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‘Ultrajante’: ONU faz apelo para polícia do México cessar ataques a mulheres que protestam contra escalada de feminicídios no país
Especialistas em direitos humanos da ONU instaram as corporações policiais mexicanas a cessar os ataques contra manifestantes depois que os agentes de segurança deram tiros para o alto para dispersar um protesto em resort de Cancún Fonte: O Globo
Especialistas em direitos humanos da ONU instaram as corporações policiais mexicanas a cessar os ataques a manifestantes depois que a polícia disparou para o ar para dispersar um protesto em um resort em Cancún.
Este apelo, enquadrado no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher a ser comemorado em 25 de novembro, destaca a necessidade de os agentes de segurança protegerem as mulheres nas manifestações.
“Não há nada mais irônico — e ultrajante — do que o recente espetáculo da polícia atacando mulheres que protestavam contra a violência e a morte que as mulheres enfrentam todos os dias no México”, dizem os especialistas, em um comunicado emitido na última sexta-feira(20).
Em 9 de novembro, policiais de Cancún, principal destino de turistas estrangeiros do México, dispararam vários tiros para o ar enquanto manifestantes, em sua maioria mulheres, protestavam em frente à prefeitura. O protesto foi convocado após a descoberta do corpo desmembrado de uma jovem residente em Cancún.
“O governo mexicano, em todos os níveis, tem a obrigação de criar um ambiente no qual as mulheres possam exercer de forma segura e plena seu direito à liberdade de reunião, sem medo de represálias”, acrescentou o comunicado da ONU.
Pelo menos três pessoas ficaram ligeiramente feridas na manifestação, sem precedentes em Cancún.A ONU enfatiza que a força nas manifestações deve ser usada como “último recurso” e que armas letais não são usadas de forma alguma.
Alberto Capella, que renunciou ao cargo de Secretário de Segurança de Quintana Roo após o incidente, descreveu o evento como “uma enorme estupidez” cometida pela polícia, que, segundo ele, “entrou em pânico”.
No México, a polícia costuma ir a manifestações equipadas apenas com escudos e, em situações extremas, usa spray de pimenta. O país é abalado por uma onde de violência de gênero que deixa uma média de 10 assassinatos de mulheres por dia, o que tem multiplicado as manifestações. Alguns desses protestos, especialmente na capital, foram marcados por atos de vandalismo e ataques contra jornalistas do sexo masculino.
Milícias já estão presentes em um quarto dos bairros do Rio
Grupos paramilitares já ocupam na capital território maior do que o das facções
RIO — Uma pesquisa inédita, que mapeou grupos criminosos no Rio, revela que as milícias já estão presentes em um quarto dos bairros da capital — que, somados, ocupam 57,5% do território do município. Os bairros onde há ação de paramilitares têm uma área quase quatro vezes maior do que aqueles onde atuam as facções do tráfico. De acordo com o “Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro”, as três facções somadas agem em bairros que perfazem 15,4% da área total da cidade. O estudo, ao qual O GLOBO teve acesso, é fruto de um convênio entre o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da UFF, o datalab Fogo Cruzado, o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, a plataforma digital Pista News e o Disque-Denúncia. A pesquisa considera a área total dos bairros onde há presença dessas organizações criminosas.
Os bairros em que foi registrada somente a ação de milicianos têm 686,75 quilômetros quadrados de área — o território total do Rio de Janeiro é de aproximadamente 1.200 quilômetros quadrados. Já as três facções do tráfico atuam, cada uma, em 11,4%, 3,7% e 0,3% do espaço do município. A área total dos bairros onde agem traficantes é de cerca de 185 quilômetros quadrados. Pouco mais de um quarto do território carioca (25,2%) ainda está em disputa entre tráfico e milícia. E em apenas 1,9% da área total do Rio não foi constatada a ação de qualquer grupo criminoso. Nessa área sem denúncias, estão bairros como Urca, Jardim Botânico, Lagoa, Campo dos Afonsos e Vista Alegre.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram um total de 37.883 relatos que mencionam milícias ou tráfico de drogas, recebidos pelo Disque-Denúncia (2253-1177) no ano de 2019. A partir daí, seguiu-se uma triagem das denúncias para validação, compondo uma base de dados divididos entre os quatro grupos armados que agem no Rio (as três facções do tráfico e a milícia), usando três conceitos-chave: controle territorial, controle social e atividade de mercado.
Moradores são fonte
O mapa do crime será lançado oficialmente hoje, na abertura do 1º Seminário da Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança e Direitos — Milícias, grupos armados e disputas territoriais no Rio de Janeiro. O trabalho, que analisou a área total da cidade, teve participação do professor de Sociologia da UFF Daniel Hirata, coordenador do Geni. Segundo ele, era previsível um resultado que mostrasse força da milícia, mas não se esperava um domínio tão grande.
— Para a gente foi impressionante, acima do que imaginávamos. Mesmo a milícia sendo o grupo armado mais recente, ao menos considerando o seu formato atual, ela conseguiu ampliar a extensão do seu domínio dessa forma — afirma Hirata.
O pesquisador destaca a qualidade dos dados do Disque-Denúncia, não só pelo volume, mas pelo detalhismo — já que as fontes são os próprios moradores — e pela capilaridade. Para Hirata, a expansão das milícias é um tema que deveria ser mais abordado no período eleitoral, pois são quadrilhas que se aproveitam em grande parte do mercado legal e regulamentado pelo município, em especial o imobiliário e o de transporte, para se alavancar financeiramente.
— As milícias se movem na penumbra entre a legalidade e a ilegalidade, o que justificaria um trabalho profundo de investigação — explica Hirata, acrescentando que houve diversas menções à aliança entre milícia e uma das facções de tráfico nas denúncias. — Mas as milícias têm uma série de vantagens sobre o tráfico, como a diversificação de atividades, o mercado de proteção, com o discurso de segurança, que favorece a extorsão e a conivência de agentes e órgãos públicos. É uma combinação que ajuda a entender esse enorme controle territorial.
Promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, Fabio Correa afirma que, apesar de ainda existir sob a forma de células e franquias, a milícia caminha para um projeto de comando único no Rio.
— O projeto é se tornar uma estrutura só. Ao mesmo tempo em que a milícia é muito pulverizada, ela está em expansão, visando a um projeto de comando único.
Correa também destaca que a aliança com o tráfico de drogas beneficia os dois lados, pois enquanto o tráfico passa a vender em outros bairros, a milícia amplia sua fonte de renda. Por outro lado, o sociólogo da UFRRJ José Claudio Alves, especialista na pesquisa sobre grupos paramilitares, afirma que a milícia lidava com o tráfico de drogas desde o princípio de sua formação. Na sua opinião, a definição de “narcomilícia”, termo que vem se disseminando para ilustrar a aliança entre traficantes e milicianos, é impulsionada pelos próprios policiais, como forma de descolar a imagem da estrutura policial da milícia.
— O nascedouro da milícia é a estrutura da polícia. Então lançar a imagem de “narcomilícia” joga no colo do traficante esse grupo organizado. E é isso que justifica uma operação que mata 12 pessoas, por exemplo. Nós nunca tivemos uma operação tão violenta contra a milícia — diz Alves. — As milícias fazem propaganda como se combatessem as drogas, mas na verdade sempre negociaram e operaram junto do tráfico.
Expansão em 15 anos
O sociólogo afirma que são pelo menos 15 anos de expansão e consolidação dos grupos paramilitares, sem contar núcleos locais mais antigos, como em Duque de Caxias e Rio das Pedras. Sobre a geopolítica atual, ele destaca que Itaguaí é um vértice para dois corredores específicos, um da Zona Oeste (Jacarepaguá, Campinho, Campo Grande, Santa Cruz) e outro da Baixada (Magé, Duque de Caxias, Japeri, Belford Roxo, Queimados e Seropédica). Dentro desses corredores, há regiões ainda em disputa, mas com ascensão recente e notória da milícia, como Praça Seca e Nova Iguaçu. Fonte: O Globo
Desnorteado, um consultor de tecnologia de 36 anos acordou em cima de um papelão em um galpão no Brás, sem celular, dinheiro, tênis, sem quase nada. A noite anterior havia começado em uma balada na Rua Augusta. “Em que momento doparam a minha bebida? Eu sinceramente não sei”, disse em depoimento ao G1.
Dados exclusivos obtidos pelo G1 mostram que, na cidade de São Paulo, 93% das vítimas do golpe “boa noite, Cinderela” são homens, e o objetivo do crime é roubar. Os números revelam ainda que os crimes estão concentrados na região central, no entorno de bares e casas noturnas.
As estatísticas se referem ao período de janeiro de 2016 a agosto de 2017. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública (SSP) e foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Como o golpe não é tipificado criminalmente, a reportagem solicitou à pasta os boletins de ocorrência que citam o termo “boa noite, Cinderela” no histórico, parte do BO que conta como o crime ocorreu. A maioria dos casos é registrada como roubo ou furto.
O episódio com o consultor de tecnologia aconteceu em agosto deste ano. Ele estava em uma casa noturna quando começou a se sentir mal. “Meio mole, nunca havia ficado dessa forma, não era a sensação de estar bêbado”, conta. Como se sentia cada vez pior, decidiu ir embora. “Minha visão começou a ficar turva e eu comecei a ter ânsia”.
Depois de sair da balada, ele tentou caminhar até um ponto de táxi na Rua Peixoto Gomide. “Não aguentando mais, sentei na calçada para vomitar e tudo começou a rodar e ficar embaçado, quando de repente uma pessoa chegou perto de mim, me levantou e me colocou dentro de um carro. Lembro de ter perguntando se era um táxi e a pessoa afirmou que sim. Quando entrei no suposto táxi, eu simplesmente apaguei e não lembro de mais nada”. Além dos danos materiais, fica o trauma de um golpe destes.
“Agora eu não tomo mais drinks, só bebidas lacradas que eu mesmo possa abrir.”
Os dados indicam ainda uma tendência que pode ajudar a explicar as motivações do crime. Os homens foram as vítimas de 114 dos 123 boletins de ocorrência analisados (93% do total), e quase todos os golpes resultaram em roubo ou furto. Há ainda dois casos em que, além do roubo, as vítimas foram estupradas.
Entre as mulheres, vítimas menos frequentes deste crime (6% do total), o estupro é o resultado predominante para as vítimas. Foram sete registros de boletins de ocorrência feitos por mulheres, e cinco delas (71%) sofreram estupro após o golpe.
Perfil do crime ‘boa noite, cinderela’ em São Paulo (Foto: Arte G1)
As investigações policias indicam um padrão no golpe. O autor costuma ser uma pessoa atraente, que se aproxima para o flerte com a promessa de companhia para a noite. A abordagem inicial geralmente é feita em bares, baladas ou até mesmo na rua, mas o crime se concretiza fora dali. Muitas vezes a vítima leva o criminoso para a sua própria casa ou é levada para hotéis de baixo custo, sem controle de entrada e saída de hóspedes ou câmeras de segurança que funcionem.
É comum que os criminosos atuem em dupla. “Principalmente nos casos de vítima homem, por causa de uma eventual contenção física da vítima”, explica Júlio Cesar dos Santos Geraldo, delegado do 4º Distrito Policial, na Consolação, um dos lugares com mais registros na cidade.
Um dos casos investigados pela delegacia aconteceu no dia 9 de abril, na Rua Augusta. Um homem de 32 anos contou à polícia que estava em uma casa noturna, conheceu um rapaz e o levou para sua casa. Quando acordou, não se lembrava de nada e teve seus pertences roubados. Também na Augusta, cinco meses antes, um supervisor de 26 anos contou que havia saído com um rapaz quando teve um lapso e não se recorda de mais nada. O autor do crime o roubou e fez compras no valor de R$ 1.930 com seu cartão.
A substância usada deixa a vítima vulnerável e, antes de “apagar”, ela acaba muitas vezes fornecendo informações pessoais sigilosas. “O autor do crime, com acesso a informações bancárias como a senha, levava o cartão para fazer compras ou saques fora do local onde a vítima estava. Atualmente, nós começamos a receber a notícia de que o autor já traz consigo uma maquininha, dessas de crédito ou débito”, alerta o delegado.
Apesar de geralmente ser aplicado em bebidas alcoólicas, bebidas sem álcool também podem ser adulteradas, como aconteceu no dia 14 deste mês. Um professor de 51 anos foi abordado na Rua Marquês de Itu, no Centro, em frente a uma casa noturna. Ele foi com o homem para um hotel da região, que lhe ofereceu um refrigerante. O professor não quis, o criminoso mostrou uma faca e exigiu que ele ingerisse a bebida. A vítima, coagida, bebeu e perdeu os sentidos. Quando acordou, estava sem seus pertences: celular, anel, cordão, pulseira, relógio e R$ 150.
Segundo a polícia, o número de casos é maior do que os que foram de fato registrados, porque a vítima destes casos muitas vezes sente vergonha por ter caído no golpe. Algumas alegam, por exemplo, que sofreram um assalto à mão armada. Há casos ainda de homens casados ou comprometidos que não querem registrar o encontro com outra pessoa.
Para evitar o crime, o delegado sugere que, em um primeiro encontro, a pessoa vá sempre a um local onde é conhecida. “Sem qualquer moralismo, as pessoas devem tomar cuidado em um primeiro encontro. Ela não deve, salvo se estiver muito segura para isso, levar o outro para sua residência, tampouco para um local escolhido pelo outro”. Se for um hotel, o policial disse que o ideal é que seja um local que tenha registro de entrada e saída e que a pessoa faça questão de se registrar.
Onde o crime acontece?
A maior parte dos casos acontece na região central da cidade. A República é o bairro com mais registros (35), seguida de Consolação (11), Santo Amaro (10), Santa Cecília (8) e Pinheiros (8). Quando se analisa os locais, a maioria acontece em via pública (27), seguido de casa/apartamento (24), bar (18), hotel/motel (9) e boate (7). Do total de casos, em 28 não foi informado o tipo de local.
O 77º DP, em Santa Cecília, e o 4º, na Consolação, lideram o número de golpes. Isso acontece por causa da dinâmica da vida noturna no Centro de São Paulo. As festas costumam começar na região da Rua Augusta, no Largo do Arouche e na Rua Frei Caneca, área do 4º DP. Conforme a noite avança, muitos dos crimes se concretizam em hotéis de baixo custo nas ruas Bento Freitas e Rego Freitas, área do 77º.
Veja o passo a passo do crime (Foto: Arte G1)
Que substância é usada?
Mais de uma mistura podem ser usadas para se aplicar o golpe. De acordo o psiquiatra Dartiu Xavier, é comum a associação de duas substâncias: calmantes indutores de sono somados com quetamina (usada como anestésico) ou GHB (usado no tratamento de dependências) e até cocaína.
O calmante é o que causará o apagão de memória. Já a quetamina e o GHB, se estiverem em grandes quantidades, deixam a vítima muito vulnerável. “A pessoa não sabe quem é direto, nem onde está”, explica Xavier.
Essas substâncias só podem ser vendidas com receita médica. “Mas sabemos que existe um mercado paralelo dos remédios”, disse o psiquiatra.
Festas criam táticas para barrar golpe
A sensação de uma nova onda de “boa noite, Cinderela” fez com que um grupo de produtores de festas de São Paulo criasse táticas para tentar barrar o golpe.
O produtor Tiago Guiness, da festa Tenda, que acontece na casa noturna L’amour, disse que procurou encarar o problema “um pouco mais de frente”. No início deste ano ele fez uma campanha para alertar o público e criou um personagem, a “Cinderela esperta”, que “cuida do próprio copo e não aceita bebidas de estranhos”. O folder foi colado não só na festa, como distribuído para donos de clubes noturnos.
A preocupação dos produtores de festas aumentou depois da morte do produtos carioca Mateus Pagalidis, de 26 anos, que a polícia suspeita ter relação com o uso do “boa noite, Cinderela”. Após ficar dois dias desaparecido, ele foi encontrado morto no dia 5 de setembro, na Zona Norte da cidade. Antes de desaparecer, o produtor entrou em um táxi e dizia ter sido vítima de um golpe. Questionada sobre as investigações deste caso, a SSP informou que a polícia “aguarda o resultado dos laudos periciais”.
Produtores de festas em São Paulo se reuniram em setembro para discutir golpe (Foto: Reprodução/Facebook)
No dia seguinte em que o corpo do produtor foi encontrado, 6 de setembro, produtores de cerca de 20 festas se reuniram na República para discutir como evitar o golpe. O grupo falou, por exemplo, sobre a importância de orientar toda a equipe da festa, desde os seguranças até os barmans.
A produtora da festa Voodoohop, Ana Mendes, era uma das presentes. Ao G1, ela disse que “estão todos atentos nas festas”. Ela afirma que o evento já conta com seguranças à paisana, que observam movimentações suspeitas.
Outra festa que trabalha com seguranças à paisana é a Catuaba. O DJ do evento, Maurício Lima, disse que passou a ouvir mais sobre o crime há três meses. “E a gente já alerta no evento no Facebook: cuide dos seus pertences, cartões, celulares, cuidado com seu copo.”
Festa criou personagem para alertar sobre o golpe (Foto: Divulgação/Tenda)
No Nordeste, 17% das mulheres sofreram violência física ao menos uma vez, diz estudo
‘Machismo arraigado’ na região é um dos fatores do alto índice de violência contra as mulheres no âmbito familiar.
Mulheres agredidas têm queda de rendimento no trabalho e têm média salarial mais baixa, mostra estudo (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Três capitais do Nordeste lideram o ranking negativo da violência contra a mulher na região, conforme estudo divulgado nesta quinta-feira (23) pela ONU Mulheres e feito em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Salvador, Natal e Fortaleza têm prevalência de violência doméstica física de 19,7%, 19,3%, e 18,9%, respectivamente. Em média, 17,2% das mulheres que vivem em uma capital nordestina sofreu violência física pelo menos uma vez na vida.
Apenas nos últimos 12 meses, 11% das mulheres nordestinas foram vítimas de violência psicológica, enquanto 5% sofreram agressões físicas e 2% violência sexual no contexto doméstico e familiar.
Os dados fazem parte da Pesquisa Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que entrevistou 10 mil mulheres, representativas de 5 milhões de mulheres que vivem nas capitais nordestinas.
Prevalência de violência doméstica por tipo
Estado
Violência emocional
Violência física
Violência sexual
Aracaju
26,3
15,4
8
Fortaleza
27
18,9
6,9
João Pessoa
32,5
17,8
8,8
Maceió
30,2
18,4
8,6
Natal
34,8
19,3
8,3
Recife
28,6
17,5
5,1
Salvador
24
19,7
7,8
São Luís
19,7
12,5
3,6
Teresina
22,1
14,2
6,3
Fonte: Onu Mulheres e UFC
O estudo mostra ainda que as crianças também são expostas à violência dentro de casa. Em Fortaleza, em 31% dos casos de violência contra mulheres, crianças também foram agredidas.
Também na capital cearense, 55% das crianças presenciaram quando mulheres foram agredidas dentro do domicílio, conforme o estudo.
Outro dado que a pesquisa destaca como “alarmante” é a “espiral da violência”, quando seguidas gerações mantêm a prática de violência na família. “Quatro a cada 10 mulheres que cresceram em um lar violento sofreram o mesmo tipo de violência na vida adulta. Ou seja, há uma repetição de padrão em seu próprio lar”, destaca o estudo.
Exposição de filhos à violência sofrida pela mãe
Estado
Presenciou agressões
Também foi agredida
Aracaju
62,1
15,5
Fortaleza
55,1
31,5
João Pessoa
64,2
22,8
Maceió
60,2
23,8
Natal
47,3
22,2
Recife
52,7
20,5
Salvador
52,5
30,1
São Luís
44,1
13,3
Teresina
50,9
30,7
Fonte: Onu Mulheres e UFC
‘Machismo arraigado’
Para Nadine Gasman, da ONU Mulheres Brasil, o machismo “arraigado” no Nordeste é uma das causas do índice de violência doméstica na região. “O Nordeste é uma das regiões com mais desigualdades no país, com machismo arraigado e concentração de população negra. A pesquisa capta a complexidade da violência, que demanda respostas políticas”, afirma Gasman.
Ainda conforme Gasman, a pesquisa revela uma necessidade “urgente” de medidas para conter a violência contra a mulheres. O estudo “traça um quadro concreto para ação urgente do poder público e da sociedade brasileira para impedir que mulheres e meninas fiquem para trás do desenvolvimento”, afirma.
Queda na produtividade
A pesquisa mostra também que as mulheres que sofrem agressão têm queda na produtividade no trabalho, o que impacta no salário.
Mulheres vítimas de violência domésticas, nos últimos 12 meses, reportam menor frequência no exercício de sua capacidade de concentração, na capacidade de dormir bem, em tomar decisões, além de se sentir frequentemente estressada e menos feliz em comparação as mulheres não vitimadas pelos parceiros.
Para a região Nordeste, mulheres vítimas de violência doméstica apresentam uma duração média de emprego 21% menor do que a duração daquelas que não sofrem violência e possuem um salário cerca de 10% menor do que aquelas que não são vítimas de violência. Ser vítima de violência doméstica se correlaciona negativamente com a produtividade e o salário-hora da mulher, e esse efeito é maior em mulheres negras.
Fonte: G1
Violência contra mulher no interior de SP supera 3 vezes a da capital
Em relação às lesões corporais dolosas (quando há intenção), a capital registrou 779 e o interior, 2.794
Com o dobro da população em relação à capital, o interior de São Paulo registra pelo menos três vezes mais casos de violência contra a mulher. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), no ano passado houve, em média, 3,5 tentativas de homicídio por mês contra mulheres na capital, ante 17,9 no interior (três vezes mais).
Em relação às lesões corporais dolosas (quando há intenção), a capital registrou 779 e o interior, 2.794 (três vezes e meia mais). Já os casos de estupro consumados ficaram proporcionalmente iguais: média de 10 por mês na capital e de 20 no interior (duas vezes mais). Os homicídios que vitimaram as mulheres mantiveram a mesma proporção: 2,25 por mês na capital e 4,45 no interior (duas vezes mais).
Nos primeiros três meses de 2017, a violência contra a mulher no interior cresceu ainda mais, na comparação com os números da capital. Houve 2 tentativas de homicídio por mês em São Paulo e 16,3 no interior (oito vezes mais). A média mensal de lesões corporais em mulheres foi de 745 na capital e 2.971 no interior (quatro vezes maior). Já a média mensal de estupros consumados foi de 11,3 na capital e de 25 no interior. No período também foram registrados dois casos por mês de feminicídio, crime de ódio com base no gênero, na capital e 4,3 no interior.
O interior de São Paulo tem 23,5 milhões de habitantes e a capital paulista, 12 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estatística leva em consideração os casos relacionados à Lei Maria da Penha, ou seja, aqueles caracterizados como de violência doméstica e familiar contra a mulher. Após abril de 2016, foram incluídos os casos de feminicídio. Muitos tiveram desfecho em cidades pacatas do interior, com baixos indicadores de violência.
Morte por não abortar
Foi o que aconteceu em Saltinho, cidade de 7 mil habitantes, na região de Piracicaba, em 24 de abril. O gerente de uma fábrica de roupas, Cristiano Romualdo, de 39 anos, matou a publicitária Denise Stella, de 31 anos, com quem mantinha relacionamento extraconjugal, porque ela engravidou e se negava a abortar. Romualdo jogou o corpo à beira de uma estrada. O gerente confessou o crime e está preso. Os dois eram conhecidos na pequena cidade que, nos últimos dez anos, tinha registrado apenas dois homicídios.
Para a assistente social Elisabete Pires da Silva, do Centro de Integração da Mulher (CIM-Mulher) de Sorocaba, que há 20 anos acolhe vítimas da violência doméstica, embora álcool e droga sejam os principais motivadores das agressões, em áreas mais remotas persiste um sentimento de posse do homem em relação à mulher.
“Ainda há um traço cultural machista, de que o homem pode ter toda a liberdade e a mulher, não. Quando se insurge, é reprimida e, muitas vezes, agredida. A cultura começa dentro de casa, quando pai e mãe toleram que o filho deixe roupas espalhadas e não ajude mas tarefas domésticas, mas obrigam a filha a fazer.”
Duas chacinas acontecidas em dezembro de 2016 no interior de São Paulo tiveram o machismo como ingrediente, segundo investigações policiais.
A primeira foi registrada em Jaboticabal. Depois de ser rejeitado por uma garota de programa, o cabeleireiro William Ferreira Costa, de 27 anos, matou seis pessoas em um bordel. Entre as vítimas, quatro eram mulheres, entre elas Dione da Silva Lima pivô do crime, e a dona do bordel, Leonilda Lucindo. Ele tentou justificar os assassinatos alegando que estava com a mulher quando outro homem a pegou pela mão e a levou ao quarto.
A segunda chacina aconteceu na noite de 31 de dezembro. O técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, de 46 anos, invadiu uma casa, em Campinas, e matou a tiros 12 pessoas da família e se suicidou. Nove das vítimas eram mulheres, entre elas sua ex-mulher, Isamara Filier, de 41 anos. Ela havia registrado cinco boletins de ocorrência por ameaças do ex-marido.
Uma carta escrita pelo homem revelou que a chacina era uma vingança. O texto tinha também conteúdo de ódio contra as mulheres. Na ocasião, o órgão as Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) repudiou o crime, considerando violência de gênero e fruto do “machismo”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Com informações do Estadão Conteúdo.
Fonte: Notícias ao minuto
Vendedora denuncia violência doméstica e delegado pergunta se ‘não foi o guarda-roupa’
A vendedora Flávia Batista Florêncio, moradora da cidade de Piancó, no sertão paraibano, foi à delegacia denunciar uma agressão do ex-companheiro, mas relatou ter sido questionada pelo delegado se o ferimento não teria sido causado pela porta de um guarda-roupa ou uma queda.
A mulher contou à TV Paraíba que foi agredida quando voltava para casa com uma amiga. “Já entrou batendo em mim. Não lembro de muito coisa. Lembro de imagens. Quando eu me deito para dormir, vejo flashes, não consigo lembrar de tudo”, relatou.
Segundo a mãe de Flávia contou à reportagem, o delegado fez perguntas irônicas a ela sobre o que teria causado as escoriações.
“O delegado perguntou ironicamente ‘tem certeza que isso não foi a porta do guarda-roupa?’, ‘tem certeza que a senhora não caiu da escada?”.
Segundo a vendedora, ele não autorizou a medida protetiva e informou à advogada dela que não seria um “segurança particular”. Por isso, Flávio fez um pedido direto ao Ministério Público.
À reportagem da TV Paraíba, o delegado Rodrigo Pinheiro, responsável pelo caso, não respondeu sobre o tratamento dado à mulher quando ela foi registrar a ocorrência.
Ele disse ainda que tem duas linhas de investigação: a primeira, apresentada pela vítima, de que foi agredida em casa pelo ex-companheiro; e a outra de que ela foi agredida durante uma briga em um bar.
O delegado disse que irá ouvir testemunhas para concluir o inquérito policial e que não concedeu a medida protetiva porque avaliou que não era necessário.
A Chechênia teria aberto o primeiro campo de concentração para homossexuais, onde eles estariam sendo torturados e até mortos. A informação é do Daily Mail, que cita a publicação Novoya Gazeta.
No início do mês, a imprensa internacional noticiou que um grupo de mais de 100 homens foi preso na região, sob acusação de serem homossexuais, e pelo menos três deles teriam sido assassinados.
“Há gays sendo presos e estamos tentando tirá-los dos campos. Alguns até já deixaram a região. Quem conseguiu fugir afirmou que chegou a ficar em salas com mais 30 pessoas. Eram torturados com choques elétricos e agredidos. Por vezes, até a morte”, afirmou a ativista russa Svetlana Zakharova.
Ramzan Kadyrov, presidente da Chechênia, já foi acusado, várias vezes, de violação de direitos humanos. Um porta-voz oficial de Kadyrov desmentiu as informações e afirmou que não existem homossexuais no seu país, de maioria mulçumana.
Segundo o Novaya Gazeta, chechenos que são vítimas de perseguição, por causa da orientação sexual, por exemplo, têm poucas chances de sobreviver. Ainda são comuns por lá os chamados “crimes em defesa da honra”, em que indivíduos considerados infratores são mortos pela própria família.
Pesquisa diz que 50% das brasileiras já foram perseguidas na rua
Nas grandes cidades, 86% sofreram algum tipo de assédio em público
Estudantes marcham em protesto contra o assédio sofrido por uma normalista em transporte público – Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Após comemorar o aniversário de um amigo, a professora Kizzy Cesáreo voltava para casa de van quando um estranho entrou no coletivo e sentou a seu lado. O movimento, que em um primeiro momento soava como algo normal, começou a assustá-la quando o homem começou a perguntar com quem morava e onde iria saltar. A partir daí, a menina desceu e foi seguida por ele, mas, por sorte, conseguiu fazê-lo ir embora.
– Eu comecei a andar mais rápido e ele me pedindo para esperar. Falei que ele era maluco, para me deixar em paz. Ele ficou sem graça, falou que tinha me achado bonita e que nem sabia onde estava, que só pegou a van pra tentar conversar comigo, mas pediu desculpas e me deixou em paz. Graças a Deus tive final feliz, mas infelizmente nem sempre é assim- contou a jovem de 25 anos, que já havia sido seguida uma outra vez.
A professora faz parte de uma estatística que mostra que 86% das mulheres brasileiras já sofreram assédio em público em suas cidades. Das entrevistadas, 50% já foram seguidas na rua e 44% tiveram seus corpos tocados contra vontade. A pesquisa revela que andar pela rua, utilizar o transporte público, voltar só para casa- situações que são corriqueiras para muitos homens- podem se converter em uma péssima experiência para grande parte das mulheres. Considerando todas as 2.500 mulheres que responderam a pesquisa no mundo, quando perguntadas sobre os lugares que mais temem ser assediadas 70% responderam ao andar pelas ruas; 69%, ao sair ou chegar em casa depois que escurece; e 68% no transporte público.
O estudo foi divulgado pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid, nesta sexta-feira, data na qual também é lançado o “Dia Internacional de Cidades Seguras para as Mulheres”. Realizada pelo instituto YouGov, a pesquisa disponibilizou um questionário On-line, que foi respondido por mulheres no Brasil, na Índia, Tailândia e Reino Unido. Proporcionalmente, o Brasil e a Tailândia foram os países com maior incidência de assédio (86%), seguidos por Índia (79%) e Reino Unido (75%).
Na avaliação da coordenadora da campanha “Cidades Seguras para as Mulheres no Brasil”, Glauce Arzua, o resultado é “chocante”. Ela argumenta que os dados mostram que as mulheres vivem uma situação difícil não só em países culturalmente conservadores.
– Não é uma supresa nem no Brasil e nem no mundo, mas quando olhamos essa pesquisa estamos olhando a escala global desse problema e isso é bem chocante. Em contextos tão diferentes em termos religiosos, políticos e culturais encontramos a mesma situação ocorrendo em diversas faixas etárias de mulheres. É bastante impressionante- ressalta Glauce.
A pesquisa analisa ainda formas específicas de assédio. Nesse caso, 77% das brasileiras disseram já ter sido alvo de assovios, 74% de olhares insistentes, 57% de comentários de cunho sexual e 39% de xingamentos. Chama atenção também o dado sobre estupro: 8% das entrevistadas afirmam que já sofreram essa violência.
Quando traçado um perfil por regiões do país, a área com maior número de relatos de assédio é o Centro-Oeste, com 92%, seguido do Norte, que registrou 88%, do Nordeste e do Sudeste, ambos com 86%, e, por último, o Sul com 85%.
SERVIÇOS PÚBLICOS FALHOS
Entre as causas para tanta violência, além do machismo, a coordenadora da campanha destaca a deficiência dos serviços públicos que não levam em consideração as especificidades da mulher em uma sociedade ainda opressora.
– É necessária uma qualidade do serviço no sentido em que haja iluminação nas ruas, que os servidores sejam treinados sobre como agir em casos de violência contra a mulher, além de integração entre os transportes, policiamento.- explica Glauce, que critica a falta de representatividade das mulheres nas instâncias de planejamento:
– É necessário que haja preocupação de que as mulheres sejam envolvidas no planejamento urbano, tanto a representação direta no executivo, como participação organizada em conselhos. A presença de gestoras mulheres é importante, principalmente nesse momento que vemos um retrocesso nos ministérios. Tememos que haja uma perda de espaço pelo entendimento de que isso não é uma prioridade. É importante garantir que as mulheres tenham respeitados seus direitos de disputar uma vida sem violência.
Fonte: O Globo
Seis mulheres são agredidas a cada dia no Distrito Federal
O Ligue 180, da Presidência da República, recebeu em 2015 mais de 2 mil denúncias de brasilienses atacadas física e psicologicamente. No total, são 13 mil ligações na capital federal, a unidade da Federação com o maior número de registros
Quando ele levanta a voz, a mão ou aponta a arma, um dos únicos caminhos de ajuda é a denúncia. Até algum tempo, o jeito era ir a uma delegacia, encarar o agente de polícia e narrar todo o drama. Mas a criação de políticas públicas em defesa das mulheres permitiu que, hoje, com apenas um telefonema, a vítima de violência doméstica relate o caso e alerte as autoridades sobre o risco. No ano passado, o Ligue 180 da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República recebeu 749.024 ligações no Brasil. O Distrito Federal tem a maior quantidade de atendimentos. Foram pedidos de socorro, relatos de agressão física, psicológica, sexual ou apenas informações de mulheres coagidas no lar.
Dos 13.066 atendimentos registrados no Ligue 180 referentes à capital federal, 2.095 eram de histórias de violência — a média é de 5,7 casos por dia no DF. Quase metade, só de agressão física. A realidade é triste e não difere do restante das 27 unidades da Federação e de 4.396 municípios brasileiros (cerca de 79%) contemplados pelo serviço. Em mais de 70% dos casos, as agressões são cometidas por homens com quem as vítimas têm ou tiveram algum vínculo afetivo.
Quebrar o ciclo de violência é o principal objetivo de qualquer política voltada para o assunto. Libertar a mulher e dar a ela um novo rumo. Um futuro. Palavra ausente do dicionário de pessoas como uma autônoma de 29 anos. A primeira coisa que passa pela cabeça a cada sessão de pancada é a morte. Todas as vezes que o ex-marido a batia, ele escrevia uma mensagem a ela. Repetia, em palavras, tudo que tinha feito; e pedia perdão. A vítima guarda em forma de carta cada uma das 500 vezes que teve essa sensação.
Filha de uma psicopedagoga e de um integrante do Ministério Público, ela cresceu em boas condições. Financeiras, principalmente, mas o pai mantinha casos fora do casamento, e isso tirava a família dos eixos. “A vida do casal era um inferno. O meu pai sempre teve vida dupla, e eu cresci nesse desalinho. Ele não batia na minha mãe, mas descontava tudo no meu irmão mais velho”, lembra. As vivências familiares renderam transtorno bipolar, depressão e algumas tentativas de suicídio por parte dela. “Fiquei muito instável emocionalmente”, pondera. A fragilidade a mergulhou em um ciclo de violência.
A primeira união oficial, com um homem até então bom para ela e o filho do antigo relacionamento dela, não deu certo. Acabou arruinada pela bebida e agressões. “Eu cheguei a ficar grávida, de gêmeos, mas, em uma das brigas, discussões, ele me agrediu e eu tive os bebês aos 5 meses. Não resistiram”, lamenta.
A relação chegou ao fim. Mas a violência, não. No segundo casamento, ela vestiu-se de noiva, entrou na igreja e prometeu amar e respeitar em troca das juras do amado, um bem-sucedido policial federal. Um ano após o matrimônio, tudo mudou. “Ele começou a usar cocaína. Eu tentava refúgio na bebida. Tudo virou um inferno. Várias foram as vezes que não morri porque Deus não quis. Mas as paredes da minha casa viviam cheias de sangue”, recorda.
Hoje, recuperada, livre de qualquer vício obtido com a tragédia familiar, a autônoma se ergue com a cura de outras mulheres. Trabalha em um grupo de atendimento a outras vítimas, que, assim como ela, se viram presas em um ciclo de violência, sem apoio. Lá, pensam formas de ajuda, políticas em prol das mulheres e meios de encerrar as agressões. “Não tenho mais sequelas, traumas. Não consigo olhar mais pelo ângulo de tristeza. Olho pela superação. Só posso usar a minha história para tentar ajudar essas mulheres. Já tive vontade de matar, tenho marcas que trago na alma e no corpo, mas aprendi que quem carrega ódio só leva e transmite ódio. Se não superasse, nunca teria saído da situação”, conclui.
Suporte
Para sair dessa realidade e lidar com os traumas, é preciso de ajuda. No DF, além de toda a rede de apoio construída com delegacia especializada, núcleos e centros de apoio às vítimas e ao agressor, casas de abrigo, há o programa de Proteção às Vítimas de Violência, o Pró-Vítima. Atende pessoas envolvidas em 11 tipos de crimes violentos, assim como os familiares. A iniciativa oferece assistências psicológica, social e jurídica gratuitamente.
No ano passado, 3.057 casos tiveram o suporte do Pró-Vítima. “Quando há um problema como esse, acolhemos, damos todo suporte, ajudamos, tudo em cima da questão do empoderamento, de acabar com isso, e tentamos inseri-la novamente na rotina de vida normal para que não ocorra mais”, explica o diretor de Proteção às Vítimas de Violência, Walter Flores. Atualmente, um dos casos é o de uma senhora de 49 anos. Ela foi estuprada aos 7 anos e, até hoje, guarda sequelas psicológicas da violência.
Em 2016, de acordo com Walter, foram recebidos 248 casos, só no mês de março. Desse total, 222 saíram de ocorrências policiais, oito de gente que procurou o Pró-Vítima espontaneamente e 18 de encaminhamentos institucionais, por meio do Ministério Público ou do Conselho Tutelar. O GDF conta com cinco postos do Pró-Vítima (veja endereços). Os atendimentos não são feitos de forma compulsória. “Se faltar por três dias, nós entendemos que desistiu. Até chegar a esse ponto, a gente liga, vai atrás, mas não pode obrigar. É algo que a pessoa tem de querer. Claro que o melhor é que nem tivéssemos a necessidade de um programa como esse, mas não temos essa condição, com qualidade de vida e uma cultura de segurança que todos querem”, observa.
Justiça francesa investiga construtora por trabalho escravo no Catar
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O ministério público de Nanterre, no oeste de Paris, informou à AFP que abriu uma investigação para “verificar alegações” de uma ONG que acusa a construtora francesa Vinci de recorrer a “trabalho forçado” de imigrantes para sua obras no Catar.
“O objetivo da investigação, que foi aberta há cerca de 15 dias, é verificar, através de audiências realizadas na França, das alegações da associação Sherpa”, explicou a procuradora de Nanterre, Catherine Denis. Dependendo os resultados da investigação na França, outra pode ser aberta no Catar, “depois do verão (europeu)”, avisou.
A associação Sherpa, que defende populações vítimas de crimes econômicos, apresentou uma denúncia no final de março, contra Vinci Construction Grands Projets (VCGP) por “trabalho forçado” e “redução à escravidão” de operários, em obras ligadas à Copa do Mundo de 2022, no Catar.
A queixa também tem como alvo seis executivos franceses, entre eles Yannick Garillon, diretor-geral de QDVC, filial do grupo Vinci, e Alain Bonnot, presidente da VCGP.
A ONG fez suas próprias investigações no Catar e constatou que trabalhadores imigrantes tiveram seus passaportes confiscados e foram vítimas de ameaças. A organização afirma que estas empresas recorreram a “diversas ameaças para reduzir uma população vulnerável a condições de trabalho e alojamento indignas, além de uma remuneração irrisória”.
A Vinci negou “totalmente” as acusações e convidou representantes de Sherpa e jornalistas a observar as condições de trabalho nos canteiros de obra do Catar. A construtura prestou queixa contra a associação por difamação e pediu 300.000 euros por danos morais.
A empresa francesa tem faturamento anual de 40 bilhões de euros e emprega 191.000 trabalhadores no mundo inteiro. Nos últimos anos, fechou vários contratos milionários no Catar, inclusive para a construção do metrô da cidade de Lusail.
Fonte: Yahoo
Caros amigos,
Milhares de operários estão aprisionados em condições de trabalho desumanas no Catar sem conseguir voltar para casa. Uma empresa norte-americana pode ajudar a libertá-los. Podemos fazer sua presidente agir ao levar o horror da escravidão para a cidade onde ela mora. Junte-se ao apelo:
Forçados a trabalhar sob o sol escaldante do deserto, sem direito a comida ou água e proibidos de voltar para casa, milhares de homens estão no Catar como verdadeiros escravos modernos. Podemos ajudar a libertá-los.
No ano passado, uma pessoa morreu a cada dois dias na construção de um mega-projeto de um bilhão dólares para a Copa do Mundo de 2022 no Catar. A maior parte do projeto é administrada por uma empresa norte-americana, cuja presidente mora em uma cidade pacata no estado de Colorado, EUA. Se mais de 1 milhão de nós nos unirmos em prol da liberdade, podemos confrontá-la com nossas vozes toda vez que ela sair de casa até que ela faça alguma coisa.
Esta mesma tática forçou a rede de hotéis Hilton a proteger mulheres contra o tráfico sexual em questão de dias. Assine essa petição urgente para ajudar a libertar os escravos modernos do Catar:
O programa de trabalhadores convidados do Catar é a raiz do problema. Trabalhadores do Nepal e Sri Lanka são enganados com promessas de bons empregos, mas quando chegam no país os empregadores confiscam seus passaportes e os forçam a trabalhar longas horas, sob um calor de 50 graus, sem nenhuma possibilidade de fuga.
CH2M Hill, a empresa norte-americana, coloca a culpa em prestadores de serviços locais e nas leis do país, mas é o rosto público das obras da Copa. A presidente da empresa pode e deve assumir um papel para garantir que não teremos mais sete anos manchados pela morte de operários. Ela poderia até mesmo ameaçar a retirada de seus negócios do país se o sistema não mudar.
A CH2M Hill tem o dever de ajudar a acabar com essa escravidão moderna. Nossa petição pode persuadir CH2M Hill a vir a público, o que pode levar outras empresas a exigir que cada trabalhador seja livre para voltar para casa quando quiser. Clique abaixo para assinar a petição: quando alcançarmos 1 milhão de assinaturas, nossa mensagem será enviada diretamente à Jacqueline Hinman, CEO da CH2M Hill, quantas vezes forem necessárias.
Um clamor global na hora certa pode salvar milhares de vidas. Quando a rede de hotéis Hilton não estava seguindo regras para proteger mulheres e crianças contra o tráfico sexual em seus estabelecimentos, a equipe da Avaaz bateu na porta da casa do CEO com uma petição. Em questão de dias, a política da rede de hotéis mudou. Vamos fazer isso mais uma vez.
Com esperança,
Emma, Nell, Mais, Ricken, Alice e toda a equipe da Avaaz
A Avaaz é uma rede de campanhas global de 40 milhões de pessoas que se mobiliza para garantir que os valores e visões da sociedade civil global influenciem questões políticas nacionais e internacionais. (“Avaaz” significa “voz” e “canção” em várias línguas). Membros da Avaaz vivem em todos os países do planeta e a nossa equipe está espalhada em 18 países de 6 continentes, operando em 17 línguas.
Militantes do Estado Islâmico estão vendendo crianças iraquianas sequestradas em mercados como escravos sexuais e matando outras, inclusive crucificando e enterrando vivas, denunciou uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (4).
Meninos iraquianos menores de 18 anos estão sendo cada vez mais usados pelo grupo radical como homens-bomba, fabricantes de bomba, informantes ou escudos humanos para proteger instalações contra ataques aéreos conduzidos pelos Estados Unidos, afirmou o Comitê das Nações Unidas para os Direitos da Criança.
“Realmente estamos profundamente preocupados com a tortura e o assassinato destas crianças, especialmente daquelas que pertencem a minorias, mas não só das minorias”, disse Renate Winter, especialista do comitê, em boletim à imprensa. “A abrangência do problema é enorme.”
Crianças da seita yazidi ou de comunidades cristãs, mas também xiitas e sunitas, têm sido vítimas, disse ela.
“Temos tido relatos de crianças, especialmente crianças com problemas mentais, que foram usadas como homens-bomba, muito provavelmente sem sequer entender a situação”, declarou Winter à Reuters. “Foi publicado um vídeo (na internet) que mostrava crianças de muito pouca idade, aproximadamente 8 anos ou mais novas, já sendo treinadas para serem soldados.”
O Estado Islâmico é uma dissidência da Al-Qaeda que declarou um califado islâmico em partes da Síria e do Iraque em meados do ano passado e já matou e expulsou de casa milhares de pessoas. Na terça-feira, o grupo divulgou um vídeo que mostra um piloto jordaniano capturado sendo queimado vivo.
O organismo da ONU denunciou “a matança sistemática de crianças pertencentes a minorias religiosas e étnicas cometida pelo assim chamado Estado Islâmico, incluindo vários casos de execuções coletivas de meninos, assim como relatos de crianças decapitadas, crucificadas e enterradas vivas”.
Um grande número de crianças foi morto ou ficou seriamente ferido durante ataques aéreos ou bombardeios das forças de seguranças iraquianas, e outras morreram de “desidratação, inanição e calor”, afirma a entidade.
O Estado Islâmico cometeu “violência sexual sistemática”, inclusive “o sequestro e a escravização sexual de crianças”.
“Crianças de minorias têm sido capturadas em vários lugares… vendidas no mercado com etiquetas, etiquetas de preço nelas, foram vendidas como escravas”, disse Winter.
Os 18 especialistas independentes que elaboraram o relatório pediram às autoridades iraquianas que adotem todas as medidas necessárias para “resgatar as crianças” sob controle do grupo militante e processar os perpetradores dos crimes.
Uma jovem da minoria iraquiana yazidi, que foi forçada a se transformar em uma escrava sexual pelos radicais do EI (Estado Islâmico), pediu que a coalizão ocidental bombardeasse a casa de prostituição forçada onde ela é abusada pelo menos 30 vezes antes da hora do almoço.
A mulher, que não teve a identidade revelada, tem sido mantida refém do grupo radical em algum lugar no oeste do Iraque, que está sob domínio dos jihadistas desde o início de agosto.
De acordo com o tabloide britânico Daily Mail, uma organização que se dedica ao cuidado das mulheres do Oriente Médio disse que a mulher entrou em contato com as tropas curdas por telefone para pedir que o bordel onde trabalha fosse bombardeado para acabar com o pesadelo que ela vive.
Ela teria dito aos combatentes que tinha sido violentada tantas vezes que mal conseguia usar o banheiro, acrescentando que a situação tem sido tão angustiante que ela planeja suicídio, mesmo se for liberada pelos jihadistas.
Os detalhes da situação brutal das mulheres que estão sob poder do EI surgiram durante uma entrevista com ativistas curdos, que organizam manifestações no centro de Londres para conscientizar sobre a situação das mulheres no Oriente Médio.
Durante uma entrevista com a BBC, um homem identificado como Karam, descreveu o telefonema da mulher para um amigo curdo.
Ele disse que ela chorava muito pelo telefone. “Se você sabe onde estamos, por favor, bombardeie esse lugar. Eu vou me matar de qualquer jeito. Outras já se mataram nessa manhã”, dizia a mulher.
— Eu tenho sido estuprada 30 vezes, antes mesmo da hora do almoço. Eu mal consigo ir ao banheiro. Por favor, bombardeie!
Na última semana, a ONU confirmou que milhares de yazidis foram assassinados em massacres, durante a dominação do EI na região. Há cerca de 7.000 mulheres em cativeiros, nos quais são forçadas a se tornarem escravas sexuais ou são vendidas.
A ONU denunciou que mulheres e meninas iraquianas, da minoria yazidi, estão sendo vendidas como escravas, empurradas para casamentos forçados e estupradas repetidamente pelos membros do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que as sequestraram ao tomar o controle da área onde viviam no norte do Iraque.
Os crimes dos jihadistas contra a minoria yazidi, em agosto passado, foi o gota d’água que levou os Estados Unidos a lançar bombardeios aéreos contra suas posições no Iraque, que se estenderam ao norte da Síria.
A ONU também disse que sua missão no Iraque recebeu notícias confiáveis sobre a execução de mulheres em Mosul, a segunda maior cidade do Iraque que agora está sob controle do EI, assim como em outras regiões que estão sob seu domínio.
Essas execuções são realizadas após supostos “julgamentos” e suas principais vítimas são “mulheres educadas ou profissionais”, disse o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Raad al Hussein.
Neste sentido, o responsável condenou o assassinato “brutal e a sangue frio” da ativista iraquiana, Sameera Saleh Ali al Nuaimy, que esta semana foi executada publicamente por um esquadrão de milicianos mascarados em frente à sede do que fora o governo regional de Mosul.
A vítima, uma distinta advogada conhecida por seus esforços para promover os direitos da mulher, foi detida em sua casa e torturada durante dias no local onde estava cativa, antes de ser executada.
Ela era acusada de apostasia por ter publicado no Facebook comentários críticos ao grupo terrorista. Após sua morte, sua família foi proibida inclusive de enterrá-la.
A execução de Nuaimy foi o último de vários ataques graves contra líderes femininas que vivem em regiões agora em mãos do EI, incluindo várias ex-candidatas a postos políticos.
Zeid disse que estes fatos demonstram “as similitudes entre o Estado Islâmico e outros grupos, como Boko Haram, na Nigéria, que também tratam mulheres e meninas de uma maneira abominável”.
De origem jordaniana, o alto comissário disse que as tentativas do grupo “de atrair mais gente para sua causa dizendo que seus atos são respaldados pelo Islã constituem uma grande perversão”.
Segundo testemunhos publicados por pessoal da ONU no Iraque, os jihadistas estão controlando estritamente — em lugares como a entrada a estabelecimentos médicos — o respeito de sua ordem de que as mulheres cubram seus rostos em público e que não saiam à rua sem uma companhia masculina. As mulheres que resistem a cumprir essas instruções são castigadas.
Estado Islâmico cria propaganda para ensinar mulheres a serem boas esposas para jihadistas
Nas redes sociais, o página voltada para as mulheres tem mais de 2.000 seguidoras
No vídeo, mulheres são instruídas a ajudar seus maridos jihadistasReprodução/independent.co.uk
O grupo radical EI (Estado Islâmico) começou a divulgar uma série de orientações de comportamento para as mulheres que querem casar com um militante do grupo, na Síria e no Iraque, através de uma nova agência midiática, que promove materiais específicos.
De acordo com o jornal britânico The Independent, o grupo começou a divulgar uma propaganda diferente da que vem sendo veiculada.
Ao invés de execuções brutais, atrocidades violentas e ameaças ao ocidente, o grupo agora criou comerciais que ensinam “como ser uma boa esposa para um jihadista”.
O lema da organização é “se preparar para ser uma esposa de honra”. Com vídeos e redes sociais, que já tem mais de 2.000 seguidores, os jihadistas explicam como uma mulher deve se comportar para contribuir no crescimento do EI.
Charlie Winter, um pesquisador do extremismo islâmico, da Fundação Quilliam, afirmou que a organização visa preparar pessoas de fora que querem entrar para o grupo e manter as mulheres que já estão casadas com militantes da forma como eles querem.
“É uma espécie de diretriz sobre como ser um bom defensor da jihad e de oferecer o melhor apoio para o marido, como uma ‘boa mulher'”, comenta Winter.
— Eu nunca vi nada como isso antes. Provavelmente já existam fóruns na internet, fazendo coisas semelhantes, mas esta é a primeira vez que uma organização midiática dá orientações sobre a mulher e o seu papel.
Os vídeos divulgados explicam sobre procedimentos de enfermagem, primeiros socorros, preparo de alimentos, livros sagrados, ciência e comportamento feminino.
Fonte: R7
Militantes do Estado Islâmico queimaram pelo menos 8 mil livros e manuscritos raros da biblioteca pública de Mossul, no Iraque, no domingo. Segundo o diretor do local, moradores locais tentaram convencer os radicais a não destruírem instalações da biblioteca, mas eles acabaram explodindo praticamente todo o acervo. Eles fizeram depois uma fogueira com livros culturais e científicos, e ainda levaram embora livros infantis e religiosos, segundo testemunhas. O EI também destruiu, no domingo, uma igreja e o teatro da universidade local.
O biblioteca foi fundada em 1921, após o nascimento do Estado iraquiano moderno. Em seu conteúdo, estavam manuscritos que datavam de até 5000 a.C., livros sírios impressos na primeira gráfica do país, títulos que datam do Império Otomano, jornais locais de décadas anteriores e antiguidades como astrolábios. Grande parte era considerada patrimônio raro pela Unesco. O acervo de famílias da alta sociedade da região também era hospedado na biblioteca.
“É uma pena. Costumava ir nos anos 1970. Era um dos grandes lugares de Mossul. Ainda lembro da listagem alfabética dos livros”, lamentou Akil Kata, que se exilou da cidade há anos, por conta da instabilidade da região.
Em 2003, invasores destruíram grande parte do local, roubando vários livros e manuscritos. O conteúdo acabou sendo recuperado e devolvido, segundo o ex-diretor adjunto da instituição, Qusai al-Faraj. O Iraque é tido como berço da civilização.
Mossul foi tomada pelo EI em junho do ano passado, durante o momento mais crítico da expansão territorial do grupo. Forças curdas, com apoio dos EUA e do governo iraquiano, têm lutado para retomar a cidade. O Comando Central militar americano afirmou que mais de 20 mil combatentes estavam sendo preparados para tentar retomar a cidade até maio. O Iraque criticou a divulgação das informações.
Arábia Saudita: princesas estão ‘em cativeiro’ há 13 anos
As princesas denunciaram em redes sociais os maus tratos que sofrem. A ex-mulher de Abdullah disse em entrevista à TV que ela não vê as filhas há 13 anos
A ex-mulher do rei Abdullah da Arabia Saudita, princesa Alanoud Al Fayez, deu uma entrevista à televisão britânica e pediu ajuda internacional para salvar suas quatro filhas que têm sido mantidas presas pelo pai há 13 anos. Segundo a mulher, as princesas passam necessidades e sofrem de maus tratos, de acordo com notícias do canal americano Channel 4.
“O rei Abdullah não permite que saiam nem para comprar comida”, segundo a mãe.
Alanoud foi proibida de ver as filhas pessoalmente e faz 13 anos que não se encontram por causa de seu divórcio com o rei. “Elas estão num estado terrível, especialmente Jawaher e Sahar. Minhas filhas falam que têm se mantido vivas e tentando manter a sanidade. Elas não merecem”, disse a mãe ao canal.
Com a hashtag #FreeThe4, a filha Saha usa o Twitter para mandar mensagens à mãe e denunciar condições em que ela e as irmãos são mantidas. Abdullah é bastante visitado por líderes ocidentais, e, por isso, as princesas denunciaram os políticos que pouco ou nada fazem para melhorar as condições das mulheres na Arábia Saudita.
“O rei pediu-me para voltar para ele e recusei. Nunca pensei que ele castigasse as minhas filhas por minha causa”, afirmou, acrescentando: “Elas ligam-me a chorar, não aguentam mais. O meu advogado tentou viajar para a Arábia Saudita para se reunir com elas mas não o autorizaram”.
As duas filhas do rei Abdullah da Arábia Saudita que revelaram estar em cativeiro na residência real do pai, há mais de uma década, recorreram ao Twitter para pedir ajuda. As mulheres, Sahar, de 42 anos, e Jawaher, de 38 anos, publicaram na rede social uma fotografia onde mostraram a deterioração das condições em que são mantidas.
A casa de Saud é uma das mais secretas do mundo e vale um 11 bilhões de libras. O Channel 4 entrou em contato com o governo da Arábia Saudita sobre o problema, mas não houve retorno.
O rei Abdullah está no trono desde 2005. A Arábia Saudita é o único país que proíbe as mulheres de conduzir e é, segundo a ONU, um dos países mais violentos para as mulheres
Ao completar sete dias sem a mãe, os filhos gêmeos de Claudia Silva Ferreira ganharam neste domingo uma festa de aniversário. No alto da comunidade Congonha, em Madureira, no Rio de Janeiro, voluntários e moradores organizaram a comemoração na praça batizada com o apelido de Claudia, Cacau. A auxiliar de serviços gerais morreu depois de ter sido baleada durante operação policial no morro, quando saia para comprar pão. A vítima chegou a ser socorrida e colocada no camburão de viatura da polícia, de onde caiu e foi arrastada no chão por cerca de 300 metros.
O aniversário de dois dos oito filhos de Claudia, sendo quatro adotados, foi organizado com a ajuda da vizinhança e de voluntários. A comemoração teve doces, salgados, refrigerantes e presentes para garotada. “Ela (Claudia) já queria fazer a festa. Todo mundo se reuniu para realizar essa vontade”, disse um dos filhos, Angelo Gabriel Ferreira, 14 anos.
Durante a festa, o marido de Claudia, Alexandre Fernandes da Silva, cobrou que o episódio mude a cultura da Polícia Militar. “Sei que o que ocorreu comigo já aconteceu em várias comunidades, mas não dessa proporção, então, creio que o governador (Sérgio Cabral), que o secretário de Segurança (José Mariano Beltrame) olhem para cá.” A família quer que os envolvidos na morte sejam condenados e cobrará reparação por Claudia ter sido arrastada pela viatura policial. As cenas foram gravadas por um cinegrafista amador.
“Vamos em busca de todas as formas legais para que os culpados paguem. Aguardamos que se faça justiça”, disse Diego Gomes, amigo da família. “Quem provocou essa atrocidade, em todos os aspectos, desde o tiro, desde colocar no camburão, até arrastar ela na rua”, acrescentou.
Moradores de Congonha aproveitaram o evento também para denunciar ações truculentas da Polícia Militar (PM) na comunidade. Relataram abusos nas revistas, no trato com as mulheres e nas operações. “Eles não têm respeito com morador, xingam, tem que acabar com isso”, disse Marília Regina Ferreira. “O morro tem morador, não é só bandido”, completou. A dona de casa Cláudia Regina contou que crianças ficam em risco. “As operações coincidem com a saída da escola, quando estão no caminho para casa ou brincando na rua.”
Na última semana, os policiais que arrastaram Claudia foram soltos.
Os moradores ainda cobram serviços públicos. “Precisamos desde intervenções em infraestutura, têm encostas que estão caindo, a rede de iluminação e de energia é precária, falta manutenção nas ruas, tirar o lixo acumulado, até serviço social. Os jovens estão abandonados, não tem o que fazer, e famílias precisam de apoio”, cobrou Diego Gomes.
Para a moradora Cristina Ferreira, além da iluminação “que ajudaria a resolver problemas de segurança e daria condições mais dignas” de vida aos moradores, é preciso podar a vegetação com urgência. “Ali, onde a Claudia morreu, o mato está altíssimo. Precisa vir podar em toda a comunidade. Depois, tem que melhorar a limpeza. Ninguém vem aqui em cima tirar o lixo”, reivindicou.
Procurada pela reportagem, PM pede que a comunidade denuncie casos de abusos por parte de policiais. As denúncias podem ser feitas para Ouvidoria, pelo telefone 3399-1199, ou para o Disque-Denúncia, 2253-117.
A prefeitura do Rio não se manifestou sobre as reclamações dos moradores até a publicação da reportagem.
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