza do cotidiano. Não o agrado programado pelo calendário. Ninguém está dizendo que os homens devam ser alçados a posição de heróis por causa desses gestos. Mas não custa nada reconhecê-los, não?
Claro que não existem regras. O mundo está repleto de gente diferente agindo de forma meio maluca. E, por mais contraditório que possa parecer, isso é bastante saudável. A dica é tentar olhar menos para o próprio umbigo e mais para o outro. Mas olhar de verdade, com olhos e ouvidos a postos para captar os sinais e tentar entender um bocadinho melhor o que realmente acontece do outro lado do balcão. Desencontros sempre vão rolar. O processo perene de descoberta do outro na tentativa de desatar esse nó é o que mantém os relacionamentos vivos e os amantes em constante movimento, um em direção ao outro.
Ser mulher… Eu vivo me perguntando como as mulheres conseguem lidar com tanta pressão. Porque é preciso estar sempre magra e bem vestida, com cabelo escovado, maquiagem feita e perfume etéreo exalando pela sala. Tudo isso se equilibrando em cima de sapatos de saltos altíssimos e fazendo cara de mistério. Na boa, tem que ter um outro jeito de atrair a atenção dos caras e conquistar o respeito das “amigas”.
Não estou dizendo que a partir de hoje o pijama deve ser promovido à roupa de gala. Os homens, como a maioria das pessoas, gostam de ver sua companheira bem arrumada. Eles morrem de orgulho de terem sido escolhidos por aquela garota que chama a atenção de todo mundo por sua beleza, elegância, inteligência e presença de espírito. Essa vaidade faz parte da natureza humana. O que não pode é isso virar um suplício para as mulheres. Porque, de verdade, os caras que valem a pena vão querer ser motivo de alegria e prazer para vocês e não de preocupação.
Sou 250% a favor da beleza. Gosto de roupas bonitas, de paisagens que tiram o fôlego, de gente que parece que saiu da capa de revista, de obras de arte que emocionam. Isso não quer dizer que eu sofra (muito) por não ter dinheiro para vestir todas essas roupas, estar nesses lugares, namorar essas pessoas ou ter uma das obras de arte pendurada na parede de casa. Esse é o ponto: mirar o mais alto possível, mas ficar contente por acertar onde der.
Não estou fazendo apologia à mediocridade. Só estou tentando tirar um pouco do peso que a sociedade, a cultura, o machismo, ou qualquer um desses entes sem rosto colocou sobre os ombros de vocês, mulheres. Porque nem todo mundo nasceu para ser top model, mãe exemplar, rainha do lar, gata sarada ou alta executiva. Muito menos todas essas coisas juntas.
Caprichar na produção no primeiro encontro faz parte. O que não rola é levar a personagem para cama e ficar, indefinidamente, nessa de ser a princesa-perfeita-que-não-solta-pum. Tem coisa mais assustadora do que acordar e dar de cara com uma pessoa penteada, de cara lavada e sorriso no rosto? Primeiro porque o cara vai achar que passou a noite com um androide. Depois ele vai se sentir mega inadequado com a remela nos olhos e o bafinho de quem ainda não escovou os dentes. Para que isso, minha gente?
De verdade? Tudo o que os caras procuram é uma mulher bacana que ria das piadas deles, não dê chilique por causa da sessão semanal de futebol com a galera, saiba ser companheira e com quem possam fazer sexo gostoso e sem frescura. O resto é coisa de revista feminina. Vai por mim, de homem eu entendo.
E na hora da paquera, gente? Então você está no bar com o pessoal do trabalho para aquele happy hour bacana depois de um longo dia de trabalho. Lá pelo terceiro chope, você percebe que um dos engravatados da mesa ao lado é bem bonitinho. Entre uma reclamação e outra a respeito do chefe, você repara que o sujeito está olhando para você e sorrindo. Você retribui, ele recebe sua “resposta” e continua o jogo. Depois de algum tempo, as fofocas do escritório começam a ficar mais interessantes do que esse “sorri e acena”. Aí fica a dúvida: dar o primeiro passo, levar a coisa para o próximo nível e correr o risco de parecer oferecida, ou esperar que o sujeito mova aquela bundinha linda e venha falar com você?
Não se preocupe, minha amiga, você não está sozinha. Tomar ou não tomar a iniciativa da paquera é um dos grandes dilemas da mulher na atualidade. Ao lado, talvez, de questões como onde encontrar uma depiladora de confiança que atenda depois das 21h, por que você escolheu ter filhos em vez de fazer Mestrado na Inglaterra, ou como impedir que a fatia de pudim de leite que você comeu no almoço vá parar direto no seu quadril.
Eu poderia vir com um discurso igualitário cheio de frases como “não há nenhum problema em mulheres darem o primeiro passo” ou “vá à luta porque essa divisão sexista de papeis não está com nada”. Até porque eu acredito de verdade em tudo isso. Mas não seria honesto. Infelizmente ainda existem milhares de caras por aí que se intimidam quando a mulher toma a frente. O número deles vem diminuindo, é verdade, mas ainda assim convém pensar um pouquinho antes de decidir qual postura assumir.
A primeira pergunta a se fazer é que tipo de risco você está disposta a correr. Continuar olhando e sorrindo é, de longe, mais seguro. Afinal, caso o sujeito não se mova sempre dá para dizer que você nem queria mesmo ficar com o cara e que tudo não passou de uma grande diversão. Ok, jogar toda a responsabilidade nas costas do moço reduz a zero as chances de levar um fora, mas te coloca em uma posição de impotência.
Não me venham com essa história de que “se o sujeito estivesse a fim ele teria vindo falar comigo”. Mulheres não são boas em dar sinais claros sobre o que quer que seja, muito menos quando estão sexualmente atraídas pelo cara da mesa ao lado. Então, o sujeito pode, simplesmente, não ter sacado que você estava dando mole para ele. Além disso, alguns caras são tímidos e, a não ser que suas mães super protetoras os arrastassem pela mão, eles jamais tomariam a iniciativa de ir falar com você.
Outro ponto que precisa ser levado em conta é o tipo de cara que você procura. Se o sujeito que completa sua fantasia de família de comercial de margarina for um daqueles tipos mais certinhos (eu ia dizer coxinha, mas achei que poderia ofender alguém), com visões meio esteriotipadas sobre o papel de homens e mulheres na vida, fique exatamente onde está. A ousadia de cruzar o bar, sentar-se ao lado dele e puxar papo pode estar tão fora da maneira como ele enxerga as coisas que você certamente será mal interpretada. Simplificando: ele vai te achar fácil e não vai te levar a sério. Ou seja, se você espera um príncipe montado em um cavalo branco vai ter de fazer a donzela aprisionada na torre. É um porre, eu sei, mas são os ossos do ofício.
Ok, ninguém anda com crachá na balada. Então como saber se o sujeito vai te achar uma mulher de atitude ou uma piranha caso você toma a iniciativa? Tentativa e erro, minha cara, simples assim. Se o sujeito encarar numa boa sua investida, ponto para as meninas. Se ele nunca mais aparecer, agradeça à vida por tirar do seu caminho alguém que provavelmente não te faria feliz e bola para frente.
Por último, mas não menos importante. Por favor, esqueça essa história de mostrar as palmas das mãos, mexer no cabelo, rir jogando a cabeça para trás ou qualquer outra bobagem que o canal da National Geographic disse que demostram o seu interesse. Pode até ser cientificamente comprovado, mas os homens têm algumas inseguranças que os felinos da savana não possuem. Então convém brindá-los com um pouco mais de objetividade. Não precisa cruzar a pista de dança sensualizando e passar uma cantada de pedreiro. Um simples sorriso largo, olhando nos olhos dele e um gesto de “vem cá” com os dedos são suficientes para eliminar qualquer dúvida. Aí é confiar no seu taco e deixar o resto por conta da Mãe Natureza.
E o que vocês acham daquele chavão de que os opostos se atraem? Algum de vocês conhece o “Sou hipster, namoro playboy”? Vale a pena conferir. O tumblrreúne um monte de situações hilárias de desencontros que supostamente rolam quando hipsters (essa gente de óculos de aro grosso, camisa xadrez e chapeu Panamá) namoram playboys (me recuso a explicar o que é um playboy). É impossível não se reconhecer em uma (ou muitas) das situações. O site é um sucesso porque trata com muito bom humor um tema que é para lá de universal: as diferenças entre as pessoas e o reflexo delas nos relacionamentos.
Tenho certeza que não é preciso ir muito longe na memória para dar de cara com meia dúzia de situações em que os seus gostos, posicionamentos e hábitos eram tão bizarramente diferentes dos do seu namorado(a) que ficava difícil imaginar porque, diabos, vocês estavam juntos. Eu mesmo já passei por isso milhares de vezes. Às vezes conseguimos administrar as arestas e seguir em frente juntos. Mas também já existiram casos que as divergências ou eram muito grandes ou se referiam a coisas que nenhum dos dois estava disposto a negociar e acabamos por romper.
As duas situações me ensinaram que respeito, tanto por você quanto pelo outro, é a chave para a construção de uma história saudável. A ausência dele é o caminho para um relacionamento onde um sempre dá as cartas e o outro sempre acata às ordens. A receita pode até parecer um bom negócio por um tempo, principalmente para quem determina as regras do jogo. Mas não se enganem, o espaço entre o opressor e o oprimido é sempre um vazio e essa conta emocional será cobrada, mais cedo ou mais tarde, com juros e correção monetária.
Admito que nem sempre é facil conviver com estilos de vida ou valores muito diferentes dos seus. Mas o esforço vale a pena. Estar aberto para que o outro traga sua bagagem (física, emocional, cultural, etc) é, talvez, a melhor parte do relacionar-se. Quem perde isso, seja por arrogância, insegurança ou falta de generosidade, está jogando fora uma oportunidade incrível de se transformar em algo melhor, não pela aceitação plena de tudo o que o outro tem, mas pelo aprendizado constante.
Veja bem, não estou dizendo que você tenha que aceitar tudo o que o outro fizer ou vice e versa. Isso é submissão ou teimosia. Estou falando de troca entre iguais, onde cada um dá o que tem de melhor e recebe, de bom grado e desde que lhe faça algum sentido, o que o outro oferece. Nada a ver com enfiar suas escolhas goela abaixo do parceiro ou se sentir na obrigação do que quer que seja.
Apesar da boa vontade e do afeto, nem todas as diferenças podem ser negociadas a ponto de coexistirem pacificamente. Porque tudo nessa vida tem limite. E com a gente não é diferente. Então, se você já está até a tampa com o jeito bronco ou mal educado do seu namorado, ou qualquer outra postura que seja uma agressão ou falta grave na sua opinião, converse com ele e coloque as cartas na mesa deixando bem claro o porquê esse tipo de comportamento coloca em risco o relacionamento de vocês. Só tome cuidado para não se perder na ilusão do príncipe encantado, afinal se você tem um monte de defeitos não há a menor lógica em esperar perfeição de quem quer que seja.
Em tempo, estou me referindo às diferenças significativas que podem resultar em problemas sérios para o relacionamento. Você gostar de rock e ele de pagode não entra nessa categoria. Ele ser louco por futebol e você achar o esporte a coisa mais chata do universo também não. Para esses casos eu sugiro que ambos cedam um pouco e acompanhem o parceiro de vez em quando. Não precisa ir ao estádio em toda partida ou não perder nenhum show. Todo mundo reconhece “esforços” desse tipo. E quando você ou ele não estiverem mesmo afim, liberem-se para ir só com os amigos. Eis uma ótima oportunidade para praticar a confiança entre vocês e aproveitar para colocar o papo em dia com a galera.
No fim, é sempre aquela história de tratar as pessoas como nós gostaríamos que nos tratassem. Só a gente sabe o trabalho que deu para chegar até aqui e colecionar lembranças, amigos, conhecimento, projetos, consquistas e sonhos. Se ver tudo isso ser desrespeitado ou diminuído por alguém soa como crime passível de punição severa, não faz sentido sair por aí ditando regra e dizendo o que é ou não digno de nota dentre as coisas que o outro traz consigo. Pense nisso antes de bater no peito cheio de si se achando o representante de tudo o que há de melhor na humanidade.
E quando termina o relacionamento? Um grande amigo terminou o namoro há alguns dias. O cara está sofrendo horrores. Até aí, ok. Normal doer quando o relacionamento acaba e ainda existe afeto, tesão e saudade. O problema é que o sujeito está se sentindo o cocô da mosca do cavalo do bandido por causa do fim de uma história que já se arrastava há meses e variava entre brigas homéricas e desejo de desaparecer e promessas de mudanças que nunca se cumpriam. Aí não dá, né minha gente?
Afeto é muito importante, mas, sozinho, ele não mantém duas pessoas juntas. A convivência tem que ser prazerosa na maior parte do tempo, os valores tem que ser parecidos e as pequenas coisas que fazem parte do dia a dia devem ser motivo de riso, não de atrito. Porque é nos detalhes que construímos os relacionamentos e é neles que a maioria dos relacionamentos desmorona.
Uma coisa é sentir a falta do outro. Outra, completamente diferente, é se achar a pior das mortais por causa do rompimento. Não dá para carregar sozinha toda a responsabilidade pelo término. Da mesma forma que não daria para carregá-la em caso de sucesso. Então, querida, controle o ego e trate de dar para cada um a parte que lhes cabe nesse latifúndio.
Aí você pensa “eu poderia ter encarnado a donzela inocente e sido mais compreensiva ou paciente e não criar tanto caso com todos os defeitos e manias dele que me irritavam a ponto de eu querer acertar o sujeito com uma cadeira”. Sim, do mesmo jeito que ele poderia ter encarnado o príncipe encantado mais vezes, de preferência um parecido com o Richard Gere com direito a limousine branca e tudo. Então para de sofrer à toa porque ninguém deve nada a ninguém. Negociar, fazer concessões e ceder fazem parte do jogo. Mas abrir mão das coisas a ponto de se sentir agredida é demais. Ninguém merece isso e se o relacionamento de vocês fosse saudável não seria preciso chegar tão longe.
Ok, a química entre vocês era incrível. O beijo do cara amolecia suas pernas. Ele sabia extamente como te fazer subir pelas paredes. Agora ele se foi e a ideia de nunca mais se deparar com um amante tão bom te atormenta. Dois tons a menos, por favor. Primeiro porque o sujeito não tinha o membro de ouro. Depois, como diria Madonna, what happens when you’re not in bed (o que acontece quando você não está na cama)? Porque ele mandar bem é importante, mas não é o bastante para sustentar um relacionamento.
Tudo bem, às vezes a gente pisa feio na bola e merece o pé na bunda. Aí, só nos cabe fazer o mea culpa, enfiar o rabo entre as pernas e torcer para ser perdoado, quando ainda há interesse, ou partir para outra, se a vontade de ir for maior do que a de ficar. Se for esse o caso, bora correr atrás do prejuízo e tentar reverter o quadro. Mas sem perder a noção.
Nada de sair por aí perseguindo o ex e deixando um milhão de mensagens na caixa postal. Ligar sem parar para o escritório também não é uma boa. Esperar na saída do expediente não é uma opção. Mandar flores para a firma JAMAIS (melhor deixar para lá qualquer coisa que envolva o trabalho dele, ok?). Homem ODEIA se sentir acuado (na verdade, todo ser humano emocionalmente saudável tem pavor de ser encurralado) então não sufoque o sujeito. Marque posição, mas deixe espaço para que ele decida. Se ele estiver a fim ele vai dizer. Homens não fazem doce. Isso não faz o menor sentido para a gente.
Em todos os casos, quando a ficha cai e a gente se vê em casa em uma noite de sábado rodeado apenas por farelos de amandita, vale a pena ter em mente que as manias e péssimos hábitos do sujeito ainda estáo lá. Basta raspar a tinta dourada que cobriu todas as lembranças de vocês dois de um dia para o outro e você vai vê-los. Talvez não acabe com a dor, mas ajuda a reunir forças para não abrir mais um vidro de nutella.
E o mito de que amizade entre mulheres é fake? Amizade é um lance incrível. Muito bom contar com duas ou três pessoas especiais com quem a gente pode dividir problemas, alegrias e um pedaço de bolo de chocolate no meio da semana (porque ninguém merece sair da dieta sozinha). Muito bom ter com quem tirar dúvidas sobre a carreira, pedir ajuda para esquecer aquele ex que não vale nada, mas de quem a gente morre de saudades, ou compartilhar a última fofoca sobre um desafeto em comum.
No entanto, como tudo mais que envolve o ser humano, a amizade não é uma ciência exata. Por vezes, as coisas saem bem diferente do que nós imaginávamos e as pessoas acabam se chateando. Pode ser uma frase fora de lugar, mau jeito na hora de dar uma bronca, ou mesmo falta de atenção com o outro por causa de uma semana corrida no trabalho ou porque o namoro novo tem consumido grande parte do tempo livre. O motivo importa pouco, desde que as coisas sejam resolvidas logo. Esse é o tipo de situação em que a passividade dos envolvidos só piora as coisas. Nada a ver ficar esperando que o outro adivinhe que está em falta ou deu mancada. Algumas pessoas são mais distraídas do que outras e o que é muito importante para você talvez não seja para mim. Então, se o cenário atual não agrada, abra o jogo o quanto antes.
Se foi você quem deu a bola fora, a primeira coisa a fazer é hastear a bandeirinha branca e pedir desculpas. Aí você vira para mim e diz cheia e ironia. “Jura? Isso nunca tinha passado pela minha cabeça.” Eu sei, pode parecer óbvio, mas assumir, verdadeiramente, a responsabilidade pela crise na amizade é um dos passos mais difíceis. Porque não adianta nada ir se desculpar se você estiver na defensiva, com quatro pedras na mão, pronta para revidar a qualquer comentário. É preciso estar de braços, coração e ouvidos abertos ao que o outro tem dizer. Não se trata de escutar calada os desaforos e cobranças que podem vir à tona em momentos como esse. Mas manter em mente que o objetivo do encontro não é mostrar quem tem razão ou quem é vítima e carrasco e sim acertar as coisas, resolver o problema e voltar as boas com alguém de quem você gosta muito.
No caso em que você foi a pessoa prejudicada vale a pena avaliar até que ponto o motivo de tanta chateação faz jus ao gasto energético e desgaste emocional de se indispor com uma amiga. Em 90% dos casos um puxão de orelha bem humorado seguido de um “espero que isso nunca mais se repita” dão conta do recado. Se a falha for recorrente marque um café, ou uma cerveja se vocês forem adeptas de uma boa botecagem, e seja honesta. Intimidade para isso vocês, supostamente têm. Ninguém é perfeito, muito menos você e sua amiga. Então convém temperar seus relacionamentos com doses consideráveis de generosidade, porque sem ela nem as parcerias no jogo de buraco sobrevivem. Fica a dica dada no parágrafo acima, resolver a situação é mais importante do que descobrir de quem é a culpa.
Veja bem, estamos falando aqui de “delitos” leves. Coisas que se resolvem com uma boa conversa e um bocadinho de paciência. Porque algumas atitudes são bem complicadas de entender e quase impossíveis de explicar. Ficar com ex-namorado da amiga, por exemplo, só se for amor de outra vida ou encontro de almas gêmeas. Caso contrário, nem pensar. Paquerar o pretê da outra também deve ser incluído na categoria “De Jeito Nenhum”. Aliás, trairagens de qualquer tipo devem ser evitadas mesmo sob tortura e, quando ocorrerem, devem ser punidas com execução sumária de TODOS os envolvidos, porque o bofe também tem culpa no cartório.
Eu acredito, de verdade, que tudo se resolve com uma boa conversa. Isso não quer dizer que vamos conseguir lidar com todas as coisas bem o bastante a ponto de podermos continuar nossas vidas como se nada tivesse acontecido. Certas atitudes deixam marcas muito profundas ou abalam demais a confiança entre as pessoas. Por vezes, a única solução possível é ir embora, romper os laços e seguir caminhos separados. Não se trata de alimentar ressentimentos ou passar anos remoendo sentimentos ruins e arrastando correntes por aí. Mas de assumir que o vaso se quebrou de tal forma que é, simplesmente, impossível colá-lo.
Não estou falando de desejar coisas ruins para o outro, mas de desejar ser feliz sem o outro ao lado. Porque as amizades, como tudo mais na vida, também terminam. Isso não quer dizer que falhamos. Quer dizer apenas que a partir daquele ponto os caminhos se separam. Isso acontece naturlamente na maioria dos casos. Quando a vida trata de afastar o que não faz mais sentido estar junto. Mas por vezes são nossas atitudes que determinam o término das relações. Do segundo jeito dói mais, é verdade. Mas ele precisa ser encarado com a mesma naturalidade do primeiro.
Agora, e quando rola aquela pulada de cerca? Sou super a favor de relacionamentos duradouros. Acredito mesmo que casamentos e namoros têm vários pontos positivos. Passear de mãos dadas no domingo à tarde, dormir de conchinha quando dá na telha, sexo sem frescura e a intimidade que só o tempo traz são algumas das razões que me fazem sonhar com o pacote completo, com direito a casa com cerquinha branca e tals.
Claro que eu tenho noção que casar também é a cueca/calcinha esgarçada, o pum debaixo das cobertas, o mau humor depois de um dia complicado, o pé no sofá e a toalha molhada em cima da cama. Até aí sem muitos problemas, porque é da natureza humana se acomodar quando encontra uma situação confortável.
O problema é quando, em um dos pontos baixos dessa curva, a gente resolve dar uma olhada por cima da cerca para conferir o que rola no quintal do vizinho e, ao nos depararmos com a grama verdinha, decidimos pastar na propriedade alheia.
Gente, chifre é uma das verdades inexoráveis da vida. Se até a Ivete Sangalo e o Rodrigo Santoro foram corneados, não há a menor chance de nós, ímpios mortais, sairmos incólumes dessa história. A pergunta é o que fazer depois que o leite derrama, a Inês morre e tantas outras analogias para dizer que agora o erro já foi cometido e é tarde para lamentar.
Ninguém aqui quer banalizar a infidelidade, mas convém dar às coisas o peso e importância que elas possuem. Então, amiga, se você se pegou no banheiro do trabalho com aquele colega gostoso que deu em cima de você por meses e a história se resumiu à diversão sem compromisso em horário comercial não há a menor razão para você abrir o jogo com maridão. A única coisa que você vai conseguir com isso é chatear um sujeito que te ama e que aceitou dividir a vida com você. Desnecessário, né?
Agora, caso o lance com o boy magia da baia ao lado se tornar algo recorrente ou você perceber que além de se pegar com ele no banheiro do escritório, também rola uma vontade de sair para jantar e tomar um vinho talvez seja o momento de parar e repensar seu relacionamento oficial.
Longe de mim ser moralista. Mais do que em namoro ou casamento, eu acredito na felicidade. E se seu companheiro precisa de um suplente para te fazer feliz, talvez tenha algo meio fora do lugar. Não estou dizendo para você chegar em casa metendo o pé na porta e fazendo as malas por causa de uns amassos e uma sessão de sexo casual. Mas convém fazer alguma coisa se rolar uma ressaca moral.
Às vezes um conjunto de lingerie novo, uma jantar romântico em um lugar bacana ou um final de semana na praia são suficientes para reacender a chama (nossa, que expressão mais cafona!).
Se depois de pensar e pesar as coisas, você resolver levar as duas (ou mais) histórias ao mesmo tempo, um conselho: seja discreta. Não por culpa, medo de ser descoberta ou receio do que as pessoas podem pensar de você caso descubram, mas as por consideração pelo sujeito que está em casa. Afinal, se a decisão foi manter o casamento, você deve sentir algo de bom por ele. Então não custa nada ter cuidado para não magoar o moço.
Não sou machista. Mesmo. Penso que homens e mulheres têm direito iguais, inclusive quando o assunto é traição. Mas também acredito em tratar as pessoas como eu gostaria de ser tratado. E ser traído, por si só, já é uma experiência bem dolorosa (eu sei e você também sabe). Não precisamos piorar tudo desfilando de mãos dadas com o casinho para quem quiser ver e contar para o dono oficial do cargo.
Não existem respostas fáceis para questões difíceis e no caso de infidelidade não seria diferente. Decidir manter o casamento após uma, ou várias, puladas de cerca não é necessariamente um problema desde que você consiga lidar com o fato de que está fazendo algo que possivelmente vai magoar alguém que te ama e que você afirma amar. Se colocar no lugar do outro cosuma ajudar nessas horas. Tente pensar em como você se sentiria se estivesse do outro lado do balcão. A resposta pode ser difícil de encarar, mas certamente vai te ajudar a decidir como agir. Fácil? Não. Mas ninguém nunca disse que seria.
Bem, entre os chifres, há os virtuais, né? A Internet mudou a forma como as pessoas se relacionam. Sites de relacionamento, redes sociais, salas de bate-papo e programas que permitem a troca instantânea de mensagens configuram, hoje, um campo fértil para aumentar círculos de amigos, conhecer pessoas com gostos parecidos e encontrar possíveis pretendentes. Até aí, nada a reclamar. Afinal, ainda que boa parte dessas histórias jamais migre para o mundo real, quanto mais variadas forem as formas de interação social, maiores as chances das pessoas toparem com alguém que faça seus corações baterem mais forte.
O problema é que o aumento da “oferta” também fez crescer as tentações. Se por um lado a rede de computadores permitiu a criação de novos tipos de relacionamentos, com ela também nasceram novas modalidades de traição. É, minha amiga, a pulada de cerca virtual, ao que tudo indcia, é um problema mais do que real para os casais do século XXI.
Cutucadas, mensagens e curtidas, inocentes à primeira vista, podem ser o início de algo com chances efetivas de terminar em um belo par de chifres enfeitando a testa de alguém. Envie o primeiro spam quem nunca recebeu um comentário com segundas intenções em alguma foto ou foi adicionado pelo amigo de um amigo que não pensou duas vezes antes de puxar papo.
Dar bola para o sujeito é uma escolha pessoal e envolve os mesmos riscos que os relacionamentos extra conjugais do mundo real. Isso porque, apesar da sensação de maior liberdade e coragem, as regras ainda são as mesmas. Então, nem tente usar a internet como atenuante para suas escapadinhas (mesmo elas sejam apenas via e-mail, whatsapp ou SMS). Porque, nesses casos, vale a intenção. E ela está presente mesmo nos atos não realizados fisicamente.
Isso não quer dizer que toda e qualquer interação nas redes sociais seja um convite ao adultério ou uma prova inquestionável de que seu namorado está tendo um caso com aquela menina do trabalho dele que vive comentando tudo o que ele posta. Homem morre de preguiça de mulher paranóica do mesmo jeito que morre de preguiça de olhar vitrine em shopping sem inteção de comprar nada. Então, melhor pensar bem antes de bancar a paranóica e sair por aí cobrando explicações sobre uma história que só existe na sua cabeça. Além de correr o risco de sair com fama de maluca e barraqueira (e homem odeia mulher maluca e barraqueira mais do que odeia juiz de futebol ladrão) você pode levantar a bola de uma história que ele talvez nem tenha notado.
A criação de perfis fakes para espionar ou testar a fidelidade do outro também é a maior roubada. Primeiro porque não significa nada: o cara ignorar suas investidas não quer dizer que ele seja santo e se ele te der mole pode ser mais uma questão de vaidade do que de real intenção de fazer alguma coisa para valer.
Se em algum momento seu namorado lhe passar a senha dele para uma situação específica, como verificar uma informação ou imprimir um arquivo, por exemplo, mostre que você é digna da confiança dele e JAMAIS use essa informação em proveito próprio e sem o consentimento dele. Invadir o e-mail ou o Facebook alheio é uma péssima escolha. Além de ser crime.
Caso role alguma desconfiança, vale a pena parar para pensar nas razões nas quais se baseiam essa sensação. Se a avaliação não for suficiente para matar a pulga atrás da sua orelha, uma conversa honesta com seu namorado é a melhor solução.
E outro dia o Facebook anunciou ter alcançado a marca de um bilhões de usuários. Isso mesmo, você fez a conta certo, de cada seis pessoas que habitam este planeta, aproximadamente uma tem uma página na rede social criada por Mark Zuckerberg. Com tanta gente envolvida, mais cedo ou mais tarde os desmandos, maus modos e falta de noção que pululam no nosso dia a dia migrariam do mundo real para o virtual. Pois bem, infelizmente foi mais cedo. Exemplos de mau uso das redes sociais não faltam.
Encher a timeline das pessoas com atualizações, postagens e recados é o primeiro e talvez mais grave dos pecados que podem ser cometidos nas redes sociais. Na minha opinião, quem faz isso deveria ser condenado à fogueira, mas me parece que a Santa Inquisição abandonou a prática. Uma pena. Eu sei que você foi criada em um lar cheio de amor que girava em torno de cada pequena nescessidade sua e que por isso precisa, quase patologicamente, avisar a todos quando vai tomar água, fazer xixi, descascar uma laranja ou deixar/chegar ao trabalho. Na boa, não precisa. Mesmo. Primeiro porque a gente não liga. Depois porque faz você parecer uma louca carente e sem amigos. Melhor não, né?
Postar um milhão de fotos de bichinhos fofinhos com frases inspiradoras ou de autoria questionável é outro deslize que me faz considerar seriamente parar de receber as atualizações de certas pessoas. Caio Fernando Abreu, Clarice Linspector e Drummond JAMAIS escreveriam aquelas coisas e se tivessem escrito não gostariam que suas palavras viessem acompanhadas da foto de um filhote de cachorro. Se isso não for razão suficiente para você abandonar esse hábito, pensa que essas imagens são cafonas, muito cafonas. Tipo apresentação de Power Point com parábolas bíblicas. Se você ainda manda e-mails com apresentações em Power Point com parábolas bíblicas, pare de ler esse texo agora mesmo e volte para os anos 90. A humanindade agradece.
Compartilhar coisas que não são de interesse público é outra coisa que convém evitar. Outro dia uns amigos comentavam que a página deles foi invadida pelas fotos da cirurgia do menisco de um colega em comum. Eu, de verdade, não consigo imaginar o que passa pela cabeça do sujeito para ele achar que as pessoas vão curtir ver o joelho dele todo aberto. A dica é simples: a vida pessoal continua pessoal. Tente limitar o conteúdo das postagens a algo que realmente pode ser útil para quem recebe suas atualizações.
Tópicos muito específicos devem ser compartilhados com pessoas que se interessam pelo tema. Se você é super fã daquela banda finlandesa que faz múscia a partir de latas de sardinha, ótimo. Isso não quer dizer que eu vou achar super legal receber notificações sobre cada um dos videoclipes dos caras que você postar. Futebol, religião e novelas são assuntos que costumam gerar situações assim. Gente, o facebook permite que você separe seus contatos em justamente para evitar esse tipo de aborrecimento. Bora aprender a usar esse recurso e parar de encher o saco dos outros porque o seu time ganhou a partida do final de semana ou a Carminha levou uma surra do Tufão.
Ok, algumas causas são universais e devem ser defendidas por todos nós, mas as pessoas têm o direito de escolher até que ponto querem se envolver. Eu sou contra a violência doméstica ou contra crianças e animais, e não perco a oportunidade de alertar as pessoas sobre esses problemas. Mas prefiro não ver as fotos de um cão que apanhou até morrer ou assistir o video de uma criança sendo espancada pela babá. Esses são os meus limites. Seria elegante respeitá-los.
Marcar os outros em posts e fotos sem autorização também é pisar feio na bola. O mesmo vale para os aplicativos que mostram os lugares que você visitou. A pessoa tem o direito de não querer que saibam onde ela jantou ou o tanto que ela bebeu na última balada. Se para você não tem problema, tudo bem, mas tem gente que prefere não se expor tanto nas redes sociais. Na dúvida pergunte antes se pode associar as imagens e informações ao profile do outro.
No fundo, minha gente, é sempre sobre respeitar o espaço do outro e se colocar no lugar dele. Tipo civilidade, sabe? Pode parecer frescura no começo, mas todo mundo sai ganhando no final. Pode apostar.
A internet é um reflexo do mundo real e, como tal, apenas reproduz seus comportamentos. Se o sujeito flerta com meio mundo no Facebook, a culpa é dele, não do Facebook. O site só expôs um comportamento que ele teria mesmo que as redes sociais jamais fossem inventadas pelo homem. Nada a ver ficar colocando a culpa pelas suas escorregadelas, ou de quem quer que seja, na rede. O uso que damos à tecnologia é que pode ser bom ou mau. Pense nisso antes de responsabilizar o mundo virtual por atitudes questonáveis que você pode vir a tomar.
E quando somos traídos, devemos perdoar ou seguir a vida sozinhos? Muita gente fica enjoada só ao pensar na traição. Não consegue ver motivos para achar que alguém possa perdoar ou ser perdoado por cometer um ato tão sujo e leviano. Epa, calma, calminha! As coisas não são tão “preto no branco” como a gente pensa, existem milhares de tons no meio disso tudo.
Antes de começar qualquer discussão a gente precisa entender o que quer dizer traição para cada pessoa. É fazer sexo com outra pessoa? É fazer sexo com uma pessoa de sexo diferente? É beijar na boca? É pensar em outra pessoa? É sair para tomar um café uma vez por semana e ter conversas profundas e filosóficas? É passar a noite conversando na internet? É se masturbar conversando com outra pessoa numa sala de bate-papo virtual? É mentir sobre coisas importantes para o casal?
Algumas pessoas acreditam que traição é algo físico, então só existe quando duas pessoas se tocam, trocam carícias e chegam, ou não, ao sexo. Outras pessoas acreditam que o pior de tudo é a traição emocional e intelectual — quando as pessoas trocam confidências, se tornam melhores amigas e você deixa de fazer parte desse momento da pessoa amada. Há ainda as que acreditam que enquanto a namorada estiver de caso com outra menina, tudo bem, mas não pode ser com outro cara.
Agora que você já sabe que tudo isso pode mudar a questão do que é traição, é hora de pensar: o que é traição pra mim? E depois de chegar a uma conclusão — que pode mudar de acordo com o momento que você está vivendo — é hora de partir para a segunda pergunta: eu deixaria isso para trás?
E aí existem milhares de outras coisas para pensar, mas a mais importante delas é: eu vou guardar mágoa? Porque mágoa é a pior coisa que existe e se você vai olhar para a pessoa com esse sentimento pulsando dentro de você é melhor seguir sua vida sozinho.
Se você acredita que pode enterrar essa pedra no caminho e usá-la para melhorar as coisas, aí você tem que pensar muito em como trabalhar isso. Antes de falar qualquer coisa para a pessoa é bom você saber muito bem o que está sentindo e como isso mudou você — porque cada pequena coisa que acontece na vida nos marca e modifica.
A traição é algo que, ao ser perdoado, deve ser deixada para trás e esquecida. Você nunca mais vai poder tocar no assunto ou jogar isso na cara da pessoa, vai ser como se nada daquilo tivesse acontecido. Para que isso seja possível você vai ter que colocar tudo para fora na hora certa: antes de aceitar que tudo siga seu rumo.
Trair como vingança, colocar a terceira pessoa contra a parede, usar o acontecido como arma para tudo ou contar para todas as pessoas do planeta o que aconteceu não são coisas saudáveis. Sim, muita gente faz, mas são coisas que não fazem bem nem a você, nem ao relacionamento e muito menos a quem está presenciando esse ato de masoquismo.
Ao decidir esquecer a traição você aperta o pause no relacionamento, volta até o dia em que aquilo aconteceu e apaga até o momento em que você resolveu seguir com aquela pessoa ao seu lado. Durante essa pausa você pode, e deve, perguntar tudo o que queria saber, pensar se o que você sente é forte o suficiente e deixar claro — pra você e para a outra pessoa — como seria caso isso acontecesse novamente. Essa conversa vai ser decisiva e deixará claros os rumos do relacionamento.
Fui eu quem traiu
A primeira coisa que você tem que pensar nesse momento é: por que eu fiz isso? Respostas como “eu tinha bebido demais”, “estava carente naquele dia” ou “apenas rolou” não serão aceitas. Você precisa pensar de verdade, mergulhar no fundo dos seus sentimentos e entender porque você foi procurar algo “fora de casa”.
Depois de encontrar essa resposta você precisa concluir se o motivo pode ser resolvido com a ajuda da outra pessoa ou é algo apenas seu. Se você traiu porque tem necessidade de fazer sexo com mais de uma pessoa a resposta é ficar solteiro ou buscar um relacionamento aberto. Se você traiu porque a outra pessoa não dá a atenção que você precisa, não te trata como você gostaria ou faz com que você se sinta mal, ela pode te ajudar a melhorar isso.
Se você concluir que pode mudar como se sente e resolver os problemas com a ajuda da outra pessoa, é hora de começar a pensar que vale a pena contar sobre a traição. Se você concluir que é algo apenas seu, é hora de conversar sobre outras possibilidades de relacionamento.
Antes de contar sobre a traição para a outra pessoa o que você mais precisa ter em mente é: estou fazendo isso para melhorar o relacionamento ou para tirar um peso das minhas costas?
A resposta sendo a primeira, você conta, arca com todos os problemas que isso pode trazer, joga limpo e depois disso manda a culpa embora. O relacionamento deve seguir como antes, com o pause dado da mesma maneira de quando você é traído. Você deve enterrar a culpa e viver de acordo com o novo “contrato” que fez com a pessoa que está contigo.
Lembre-se que se você leu esse texto até aqui é porque acha que traição é um erro. E insistir no erro é burrice, não é?!
A gente quer ser moderninha, mas homem faz falta, né? E outro dia entrei numas de arrumar um namorado. Assim, com a praticidade de quem decide estudar inglês, fazer academia ou cortar o cabelo. Resolvi encarar a questão como a objetividade de quem desenvolve um projeto importante, desses que precisam de cronogramas, tabelas no Excel e planos de ação. Mobilizei amigos, explorei redes sociais e coloquei o bloco na rua em busca desse sujeito que me ajudaria a enfrentar com um pouco mais de leveza e prazer esses dias terrivelmente chatos.
As coisas andavam às mil maravilhas. Tudo que estava ao meu alcance foi feito para dar cabo a essa vida de homem só. O único detalhe é que o sucesso da contenda não dependia só de mim. E mesmo a parte que dependia não era assim tão fácil de manejar. Porque, vejam bem, por mais que a gente tenha nossos gostos e preferências, ninguém nunca sabe para quem a outra ponta da garrafa vai apontar.
Nessa minha incursão em busca de um homem para chamar de meu, me deparei com muitas coisas. Caras bonitos, mas sem uma gota de bom humor. Gente divertida que mora do outro lado do país. Um povo cheio de preconceitos, uma gente que não gosta de gordo, de magro, de quem bebe, de quem fuma, de quem vai para a balada, de quem é mais novo ou mais velho.
Descobri que boa parte das pessoas, eu incluído nesse grupo, não querem um namorado, querem um personagem para preencher um lugar bastante específico em suas vidas. Então, com essa ideia de príncipe encantado em mente saem pela vida fazendo listas de qualidades almejadas e defeitos inaceitáveis em um pretendente. Azar de quem se apaixonar por essa gente, porque vai se presentear com a ingrata tarefa de ser a representação de um sonho, a personificação de uma série de projeções vindas sabe-se lá deus de onde. Desnecessário dizer que vai dar errado, né?
Além do povo que espera o sujeito montado no cavalo branco (ou suas variações mais modernas e bem menos românticas) conheci um monte de gente que quer namorar, mas não está disposta a correr os riscos inerentes a qualquer história de amor. Aquele tipo que vive reclamando que está solteiro, mas vive arranjando desculpas para não mudar a situação.
Longe de mim incentivar alguém a encarar um relacionamento por carência, pressão social ou qualquer coisa que não seja amor. Mas também é impossível ignorar o esforço que algumas pessoas fazem para se manter na zona de conforto. Apesar de triste, esse tipo de comportamento não seria um problema se ele prejudicasse apenas aqueles que resolve assumí-lo. O problema é que vez ou outra mais alguém tem a infelicidade de ser arrastado por esse redemoinho de racionalização. Resultado: você confusa e apaixonada por um cara que diz estar a fim de ter um relacionamento sério, mas não faz efetivamente nada para levar as coisas para o próximo nível. Não sei se você já percebeu, mas vai sofrer. Muito, provavelmente, se você estiver mesmo gostando dele.
Ninguém sai por aí com crachás no meio do peito indicando pontos fortes e fraquezas. Então convém não enlouquecer tentando adivinhar o comportamento das pessoas. No fim das contas é tudo uma questão de química. Ou bate ou não bate. Melhor nem tentar colocar ordem em um sistema pautado, justamente, na imprevisibilidade e no caos. Fazer a sua parte é uma coisa, forçar a barra é outra e confundir as duas é mais fácil do que a gente imagina.
E a amizade colorida? Quem nunca se apaixonou por um amigo que atire a primeira pedra. Quem nunca confundiu todo aquele companheirismo, bem querer e proximidade com algo que ia muito além da broderagem que dê um passo a frente e deixe a sala imediatamente. Gente, na boa, tem coisa mais fácil do que se deixar levar por aquela sensação de confiança e intimidade e acabar imaginando que existe algo mais do que fraternidade em todos aqueles gestos e boa vontade? Não tem. É aí que mora o perigo.
Veja bem, amizade é um dos tipos mais poderosos de afeto que existem. Amigos vivem e morrem uns pelos outros, ouvem histórias, ajudam sem julgar e estão sempre lá para dar uma mão quando a barra pesa demais, seja com um conselho de última hora ou uma dose de tequila. Sem falar nos gostos parecidos, nas piadas internas e nas milhares de coisas vividas juntas que trazem uma sensação de aconchego que nem colo de mãe supera. Fala sério, essa é ou não é a receita de um relacionamento perfeito? Até seria, se não fosse por um pequeno detalhe: não há amor entre amigos. Pelo menos não do tipo romântico em que as pessoas se beijam, e se casam e vivem felizes para sempre em casas com cerquinha branca. E isso, minha amiga, muda tudo.
Porque amigos, ao contrário de namorados, não exigem exlcusividade, o que dá uma baita leveza para a história. Então pense bem antes de enfiar, a força, a carapaça de “homem da sua vida” naquele cara que você conhece há anos e que nunca deu sinais de querer levar o relacioamento de vocês para outro nível. Porque ele pode, simplesmente, não ser a melhor escolha para o papel.
Concordo que a gente não controla o que sente e muitas vezes somos pegos de surpresa por esse sentimento que tomou um rumo inesperado. No entanto, é preciso estar atento para não confundir os canais e colcoar na prateleira o amor o que deveria ser jogado no cesto da carência. Porque eu aposto como esse amor repentino surgiu, justamente, em um momento em que a vida te deu uma rasteira e você, sem muitas perspectivas, se voltou para o ombro amigo mais próximo.
O lance da projeção também pode levar as pessoas a pensar que o sentimento pelo outro deixou de ser amizade. Porque, as vezes, a gente gosta tanto do outro, admira tanto o outro, se diverte tanto com o outro que acaba querendo ser o outro. Só que não dá, né? Então a gente enfia na cabeça que quer ter o outro só para gente na tentativa de absorver por osmose um bocadinho daquilo tudo que faz dele um ser tão especial. Precisa dizer que isso não vai dar certo? Acho que não.
Não estou dizendo que amigos não podem ser amantes e vice-versa. De vez em quando o afeto se transforma e ganha outros significados. Sorte dos pombinhos se conseguirem manter seu relacionamento leve e profundo como as grandes amizades sãos. O problema é pensar que amor e amizade são etapas de um mesmo processo. Porque geralmente não são.
Longe de mim desencorajar quem quer que seja a viver suas paixões por mais improváveis que elas pareçam. Só acho que não custa nada conferir se tem água na piscina antes de pular. Ou melhor, convém ver se a tal piscina existe mesmo ou se não é uma miragem criada pela sede extrema de afeto da qual sofremos vez ou outra na vida.
E o que vocês acham de a gente ser amante? Chifre é uma das verdades inexoráveis da vida. Já fui duramente criticado por afirmar isso acima. Mas digo e repito, sob o risco de ser atacado pelos moralistas ou desacreditado pelos românticos: mais cedo ou mais tarde todo mundo trairá ou será traído. Ainda que seja uma vez só. Ainda que não seja nada sério. O lance é tão parte da nossa cultura que criaram até uma data para homenagear o pessoal que de vez em quando resolve dar uma passeada pelo quintal do vizinho para conferir se a grama por lá é mesmo mais verde.
A ideia inicial era escrever um texto com prós e contras de ser amante. Tanto para homens quanto para mulheres. Eu tentei, de verdade, encontrar um lado bom nessa história do ponto de vista do terceiro lado desse triângulo amoroso. Mas não deu. Mesmo. Eu, particularmente, acho que ser amante é a maior roubada do universo. Sério. Sou um cara bastante ciumento e a simples possibilidade de dividir meu objeto de desejo com outra pessoa me tira do sério. Ainda que eu seja a filial e, tecnicamente, esteja errado. No entanto, há quem dê conta de viver nessa espécie de clandestinidade afetiva.
Veja bem, ser amante é quase como estar em um relacionamento que não tem as partes mais legais de estar comprometido. Porque existe o tesão, o carinho e a vontade de viver milhares de coisas juntos. Mas nada disso pode ser vivido de forma plena porque há sempre a necessidade de se esconder e de disfarçar e o medo de ser descoberto.
É tipo quando você está apaixonada por um cara que só está a fim de te pegar de vez em quando. O papo é bom, o sexo é bacana, o sujeito é divertido e os momentos que vocês passam juntos são incríveis. Mas quando ele vai embora sem dizer quando volta, ou se volta, fica aquele vazio, aquela sensação de abandono. Quando você se envolve com alguém comprometido rola algo parecido. Porque dá a impressão de que você recebe o que sobra do outro. Talvez por uma mistura de insegurança, sentimento de posse e vaidade isso não me parece ser suficiente para fazer alguém feliz.
Gente, longe de mim iniciar uma caça às bruxas. Nada me irrita mais do que esse povo de vestido de florzinha e colar de pérolas que fica ditando regras sobre a vida afetiva e a sexualidade dos outros. Sou a favor da felicidade e acredito de verdade que o caminho para chegar a ela é bastante pessoal. Se você não se incomoda em ter encontros furtivos em horários inusitados ou não existir oficialmente na vida do outro, tudo bem. Eu não consigo. Mas eu não sou medida de nada.
Nem vou entrar no aspecto ético dessa história toda, porque há pouco a dizer em defesa de quem aceita ser a outra, ou o outro. Sem moralismos, mas quem, assim como eu, já foi traído sabe o quanto dói. Não consigo encontrar argumentos que justifiquem um comportamento capaz de causar tamanho sofrimento a alguém. Claro que a culpa não é só da amante. Para ser sincero, acho que ela é mais vítima do que vilã. Mas vale a máxima do “quando um não quer dois não traem”. Então convém ficar longe do bofe alheio, ainda que ele insista em ficar bem pertinho de você. Se não por respeito, pelo menos por medo. Porque dizem que a vida devolve tudo em dobro e chifre é que nem perfume do Avon: ainda que você use pouco, o estrago é sempre imenso. Imagine se vier em grande quantidade.
Amiga, você quer bater um papo de mulherzinha comigo? Então, escreva para gente, que alguma mulherzinha de nossa Equipe vai te responder, beleza?
A cada 11 minutos, uma mulher é violentada no Brasil. E ainda há quem diga que a culpa é da vítima
O estupro coletivo de uma garota de 16 anos no Rio de Janeiro exige que o país enfrente sua face selvagem
Na noite de 24/5/16, um vídeo abjeto foi compartilhado na imensidão das redes sociais. Durante cerca de 30 segundos aparecem imagens de uma garota nua e desfalecida em uma cama, com a vagina sangrando, com ao menos duas vozes ao fundo, que zombam da vítima. Um dos carrascos diz: “Mais de 30 engravidou (sic)”. No dia seguinte, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro já havia recebido cerca de 800 denúncias referentes ao vídeo, e a polícia tentava checar a veracidade e localizar a vítima. Uma organização feminista avisou a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e convenceu a família a levar a garota à polícia. Na madrugada da quinta-feira (26), uma jovem de 16 anos, altura mediana, foi à Central de Delegacias da Zona Norte do Rio de Janeiro denunciar que havia sido vítima de um estupro coletivo. No encontro entre o relato de quem sofreu uma violência e a frieza necessária do registro, tem-se contato com uma bestialidade ocorrida no Rio de Janeiro em pleno ano de 2016
Na delegacia, a jovem contou o que aconteceu entre o sábado (21) e sua chegada ali. Ela disse que saiu de casa para encontrar o namorado, morador do Morro do Barão, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Lembra-se de ter acordado no dia seguinte “nua, dopada e cercada por 33 homens com fuzis e pistolas”. Ela então vestiu uma roupa masculina e voltou para casa – na verdade, chegou à residência com a ajuda de um agente comunitário, segundo sua família contou. Na terça-feira (dia 24), a jovem voltou ao morro para recuperar seu telefone celular, que havia sido roubado. No depoimento, ela dá a entender que, nessa segunda ida, relatou o que aconteceu ao chefe do tráfico local. Ainda em seu curto depoimento, a jovem disse ser consumidora de ecstasy e lança-perfume, mas que havia um mês não usava drogas.
Como é comum em episódios de estupro, o relato da jovem tem lacunas, compreensíveis pelas particularidades de um crime sexual. O chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, diz que “há indícios veementes de que ocorreu estupro”. Até o final da sexta-feira havia dúvidas sobre quantas pessoas participaram da ação. A jovem diz ter visto 33 homens; o narrador do vídeo sugere que “mais de 30” participaram do estupro. Ao menos quatro suspeitos são investigados. Lucas Perdomo Duarte Santos, o Petão, é citado no depoimento como o namorado da garota. Petão tem 20 anos e é jogador de futebol profissional, disputou o Campeonato Carioca deste ano pelo Boavista, clube de Saquarema. Os outros três citados são Raphael Assis Duarte Belo, Marcelo Miranda da Cruz Correa e Michel Brasil da Silva – os dois últimos são suspeitos de propalar o vídeo na internet. Até o início da tarde da sexta-feira, ninguém havia sido preso.
O essencial, no entanto, é inegável. A jovem foi estuprada, violentada, como acontece com uma mulher a cada 11 minutos no Brasil. A revolta é maior porque seus estupradores não só filmaram, como compartilharam a selvageria em redes sociais, com demonstrações de orgulho. “O que mais assusta nessa situação profundamente lamentável é que foi um estupro, coletivo e ainda por cima com um terceiro elemento: a forma fria como foi divulgado, como se fosse um fato a ser comemorado”, afirma a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo (USP). Não é um caso único. Em março, quatro homens suspeitos de integrar uma milícia foram presos, sob a acusação de terem estuprado uma menina de 13 anos também na Zona Oeste carioca. “O episódio de agora é revelador de uma cultura de violência contra a mulher, como se o corpo e a sexualidade da mulher não pertencessem a ela”, diz Silvia Chakian, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid), do Ministério Público de São Paulo. “Não se trata de um desvio de um estuprador. Foram 30 homens que participaram e não fizeram nada para evitar um crime dessa natureza”, afirma a promotora. Não só não interferiram, como filmaram o episódio e fizeram questão de propagar a bestialidade por redes sociais, com o retuíte do vídeo, acompanhado de comentários jocosos, que fazem referência também a um chefe do tráfico local, preso em 2014. Alguns deles revelam seus rostos. “Ao apresentarem a prova do próprio crime, a mensagem que passam é que eles não acreditam na punição, não acreditam na Justiça”, diz Silvia. A junção de práticas abjetas com ferramentas contemporâneas não é inédita no mundo: terroristas do Estado Islâmico divulgam nas redes sociais vídeos com as decapitações de reféns, em nome de crenças da Antiguidade. Agora, sabe-se que o Brasil do século XXI também tem seus neandertais digitais, que estupram uma menina como selvagens e têm orgulho de usar a tecnologia para exibir seu ato em redes sociais.
Fonte: Época
A selvageria continua: bandidos fazem ofensiva para difamar vítima de estupro coletivo
Menor vítima de estupro coletivo deixa o Hospital Souza Aguiar, acompanhada da mãe no Rio de Janeiro – 26/05/2016(Gabriel de Paiva/Agência o Globo)
Atacada e violentada por 33 homens, no Morro da Barão, na Praça Seca, em Jacarepaguá, a adolescente C.B. de 16 anos, sofre com nova selvageria: no esforço de difamá-la, bandidos passaram a espalhar nas redes sociais áudios e fotos que sugerem seu envolvimento com traficantes. Parte do material, tentativa grotesca de atribuir à própria vítima a culpa pelo crime que chocou o país, já está nas mãos da polícia. Numa gravação, um homem sai em defesa do bando de estupradores: “Sacanearam nada, mané. Ela que quis dar pra ‘tropa’. Tá maluco?! Senão o ‘Da Rússia’ já ia bater neurose, filho”. Da Rússia é Sergio Luiz da Silva Junior, gerente geral do Morro da Barão, que tem mandados de prisão por tráfico, e braço-direito de Luiz Cláudio Machado, o Marreta, preso no Paraguai em 2014 e que cumpre pena em presídio federal. O ‘trem bala do Marreta’, aliás, foi citado por um dos criminosos, no momento em que filmavam C. B. inconsciente, no dia seguinte ao estupro. Tudo isso também deverá ser investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
Advogado de defesa – Em 27/5/16,, Eduardo Antunes, advogado do jogador Lucas Perdomo, que seria o namorado da adolescente estuprada por 33 homens, disse que a versão dada por C.B., de 16 anos, é fantasiosa. Segundo ele, Lucas sequer teve relações sexuais com a jovem, mas, sim, com outra menina. Os três e um outro rapaz, Raí de Souza, teriam ido para uma casa abandonada no Morro da Barão e, lá, fizeram sexo consensual.
Antunes não conseguiu explicar algumas questões importantes que desmentem a versão apresentada por seu cliente. Em primeiro lugar, no vídeo divulgado é possível ouvir as vozes de dois homens. Além disso, um terceiro rapaz, Raphael Assis Belo (que já foi reconhecido pela adolescente), aparece fazendo uma selfie com C.B. desacordada.
Outra tese sustentada pelos advogados de defesa é de que a versão de que 30 homens praticaram sexo com ela também foi inventada. “Isso eles falaram por causa de um funk que é cantado no baile da favela, de que um homem engravidou mais de 30 mulheres.”
Fonte: Veja
As mulheres de todo o mundo vivem mais e têm maior escolaridade do que nunca nos últimos 20 anos, mas mais de um terço são vítimas de violência – é o que mostra um relatório da ONU divulgado nesta terça-feira.
As informações aparecem no documento “The World’s Women” (as mulheres do mundo, em tradução literal), um estudo de cinco anos que fornece um quadro global atualizado sobre o progresso das mulheres e meninas em situações críticas.
O estudo abrangente, o sexto lançado pelas Nações Unidas, inclui novos dados sobre o trabalho não remunerado das mulheres e sobre a violência contra as mulheres – questão que há 20 anos não era alvo de monitoramento, explicou a pesquisadora Francesca Grum.
Dados de 102 países, maior número analisado até hoje, mostram que mais de um terço das mulheres do mundo foram vítimas de violência física ou sexual em algum ponto da vida.
“A violência contra a mulher está presente em todos os lugares. É uma preocupação global”, disse Grum.
Em todo o mundo, dois de cada três casos de homicídios praticado pela família têm como alvo mulheres – mostrou o estudo.
A alta prevalência da violência é acompanhada por um silêncio igualmente difundido, com vítimas que ainda relutam em contar a alguém sobre o calvário.
A equipe de pesquisadores da ONU observou indicadores de 70 países e descobriu que menos de 40% das vítimas quebraram o silêncio – e quando o fazem, preferem falar com amigos e familiares a procurar a polícia ou os serviços de assistência social.
Menos de 10% das vítimas de violência de gênero procuram a polícia.
Em um aspecto mais otimista, o relatório descobriu que as atitudes de combate à violência estão começando a mudar em quase todos os países em que as informações sobre o problema estavam disponíveis.
O nível de aceitação de “bater na esposa” diminuiu ao longo do tempo com o aumento da conscientização pública, disse o relatório.
Pelo menos 119 países aprovaram leis sobre violência doméstica, 125 dispõem de leis abordando o assédio sexual e 52 têm leis sobre a violação conjugal.
Em março deste ano, o Brasil aprovou uma lei que define como crime hediondo a morte violenta de mulheres por razões de gênero, o feminicídio.
Mulheres trabalham mais
As mulheres de todo o mundo continuam aparecendo em empregos de baixa remuneração, ganhando, em média, entre 70 e 90 por cento do que ganham os homens – segundo o estudo.
Nos países em desenvolvimento, as mulheres gastam em média três horas a mais por dia do que os homens em tarefas domésticas e cuidados com os membros da família – número que cai para duas horas diárias entre as mulheres de países mais ricos.
O número de países adotando legislações garantindo auxílio maternidade e benefícios para a família aumentou.
Mais da metade de todos os países oferecem atualmente pelo menos 14 semanas de licença de maternidade, mas estas medidas muitas vezes excluem as trabalhadoras de setores como a agricultura ou do trabalho doméstico.
A expectativa de vida das mulheres em todo o mundo é de 72 anos, comparado a 68 para os homens.
Estudante morta pelo namorado fazia TCC sobre violência contra a mulher
Isabella Cazado foi morta pelo namorado e cunhado, segundo a polícia
Isabella Cazado foi morta após discussão
com o namorado (Foto: Reprodução)
A estudante de Direito Isabella Cazado, de 22 anos, assassinada a tiros durante uma discussão com o namorado em 31/5/15, fazia um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre violência contra a mulher.
Isabella estudava o 9º semestre do curso na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Segundo a Polícia Civil, a suspeita é de que o namorado dela, Roni Santos, de 23 anos, tenha tido a ajuda do irmão, Fernando Santos, de 21, para assassinar a estudante.
O professor que orientava Isabella no TCC, Alessandro de Almeida Santana Souza, disse, em entrevista ao G1 Mato Grosso, que a jovem era uma boa aluna. “O tema [do TCC] era relacionado ao estupro praticado pelo marido contra a mulher, especificamente a violência contra as mulheres. Ela estava fazendo o levantamento de dados nessas situações e uma pesquisa bibliográfica com casos reais”, contou.
Fernando, irmão do suspeito, está preso. Já o namorado de Isabella, que está com a prisão decretada pela Justiça, continua foragido.
Fonte: Yahoo
Uma adolescente indiana de 16 anos morreu ao cair do ônibus em que viajava, supostamente depois que o motorista e outros homens tentaram estuprá-la e a empurraram para fora do veículo, segundo a imprensa local.
A polícia informou que a menina viajava com sua mãe no ônibus, em um povoado do distrito de Moga, no estado de Punjab (norte), quando o motorista e dois passageiros a assediaram, informou a agência Press Trust of India (PTI).
“Depois foram empurradas e jogadas para fora do ônibus em movimento pelos acusados”, informou o superintendente da polícia do distrito de Moga, H.S. Pannu.
A agência informou que o motorista e um dos homens foram presos e o terceiro estava sendo procurado.
Este incidente é o último de uma série de ataques a mulheres que desatou a indignação no país e lembra outro episódio em que um grupo de homens estuprou uma estudante de fisioterapia em um ônibus em Nova Délhi.
A moça de 23 anos morreu por causa dos ferimentos, dando início a um intenso debate sobre crimes sexuais e semanas de protestos.
Neste último caso, a TV exibiu imagens da mãe da vítima recuperando-se na cama do hospital, enquanto que, no lado de fora, manifestantes exigiam ações contra os motoristas de ônibus.
“Eles ficaram abusando da gente. Ninguém ajudou. Depois nos jogaram para fora do ônibus”, explicou a mãe da vítima ao canal NDTV news.
Uma jovem e dois amigos foram presos em Nova Délhi por matar e arrancar o marca-passo do pai da moça para garantir que o mesmo tinha morrido, pois o homem abusava sexualmente de sua filha, informou nesta terça-feira a imprensa local.
O crime ocorreu na semana passada, mas a informação não foi divulgada até que a última das prisões aconteceu ontem, segundo o jornal local “Hindustan Times”, que citou fontes policiais.
Kulvinder Kaur, de 23 anos, e seus dois amigos foram acusados de matar o pai da moça com golpes de um taco de críquete quando ele dormia em sua casa na capital indiana. O motivo do crime foram os constantes abusos sexuais aos quais o homem submetia a jovem desde a morte da mãe da mesma há três anos.
Aparentemente, a moça deixou a porta de sua casa aberta no último dia 30 para que os dois amigos pudessem entrar sem fazer barulho e matar seu pai.
Para garantir que o homem, Daljeet Singh, um taxista de 56 anos, estava morto, uma janela foi quebrada e, com um caco de vidro da mesma, extraíram de seu peito o marca-passo, relatou um oficial de polícia.
O corpo do homem foi transportado em um carro e abandonado em uma área arborizada da cidade, em Uttam Nagar, a alguns quilômetros de sua casa, onde foi descoberto no dia seguinte e a polícia divulgou fotografias para que fosse identificado.
Alguns familiares reconheceram o homem e a polícia foi até sua residência, onde a menina declarou que seu pai, que trabalhava para uma agência de viagens, tinha transportado turistas em seu táxi no dia de sua morte, o que foi desmentido pela empresa.
Durante um interrogatório posterior, a menina confessou e seus cúmplices foram identificados como Prince Sandhu, um tatuador de 22 anos, que foi detido no último sábado, e Ashok Sharma, de 23, que trabalha em uma loja de roupas e foi preso ontem. EFE
Quatro dos seis acusados pelo estupro coletivo e morte de uma estudante em dezembro do ano passado em Nova Délhi, na Índia, foram condenados em 13/9/13 à pena de morte. O juiz Yogesh Khanna afirmou que o crime, que revoltou a Índia e provocou um debate sem precedentes sobre a situação das mulheres no país, “é um caso extraordinário entre os extraordinários” – o que justifica a condenação à morte. “O tribunal não poderia fazer vista grossa a este ato espantoso”, afirmou.
A vítima, uma estudante de fisioterapia, retornava com um amigo do cinema no dia 16 de dezembro do ano passado e foi estuprada e torturada pelos seis homens após entrar em um ônibus em Nova Délhi. A mulher morreu treze dias depois em um hospital de Singapura. O pai da vítima disse à imprensa que ficou satisfeito com a condenação. “Estamos felizes. A Justiça se pronunciou.”
Na terça-feira, a Justiça indiana já havia declarado culpado de 13 crimes os quatro acusados: Mukesh Singh, Vinay Sharma, Akshay Thakur e Pawan Gupta. As sentenças, contudo, só foram anunciadas nesta sexta-feira. Um forte esquema de segurança foi montado em torno do tribunal, onde se reuniram centenas de pessoas.
Um quinto envolvido no crime, que é menor de idade, foi condenado em outro julgamento a três anos de prisão em uma unidade correcional, uma decisão que causou indignação na família da vítima e em grupos de ativistas que reivindicaram que o rapaz fosse julgado como um adulto e condenado à morte. Um sexto acusado, maior de idade, se suicidou na prisão, segundo a versão oficial.
Repercussão – O estupro coletivo provocou uma onda de protestosno país asiático e levou a um profundo debate sobre a discriminação e a violência que as mulheres sofrem na Índia. Diante dos protestos, o governo foi forçado a modificar a legislação, endurecer as penas contra os crimes sexuais e criar cortes de via rápida para os casos de estupro, entre outras medidas.
Os manifestantes acusaram a polícia de omissão nos casos de violência sexual e os tribunais de não condenarem os estupradores. Desde o caso da jovem em dezembro, a Índia vive uma série de denúncias com contínuas acusações de violência sexual, que aparecem na imprensa local e internacional. As notícias afetaram o turismo no país, segundo dados oficiais e das agências de turismo.
Fonte: Yahoo
Um tribunal especial no Estado central indiano de Madhya Pradesh condenou seis homens à prisão perpétua pelo estupro de uma turista suíça em março, de acordo com a polícia. A mulher e o marido dela realizavam uma viagem de bicicleta e estavam acampados perto da popular cidade turística de Orcchha quando foram atacados por um grupo de homens, segundo o relato do casal à polícia. Os homens amarraram o marido, violentaram a mulher e fugiram após roubar dinheiro e alguns pertences do casal, entre eles um laptop.
Os seis homens foram condenados pelo estupro e pelo roubo, segundo N.S. Rawat, vice-superintendente da polícia do distrito de Datia, onde o crime foi registrado. Rawat acrescentou que os homens foram multados em US$ 336 cada um. O dinheiro e os objetos roubados foram recuperados.
Esse caso ocorreu apenas três meses após o brutal estupro e agressão a uma estudante de 23 anos em Nova Délhi em dezembro, que resultaram na morte dela. Os quatro homens estão sendo julgados pelo crime, o qual negam. Fonte: Dow Jones Newswires.
Policial uniformizada sofre estupro coletivo na África do Sul
Três homens foram detidos nesta quarta-feira suspeitos de conexão com o estupro coletivo de uma policial, de 36 anos, na cidade de Khayelitsha, na África do Sul. As informações são do site Eyetimes News.
De acordo com o relato da vítima, ela estava voltando do serviço para casa, ainda uniformizada, quando foi abordada por três homens que a obrigaram a abrir a porta. Já dentro da casa, ela conta que foi roubada e sofreu um estupro coletivo.
Os suspeitos detidos têm idades entre 17 e 20 anos e estavam armados na ocasião. Não foi divulgado se a policial portava alguma munição.
A África do Sul tem uma das taxas de estupro mais altas do mundo e, no começo do ano, o governo lançou uma campanha para que o assunto seja mais debatido nas escolas. Segundo estatísticas, uma pessoa é estuprada a cada quatro minutos no país.
A morte de uma adolescente de 17 anos após sofrer um estupro coletivo provocou indignação na África do Sul, informou nesta quarta-feira a imprensa local. O crime ocorreu no fim de semana mas só se tornou de conhecimento público hoje. O fato se passou na cidade de Bredasdorp, na província do Cabo Ocidental.
A jovem sul-africana Anene Booysen foi levada por um grupo de homens da festa em que estava para um local em obras, onde foi brutalmente estuprada por vários indivíduos. A adolescente conseguiu identificar um dos envolvidos antes de morrer no hospital em função dos ferimentos sofridos durante a agressão. A polícia localizou e prendeu este suposto autor do crime e mais quatro homens que podem estar envolvidos no estupro. Outros três suspeitos estão sendo procurados.
Em dezembro, uma jovem indiana, de 23 anos, morreu após sofrer um estupro coletivo dentro de um ônibus em seu país, o que gerou violentas manifestações para pedir pena de morte para os autores do crime.
“Capital mundial do estupro”
A Liga de Mulheres do Congresso Nacional Africano (CNA), partido que governa o país, classificou hoje os “crimes sexuais contra mulheres e crianças” de “vergonha nacional” e frisou que os estupros não são exclusivamente um problema das mulheres. “Os estupradores devem saber que ninguém em uma sociedade moral os protegerá uma vez tenham cometido um crime atroz”, afirmou a seção feminina do CNA por meio de um comunicado.
O psicólogo Ilse Ahrend, do Centro Saartjie Baartman para a Mulher e a Infância na Cidade do Cabo, disse à emissora de rádio “Eyewitness News” que este tipo de ataque deveria provocar indignação generalizada.
Episódios similares ao ocorrido em Bredasdorp provocaram consternação na África do Sul nos últimos meses. Segundo dados de organizações em defesa das mulheres, a cada ano ocorrem na África do Sul milhares de estupros e a maioria não é denunciada para a polícia.
A Interpol chegou a qualificar a África do Sul como a “capital mundial do estupro”. Segundo a emissora estatal SABC, uma mulher é estuprada no país a cada 17 segundos.
A turista norte-americana de 21 anos estuprada dentro de uma van quando tentava seguir de Copacabana, na zona sul do Rio, para a Lapa, no centro, em 30/3/13, também foi oferecida pelos criminosos a um homem, que a recusou alegando que ela estava “muito estragada”. O homem, ainda não identificado, seria um criminoso morador de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, a quem o grupo entregou um envelope, enquanto mantinha o casal de estrangeiros refém. Ao ver a moça, já abusada pelo grupo, o homem teria feito cara de nojo. Depois que ele reclamou do estado da vítima, o grupo riu.
O episódio foi contado nesta segunda-feira pelo delegado Gilbert Stivanello, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). No sábado à noite, uma equipe liderada por Gilbert deteve um adolescente de 14 anos que atuava como cobrador na van onde a menina foi estuprada. Ele foi localizado em um abrigo municipal no centro do Rio. Em depoimento, segundo a polícia, o adolescente negou ter participado dos estupros, mas admitiu ter agredido com uma barra de ferro o namorado da norte-americana, um francês de 22 anos, para evitar que ele reagisse enquanto a namorada era estuprada pelos comparsas.
Três adultos que participaram do estupro estão presos e foram denunciados nesta segunda pelo Ministério Público à Justiça do Rio por estupro, roubo e corrupção de menor. Até a noite desta segunda, o juiz da 32ª Vara Criminal não havia decidido se aceita ou não a denúncia.
Segundo a polícia, o adolescente contou que, quando começou a trabalhar com o grupo, já sabia dos crimes que eles cometiam. Na noite do 30, quando chegou para trabalhar, ele teria ouvido dos colegas que iriam “caçar gringos”. O grupo passou várias vezes pela avenida Nossa Senhora de Copacabana enquanto procurava suas vítimas. O casal de turistas, que morava no Rio devido a um intercâmbio para estudar, embarcou na van na altura da rua Miguel Lemos. Ao longo do trajeto, outros passageiros embarcaram, mas tiveram que sair da van depois que um comparsa, que se passava por passageiro, anunciou um assalto. O casal de estrangeiros foi obrigado a permanecer e a moça passou a ser estuprada. A van foi até São Gonçalo, onde a moça foi oferecida. O adolescente teria desembarcado antes.
No Paraná, em 24/1/13, a polícia prendeu seis pessoas. Três delas são suspeitas de terem violentado uma mulher. O crime covarde e brutal foi tornado público quando a vítima encontrou forças para falar sobre o caso.
A enfermeira, de 38 anos, não quis mostrar o rosto, mas fez questão de denunciar a violência que sofreu. “Quero poder não ter medo mais. Medo de ser atacada a qualquer momento, medo de morrer”, ela disse.
Ela contou que, há exatamente dois meses, três rapazes bateram na casa dela e a chamaram pelo apelido. A mulher abriu a porta. Eles invadiram a casa e anunciaram um assalto, armados com uma faca.
O que se seguiu foi uma sessão de tortura. A enfermeira contou que foi atingida por golpes de martelo e estuprada pelos três rapazes; dois deles, menores. E que o namorado dela, que também estava na casa, foi amarrado e agredido. Segundo a polícia, uma hora depois, os três foram embora achando que a enfermeira estava morta. A mulher e o namorado pediram socorro a um vizinho e foram levados para o hospital.
A suspeita inicial da polícia era de tentativa de latrocínio. Mas a linha de investigação mudou quando a vítima disse que tinha um ex-marido violento, que não se conformava com o fim do casamento de 17 anos. Seis suspeitos de envolvimento no crime foram presos. Entre eles, o ex-marido da enfermeira, Anésio Costa Júnior, de 39 anos, e o melhor amigo dele, Misael Andrade dos Santos, de 42 anos.
“Eu fico muito triste em saber que uma pessoa que eu convivi por 17 anos, que imaginava que era ciúme ou alguma coisa, fosse capaz de chegar a uma atitude extrema dessas”, comentou a mulher.
Segundo a polícia, cinco dos presos confessaram o crime e disseram que o ex-marido da enfermeira ficou do lado de fora da casa enquanto a mulher era agredida. No depoimento, contaram ainda que receberam, cada um, R$ 600 do ex-marido, que declarou que só vai falar sobre a acusação em juízo.
A polícia lembrou que vítimas de abusos domésticos devem sempre denunciar os casos.
“Ela já vinha sofrendo atentados há vários anos. Nesse caso, procure a autoridade policial, faça boletim de ocorrência, denuncie para não chegar nesse ponto”, afirmou o delegado Amarildo Antunes.
A polícia indiana informou que prendeu seis homens de uma outra gangue de estupradores de ônibus na Índia, após a morte de uma estudante em Nova Délhi ter chocado a população e desencadeado pedidos de leis mais severas.
Raj Jeet Singh, autoridade policial, disse que uma mulher de 29 anos era a única passageira do ônibus na noite de sexta-feira, quando retornava para seu vilarejo em Punjab. O motorista se recusou a parar no ponto indicado e a levou para um local isolado. Lá, ele, o cobrador e outros cinco amigos a estupraram a noite toda, de acordo com Singh. O motorista largou a mulher no vilarejo no sábado de manhã, informou a autoridade policial. A polícia prendeu os seis suspeitos naquele dia, mas ainda estava à procura de outro.
O brutal estupro de uma estudante de 23 anos em um ônibus em Nova Délhi em dezembro alimentou um acalorado debate sobre o que a Índia precisa fazer para impedir tais tragédias.
Manifestantes e políticos pediram por leis de estupro mais rigorosas, reformas na polícia e uma transformação do modo como o país trata as mulheres. “É um mal-estar muito grave. Esse aspecto de justiça de gênero não foi tratado em nossa tarefa de construir uma nação”, afirmou Seema Mustafa, escritora sobre assuntos sociais, que dirige o Centro para Análises Políticas.
“A polícia não lidou com o problema severamente no passado. A mensagem que fica é de que a punição não é compatível com o crime. Os criminosos pensam que conseguem se safar”, afirmou ela.
Pena de morte
Em seus primeiros comentários, publicados neste domingo, a mãe da estudante morta em Nova Délhi afirmou que os seis suspeitos do caso, sendo um deles supostamente menor de idade, merecem morrer. Citada pelo jornal The Times of India, ela afirmou que sua filha teria dito que o suspeito mais jovem tinha participado dos aspectos mais brutais do estupro.
Cinco homens foram acusados de estuprar e matar a estudante. Se condenados, eles podem ser sentenciados à pena de morte. O sexto suspeito, que diz ter 17 anos de idade, deve ser julgado em uma corte juvenil, caso os exames médicos confirmem que ele é menor de idade. Se este for o caso, a sentença máxima seria três anos em um reformatório.
“Agora a única coisa que nos satisfará é vê-los punidos. Pelo que eles fizeram com ela, eles merecem morrer”, afirmou a mãe da estudante ao jornal. Alguns ativistas pediram uma mudança nas leis indianas, de modo que os indivíduos menores de idade que tenham cometido crimes hediondos possam enfrentar a pena de morte.
Os nomes da vítima do ataque de 16 de dezembro e da família não foram divulgados. A estudante de fisioterapia morreu em decorrência de graves ferimentos internos em um hospital em Cingapura, para o qual foi encaminhada para tratamento emergencial. As informações são da Associated Press.
Muitos a chamaram de “coração valente” ou “filha da Índia”. Mais do que motivar uma onda de orações e protestos em todo o país, a estudante de 23 anos morta no sábado após ser estuprada por seis homens em um ônibus em Nova Déli fez o país se perguntar: “Por que a Índia trata tão mal as suas mulheres?”.
No país, não são raros os casos de aborto de fetos femininos, assim como os de assassinato de meninas recém-nascidas. A prática levou a um assombroso desequilíbrio númerico entre gêneros no país.
As que sobrevivem enfrentam discriminação, preconceito, violência e negligência ao longo da vida, sejam solteiras ou casadas. TrustLaw, uma organização vinculada à fundação Thomson Reuters, qualificou a Índia como o pior lugar para se nascer mulher em todo o mundo. E isso se dá em um país no qual a líder do partido do governo, a presidente da Câmara de Deputados, três importantes ministras e muitos ícones dos esportes e dos negócios são mulheres.
Crimes em alta
Apesar do papel mais importante desempenhado pelas mulheres no país, crimes de gênero estão em alta na Índia. Em 2011 foram registrados 24 mil casos de estrupo – 17% só na capital, Nova Déli. O número é 9,2% maior do que no ano anterior.
Segundo os registros policiais, em 94% dos casos os agressores conheciam as vítimas. Um terço desses eram vizinhos. Parte considerável era de familiares.
E não se tratam apenas de estupros. Segundo a policía, o número de sequestros de mulheres aumentou 19,4% em 2011 (em relação ao ano anterior). O aumento dos casos assassinato foi de 2,7%, nos de torturas, 5,4%, nos de assédio sexual, 5,8%, e nos de violência física, 122%.
Discriminação mortal
Segundo Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia de 1998, mais de 100 milhões de mulheres desapareceram ou foram mortas em todo o mundo vítimas da discriminação. De acordo com os cálculos dos economistas Siwan Anderson e Debraj Ray, mais de dois milhões de indianas morrem a cada ano: cerca de 12% ao nascer, 25% na infancia, 18% em idade reprodutiva e 45% já adultas.
O estudo mostrou que mais mulheres morrem na Índia por ferimentos do que por complicações no parto. E esses ferimentos seriam um indicador da violência de gênero.
Outro dado estarrecedor é o de 100 mil mulheres mortas por queimaduras. Segundo os dois economistas, boa parte delas são vítimas de violência relacionada ao pagamento de dotes matrimoniais. Não raro, os agressores queimam as mulheres.
Sociedade patriarcal
Para os analistas, é preciso uma mudança estrutural nas atitudes da sociedade para que as mulheres sejam mais aceitas e tenham mais segurança na Índia. O preconceito de gênero é reflexo de uma sociedade de tradição patriarcal, ainda mais forte no norte do país.
Para os manifestantes que saíram às ruas após o estupro da jovem estudante de medicina, os políticos, inclusive o primeiro-ministro Manmohan Singh, não são sinceros quando prometem leis mais duras contra a violência de gênero.
Eles ainda questionam o fato de que 27 candidatos nas últimas eleições regionais eram acusados de estupro. Além disso, seis deputados respondem pelas mesmas acusações.
A culpa é delas
Apesar dos pedidos de justiça e de mudanças na sociedade que
aconteceram na Índia, um guru espiritual chamado Bapu ganhou o papel
de vilão nessa história, por mais que isso possa ser assustador. De
acordo com a imprensa indiana, ele disse que a vítima deveria ter sido
mais gentil com os violentadores, se quisesse preservar sua vida.
“Apenas cinco ou seis pessoas não são réus. A vítima é tão culpada
quanto os seus estupradores. Ela deveria ter chamado os agressores de
irmãos e ter implorado para que eles parassem. Isto teria salvado a
sua dignidade e a sua vida. Uma mão pode aplaudir? Acho que não”.
Culpar a mulher por ser vítima de violência não acontece apenas entre
religiões orientais. O padre Don Piero Corsi, da cidade de San
Terenzo, na Itália, afixou na porta da igreja um comunicado dizendo
que a culpa é das mulheres. De acordo com ele, “as mulheres com roupas
justas se afastam da vida virtuosa e da família e provocam os piores
instintos dos homens”. Além disso, disse que o homem fica louco porque
as mulheres são arrogantes e autossuficientes.
Mas esse pensamento não é novo. Ele foi o principal impulso para a
Marcha das Vadias, que acontece anualmente em diversos países, e pede
respeito, mostrando que a mulher pode ter a vida sexual que quiser e
vestir a roupa que escolher sem precisar ter medo de ser violentada.
Relatos recentes de estupros coletivos praticados por gangues no Irã estão
causando preocupação entre as mulheres e levantando questionamentos sobre
valores sociais no país, informa Mohammad Manzarpour, do serviço persa da BBC.
Em uma aldeia religiosa e conservadora perto da cidade de Isfahan, mulheres que
participavam de uma festa privada foram sequestradas no ano passado e foram
vítimas de estupros coletivos perpetrados por criminosos que as ameaçaram com
facas. Uma semana depois, uma estudante universitária foi atacada e violentada
por desconhecidos em um campus fortemente protegido na cidade sagrada de
Mashhad. Em ambos os casos, autoridades acusaram as vítimas de não usarem véus
ou hijabs e de comportamento “não islâmico”. Os casos recentes ganharam
repercussão, e os subsequentes comentários pejorativos feitos pelas autoridades
despertaram indignação entre grupos de defesa das mulheres, que há tempos se
queixam do crescente número de casos de assédio sexual no país. À medida que os
estupros dominam as manchetes dos jornais iranianos, um debate público e
político começa a se formar, a respeito das possíveis razões para o aparente
aumento no número de crimes sexuais. O Estado islâmico iraniano também debate a
maneira de prevenie e punir esse tipo de crime.
Festa Na noite de 24 de
maio, duas famílias do subúrbio de Khomeinishahr convidaram amigos para uma
festa. No total, 14 pessoas se reuniram no evento, realizado em um jardim
cercado de muros. Relatos da imprensa dão conta de que um grupo com mais de 12
homens armados com facas entraram no jardim, trancaram alguns homens dentro de
um quarto e amarraram outros a árvores. As mulheres – incluindo uma em estágio
avançado de gravidez, segundo os relatos – foram levadas a uma propriedade
adjacente e estupradas. Um convidado usou um celular para chamar a polícia. A
maioria dos agressores havia fugido quando os policiais chegaram, mas quatro
foram presos posteriormente. Na cidade de porte médio, a notícia do estupro se
espalhou rapidamente. Mas o episódio não foi coberto pela imprensa estatal,
altamente controlada pelo governo, e nenhum comentário oficial sobre o caso foi
feito por mais de uma semana. O silêncio despertou preocupação e ira entre a
população, que organizou um amplo protesto diante da corte judicial local. Foi
quando os comentários oficiais aumentaram ainda mais a polêmica. “As que foram
estupradas não eram dignas de elogio”, disse o imã de Khomeinishahr, Musa
Salemi, em seu sermão. “Elas vieram para nossa cidade para festejar e provocaram
os demais (os estupradores) ao beber vinho e dançar.” O comandante da polícia
local, Hossein Yardoosti, fez crítica semelhante. “Acho que a culpa é das
famílias das mulheres violentadas, porque, se elas tivessem (usando) roupas
apropriadas e se a música que ouviam não estivesse tão alta, os estupradores não
teriam imaginado que (a festa) era um encontro depravado”, ele teria dito à
imprensa. Há relatos de que o comandante estaria cogitando abrir um processo
legal contra as vítimas dos estupros, por conta de seu “comportamento”.
Consequências nefastas Agora, grupos de defesa das mulheres estão chamando
atenção para os episódios. Em entrevista ao serviço persa da BBC, a ativista e
advogada iraniana Shadi Sadr advertiu que os comentários das autoridades – que
deram a entender que o estupro seria justificado pelo comportamento das vítimas
– poderiam ter “consequências nefastas” para a sociedade. Alguns comentaristas
argumentam que a onda de crimes sexuais está relacionada à extraordinária tensão
sexual latente entre a crescente população jovem do Irã, que passa a maior parte
da sua vida separada por gêneros e com pouca interação social entre homens e
mulheres. A oposição cita outras causas possíveis: sugere que os supostos
ataques sexuais perpetrados por forças de segurança iranianas durante a onda
repressiva pós-eleitoral, em 2009, podem ter legitimado atos semelhantes em
certos segmentos da população. Em meio às discussões sobre o assunto, três
homens foram enforcados – dois deles publicamente – no último dia 9, condenados
por estupro, numa tentativa das autoridades de desestimular a prática de abusos.
Mas os principais suspeitos dos estupros cometidos em Khomeinishahr e Mashhad
continuam à solta.
Como podem ver, os últimos meses foram especialmente difíceis para as mulheres. E
qualquer pessoa que sinta amor pelo próximo, compaixão e acredite num
mundo melhor, ficou chocada com os crimes bárbaros dos quais vou falar
agora.
No Ocidente, temos o costume de nos acharmos civilizados e
intelectualizados, mas nem sempre a maneira como nos enxergamos
reflete o que realmente somos. Os dados abaixo são de diversas partes
do mundo e nos deixa claro que, apesar do problema ser o mesmo, a
reação das pessoas não é. Aceitar o que acontece é, sempre, uma opção.
Vamos falar aqui sobre o corpo feminino e todas as reações que ele
desperta, as relações de poder, de desejo, o respeito e os abusos que
permeiam nossa experiência de sair de casa todos os dias. Vamos falar
basicamente da violência sofrida por um único motivo: ser mulher.
Homens da lei Viviane Alves Guimarães Wahbe foi a uma festa do trabalho. A
estagiária do escritório Machado Meyer, um dos maiores do país, que
estudava direito na PUC, escreveu um relato sobre aquele dia. Ela
conta que bebeu duas taças de champanhe e não lembra das coisas, o que
tinha na cabeça eram flashs. Esses flashs a mostram sendo estuprada. Nos
relatos, ela escreveu que havia sido drogada e estuprada.
A festa aconteceu no dia 24 de novembro, a família disse ter notado
sua mudança de comportamento já no dia seguinte e, em 3 de dezembro, a
jovem se matou atirando-se do 7º andar do prédio em que morava.
No Brasil, o caso não repercutiu. A morte só foi divulgada no dia 30 de
dezembro, apesar de ouvir-se entre jornalistas que a informação já
estava correndo nas redações dos maiores jornais de SP. Por aqui não
houve manifestações, ninguém pediu justiça e o caso corre em segredo
de justiça, como tantos outros que envolvem ricos e poderosos.
Eugenia* moderna
Uma juíza decidiu que, levando em conta os dados socioeconômicos de
uma mulher de 27 anos de Amparo (SP), que sofre retardamento mental
moderado – o que significa uma pequena regressão intelectual –, o
melhor, para a sociedade, seria que ela passasse por uma laqueadura e
se tornasse estéril
Durante todo o julgamento, a mulher, que não tem filhos e não tem
nenhum aborto ou problemas relacionados a gravidez informados, deixou
clara sua vontade de, no momento certo e com o companheiro certo, ter
filhos.
Ainda assim o julgamento ocorreu, a obrigaram a usar o DIU como método
contraceptivo e, no último mês, quando o dispositivo precisaria ser
trocado, a paciente fugiu alegando medo de que a laqueadura fosse
feita contra sua vontade.
A Defensoria Pública trabalha, agora, para que a decisão seja
revertida e os direitos constitucionais da mulher sejam respeitados.
* Eugenia é um controle para que só se reproduzam pessoas com certas
características físicas e mentais. A ideia é que assim seriam evitados
todos os tipos de deficiência. Esse foi um artifício usado por Hitler
durante o Nazismo.
Dados nacionais
Uma pesquisa divulgada ontem pelo jornal Correio da Paraiba aponta que
nos estados da Paraíba, Rio de Janeiro e Tocantins, 67% das pessoas
acreditam que a violência contra a mulher é culpa dela mesma, e 64%
acreditam que esse tipo de violência não deve ser combatida.
Essa violência citada no estudo não fala apenas sobre a questão
sexual. Ela é também a violência doméstica, os maus tratos conjugais e
a humilhação praticada pelo parceiro. Segundo dados da Fundação Perseu
Abramo, a violência conjugal atinge um terço das mulheres em áreas de
SP e PE. A cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem no
Brasil.
Em relação a violência sexual, 1 bilhão de mulheres, ou uma em cada
três do planeta, já foram espancadas, forçadas a ter relações sexuais
ou submetidas a algum outro tipo de abuso.
E como isso mexe com a sua vida?
Mexe em todas as relações que você trata diariamente, seja comprando o
café da manhã na padaria, dentro do transporte público lotado, ao
voltar para casa de noite, quando sai do trabalho, ou quando você
começa um novo relacionamento amoroso.
O problema do abuso é tão presente na nossa sociedade, tão aceito e
cheio de desculpas, que não é percebido com facilidade. Existe estupro
dentro de um casamento. Existe abuso sexual quando um homem acredita
que pode “encoxar” uma muher no metrô. Existe abuso emocional quando o
homem humilha sua parceira. E nós não podemos simplesmente aceitar.
O corpo da mulher não é dela. O corpo da mulher, na nossa sociedade, é
visto como um meio de satisfazer desejos e expectativas. Ele é feito
para dar satisfação sexual, trazer filhos ao mundo e servir a classe
dominante.
Os reflexos disso na sociedade são como o caso acima em que a mulher
não tem o direito a ter filhos, assim como as mulheres não têm
direitos a não quererem ter filhos. Na Índia, meninas são mortas ao
nascer. No Brasil, elas morrem diariamente pelos abusos sofridos.
Nossos mundos não estão tão distantes como muita gente acha.
É obrigação de cada pessoa lutar por uma sociedade respeitosa, que
garanta dignidade a todas as pessoas, independentemente do seu gênero.
A violência não é culpa da vítima e essa mentalidade precisa ser
combatida.
Para fechar, deixo aqui um e-mail que recebi por causa da coluna e que
me deixou com lágrimas nos olhos. Misoginia é o ódio e o desprezo pela
mulher apenas por ela ser mulher. Não é uma doença ou um problema
psicológio e emocional, é uma escolha, uma maneira de ver o mundo e
lidar com as pessoas a sua volta. E talvez seja um dos maiores males
modernos e culpados pela sociedade agressiva em que vivemos.
“Olá Carol. Gostaria que você escrevesse sobre misoginia. Como vivem
mulheres que são casada com misóginos; se elas apresentam quadros de
depressão, ansiedade, síndrome do pânico, causados pela alta pressão
em que vivem, e com o pouco afeto que recebem, principalmente as que
não têm filhos. Também poderia ser pesquisado se este tipo de
personalidade tem cura. Seria possível ele se reconhecer como doente,
que precisa de ajuda. Se não qual a melhor forma de lidar com os
misóginos para não adoecer com ou por causa do seu comportamento, ou
se só resta o divórcio como solução. Obrigada pela atenção”.
A única saída para essa e tantas outras mulheres é a mudança da
sociedade inteira. E essa mudança começa nas suas mãos. De que mundo
você quer fazer parte?
Fonte: Yahoo
Índia: Meninas de 2 e 5 anos são vítimas de estupros coletivos
Protestos contra estupros de duas meninas em Nova Délhi, Índia(Chandan Khanna/AFP)
Duas meninas de 2 anos e 5 anos foram violentadas por mais de um agressor em dois ataques separados em Nova Délhi, nos últimos casos de violência sexual que provocaram uma onda de protestos na Índia.
Um bebê de dois anos foi levada de um evento religioso, estuprada por dois homens e abandonada em um parque no oeste da capital indiana na sexta-feira. No outro caso, uma menina de cinco anos foi violentada por três homens, um deles seu vizinho, também na sexta-feira. De acordo com o porta-voz da polícia de Nova Délhi, Rajan Bhagat, os três foram presos.
Em 17/10/15, mais de 100 pessoas se reúniram em frente à casa de vítima de 2 anos para protestar contra o fato de que nenhum suspeito deste caso foi preso. “A Polícia não está fazendo nada para prender os estupradores. Não nos sentimos seguros nesta cidade”, disse uma parente da criança.
As notícias sobre estupros na Índia aparecem diariamente nos meios de comunicação, fruto da consciência criada pelo estupro coletivo e consequente morte de uma estudante universitária em Nova Délhi em 16 de dezembro de 2012.
Esse ataque gerou múltiplos protestos e abriu um debate sem precedentes sobre a situação da mulher no país, o que levou o governo a endurecer as leis contra os agressores sexuais.
De lá para cá, as denúncias por delitos contra mulheres não pararam de aumentar (18,3% durante o ano passado) devido à conscientização sobre este tipo de violência.
Por que acontecem tantos estupros na Índia?
1 de 4(Foto: AFP/VEJA)
A impunidade
O estupro especialmente hediondo de uma universitária de 23 anos que voltava do cinema com um amigo e foi atacada por seis homens dentro de um ônibus na capital Nova Délhi chocou a população indiana. Todos os criminosos se revezaram no ataque sexual e no espancamento da vítima, em violências que incluíram uma barra de ferro e provocaram ruptura intestinal. A estudante de fisioterapia não resistiu aos ferimentos. A indignação com as autoridades forçou mudanças na legislação, que foi reforçada e passou a prever a pena de morte para casos brutais – sentença que foi aplicada contra os agressores da universitária. No entanto, o endurecimento das leis não se mostrou suficiente para intimidar os criminosos.
Entre 2010 e 2012, as condenações por estupro no país caíram de 17,1% para 14,3%. De acordo com o último relatório do Escritório Nacional de Registros de Crimes, dos mais 200.000 casos de estupro em 2012, menos de 15% foram a julgamento. Destes, apenas 26% resultaram em condenações. Outro dado alarmante é que em mais de 94% dos casos de estupro as vítimas eram conhecidas dos agressores, que geralmente são familiares, vizinhos, amigos da família. Com isso, em muitos casos, a própria família da vítima protege os agressores da Justiça, testemunhando em favor deles.
Roop Rekha Verma, representante de uma organização de defesa das mulheres, afirmou à rede BBC que as leis mais rígidas podem até ter tornado as mulheres mais vulneráveis, diante do temor de condenações. Sua ONG está baseada em Lucknow, capital do estado de Uttar Pradesh, norte do país, onde casos de mulheres enforcadas depois de serem estupradas têm sido registrados.
2 de 4(Foto: AFP)
O preconceito machista
O machismo comportamental é manifestado na Índia pela má vontade de policiais em ouvir as vítimas de abuso, de juízes e promotores em julgar com rigor os abusos sexuais contra mulheres, e também em situações comuns em muitos lares onde os homens fazem as refeições antes das mulheres, por exemplo. Em janeiro, uma política indiana declarou que “estupros também ocorrem por causa das roupas que as mulheres usam, do seu comportamento e da sua presença em lugares inapropriados”.
Nos casamentos também é fácil ver a distinção que a sociedade faz entre homens e mulheres – elas muitas vezes não têm chance de opinar sobre seus destinos em uniões arranjadas pelas famílias. Na Índia ainda resiste uma crença de que ter uma filha é algo ruim. Isso acontece porque, quando uma mulher se casa, a família tem de pagar um dote (em dinheiro ou em presentes caros) à família do noivo. Visto como uma forma de ascensão social, o casamento é algo mercantil e as mulheres fazem parte da negociação como moeda de troca. Os dotes persistem também nos centros urbanos e muitas vezes são exorbitantes, com os pais das mulheres presenteando as famílias dos noivos com carros importados e até imóveis.
A Índia ocupa a posição 132 no ranking de desigualdade de gêneros elaborado pela ONU, atrás de países como o Paquistão.
3 de 4(Foto: Narinder Nanu/AFP/VEJA)
As questões religiosas
As duas maiores religiões do país, o hinduísmo (com mais de 80% da população) e o islamismo (mais de 13%), são patriarcais e priorizam os homens em seus ritos e dogmas. Profundamente religiosa, a sociedade indiana foi fortemente influenciada pelo preconceito machista das religiões. A influência foi tanta que se enraizou nas famílias e chegou até nas instituições políticas e jurídicas da Índia. Até o ano passado, por exemplo, perseguir uma mulher não era considerado um ato criminoso. Com isso, ex-namorados e ex-maridos tinham liberdade total para perseguirem e constrangerem suas ex-companheiras.
Textos que influenciaram códigos legais, como as Leis de Manu, afirmam que uma mulher não está apta a ser independente em nenhum momento de sua vida. Quando criança, deve viver sob a custódia do pai, quando adulta, sob a custódia do marido, e quando viúva, sob os cuidados do filho homem
4 de 4(Foto: Biswaranjan Rout/AP/VEJA)
O sistema de castas
Mesmo oficialmente rejeitado pela Constituição, o sistema de castas ainda é presente na sociedade indiana, principalmente nas áreas menos desenvolvidas e na zona rural. Esse rígido sistema propicia uma forte segregação social, com as castas consideradas mais nobres subjugando as pessoas consideradas inferiores. Com isso, os homens de castas superiores se sentem livres para abusaram das mulheres ‘inferiores’. No final de maio de 2015, duas adolescentes dalits (a casta mais baixa de todas) foram estupradas e enforcadas em um pequeno município do estado de Uttar Pradesh.Fonte: Veja
Jovem é presa na Arábia Saudita por aparecer com roupa curta, mas sua liberação rápida não significa que o país avance rápido no direito das mulheres
ASSIM NÃO – Saudita diz que não autorizou a divulgação de vídeo “obsceno” (//Divulgação)
A prisão de uma jovem saudita nesta terça-feira reacendeu a discussão em torno do código de vestimenta imposto às mulheres na Arábia Saudita. A mulher, identificada somente como Khulood, foi detida por aparecer usando uma saia acima do joelho e uma blusa curta em vídeos exibidos em uma rede social.
No país, é proibido que as mulheres locais saiam em público sem uma vestimenta longa que cubra seu corpo inteiro, conhecida como abaia, e sem cobrirem a cabeça. A jovem em questão foi libertada após um interrogatório de algumas horas. Khulood afirma que os vídeos foram postados sem seu conhecimento.
A edição de VEJA desta semana mostra como a história ilustra a pressão que a sociedade civil tem feito no país para dar mais liberdade às mulheres.
Em anos recentes, outras mulheres já foram presas por desobedecerem a lei do país, que é bastante restritiva com relação aos direitos femininos. Um dos casos mais notórios é o da autora Manal al-Sharif, que teve de deixar a Arábia Saudita após enfrentar a proibição de dirigir. “Eles querem que você viva com medo” , diz Manal.
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