O número de mortos pela epidemia de ebola alcançou 4.922, de um total de  10.141 casos em oito países até 23 de outubro, informou a Organização Mundial de  Saúde (OMS)

A OMS tem dito repetidamente que até mesmo os valores muito elevados  provavelmente foram subestimados já que muitas pessoas dos países mais afetados  não têm tido condições ou estão com medo de procurar cuidados médicos.

Os três países mais afetados na África Ocidental (Guiné, Libéria e Serra  Leoa) tiveram quase todos os mortos, numa cifra de 4.912, segundo nota da OMS. A  epidemia de ebola na região já é o maior surto da doença.

A agência da ONU salientou em nota que dos oito distritos da Libéria e da  Guiné, que fazem fronteira com a Costa do Marfim, apenas dois têm relatado casos  confirmados ou prováveis ​​de ebola.

Valores globais incluem dados da Nigéria e do Senegal, onde a OMS considera  que não há mais a epidemia, bem como casos isolados em Espanha, Estados Unidos e  Mali.

MALI PROMETE FAZER DE TUDO PARA EVITAR PROPAGAÇÃO

O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keïta, prometeu neste sábado fazer  todo o possível para evitar a propagação do vírus no país após a descoberta do  primeiro caso, de uma menina vinda de Guiné, um dos principais focos da  epidemia

O caso fez com que mais de 50 pessoas fossem colocadas em quarentena,  incluindo uma dezena na capital Bamako, segundo o porta-voz do ministério da  Saúde do Mali.

Nos Estados Unidos, enquanto as duas enfermeiras infectadas no Texas foram  declaradas curadas, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou o primeiro  caso de ebola na cidade, de um médico que retornou recentemente da Guiné, onde  trabalhou com Médicos Sem Fronteiras (MSF) e tratou de pacientes com o  vírus.

Os governadores dos estados de Nova York e Nova Jersey ordenaram na  sexta-feira quarentena obrigatória a todos aqueles que tiveram contato com  pessoas contaminadas pelo vírus na África Ocidental

Mesmo após o primeiro exame ter registrado resultado negativo para a infecção do vírus ebola em Souleymane Bah, de 47 anos, as pessoas que tiveram contato com ele seguem sendo monitoradas pelo menos até 13/10/14. Nesta data, será conhecido o resultado do exame de contraprova – que pode descartar definitivamente o diagnóstico de ebola no paciente que veio de Guiné.

Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná. são 68 pessoas sendo monitoradas pelo convívio com o guineano que teve a suspeita da doença. Três deles são médicos e enfermeiros que o atenderam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA II) em Cascavel, no oeste do Paraná, quando Bah deu entrada com sintomas que poderiam ser relacionados ao ebola. Estes estão em suas respectivas casas, tendo o estado de saúde monitorado.

EBOLA
Vírus mortal tem sua maior epidemia

Já as demais são outras pessoas que estiveram na UPA II quando Bah foi atendido, e também hóspedes do abrigo onde ele esteve abrigado. Estes estão monitorando a temperatura corporal duas vezes por dia, e devem informar as autoridades caso percebam qualquer alteração.

De acordo com o Ministério da Saúde, o estado de saúde de Souleymane Bah é bom e ele não apresenta febre. Ainda de acordo com o ministério, ele está em “isolamento total” no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro (RJ). A Guiné, país de origem do paciente, é um dos três países africanos onde ocorre transmissão intensa de ebola no momento, ao lado de Libéria e Serra Leoa. A epidemia já matou 4.033 pessoas, de acordo com balanço divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na sexta-feira (10).

Souleymane Bah sairá do isolamento se o segundo exame também excluir a possibilidade de contaminação pelo vírus. Uma nova amostra de sangue será colhida no domingo, e também será enviada para o Instituto Evandro Chagas, no Pará. “Ele confirma que na Guiné não teve contato com casos nem com óbitos e que, quando desceu no aeroporto, ele foi entrevistado pelas autoridades sanitárias e não tinha nenhuma queixa”, explicou na sexta-feira o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, disse que ninguém mais no Brasil precisou ficar em isolamento por causa da suspeita de ebola. “Nem mesmo os três profissionais que tiveram contato com ele, porque não tiveram contato com secreções”, disse.

Relembre
Bah saiu da Guiné no dia 18 de setembro e chegou ao Brasil no dia 19, depois de uma escala em Marrocos. O africano seguiu de ônibus para a Argentina e, ao entrar novamente no país, pediu refúgio no posto da Polícia Federal da cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. No dia 24, foi para Cascavel, no Paraná, onde se hospedou em um albergue com outros dois africanos.

Infográfico sobre ebola, V6 (Foto: Infográfico/G1)

Na quinta-feira (9), procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em depois de apresentar febre. Ele relatou que o sintoma começou na quarta-feira (8). Na sexta-feira (10), o guineano foi levado para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e encaminhado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em doenças infecciosas.

Bah chegou ao Brasil na condição de refugiado e, de acordo com o documento expedido pela Coordenação Geral de Polícia de Imigração, pode permanecer no país até 22 de setembro de 2015.

Transmissão
O ebola é uma doença infecciosa grave provocada por um vírus. Os sintomas iniciais são febre de início repentino, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia e sangramentos internos e externos. Ela é transmitida pelo contato direto com os fluidos corporais da pessoa infectada: sangue, suor, saliva, lágrimas, urina, fezes, vômito, muco e sêmen. Não há risco de contaminação pelo ar.

Quem tiver voltado de um dos países da África afetados pela epidemia – Libéria, Guiné ou Serra Leoa – e apresentar febre ou algum dos outros sintomas, deve procurar uma unidade de saúde e informar a equipe sobre a viagem. Dúvidas sobre a doença podem ser tiradas com o Disque Saúde, do Ministério da Saúde, no número 136.

Ajuda
Chioro anunciou que o governo brasileiro vai doar mais dez kits médicos para combate à doença para Guiné, Libéria e Serra Leoa, que sofrem com surto do ebola. De acordo com Chioro, cada kit tem potencial para atender 500 pessoas durante três meses e possui 48 itens, sendo 30 medicamentos.

Os três países vão receber também do governo brasileiro 6,4 mil toneladas de arroz beneficiado e 4,6 mil toneladas de feijão. O governo vai gastar R$ 13,4 milhões com as doações.

Pela manhã, o ministro disse que uma notificação sobre a suspeita de que o africano no Brasil esteja com ebola foi expedida à Organização Mundial da Saúde (OMS) na madrugada desta sexta.

Telefonemas
O ministro disse que a população tem buscado informações sobre a doença. Segundo ele, 64% das ligações recebidas pela pasta até as 15h desta sexta-feira tinham ebola como tema. Foram, ao todo, 899 chamadas. “Isso mostra a preocupação das pessoas”, afirmou.

O assunto também ficou entre os mais citados nas redes sociais depois que o Brasil registrou seu primeiro caso suspeito da doença.

Uma vacina experimental contra Ebola, similar à desenvolvida pela GlaxoSmithKline, foi bem-sucedida por pelo menos cinco semanas em macacos de laboratório, mas precisa de uma vacina adicional para estender a sua proteção para dez meses, de acordo com um estudo publicado em 7/9/14

As descobertas oferecem uma primeira dica de qual, se alguma, vacina contra Ebola em desenvolvimento será efetiva e de que forma.

Johnson & Johnson e NewLink Genetics também estão entre as companhias que aceleram os esforços para fornecer vacinas e tratamentos para o Ebola, enquanto a pior epidemia do vírus atinge o oeste da África, matando mais de 2 mil pessoas.

Os resultados do novo estudo sugerem, por exemplo, que a vacina da GSK sendo testada em voluntários saudáveis vai proteger contra a infecção do Ebola em curto prazo, mas talvez não seja suficiente para uma proteção mais longa.

O estudo, publicado no Nature Medicine, é o primeiro a relatar que uma vacina produziu uma “imunidade durável” contra Ebola, protegendo quatro de quatro macacos por 10 meses.

A vacina usa um adenovírus de chimpanzé, muito próximo ao de um humano, que trata infecções respiratórias, no qual os cientistas emendaram um gene de Ebola.

O adenovírus infecciona as células do animal vacinado, fazendo-o absorver o gene e produzir proteínas de Ebola. Com isso, o sistema imunológico consegue atacar as proteínas do vírus do Ebola quando a infecção ocorre.

A vacina em estudo é similar às que estão sendo desenvolvidas pela GSK, que começou testes de segurança em humanos na última terça-feira, e pela J&J, que pretende começar testes de segurança no começo de 2015.

Uma terceira vacina experimental de Ebola usa um sistema diferente, um patógeno chamado vírus da estomatitie vesicular (VSV). A versão desenvolvida pela Agência de Saúde Pública do Canadá, e licenciada para a NewLink Genetics, deve ser testada em voluntários saudáveis neste outono. A Profectus BioSciences também está desenvolvendo uma vacina dessas.

O paciente é um ser completo, com suas queixas, dores e doenças. Traz consigo experiências desta e de outras vidas, o que, para o doutor à sua frente, pode ser a chave fundamental para entender os males ali sentidos. A doença passa a ser então a própria cura, e já não é mais vista como o oposto de saúde. É assim, com base em estudos de médicos encarnados e desencarnados, que a medicina à luz do espiritismo vem se fortalecendo cada vez mais no país. São enfermos e médicos, que encontraram na doutrina espírita diferentes interpretações para toda e qualquer enfermidade . Tudo tem uma explicação. E, segundo essa visão, é na alma de cada um de nós que estão as respostas para uma pergunta que há tempos incomoda a humanidade: por que adoecemos?

Bem diferente da medicina tradicional, os médicos espíritas dizem quebrar paradigmas ao considerar, em seus consultórios, o espirito daquele paciente que pede ajuda. Seja para uma gripe, um transtorno mental ou até mesmo um câncer, os médicos que seguem a doutrina explicam que, ao contrário da medicina tradicional, não consideram no enfermo apenas o corpo com o seu organismo. O espírito e suas vivências dizem muito para o diagnóstico. Para conhecer e entender um pouco dessa visão médica, que não descarta a tecnologia atual e muito menos os conhecimentos da ciência, o Estado de Minas começa hoje a série de reportagens A saúde à luz do espiritismo, abordando as interpretações que médicos, muitos deles médiuns, têm sobre os males que nos cercam. Polêmico, o assunto, que pode contrariar muitas crenças, é acima de tudo uma visão de fé.

De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 10 anos, os adeptos à doutrina espírita cresceram 65% no Brasil, passando de 2,3 milhões de brasileiros em 2000, para 3,8 milhões em 2010. O aumento mais expressivo foi observado no Sudeste, cuja proporção passou de 2% para 3,1% entre 2000 e 2010, crescimento de mais de 1 milhão de pessoas (de 1,4 milhão em 2000 para 2,5 milhões em 2010). O estado com maior proporção de espíritas em 2010 era o Rio de Janeiro (4%), seguido de São Paulo (3,3%), Minas Gerais (2,1%) e Espírito Santo (1%). Entre os adeptos, estão ginecologistas, psiquiátricos, homeopatas, pediatras, psicólogos e outros tantos profissionais de saúde que, com o consentimento de seus pacientes, trazem para os seus consultórios o conhecimento espírita.

“Atendemos pessoas de todas as crenças. Só aconselhamos o espiritismo quando isso é pedido pelo paciente” – Andrei Moreira, médico homeopata e espírita

Há 18 anos, foi fundada no país a Associação Médico Espírita (AME – Brasil). Segundo conta a presidente, Marlene Nobre, apesar da existência da entidade, não há um número certo de quantos médicos atendem seguindo a doutrina, mas, calcula-se que haja milhares em todo o território brasileiro. “É um paradigma no modelo de saúde. É uma luta de conceitos e de mudanças, porque enxergamos o homem integral: espírito e matéria”, diz. Marlene é ginecologista e representante da AME Internacional. Ela conta que, o doutor que opta por trabalhar seguindo a doutrina espírita, cursa a faculdade de medicina como outro qualquer, mas o seu diferencial é se dedicar a estudar, a fundo, o espiritismo. “Estudamos muito. São estudos de médicos encarnados (vivos) e desencarnados, como os do médico sanitarista André Luíz”, revela.

TEORIAS
André Luíz, cujos os estudos são base para o conhecimento dessa linha médica, segundo acreditam os espíritas, foi médico sanitarist, que viveu no Rio de Janeiro até os 40 anos. Depois de desencarnado, como dizem os espíritas, ele entrou em contato com o médium Chico Xavier, que psicografou obras de André. Somado a isso, os médicos-espíritas também se baseiam nos princípios do francês Alan Kardec, precursor do espiritismo no mundo. “A partir desses conhecimentos e com a ajuda de espíritos encarnados e desencarnados, estamos tentando construir novas teorias”, conta Marlene.

Um dos princípios é o de que a consciência do ser humano é imaterial. “E não é o cérebro que a produz, mas o espírito. Essa teoria muda inteiramente o que se pensa hoje sobre as coisas do inconsciente”, diz, explicando ainda que não é o cérebro que produz o pensamento. Isso é resultado de muitos estudos e daquilo que surge com as pesquisas. A saúde e a doença, por exemplo, estão no espírito e não na matéria, como enxerga a medicina tradicional. “Levamos em consideração a vida passada daquele paciente. Por exemplo, uma criança com leucemia. Temos visto que, em muitos casos, esse espírito precisa passar por essa evolução nesta vida. Nesse caso, para os médicos espíritas, o tratamento com quimioterapia e outros recursos são feitos, mas é indicado, para o paciente com família que segue a doutrina e ou a aceita, a ida ao centro-espírita e os passes, além da água fluidificada.”

Ao adoecermos, de acordo com os especialistas, a doença não é um instrumento de punição, como muitos preferem vê-la. “Na realidade, é um recurso de aprendizado, na sábia pedagogia divina, convidando-nos não a perguntar “por que adoecemos?”, mas a formular a adequada questão: “para que adoecemos?”, ensina o psiquiatra e diretor-técnico do Hospital André Luiz, Roberto Lúcio Vieira.

TODAS AS CRENÇAS
Os tratamentos à luz do espiritismo não abandonam os remédios tradicionais e tampouco as tecnologias, mas são gratuitos. Segundo comenta o presidente da Associação Mineira dos Médicos Espíritas, Andrei Moreira, médico homeopata e espírita, para o paciente que quer se tratar com base nos conhecimentos espíritas, o especialista geralmente indica um centro-espírita, água fluidificada e o passe – para alguns casos há sessões de desobcessão . “Não quer dizer que para todos serão assim. Atendemos pessoas de todas as crenças. Só aconselhamos o espiritismo quando isso é pedido pelo paciente”, conta. Em Minas, a entidade tem 27 anos e funciona no Bairro Nova Granada, no andar superior da Clínica Renascimento, onde há médicos, psiquiatras, psicólogos, homeopata, fonouadiólogo e nutricionista.

“Mas existe um trabalho paralelo. Na associação, temos grupos de profissionais que promovem encontros com pacientes e tratam vários problemas no lado espiritual, como o câncer, por exemplo. Já na clínica, é como um lugar qualquer de saúde. Temos pacientes evangélicos, espíritas, católicos e de todas as outras crenças. Não convertemos ninguém”, diz. A homeopatia, por exemplo, é um dos caminhos que muitos doutores da área apostam e muitos pacientes, principalmente os espíritas, preferem. Autor de seis livros que abordam o espiritismo em várias vertentes, Andrei escreve em sua obra, Cura e Auto-Cura, uma visão médico espírita, que a doença pode ser entendida como uma mensagem da alma e que, por meio dela, pode-se chegar a um maior conhecimento de nós mesmos. “Quando a dor e o sofrimento aparecem é porque o equilíbrio precisa ser refeito”, defende.

Tratamentos

  • Água fluidificada

A água fluidificada é a água normal, acrescida de fluidos curadores. No espiritismo, entende-se por água fluidificada aquela em que fluidos medicamentosos são adicionados à água. É a água magnetizada por fluidos. Em geral, são os espíritos desencarnados, que, durante as sessões de fluidoterapia, fluidificam a água, mas a água pode ser magnetizada tanto pelos fluidos espirituais quanto pelos fluidos dos homens encarnados, sendo necessário, para isso, da parte do indivíduo que vai realizar a fluidificação, a realização de preces e a imposição das mãos, a fim de direcionar os fluidos para o recipiente em que se encontra a água. É voltada para o equilíbrio de alguma enfermidade física ou espiritual.

  • Passe

O passe é uma transfusão de fluidos de um ser para outro.
É considerado a “transfusão de energias fisiopsíquicas”. Beneficia a quem o recebe, porque oferece novo contingente aos fluidos já existentes. É visto como “equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos”. Os objetivos são os da cura, alívio e reequilíbrios orgânico e psíquico. Os meios utilizados são os da transfusão de energias pela imposição das mãos do médium.

  • Sessões de desobsessão

É um procedimento terapêutico para libertar uma pessoa obsedada do seu obsessor. Envolve uma série de condutas, tendo em vista livrar o obsedado de sua prisão mental. A técnica básica do tratamento da obsessão fundamenta-se na doutrinação dos espíritos envolvidos, encarnados e desencarnados. Doutrinar, significa instruir em uma doutrina. É isso que se vai fazer com o paciente, com sua família, se necessário, e com o espírito que lhe atormenta.

Fonte: G1 e Uai