Fonte: Youtube
O que aconteceu com Amarildo? Levado por traficantes, como dizia a polícia, ou torturado e assassinado pela própria PM? Agora, a investigação chega ao fim e a verdade finalmente vem à tona.
A pergunta “cadê Amarildo?”, que ecoou por todo o Brasil, começa a ser respondida.
O Fantástico teve acesso a toda a investigação do caso. E o que a polícia descobriu derruba a versão que os policiais militares vinham contando.
“Meia-noite e pouca, o Anderson e a Beatriz vieram aqui e me falaram: ‘tia, madrinha, os policias levou meu pai e não trouxeram meu pai até agora, vamo lá’”, conta a irmã do Amarildo, Eunice.
Eunice foi, como mostram imagens inéditas do circuito de segurança. Ela é irmã do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, o pai de Anderson, Beatriz e mais quatro filhos.
“À meia-noite e pouca, o Anderson e a Beatriz vieram aqui e me falaram. ‘Tia, madrinha, os policiais levaram o meu pai e não trouxeram meu pai até agora e vamos lá”, lembra Maria Eunice Dias, irmã de Amarildo.
Eunice foi, como mostram as imagens inéditas do circuito de segurança. Ela é irmã do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, o pai de Anderson, Beatriz e mais quatro filhos.
À meia-noite do dia 15 de julho, eles buscavam notícias na Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha. A família sabia apenas que Amarildo tinha sido levado para averiguação algumas horas antes.
“A saga do Amarildo começa no dia 14 de julho de 2013, às 18 horas, um minuto e sete segundos”, revela a delegada Elen Souto.
Segundo as investigações, foi quando o soldado Douglas Vital, um dos policiais militares comandados pelo major Edson Santos, recebeu de um informante o aviso de que Amarildo estava em um bar.
O ajudante de pedreiro era suspeito de saber onde ficava um esconderijo de armas de traficantes da Rocinha.
Oito PMs seguiram para o bar, como mostram outras câmeras de segurança. O Fantástico teve acesso com exclusividade a detalhes da reconstituição do caso, feita pela Polícia Civil.
“Nós constatamos que, no momento da abordagem no bar, o único abordado foi o Amarildo. Quando o soldado Douglas Vital se refere ao Amarildo, ele o chama pelo apelido. E diz o seguinte: ‘Boi, documento!’”, conta a delegada.
Mais tarde, quando o desaparecimento passou a ser investigado, os PMs alegaram ter confundido Amarildo com um traficante chamado Guinho. Mas, além de conhecer Amarildo até pelo apelido, os policiais da UPP já tinham feito quatro consultas sobre ele no Portal de Segurança do Estado.
Na reconstituição, a Divisão de Homicídios descobriu que o soldado Vital simulou um telefonema para a UPP para averiguar se havia algum mandado de prisão contra Amarildo.
Alegando não ter conseguido fazer a ligação, Vital levou o ajudante de pedreiro ao Centro de Controle.
“Nenhum cidadão pode entrar no Centro de Comando e Controle, porque é um lugar de inteligência, onde estão os policiais da sala de monitoramento. Se não conseguiu resolver a averiguação do cidadão, o caminho é a delegacia de polícia”, explica a delegada.
Em depoimento, uma moradora disse ter visto um dos policiais bater no ombro de Amarildo e dizer: “É, Boi, acabou. Você perdeu”.
Uma escuta telefônica feita com autorização da Justiça mostra uma conversa entre o major Edson e o soldado Vital, já depois de o caso ficar nacionalmente conhecido. Segundo os investigadores, eles tentavam combinar uma linha de defesa. No jargão policial, “sarquear” significa averiguar antecedentes criminais.
Major Edson: Cara, em nenhum momento tu falou que desceu lá pra buscar o. Com a intenção de buscar ele, não, né? Tu disse que tava patrulhando, viu, e resolveu levar pra sarquear, não é isso?
Soldado Vital: Não foi nem sarque, major. Fui checar umas informações.
“E eles sabiam que estavam sendo ouvidos e começaram a organizar o se que falava. Eles montaram um verdadeiro teatrinho para tentar distorcer a prova”, diz o promotor Homero Freitas.
Amarildo nunca mais apareceu. Até agora, a única imagem conhecida dessa história era a da saída dele do Centro de Controle. A reconstituição mostrou também o que aconteceu depois daquela cena.
Amarildo foi levado para a base da UPP, onde estava o major Edson Santos. A versão apresentada pelos PMs é que Amarildo tinha sido liberado após a averiguação. Segundo os policiais, ele foi embora por uma escadaria em frente à unidade. As duas câmeras que poderiam registrar a saída de Amarildo estavam quebradas. Mas as investigações revelaram a existência de uma outra câmera. Essa estava funcionando, e não mostrou a passagem de Amarildo.
“Nenhum dos indiciados se recordava de que havia uma câmera que registraria a saída do Amarildo da escadaria”, conta a delegada.
Uma outra escuta comprovou, segundo a polícia, o depoimento de uma mulher que disse ter recebido suborno do major Edson Santos, para afirmar que Amarildo tinha sido morto por traficantes. O telefonema seria o acerto do pagamento.
Major Edson: Eu tô com o dinheiro aqui, já. Terça-feira de manhã, eu chego cedo e te dou aí.
Testemunha: Tá bom, meu filho.
Mas afinal: O que aconteceu com Amarildo?
“Ele fica dentro da sede, dentro do ambiente da UPP para que os policiais arranquem de Amarildo informações sobre o suposto paiol de armas e drogas. Há um forte indício de que Amarildo teria sido torturado no parque ecológico”, aponta o delegado Rivaldo Barbosa.
O parque fica ao lado da sede da UPP. “Todos nós queremos policiais pra nos proteger, não pra criar essa violência que está acontecendo de levar e tirar a vida”, desabafa a irmã do Amarildo.
De acordo com o inquérito, de março e julho deste ano, outras 22 pessoas foram torturadas por PMs na Rocinha, mas sobreviveram e fizeram denúncias. Amarildo não resistiu.
A história do ajudante de pedreiro levou dez PMs à prisão na sexta-feira (4). Eles serão julgados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
Antes de ser preso, o major Edson Santos desmarcou uma entrevista que daria ao Fantástico.
“Não esperava isso acontecer na minha família. Já é difícil a gente saber disso na família de outra pessoa, imagine na nossa, fica difícil pra gente. Difícil pros filhos, difícil pra esposa, difícil pros irmãos”, diz a irmã de Amarildo
Fonte: Fantástico
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Fonte: Youtube
A presidenta Dilma Rousseff sanciona nesta sexta-feira o Projeto de Lei Complementar 11/2013, que cria o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, com o objetivo de enfrentar o crime em delegacias e outros locais onde pessoas são detidas sob custódia do Poder Público. O sistema será formado por conselhos de comunidades, conselhos penitenciários estaduais, corregedorias e ouvidorias de polícia.
“Temos que admitir tristemente que a tortura não ficou restrita ao período da ditadura militar. Ela permanece ocorrendo como prática dentro das delegacias, dos presídios, das estruturas do Estado. O sistema é uma nova possibilidade de o Brasil ter um mecanismo real para chegar nas instituições e verificar, ter peritos com autonomia para dizer o que acontece com o corpo das pessoas, como ele está marcado pela tortura, ou as próprias condições em que as pessoas vivem”, avaliou a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Além do Sistema Nacional, a lei prevê a criação do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, que, segundo Maria do Rosário, será composto por organizações da sociedade civil que lutam contra a tortura.
Além disso, um grupo de peritos federais poderá atuar em penitenciárias, presídios, instituições de longa permanência de idosos, abrigos de crianças e adolescentes, entre outras, para verificar eventuais situações de tortura. “Eles visitarão estes lugares, identificando as situações de tortura e buscando que sejam responsabilizados os agentes da tortura no Brasil”, acrescentou a ministra.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, apontou a Polícia Militar do Rio de Janeiro como principal suspeita no caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo Souza, morador da favela Rocinha que sumiu em 14 de julho, após ter sido levado para uma averiguação por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade. Na avaliação da ministra, as autoridades policiais têm responsabilidade sobre o desaparecimento.
“A primeira suspeição que todos nós devemos ter é de responsabilidade pública também nesse desaparecimento”, afirmou a ministra.
“O inquérito sobre o desaparecimento deve ser feito com a hipótese clara, concreta de que seja uma responsabilidade dos agentes públicos, do abuso de autoridade, da violência policial”, disse em outro momento.
A ministra, no entanto, não condenou as instalações das UPPs nas comunidades para o enfrentamento ao tráfico de drogas. “Não podemos jogar fora as experiências que nós temos tido de pacificação, mas agora devemos ler essa situação como aquela condição em que as comunidades precisam estar livres das ações do tráfico e do crime e poderem confiar plenamente na sua política”, avaliou a ministra.
Fonte: Yahoo
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Fonte: Youtube
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Fonte: Youtube
A primeira viagem internacional do papa Francisco com intuito de participar da 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) movimentará milhões de católicos pelo Brasil e pelo exterior. O megaevento religioso, nunca antes sediado no país desde que foi criado pelo pontífice João Paulo II, em 1985, deve reunir em torno de 2,5 milhões de pessoas, dos quais 350 mil de peregrinos de 175 países. Na nação com o maior número de católicos do mundo — 120 milhões, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010 —, a jornada segue até 28/7/13. O evento tem o custo estimado em R$ 350 milhões. Como consequência da semana de atividades da JMJ, a expectativa dos organizadores é de que sejam movimentados R$ 500 milhões, e 20 mil empregos diretos sejam criados.
Em 22/7/13, o líder da Igreja Católica desembarca às 16h no Aeroporto do Galeão e dá início a uma série de compromissos. O pontífice deve desfilar em papamóvel pelo menos três vezes enquanto estiver no Brasil. Nos passeios por Copacabana, na sexta-feira, e em Guaratiba, no domingo, são esperadas 1 milhão de pessoas em cada ocasião. O Campus Fidei, palco da missa e vigília do pontífice, nos dois últimos dias da visita ao Brasil, tem um espaço equivalente a nada menos do que sete Maracanãs.
A última JMJ foi em 2011 em Madri, na Espanha, com o papa Bento XVI, e o evento já passou por vários outros países, como Argentina, Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Filipinas e Polônia. O papa João Paulo II anunciou a instituição da JMJ em 1985, ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou como Ano Internacional da Juventude. Em março, houve um encontro internacional de jovens no Vaticano.
O que pensa a juventude sobre o futuro? A pergunta feita a 400 jovens de comunidades do Rio por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terá parte da programação no Campus Fidei, em Guaratiba, zona oeste do Rio. Os depoimentos foram gravados e serão transmitidos durante a vigília que começa às 10h, no sábado ( 27) até a manhã de domingo (28), antes da missa que o papa Francisco vai celebrar no local. Os depoimentos poderão ser vistos a distância, porque serão exibidos em totens com lâmpadas de LED espalhados próximo ao altar, onde ficará o pontífice. “São os jovens ali falando. Eles falam como vai ser o futuro, sobre o que pensam e esperam do futuro”, contou o diretor artístico da programação do Campus Fidei, Edson Erdmann.
Às 10h30 do dia 27/7/13, começam os 13 shows que terão 50 atrações nacionais e internacionais, incluindo, segundo o diretor, 700 artistas. No mesmo dia, às 12h, está previsto o início dos shows do Futuro, que terminam à meia-noite. “São 12 horas de shows. O Show do Futuro Brasil será com artistas brasileiros. Depois tem o Duos, que são artistas cantando em duplas para mostrar a união. Tem ainda o Show do Futuro Stars, que terá grandes nomes como os dos padres cantores. O padre Fábio Melo estará lá. Depois tem o artista Tony Melendez, um artista mexicano que não tem os braços, mas toca violão e já se apresentou para o papa João Paulo II”, disse Erdmann.
Às 17h30,quando o papa chegar para uma visita ao Campus Fidei, haverá uma parada na programação. Depois da saída do pontífice, recomeçam as atrações. Edson Erdmann disse que serão feitos alguns ensaios do flash mob que será apresentado ao papa antes da missa do dia seguinte e que promete ter recorde no número de integrantes. “Não sei quantas pessoas estarão lá. Um milhão, 1,5 milhão, 2 milhões. Não tenho a menor ideia, mas com certeza nós vamos fazer uma coisa muito legal. Tenho certeza de que o papa vai ficar emocionado com a apresentação que os jovens estão preparando para ele”, comentou o diretor. Ele explicou que não é possível calcular quantas pessoas vão participar porque a coreografia e a música podem ser aprendidas por meio de um vídeo publicado na internet, e a adesão é livre.
Os shows de 27/7 serão retomados com o musical Streetlight do grupo italiano Gen Rosso, criado em 1966 para transmitir mensagens de paz e fraternidade universal. O diretor informou que o grupo vai se apresentar com 200 jovens brasileiros em tratamento de dependência química. “O grupo italiano tem um projeto social no mundo inteiro e ensaiou um musical especialmente para a JMJ”, contou.
Haverá ainda o Show do Futuro Mundo, com vários artistas internacionais e a apresentação do cantor e compositor da Costa Rica Martin Valverde. Ele é ligado ao movimento carismático da Igreja Católica.
Perto da meia-noite, a programação vai buscar o relaxamento de quem estiver no Campus Fidei para preparar quem quiser descansar e dormir até o recomeço da programação, às 7h do dia28/7/13. “Nesse momento haverá orações e serão entoados cantos gregorianos para que as pessoas que estiverem no Campus possam se preparar para dormir”, disse o diretor.
Já no domingo, está previsto um show com padres cantores às 8h30. O papa deve chegar de helicóptero por volta das 9h. De papamóvel, passará entre os jovens. Quarenta minutos depois deixa o veículo e vai para o palco assistir ao flash mob. Após a apresentação, vai se preparar para a missa marcada para as 10h. Acompanharão a missa uma orquestra formada por 200 músicos e um coral de 100 vozes.
Depois da missa e de o papa deixar o Campus Fidel, vão ocorrer outros shows para entreter e facilitar a dispersão dos participantes da jornada que estiverem no local. Para o diretor, cuidar da programação do encontro é um momento especial. “O papa vai passar uma semana inteira no Brasil, uma coisa que os outros papas nunca fizeram”, destacou.
Centenas de jovens que vieram ver o Papa escolheram as favelas do Rio de Janeiro como hospedagem e se surpreenderam com o fato de que seus moradores não andam armados e os tratam melhor do que em casa.
Muitos chegaram há apenas alguns dias à paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, no bairro de Inhaúma, não sabendo que ficariam no Complexo do Alemão, um grupo de 11 favelas que, antes de ser pacificado, era reduto do tráfico de drogas.
São peregrinos que vieram de todas as partes do Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nos próximos 23 a 28 de julho, e que contará com a presença do papa Francisco. Eles receberam hospedagem em diferentes casas de família do Complexo, que vai acolher cerca de 700 jovens.
Uma centena também está alojada em outras regiões pobres, incluindo o Complexo de Manguinhos, onde se encontra a favela de Varginha – visitada pelo Papa na quinta-feira, 25 de julho.
Medo na favela
“Aqui não vou ficar”, disse Carol Schneider (21), de Gramado, Rio Grande do Sul, quando durante a missa de acolhida, o padre Julio se referiu ao lugar onde se encontravam, disse à AFP.
É que o local, presente durante anos em imagens de enfrentamentos entre policiais e traficantes nos noticiários, ainda é muito associado a palavras como tiroteio, tráfico de drogas e assassinato .
“Tínhamos outra visão do Alemão”, diz Eduardo Gonçalves, 36, que veio de Florianópolis e também se hospeda com moradores da comunidade.
Durante décadas o Complexo do Alemão esteve nas mãos traficantes de drogas. A polícia não entrava e os moradores eram proibidos de falar sobre o que acontecia, segundo contam à AFP, ainda com certo receio de sofrer represálias.
“O que sabíamos sobre este lugar antes de virmos não bate com a realidade que estamos vivendo”, diz a paranaense Flávia Pinheiro (27).
Em 2010, o Complexo foi ocupado pela polícia e pelo Exército, munidos de carros blindados e helicópteros, após uma semana de violência urbana que terminou com 37 mortos. Atualmente, a segurança do bairro fica por conta da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Dormir entre plantas e pássaros
“Mas as pessoas foram muito acolhedoras, é como se fossemos da família”, explica Schneider ao descrever a família que a hospeda, numa casa cheia de plantas, canarinhos que cantam e imagens religiosas.
Ela e Flávia dormem com outras nove jovens na laje da casa da família do Complexo. A dona da casa, Almarinda Bolzan, casada e mãe de quatro filhos, preparou um espaço de descanso para as meninas. “Meu marido fez um móvel para elas guardarem suas roupas”, conta com orgulho ao mostrar a estante de madeira.
O lugar está dividido em dois por um toldo cinza. De um lado os colchões infláveis e duas camas, e do outro uma mesa com café, pão e frutas.
“Não pagam nada, aqui elas têm cama e café da manhã”, diz Almarinda. E garante que as jovens já até disseram querer morar com ela.
“Melhor do que em casa”
“Melhor do que em casa”, diz, rindo, Rittha Igniz, 33, do Paraná, ao mostrar as maçãs e bananas que deixaram para ela em cima da mesa.
As jovens dizem não ter medo que alguém entre no quatro pulando uma das lajes desniveladas que as cercam e que, durante o dia, são tomadas por crianças que aproveitam a proximidade do céu para empinar pipas e papagaios.
“Já me sinto em casa”, disse Schneider ao admitir que, assim como suas companheiras peregrinas, agora anda tranquila entre as crianças, cães e gatos que, chova ou faça sol, jogam descalços nas inclinadas ruas do bairro.
“Cristo nos convida, venham meus amigos, Cristo nos convida, sejam missionários”, diz o hino da JMJ cantado pelas jovens, antes de irem dormir, sem medo de que os vizinhos reclamem do barulho.
Sorridente e bem-humorado, o papa Francisco, primeiro latino-americano no pontificado, conquistou, em quatro meses, católicos e não católicos. Ele demonstrou seu estilo, logo no primeiro dia, ao ter nome anunciado em 13 de março deste ano: abençoou os fiéis e abaixou a cabeça pedindo a bênção de todos. Foi assim que Francisco, de 76 anos, indicou como pretendia comandar a Igreja Católica Apostólica Romana. “Rezem por mim”, pediu ele, na ocasião.
Os peregrinos que chegarem ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, entre os dias 23 e 28 deste mês, não deverão encontrar dificuldades para se hospedar. Foram cadastradas pela organização do encontro 300 mil vagas, incluindo casas de famílias, paróquias, escolas, além de locais inusitados, como centros culturais e quadras de escolas de samba. Até esta semana, 155 mil peregrinos haviam feito inscrição com opção de hospedagem.
Os bairros com maior número de vagas estão localizados nas zonas norte e oeste da cidade, como Campo Grande, Santa Cruz, Bangu, Realengo, Taquara, Barra da Tijuca, Guaratiba e Paciência. Haverá vagas também no Centro e no bairro de Icaraí, em Niterói.
Na maior parte dos casos, para receber os visitantes basta oferecer um local limpo, com banheiro e cozinha, onde poderão ser preparadas algumas refeições. Os jovens, em sua maioria, trazem colchonetes ou sacos de dormir. Não é obrigatório oferecer refeição, pois no momento da inscrição, os peregrinos optam se querem receber almoço e jantar.
O município do Rio preparou 280 escolas públicas para atender a até 70 mil peregrinos. A logística está a cargo da Rio Eventos, que selecionou apenas colégios com capacidade de receber os visitantes com conforto – escolas com cozinha, banheiros e vestiário.
A Secretaria Estadual de Educação disponibilizou 87 escolas para a Semana Missionária, que antecede a JMJ, e 84 escolas no Rio, Grande Rio e municípios próximos, para abrigar os peregrinos durante o evento. Na escola que funciona dentro do Jockey Club Brasileiro, na zona sul da cidade, ficarão hospedados 300 estudantes.
Se o visitante preferir, poderá se hospedar em locais alternativos. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, 80 peregrinos portugueses e espanhóis ficarão abrigados na Instituição Afro-Cultural Ojuobá Axé. A coordenadora do espaço, Luana Guimarães, explica que o centro, onde ocorrem diversos cursos, incluindo temáticas africanas, é ecumênico e aceita todas as orientações religiosas. “Eu sou católica, mas acredito em todas as religiões.”
Hospedagem mais agitada terão os 60 peregrinos que ficarão na quadra da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, em Ramos, na zona norte. Já neste domingo, eles serão recepcionados por um show musical e festa julina. Mas sem gula ou excessos, tudo dentro dos preceitos cristãos.
Na sua primeira viagem ao exterior, desde sua eleição, Francisco demonstra que adotará a mesma postura que o caracteriza. Antes da viagem ao Brasil, o papa destacou a vontade de estar perto da população. Às vésperas de partir para o Rio de Janeiro, ele reiterou que, na chegada à cidade, faz questão de um passeio em carro aberto, no papamóvel.
O Vaticano confirmou hoje (21) que Francisco sairá de Roma às 8h45 de amanhã (22) e chegará ao Rio por volta das 16h. Após o desembarque, ele fará um passeio pelo centro da cidade.
Ao escolher o nome Francisco, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio decidiu também assumir para si a marca do santo de Assis: a simplicidade e a proximidade com as pessoas. Francisco dispensou o apartamento papal para ficar na Casa de Santa Marta, na qual ficam hospedados, em geral, os cardeais que vão ao Vaticano. Ele também substituiu o crucifixo de ouro pelo de prata e abriu mão do sapato vermelho para usar um comum, na cor preta.
Antes de celebrar sua primeira missa, o papa desfilou em carro aberto entre os fiéis: beijou crianças, abençoou pessoas com deficiências e sorriu. Em 16 de março, ao receber jornalistas, Francisco falou em italiano e, pouco antes de se despedir, em espanhol, ele disse: “Sei que muitos de vocês aqui [referindo-se aos jornalistas] não são católicos. Mas isso não importa. Eu abençoo a todos”.
Francisco reitera que é assim que quer a Igreja: de portas abertas. No dia seguinte à sua eleição, ele foi rezar, na Basílica Santa Maria Maior, no centro de Roma, e proibiu que as portas ficassem fechadas porque ele estava lá. Na ocasião, o papa cumprimentou os presentes, sem cerimônia, e abençoou os que beijaram sua mão. Além disso, dispensou o carro oficial e seguiu em um veículo comum do Vaticano.
Em poucos dias, o estilo do papa se tornou conhecido. Sem cerimônia, Francisco procurou o antecessor, o papa Bento XVI, o primeiro na história recente a renunciar, para rezarem juntos. Vários encontros semelhantes ocorreram afastando as hipóteses de divergências. No passado, contou Francisco, foi Bento XVI que o impediu de se aposentar como ele deseja, segundo relato feito pelo porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
No período entre a primeira Jornada Mundial da Juventude (JMJ), criada em 1995 pelo papa João Paulo II, e a que começa na semana que vem no Rio de Janeiro, houve mudanças na Igreja Católica no Brasil, entre elas a redução no número de fiéis. A avaliação é do professor e pesquisador do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Ricardo Ismael.
“Hoje a Igreja Católica tem uma disputa maior. Outras opções religiosas avançaram no Brasil e essa diversidade religiosa é natural. A convivência entre as religiões é o que deve acontecer. A Igreja Católica, no Brasil, vive uma realidade diferente do que era há 20 anos, quando o número de adeptos era muito maior”, analisou.
Para o professor, vários fatos importantes marcaram o período, desde a eleição do presidente norte-americano Barack Obama, até a falta de solução para a pobreza extrema no mundo. “Há ainda milhares de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia. É evidente que a agenda social que ainda não avançou é uma preocupação não só para a Igreja Católica como para os governantes do mundo. Neste momento em que o papa chega ao Brasil e, certamente, depois de suceder Bento XVI, que era de uma ala mais conservadora, a grande expectativa é que a Igreja abrace uma agenda mais voltada para as questões sociais”, explicou.
O cientista político acredita que a vinda do papa pode estabelecer uma nova agenda, com foco nas questões sociais. “Se ele fizer isso, vai contribuir muito não só para o que ainda precisa ser resolvido no Brasil, como em outras partes do mundo, que são muito esquecidas nos debates. A eleição do papa Francisco, que tinha um trabalho nas periferias da Argentina, aponta para a ideia de [a Igreja] se aproximar mais das populações e dos setores mais pobres da economia”, avaliou.
Para o pesquisador, há uma coincidência no período da vinda do papa Francisco para a JMJ e as manifestações populares que começaram em junho no Brasil, com forte presença de jovens que cobram dos governantes ações concretas para melhoria nos serviços públicos e combate à corrupção. “É evidente que essa é uma questão interna do Brasil e o papa não pode resolver este problema. O papa tem um trabalho na periferia de Buenos Aires, que faz com que ele possa dialogar com os setores mais progressistas e preocupados com a questão social no Brasil. Entendo que é uma primeira visita e que a principal razão da vinda dele é o encontro mundial da juventude, provavelmente, deve ter uma mensagem aos jovens. Em razão das manifestações no Brasil terem se iniciado com os jovens, que estão reivindicando um país melhor, não vejo dificuldade dele falar para esses jovens”, contou.
Para o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, a vinda do papa é um momento histórico para o Brasil e para o Rio de Janeiro. Segundo ele, as jornadas têm ajudado os jovens a se tornarem protagonistas em todos os lugares do mundo. “Tenho certeza que vai continuar ajudando muito os jovens a construírem um mundo melhor”, completou.
Tempesta também observa uma concordância entre os objetivos da JMJ e as manifestações no Brasil. “Dentro do plano de Deus podemos ver que também a Igreja quer construir um mundo mais justo, mais humano, mais fraterno, baseado em pessoas que amam o próximo e querem perdoar e não ter rancor. É um trabalho muito bonito que a jornada e o papa trazem.
O papa Francisco pode ter um encontro exclusivo com jovens argentinos, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que começa na terça-feira (23), na capital fluminense. A informação foi dada hoje (21) pelo prefeito Eduardo Paes, que estuda um local para a reunião. Uma das possibilidades é o Terreirão do Samba, um galpão que fica no centro.
“Fui informado hoje pela Igreja Católica do desejo do papa de encontrar um lugar para fazer esse encontro com os jovens argentinos”, revelou Paes. “Afinal de contas, o papa é argentino e lá estava sua paróquia”. Para tentar atender ao pedido, o prefeito quer que o encontro com os argentinos seja na quinta-feira (25) ou sexta-feira (26), dias de feriado, ou no final de semana.
Esta é a primeira viagem internacional de Francisco e, apesar de estar sendo preparada há dois anos, sofre alterações de última hora. Na sexta-feira (19), foi incluído trajeto em carro aberto pelas ruas do centro, saindo da Catedral, antes de o papa seguir para recepção, no Palácio Guanabara, onde estarão o governador Sérgio Cabral e a presidenta Dilma Rousseff. A cerimônia custará R$ 850 mil.
Segundo Paes, o pedido de alteração na agenda mostra “o lado positivo e uma certa imprevisibilidade do papa Francisco”, que a prefeitura não restringirá. Por enquanto, não foram confirmadas mais alterações. “Acho que devemos nos preparar [para mudanças de última hora]”, reforçou o prefeito. “Pelo estilo do papa Francisco – que acho muito legal –, a chance de [vê-lo] sair por aí, andando de carro aberto, parando nos lugares e falando com as pessoas é grande.”
Já para a recepção oficial do pontífice no Palácio da Cidade, na quinta-feira, o prefeito contou que convidou atletas como Pelé, Oscar Schmidt e Neymar – que ainda não confirmou a participação. O evento, onde a bandeira olímpica será abençoada, custará cerca de R$ 200 mil para a prefeitura. “Não terá pronunciamento nenhum, será rápido e simples ”, justificou Paes.
Amanhã (22), para facilitar o deslocamento do pontífice pela cidade e o contato dele com o público, a orientação é que as pessoas evitem vir ao centro de carro particular, não estacionem nas ruas e tenham paciência com eventuais transtornos e congestionamentos no trânsito.
O papa Francisco assumiu o pontificado com vários desafios a enfrentar: os escândalos envolvendo a Igreja Católica Apostólica Romana, com desvios de recursos e pedofilia, a conquista de fiéis e a aproximação da religião com os dias atuais. Ele sinalizou que pretende vencer os obstáculos. Francisco nomeou, há dois dias, uma comissão de laicos (não religiosos), exceto um padre que será o coordenador, para avaliar a situação econômica e administrativa do Vaticano.
Desde o ano passado, há denúncias de desvios de recursos do Banco do Vaticano e dúvidas sobre a aplicação do orçamento da Santa Fé. Francisco quer um diagnóstico preciso da situação. Ele disse que o relatório será submetido a cardeais para, assim, definir as mudanças. A ideia é impedir irregularidades financeiras e econômicas envolvendo os recursos da Igreja.
No último dia 11, em meio às denúncias de pedofilia envolvendo padres, o papa modificou o Código Penal da Igreja Católica, o Motu Proprio, fixando penas mais duras para crimes contra crianças e adolescentes, assim como lavagem de dinheiro. A legislação é válida para a Santa Sé e como regulamento do Vaticano.
O papa também aumentou o rigor sobre os crimes contra a humanidade, como genocídios, denunciados com frequência em países em conflito armado, e medidas de segregação racial. Modificado conforme as orientações de Francisco, o Motu Proprio passará a valer a partir de 1º de setembro.
Com a preocupação crescente sobre a redução de católicos, inclusive no Brasil, Francisco apelou aos cardeais para que conquistem as pessoas usando “sabedoria” e “maturidade”. Mas também ressaltou que o exemplo em atitudes é que atrai. Para ele, a igreja deve ser para todos, inclusive, para os pobres. “Como eu gostaria de ter uma igreja pobre para os pobres”, disse ele, no primeiro encontro com jornalistas, em 16 de março deste ano.
O papa lembrou que a escolha do nome Francisco, inspirado no “santo dos pobres”, foi uma sugestão do cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes, que é arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação de Bispos. “Não se esqueça dos pobres”, contou o papa, ao lembrar a recomendação feita por dom Cláudio Hummes.
Fonte: Correioweb
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Fonte: Youtube
A cidade de Salvador, ao lado de outros importantes cartões-postais brasileiros como Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília, concorre ao título de uma das cidades maravilhosas do mundo. A capital baiana participa da disputa que reúne 296 cidades do mundo
Salvador enfrenta metrópoles como Londres, Paris, Roma, Buenos Aires, Tóquio, Nova York, Sydney e Jerusalém. A votação vai até o dia 7 de março de 2013 pelo site do instituto, sendo que cada pessoa pode escolher suas sete cidades preferidas. A lista de vencedores será divulgada no dia 4 de julho de 2014. Recentemente, o Instituto New7Wonders também escolheu as Sete Novas Maravilhas da Natureza.
Atraídos pelo clima, beleza, estilo de vida e oportunidades profissionais, muitos estrangeiros desembarcam no Rio sem ter muita consciência do custo de vida. Considerada uma das mais caras do mundo, a cidade tem o 2º maior custo de vida do Brasil e das Américas (atrás apenas de São Paulo) e o 13º no mundo para expatriados, segundo levantamento da consultoria Mercer. E vira um desafio orçamentário para quem vem de outro país.
– Como pode um vinho argentino ou chileno custar mais barato na Inglaterra? O vinho Casillero del Diablo custa R$ 38 no Pão de Açúcar, enquanto no Sainsbury´s, rede de supermercado inglesa, custa 7 libras (cerca de R$ 21) – exemplifica o inglês Tom Le Mesurier, que trabalha como analista de Negócios e acabou tirando do forno o blog “Eat Rio” com dicas de restaurantes e preços.
– Já que os vinhos são muito caros aqui, hoje eu bebo cachaça como alternativa. Há sempre uma solução – brincou o inglês que mora no Rio há dois anos.
Mesurier pondera que alguns produtos como frutas, legumes e peixes vendidos nas feiras do Rio são mais baratos que em Londres. Segundo ele, porém, a grande diferença é na busca por restaurantes mais sofisticados.
– Se você quiser comida italiana ou japonesa em Ipanema, uma refeição para duas pessoas pode custar R$ 200 ou mais, especialmente se beber vinho. Em Londres custa quase a metade do preço – disse.
O italiano Gugo Cruciani rodou o mundo antes de se mudar para o Rio. Morou em Roma, Miami, Caracas, Londres e Bruxelas. E diz que foi na cidade maravilhosa que encontrou a maior dificuldade para se instalar.
– Sempre quis morar no Rio, sou apaixonado pela cidade. Mas tive que adiar a mudança por causa do alto custo de vida. Tudo é muito caro, os preços estão fora de controle, subiram de uma forma impressionante. É difícil morar bem aqui se não tiver um bom trabalho – contou.
Antes de se mudar, Cruciani, que também é economista e administrador, já frequentava território carioca de olho na oportunidade de negócios. Há um mês o italiano reside no Rio e se prepara para inaugurar uma sorveteria entre janeiro e fevereiro. Apesar de o sonho estar próximo de se tornar realidade, os preços inflados continuam sendo motivo de preocupação:
– A economia está crescendo, a Copa chegando, se quiser montar seu negócio é possível, mas a questão dos preços é um ponto negativo para a cidade. Muitas vezes me pergunto como as pessoas da classe média fazem para sobreviver na zona sul – disse.
Enquanto o país não diminuir seus custos de produção, os 69.263 estrangeiros que moram no Rio, segundo dados do Censo de 2010, provavelmente não poderão ver a queda dos preços. Na avaliação do coordenador do Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, esse é um dos principais desafios de um Brasil que pretende ser competitivo.
– A forte incidência tributária, tanto na mão de obra como nos insumos, torna a produção cara e o custo de vida fica elevado. Para o país poder ter mais competitividade, tem que baixar os custos. A redução do custo de vida será consequência da redução do custo de produção – disse.
Aperto para os vizinhos
Se os preços são altos para os europeus, a situação é mais grave para os latinos. A colombiana Carolina Aldana diz que gasta no Rio quatro vezes mais do que gastaria em sua cidade, Cáli. Ela, que também já morou em Buenos Aires, Miami e Paris, chama a atenção para os custos de transporte:
– O transporte público é absurdo. Em Buenos Aires, o ônibus custa cerca de 1,20 pesos, o que equivale a R$ 0,50, enquanto no Rio custa R$ 2,75 – disse.
Há apenas sete meses no Brasil trabalhando como analista de Marketing, o aluguel em Ipanema também aperta o orçamento da colombiana. Ela diz haver morado em bairros nobres nas suas andanças pelo mundo, mas nada supera o valor cobrado no Rio:
– Fico pensando o tempo inteiro como as coisas podem ser tão caras aqui. Em Buenos Aires, pagava 780 pesos por um quarto (cerca de R$ 550). Em Paris, 550 euros (em torno de R$ 1.400) e, no Rio, gasto R$ 1.600 com aluguel – comparou.
– Em Miami, por exemplo, é possível encontrar um bom apartamento em regiões valorizadas por US$ 1.000 (cerca de R$ 2.000). No Rio, as opções são muito restritas – complementou.
Segundo o economista da FGV, os aluguéis tem subido sistematicamente acima da inflação há alguns anos. O Rio desbancou até Brasília e passou a ter o metro quadrado mais caro no país.
– O setor imobiliário ganhou um impulso especial com acesso a crédito. Não só o Rio com todas as cidades grandes brasileiras têm passado por um boom imobiliário. A valorização dos imóveis e de terrenos e aluguéis vão junto. As pessoas estão demandando mais do que o mercado está conseguindo atender – disse Quadros.
Disparidade na relação custo x benefício
A percepção de cidade cara é compartilhada pelo francês Thomas Sparfel. Ele viu o preço do apartamento onde morava dobrar desde que chegou no Rio, há cinco anos.
– Alugava um conjugado de 40 metros quadrados em Santa Teresa. Antes, pagava R$ 1mil. Hoje, subiu para R$ 2 mil – afirmou.
Sparfel é formado em Ciências Políticas e veio para o Brasil após receber uma proposta de trabalho no Consulado Francês no Rio. Segundo ele, o problema da cidade, mais do que os preços altos, está na relação entre custo e benefício.
– O Rio está tão caro como Paris e os serviços públicos não são da mesma qualidade. Moro em uma rua que tem problema de recolhimento de lixo, por exemplo.
O lazer também não foge à regra, na avaliação de Sparfel.
– Os ingressos para shows internacionais são absurdamente caros. O ingresso mais barato para o show do Bob Dylan no Rio foi de R$ 500. Em Paris, custou menos da metade, em torno de 80 euros (o que equivale a R$ 200). Em uma das apresentações na minha cidade, o ingresso foi mais barato ainda, valia mais ou menos 40 euros (cerca de R$ 100) – afirmou o francês, de Bretagne, no interior da França.
Um homem de sorte
O advogado americano Nathan Walters, de Kansas, se considera “sortudo” por haver encontrado um apartamento na Avenida Atlântica, em Copacabana, de dois quartos, com aluguel de R$ 3.200.
– É uma dificuldade encontrar apartamento que valha a pena aqui. Alugar um imóvel em uma região tradicional é caríssimo. Todos que me visitam dizem o quanto tenho sorte por haver encontrado o meu – disse.
Walters conta que quando vai aos Estados Unidos volta munido de roupas e eletrônicos para não ousar pagar os altos preços cobrados no Brasil.
Segundo ele, se fizer um esforço, é possível levar uma vida com gastos razoáveis. Mas nos padrões americano e europeu, é quase impossível:
– Na Europa e nos Estados Unidos você come em ótimos restaurantes e paga bem menos. No Rio não é assim – afirmou.
Apesar das queixas, quando são questionados sobre a possibilidade de deixar Rio por causa do alto custa de vida, os estrangeiros têm sempre a mesma resposta: Não trocariam o Rio por outro lugar.
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Fonte: Youtube
A paisagem entre o mar e as montanhas da cidade do Rio de Janeiro é um dos 26 sítios culturais candidatos à Lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Os sítios inscritos estão sendo analisados durante a 36ª sessão da Comissão do Patrimônio, que se reúne em São Petersburgo, Rússia, até o dia 6 de julho.
Pela primeira vez em 40 anos, os debates serão transmitidos ao vivo pela internet. Alguns dos documentos de trabalho do Comitê já estão disponíveis online para o público em suas versões em inglês e francês, e o demais documentos estarão disponíveis a partir do início do próximo mês.
A 36ª sessão do Comitê, um órgão independente composto por 21 Estados-Membros da Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, é presidida por Eleonora Mitrofanova, Embaixadora da Delegação Permanente da Federação Russa na UNESCO.
A Lista do Patrimônio Mundial inclui 725 sítios culturais, 183 naturais e 28 propriedades mistas em 153 Estados-Membros, que o Comitê considera de valor universal inestimável.
Os jornalistas que desejarem participar da reunião do Comitê deverão inscrever-se online.
Fonte: ONU
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Fonte: Youtube
O Brasil assume em 16/6/12 o comando das negociações na Rio+20, prometendo pulso firme para garantir que todos os impasses diplomáticos serão resolvidos antes do início da cúpula de alto nível, no dia 20, quando ministros e chefes de Estado deverão aprovar o documento final da conferência. Ao mesmo tempo, a presidente Dilma Rousseff aproveitará a reunião do G-20 no México, nos dias 18 e 19, para insistir com os líderes dos países que representam as 20 maiores economias do mundo sobre a importância de um resultado positivo na Rio+20.
“A responsabilidade (agora) é do Brasil”, disse o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, chefe da delegação brasileira. Todas as mesas de negociação a partir de agora, segundo ele, serão convocadas e coordenadas por diplomatas brasileiros.
Sexta foi o último dia de reunião do Comitê Preparatório (PrepCom), que deveria, a princípio, ter produzido o rascunho final do documento. Divergências entre países ricos e pobres, porém, prevaleceram sobre vários temas – em especial, no que diz respeito aos chamados “meios de implementação”, que tratam da transferência de recursos financeiros e tecnológicos para países em desenvolvimento, como forma de auxiliar na transição para um modelo de economia verde.
A proximidade entre a reunião do G-20 e a da Rio+20 será usada pelo governo brasileiro para garantir um resultado ambicioso na conferência do Rio.
Nas conversas que tem mantido com outros chefes de Estado, a presidente Dilma tem destacado que a crise internacional não pode atrapalhar o resultado do texto final da reunião. Portanto, enquanto as delegações negociam no Rio a redação do documento que será aprovado após a reunião de chefes de Estado, entre os dias 20 e 22, a presidente Dilma será informada no México dos desdobramentos e poderá convencer os líderes do G-20 a buscar um consenso no Rio.
A arquitetura de negociação entre sábado e terça-feira deverá ser semelhante à usada nos três dias da PrepCom, diz Figueiredo, com grupos de trabalho dedicados à discussão de temas específicos e consultas informais entre representantes-chave. O novo prazo para fechar o documento é o dia 19.
“Na prática vamos imprimir uma dinâmica um pouco diferente”, disse o diplomata. Segundo ele, só será discutido agora o que é imprescindível, sem preocupação com detalhes que muitas vezes consomem horas de negociação. “Não importa se o verbo não é o ideal ou se a frase não ficou bonita. Não é mais hora para isso”, disse. “Não temos intenção de levar nenhum tema aberto aos chefes de Estado.”
O texto que está em negociação trata de vários temas ambientais, sociais e econômicos considerados essenciais para colocar o planeta no rumo do desenvolvimento sustentável, como gestão da água, redução da pobreza, segurança alimentar, energias limpas e modelos econômicos verdes.
Recursos. O grande dilema é como financiar a implementação desses modelos, para que as eventuais decisões da conferência não fiquem apenas no papel – como ocorreu com vários dos compromissos firmados na Eco-92. Uma cerimônia ontem marcou o aniversário do encontro, na época chamado de Cúpula da Terra.
“Isso pede uma celebração, mas, francamente, não há muito o que comemorar”, lamentou o canadense Maurice Strong, de 83 anos, que foi o secretário-geral da Rio-92.
O senador Fernando Collor, presidente em 1992, também participou do evento. “Com o Brasil no comando das negociações tenho certeza de que podemos alcançar o consenso necessário”, disse. / COLABORARAM FERNANDO DANTAS E FELIPE WERNECK
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.
O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.
A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.
A Resolução 64/236 da Assembleia-Geral das Nações Unidas determinou a realização da Conferência, seu objetivo e seus temas, além de estabelecer a programação das reuniões do Comitê Preparatório (conhecidas como “PrepComs”). O Comitê vem realizando sessões anuais desde 2010, além de “reuniões intersessionais”, importantes para dar encaminhamento às negociações.
Além das“PrepComs”, diversos países têm realizado “encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da Rio+20.
O processo preparatório é conduzido pelo Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Conferência, Embaixador Sha Zukang, da China. O Secretariado da Conferência conta ainda com dois Coordenadores-Executivos, a Senhora Elizabeth Thompson, ex-Ministra de Energia e Meio Ambiente de Barbados, e o Senhor Brice Lalonde, ex-Ministro do Meio Ambiente da França. Os preparativos são complementados pela Mesa Diretora da Rio+20, que se reúne com regularidade em Nova York e decide sobre questões relativas à organização do evento. Fazem parte da Mesa Diretora representantes dos cinco grupos regionais da ONU, com a co-presidência do Embaixador Kim Sook, da Coréia do Sul, e do Embaixador John Ashe, de Antígua e Barbuda. O Brasil, na qualidade de país-sede da Conferência, também está representado na Mesa Diretora.
Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20, chamado“zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.
O secretário executivo da delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, confirmou em 14/6 que não há consenso entre os negociadores para fechar a proposta de fortalecimento do programa ambiental das Nações Unidas (ONU) para as questões ambientais, no texto final do evento. Segundo ele, ainda é necessário “avançar” em relação a esse aspecto do documento.
O Brasil e vários países defendem o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), tornando-o autônomo e com mais recursos. Há, ainda, uma proposta sobre a criação de uma organização independente, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, ambas esbarram em obstáculos impostos por países ricos.
“Estamos concentrados no fortalecimento do Pnuma e em encontrar medidas práticas e eficientes para que tenha seu papel reforçado e meios de exercê-lo”, disse Machado. “A questão de transformar ou não em uma agência é posterior. Não há consenso sobre a transformação do Pnuma em uma agência independente.”
O documento final, em fase de elaboração, está na sua maior parte sem acordo. Apenas um quarto do texto foi negociado. Os principais temas divergentes são as definições sobre metas comuns, transferência de tecnologias, financiamentos, capacitação de pessoas para a execução de programas relacionados ao desenvolvimento sustentável, compreensão sobre o significado de economia verde e criação de novas instituições.
No entanto, o secretário executivo brasileiro da Rio+20 disse que está “otimista” com a possibilidade de fechar o texto até amanhã (14). Nos bastidores, porém, os negociadores trabalham com a hipótese de estender as negociações até o fim de semana, dias antes da reunião de cúpula dos 115 chefes de Estado e Governo – que ocorrerá de 20 a 22 de junho.
A greve da Polícia Militar na Bahia provoca prejuízos ao estado, com perda de turistas e suspensão do funcionamento de vários órgãos da Justiça. De acordo com estimativa da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) da Bahia, 10% dos turistas que pretendiam visitar Salvador no verão já desistiram da viagem. Além disso, a embaixada dos Estados Unidos aconselhou, em nota, que os cidadãos americanos em visita ao Brasil adiem qualquer “viagem não essencial” a Salvador.
Os três níveis de Justiça na Bahia (Estadual, Federal e Trabalhista) não funcionaram ou encerraram o expediente mais cedo. Os prazos processuais também foram suspensos e os tribunais passaram para regime de plantão apenas para os casos urgentes. O mesmo ocorreu com as três vertentes do Ministério Público.
Na Defensoria Pública do estado, o expediente terminou às 17h, e na Defensoria Pública da União, foram atendidos apenas os cidadãos que já estavam na sede do órgão até as 14h, assim como os casos urgentes envolvendo questões criminais, de saúde e questões decorrentes do movimento grevista.
Confrontos
Em 6 de Fevereiro, ocorreram dois tumultos em frente à Assembleia Legislativa da Bahia, quando os parentes dos grevistas amotinados reagiram contra a colocação de tapumes em torno do prédio. Isso fez com que os militares não prosseguissem com o isolamento do local. Houve também o disparo acidental de uma bomba de gás lacrimogênio, segundo o Exército.
Em várias regiões de Salvador, a greve dos PMs e a presença de tropas das Forças Armadas e da Guarda Nacional mudaram a rotina dos moradores e comerciantes. Na comunidade de Pau Lima, na periferia da cidade, uma moradora, que não quis se identificar por questões de segurança, disse à Agência Brasil que muita gente do local prefere ficar em casa até que a situação se normalize.
No bairro da Pituba, na região praiana, grande parte do comércio manteve as portas fechadas e as lojas que abriram só funcionaram até as 16 horas, permitindo que os empregados saíssem mais cedo. Os comerciantes também temem que seus estabelecimentos sejam saqueados.
Também nesta segunda, a Avenida Paralela, uma das principais vias da cidade, foi bloqueada por ônibus atravessados na pista por desconhecidos que renderam os motoristas, obrigando-os a abandonarem os veículos no local. A ação tumultuou o trânsito na capital baiana. Esses bloqueios têm ocorridos em outras vias de Salvador e duram em média uma hora.
Para combater o problema, o governo federal tem planos de contingência, com mais de 20 mil homens de prontidão, para mandar ajuda a qualquer estado que recorra à União para garantir a lei e a ordem pública devido à onda de greves de policiais militares que ameaça se expandir pelo País. A cargo dos Ministérios da Defesa e da Justiça, os planos incluem efetivos das Forças Armadas, Polícia Federal e Força Nacional de Segurança Pública, que tem uma reserva 10 mil policiais de elite recrutados nos estados para pronto emprego.
“Se necessário, temos condições de mandar tropas não só ao Rio – onde as polícias militar e civil entraram em greve hoje – mas para qualquer Estado que necessite de reforço”, informou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Cerca de 4 mil homens estão na Bahia, primeiro Estado atingido pela onda de greves planejada por policiais de vários estados para forçar o Congresso a aprovar a PEC 300, proposta de emenda constitucional que cria o piso nacional da categoria.
Cardozo disse que, por enquanto, não há necessidade de mandar reforços ao Rio, onde a situação seu ver “é muito tranquila” e o governador Sérgio Cabral não viu necessidade de pedir ajuda por enquanto. Ele garantiu que todas as medidas foram adotadas para assegurar a tranquilidade de foliões e turistas durante o período carnavalesco. “Não tenho a menor dúvida de que o carnaval transcorrerá em absoluta normalidade na Bahia, no Rio e em todos os Estados”.
O palácio do Planalto avalia que o tratamento de choque dado aos grevistas na Bahia, numa articulação federal com o governo Jaques Wagner (PT), serviu de alerta aos demais Estados onde associações de cabos e praças militares armara uma onda de paralisações e motins. “Estamos acompanhando com evidente preocupação a movimentação em todo o país, mas acreditamos que a reação firme do governo contra atos criminosos e de vandalismo ocorridos na Bahia, fez reduzir o ímpeto nos demais Estados”, disse Cardozo.
Além de endurecer na negociação salarial, o governo pediu a prisão dos cabeças do movimento e fechou questão em não conceder anistia aos que cometeram excessos. “A posição do governo é clara: somos contrários à qualquer forma de anistia, não é possível que pessoas que tenham praticado crimes, situações de vandalismo, sejam simplesmente ignoradas”, observou Cardozo. A seu ver, no Rio, “é visível o enfraquecimento do movimento e também o amadurecimento dos policiais, que optaram por ações não violentas”.
Os serviços de inteligência do governo, que incluem a Abin e a PF, monitoram há meses a movimentação dos policiais em todos os Estados e detectaram que, além da Bahia e Rio, havia mobilização forte em outros dez. Em seis, o quadro é mais preocupante (Espírito Santo, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas e Goiás). Nos outros quatro, o risco de motim é menor, mas não totalmente descartado (Mato Grosso, Roraima, Tocantins e Distrito Federal).
Em todos esses Estados, haverá assembleias de associações de cabos e praças, ou reuniões de articulação ao longo da próxima semana, nos dias que antecedem o carnaval. A maior parte das deliberações será tomada no dia 15. Mas os governos estaduais, que têm a responsabilidade federativa pela segurança pública de seu território, precisam pedir formalmente a ajuda federal, como prevê a Constituição. O Planalto os está orientando a se anteciparem aos fatos e abrirem negociação com entidades representativas das polícias.
Fonte: Agência Brasil
O traficante Fabiano Atanázio da Silva, conhecido como FB, um dos criminosos mais procurados pelas autoridades brasileiras, foi transferido neste sábado para o Rio de Janeiro após ter sido capturado na sexta-feira à noite em Campos do Jordão, região serrana de São Paulo.
“FB” foi apontado como o responsável pela queda de um helicóptero da Polícia Civil que participava de uma operação contra o tráfico de drogas em 2009 no Morro dos Macacos, no subúrbio do Rio. A ação que resultou na morte de duas pessoas.
O traficante, que morava em uma luxuosa residência na cidade pela qual pagava R$ 18 mil mensais de aluguel, não ofereceu resistência durante a detenção, informou o delegado da 25ª Delegacia da Polícia Civil (Engenho Novo), Antenor Lopes Júnior.
De acordo com Lopes, ele confessou ter coordenado a fuga em massa de traficantes do Complexo do Alemão, conjunto de favelas controlado pelo tráfico que foi tomado pelas forças de segurança em 2010.
Além dele, outro suposto traficante, Luis Claudio Serrat Corrêa, conhecido como Claudinho CL, foi detido na operação e transferido ao Rio de Janeiro.
A chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, definiu como “grande golpe” a detenção de FB e disse que nos últimos meses as autoridades conseguiram prender um importante número de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas.
Fonte: Yahoo