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Palavra-chave: França

Estado Islâmico faz um ano de vida, assusta o mundo com ataques na Tunísia, Kuwait e França e já domina parte da Síria, Iraque e Afeganistão

20/03/2015

Fugitivas que haviam sido sequestradas pelo grupo armado extremista Estado Islâmico em 2014 revelaram o estilo de vida abusivo a que eram submetias . Human Rights Watch,  organização não-governamental de direitos humanos que está dando apoio a essas mulheres,  divulgou na  terça-feira (5) , a situação de fugitivas que foram estupradas e negociadas entre os membros antes de fugirem.

 O Estado Islâmico impõe restrições abusivas para mulheres e meninas iraquianas e limita  sua liberdade de movimento e de acesso aos cuidados de saúde e educação em áreas sob seu controle, revelou a Human Rights.

 

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Em janeiro e fevereiro de 2016, a Human Rights Watch entrevistou 21 mulheres árabes sunitas da região de Hawija do Iraque e 15 mulheres e meninas do grupo Yezidi minoria étnica, que  haviam fugido de áreas controladas pelo ISIS, a maioria no final de 2015. Várias raptadas em 2014, passaram mais de um ano em cativeiro. Eles contam que forma convertidas à força ao Islã e mantidas como escravas sexuais negociadas em mercado. A Human Rights Watch documentou primeiro estupro sistemático de mulheres e meninas Yezidi no início de 2015.

As mulheres Yezidi, compradas e vendidas, eram brutalmente estupradas, e se engravidavam tiravam os filhos delas”, contou Skye Wheeler, membro da Human Rights Watch.

As mulheres sunitas, entrevistas pela Human Rights Watch relataram severas restrições em suas roupas e liberdade de movimento em áreas controladas pelo ISIS. Eles disseram que só foram autorizados a deixar suas casas vestidas em pleno rosto véu (niqab) e acompanhado por um parente masculino. Essas regras quando não cumpridas, eram espancadas e punidas por membros masculinos da família.

Famílias que vivem sob ISIS também sofrem com os  preços dos alimentos e escassez de dinheiro, especialmente desde que o governo do Iraque parou de enviar os salários da função pública para áreas controladas pelo ISIS e2015. Eles também vivem com medo de ataques aéreos pela coalizão liderada pelos Estados Unidos e as forças do governo iraquiano. Os entrevistados disseramque a combinação de escassez de alimentos, medo de ataques aéreos e abuso por parte de ISIS levou-os a fugir.

Onze dos entrevistados relataram acesso restrito aos cuidados de saúde ou de educação por causa das políticas discriminatórias do grupo extremista, incluindo regras que limitam médicos do sexo masculino de tocar, ver ou estar a sós com pacientes do sexo feminino. Nas áreas mais rurais, ISIS proibiu as meninas de frequentarem a escola.

Estima-se que 1.800 mulheres e meninas iáziges foram raptadas. A Human Rights Watch não foi capaz de confirmar estes números, mas as Nações Unidas alegam, com base em estimativas oficiais, que até 3.500 pessoas são mantidas em cativeiros desde outubro de 2015. Muitos dos abusos, incluindo tortura, escravidão sexual e detenção arbitrária, seria crimes de guerra, se cometidas no contexto do conflito armado, ou crimes contra a humanidade se fossem parte da política ISIS durante um ataque sistemático ou generalizado contra a população civil.

Fonte: Yahoo

Atentado mata governador do Iêmen; Estado Islâmico reivindica ataque

Carro-bomba atingiu comboio que levava político Jaafar Mohammed Saad.
Ao menos seis membros da comitiva do governador também morreram.

Jaafar Mohamed Saad, governador da cidade de Áden, no Iemên, morreu em um atentado terrorista neste domingo (6). O comboio que levava o político foi atingido por um homem-bomba. O Estado Islâmico reivindicou o ataque.

Uma autoridade local e moradores disseram que ao menos seis membros da comitiva do general Saad também morreram no atentado, que mirava o governador em sua ida para o trabalho. Diversas outras pessoas ficaram feridas.

O Estado Islâmico, em comunicado divulgado em seu serviço de mensagens, disse que detonou um carro cheio de explosivos sobre a comitiva de Saad no centro do distrito de Tawahi, em Áden, e prometeu mais operações contra “os chefes da apostasia” no Iêmen.

A filial local do grupo islâmico tem intensificado as operações desde a eclosão da guerra civil no Iêmen, surgindo como uma rival forte para a Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), o principal grupo militante no país nos últimos anos.

O grupo lançou ataques espetaculares contra bases de segurança e mesquitas administradas por forças Houthi que controlam a capital, Sanaa. Os houthis, que seguem o ramo xiita Zaydi do Islã, têm enfrentado uma coalizão de forças, principalmente árabes do Golfo, que começou ataques aéreos contra eles em março.

O atentado acontece um dia após ataques matarem um oficial sênior do exército e um juiz que havia presidido o julgamento de militantes suspeitos de bombardear o navio de guerra norte-americano USS Cole em Aden em 2000, em dois ataques separados na cidade.

Em outubro, quatro homens-bomba haviam detonado carros em quarteis-generais temporários do governo do Iêmen e dois postos da coalizão árabe, matando mais de 12 pessoas.

Fonte: G1

Estado Islâmico diz que atiradores da Califórnia são seguidores do grupo

Grupo terrorista fez afirmação durante transmissão online neste sábado (5).
Ataque na cidade de San Bernardino deixou 14 mortos e mais de 20 feridos.

 

O Estado Islâmico afirmou em uma transmissão online neste sábado (5) que seguidores do grupo terrorista foram os responsáveis pelo ataque de 2/12 que deixou 14 mortos e 21 feridos na cidade de San Bernardino, na Califórnia (EUA).

“Dois seguidores do Estado Islâmico atacaram dias atrás um centro em San Bernardino, na Califórnia, abrindo fogo dentro do local, matando 14 pessoas e ferindo mais de 20”, informou a transmissão diária do grupo.

Uma agência de notícias que apoia o Estado Islâmico, que controla grandes territórios na Síria e no Iraque, disse, em 4/12, que os suspeitos eram seguidores do grupo. Essa transmissão, porém, foi a primeira reivindicação feita pelo próprio EI.

Fontes do governo dos EUA afirmam que não há evidências de que o ataque foi direcionado pelo grupo militar, ou que até mesmo ele saiba quem são os atiradores.

Na sexta (4), o FBI disse que “um número de evidências” levaram à Polícia Federal americana a passar a investigar o caso como um ato de terrorismo. A organização diz, no entanto, que faltam evidências para afirmar que o casal encarregado do ataque, Syed Farook e Tashfeen Malik, pertencia a uma organização maior de extremistas.

O jornal “Los Angeles Times” cita uma fonte do cumprimento da lei federal que diz que o homem, Syed Farook, de 28 anos e nacionalidade norte-americana, fez contato com ao menos dois grupos militantes, incluindo a Nusra Front, da Síria, que é afiliada à Al-Qaeda.

Syed Farook, suspeito por promover tiroteio em San Bernardino, é visto em foto de sua carteira de motorista (Foto:  REUTERS/California Department of Motor Vehicles)Syed Farook, suspeito por promover tiroteio em San Bernardino, é visto em foto de sua carteira de motorista (Foto: REUTERS/California Department of Motor Vehicles)
Fonte: G1

EI captura quatro distritos no Afeganistão, apontam relatos

Cerca de 1.600 militantes estariam envolvidos na ofensiva. Milhares de pessoas fugiram de suas casas

Membros das forças de segurança afegãs deflagram operação contra o EI na província de Nangarhar – Noorullah Shirzada / AFP

 

Fotos postadas por membros da filial regional do EI Wilayat Khorasan mostram um campo de treinamento em Nangarhar. O local recebeu o nome do ex-mufti da filial Jalaluddin, morto em um ataque aéreo dos Estados Unidos em outubro.

O Exército afegão tenta conter o avanço jihadista, o que levou a morte de 500 soldados por mês em batalhas diárias. Dezenas de milhares de moradores fugiram de suas comunidades.

O crescimento do grupo estaria relacionado ao declínio do Talibã e à retirada de tropas ocidentais. Ao “The Times”, um porta-voz do Pentágono disse que o governo dos Estados Unidos está ciente da crescente presença do grupo no Afeganistão.

— Estamos cientes da presença de militantes afiliados do EI no Afeganistão, e estamos monitorando de perto para ver se terá um impacto significativo de ameaças na região.

Os Estados Unidos lideram uma coalizão internacional de combate ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Neste sábado, o Reino Unido realizou sua segunda leva de ataques aéreos contra jihadistas do grupo em território sírio, dois dias após aprovação da missão militar pelo Parlamento britânico.

Fonte: O Globo

Ataques aéreos matam dezenas de pessoas perto de Damasco, na Síria

Aviões sírios atacaram área controlada por rebeldes a nordeste de Damasco
Observatório Sírio de Direitos Humanos fala em 80 mortos e 200 feridos.

Aviões sírios atacaram uma área controlada por rebeldes a nordeste de Damasco, na Síria, em 16/8/15, matando pelo menos 80 pessoas e deixando mais de 200 feridos, disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Mais cedo, o observatório havia apontado 58 mortos.

O Observatório afirmou que o ataque atingiu um mercado em Duma, cerca de 15 km a nordeste de Damasco, um dos redutos dos rebeldes. Um outro grupo ativista na região disse nas redes sociais que o número de mortos era 67, atribuindo a informação a agentes do serviço de emergência.

Uma fonte militar síria declarou que a Força Aérea havia realizado ataques em Duma e em Harasta, uma área próxima, e que o alvo eram bases do grupo rebelde Exército Islã.

O presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdelrahman, informou em declarações à Agência EFE por telefone que quatro projéteis se chocaram contra o mercado, situado no centro de Duma.

Muitos feridos no bombardeio, que causou grandes destroços materiais, estão em estado grave, segundo a fonte, que não descartou um aumento do número final de vítimas mortais. Duma, situada na região de Ghouta Oriental, está controlada pela brigada insurgente islamita Exército do Islã e cercada pelas tropas leais ao presidente Bashar al Assad.

A zona de Ghouta Oriental, principal reduto da oposição nos arredores da capital, é alvo frequente dos ataques da aviação governamental.

Há quatro dias, pelo menos 37 pessoas perderam a vida, entre elas quatro menores, e 120 ficaram feridas por bombardeios similares nas povoações de Duma, Saqba, Hamuriya e Kafr Batna, todas em Ghouta Oriental.

A Síria é há mais de quatro anos palco de um conflito que causou mais de 240 mil mortes, segundo os últimos números do Observatório.

Duma, cidade situada a 13 km de Damasco e tomada pelos rebeldes há mais de dois anos, é regularmente visada pelos ataques da aeronáutica síria, principal arma do regime contra os insurgentes.

Fonte: G1

Estado Islâmico espalha o caos a caminho da desejada “guerra apocalíptica global”

Um ano chegou para confirmar que vinham ao que diziam. Os novos líderes da jihad global são eficientes e sabem que basta continuarem activos para vencerem. Agora, é mais difícil duvidar das suas ameaças.

 

 

 

 

Quando, a 29 de Junho de 2014, um grupo conhecido até então por diferentes siglas decidiu que passaria a chamar-se apenas Estado Islâmico e proclamou a criação de um califado, o seu porta-voz, Abu Mohammed al-Adnani, anunciou o nascimento de “uma nova era da jihad internacional”. Era o primeiro dia do Ramadão e o “califado” incluía províncias na Síria e no Iraque.

Um ano depois, os jihadistas já reclamam como parte do seu território zonas da Líbia, Iémen, Argélia, Nigéria, Afeganistão, Paquistão, Afeganistão, Egipto e Arábia Saudita. Entretanto, massacram dezenas de milhares de sírios e iraquianos, decapitados, queimados, afogados… Orquestraram ou inspiraram atentados de Paris a Sydney, da Líbia à Malásia. E somaram o apoio de grupos extremistas antes ligados à Al-Qaeda no Iémen, Afeganistão, Paquistão, no Egipto ou na Somália.

Agora, num só dia, uma semana depois do início do mês sagrado do jejum dos muçulmanos, três ataques em três continentes planeados para acontecerem em simultâneo (na tradição da Al-Qaeda) ou não, mostram até que ponto o grupo a que muitos demoraram a dar importância está decidido a “criar o caos no mundo, para assim poder expandir-se e tentar incitar uma guerra apocalíptica global”, diz ao New York Times Harleen Gambhir, do Institute for the Study of War.

Os líderes do Estado Islâmico são terroristas, criminosos, comandantes militares, governadores de cidades, directores de hospitais ou escolas; não são um bando de loucos que age por impulso. Mas tudo o que fazem se baseia na crença de que essa guerra, a que oporá os verdadeiros crentes a todos os outros, vai mesmo acontecer. Apressá-la ou não depende das circunstâncias.

Acossado dentro do seu território original, expulso de várias localidades por milícias curdas sírias, bombardeado por uma coligação anti-jihadista no Iraque, o grupo que se alimenta do choque provocado pelas suas acções sabe que tem de estar permanentemente a inovar. Nunca soma muitas derrotas sem ripostar, como fez na última semana em Kobani, no Norte da Síria. E nunca está muito tempo sem produzir uma barbaridade nova que obrigue o mundo a falar de si.

No início, a prioridade era conquistar território – quem oferece uma opção total de vida tem de ter onde receber os seus seguidores. Quando conseguiu que os Estados Unidos juntassem dezenas de países para bombardear as suas posições, passou a fazer sentido continuar a combater por território enquanto se incentivavam ataques a esses inimigos nos seus próprios países.

É a consciência de que não pode parar de chocar e a máquina de propaganda que criou para comunicar em permanência a sua mensagem na era das redes sociais que faz deste um movimento “formidável, mais eficaz do que qualquer outro grupo jihadista na história”, diz J.M. Berger, co-autor de Estado Islâmico – Estado de Terror (Vogais), numa entrevista recente ao PÚBLICO. Trata-se de “um grupo apocalíptico, fanático, e as pessoas que atrai e que nele se envolvem têm uma enorme tolerância à mensagem”, sublinha o investigador.

A seguir, têm de decidir se agem ou não em função da mensagem, se partem para a Síria, se atacam a redacção de um jornal satírico, um café onde se debate a liberdade de expressão, uma praia de um país muçulmano que tenta estabelecer-se como uma democracia depois de décadas de ditadura. Ou uma mesquita onde centenas de xiitas rezam num pequeno estado inimigo no Golfo, o Kuwait, um alvo fácil num país pouco habituado a atentados, e uma forma simples de atiçar mais ainda o conflito sectário entre sunitas e xiitas.

Infiéis e seguidores
Para este Ramadão, o primeiro pós-califado, Adnani pedira aos seguidores “um mês de calamidades para os kuffar”, os infiéis, todos os que não partilham da sua visão do mundo e do islão.

Uma das grandes diferenças entre a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, para além da preferência da primeira por ataques espectaculares que podiam levar anos a planear, é que os novos jihadistas são bem mais radicais na sua definição do que são infiéis. Não declararam só guerra aos cruzados e sionistas, querem apagar da face da terra o presente, o passado e o futuro de todos os que não cumpram exactamente o seu ideal de islão. Mesmo que isso signifique executar alguns dos seus próprios membros.

Outra, fruto da máquina de propaganda, é a capacidade de “procurar pessoas dispostas a morrer fazendo-o numa série de línguas em simultâneo”, escreve Jon B. Alterman, director do Programa para o Médio Oriente do think tank Center for Strategic and International Studies (CSIS), de Washington. “Ao contrário da Al-Qaeda, que operava quase exclusivamente em árabe, o Estado Islâmico integra forças que falam árabe, inglês, francês, tchetcheno, russo, turco, e mais”, nota Alterman.

Fonte: O público

Com um ano de vida, Estado Islâmico mantém luta por califado

Grupo extremista, oriundo da fusão do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, segue firme para dominar área entre rios Tigre e Eufrates

Um ano após o Estado Islâmico (EI) declarar um califado, os ataques da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra os jihadistas continuam sem destruir a ambição do grupo de formar uma nação governada por extremistas.

Em 29/6/14, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante anunciou que passaria a se chamar simplesmente Estado Islâmico, batizando assim a ideia de um califado que pretendia se estender desde às margens dos rios Tigre e Eufrates por todo o mundo muçulmano.

O autoproclamado califa Abu Bakr al Baghdadi demorou alguns dias para aparecer em uma mesquita de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, para pedir lealdade total a sua figura, algo que conseguiu dos mais sanguinários grupos terroristas de países como Nigéria, Líbia e Egito.

Poucos meses depois daquela declaração, os EUA reuniram vários aliados ocidentais e árabes para atacar posições do EI pelo ar e evitar seus avanços no Iraque e na Síria.

Atualmente, os EUA têm mais de 3,5 mil soldados no Iraque para ajudar as forças iraquianas a se tornarem forças profissionais e efetivas nas operações contra o EI.

Apesar do poderio aéreo dos Estados Unidos, o EI continua a controlar cidades importantes como Al Raqqa, na Síria, e Mossul, no Iraque, o que mantém vivo entre os fanáticos do grupo.

Nesta semana começaram a aparecer nas redes sociais imagens dos primeiros dinares do EI, a nova moeda califado, forjada em ouro e prata.

O aparelho de propaganda dos jihadistas já reúne vídeos de decapitações e assassinatos com folhetos sobre seu sistema de saúde e serviços sociais de ajuda a órfãos, com os quais o grupo tenta convencer os sunitas de que é a alternativa de governo que as pessoas tanto esperavam em algumas regiões.

“A estratégia da Casa Branca não está funcionando e não vai funcionar se não forem tomadas medidas mais contundentes”, explicou nesta semana Michael Douram, analista do Instituto Hudson, em um debate sobre o futuro do Oriente Médio.

Nascido da Al Qaeda no Iraque e com raízes que remetem à ocupação americana iniciada em 2003, o Estado Islâmico aproveitou o conflito entre sunitas e xiitas na Síria e no Iraque para expandir seu controle em regiões esquecidas e sem ordem ou governo.

Ao longo deste último ano, Washington chegou à conclusão de que acabar com o EI não será tão fácil em um mundo árabe onde a desconfiança entre sunitas e xiitas, as alianças tribais e a corrupção são a tônica dominante.

Na última sexta-feira, o general americano Daniel Allyn lamentou que os progressos para fazer com que o governo iraquiano se defenda sozinho do EI estão sendo atrasados por “‘amiguismos’, pela cultura tribal e outros fatores que não deveriam influenciar na hora de escolher os melhores líderes”.

O Pentágono afirmou recentemente que só conseguiu recrutar sete mil dos 24 mil novos soldados iraquianos que queriam treinar.

Brian Katulis, especialista do Center for American Progress, declarou em uma reportagem especial do site “Politico” que, para acabar com o EI, é necessário “um acordo político que atenda às demandas da comunidade sunita no Iraque e na Síria”.

Sem essa alternativa, o EI mantém vivo o sonho de estabelecer um grande califado muçulmano sunita dedicado a julgar todos os que não aderirem à sua interpretação do Islã.

Em dezembro de 2014, o general Michael K. Nagata, chefe de operações especiais do exército dos EUA no Oriente Médio, disse ao jornal “The New York Times” que “a ideia do EI ainda não foi derrotada”.

“Nem sequer entendemos a ideia”, acrescentou o general Nagata.

As forças curdo-sírias expulsaram de Kobane, no norte da Síria, os jihadistas do Estado Islâmico, dois dias após eles invadirem a estratégica cidade fronteiriça com a Turquia, indicaram uma ONG e militantes.

“Os combatentes curdos retomaram o controle de alguns pontos dos quais o EI havia se apoderado em Kobane”, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos. O militante curdo Rudi Mohamad disse que toda a cidade foi recuperada, informando sobre muitas mortes entre as fileiras do EI.

Ataque a hotel deixa mortos na Tunísia

Ao menos 37 pessoas teriam morrido em resort da cidade de Sousse.
País está sob alerta de segurança desde atentado de março em museu.

Um hotel foi atacado na cidade de Sousse, na Tunísia, em 26/6/15, segundo informaram autoridades locais. Tiros foram ouvidos no local e o atirador teria morrido. Segundo o ministério da Saúde, 37 pessoas morreram – a maioria turistas, entre eles cidadãos britânicos, belgas e alemães. Ao menos 36 pessoas ficaram feridas.


Ataque tunísia - arte (Foto: Arte/G1)

Uma fonte de segurança disse que o corpo do atirador, armado com um fuzil Kalashnikov, estava no local onde a polícia o matou. Não há informações sobre se havia outro atirador.

A polícia restringiu o acesso ao hotel Imperial Marhaba.

Os hóspedes eram em sua maioria britânicos e da Europa central, indicou o estabelecimento sem precisar a nacionalidade das vítimas.

No momento do ataque “havia 565 clientes no hotel. Os clientes são majoritariamente do Reino Unido e da Europa central”, indicou o grupo em um comunicado. Segundo uma autoridade tunisiana, uma irlandesa também estaria entre os mortos.

Um vídeo amador feito por uma janela perto do local do ataque mostra pessoas fugindo enquanto soam disparos de tiros (assista abaixo).
O Ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, afirmou que pelo menos cinco britânicos estavam entre os 37 mortos. “Podemos confirmar que pelo menos cinco britânicos foram mortos nesse incidente, mas devo avisar que devemos esperar mais relatos de fatalidades”, afirmou. Inicialmente foram reportadas 28 mortes.

Sousse é um dos mais conhecidos balneários do norte da África, atraindo turistas da Europa e de países vizinhos. A Tunísia tem estado sob forte alerta de segurança desde março, quando militantes em aliança com o grupo Estado Islâmico atacaram o museu do Bardo, em Tunis, matando um grupo de 20 turistas estrangeiros em um dos piores ataques do tipo no país africano.

Policiais escoltam um homem suspeito de estar envolvido no atentado a um hotel em Sousse, na Tunísia. Pelo menos 27 pessoas , incluindo turistas estrangeiros, foram mortos quando pelo menos um atirador abriu fogo no hotel (Foto: Amine Ben Aziza/Reuters)Policiais escoltam um homem suspeito de estar envolvido no atentado a um hotel em Sousse, na Tunísia (Foto: Amine Ben Aziza/Reuters)

Depois do atentado ao museu, o setor estratégico do turismo teve resultados muito ruins em abril, com uma queda de 25,7% do número de turistas e do 26,3% das rndas em relação ao ano anterior.

O presidente francês, François Hollande, e o presidente tunisiano, Béji Caïd Essebsi, expressaram “solidariedade frente ao terrorismo”, após os atentados

Corpo de turista é coberto após ataquem em praia de Sousse, na Tunísia, nesta sexta (26) (Foto: Amine Ben Aziza/Reuters)
O hotel Imperial Marhaba em Sousse, na Tunísia (Foto: Reprodução/Pinterest/Riu Hotels and Resorts)O hotel Imperial Marhaba em Sousse, na Tunísia (Foto: Reprodução/Pinterest/Riu Hotels and Resorts)

Atentado terrorista deixa um morto e feridos em usina na França

Homem com bandeira islamita invadiu local e detonou cilindros de gás.
Cabeça decapitada com inscrições em árabe foi encontrada.

Um atentado terrorista cometido em 26/6/15 contra uma usina de gás em Saint-Quentin Fallavier, perto da cidade francesa de Lyon, deixou ao menos um morto, cuja cabeça decapitada foi encontrada em uma grade no local do ataque, coberta de inscrições em árabe. Outras duas pessoas ficaram feridas.

O homem decapitado foi identificado como um empresário de Lyon, centro-leste da França, informaram fontes ligadas à investigação. Ele seria o empregador do suposto autor do atentado, que foi preso, de acordo com uma fonte próxima ao caso.

A cabeça da vítima foi encontrada presa às grades da fábrica do grupo Air Products em Saint-Quentin-Fallavier. Ela estava cercada por duas bandeiras islâmicas, o que seria um sinal de uma encenação.

Arte ataque frança - vale este (Foto: Arte/G1)

Três pessoas foram detidas – entre elas o principal suspeito do crime,  identificado como Yassim Salhi, de 35 anos e original de Saint-Priest, na periferia de Lyon, segundo o governo francês.

De acordo com o Ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, o preso foi acompanhado pelas autoridades entre 2006 e 2008 por supostas atividades radicais, mas a partir desta data deixou de ser visto como uma ameaça.

Nesse tempo, o suspeito teve vínculo com movimentos salafistas, mas “não foi identificado que participasse de atividades de caráter terrorista”, disse.

“Esta pessoa era tema de um arquivo “S” (“segurança”) por radicalização em 2006, que não foi renovado em 2008. Ele não possui registros criminais”, disse Cazeneuve a jornalistas no local do ataque.

Uma segunda pessoa foi detida horas depois. “Um veículo foi visto dando voltas suspeitas nos arredores do complexo, o número da placa foi investigado e seu proprietário identificado. Ele foi detido na localidade de Saint-Quentin-Fallavier”, afirmou uma fonte ligada ao caso.

A esposa do suposto autor do ataque foi a terceira pessoa detida, segundo uma fonte judicial.

O presidente francês, François Hollande, afirmou que o atentado é de “natureza terrorista, já que foi encontrado um cadáver decapitado com inscrições” no local do crime. “A intenção era, sem dúvida, causar uma explosão. Foi um ataque terrorista”, declarou Hollande a repórteres em Bruxelas, onde participava de uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE).

Ele aumentou o alerta de segurança no local do ataque para o mais alto existente.

O presidente explicou que o ataque foi lançado por meio de “um veículo conduzido por uma pessoa, talvez acompanhada de outra, e que a grande velocidade, e com cilindros de gás, se lançou sobre este centro, considerado sensível”. “Não há dúvidas quanto à intenção, que é provocar uma explosão”, acrescentou.

O veículo com o qual o suposto terrorista atacou a fábrica, era autorizado para entrar na empresa, por isso que não levantou suspeitas, informou o prefeito de Isère, Jean-Paul Bonnetain.

Em declarações a um grupo de jornalistas, o prefeito explicou que o veículo “não precisou entrar de surpresa” na fábrica, já que contava com a permissão necessária para fazê-lo nesta instalação classificada de “baixo risco industrial”.

Fora da usina atacada foi encontrada uma bandeira com inscrições em árabe, disseram as autoridades. Elas ainda são analisadas. Além disso, ainda não se sabe se o corpo decapitado de uma pessoa que foi achado nas imediações da usina, foi transportado para lá ou não.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, ordenou o reforço das medidas de segurança nas zonas sensíveis perto da usina.

Valls, que está em uma viagem oficial à América do Sul, solicitou que o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, se dirija a Saint-Quentin Fallavier, o local do ataque, informou a comitiva do primeiro-ministro.

Hollande, que participa nesta sexta de uma cúpula europeia em Bruxelas, voltará no início da tarde a Paris, indicou a presidência.

“Voltará no início da tarde e está em contato permanente com o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, e com os serviços do Estado”, indicou uma fonte próxima. O ministro da Defesa francês anunciou que às 13h GMT (10h de Brasília) um Conselho de Defesa se reunirá na presidência.


A seção antiterrorista da Promotoria de Paris anunciou que abriu uma investigação por “assassinato e tentativas de assassinato em grupo organizado e em relação a um ato terrorista”.

Também investiga as acusações de “destruição e degradação através de uma substância explosiva em grupo organizado e em relação a um ato terrorista” e de “associação terrorista para cometer atentados contra as pessoas”.

O ataque desta sexta ocorre depois que em janeiro vários atentados jihadistas em Paris deixaram 17 mortos. O principal deles foi contra o Charlie Hebdo, no qual 12 pessoas foram mortas, entre elas os cartunistas Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, e o lendário Georges Wolinski.

A França conta com uma alta proporção de cidadãos lutando nas fileiras dos islamitas no Iraque e na Síria e está em alerta ante possíveis ataques em seu território desde os atentados na redação da Charlie Hebdo.

Ataque suicida do Estado Islâmico mata ao menos 10 no Kuwait

Declaração em rede social identificou o homem-bomba e informou que o alvo era um “templo dos rejeicionistas”


Pelo menos 10 pessoas foram mortas em um ataque a uma mesquita xiita no Kuwait nesta em 26/6/15, disse o governador da cidade à Reuters

O grupo militante Estado Islâmico reivindicou responsabilidade pelo ataque suicida, de acordo com uma declaração postada nas redes sociais.

A declaração identificou o homem-bomba como Abu Suleiman al-Muwahed e informou que o alvo era um “templo dos rejeicionistas” – termo usado pelo grupo militante para se referir ao muçulmanos xiitas, a quem considera hereges.

Os jihadistas do EI entraram em 25/6/15 em Kobane, apoderando-se de vários pontos e edifícios da cidade, da qual haviam sido expulsos em janeiro após 4 meses de combates, sofrendo na época seu primeiro revés desde o início da expansão deste grupo jihadista na Síria

A recuperação dos edifícios ocupados pelos jihadistas foi possível depois que os combatentes curdos enviaram reforços.

O Observatório acrescentou que pelo menos 174 civis, entre eles dezenas de crianças e mulheres, morreram nestes três dias de combates.

Kobani se transformou em símbolo da resistência curda contra o EI, ao suportar entre setembro e janeiro a ofensiva dos radicais, que no final foram expulsos.

Crianças grávidas e crucificadas: conheça a “capital” do EI

Raqqa é o epicentro do grupo terrorista, um lugar onde o barbarismo do EI e suas ideologias acontecem diariamente

O corpo de um adolescente de 17 anos está exposto em praça pública, crucificado. Uma placa em seu pescoço indica que tirou fotografias da sede do Estado Islâmico e, por isso, foi morto pelos membros do grupo terrorista. Meninas de 15 anos grávidas andam pelas ruas, casadas e escravizadas pelos “maridos” extremistas. Pode parecer ficção, mas esta é Raqqa, a cidade síria considerada como “capital” do califado, que teve sua rotina transformada pela presença do EI. As informações são do Daily Mail.

 Foto: Daily Mail / Reprodução

 

Raqqa é o epicentro do grupo terrorista, um lugar onde o barbarismo do EI e suas ideologias acontecem diariamente

Foto: Daily Mail / Reprodução

 

 

Raqqa é o epicentro do grupo terrorista, um lugar onde o barbarismo do EI e suas ideologias acontecem diariamente. Na cidade, meninas de nove anos são escravizadas, tornando-se objetos sexuais dos extremistas islâmicos, como aconteceu com as três irmãs Dawood, que foram sequestradas de suas famílias durante uma peregrinação para a Arábia Saudita.

As atrocidades cometidas contra as crianças são apontadas como sendo consequência de uma “lavagem cerebral” do EI, que leva as crianças sequestradas nas ruas de Raqqa para três acampamentos islâmicos ‘reeducação’. Quando eles retornam a casa, crianças denunciam seus pais caso não obedeçam às regras, condenando-os à prisão e tortura. “Eles estão envenenando a mente de nossos filhos”, afirmou um ativista sírio.

“Eles os levam para um lugar chamado Acampamento Sharia. Eles acusam os pais de serem inimigos de Deus se eles são contra o Estado islâmico”, afirmou.

Nas ruas, meninos de cinco anos fazem parte de execuções de “infiéis”, como em um vídeo publicado pelo grupo, que mostra quatro crianças brincando com reféns ocidentais, recitando acusações em árabe antes de disparar todos eles na cabeça com uma arma de brinquedo.

Estas crianças também têm sido fotografadas ao lado cabeças decepadas.

Raqqa antes do EI
Anteriormente ao EI, a cidade tinha cidadãos cristãos e muçulmanos convivendo em harmonia. Homens e mulheres também compartilhavam espaços públicos e tinham direitos respeitados, muito diferente do que é visto hoje, quando as mulheres não podem se misturar, gays são mortos como “heréticos”, atirados de prédios e apedrejados, e crianças respondem e morrem por crimes absurdos como o caso descrito anteriormente.

É nesta cidade também onde estão muitos reféns do Estado Islâmicos, capturados como animais. Os vídeos das decapitações, por exemplo, nos quais aparece o Jihadista John, podem ser gravados na “capital” do califado, como revelou o jornalista espanhol Javier Espinoza, libertado ano passado, após ficar um ano como refém no local. Em Raqqa, ele encontrou o britânico convertido que chegou a ameaçá-lo com uma faca.

Ao Daily Mail, o jornalista conta a descrição de terror de John. “Você pode imaginar a dor que você vai se sentir quando te cortar? É uma dor inimaginável; o primeiro corte vai rasgar suas veias. O sangue se mistura com sua saliva. O segundo golpe abrirá seu pescoço. Você não seria capaz de respirar pelo nariz, apenas pela garganta. Você poderia fazer alguns sons guturais divertidos. Eu já vi isso antes: todos vocês se contorcem como animais, como porcos. O terceiro golpe vai degolar sua cabeça”, disse.

Muitas das atrocidades foram documentadas pelos terroristas e publicadas na internet.

Em suposta gravação, Estado Islâmico assume ataque na Tunísia

O grupo radical Estado Islâmico assumiu, em 19/3/15, a autoria do ataque que deixou 23 mortos – 20 turistas estrangeiros – em Túnis, capital da Tunísia, segundo uma gravação em áudio distribuída online, informou a agência de notícias Reuters.

A gravação elogia os homens que cometeram o ataque e diz que eles eram “cavaleiros do Estado Islâmico” armados com bombas e metralhadoras.

O grupo jihadista, que atua na Síria, Iraque e Líbia, ameaçou a Tunísia com novos ataques.

Descrevendo o atentado contra o museu com um “ataque abençoado contra um dos lares infiéis na Tunísia muçulmana”, a voz que lê o comunicado diz que a operação sangrenta foi realizada por “dois cavaleiros do califado, Abu Zakaria al-Tunsi e Abu Anas al-Tunsi. “

Eles estavam “armados com armas automáticas e bombas” e “conseguiram cercar um grupo de cidadãos de países cruzados, semeando o terror nos corações dos infiéis”.

“O que vocês viram é apenas o começo. Vocês não vão desfrutar de segurança nem paz”, continua a gravação.

Prisões
A polícia da Tunísia prendeu dois familiares de Hatem Al-Khashnaoui, militante islâmico suspeito de ter cometido o ataque. Além disso, as forças de segurança do país prenderam quatro pessoas suspeitas de terem ligação direta com o ataque no Museu Bardo, no complexo do Parlamento do país. Outras cinco pessoas que poderiam estar relacionadas à célula que cometeu o ataque também foram detidas, segundo a agência de notícias France Presse.

“O chefe de governo indicou que as forças de segurança conseguiram perder quatro elementos com relação direta com a operação e outros cinco suspeitos de estar relacionado com essa célula”, indicou a presidência em um comunicado, sem detalhar a identidade ou o papel dos suspeitos.

Além disso, as autoridades anunciaram que o Exército será mobilizado para proteger as maiores cidades do país, aumentando a segurança após o ataque, de acordo com a Reuters.

“Após uma reunião com as forças armadas, o presidente decidiu que as cidades maiores terão sua segurança feita pelo Exército”, afirmou um comunicado do gabinete do presidente.

O número de turistas estrangeiros que morreram no ataque cresceu para 20, informou o governo do país nesta quinta. Três cidadãos tunisianos também morreram no ataque.

Nesta quarta, as autoridades haviam contabilizado 17 estrangeiros e dois tunisianos mortos, além dos dois suspeitos. As novas vítimas haviam ficado feridas na ação.

Dois homens armados abriram fogo contra um ônibus de turistas no Museu Bardo, que fica no mesmo complexo que o Parlamento, e fizeram reféns no local. Eles foram mortos após horas de operação. O ataque foi o pior realizado no país em mais de uma década.

Os dois homens foram identificados pelo governo como Yassine Abidi e Hatem Khachnaoui, dois nomes tipicamente tunisianos. O porta-voz do ministério do Interior afirmou que “provavelmente” os responsáveis pelo ataque são tunisianos. Um deles seria conhecido das forças de segurança. As autoridades destacaram a possibilidade de que eles teriam dois ou três cúmplices.

Entre os estrangeiros mortos, segundo informações da Tunísia e dos países de origem das vítmas, estão quatro italianos, dois franceses, dois colombianos (um deles com dupla nacionalidade australiana), três japoneses, dois poloneses, dois espanhóis e um britânico. A nacionalidade de quatro pessoas ainda é desconhecida. Eles estavam em um tour de um cruzeiro que havia feito escala no país.

Também morreram três tunisianos, sendo um policial, um motorista de ônibus e o terceiro ainda não identificado. As autoridades locais trabalhavam na identificação das vítimas.

A agência Efe afirma que um brasileiro estaria entre as vítimas, de acordo com fontes consulares latino-americanas. No entanto, a informação não é confirmada oficialmente. Procurado pelo G1, o Itamaraty disse que “não há brasileiros entre as vítimas fatais nem entre os feridos que portavam alguma documentação”, segundo averiguou o Encarregado de Negócios do Brasil em Túnis, mas observou que ainda há corpos que não foram identificados. O funcionário também verificou que “não há brasileiros ausentes nos dois cruzeiros de onde procedem as vítimas estrangeiras identificadas”, segundo nota.

O premiê tunisiano informou que os atacantes, vestindo uniforme militar, abriram fogo contra os turistas, enquanto estes desciam de ônibus, antes de persegui-los dentro do prédio. Uma centena de turistas estava no museu quando “dois homens ou mais, armados com kalashnikov” lançaram o ataque.

As autoridades informaram que os dois atacantes morreram durante o ataque, no qual 44 pessoas ficaram feridas.

Este ataque terrorista, segundo o ministério do Interior, afeta o país pioneiro da Primavera Árabe que, ao contrário dos demais Estados que viveram movimentos contestatórios em 2011, conseguiu escapar até então da onda de violência ou de repressão

Fonte: G1

Enquanto o Ocidente alinha-se com a FRANÇA no combate ao terrorismo, no mundo muçulmano, cresce o movimento de repúdio ao Charlie Hebdo por causa das chacotas com o Islã

17/01/2015

Operações antiterror prendem 27 suspeitos de terrorismo na Europa

Centenas de policiais acharam suspeitos na França, Bélgica e Alemanha.
Em diversos países árabes, milhares protestaram contra charge de Maomé.

As polícias da Alemanha, Bélgica e França lançaram operações contra suspeitos de ligação com terrorismo islâmico e prenderam 27 pessoas. Em 16/1/15, dia tradicional de reza para os muçulmanos, milhares de pessoas em vários países do Oriente Médio protestaram contra a charge do profeta Maomé estampada na última capa do jornal Charlie Hebdo.

250 policiais fortemente armados fizeram buscas em 12 apartamentos em Berlim. Eles prenderam dois homens, entre eles, um emir de uma mesquita, que recrutava combatentes para lutar na Síria.

O outro preso é acusado de planejar a logística de ataques terroristas no Oriente Médio. Na Bélgica, a polícia prendeu 13 suspeitos de terrorismo, vários deles já lutaram na Síria.

Em 16/1/15, outros dois suspeitos foram mortos durante uma operação antiterror em Verviers, uma cidade no leste do país.

Durante as buscas, a polícia encontrou quatro armamentos militares, do tipo AK-47, várias armas de mão, munição, explosivos e uniformes militares.

Segundo a Procuradoria-Geral da Bélgica, todos faziam parte de um grupo radical islâmico que planejava atacar policiais e delegacias.

Na França, a polícia prendeu, na sexta-feira (16), 12 pessoas suspeitas de ter ligações com os ataques terroristas da semana passada. Os detidos foram interrogados e, segundo as autoridades, eles deram apoio logístico aos atentados, providenciando armas e carros aos terroristas.

O presidente francês François Hollande disse que a França está em guerra contra o terrorismo, e vai continuar com as operações antiterror no Iraque e no norte da África, apesar das ameaças de retaliação.

Mais cedo, ele recebeu o secretário de Estado americano, John Kerry, que foi a Paris demonstrar apoio, depois de os Estados Unidos terem sido fortemente criticados por não terem mandado um representante de alto nível para a marcha de domingo (11), que reuniu mais de 40 chefes de Estado de todo o mundo.

Kerry visitou o local dos dois atentados: o supermercado judaico e o jornal Charlie Hebdo.

As últimas vítimas do atentado ao jornal satírico foram enterradas na sexta-feira (16). Entre elas, o cartunista e editor Stephane Charbonnier, que recebeu uma despedida animada por uma banda de jazz.

Enquanto isso, em países de maioria muçulmana houve grandes manifestações de repúdio ao Charlie Hebdo.

Na Mauritânia, largos milhares de pessoas marcharam da grande mesquita central de Nouakchott, tendo o chefe de Estado, Mohamed Ould Abdel Aziz, proferido breves palavras: “Eu sou muçulmano, somos todos muçulmanos. Nós lutámos contra o terrorismo no nosso próprio país e pagámos um preço elevado”. Em Argel, entre 2.000 a 3.000 pessoas protestaram contra o último número do Charlie Hebdo, algumas gritando o nome dos irmãos Kouachi, os autores do ataque contra o jornal francês, de acordo com um jornalista da AFP.

 

Em Dacar, também na sequência das orações de 16/1/15, pelo menos um milhar de pessoas protestaram contra os cartoons do Charlie Hebdo.

 

A bandeira francesa foi queimada frente à Embaixada de França, no centro de Dacar, por um grupo de manifestantes que gritavam slogans em louvor de Maomé e contra Charlie Hebdo, tendo a polícia usado gás lacrimogénio para dispersar a multidão, que gritava “Alá é grande”. Vários manifestantes criticaram o presidente Macky Sall por ter participado na marcha em Paris, no domingo, contra o “terrorismo”, acusando-o de ser “um hipócrita” e de ter a obrigação – como sublinhou Malick Ndiaye, professor na Universidade de Dakar – de “pedir desculpas” aos senegaleses.

 

Em Carachi, no Paquistão, quando cerca de 350 manifestantes entraram em confronto com a polícia fora do consulado francês, pelo menos três pessoas ficaram feridas: Asif Hassan, fotógrafo da AFP alvejado nas costas, um agente da polícia e um operador de câmara de uma televisão local. Enquanto isso, manifestantes em Peshawar e Multan queimaram bandeiras francesas nas ruas e manifestações decorriam em Islamabad e Lahore.

 

Na Jordânia, em Amã, cerca de 2.500 manifestantes partiram da mesquita de Al-Husseini sob um forte aparato de segurança, empunhando cartazes que diziam “insultar o profeta é o terrorismo global”. Em Cartum, centenas de sudaneses marchando na praça adjacente à Grande Mesquita entoaram frases a pedir a expulsão do “embaixador francês” e apelando a uma “vitória ao profeta de Deus”, lendo-se numa bandeira que “o governo francês deveria pedir desculpas e pôr fim aos insultos a figuras religiosas

Também houve confusão depois de um protesto na Argélia.

Em Istambul, na Turquia, teve uma marcha de apoio aos irmãos Koachi, os terroristas que mataram 12 pessoas no ataque ao Charlie Hebdo.

Protestos contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo deixaram cinco mortos no Níger, com manifestantes destruindo bares, queimando igrejas e bloqueando várias estradas em 17/1/15. Os muçulmanos criticam a publicação de charges com o profeta Maomé. O episódio de violência é o mais recente capítulo em uma onda antifrancesa que atinge o norte da África, Oriente Médio e partes da Ásia.

Apenas uma semana após dezenas de líderes mundiais marcharem em Paris contra o terrorismo e em defesa da liberdade de expressão, os protestos mostram os desafios que o Ocidente enfrenta no relacionamento com o islamismo. “Isso é intolerável”, disse o presidente francês, François Hollande, ao comentar as mortes no Níger e notícias de que bandeiras da França foram queimadas em várias partes da África.

Após os ataques terroristas contra a sede do Charlie Hebdo na semana passada, que deixaram 12 mortos, os integrantes do jornal que sobreviveram produziram uma edição especial, com tiragem de 7 milhões de exemplares, que tem uma charge de Maomé na capa e foi celebrada como um símbolo de desafio ao extremismo religioso. No desenho o profeta segura uma placa com a frase “Je suis Charlie”, enquanto a manchete diz: “Tudo está perdoado”.

A caricatura irritou mesmo lideranças muçulmanas mais moderadas. A maior autoridade religiosa da Arábia Saudita, o Conselho Sênior de Ulemás, disse que a capa do jornal não tem nada a ver com liberdade de expressão. “Machucar os sentimentos dos muçulmanos com esses desenhos não ajuda causa alguma nem atinge um objetivo justo. No fim, é um serviço prestado ao extremistas que buscam justificativas para assassinatos e terrorismo”, disse o secretário-geral da entidade, Fahad al Majed, em comunicado. Os governos e líderes religiosos do Iraque e do Egito também condenaram a nova edição do Charlie Hebdo.

Manifestantes no Níger, Mali e Senegal – todos ex-colônias francesas – também pareciam irritados com a decisão dos chefes de governo de participar da marcha em Paris no último domingo.

Na capital do Níger, Niamey, os manifestantes acordaram cedo e começaram a incendiar igrejas, saquear lojas e destruir estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, disse Ousmane Toudou, conselheiro do presidente do país, Mahamadou Issoufou. O governo enviou um grupo de líderes muçulmanos para conversar com a multidão, formada basicamente de jovens. A polícia foi mandada posteriormente. Quando o protesto se dissipou, dois corpos foram encontrados dentro de uma igreja e outros três em um bar.

Esse foi o segundo dia de protestos. Na sexta-feira, manifestações em Zinder, uma cidade próxima do bastião do Boko Haram, no norte da Nigéria, queimaram igrejas e destruíram um centro cultural francês, além de terem invadido uma delegacia de polícia. Quatro pessoas morreram nos confrontos subsequentes, incluindo um policial, que foi atropelado por um carro, segundo uma agência de notícias nigeriana.

Os protestos começaram no Paquistão e se espalharam para a Turquia e o Oriente Médio. Em Istambul, um grupo simpático a Al-Qaeda organizou um protesto a favor dos militantes que atacaram o Charlie Hebdo. Na Jordânia, um grande protesto pacífico se dirigiu para a embaixada francesa.

No Senegal, centenas protestaram na capital, Dakar. O país, frequentemente citado como um dos melhores exemplos de tolerância religiosa, proibiu a circulação do jornal satírico francês. Manifestações também foram realizadas nas capitais da Mauritânia, Nouakchott, e do Mali, Bamako.

A situação no Mali marca uma profunda mudança no sentimento em relação à França em pouco tempo. Dois anos atrás a capital estava cheia de bandeiras francesas, com crianças gritando “Merci, France!”, após o exército francês ajudar o país a combater militantes da Al-Qaeda que haviam dominado várias cidades no norte.

Neste sábado, Hollande disse que embora entenda que alguns países não compartilhem os valores franceses de liberdade de expressão, esperava mais solidariedade de aliados aos quais ajudou no combate a radicais muçulmanos. “Alguns países podem, às vezes, não entender o que é liberdade de expressão, porque nunca tiveram isso. Mas nós apoiamos esses países contra o terrorismo”, comentou em entrevista a rádios francesas. Fonte: Dow Jones Newswires

Fonte: G1, Correio da Manhã  e Yahoo

A linda Paris não consegue que sua cultura conviva em harmonia com o ISLÃ, que repudia a violência e não se vincula aos mulçumanos radicais, como os da Síria e Iraque

09/01/2015

 Images from Google

O massacre no semanário Charlie Hebdo ocorreu num momento em que os franceses discutem, e até brigam, acaloradamente sobre o Islã e sua presença na França. No país, vivem entre 4 milhões e 6 milhões de muçulmanos de diferentes origens. Não poucos franceses étnicos temem que isso possa transformar permanentemente a identidade política, jurídica e religiosa de seu Estado laico.

As discussões ocorrem sob um pano de fundo histórico que vem de séculos. Em 1830, os franceses conquistaram a Argélia, construindo um domínio colonial que durou mais de 130 anos. Somente em 1962, após longa e dura batalha, com baixas de ambos os lados, o país africano tornou-se independente novamente.

“Na França e na Argélia existem memórias muito diferentes dessa época”, afirma o historiador francês Benjamin Stora. “Por um lado, há o nacionalismo francês, que ainda não quer aceitar a retirada da Argélia. Já o nacionalismo argelino se legitima através da vitória sobre os antigos senhores coloniais. Assim, há duas versões da história que se contradizem mutuamente.”

Mas a história recente da Argélia também deixa sua marca na França. Jihadistas realizaram violentos ataques no país durante a guerra civil argelina, na primeira metade da década de 1990, atingindo também instalações do metrô parisiense.

As relações, por vezes tensas, na França, levaram à fundação, em 1985, da organização SOS Racisme. Ela lançou a campanha touche pas à mon pote (não toque no meu amigo) para promover a coexistência pacífica entre os diferentes grupos étnicos e religiosos.

No entanto, o debate sobre a integração dos franceses muçulmanos não termina na França. Em outubro de 2005, ocorreram em várias cidades protestos violentos de jovens imigrantes, após dois jovens terem morrido eletrocutados ao se esconder da polícia em uma caixa de transformador.

A revolta começou também em Paris e logo se espalhou para outras grandes cidades. Nas semanas seguintes, inúmeros carros, cabines de telefone e contentores de lixo foram incendiados. Os tumultos foram interpretados como expressão das condições difíceis nos chamados banlieues, bairros de periferia, onde vive a maioria dos imigrantes.

O conflito também é culturalmente latente. A Corte Europeia dos Direitos Humanos confirmou, em julho de 2014, a proibição da burca, o véu islâmico de corpo inteiro, que entrou em vigor na França em 2011. A lei proíbe que as mulheres a usem em público. Em caso de violação, a infratora pode pagar uma multa de até 150 euros. Cerca de 2 mil mulheres na França são afetadas pela proibição.

Medo e indignação foram provocados por um atentado a uma escola judaica em março de 2012, em que um jovem francês descendente de argelinos matou quatro pessoas, incluindo três crianças.

Por outro lado, muitos muçulmanos que vivem na França reclamam de preconceito e difamação. A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, chamou em dezembro de 2010 as orações públicas de fiéis muçulmanos como “ocupação” do solo francês. “Claro que isso acontece sem tanques e sem soldados, mas mesmo assim é uma ocupação, e afeta a população”, disse Le Pen. Por causa disso, o Parlamento Europeu suspendeu a imunidade dela como deputada.

O debate ainda é adicionalmente aquecido pelo avanço do Estado Islâmico (ISIS) na Síria e no Iraque. O ataque à redação do Charlie Hebdoocorreu também nesse contexto. Parece que seus autores querem tornar realidade aquilo que o ISIS deseja para a Europa: que os muçulmanos e não muçulmanos sejam totaO ataque com 12 mortos contra uma jornal semanal de sátiras francês que zombou do islamismo parece dar combustível para os movimentos anti-imigração em toda Europa e inflamar a “guerra cultural” sobre a posição da religião e da identidade étnica na sociedade.

A primeira reação na França às mortes na redação do jornal Charlie Hebdo, na quarta-feira (7), por homens armados e mascarados que gritavam slogans islâmicos foi uma efusão de apoio à unidade e liberdade de expressão nacional.

Mas isso parece provável que seja pouco mais do que um cessar-fogo momentâno em um país dominado pelo mal-estar econômico e alto desemprego. A França tem a maior população muçulmana da Europa e está no meio de uma discussão intensa sobre a identidade nacional e o papel do Islã.

“Este ataque certamente vai acentuar a crescente islamofobia na França”, disse Olivier Roy, cientista político e especialista em Oriente Médio do Instituto da Universidade Europeia em de Florença.

Um livro do jornalista Eric Zemmour intitulado “Le Suicide Français” (O Suicídio Francês), argumentando que a imigração muçulmana em massa está entre os fatores que vêm destruindo os valores seculares franceses, foi o ensaio mais vendido de 2014.

O principal lançamento de publicação do ano até o momento é um romance do controverso escritor Michel Houellebecq que imagina a vitória de um muçulmano à Presidência da França em 2022, que impõe como lei o ensino religioso obrigatório e a poligamia e proíbe as mulheres de trabalhar.

Essa efervescência intelectual se mistura à ansiedade na população com a radicalização de centenas de muçulmanos franceses que se uniram aos combatentes do Estado islâmico na Síria e no Iraque, e que as autoridades do setor de segurança temem que possam provocar ataques aos que retornarem à França.

Referendo em favor da pena de morte
A Frente Nacional, de extrema-direita, não perdeu tempo em vincular o ato mais letal de violência política em décadas à imigração e exigir um referendo para restabelecer a pena de morte, apesar de um líder muçulmano francês, o ímã Hassen Chalghoumi, ter dito que o caminho certo para combater o Charlie Hebdo não era com derramamento de sangue ou ódio.

A líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, que as pesquisas de opinião indicam que estaria em primeiro lugar se uma eleição presidencial fosse realizada hoje, disse que o “fundamentalismo islâmico” declarou guerra à França e que isso exige uma ação forte e eficaz. Embora ela tenha tido o cuidado de fazer distinção entre os cidadãos muçulmanos que compartilham valores franceses e “aqueles que matam em nome do Islã”, seu pai, o fundador da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, e seu vice, Florian Philippot, foram menos cautelosos. “Qualquer um que diga que o radicalismo islâmico não tem nada a ver com a imigração está vivendo em outro planeta”, disse Philippot à rádio RTL.

Ímãs entoavam orações diante da redação do Charlie Hebdo na quinta-feira e líderes islâmicos instavam os fiéis a participar do luto nacional pelas vítimas, cujas charges do profeta Maomé provocaram a ira de muitos muçulmanos no passado.

Durante a noite houve ataques que as autoridades classificaram como de vingança. Uma mesquita na cidade de Le Mans, no leste do país, foi alvo de tiros, e uma explosão destruiu uma lanchonete de quebab ao lado de uma mesquita no centro da cidade de Villefranche-sur-Saône.

lmente divididos.

Fonte: Carta Capital e G1

Mesmo “Charlie Hebdo” podendo ter ultrapassado o limite da liberdade de expressão com suas charges, segue nessa linha e vira fenômeno de venda

08/01/2015

Jornal ‘Charlie Hebdo’ aumenta tiragem para 7 milhões de exemplares

Publicação alvo de atentado em Paris já havia aumentado para 5 milhões.
Ataque terrorista em Paris na semana passada deixou 12 mortos.

Capa da nova edição do jornal satírico 'Charlie Hebdo' traz charge de Maomé com uma placa dizendo 'Eu sou Charlie' e a frase acima da cabeça: 'Tudo está perdoado'. A edição pós-atentado terá tiragem de 3 milhões de unidades (Foto: Charlie Hebdo/Reuters)Capa do ‘Charlie Hebdo’

O jornal satírico francês “Charlie Hebdo” anunciou, em 17/1/15, que voltará a ampliar sua tiragem de cinco para sete milhões de exemplares após o atentado em Paris.

A revista, cuja tiragem normal é de 60 mil exemplares, havia inicialmente ampliado a primeira edição posterior ao ataque para cinco milhões.

Além disso, o site oferece a possibilidade de assinar a revista, fazer uma doação ou baixar em aplicativos o último número, no qual uma caricatura de Maomé – que transformou a revista em alvo terrorista – abre o novo exemplar com um cartaz em que se lê a frase que representou o apoio do mundo A favor da liberdade de expressão: “Je suis Charlie”.

A sede da revista em Paris foi atacada no último dia 7 pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, que mataram 12 pessoas, inclusive seu diretor, Stéphane Charbonnier, o Charb, e quatro dos cartunistas mais famosos da França.

Fontes: G1 e Uol

Uma sequência de ataques deixou ao menos 16 pessoas mortas na França desde a última quarta-feira, quando homens armados invadiram a sede do jornal satírico “Charlie Hebdo”. Saiba quem foram os mortos em cada episódio:

Sequestro em mercado de Paris

– Quatro reféns ainda não identificados morreram em 9/1/15, após uma ação policial ter acabado com um sequestro em um mercado kosher de Paris.

– Amedy Coulibaly, 32 anos

Amedy Coulibaly (Foto: Reuters)Amedy Coulibaly (Foto: Reuters)

Segundo uma fonte do citada pela agência de notícias France Presse, Coulibaly foi visto em 2010 em companhia de Chérif Kouachi, apontado como autor do ataque ao jornal “Charlie Hebdo”. Segundo o jornal “Le Point”, Coulibaly também pertenceria a “Buttes Chaumont”, rede de militantes jihadistas.

 

Sequestro em Dammartin-en-Goële

– Chérif Kouachi, 32 anos

Chérif Kouachi (Foto: Reuters)Chérif Kouachi (Foto: Reuters)

Francês com ascendência argelina, Chérif é um dos suspeitos de ter invadido o jornal “Charlie Hebdo”, em um ataque que deixou 12 mortos. Ao lado do irmão, Said, ele ficou foragido por três dias até invadir uma fábrica em Dammartin-en-Goële e fazer reféns. O sequestro terminou na tarde desta sexta, com a morte de Chérif e do irmão. Segundo a polícia, Chérif havia sido preso por envolvimento com o radicalismo islâmico

 

– Said Kouachi, 34 anos

Said Kouachi (Foto: Reuters)Said Kouachi (Foto: Reuters)

Ao lado do irmão, é suspeito de ter cometido o ataque ao jornal na quarta e o sequestro à fábrica na sexta-feira. A polícia o matou durante a operação para libertar os reféns.

 

 

Ataque a policial

– Uma policial que não foi identificada morreu em um tiroteio em Paris, em 8/1/15. Segundo os jornais franceses, o autor do ataque é Amedy Coulibaly.

De acordo com informações da rede norte-americana de TV “CNN”, a polícia estaria negociando com os suspeitos. Agências de notícias informam que os possíveis atiradores estariam dispostos a “morrer como mártires”. “A prioridade é estabelecer um diálogo para que haja uma solução o mais pacífica possível”, assinalou o porta-voz do Ministério do Interior, Pierre Henry Brandet, apontando que o desenlace da crise “pode ainda levar um tempo”.

A comuna de Dammartin-en-Goele tem menos de 10 mil habitantes. Pelo menos quatro escolas estão fechadas por causa da caçada policial, e os moradores foram orientados a não saírem de suas casas.  Os dois suspeitos de terem cometido o atentado à Revista Charlie Hebdo, que matou 12 pessoas, em Paris, estão sendo perseguidos pelas forças de segurança francesas e fizeram uma pessoa refém em uma pequena empresa especializada em impressão e publicidade, em Dammartin-en-Goele, a cerca de 40 km da capital, não muito longe do aeroporto Charles de Gaulle, informaram nesta sexta-feira (9) fontes policiais à imprensa francesa.

De acordo com informações da rede norte-americana de TV “CNN”, a polícia estaria negociando com os suspeitos. Agências de notícias informam que os possíveis atiradores estariam dispostos a “morrer como mártires”. “A prioridade é estabelecer um diálogo para que haja uma solução o mais pacífica possível”, assinalou o porta-voz do Ministério do Interior, Pierre Henry Brandet, apontando que o desenlace da crise “pode ainda levar um tempo”.

A comuna de Dammartin-en-Goele tem menos de 10 mil habitantes. Pelo menos quatro escolas estão fechadas por causa da caçada policial, e os moradores foram orientados a não saírem de suas casas.

Segundo informações do “Le Figaro”, todos os estudantes foram levados para uma única escola, que está fechada e tem as janelas cobertas. Policiais fazem guarda em frente ao local, bloqueando todas as saídas. Nenhuma criança poderá sair até a conclusão da operação. Elas assistem a desenhos animados para ficarem calmas.

O governo da França disse ter poucas dúvidas de que as duas pessoas na instalação industrial são os irmãos Said e Cherif Kouachi. “Temos quase certeza que esses dois indivíduos estão cercados naquele prédio”, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet, à emissora de televisão iTele.

No terceiro dia de buscas, houve um tiroteio durante a perseguição aos irmãos Kouachi, segundo fontes policiais. Cherif e Said Kouachi roubaram um carro Peugeot 206 em Montagny-Sainte-Félicité de uma mulher, que disse ter reconhecido os irmãos Kouachi, e iniciou-se uma perseguição. Segundo as autoridades francesas, os suspeitos estariam com armas de assalto e possivelmente uma bazuca.

A imprensa francesa informou ainda que voos com destino ao aeroporto Charles de Gaule, o maior da França, foram desviados para evitar a região de Dammartin-en-Goële.

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, confirmou que uma operação policial, com 88 mil agentes e helicópteros, está em andamento no nordeste do país, mas não deu mais detalhes. “Temos indicações da presença dos terroristas que nós queremos pegar”, afirmou.

De acordo com ele, o estado de saúde de quatro das onze pessoas feridas no ataque é grave, “mas elas não correm risco de morte”. Os outros sete feridos tiveram ferimentos leves e já receberam alta do hospital.

A empresa onde está sendo feita a operação foi identificada como Création Tendance Découverte (CTD). Ela conta com quatro funcionários, segundo seu site.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, declarou nesta sexta-feira que a França está em guerra “contra o terrorismo, não contra uma religião”, e estimou que serão necessárias novas medidas “para responder à ameaça”. “Estamos em uma guerra contra o terrorismo. Não estamos em uma guerra contra uma religião, contra uma civilização”, disse.

A França decretou ontem dia de luto nacional pelas 12 vítimas. Às 20h (17h de Brasília), a Torre Eiffel desligou as luzes em homenagem aos mortos.

Ligação com a Al Qaeda

Nesta sexta-feira veio à tona que um dos suspeitos, Said, viajou ao Iêmen em 2011 para receber treinamento de militantes islâmicos ligados à Al Qaeda. As informações são de funcionários do alto escalão do governo americano à emissora “CNN” e ao jornal “New York Times”. Os serviços de Inteligência dos Estados Unidos estão averiguando se o grupo vinculado à Al Qaeda ordenou explicitamente o ataque contra a revista, mas, por enquanto, não há indicações de que os irmãos tenham recebido instruções diretas do grupo ou façam parte de uma célula terrorista na França, explicaram as mesmas fontes.

Também foi anunciado que os dois irmãos estavam numa lista de pessoas proibidas de viajar em voos para os EUA. Um terceiro suspeito, Hamyd Mourad, entregou-se voluntariamente em 7/1/15 e disse ser inocente.

Ato heroico

Os islamitas somalis ligados ao Estado Islâmico classificaram nesta sexta-feira o atentado de “heroico”, em um comunicado à rádio Andalus.

“Charlie Hebdo insultou nosso profeta e indignou milhares de muçulmanos. Os dois irmãos (suspeitos do ataque) são os primeiros a ter se vingado”, afirma a nota divulgada pela emissora oficial do movimento.

Luta contra o terrorismo

A cúpula europeia prevista para 12 de fevereiro em Bruxelas será dedicada à luta antiterrorista, anunciou hoje o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. “Falei com o presidente (francês François) Hollande ontem à noite e tenho a intenção de utilizar a reunião de chefes de Estado e de governo de 12 de fevereiro para abordar a resposta que a UE pode fornecer aos desafios” da luta antiterrorista, disse Tusk após uma reunião em Riga com a primeira-ministra da Letônia, Laimdota Straujuma. (Com agências internacionais)

Segundo informações do “Le Figaro”, todos os estudantes foram levados para uma única escola, que está fechada e tem as janelas cobertas. Policiais fazem guarda em frente ao local, bloqueando todas as saídas. Nenhuma criança poderá sair até a conclusão da operação. Elas assistem a desenhos animados para ficarem calmas.

O governo da França disse ter poucas dúvidas de que as duas pessoas na instalação industrial são os irmãos Said e Cherif Kouachi. “Temos quase certeza que esses dois indivíduos estão cercados naquele prédio”, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet, à emissora de televisão iTele.

No terceiro dia de buscas, houve um tiroteio durante a perseguição aos irmãos Kouachi, segundo fontes policiais. Cherif e Said Kouachi roubaram um carro Peugeot 206 em Montagny-Sainte-Félicité de uma mulher, que disse ter reconhecido os irmãos Kouachi, e iniciou-se uma perseguição. Segundo as autoridades francesas, os suspeitos estariam com armas de assalto e possivelmente uma bazuca.

A imprensa francesa informou ainda que voos com destino ao aeroporto Charles de Gaule, o maior da França, foram desviados para evitar a região de Dammartin-en-Goële.

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, confirmou que uma operação policial, com 88 mil agentes e helicópteros, está em andamento no nordeste do país, mas não deu mais detalhes. “Temos indicações da presença dos terroristas que nós queremos pegar”, afirmou.

De acordo com ele, o estado de saúde de quatro das onze pessoas feridas no ataque é grave, “mas elas não correm risco de morte”. Os outros sete feridos tiveram ferimentos leves e já receberam alta do hospital.

A empresa onde está sendo feita a operação foi identificada como Création Tendance Découverte (CTD). Ela conta com quatro funcionários, segundo seu site.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, declarou nesta sexta-feira que a França está em guerra “contra o terrorismo, não contra uma religião”, e estimou que serão necessárias novas medidas “para responder à ameaça”. “Estamos em uma guerra contra o terrorismo. Não estamos em uma guerra contra uma religião, contra uma civilização”, disse.

A França decretou ontem dia de luto nacional pelas 12 vítimas. Às 20h (17h de Brasília), a Torre Eiffel desligou as luzes em homenagem aos mortos.

Les grandes plumes de Charlie Hebdo mortes dans l’attaque

Cabu, Charb, Tignous, Oncle Bernard ou encore Wolinski. Cinq noms qui ont marqué les pages de Charles Hebdo, l’hebdomadaire frappé ce mercredi 7 janvier 2015 par un attentat. Cinq noms que l’on ne reliera plus dans les pages du canard satyrique. Portraits.

Cabu

Pendant près de 60 ans, le dessinateur Cabu, 76 ans, tué mercredi avec d’autres dessinateurs dans l’attentat contre Charlie Hebdo, a épinglé les travers de son époque à la pointe acérée de son crayon. Avec en ligne de mire les politiques, l’armée, toutes les religions… Et bien sûr, les “beaufs”, ces caricatures de Français râleurs, chauvins, qu’il tendait comme un miroir à ses contemporains.
Ses caricatures de Mahomet publiées en 2006 étaient parmi les plus caustiques de celles qui avaient valu à l’équipe de Charlie des menaces de morts. Depuis, un policier assurait régulièrement sa protection.
Né en 1938, Jean Cabut fait ses premiers pas dans le dessin de presse dans “Ici Paris”, puis dans “Pilote” ou encore “Hari Kiri”. Dessinateur aux centaines de collaborations, Cabu ne mâchait pas sa plume. De de Gaulle, sur qui il s’est fait les dents dans les années 1960, à François Hollande, il a malmené tous les présidents de la Ve République. Avec un faible pour Nicolas Sarkozy, qu’il dessinait en lutin frénétique avec des cornes de diablotin. “Le but, disait-il, c’est avant tout d’essayer de faire rire. Il faut voir ça du côté ensoleillé de la vie.”

Wolinski

“Wolinski, on croit qu’il est con parce qu’il fait le con mais en réalité, il est vraiment con.” En 2012, Wolinski simaginait que ces mots de Cavanna pourrait lui servir d’épitaphe. Irrévérencieux et grivois, Georges Wolinski, tué mercredi dans l’attentat contre Charlie Hebdo à l’âge de 80 ans, était un dessinateur de presse mythique pour toute une génération, père du célèbre “Roi des cons”, pilier de la bande de Hara-Kiri dans les années 60 puis de Charlie Hebdo.
Né en 1934, l’homme entre en 1960 dans l’équipe de Hara-Kiri (qui deviendra ensuite Charlie Hebdo).Il a été le rédacteur en chef de Charlie Hebdo de 1970 à 1984.
Dans Charlie, chaque semaine, Wolinski met en scène deux personnages, un maigre timide et un gros, dominateur et péremptoire, qui enchaîne les propos de comptoir: “Monsieur, je suis pour la liberté de la presse, à condition que la presse n’en profite pas pour dire n’importe quoi!”

Charb

Stéphane Charbonnier, alias Charb était directeur de la publication de Charlie Hebdo. Né en 1971, le dessinateur était sous protection policière depuis l’incendie volontaire en 2011 des locaux de Charlie Hebdo, suite à la publication de factures de Mahomet. 
Charb avait fait ses armes dans plusieurs rédactions, notamment celle de l’Echo des Savanes, Télérama ou Fluide Glacial.

Photo : © Patrick Fouque

Oncle Bernard

Bernard Maris, alias Oncle Bernard, économiste médiatique et chroniqueur sur France Inter, a été tué dans l’attentat perpétré mercredi contre l’hebdomadaire satirique Charlie Hebdo, à l’age de 68 ans, a annoncé Radio France. “France Inter pleure et nos pensées vont à sa famille”, a tweeté Mathieu Gallet, PDG de Radio France.
Bernard Maris, 68 ans, collaborait à Charlie Hebdo, sous le pseudonyme d'”Oncle Bernard”. Souvent considéré comme altermondialiste, il avait participé au conseil scientifique d’ATTAC.

Tignous

Bernard Verlhac, dit Tignous est décédé ce mercredi dans la fusillade Publihebdos, à l’âge de 58 ans. Né en 1957, il collaborait à la presse écrite française depuis les années 80. L’idiot International, La Grosse Bertha, ou encore l’Evénement du Jeudi ont été de ses rédactions d’attache. Depuis, il avait fait son nid chez Charlie Hebdo et collaborait régulièrement aux pages de Marianne, Fluide Glacial, VSD, Télérama, L’Huma ou encore l’Express.

Operação policial em Reims para deter suspeitos do atentado em Paris

Cerca de três mil polícias procuram os três homens que atacaram, esta manhã de quarta-feira, em Paris, o semanário satírico “Charlie Hebdo”, no pior atentado dos últimos 40 anos no qual morreram 12 pessoas. A polícia já identificou e localizou os três suspeitos e há uma operação policial em curso, em Reims, para capturar dois dos atacantes. “Ninguém pode pensar que pode agir em França contra os valores da República”, avisou o presidente francês, François Hollande.
Dois homens armados executaram um polícia e fugiram

Os suspeitos serão os irmãos nascidos em Paris, com origem argelina, Saïd e Chérif Khouachi, com 32 e 34 anos, e um terceiro homem, de Reims, com 18 anos, do qual se conhece apenas o primeiro nome: Hamyd M.

Milhares de pessoas se reuniram na tarde desta quarta-feira (7), em Paris, em homenagem às vítimas do sangrento atentado contra o semanário humorístico “Charlie Hebdo”, uma manifestação que se repetiu em várias cidades francesas, segundo a polícia.

Em Paris, convocados por vários sindicatos, associações, meios de comunicação e partidos políticos, cerca de cinco mil pessoas se reuniram a partir das 17 horas (14 horas de Brasília) na praça da República, centro da capital, perto da sede do semanário.

Alguns usavam adesivos e cartazes onde se podia ler a mensagem “Je suis Charlie” (“Eu sou Charlie”), que também circula nas redes sociais. A frase foi publicada no próprio site do semanário, que também disponibilizou a mensagem em diferentes idiomas para que as pessoas possam imprimir e levar às ruas.

Entre os cartazes vistos em manifestação, um dizia “Charb mort libre” (Charb morre livre), em homenagem a Charb, cartunista e diretor da “Charlie Hebdo”, falecido no ataque, ao lado de três dos principais caricaturistas da publicação – Cabu, Tignous e Wolinski -, todos muito conhecidos na França.

“É dramático que estas pessoas tenham sido assassinadas. Amanhã, as pessoas não poderão falar. Temos que ir às ruas aos milhares”, disse à AFP Béatrice Cano, manifestante que trazia o último número da Charlie Hebdo, publicado nesta quarta-feira.

“A liberdade de imprensa não tem preço”, dizia outro cartaz.

Mais de 10 mil pessoas se concentram nas ruas de Lyon (centro-leste) e em Toulouse (sudoeste), segundo estimativas das forças de ordem.

A Sociedade dos Jornalistas (SDJ), coletivo que reúne 15 meios de comunicação, entre eles alguns dos mais importantes da França, como os jornais Le Monde, Le Figaro, Libératión, a Rádio France International, a Agence France-Presse, a emissora TF1, condenou o que chamou de um “ato de terrorismo inqualificável” em um comunicado conjunto, intitulado “Nous sommes tous des Charlie” (Todos somos de Charlie).

“Nós, jornalistas, expressamos nossa profunda tristeza, assim como nossa ira e queremos manifestar apoio aos nossos colegas, aos policiais e às famílias tocadas por este atentado horripilante”, declarou a SDJ.

Aos gritos de “Alá Akbar” (Alá é o maior), os atacantes, armados, entraram na sede da “Charlie Hebdo”, dispararam contra os funcionários e depois fugiram, matando 12 pessoas a sangue frio, entre eles personalidades desta publicação emblemática, que já tinha sido ameaçada em várias oportunidades por suas caricaturas do profeta Maomé.

O massacre, de uma “barbárie excepcional”, segundo o presidente francês, François Hollande, provocou indignação em todo o mundo.

Um novo livro retratando uma França que, no futuro, vive totalmente sob leis islâmicas chegou nesta quarta-feira às livrarias ─ justamente no dia do ataque à revista satírica francesa Charlie Hebdo, em Paris. Testemunhas afirmam que os atiradores gritaram palavras em árabe, levantando suspeitas de que seriam extremistas islâmicos.

Apesar de não haver nenhum indício de que o atentado estaria relacionado à novela “Soumission” (Submissão), do premiado e provocativo autor francês Michel Houellebecq, o crime pode dar publicidade ao livro e incentivar ainda mais as vendas.

Em sua edição mais recente, a Charlie Hebdo traz justamente Houellebecq e seu livro em sua capa. Nas páginas internas da revista, há também outro elemento que vem sendo chamado de “premonitório”, uma charge com um jihadista ao lado da frase “A França segue sem atentados”. O cartum foi feito por Charb, um dos 12 mortos no atentado desta quarta-feira.

O romance “Soumission” tem causado polêmica ao retratar o país como uma sociedade islâmica onde universidades são forçadas a ensinar o Corão, o livro sagrado do islamismo, mulheres usam o véu e a poligamia é permitida.

Segundo a obra de ficção, no ano de 2022, a França segue em seu lento colapso e o líder de um partido muçulmano assume como novo presidente do país.

Mulheres são incentivadas a deixar seus trabalhos e o desemprego cai. O crime evapora. Véus se transformam na nova regra e a poligamia é autorizada. As universidades são forçadas a ensinar o Corão.

Críticos de Houellebecq dizem que seu livro inflama a islamofobia e dá credibilidade intelectual a autores considerados “neo-reacionários”

Inativa e decadente, a população volta a seus instintos colaborativos. E aceita a nova França islâmica.

Mesmo antes de seu lançamento, o livro já vinha provocando debates e levantando questões como se o livro seria uma peça favorável ao temor anti-Islã disfarçado de literatura ou se o livro ajuda a extrema-direita.

Ou, pelo contrário, estaria Houellebecq simplesmente fazendo o trabalho de um artista: segurando um espelho para o mundo, talvez exagerando, mas honestamente dizendo as verdades mais profundas?

O tema é ainda mais intenso porque o Islã e identidade já estão no centro de um debate nacional feroz na França.

Grande sucesso

No ano passado, a Frente Nacional ─ anti-imigração ─ conquistou um avanço extraordinário ao vencer uma eleição nacional ─ para o Parlamento Europeu ─ pela primeira vez.

A líder do partido Marine Le Pen é uma das apostas para as eleições presidenciais de 2017. E em Soumission, é para evitar que ela seja reeleita que outros partidos apoiam o carismático Mohammed Ben Abbes.

Críticos de Houellebecq dizem que seus livros emprestam uma credibilidade intelectual para autores considerados “neo-reacionários”.

Para Laurent Joffrin, do jornal de esquerda Libération, Houellebecq acaba favorecendo Marine Le Pen.

“Intencionalmente ou não, o livro tem uma clara ressonância política”, disse. “Uma vez que o furor da mídia arrefecer, o livro será visto como um momento-chave na história das ideias ─ quando a tese da extrema direita entrou, ou reentrou, na literatura.”

Outros críticos foram além. “Esse livro me deixa enojado… me sinto insultado. O ano começa com a islamofobia disseminada na obra de um grande novelista francês”, disse o apresentador de TV Ali Baddou.

Por outro lado, defensores de Houellebecq dizem que ele trata de assuntos que as elites ligadas à esquerda fingem que “não existe”.

Fonte: Google

Ataque em sede do jornal Charlie Hebdo em Paris deixa mortos

Polícia francesa disse que 12 pessoas morreram e 11 ficaram feridas.
Alvo foi sede de publicação satírica que já foi atacada por muçulmanos.

Pelo menos 12 pessoas morreram e 11 ficaram feridas em um tiroteio em Paris nesta quarta-feira (7). O crime aconteceu no escritório do jornal satírico “Charlie Hebdo”, que já havia sido alvo de um ataque no passado após publicar uma caricatura do profeta Maomé.

Todos os mortos foram identificados. São eles: o editor e cartunista Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, o lendário cartunista Wolinski, o economista e vice-editor Bernard Maris e os cartunistas Jean Cabu e Bernard Verlhac, conhecido como Tignous, além do também desenhista Phillippe Honoré, do revisor Mustapha Ourad e da psicanalista Elsa Cayat, que escrevia uma coluna quinzenal para a “Charlie Hebdo” chamada “Divan”.

Entre as outras vítimas fatais, segundo o jornal “Le Monde”, estão o policial Franck Brinsolaro, morto dentro da redação, e o agente Ahmed Merabet, que morreu já na rua, durante a fuga dos atiradores. No ataque também morreram um funcionário da Sodexo que trabalhava no prédio, Frédéric Boisseau, de 42 anos, e um convidado que visitava a redação, Michel Renaud.

Ainda de acordo com o jornal, o jornalista Philippe Lançon é uma das vítimas gravemente feridas. Crítico literário do jornal “Libération”, ele escreve crônicas para a “Charlie Hebdo”. A agência Reuters, citando a polícia, diz que 11 pessoas ficaram feridas, sendo quatro em estado grave.

A cartunista Corinne Rey, que afirma ter sido forçada a deixar os atiradores entrarem na redação, diz que eles falavam francês fluentemente. Em uma entrevista ao jornal “l’Humanite”, ela contou que conseguiu se esconder embaixo de uma mesa durante a ação, que durou cerca de cinco minutos.

De acordo com o médico Gerald Kierzek, que atendeu alguns dos feridos e foi citado pela CNN, os atiradores separaram os homens das mulheres e perguntaram especificamente por algumas pessoas pelos nomes, antes de matá-las.

Segundo fontes policiais, os autores do ataque portavam rifles Kalashnikov e gritaram “Vingamos o Profeta!”, em referência a Maomé, alvo de uma charge publicada há alguns anos pelo jornal, o que provocou revolta no mundo muçulmano.

Os jornais franceses “Le Monde” e “Metro News” dizem que três suspeitos foram identificados, mas ainda não há informações oficiais.

De acordo com fontes policiais ouvidas pela agência Reuters, dois dos suspeitos seriam irmãos que moram em Paris e o terceiro seria de Reims.

Vigília pelas vítimas
Mais de 100 mil pessoas foram às ruas de várias cidades da França em uma vigília às vítimas da “Charlie Hebdo”.

Em Paris, convocados por vários sindicatos, associações, meios de comunicação e partidos políticos, cerca de cinco mil pessoas se reuniram a partir das 17 horas (14 horas de Brasília) na praça da República, centro da capital, perto da sede do semanário.

Alguns usavam adesivos e cartazes onde se podia ler a mensagem “Je suis Charlie” (“Eu sou Charlie”), que também circula nas redes sociais.

O procurador da República, François Molins, precisou os detalhes dos acontecimentos em coletiva de imprensa.

Segundo disse, dois indivíduos entraram na sede do jornal e perguntaram a dois funcionários da manutenção onde era a entrada. Em seguida, atiraram em um dos funcionários e renderam o outro no segundo andar do prédio, onde acontecia a reunião de pauta dos funcionários da publicação. Lá, atiraram e mataram 10 pessoas, sendo 8 jornalistas, um convidado e um policial encarregado da segurança.

Molins confirmou a informação de fontes policiais de que os autores do ataque afirmaram “vingar o profeta” durante o atentado. Segundo ele, os suspeitos fugiram de carro em direção ao norte de Paris, bateram em outro veículo e então abandonam o carro em que estavam. Depois, renderam um motorista e fugiram em outro carro.
Ele acrescentou que oito das vítimas eram jornalistas e que quatro dos 11 feridos estão em estado grave, segundo dados fornecidos pela polícia.

O número de suspeitos envolvidos no crime ainda é incerto e não foi confirmado pela polícia. Eles ainda são procurados e são perigosos, segundo as autoridades.

O Ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, disse que três suspeitos são procurados.

Fotos de arquivo mostram cartunistas da equipe da revista 'Charlie Hebdo' mortos no ataque. Da esquerda para a direita: Georges Wolinski (em 2006), Jean Cabut - o Cabu (em 2012), Stephane Charbonnier - o Charb (em 2012) e Tignous (em 2008) (Foto: Bertrand Guay, François Guillot, Guillaume Baptiste/AFP)
Fotos de arquivo mostram cartunistas da equipe do jornal ‘Charlie Hebdo’ mortos no ataque. Da esquerda para a direita: Georges Wolinski (em 2006), Jean Cabut – o Cabu (em 2012), Stephane Charbonnier – o Charb (em 2012) e Tignous (em 2008) (Foto: Bertrand Guay, François Guillot, Guillaume Baptiste/AFP)

Mais cedo, Rocco Contento, porta-voz do sindicato dos policiais local, disse a jornalistas que três suspeitos fugiram em um carro dirigido por um quarto homem, segundo informações do jornal “The Guardian”.

‘Ataque terrorista’
O presidente francês, François Hollande, acrescentou que “40 pessoas foram salvas”. Ele classificou o caso como um “ataque terrorista”, e disse que a França está em estado de choque. Os autores do ataque são procurados pela polícia.

Hollande reconheceu que o governo sabia que a França “estava ameaçada, como outros países do mundo”, e afirmou que “foram desbaratados vários atentados terroristas nas últimas semanas”.

O presidente francês Francois Hollande faz pronunciamento nacional após o atentado à revista 'Charlie Hebdo' nesta quarta-feira (7) em Paris (Foto: Reuters/Philippe Wojazer)

Uma reunião emergêncial do gabinete da presidência foi convocada para as 14h locais (11h de Brasília). Após o ataque, a França elevou para o nível máximo o nível do alerta terrorista em Paris.

“Cerca de meia hora atrás dois homens usando capuz escuro entraram no prédio com duas armas”, disse a testemunha Benoit Bringer à rádio France Info. “Alguns minutos depois nós ouvimos os barulhos dos disparos”. Ele acrescentou que os homens foram vistos deixando o prédio.

Ao abandonar o prédio, os agressores atiraram contra um policial, atacaram um motorista e atropelaram um pedestre com o carro roubado.

“Ouvi disparos, vi pessoas encapuzadas que fugiram em um carro. Eram pelo menos cinco”, declarou à AFP Michel Goldenberg, que tem um escritório vizinho na rua Nicolas Apert, onde fica a sede do jornal.

Jornal
A sede do jornal foi alvo de um ataque a bomba em novembro de 2011 após colocar uma imagem satírica do profeta Maomé em sua capa.

Coincidência ou não, a Charlie Hebdo fez a divulgação em sua edição desta quarta-feira do novo romance do controvertido escritor Michel Houellebecq, um dos mais famosos autores franceses no exterior. A obra de ficção política fala de uma França islamizada em 2022, depois da eleição de um presidente da República muçulmano.

“As previsões do mago Houellebecq: em 2015, perco meus dentes… Em 2022, faço o Ramadã!”, ironiza a publicação junto a uma charge de Houellebecq.

"O amor é mais forte que o ódio", diz capa da Charlie Hebdo publicada após primeiro atentado contra redação em 2011 (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)“O amor é mais forte que o ódio”, diz capa da Charlie Hebdo publicada após primeiro atentado contra redação em 2011 (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)

O jornal de humor tem sido ameaçada desde que publicou charges do profeta Maomé em 2006.

Em novembro de 2011, a sede da publicação foi destruída por um ataque criminoso, já definido como atentado pelo governo na época.

Em 2013, um homem de 24 anos foi condenado à prisão com sursis por ter pedido na internet que o diretor da revista fosse decapitado por causa da publicação das caricaturas do profeta muçulmano.

Fonte: G1

Confira as charges e capas mais polêmicas do Charlie Hebdo, o jornal da França que costuma publicar conteúdo satírico sobre o islamismo e seus símbolos

A sede do jornal francês “Charlie Hebdo” foi atacada em 7/1/15, em Paris, e deixou ao menos 12 mortos, entre eles, editores e cartunistas do jornal e dois policiais. O jornal satírico costumava publicar charges polêmicas sobre o islamismo e seus símbolos, e já havia sido alvo de ataques anteriormente.

Confira abaixo algumas das charges mais polêmicas do jornal envolvendo o tema religião:

Capa de jornal satírico “Charlie Hebdo” traz Maomé beijando cartunista com o texto “o amor, mais forte do que o ódio”.

O diretor e cartunista da ‘Charlie Hebdo’, Stéphane Charbonnier, publicou em 2013 dois quadrinhos sobre a vida de Maomé; o primeiro falava de ‘O início de um profeta’; representação do profeta é tabu entre muçulmanos.

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Cartum satirizando o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, foi última públicação de jornal antes de atentado.

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Capa de setembro de 2012 sob o título ‘Intocáveis’ mostra rabino empurrando um muçulmano numa cadeira de rodas, que o alerta ‘não se deve zombar’

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Capa de julho de 2013 mostra muçulmano sendo alvejado e trazia a frase ‘o Corão é uma merda’ e o aviso: ele não para balas.

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Capa de novembro de 2012 ironizava a Santíssima Trindade, O Pai, o Filho e o Espírito Santo, e trazia o tema casamento gay.

 Última charge
A última charge do cartunista e editor Stéphane Charbonnier publicada na última edição da revista satírica francesa Charlie Hebdo, foi assustadoramente profética. O desenho trouxe o título “Ainda não houve ataques na França” e mostrou um militante islâmico dizendo: “Espere! Ainda temos até o fim de janeiro para apresentar nossos votos”, em uma alusão aos desejos de Ano Novo.

Ilustração mais recente de Charb, morto no ataque à revista Charlie Hebdo (Foto: Reprodução/Twitter)Ilustração mais recente de Charb, morto no ataque à revista Charlie Hebdo. ‘Sem atentados por enquanto na França’, diz a charge. ‘Esperem. Temos até o final de janeiro para apresentar os desejos’, diz o personagem  (Foto: Reprodução/Twitter)

A figura de Maomé
O semanário foi ameaçado várias vezes por fundamentalistas islâmicos por reproduzir e publicar caricaturas de Maomé. Um dos últimos ataques contra a “Charlie Hebdo” aconteceu em 2013, quando hackers invadiram o site da revista, provavelmente devido à publicação de um suplemento especial com uma “biografia” em quadrinhos sobre Maomé. Desde de 2006, quando publicou as primeiras charges com a figura de Maomé, a redação do semanário vivia sob alerta devido às ameaças de radicais.

Capa de um especial da Charlie Hebdo com a biografia de Maomé (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)Capas de um especial da Charlie Hebdo com a ‘biografia’ de Maomé. A primeira parte de ‘A vida de Maomé’ tem o nome de ‘o início de um profeta’ e a segunda, de ‘o profeta do Islã’.  (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)
Edição da 'Charlie Hebdo' oublicada em outubro fala sobre 'se Maomé voltasse' (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)Edição de outubro tem charge com o título ‘se Maomé voltasse’. No desenho, o personagem representado como Maomé diz ‘eu sou o profeta, idiota!’, e o outro responde ‘feche a boca, infiel’. (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)
Com o título de ‘intocáveis 2’, um personagem representando um judeu leva Maomé em uma cadeira de rodas, e os dois dizem: ‘não se deve zombar’ (Foto: AFP)
Edição de 2013 trouxe sátira sobre o Corão, livro sagrado muçulmano. Fazendo referência a ‘massacre no Egito’, o desenho diz que ‘o Corão é uma merda’, pois ‘não para as balas’ (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)

Primeiro atentado
Em 2011, após a divulgação de uma edição que fazia piada com a sharia, ou lei islâmica, um atentado com coquetéis molotov incendiou parte da sede da revista no distrito 11 do leste de Paris.

Em 2012, o diretor do semanário, Stephane Charbonnier, disse que o Islã não era visto como um inimigo pela publicação. “Há provocação, como fazemos todas as semanas, mas não mais contra o Islã que com outros temas”. Ele morreu no atentado desta quarta.

Capa da "Charlie Hebdo" em 2011 com a sátira ao profeta Maomé (Foto: AFP)Capa da ‘Charlie Hebdo’ em 2011 com a sátira sobre o profeta Maomé e a lei islâmica. No desenho, o personagem diz: ‘100 chicotadas se vocês não estão mortos de rir’ (Foto: AFP)
“O amor é mais forte que o ódio”, diz capa da Charlie Hebdo publicada após primeiro atentado contra redação em 2011 (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)

Críticas ao Vaticano
Papas e cardeais também foram retratados de maneira cômica e debochada por várias vezes na capa do “Charlie Hebdo”. O conclave, por exemplo, foi alvo de piada em uma capa com Jesus Cristo. Também foram retratados cardeais em um “lobby gay” no conclave.

Capa de edição de março de 2013 com a figura de Jesus critica as eleições para o novo papa  (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)‘Vaticano: outra eleição fraudada, estampa a capa de março de 2013 com a figura de Jesus Cristo. No desenho, o personagem diz: ‘soltem-me, eu quero votar’ (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)
papa 620 (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)“Um papa moderno”, diz a capa de 2013 com Francisco. A cena faz referência a uma cena de um reality show da França que ficou famosa no país, em que uma participante questiona uma mulher que não tem shampoo. ‘Você é uma mulher e não tem shampoo. Alô. Alô’, disse a integrante do programa. A frase passou a ser repetida pelo país, e deu origem à charge na qual o papa pergunta: ‘você é Deus e não tem shampoo? Alô’.  (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)
Capa da Charlie Hebdo sobre renúncia de Bento XVI (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)“Enfim, livre!”, diz Bento XVI em charge na capa da edição da ‘Charlie Hebdo’ que faz piada com sua renúncia (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)
conclave charlie_VA (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)Capa da Charlie Hebdo de 2013 satiriza cardeais. ‘O lobby gay em conclave. E então, a fumaça, ela vem?’ (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)

Política
Os governantes da França e até o movimento feminista Fêmen também foram alvo do sarcasmo do “Charlie Hebdo”. Presente em várias capas, o presidente francês Fraçois Hollande estampou a última edição de 2014. Também esteve na primeira página do semanário o ex-presidente Nicolas Sarkozy – em uma das capas ele aparece em uma ousada charge com a esposa Carla Bruni.

Capa da última edição da 'Chalie Hebdo' de 2014 com uma sátira ao presidente francês Fraçois Hollande (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)Última edição de 2014 com uma sátira ao presidente Hollande, dizendo que a popularidade dele ‘sobe entre os labradores’. Na mesma capa, há ainda menção a uma narração da ‘verdadeira história do menino Jesus’ (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)
femen 620 (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)Capa de 2013 sobre o grupo feminista Femen diz que as manifestantes ‘assumem a liderança’, fazendo um jogo de palavras com a expressão ‘tomar as coisas pelas mãos’  (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)
sarkozy 620 (Foto: Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)Capa de 2014 com Sarkozy e Carla Bruni pergunta se o francês irá ‘finalmente entrar em cena’, com o personagem repetindo ‘eu entro, eu não entro’ (Reprodução/Facebook Charlie Hebdo)

França ocupa Mali

16/01/2013

França vai ficar no Mali até que estabilidade seja restaurada

A França
vai terminar sua intervenção no Mali assim que a estabilidade voltar ao país da
África Ocidental, disse nesta terça-feira o presidente francês, François
Hollande, levantando o prospecto de uma operação prolongada e cara contra
rebeldes ligados à Al Qaeda.

A França enviou centenas de soldados ao Mali e vem lançando ataques aéreos
desde sexta-feira na metade norte do país, onde Estados regionais e ocidentais
temem que possa se tornar uma base para ataques de militantes islâmicos na
África e na Europa.

Milhares de soldados africanos estão prontos para assumir o controle da
ofensiva, mas exércitos regionais lutam para acelerar a operação, prevista só
para daqui a alguns meses, que foi introduzida pela campanha de bombas da
França, cujo objetivo era parar um avanço rebelde sobre uma cidade estratégica
na semana passada.

“Temos um objetivo. Garantir que quando sairmos, quando terminarmos nossa
intervenção, Mali estará segura, com autoridades legítimas e um processo
eleitoral e sem terroristas ameaçando o seu território”, disse Hollande em
entrevista coletiva de imprensa durante visita aos Emirados Árabes
Unidos.

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, que acompanhava
Hollande, disse que a ofensiva contra os rebeldes do Mali poderia levar algum
tempo e que o nível atual de envolvimento francês poderia durar semanas. As
eleições, no entanto, levarão meses para serem organizadas.

Aviões franceses atingiram rebeldes com bombardeios e uma coluna de dezenas
de veículos blindados franceses andava pela empoeirada capital ribeirinha de
Bamako durante a noite, elevando para cerca de 750 o número de soldados
franceses no Mali.

Paris disse que planeja enviar 2.500 soldados para a sua ex-colônia para
incrementar o Exército do Mali e trabalhar com a força de intervenção fornecida
pelos Estados da África Ocidental.

Chefes da Defesa dos países da África Ocidental se reuniram em Bamako nesta
terça-feira para aprovar planos de acelerar o envio de 3.300 soldados regionais,
previstos em um plano de intervenção apoiado pela Organização das Nações Unidas
e que será liderado pelos africanos.

FONTE: OESP

Hollande amplia as medidas de austeridade na França, assim como Grécia e Portugal, enquanto a economia americana apresenta leve crescimento

08/09/2012

O governo socialista da França insistiu nesta sexta-feira que levará os
cortes orçamentários adiante e prometeu uma reforma tributária no próximo ano,
contrariando rumores de que estaria abrandando medidas propostas durante a
campanha eleitoral, como a de impor uma alíquota tributária de 75 por cento aos
ricos. O presidente François Hollande, eleito em maio com a promessa de
estimular a retomada de crescimento e taxar mais pesadamente os ricos, disse
que, por causa da economia estagnada, é crucial que a França cumpra a meta de
limitar o déficit público a 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013,
sob risco de perder a confiança dos investidores.

 

Hollande disse que, ao não corrigir o valor dos gastos públicos no ano
que vem – exceto no que diz respeito a dívida e pagamentos de pensões -, seu
governo pode economizar 10 bilhões de euros, levando em conta o valor ajustado
pela inflação. Mas isso representaria apenas um terço dos mais de 30 bilhões de
euros que Hollande diz que a França precisaria economizar para cumprir a meta de
déficit do próximo ano, mantendo-se no rumo do equilíbrio orçamentário até o
final dos seus cinco anos de mandato.

 

 

 

 

Como o governo se recusa a demitir servidores públicos, a maior parte do
ajuste precisará ser feita via elevação da arrecadação tributária. “Esse será o
maior esforço em 30 anos”, disse Hollande em um ato público no qual prometeu uma
reforma tributária “audaciosa”, entre outras medidas.

 

 

 

 

Desde 2007, o déficit francês não fica aquém do limite exigido pela União
Europeia, de 3 por cento do PIB. Naquele ano, ficou em 2,7 por cento. Após a
crise dos últimos anos, que levou a dívida pública a 90 por cento do PIB,
Hollande disse que a administração da dívida já se tornou o segundo maior item
do orçamento, o que torna o ajuste mais complexo.

 

 

 

 

Os parceiros da França na UE veem o plano orçamentário como um teste
crucial para avaliar o entusiasmo de Hollande com as reformas, mas há poucos
sinais por enquanto de que ele fará mudanças profundas no ano que vem. A França
não consegue equilibrar seu orçamento desde 1974, e os gastos públicos
atualmente respondem por 56 por cento da produção econômica – valor que, no
Ocidente, só é superado pela Dinamarca.

 

 

 

 

O orçamento será apresentado em 28 de setembro, numa reunião de gabinete
que foi adiada em dois dias para que Hollande participe da Assembleia Geral da
ONU, em Nova York, segundo autoridades.

 

 

O futuro da Grécia está na Zona do Euro, mas sua permanência depende,
principalmente, de que o país respeite os compromissos firmados pelo governo
diante de seus parceiros europeus para aprovar o novo plano de contenção para os
próximos dois anos.

 

Essa foi a mensagem de apoio condicionado que o presidente do Conselho
Europeu, Herman Van Rompuy, entregou nesta sexta-feira ao primeiro-ministro
grego, o conservador Antonis Samaras.

 

 

“Estou convencido de que o futuro da Grécia está na Eurozona. Estou
convencido de que, contanto que a Grécia respeite seus compromissos, os
parceiros europeus continuarão apoiando que permaneça na Eurozona”, afirmou o
líder europeu em entrevista à imprensa após a reunião com Samaras.

 

 

Van Rompuy manifestou sua convicção de que o governo grego “levará a cabo seu
programa” de medidas de economia avaliado em 11,6 bilhões de euros que a UE
exige em troca de um novo pacote de ajuda financeira. Samaras, por sua vez,
pediu a Van Rompuy que o novo empréstimo, de 31 bilhões de euros, parte do
segundo resgate à Grécia, seja entregue a Atenas “o mais rápido possível, para
que haja a liquidez necessária para que o crescimento seja retomado”.

 

 

A Grécia precisa dos fundos para pagar os vencimentos da dívida dos próximos
meses e para fazer a recapitalização dos bancos, que já demora mais do que o
planejado. O pagamento não foi feito e sua aprovação depende do relatório dos
chefes de missão da Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo
Monetário Internacional, que chegaram hoje a Atenas para examinar o novo plano
de austeridade.

 

 

No domingo à tarde, os chefes da chamada troika se reunirão com o ministro
das Finanças grego, Yannis Sturnaras, e ao meio-dia de segunda-feira, com o
primeiro-ministro. Apesar da urgência, o plano de medidas de contenção não está
completamente fechado, e após uma polêmica demora, o conservador Samaras
anunciou hoje que fará uma reunião no domingo com membros de seu governo – o
social-democrata Evangelos Venizelos e o centro-esquerdista Fotis Kouvelis –
para tentar chegar a um consenso.

 

 

Os novos cortes, que já geraram grandes protestos entre os empregados
públicos e os sindicatos, não agradam a todos nos partidos do governo. Quatro
dirigentes do partido social-democrata Pasok enviaram nesta sexta-feira uma
carta ao Ministério das Finanças em que pedem que as pensões da Previdência e os
salários públicos mais baixos não sejam reduzidos.

 

 

Por sua vez, o partido centro-esquerdista entregou a Samaras uma proposta de
medidas alternativas que cortariam as despesas da Defesa e da Saúde, em vez da
Previdência. Por enquanto, Samaras comunicou a Van Rompuy que ordenou que o
processo de privatizações seja acelerado para obter renda e reduzir o déficit
público. Por outro lado, o Instituto de Estatística da Grécia divulgou hoje que
o Produto Interno Bruto recuou 6,3% no segundo trimestre do ano, mantendo a
recessão que já dura cinco anos.

 

 

Na quinta-feira, o Centro de Planejamento e Pesquisas Econômicas (Kepe),
ligado ao governo, avisou que se os novos cortes forem aplicados no prazo de
dois anos, o que é exigido por Bruxelas apesar das reivindicações gregas de
maior tempo, a recessão continuará também durante 2013 e 2014.

 

 

A oposição, liderada pela esquerda radical do Syriza, já manifestou sua
rejeição ao novo plano de austeridade e, seu líder, Alexis Tsipras, criticou
hoje Sturnaras, dizendo que a situação grega não pode ser comparada à crise
argentina de 2001.

 

 

“Quem dera fôssemos a Argentina. Eles passaram um mau momento mas conseguiram
se reerguer com dignidade. Por outro lado, os senhores estão nos levando a uma
situação pior, a uma situação de subjugação”, queixou-se Tsipras no
Parlamento.

 

 

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, anunciou
novas medidas de austeridade para 2013, no momento em que o país,
que recebe assistência financeira, tem dificuldades para honrar seus
compromissos de redução do déficit público. Passos Coelho anunciou um aumento
das contribuições para a Previdência Social pelos trabalhadores dos setores
público e privado. Em contrapartida, previu a redução das contribuições
patronais, a fim de favorecer a criação de empregos, quando que o desemprego
ultrapassa os 15% da população ativa.

 

 

 

 

“O governo decidiu aumentar as contribuições para a Previdência Social do
setor privado para 18%, o que permitirá, em contrapartida, reduzir as
contribuições patronais igualmente para 18%”, declarou o primeiro-ministro em
uma declaração à Nação. Até o momento, as contribuições dos funcionários do
setor privado são de 11%, enquanto as das empresas chegam a 23,75%. “Também
reduziremos consideravelmente os custos trabalhistas (…) e faremos isso no
momento em que a situação financeira de nossas empresas é muito frágil”,
acrescentou Passos Coelho.

 

 

 

 

Paralelamente a este anúncio, a troika (UE-BCE-FMI) credora de Portugal
continua a sua quinta avaliação das reformas e medidas de austeridade
implementadas pelo governo de centro-direita em troca de um pacote de socorro de
78 bilhões de dólares, concedido em maio de 2011 pela União Europeia e o FMI.
Mas a austeridade contribuiu para uma forte contração da economia, de 3,3% no
segundo trimestre, enquanto o governo espera um decréscimo de 3% para todo o
ano.

 

 

 

 

O desemprego aumentou e o governo prevê para o próximo ano uma taxa
recorde de 16%. “O desemprego atingiu um nível intolerável”, observou o
primeiro-ministro. A recessão também causou uma redução acentuada das receitas
fiscais e a meta do governo de reduzir seu déficit para 4,5% do PIB até o final
do ano parece impossível de alcançar.

 

 

 

 

Representantes da oposição de esquerda e vários observadores têm
recomendado ao primeiro-ministro que obtenha da Troika uma ajuda adicional ou
prazos mais estendidos para restabelecer a situação econômica, mas Passos Coelho
continua a rejeitar estas ideias, dizendo que não irá pedir aos credores “nem
mais tempo, nem mais dinheiro”.

 

 

O departamento do Trabalho do governo dos Estados Unidos informou
que houve uma queda na taxa de desemprego de agosto, a marca atingiu
o nível de 8,1%. Em contrapartida, o país registrou uma forte queda no índice de
criação de emprego, 96 mil postos foram gerados, 32% a menos que julho.

 

 

 

A taxa de desemprego retrocedeu 0,2% em relação a julho, atingindo a
marca de 8,1% em dados corrigidos de variações sazonais, o nível mais baixo em
mais de três anos, que já havia sido alcançado em abril.

 

 

 

Os números revelados hoje contrariam as expectativas de analistas, que
esperavam uma desaceleração menor contratações, de 130 mil novos postos, e uma
taxa de desemprego estável em relação a julho, de 8,3%. Isso é atribuído a uma
diminuição da população ativa, indicou o Departamento em um comunicado. “A
quantidade de pessoas sem emprego não variou muito, caiu a 12,5 milhões”, assim
como o desemprego de longa duração, que afeta 40% dos desempregados.

 

 

 

As criações de postos de trabalho não foram suficientes para absorver os
recém-chegados ao mercado do trabalho. Segundo o presidente do Federal Reserve
(banco central americano), Ben Bernanke, os Estados Unidos precisam de 100 mil a
110 mil novos empregos por mês para manter a taxa de desemprego estável e
impedir um aumento.

 

Fonte: Terra

 

Eleição na França vai a segundo turno entre Sarkozy e Hollande

23/04/2012

O candidato do partido socialista francês François Hollande afirmou neste domingo ser o candidato “dos que querem virar a página”, após a divulgação das primeiras parciais das eleições na França. De acordo com os números divulgados pelo ministro do interior, com 93% das urnas apuradas, Hollande possui 28,4% dos votos contra 27% de Sarkozy. O segundo turno ocorrerá no dia 6 de Maio

 Da extrema-direita, a candidata Marine Le Pen ficou em terceiro com 18,3% dos votos. Em quarto lugar, aparece Jean-Luc Melechon, com 11%, seguido do centrista François Bayrou que alcançou 9,1% da preferência do eleitorado.

A participação das urnas foi considerada alta, chegando a 80,3% dos eleitores às 19h locais (14h de Brasília), de acordo com o jornal francês Le Monde. Na última eleição presidencial, cinco anos atrás, houve recorde de participação, com 84% dos eleitores nas urnas.

Aos seus partidários reunidos em sua cidade natal, Tulle, no sul da França, Hollande afirmou que essa é uma eleição que pesará no futuro da Europa. “É por isso que tantas pessoas estão nos observando. Eles estão se perguntando não sobre o nome do vencedor, mas mais especificamente sobre quais políticas ele seguirá”, disse.

Enquanto isso, seu adversário, o atual presidente, afirmou em Paris que reconhecia a preocupação dos eleitores sobre o desemprego e a imigração e “a preocupação de nossos compatriotas de preservar seu estilo de vida”.

 Sarkozy pediu também três debates antes do segundo turno, um sobre economia, outro sobre assuntos sociais e um terceiro sobre relações internacionais.

Algumas pesquisas divulgadas no domingo já indicavam um cenário positivo para Hollande no segundo turno eleitoral.  A estimativa é que o socialista vença a votação de 6 de maio com uma vantagem de mais de 10 pontos percentuais.

De acordo com os dados do instituto de pesquisa Ifop, que entrevistou 1.004 pessoas após o fechamento dos colégios eleitorais, Hollande obteria 54,5% dos votos, enquanto o atual presidente ficaria com os 45,5% restantes. Uma percentagem similar foi apontada por Ipsos, que dá ao socialista 54% das intenções de voto, contra 46% dirigidas ao ainda chefe do Estado.

As eleições na França podem ter implicações significativas para a Europa e o euro uma vez que o bloco passa por um momento marcado pela crise econômica e desemprego.

Sarkozy, que ocupa a Presidência desde 2007, prometeu reduzir o grande deficit orçamentário francês e combater a evasão fiscal. Ele também defende um ato chamado Buy European (Compre Produtos Europeus) para contratos públicos e ameaçou tirar a França da zona migratória comum europeia, alegando que alguns países-membros não têm feito o bastante para conter a imigração de não-europeus.

Já Hollande prometeu aumentar impostos sobre grandes corporações e pessoas que ganham mais de 1 milhão de euros por ano. Também defendeu um aumento no salário mínimo, a contratação de mais 60 mil professores e a redução na idade para aposentadoria de alguns trabalhadores, de 62 a 60.

Se eleito, Hollande será o primeiro presidente esquerdista da França desde François Mitterrand, que cumpriu dois mandatos entre 1981 e 1995. Sarkozy seria então o primeiro presidente a não vencer um segundo mandato desde Valery Giscard d’Estaing, em 1981.

Salários, pensões, impostos e desemprego são apontados como as principais preocupações dos eleitores franceses na atual votação.

Fonte: IG

Novas medidas anti-imigração na França

18/03/2012

Nicolas Sarkozy está desesperado. Vendo minguar suas expectativas de ser reeleito em maio e continuar na Presidência francesa, ele resolveu apelar. Isso significa cortejar o eleitorado do partido de extrema direita Front Nacional e tentar roubar parte dos votos da candidata Marine Le Pen. Sarkozy afirmou, há poucos dias, que “há imigrantes demais na França” e ameaçou retirar o país do espaço Schengen, que garante a livre circulação de pessoas pelos Estados-membros da União Europeia.

Ainda piores do que essas promessas tacanhas para barganhar migalha de eleitor racista são as políticas de imigração que Sarkozy vem de fato pondo em prática – e que foram intensificadas à medida que as eleições se aproximavam. Uma das mais chocantes é a chamada “Circulaire Guéant”, que leva o nome do ministro francês do Interior. A circular, divulgada em 2011, restringe a permissão de residência para estudantes estrangeiros na França. O texto foi revisado em janeiro, teoricamente para pegar mais leve, mas na prática a arbitrariedade corre solta.

A circular, como tudo que é malfeito, provocou confusão entre os burocratas. A solução foi aplicar as diretrizes a torto e a direito. Resultado: milhares de estudantes estrangeiros cujas permissões de residência venciam no meio do ano escolar tiveram a renovação negada e estão sendo intimados a deixar o país. Detalhe: sem conseguir terminar a graduação, o mestrado e até o doutorado. Outros milhares de estrangeiros, recém-formados na França e contratados por empresas francesas ou multinacionais para colocar seu aprendizado em prática no mercado de trabalho, também tiveram suas permissões negadas. Em Estrasburgo, onde estudei em 2009, a comunidade universitária se solidarizou com os estudantes e está brigando com as repartições públicas para regularizá-los. Mais de 20% dos alunos inscritos na Universidade de Estrasburgo são estrangeiros e as associações estudantis estimam que entre 600 e 800 deles tenham caído na ilegalidade. Desde o início do ano, as expulsões dobraram. Em Paris, centenas de franceses decidiram apadrinhar estudantes estrangeiros em risco de expulsão do país. Afinal, negar a um estudante que ele continue seu curso, além de ir contra qualquer noção sã de direitos do homem, fere a autonomia universitária. É como se a prefeitura ou o estado tivessem poder de decidir quem pode ou não frequentar a universidade pública, excluindo arbitrariamente os estrangeiros.

Atinge-se o limite entre civilização e barbárie. As medidas anti-imigração contra estudantes ferem absolutamente os princípios da República francesa e a tradição das universidades do país, que sempre se orgulhou de ser um polo cultural. Atrair estrangeiros pela qualidade e democracia do ensino; atrair estrangeiros por conta da riqueza da produção artística, literária e científica é um privilégio. É ter sua cultura valorizada a tal ponto que ela é espontaneamente exportada. A França está jogando isso no lixo. Enquanto isso, o Québec, província francófona do Canadá, propagandeia suas universidades e seu mercado de trabalho aos estrangeiros do mundo todo. Você quer ter seu currículo valorizado por uma experiência no exterior? Você ama Balzac e Stendhal? Quer aprender francês? Venha para o Canadá!

Um país que ofende seus imigrantes é xenófobo. Um Estado que trata seus estudantes como bandidos é bárbaro. Recentemente, nosso país mostrou ser capaz de ambas as atitudes: são inúmeras as denúncias de indústrias em território brasileiro que contratam imigrantes (de bolivianos até afegãos) em regime de trabalho escravo; são inúmeros os aplausos à polícia de certo estado por dar cacetada em universitários. Cuidado, Brasil, para não seguir os maus exemplos europeus.

Fonte: Isto é

Fórum Econômico Mundial começa em Davos focando a crise européia

26/01/2012

 

Angela Merkel pilota a locomotiva europeia e mesmo com vagões tão pesados atrás, ela é vista como dona da receita para quem quer se salvar 

 

 

Durante meses se falou que um país dirigido por uma mulher seria a estrela do 42º Fórum Econômico Mundial, mas a presidente Dilma Rousseff cancelou a ida dela à Davos faz tempo.

O cenário em parte se manteve, A alemã Angela Merkel foi o centro das atenções nesta quarta-feira (25), e com razão pra isso. A Alemanha é o país ocidental com melhores índices econômicos, único que tem menos desemprego hoje do que antes da crise de 2008, é a segunda maior exportadora do mundo.

Em uma Europa devastada pela crise do euro, os alemães adquirem um status ainda mais elevado. O que eles decidem aos poucos está sendo posto em prática. Angela Merkel pilota a locomotiva europeia e mesmo com vagões tão pesados atrás, Grécia, Portugal, Itália, Espanha, ela é vista como dona da receita para quem quer se salvar.

Davos, porém, quer discutir essa receita, onde parece ter muito do ingrediente austeridade e pouco de crescimento. 2.600 empresários e jornalistas, um recorde de participantes, se encontraram para falar principalmente dessa Europa que, como os bancos, é considerada grande demais para afundar.

Discute-se, também, no entanto, se o modelo de capitalismo do século XX é adequado para o século XXI. É claro que crises na Síria, Irã, Paquistão, têm um potencial desestabilizador no cenário mundial, mas Davos fica na Suíça, terra de banqueiros, no centro da Europa, e não é à toa que os problemas do continente serão os mais debatidos esse ano

Fonte: O Globo

 

De fato, a crise na Europa segue sem solução.

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou, em 13/1/12, a nota de crédito de nove dos 17 países da zona do euro, entre eles a França. A decisão de rebaixar a nota de AAA para AA+ afeta a perspectiva eleitoral do francês Nicolas Sarkozy, que disputará a reeleição.

Apesar de as outras agências de classificação de risco não terem alterado a nota de crédito francesa (a exemplo do que aconteceu com a Itália, que teve a nota revisada pela S&P e também pela Fitch), o rebaixamento da França reabriu no país a discussão sobre a gestão do atual governo. O primeiro turno das eleições acontece em 22 de abril, em meio a um cenário de dívida pública crescente e estagnação econômica. O segundo turno será em 06 de maio.

O rebaixamento não significa, necessariamente, que a eleição está perdida, mas arranha a imagem de Sarkozy diante de seus adversários, de acordo com José Malaquias, professor de finanças da União Educacional de Brasília (Uneb). “O próprio Sarkozy falou em certa ocasião que um eventual rebaixamento iria complicar seus planos para a reeleição. Os adversários irão lembrar disso”, diz.

Malaquias, porém, salienta que tanto o mercado financeiro quanto as pessoas que trabalham e conhecem a sua dinâmica entendem que uma revisão da nota não significa que o presidente francês perdeu todas as chances de disputar as eleições. “O fato é que o rebaixamento dá munição para a oposição usar isso contra o Sarkosy”, fala.

“O rebaixamento da nota tem mais ressonância no âmbito político”, afirma o especialista em macroeconomia André Roncaglia, professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). Segundo ele, a revisão da nota francesa vai forçar o governo a se esforçar mais para mostrar que está sendo austero e que está combatendo a crise.

Bolsas de Valores

Diferentemente de rebaixamentos anteriores que causaram pânico nos mercados e queda em pregões de todo o mundo, no primeiro dia útil após a revisão da nota da França, a bolsa de Paris sofreu ligeira queda, fechando a 0,11%.

Malaquias diz que a bolsa francesa não “desabou” porque os índices vêm caindo gradativamente e o fato de Sarkozy ter antecipado o rebaixamento, antes que a S&P se manifestasse, acalmou os investidores. “A bolsa vem sofrendo bastante, desde meados do ano passado. Somente um fato muito grave mesmo para impactar de maneira severa o preço desses ativos financeiros”, comenta.

Já Roncaglia diz que, para entender o porquê de determinados rebaixamentos afetarem mais ou menos as bolsas de valores, um fator importante precisa ser considerado: o humor dos investidores. “O mercado de capitais é como se fosse o sistema nervoso da economia. Qualquer coisa que toca a economia, o sistema sente. Ou seja: qualquer mudança vai reformular as expectativas do mercado. O ânimo nessas horas conta muito, assim como a quantidade de fatores que os agentes estão considerando na hora calcular a certeza de ganho que vai ter no futuro”, explica.

Menos de uma semana depois do rebaixamento, Sarkozy prometeu tomar decisões importantes nos próximos dias para impulsionar a competitividade da economia francesa. O presidente afirmou também que sua política não será ditada por agências de classificação de risco.

Fonte: Terra

Gipsy Kings

02/09/2011

samba samba

Volare 

bem bem maria

 djobi djoba

Alegria 

baila me 

pena penita

 Ya Habibi Yallah

 quiero saber 

viento de la arena 

trista pena 

habla me 

caminando por la calle 

tu quieres volver

E aproveite para conhecer Camargue, linda região da França onde vivem muitos ciganos

 

Fonte: Youtube

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Com agradecimento à Fada San. Visite www.anjodeluz.net

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