Traduzir
Participe de nossos abaixo-assinados
Petição Pública
Prezado Leitor, sua participação é muito importante para nós. Pedimos que, no site www.peticaopublica.com.br,
para cada abaixo-assinado de que você queira participar, digite seu nome completo, RG ou CPF e e-mail. Aproveite para recomendar o site a sua rede de contatos. Obrigada.
Lista de Links

Blog

É assim que Apple e China são ricas?!

24/10/2015

Uma fábrica que opera para a Apple na China abriga seus funcionários em dormitórios superlotados, cheios de mofo e infestados de insetos, denunciou nesta quinta-feira uma organização não governamental que audita as organizações de trabalho.

A investigação secreta, feita pela China Labor Watch na fábrica de iPhones em Xangai, operada pela taiwanesa Pegatron Group, é a última de uma série de investigações que documentam as péssimas condições de trabalho de operários das fábricas terceirizadas pela Apple.

“Persistem os baixos salários, as longas jornadas de trabalho, o trabalho não remunerado, as medidas de segurança precárias e as condições de vida desprezíveis”, indicou o informe, segundo o qual foram detectadas cerca de duas dezenas de “violações de direitos trabalhistas legais e éticos”.

Embora a Apple tenha prometido melhorar as condições de trabalho dos terceirizados a quem terceiriza a produção de seus equipamentos, o informe assegura que os problemas persistem desde que foi publicado, em 2013, o informe sobre três fábricas chinesas operadas pelo mesmo grupo taiwanês.

“Sem considerar o pagamento de horas extras, os trabalhadores que fabricam os iPhones ganham apenas o salário local mínimo de 318 dólares por mês, ou seja, US$ 1,85 a hora. Isto não dá para viver”, destacou o relatório.

“Depois de suas longas jornadas, os trabalhadores pegam um ônibus que, em meia hora, os leva aos seus dormitórios, onde até 14 pessoas dormem confinadas em um único quarto. O mofo cresce sem controle nas paredes e as camas estão cheias de percevejos; muitos trabalhadores estão cobertos de picadas vermelhas”, prosseguiu.

Ainda segundo o informe, a saúde e a segurança são suas maiores preocupações porque esta fábrica usa muitas substâncias tóxicas, entre elas mercúrio e arsênico. No entanto, “ninguém diz aos trabalhadores nada sobre a localização desta ou aquela substância no processo de produção ou como fazer para se proteger de sair ferido”.

O relatório citou um total de 23 violações, entre elas a falta de treinamento e equipamento, cuja segurança é inadequada.

“Infelizmente, as horrendas condições de vida e de trabalho que os trabalhadores da Pegatron enfrentam em 2015 não são melhores do que as que vimos em 2013”, prosseguiu.

O grupo citou “melhoras limitadas” em algumas áreas, como por exemplo a semana de trabalha média, que diminuiu de 63 para 60 horas.

A Apple não respondeu por enquanto às solicitações da AFP a fazer comentários.

A gigante da tecnologia já enfrentou críticas no passado pelas condições de trabalho da Foxconn, outra terceirizada com sede em Taiwan.

Fonte: Yahoo

Enquanto Europa luta para receber os refugiados, ricos países do Golfo fazem de conta de que não têm nada a ver com isso

07/09/2015

 

Por que as monarquias do Golfo se recusam a receber refugiados?

Estados árabes estão entre os que mais deram armas para os grupos que lutam contra Bashar Assad na Síria. Agora, são acusados de não acolherem os refugiados desse país e do Iraque

A Arábia Saudita declarou hoje que já recebeu 2,5 milhões de refugiados sírios desde o início do conflito em 2011 e já enviou 700 milhões de dólares para ajudá-los. A afirmação, que dificilmente pode ser comprovada já que a monarquia é muito fechada, foi uma resposta às acusações de que os ricos países do Golfo não estariam fazendo o suficiente para auxiliar os que tiveram de sair de seus países por causa da guerra. Casos de refugiados que se deslocam para os ricos Estados árabes têm sido muito raros.

Oficialmente, os sírios podem se candidatar para um visto de turismo ou permissão de trabalho para entrar em qualquer um dos países do Golfo. Mas esse processo é caro e há uma percepção generalizada de que muitos dos países mantêm restrições não formais que, na prática, dificultam a concessão de um visto.

A maior parte dos casos bem-sucedidos é de estrangeiros estendendo suas estadias ou de solicitantes que têm familiares nesses países. A Arábia Saudita e seus vizinhos temem que refugiados e imigrantes reduzam as ofertas de emprego para seus cidadãos e também se preocupam com a infiltração de grupos terroristas. O paradoxo nessa história é que muitos desses grupos foram financiados e receberam armas e munições dos países do Golfo.

Como recentemente apontou a Anistia Internacional, os “seis países do Golfo – Qatar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait, Omã e Bahrein – não ofereceram nenhum lugar de reassentamento para os refugiados sírios”. A ausência de programas humanitários das nações do Golfo ficou mais evidente quando o governo da Alemanha e de outros países europeus passaram a abrir suas fronteiras e receber os refugiados. Quando há quase cinco anos começaram as manifestações da Primavera Árabe na Síria, Líbia, Tunísia, Egito, Iêmen, as nações do Golfo Pérsico também fecharam suas fronteiras para aqueles que fugiam da guerra. Nenhum desses países é signatário da Convenção de Refugiados das Nações Unidas, de 1951, que define o que é um refugiado, quais são seus direitos, assim como as obrigações dos Estados em relação a essas pessoas.

É uma situação bastante controversa, devido principalmente à relativa proximidade desses países com a Síria e Iraque, assim como a grande quantidade de recursos disponíveis para acolher esses imigrantes. E essa é justamente a justificativa das ditaduras do Golfo, apoiadas pelo ocidente por seus interesses petrolíferos, que além de afirmarem que a maior parte da sua população já é constituída por imigrantes, argumentam que a adaptação dos refugiados seria difícil em uma sociedade de alto nível econômico. Insistem que já auxiliam na contenção da crise com quantias em dinheiro, que ajudam a manter os campos de refugiados da Jordânia e Turquia e que cumprem com suas obrigações humanitárias.

Mas o esforço oferecido atualmente ainda parece pouco. Aos refugiados sírios foi destinado 1 bilhão de dólares (3,8 bilhões de reais) em doações coletivas – os Estados Unidos doaram quatro vezes essa quantia. O interesse parece ainda menor quando comparado ao montante investido pela Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos na guerra do Iêmen.

Nas redes sociais, muitos usuários pedem ações dos países do Golfi. A hashtag #Welcoming_Syria’s_refugees_is_a_Gulf_duty foi compartilhada no Twitter mais de 33.000 vezes na última semana, de acordo com a BBC. Internautas também postaram imagens emocionantes em suas páginas, para ilustrar a caótica crise. Fotos de pessoas se afogando no mar, crianças sendo passadas por baixo de cercas de arame farpado ou famílias dormindo no chão áspero rodaram a internet nessa tentativa de protesto contra a indiferença e falta de vontade política dos países árabes.

Fonte: Veja

Artigo: Países do Golfo Pérsico se omitem na crise migratória

Região deve perceber que agora é a hora de mudar a política para refugiados da Síria


Kerry e os aliados se mostraram em sintonia após defesa de acordo e cooperação na região – Brendan Smialowski / AP

 

O mundo ficou paralisado nas últimas semanas pela crise de refugiados na Europa, um fluxo sem precedentes desde a Segunda Guerra. A situação ficou assustadoramente em destaque na quarta-feira, com a imagem da criança síria afogada: seu corpo sem vida deitado sozinho numa praia turca.

Notícias e análises abordaram o fracasso de governos ocidentais em aliviar adequadamente a sobrecarga sobre os países vizinhos da Síria, que se esforçam para aguentar o peso dos cerca de quatro milhões de sírios forçados a deixar o país pela guerra civil.

Alguns países europeus têm sido criticados por oferecer abrigo apenas para um pequeno número de refugiados, ou por discriminação entre muçulmanos e cristãos. Há também uma boa dose de nervosismo continental sobre a disfunção geral dos sistemas europeus para migração e asilo.Menos ira, entretanto, tem sido direcionada a outro conjunto de nações que quase certamente deveriam fazer mais: Arábia Saudita e os ricos Estados árabes do Golfo Pérsico.

A Anistia Internacional assinalou: os “seis países do Golfo — Qatar, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait, Omã e Bahrein — ofereceram zero local de reassentamento a refugiados sírios”.

É um número chocante, dada a proximidade destes países com a Síria, bem como os incríveis recursos à disposição deles. Como Sultan Sooud al-Qassemi, um comentarista político baseado em Dubai, observa, estes países têm alguns dos maiores orçamentos militares do mundo árabe, os mais altos padrões de vida, bem como uma longa história — especialmente no caso dos Emirados Árabes Unidos — de acolher imigrantes de outras nações árabes e transformá-los em cidadãos.

Além disso, estes países não são espectadores totalmente inocentes. Em graus variados, elementos dentro da Arábia Saudita, do Qatar, Emirados Árabes Unidos e Kuwait têm investido no conflito sírio, desempenhando um papel notável no financiamento e armando uma constelação de rebeldes e facções islamistas na luta contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Nenhum destes países é signatário da Convenção dos Refugiados da ONU, de 1951, que define o que é um refugiado e os direitos dele, bem como as obrigações em protegê-los.

Como os países europeus, a Arábia Saudita e vizinhos também têm receio de que imigrantes tomem empregos, e também podem invocar preocupações sobre segurança e terrorismo. Mas o atual esforço de auxílio do Golfo para os refugiados sírios, o que equivale a doações coletivas abaixo de US$ 1 bilhão (os EUA proveram quatro vezes esta soma), parece pouco — e tudo fica mais irritante quando se levam em conta as vastas somas que Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos aplicaram no conflito deste ano no Iêmen, uma intervenção que alguns consideram um erro estratégico.

Os países do Golfo, em tese, têm uma capacidade muito maior para lidar com um grande número de imigrantes do que os vizinhos mais pobres da Síria: Líbano e Jordânia.

A região tem capacidade de rapidamente construir habitação para os refugiados. As gigantes empresas que construíram as torres reluzentes de Dubai, Abu Dhabi e Riad devem ser contratadas para erguer abrigos. A Arábia Saudita tem muita experiência no gerenciamento de grandes números de imigrantes: recebe uma onda anual de milhões de peregrinos rumo a Meca.

Não há outra razão para que não se faça isto que não seja a indiferença ou uma total falta de vontade política. Nas mídias sociais, a hashtag em árabe #Receber_refugiados_sírios_é_um_dever_do_golfo foi tuitada mais de 33 mil vezes semana passada, segundo a BBC.

— O golfo deve perceber que agora é a hora de mudar a política de acolhimento dos refugiados da Síria — escreve o colunista Qassemi. — É o passo moral, ético e responsável a ser dado.

Fonte: Yahoo

COMEÇOU O PROCESSO DE ASCENSÃO À 5D NA TERRA. VOCÊ VEM??????

18/07/2015

Agora é a hora de começar a trabalhar para aumentar o nosso progresso espiritual. A janela de oportunidade está se fechando e é imperativo para aqueles que desejam fazer a transição decidirem se querem fazer parte da transformação da 5ª dimensão da Terra ou vão permanecer nesta realidade tridimensional enterrados no medo e na escravidão. A cada dia, temos a oportunidade de sincronizar nossas mentes e corpos através da intenção, oração e meditação, com a fonte cósmica de energia abundante, que está nos ajudando nesta transformação.

Cada trabalhador da luz espera e deseja que todo o planeta faça esta transformação, mas a negatividade e o medo não podem coexistir com a paz, o amor e a felicidade na Terra da 5ª dimensão. Imagine se todos nós estivéssemos graduados na 5ª dimensão da Terra agora. Se pensamentos são iguais a manifestações, então o que aconteceria com a pessoa que vive com medo? Seus pensamentos se manifestariam imediatamente e o seu medo individual, essencialmente criaria um inferno.

Felizmente nós existimos em um período de tempo onde os pensamentos estão se tornando manifestações com relativa facilidade à medida que fazemos esta transição. Isso significa que a janela de oportunidade ainda está aberta para aqueles que desejam fazer parte da 5ª dimensão da Terra.

Isso nos leva a algumas perguntas: “Por que algumas pessoas vão ficar para trás?”

10 razões do porque algumas pessoas podem ficar para trás

1. Algumas pessoas não estão espiritualmente em vibração com o resto do planeta.

O planeta inteiro está em sintonia com uma vibração e frequência cada vez mais elevada. É assim que os animais sabem quando é hora de migrar. As vibrações da Terra estão mudando diariamente à medida que mais energia a partir da fonte cósmica está se movendo em direção a nós em ondas de abundância.

Olhe para a espiritualidade como um evento de equipe. Quando os indivíduos fazem os seus melhores esforços contribuindo para um esporte de equipe, eles ganham. Este jogo é muito simples. Saiba em sua mente que nós já ganhamos esta batalha, então de ênfase em tornar a espiritualidade um evento todos os dias através da meditação, oração, intenção, amor incondicional, consciência global (e universal), praticando atos de bondade para os outros. Isto é onde tudo começa, meus amigos!

2. Algumas pessoas vivem com medo.

Temos duas emoções básicas: amor e medo. Se nós vivemos nossas vidas com medo, então nós somos verdadeiramente incapazes de amar a nós mesmos e aos outros. Quem está no poder sabe disso e usa o nosso medo para sua vantagem. Por outro lado, podemos usar o amor a nosso favor também! Lembra dos comícios de paz na década de 1960 durante a Era do “faça o amor, não faça a guerra”. Finalmente as tropas no Vietnã depuseram as suas armas, a máquina de guerra parou. Sem soldados, não há guerra. Este tipo de consciência baseada no amor sobre o medo sempre ganha!

3. Algumas pessoas colocam um alto valor no dinheiro.

Questão: Qual o verdadeiro propósito do dinheiro?

Reposta: No$ controlar enquanto vivemos nesta sociedade escravagista.

Não existe necessidade de dinheiro na Era de Ouro, onde há abundância para todos. É por isso que agora estamos vendo um colapso dos sistemas bancários com o Federal Reserve se engasgando na sua própria criação. De milhões de galáxias no nosso Universo, nós somos provavelmente o único planeta que está sendo controlado pelo DINHEIRO!

A organização mais rica da Terra é a igreja católica romana. Eles têm dinheiro suficiente para fornecer alimento, água, roupa e abrigo a cada pessoa no planeta, mas eles escondem seu dinheiro (tirado de nós) e ainda cobram mensalidade ou dízimo das pessoas de 10-20% sobre suas economias. Será que tem algo errado nesta atitude? Para aqueles que ainda não começaram sua jornada espiritual, este é um bom objetivo para começar!

4. Algumas pessoas colocam um alto valor nos itens materiais.

As pessoas que são materialistas e são incapazes de abandonar seus egos não podem transcender para uma vibração mais elevada. É por isso que aqueles no poder tentam nos manter no medo, porque quando temos medo não podemos amar e o amor é a base fundamental para esta transição.

O materialismo não tem lugar na 5ª dimensão da Terra, por isso se você acha que a vida é tudo sobre possuir uma roupa de grife, um par de calçados de marca famosa, ou o melhor carro, você pode ficar para trás também. Você pode desfrutar de suas posses materiais na 3ª dimensão com você continuando sua escravidão e trabalhando para receber o dinheiro que lhe permite comprar esses itens. A escolha é sua.

5. Algumas pessoas são gananciosas.

Assim como ser materialista, se você for ganancioso, suas vibrações não vão combinar com a Era de Ouro e você pode ficar para trás. Nossas vidas são individuais, mas as pessoas não percebem o quanto elas contribuem para a consciência global! Ao ser ganancioso, você está enviando uma onda de energia negativa que só irá se refletir em cima de sua negação para a Era de Ouro. Se é isto que você escolheu, é melhor você se acostumar a 3ª dimensão, porque você não vai entrar na embarcação da 5ª dimensão da Terra.

6. Algumas pessoas são malucas por controle.

A espiritualidade é de fato um esforço individual que contribui para a consciência global, que por sua vez reforça a manifestação que cria a nossa realidade. Se o seu desejo é o de controlar os outros através da manipulação, então você vai continuar a ter um emprego garantido na 3ª dimensão até que aprenda a lição.

Na 5ª dimensão da Terra, não vai existir uma pessoa que diz especificamente: “é assim que vai ser”. Esta será uma manifestação cumulativa criada através de um esforço da intenção de grupo, pensamento e oração, por isso se você acha que vai ser chefe na 5ª dimensão da Terra, então provavelmente você vai perder o comboio.

7. Algumas pessoas pensam que o mundo gira em torno delas.

Este é o lugar onde uma das profecias maias do Popol Vuh <https://en.wikipedia.org/wiki/Maya_Hero_Twins> já se tornou realidade (Sete Macaw). Nossos egos têm sido bombeados tanto para cima que muitas pessoas pensam que o mundo é tudo sobre eles. Não, ele é sobre nós.
8. Algumas pessoas não estão conscientemente praticando o amor incondicional umas com as outras.

O quanto é difícil sorrir para alguém ou abrir a porta para um idoso ou qualquer pessoa? Se nós amarmos a todos, tanto quanto os cães amam seus donos, este mundo será um lugar muito melhor. Na 5ª dimensão da Terra, todos vão ser os melhores amigos uns dos outros através do amor incondicional.

9. Algumas pessoas pensam constantemente pensamentos negativos.

Como aprendemos com a Lei da Atração, pensamentos se tornam manifestações. Isto se tornará cada vez mais fácil à medida que nos aproximamos da ascensão! Em outras palavras, o que você pensar vai se manifestar. Se uma pessoa tem pensamentos negativos, então ela vai criar um “Inferno” em sua própria mente. Pessoas com esta vibração não podem existir na Era de Ouro, então serão deixadas para trás.

10. Algumas pessoas estão presas dentro da caixa.

Nós nascemos com todas as respostas que sempre buscamos. A partir do momento em que o médico faz o parto de um bebê, esta criança aprende a ter medo quando recebe um tapa no bumbum. Nossos sistemas educacionais colocam nossos processos de pensamento dentro da caixa e essa mentalidade continua à medida que entramos na força de trabalho. Você já se perguntou: “Por que nós precisamos trabalhar? ” Para ganhar dinheiro ??? Mas se o dinheiro não existisse mais? Que tipo de “trabalho” estaríamos fazendo ao coexistirmos em uma sociedade pacífica? Fomos ensinados que precisamos de dinheiro então temos que trabalhar, mesmo que a maioria do nosso dinheiro ganhado duramente vai para as 13 linhagens que “controlam” este planeta.

Você pode continuar a seguir o rebanho e continuar a servir estas linhagens ou começar a sua jornada espiritual agora mesmo! Esta janela de oportunidade não estará aberta por muito tempo. Nossa vida na 3ª dimensão é tudo sobre as decisões que tomamos e como estas decisões afetam nossa vida diária. Vamos enfrentá-los, todos nós conhecemos alguém que parece gostar de ser miserável, por isso é bom que esta pessoa tenha consciência da decisão de perder esta oportunidade e que continuará vivendo na 3ª dimensão.

Não se preocupe com qualquer um que é mau ou corrupto. Suas vibrações vão mantê-lo travado nesta realidade. Sua escuridão má foi realmente necessária para o despertar das pessoas do seu verdadeiro propósito espiritual. Você não encarnou para se tornar rico e abastado. Você está aqui para fazer a diferença neste planeta e para testemunhar a Era de Ouro. Antes de concordar em vir para a Terra você sabia que poderia fazer a diferença neste mundo e que o seu objetivo não era seguir o rebanho.

Se você está desperto neste momento, a vida é realmente bela. Se você não está incluído nos poderes que atualmente tomam as “decisões” neste planeta, há ainda a oportunidade de fazer essa transição, mas a janela está se fechando pouco a pouco a cada dia.

A embarcação para a 5ª dimensão da Terra estará partindo em breve. Existem 6,6 bilhões de pessoas neste planeta e 6,6 bilhões de reservas feitas. Todo mundo tem a oportunidade de fazer parte deste processo que só vem uma vez a cada 26.000 anos aproximadamente.

Quem está pronto para ir para casa na 5ª dimensão da Terra?.

Fonte: Cura e Ascensão

Aumento da violência no mundo com a fragilização dos direitos humanos tem origem nas desigualdades econômicas?

14/06/2015

Direitos Humanos: Relatório de ONG critica mortes pela polícia e prisões ‘medievais’

O Brasil ainda convive com “abusos crônicos” como tortura, execuções extrajudiciais, impunidade de crimes cometidos durante a ditadura e má condições de seus presídios, segundo um relatório da ONG Human Rights Watch divulgado nesta quinta-feira.

O capítulo brasileiro do documento – que avalia a situação dos direitos humanos em mais de 90 países do mundo em 2014 – reconhece que as polícias de São Paulo e Rio de Janeiro adotaram recentemente medidas para combater o uso indevido da força, mas aponta que essas duas corporações foram responsáveis, juntas, por 941 mortes nos primeiros nove meses do ano passado.

“O número de pessoas mortas em decorrência de intervenções policiais nesses Estados aumentou drasticamente em 2014 (40% no RJ e mais de 90% em SP)”, diz o levantamento. “Enquanto algumas mortes resultam do uso legítimo da força, outras não.”

Além disso, o sistema prisional abriga 37% de presos a mais do que sua capacidade, sendo que muitos são presos provisórios (ainda à espera de uma decisão judicial).

A diretora da Human Rights Watch no Brasil, Maria Laura Canineu, disse à BBC Brasil que a ONG identificou abusos significativos “desde a abordagem (policial) até a permanência de pessoas em um sistema cuja capacidade é inferior à necessária e as condições são insuficientes”.

“O fato é que a política de encarceramento em massa, em um sistema negligente e medieval, não tem sido eficiente no combate à criminalidade. Esse tipo de política de segurança pública não tem gerado mais segurança”, agrega.

A tortura também segue sendo “problema crônico no país”, afirma a ONG.

“Entre janeiro de 2012 e junho de 2014, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos recebeu 5.431 denúncias de tortura e tratamento cruel, desumano ou degradante.” A maioria (84%) dos casos se referia a incidentes em presídios, delegacias e unidades de medida sócio-educativa.

‘Bússola’

Ao mesmo tempo, a HRW considera “positiva” a atuação do Brasil em fóruns internacionais no ano passado. Por exemplo, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, onde tomou posições favoráveis ao combate à discriminação pela orientação sexual e identidade de gênero, e contra as operações militares israelenses em Gaza e os abusos contra civis nos dois lados do conflito.

A ressalva da ONG é que o Brasil não teria aproveitado oportunidades para pressionar outros países por conta de abusos cometidos por estes.

O diretor-executivo da ONG, Kenneth Roth, diz no relatório que, ante tensões locais ou regionais, “a resposta de muitos governos (do mundo) foi a redução ou o abandono dos direitos humanos – uma relativização não apenas enganosa, mas também insensata e danosa”.

Estado Islâmico pode avançar para países como Líbano, Líbia e Jordânia, adverte ONG

A ONG defende que a resolução de crises passa pela proteção dos direitos humanos e pelo exercício, por parte da população, do direito de se manifestar sobre os rumos de seus governos.

“Especialmente em períodos conturbados, os direitos humanos são uma bússola essencial para a tomada de ação política”, afirma Roth.

‘Estado Islâmico’ e Oriente Médio

Em âmbito global, “nenhum desafio no ano passado eclodiu de forma mais radical do que o surgimento do autoproclamado ‘Estado Islâmico'”, diz a HRW. O grupo que ganhou projeção global no ano passado já controla partes do Iraque e da Síria.

“Em parte, (o grupo) é produto da guerra e ocupação militar do Iraque, liderada pelos EUA e iniciada em 2003, que gerou, entre outras coisas, insegurança e abusos dos detentos de Abu Ghraib e em outros centros de detenção administrados pelos EUA.”

A opressão contra grupos sunitas promovida pelo governo iraquiano e milícias aliadas também contribuiu para o avanço dos extremistas no país.

“Sunitas foram demitidos de cargos públicos, cercados e, sob novas leis, sumariamente executados”, diz o relatório. “É provável que milícias xiitas contribuam mais para ajudar no recrutamento (de simpatizantes) do ‘Estado Islâmico’ que para derrotá-lo no campo de batalha.”

Segundo a HRW, se não for contido, o grupo pode ampliar seu domínio sobre partes também do Líbano, Jordânia, Líbia e outros territórios. O relatório nota que, na Síria, a brutalidade do “Estado Islâmico” rivaliza com aquela praticada pelas forças do presidente Bashar Al-Assad na guerra civil.

A HRW diz que, após entregar armas químicas, o regime de Assad tem recorrido a “bombas-barril” para atacar áreas civis.

“São tambores de óleo cheios de explosivos de alta potência e fragmentos metálicos”, explica o relatório, que costumam ser disparados do alto sobre áreas rebeldes que incluem prédios residenciais, hospitais e escolas.

Ainda no Oriente Médio, o relatório destaca a repressão do atual governo militar no Egito, que esmagou as aspirações democráticas da Primavera Árabe; o avanço dos assentamentos judaicos em terras reivindicadas pelos palestinos; e os abusos impunes cometidos tanto por soldados israelenses como pelo grupo palestino Hamas.

Boko Haram e Rússia

Na Nigéria, o avanço dos extremistas islâmicos do Boko Haram também é motivo de preocupação – o grupo pratica atos como o bombardeio de mercados, mesquitas e escolas, além de subjugar aldeias, raptando e violentando mulheres.

Exército nigeriano não tem sido capaz de conter o Boko Haram

“Rica em petróleo, a Nigéria deveria ter sido capaz de arregimentar um Exército profissional que respeite os direitos e consiga proteger os nigerianos desse grupo”, opina o relatório. “No entanto, as autoridades do país deixaram suas Forças Armadas mal equipadas e sem motivação para defender (a população) contra o Boko Haram.”

Sobre a Rússia, o grupo acusa o Kremlin de ter dado início, em 2012, “à mais intensa repressão à dissidência desde a era soviética, tendo como alvo grupos de direitos humanos, jornalistas independentes, dissidentes, manifestantes pacíficos e críticos que utilizam a internet como forma de expressão”.

O grupo critica tanto os abusos cometidos pelas tropas pró-Rússia como a resposta do Ocidente à crise na Ucrânia.

“Ansiosos por apresentar a Ucrânia como vítima inocente da agressão russa, o Ocidente se negou a questionar aspectos preocupantes do comportamento ucraniano, como o uso de ‘batalhões voluntários’ que cometem abusos contra detentos de forma recorrente ou usam armas indiscriminadamente em áreas povoadas.”

Nascer em bairro pobre ‘prejudica ascensão social por décadas’

Estudo afirma que viver em um bairro pobre durante os primeiros 16 anos de vida afeta a renda por muitas décadas

Na hora de determinar nosso destino econômico, poucas coisas importam tanto como o bairro em que nascemos e crescemos.

Todos sabemos que viver em uma região mais pobre reduz as possibilidades materiais de seus habitantes. Por isso, muitos sonham ir para uma parte mais afluente da cidade onde vivem.

Mas um estudo recente dos pesquisadores americanos Douglas Massey, da Universidade de Princeton, e Jonathan Rothwell, do Instituto Brookings, vai além: traz novas evidências de que simplesmente se mudar de um bairro precário para um melhor não é suficiente.

De acordo com a pesquisa, o local específico da cidade onde uma pessoa passa os primeiros 16 anos de sua vida é determinante na renda que ela terá muitas décadas depois, mesmo que mude seu local de residência diversas vezes.

A conclusão é uma má notícia para os que acreditam na possibilidade de ascensão e mobilidade social. E pode fornecer mais argumentos às discussões sobre propostas polêmicas de vários países, incluindo alguns latino-americanos, de levar habitantes de bairros pobres para viver em regiões mais ricas das cidades.

“O bairro é o ponto crítico onde se bloqueiam as aspirações das pessoas para subir na vida”, disse Massey à BBC.

Para ele, as experiências vividas no local de nascimento também são uma herança da qual é difícil escapar.

“Os bairros pobres tendem a ter taxas mais altas de desordem social, crime e violência. As pesquisas mostram cada vez mais que a exposição a este tipo de violência não tem somente efeitos de curto prazo, mas também de longo prazo na saúde e na capacidade cognitiva de seus habitantes”, afirma o pesquisador.

“Esses efeitos não se apagam quando as pessoas crescem.”

A exposição a altos índices de violência pode causar consequências permanentes nos jovens, segundo Massey e Rothwell

Integração

A vida nos bairros mais carentes implica frequentar escolas de má qualidade, ficar mais longe das oportunidades de trabalho e mais perto dos focos de violência de nossas cidades.

Segundo o estudo de Massey e Rothwell, um americano deixa de ganhar, em média, cerca de US$ 900 mil, ao longo de sua vida se vive em um bairro pobre, comparado com o que recebe uma pessoa de um bairro de classe alta.

Segundo os pesquisadores, a tendência é que esse valor aumente.

“À medida em que a distribuição de renda fica mais desigual, ocorre o mesmo com a distribuição dos bairros. A concentração da riqueza e da pobreza aumentou. Os bairros pobres se tornaram mais pobres e ficou mais difícil escapar do status socioeconômico da pobreza”, afirma Massey.

Mas qual seria a solução para evitar que nascer em determinado bairro se transforme em uma sentença?

Massey acredita que é importante acabar com a segregação por bairros, a mesma que faz com que a vida de cidadãos de diferentes classes econômicas acabem tomando direções opostas em suas vidas.

O pesquisador recomenda “ajudar as pessoas a se mudar de regiões de muita pobreza para áreas de classe média e alta, onde tenham acesso às vantagens que as comunidades mais abastadas oferecem”.

Ele sugere construir moradias públicas subsidiadas em bairros mais ricos para que os pobres possam sair dos bairros marginalizados das cidades.

Após a Segunda Guerra, Londres construiu moradias estatais subsidiadas em bairros ricos da cidade

Oferecer aos jovens de classes sociais mais baixas a oportunidade de começar suas vidas em regiões mais ricas, diz Massey, pode ter um grande impacto positivo em suas trajetórias de vida.

Esse é um dos argumentos usados em capitais europeias como Londres, onde, após a Segunda Guerra Mundial, foram construídos conjuntos habitacionais estatais subsidiados em meio aos bairros mais ricos da cidade – que ainda existem.

Nos últimos meses, a proposta do prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, de um programa piloto para levar habitantes pobres para viver em um conjunto de edifícios de um bairro rico causou polêmica na Colômbia.

A ideia foi chamada por opositores de medida populista e classificada como uso pouco eficiente de recursos públicos escassos. Eles afirmam que estes recursos deveriam ser usados para melhorar as condições dos bairros pobres onde vive a maioria dos habitantes da capital colombiana.

Estigmatização

O estudo de Massey e Rothwell se baseou em informações sobre bairros nos Estados Unidos, mas Massey insiste que os resultados encontrados na pesquisa se aplicam a qualquer outro país onde há altos níveis de segregação por causa de classe social.

“É um fenômeno que se observa frequentemente na América Latina”, afirma.

Pesquisadores dizem que resultados da pesquisa, feita nos EUA, se aplicam a qualquer país com alto nível desigualdade e segregação

No entanto, a conclusão da pesquisa causou mais surpresa nos Estados Unidos.

“Os americanos não gostam de admitir, mas a classe social está se tornando uma prisão para as pessoas porque os bairros determinam nossa sorte. Nossa taxa de mobilidade social está ficando para trás em relação à de outros países industrializados”, explica Massey.

“Nos Estados Unidos gostamos de pensar que qualquer pessoa pode ir para onde quiser com base apenas em seus talentos e habilidades. Mas isso é cada vez menos o que acontece. O talento e a habilidade se contraem quando as pessoas estão presas em ambientes segregados.”

Riqueza de 1% deve ultrapassar a dos outros 99% até 2016, alerta ONG

Renda anual individual de parcela mais rica da sociedade pode chegar a R$ 7 milhões

A partir do ano que vem, os recursos acumulados pelo 1% mais rico do planeta ultrapassarão a riqueza do resto da população, segundo um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam.

A riqueza desse 1% da população subiu de 44% do total de recursos mundiais em 2009 para 48% no ano passado, segundo o grupo. Em 2016, esse patamar pode superar 50% se o ritmo atual de crescimento for mantido.

O relatório, divulgado às vésperas da edição de 2015 do Forum Econômico Mundial de Davos, sustenta que a “explosão da desigualdade” está dificultando a luta contra a pobreza global.

“A escala da desigualdade global é chocante”, disse a diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima.

“Apesar de o assunto ser tratado de forma cada vez mais frequente na agenda mundial, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população continua crescendo a ritmo acelerado.”

Desigualdade

A concentração de riqueza também se observa entre os 99% restantes da população mundial, disse a Oxfam. Essa parcela detém hoje 52% dos recursos mundiais.

Porém, destes, 46% estão nas mãos de cerca de um quinto da população.

Isso significa que a maior parte da população é dona de apenas 5,5% das riquezas mundiais. Em média, os membros desse segmento tinham um patrimônio individual de US$ 3.851 (cerca de R$ 10.000) em 2014.

Já entre aqueles que integram o segmento 1% mais rico, o patrimônio era de US$ 2,7 milhões (R$ 7 milhões).

A Oxfam afirmou que é necessário tomar medidas urgentes para frear o “crescimento da desigualdade”. A primeira delas deve ter como alvo a evasão fiscal praticada por grandes companhias.

O estudo foi divulgado um dia antes do aguardado discurso sobre o estado da União a ser proferido pelo presidente americano Barack Obama.

Espera-se que o mandatário da nação mais rica – e uma das mais desiguais – do planeta defenda aumento de impostos para os ricos com o objetivo de ajudar a classe média.

Quanto é preciso ter para estar entre o 1% mais rico do planeta?

Multimilionários representam 0,001% da sociedade mundial, segundo estudos

A carteirinha do clube que reúne a parcela mais rica do planeta custa US$ 798 mil (cerca de R$ 2,1 milhões), segundo um estudo da ONG britânica Oxfam. Esse é o patrimônio que um indivíduo precisa ter para fazer parte do 1% mais abastado da população mundial.

Aproximadamente 295 mil brasileiros já fazem parte desse grupo seleto, de acordo com dados de um outro estudo, do grupo financeiro Credit Suisse, divulgado no fim do ano passado.

Segundo a Oxfam, o 1% da população mundial será dono de mais de 50% das riquezas do planeta no ano de 2016.

Porém, na prática, fazer parte dessa camada não significa viver uma vida entre jatinhos e mansões em diversos continentes.

É que, embora o patrimônio de R$ 2,1 milhões seja inalcançável para a maioria dos habitantes do planeta, muitas pessoas que se consideram de classe média em diversos países atingem essa cifra de ativos devido ao preço dos imóveis que possuem.

Os “verdadeiros” multimilionários representariam apenas 0,001% da população mundial, segundo os estudos.

Extremos

O estudo “Global Wealth Databook”, do Credit Suisse, apontou que há cerca de 35 milhões de pessoas no planeta com patrimônios avaliados entre US$ 1 milhão (R$ 2,65 milhões) e US$ 50 milhões (R$ 132 milhões).

Cerca de 15 milhões delas vivem na América do Norte; 11,7 milhões, na Europa e 6,7 milhões, na Ásia.

Já a parcela dos multimilionários (donos de mais de US$ 50 milhões) engloba 128 mil pessoas ao redor do mundo. Na América Latina, o Brasil é o país com a maior quantidade desses indivíduos: aproximadamente 1.900.

No ápice da riqueza global estariam 92 pessoas com patrimônios superiores a US$ 1 bilhão (R$ 2,6 bilhões). Juntos, eles teriam mais dinheiro que a metade mais pobre da humanidade.

Segundo o estudo da Credit Suisse, a metade mais pobre da população têm patrimônio inferior a US$ 3.660 (cerca de R$ 9,6 mil) per capita.

“É incrível a quantidade de riqueza nas mãos de 0,001% (da população), por isso decidimos calcular o patrimônio desses multimilionários”, disse à BBC Mundo Nick Galasso, pesquisador da Oxfam América.

‘Aspirações’

Para o editor de economia da BBC, Robert Peston, o nível de desigualdade que essas cifras refletem “é preocupante, e não apenas para aqueles na base da pirâmide de riquezas”.

“Uma das razões de preocupação é que as pessoas pobres com aspirações de ascensão têm grandes incentivos para contrair níveis excessivos de dívidas para manter seus estilos de vida, o que aumenta a tendência da economia sofrer crises financeiras”, diz Peston.

“Outra razão é que, em conjunto, os pobres gastam mais que os ricos (porque um bilionário não costuma comprar mais que alguns iates, e boa parte de sua fortuna fica guardada). Assim, o crescimento ocorre de maneira mais rápida quando os recursos se distribuem de maneira mais igualitária”, segundo Peston.

Para a Oxfam, a atenção ao problema por parte dos dirigentes políticos mundiais está aumentando. Mas ainda não há soluções à vista.

“No último ano foram dadas muitas declarações de líderes mundiais como Barack Obama e Christine Lagarde, do Fundo Monetário Internacional, sobre o aumento da desigualdade. Mas não se viu muita ação e o problema está piorando”, disse Nick Galasso.

Fonte: BBC

Será que reduzir a maioridade penal para dezesseis anos no Brasil vai reduzir a violência?

14/06/2015

Supremo dará a palavra final sobre redução da maioridade penal aprovada na Câmara

Aprovação da idade criminal aos 16 anos poderá ser questionada pelo menos de três formas. OAB e PT já anunciam ações, e juristas avaliam que há brecha para a defesa do próprio infrator

Todos os caminhos até a aplicação da maioridade penal aos 16 anos, aprovada em 2/7/15 a toque de caixa pelo Câmara dos Deputados, em primeira votação – vão levar ao Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, anunciou  que vai propor uma ação na Corte para derrubar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, caso ela seja aprovada da mesma forma pelo Senado e promulgada. O Partido dos Trabalhadores (PT) também vai impetrar mandado de segurança contra a forma como a proposta foi aprovada. E ainda, mesmo se chegar a ser aplicada, a medida pode ser questionada por qualquer cidadão brasileiro, já que fica instituída, no país, uma “dupla maioridade penal”, dependendo do crime do qual o menor é acusado.

De acordo com o presidente da OAB, a PEC aprovada é inconstitucional, por alterar cláusula pétrea da Constituição, um direito que não pode ser modificado pelo Congresso. “A OAB reitera sua histórica posição sobre o tema, considerando um equívoco colocar mais alunos nas universidades do crime, que são os presídios do país”, afirmou. “Mais adequado é aumentar o rigor de sanção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aumentar o prazo de internação, ampliar o período diário de serviços comunitários para quem comete delitos, obrigar a frequência escolar e o pernoite em casa, além de investir na inclusão de todos”, defende Coêlho.

RECURSO ANUNCIADO
No dia anterior à aprovação, o presidente da OAB havia emitido nota, na qual já deixava clara sua intenção de recorrer ao Supremo, caso a PEC passasse. Coêlho declarou que qualquer alteração do conteúdo da Constituição seria “derrubada” pelos ministros da Corte, em questionamento a ser apresentado pela entidade.

O constitucionalista José Alfredo Baracho Júnior compartilha da opinião de Coêlho. Para ele, em seu artigo 60, a Constituição trata dos direitos individuais, e, é exatamente nesse ponto, que a PEC da Maioridade, aprovada nessa quinta-feira, fere uma cláusula pétrea. “Quando se reduz para 16 anos a idade de responsabilização criminal, está-se restringindo também um direito à liberdade, que é um direito fundamental”, explica.

Na madrugada dessa quinta-feira, 24 horas após o plenário rejeitar a PEC 171, uma nova versão da proposta foi apresentada e aprovada em primeiro turno por 323 votos a 155. O texto reduz a maioridade apenas no caso de crimes hediondos e contra a vida, como homicídios dolosos e lesão corporal seguida de morte.

NA PRÁTICA
Apesar de evitar falar em inconstitucionalidade, o procurador da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gilvan Alves Franco levanta outra questão para a aplicação da nova regra. “Ainda não existe uma doutrina consolidada sobre a inconstitucionalidade da PEC, mas, com certeza, a partir da promulgação dessa lei, passaremos a conviver com duas maioridades penais, que vão depender do crime cometido. Você não tem como criar menoridade relativa para o mesmo indivíduo”, defende. Para Alves Franco, não resta dúvida que, após a aplicação da regra, a própria defesa dos acusados vai questioná-la no Supremo.

Com o mesmo entendimento, o constitucionalista Ronaldo Garcia classificou como “inoportuna” e “equivocada” a aprovação da PEC da Maioridade. Ele diz que o texto aprovado traz um problema prático para sua aplicação em razão da duplicidade da idade penal. E explica: “Tomando um caso prático de um adolescente de 16 anos, acusado de homicídio doloso, que é preso em razão da nova regra. No entanto, durante a instrução do processo, o crime é desclassificado de doloso para culposo – que não está na lista dos crimes incluídos na redução penal –, o que fazer?”. Garcia não considera, porém, que a redução seja inconstitucional por ferir cláusula pétrea. Para ele, tema é tratado no capítulo da família, portanto, sujeito a alteração.

Nessa quinta-feira à noite, secretários de Justiça e de Direitos Humanos de 24 estados, reunidos em Brasília, lançaram manifesto contra a PEC. Fonte: EM

Duas visões: O Brasil deve reduzir a maioridade penal?

Tema divide especialistas, parlamentares e lideranças políticas

De volta aos holofotes com o início dos trabalhos de uma comissão especial na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, a proposta de emenda constitucional para reduzir a maioridade penal no Brasil ainda está longe de ser alvo de consenso no país.

Tramitando em regime de urgência no Congresso, a medida, que promete grandes impactos na legislação e na sociedade, divide especialistas, parlamentares e lideranças políticas.

A sessão da comissão especial foi interrompida por protestos contrários à proposta e adiada para quarta-feira que vem.

O parecer do relator da PEC 171/93, o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF), deverá pedir a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos de forma geral, cumprindo pena em locais separados dos presos comuns, além de orientar a realização de um referendo para consultar a população.

Bessa tem usado como argumento uma pesquisa do Datafolha de abril deste ano, que ouviu 2.834 pessoas em 171 municípios e concluiu que 87% dos brasileiros são a favor da redução.

Para ser aprovada, a proposta precisa ser colocada em votação pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vem se manifestando a favor da medida. Cunha já afirmou que pretende colocar o tema para votação em Plenário em 30 de junho.

Após votações em dois turnos tanto por deputados quanto por senadores, a PEC não precisa de sanção da presidente Dilma Rousseff, que tem se colocado abertamente contrária à alteração na Constituição.

Entre os especialistas, há divisão quanto à eficácia da medida para reduzir a criminalidade, os impactos da alteração em outras leis, como exploração de menores, além da compra de bebidas alcóolicas e o direito de dirigir.

Outros pontos polêmicos são o ingresso num sistema carcerário já superlotado, a possibilidade de contato com a “escola do crime” dentro dos presídios, questões sociais em torno da criminalidade infanto-juvenil e a necessidade de punição mais severa do que a prevista atualmente para crimes graves como latrocínio, homicídio e estupro.

A BBC Brasil ouviu especialistas com experiência na área do direito infanto-juvenil para discutir se o país deve ou não reduzir a maioridade penal. Veja seus principais argumentos:

A favor: ‘Adolescente infrator opta por ter arma na mão’

Para o promotor Thales Cesar de Oliveira, é importante reduzir a maioridade penal para coibir o crime, aumentando nos jovens o temor pela lei. Ele é promotor da Infância e Juventude do Ministério Público de São Paulo há 25 anos e desde 1990 atende uma média de 1,5 mil adolescentes infratores por ano.

“Todo adolescente tem plena consciência do que está fazendo. Ele sabe que furtar, roubar, estuprar e matar são crimes, e comete o ato infracional ciente de que está fazendo algo errado, mas ao mesmo tempo ciente da sua impunidade. Ao ser pego, emite aquela frase conhecida, ‘sou menor’, como um alerta, de que sabe que está protegido”, diz.

Para promotor favorável à medida, ‘é erro ver menor infrator como vítima’

“É um erro passar a mão na cabeça do adolescente infrator e vê-lo como vítima, como alguém que não teve outra opção por conta da pobreza ou da exposição ao tráfico, por exemplo. O adolescente infrator não é o que pede esmola no sinal, é o que opta por ter uma arma na mão. Claro que pais ausentes, periferia, favela, violência aumentam as chances, mas há os que optam pelo trabalho”, indica.

“Nos meus 25 anos no MP concluí que a grande maioria desses adolescentes tinha plena consciência ao fazer a coisa errada e muitos sabiam que nada aconteceria. Conto nos dedos quantos cometeram crimes por questões sociais, de sobrevivência. A mãe, do lado, sempre desmente. Diz que havia arroz e feijão na mesa, e que não permitia a entrada de nada roubado em casa. O crime acontece por opção mesmo e tem que ser punido”, avalia.

Quanto ao impacto futuro da PEC na redução da criminalidade e o argumento dos grupos contrários à medida – de que em vez de diminuir a maioridade penal o governo deveria investir mais em educação -, o promotor defende um “pacote de mudanças”.

“Espero que reduza (a maioridade), sim, mas aí tenho que concordar que são necessários investimentos em escola integral, desfavelização, educação como um todo, políticas públicas, sociais. Se o Brasil não fizer este pacote de mudanças, das quais a PEC é apenas uma, corremos o risco de, daqui a dez anos, estarmos discutindo a redução da maioridade para 14 anos”, adverte.

Oliveira rejeita um dos maiores argumentos contrários à PEC, de que o ingresso dos jovens no sistema carcerário significaria colocá-los em contato com a “escola do crime”, aumentando a criminalidade a longo prazo. Para ele, essa “escola” está “aqui fora, e não dentro das cadeias”.

Contra: ‘Ao sair da cadeia, jovem cometerá mais crimes graves’

O advogado Ariel de Castro Alves é especialista em Políticas de Segurança Pública pela PUC-SP, ex-conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e fundador de órgão semelhante na OAB nacional. Para ele, a resposta para a criminalidade infanto-juvenil e a violência no Brasil não passa pela redução da maioridade penal.

Protesto contra redução da maioridade penal na Câmara; para especialista, aprovação da medida seria um retrocesso

Entre os principais motivos estariam a incapacidade do sistema carcerário de receber esse novo contingente, além dos riscos de efeito reverso, por acreditar que a medida, a longo prazo, aumentaria a criminalidade ainda mais. Ele também argumenta que a alteração é inconstitucional.

“Por piores que sejam as condições, nas instituições de internação esses menores têm uma chance maior de recuperação. Nos presídios, superlotados e dominados pelo tráfico, essa possibilidade será muito menor. Além disso, a alteração deste artigo é inconstitucional, por tratar-se de cláusula pétrea, de direitos essenciais, e em caso de aprovação no Congresso, caberá ao Supremo Tribunal Federal julgar esse mérito”, diz.

Para o especialista, a aprovação da medida seria um retrocesso de forma generalizada.

“ONU, Unicef, ONGs internacionais de direitos humanos, Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, todos estes grupos já estão nos criticando. Será algo ruim para a imagem internacional do Brasil. É como se assinássemos um atestado de falência na educação e proteção dos nossos jovens, decidindo colocá-los em prisões”, avalia.

Questionado sobre o panorama de vulnerabilidade social, Alves diz que o ambiente externo tem grande influência sobre a trajetória desses jovens infratores.

“O crime inclui quando o Estado exclui. Sem escola, moradia adequada, segurança, sem curso profissionalizante, sem saúde, sem assistência social, em famílias desestruturadas e ameaçadas pelas drogas e o alcoolismo, o crime tem uma concorrência desleal ao que a vida oferece a esses adolescentes”, diz.

Neves acredita que, a longo prazo, os efeitos da potencial redução da maioridade penal seriam “perversos” para a sociedade brasileira. “Ao saírem das cadeias com maior intimidade com o mundo do crime, esses jovens cometerão mais homicídios, latrocínios, crimes graves. É um grande equívoco achar que estaremos controlando a criminalidade”, avalia.

Na contramão do Brasil, EUA reduzem punição a jovens infratores

Mudança nos EUA ocorreu após estudos mostrarem que prender menores de idade não tinha efeito considerável nos índices de criminalidade

Enquanto no Brasil o Congresso discute reduzir a maioridade penal, nos Estados Unidos o número de menores presos tem diminuído ano após ano, e o Judiciário e legisladores de vários Estados vêm criando restrições à punição de menores como se fossem adultos.

Segundo a ONG americana Campaign for Youth Justice, desde 2005, 29 Estados americanos e a capital Washington aprovaram leis que tornam mais difícil processar e punir adolescentes como se fossem maiores de idade.

Com isso, o número de jovens em prisões de adultos vem caindo em quase todos os Estados. Segundo o Council of State Governments Justice Center, outra ONG americana, o total de menores de 18 anos nessas penitenciárias baixou 65% entre 2007 e 2012.

A ONG estima que todos os anos 250 mil menores sejam julgados e punidos como adultos nos Estados Unidos. No país, que tem as maiores populações de jovens e adultos encarcerados do mundo, cada Estado tem relativa autonomia para definir sua legislação punitiva.

Em alguns locais e a depender da gravidade do crime, menores podem ser julgados e condenados como adultos, cumprindo pena em prisões regulares. Há casos de menores que foram condenados à prisão perpétua em penitenciárias estaduais quando tinham 12 ou 13 anos de idade.

No Brasil, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em discussão no Congresso prevê baixar de 18 para 16 anos a idade a partir da qual infratores passariam a ser julgados como adultos.

Nesta terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara avaliou que a proposta não fere a Constituição. Com isso, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criou uma comissão especial para discutir o conteúdo da matéria ao longo dos próximos meses. Só ao fim desse processo a proposta poderá ser posta em votação.

Prisões reduzem crimes?

“A redução massiva do envio de jovens para prisões de adultos ocorreu após estudos mostrarem que prender não tem um efeito considerável nos índices de crimes”, diz à BBC Brasil Mike Tapia, professor do Departamento de Justiça Criminal da Universidade do Texas e autor de um livro sobre o perfil dos jovens encarcerados nos Estados Unidos.

PEC em discussão no Congresso prevê baixar de 18 para 16 anos a idade a partir da qual infratores passariam a ser julgados como adultos

Para ele, a melhor prática para lidar com menores infratores é mantê-los em suas comunidades e famílias, “que são chave no processo de reabilitação”.

Fora das celas, diz ele, os jovens correm menos riscos de cometer novos crimes ao fim da pena e se livram dos abusos, da corrupção e da violência comuns a carceragens nos Estados Unidos.

As restrições à punição de jovens infratores nos Estados Unidos também se devem a decisões da Suprema Corte. Em 2005, os juízes proibiram condenar menores à prisão perpétua e, em 2010, a corte manteve a pena máxima apenas para jovens que tivessem cometido homicídio.

Agora os Estados discutem se a medida deve se aplicar a crimes cometidos antes da decisão. Estima-se que 2,5 mil presos nos Estados Unidos cumpram prisão perpétua por crimes cometidos enquanto eram menores.

Onda punitiva

O afrouxamento das punições a jovens nos Estados Unidos reverte uma tendência iniciada nos anos 1990, quando o aumento no índice de crimes cometidos por menores levou 47 dos 50 Estados americanos a ampliar as penas para esses atos.

Proposta sobre redução da maioridade poderá ser posta em votação apenas após uma comissão especial discutir o tema

O endurecimento das leis se embasou numa crença, amplamente difundida por pesquisadores e políticos da época, de que com o tempo os jovens americanos cometeriam cada vez mais crimes.

Mas não foi o que ocorreu. Em estudo publicado em 2013 pela Universidade de Ohio, os criminologistas Franklin E. Zimring e Stephen Rushin dizem que as taxas de homicídios cometidos por jovens americanos despencaram entre 1993 e 2010.

Uma corrente de pesquisadores avalia que a redução se deveu ao endurecimento das punições de jovens infratores. Para esses acadêmicos, as penas mais duras desencorajaram muitos crimes que teriam sido cometidos sem a mudança.

Mas os autores da pesquisa apontaram que, no mesmo período analisado, os índices de homicídios cometidos por jovens adultos americanos tiveram uma queda equivalente, sem que as punições para esse grupo tivessem aumentado significativamente.

Os autores concluíram que as leis mais rígidas tinham pouco efeito nos índices de crimes entre jovens e aconselharam os Estados a rever a prática de encarcerar menores infratores por prazos longos.

Crimes cometidos por jovens reacendem debate sobre redução da maioridade penal

Em meio ao contínuo envolvimento de menores em crimes no Rio de Janeiro, como arrastões e roubos, ainda não há consenso sobre a redução da maioridade penal, polêmica que já suscitou dezenas de projetos de lei no Congresso e que segue dividindo opiniões no país.

Tema de debate da última disputa presidencial, o assunto dividiu os candidatos da oposição, Aécio Neves (PSDB), que se colocou a favor de alterar a idade criminal, e a candidata reeleita, Dilma Rousseff (PT), contrária à medida.

O tema é recorrente e volta à mídia cada vez que um crime cometido por adolescente ganha destaque ou quando ocorrem ondas de criminalidade como a dos arrastões nas praias cariocas e as polêmicas medidas da polícia, que intercepta ônibus com jovens provenientes das periferias com destino à orla nos fins de semana.

Dados nacionais mostram uma elevação no índice de jovens internados por cometerem crimes. Levantamento da Secretaria de Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, aponta que o número de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas com restrição de liberdade subiu de 16.868, em 2008, para 20.532, em 2012.

Juristas e advogados ligados aos direitos das crianças e adolescentes têm, ao longo dos últimos anos, se mostrado contra alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado em 1990, que ratificou a maioridade penal de 18 anos estabelecida desde o Código Penal de 1940.

Por outro lado, outras correntes de juristas defendem que adolescentes menores de 18 anos deveriam sofrer punições maiores do que a atual pena máxima de três anos de internação em instituições de ressocialização.

O apoio à redução da idade criminal encontra ressonância entre autoridades de segurança pública, muitas das quais têm se mostrado a favor da medida como forma de lidar com a criminalidade.

Recentemente, o secretário de segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que “a idade e o período de detenção deveriam depender da gravidade do crime que o menor cometeu”. “(O jovem) precisa sofrer as agruras da lei em cima do que fez”, afirmou.

Em São Paulo, o novo delegado-geral da Polícia Civil, Youssef Abou Chanin, foi mais longe ao defender a medida quando assumiu o cargo, em janeiro deste ano. “Os menores hoje são 007, têm licença para matar. Por quê? Porque vão para a Fundação Casa, ficam presos um período e saem”, disse.

Contrário à alteração na lei, o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em Políticas de Segurança Pública pela PUC-SP, ex-conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e fundador de órgão semelhante na OAB nacional, diz que reduzir a maioridade penal é uma “ilusão”.

“Na prática essa alteração só formaria criminosos de forma cada vez mais precoce, dentro das cadeias. O crime só inclui quando o Estado exclui, quando o jovem procura escola, trabalho, estágio, e não consegue”, diz.

Mitos e escola integral

Consultados pela BBC Brasil, juristas que participaram de debates sobre a reforma do Código Penal, em 2012, analisaram o tema da criminalidade de menores e apresentaram argumentos contra e a favor da redução da maioridade penal.

Em São Paulo, os menores de 18 anos que cometem crimes vão para a Fundação Casa

Luiz Flávio Gomes, mestre em direito penal pela USP e ex-consultor da ONU, diz que há uma série de mitos em torno da concepção de que no Brasil o menor não é punido.

O jurista, que se diz contrário à redução da maioridade, relembra que o ECA prevê punições e medidas socioeducativas, com ou sem restrição da liberdade, para crianças a partir de 12 anos.

Ele admite, no entanto, que a pena máxima de três anos poderia ser revista, e elevada para até oito anos. “Como o ECA coloca três anos para tudo, acaba gerando uma injustiça. Eu não posso equiparar um roubo a um homicídio.”

Gomes diz acreditar no ajuste da pena máxima e investimentos em educação como as melhores opções. “Além da reforma do ECA e da adoção da escola integral em todo o país, não vejo outras soluções. Argumentar a favor da redução da maioridade, jogando adolescentes no sistema prisional já falido, é parte de estratégias eleitoreiras e ideológicas, que se valem do medo e do pânico da população”, disse.

Punição e flexibilidade

Do outro lado do debate, o desembargador José Muiños Piñeiro Filho, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, defende a redução da maioridade penal para 16 anos.

“É algo que tem ser discutido, sim. Num momento em que muitos jovens estão cometendo crimes violentos, tráfico, roubos, latrocínios, este debate se faz pertinente. E não se pode esquecer que há muitos detalhes a serem decididos”, diz.

Piñeiro Filho sugere, por exemplo, que, no caso da redução da maioridade penal para 16 anos, os condenados menores de 21 anos cumpram pena em presídios separados dos maiores de 21 anos.

Ao avaliar o momento atual, o jurista Ariel de Castro Alves diz que existe um clamor nacional em torno do assunto, e que a tendência é que o debate só aumente. Ele acredita, no entanto, que apesar dos problemas no sistema atual, as instituições ainda funcionam melhor do que os presídios, e que a maioridade penal deve ser mantida em 18 anos.

“Antes de tentar mudar o ECA ou suprimir direitos, é necessário garanti-los. É necessário reconhecer que o Brasil precisa ter políticas sociais, políticas afirmativas, bolsas de estudo, e que é preciso oferecer possibilidades para que os jovens não sejam alvo fácil do mundo do crime”, diz.

 Fonte: BBC

ESPECIAL TERRA2012: um mundo SEM água – parte 1

02/11/2014

Nível do sistema Cantareira sobe de 9,5% para 10% em 20/2/15

Apesar das altas, represas ainda não recuperaram nem o 2º volume morto.
Outros quatro mananciais que atendem a Grande SP também subiram.

cantareira 20 (Foto: Editoria de arte/G1)

O nível do sistema Cantareira manteve a sequência de altas de fevereiro e subiu pela 15ª vez seguida, passando de 9,5% para 10,0%, segundo a Sabesp. O número é o dobro do registrado no dia 1º, quando os reservatórios estavam em 5%, mas não cobre nem a segunda cota do volume morto, que acrescentou 10,7 pontos percentuais ao sistema em outubro passado.

O reservatório, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, têm recebido chuvas constantes e já superou a média histórica do mês em 33,8%. No entanto, o risco de racionamento não está descartado e consumidores enfrentam a redução de pressão nas torneiras realizada pela Sabesp.

Segundo a companhia, quando o Cantareira atingir 10,7%, numericamente o sistema terá recuperado a segunda cota e entrará no primeiro volume morto, que vai até 18,5% do nível total. “Isto quer dizer que quando o sistema chegar 29,2% voltará ao volume útil (10,7% + 18,5%)”, informou a Sabesp em nota.

Outros sistemas
Os demais mananciais que atendem a Grande São paulo subiram. Apenas o Rio Grande manteve-se no mesmo nível da quinta-feira (19). O Alto Tietê, o mais crítico depois do Cantareira, manteve o ritmo de alta e chegou a 17,8%.

Carcaça de veículo é vista na represa do Atibainha, em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, nesta quarta-feira. O reservatório integra o Sistema Cantareira, que abastece mais de 6 milhões de pessoas na Grande São Paulo (Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo)Imagem rgistrada na quarta (18). (Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo)
Sistema Cantareira pode secar em julho se chuvas se mantiverem abaixo da média, segundo Cemaden (Foto: Andre Penner/AP)Imagem feita em dezembro de 2014. (Foto: Andre Penner/AP)

As chuvas de fevereiro já superaram em 30,6% o previsto para todo o mês, mas a situação ainda é crítica e o racionamento não está descartado pelo governo. Apesar das recentes altas, o manancial ainda não recuperou nem o segundo volume morto, captado a partir de outubro, que representa 10,7% da capacidade do sistema.

Segundo a Sabesp, quando o Cantareira atingir 10,7%, numericamente o sistema terá recuperado a segunda cota e entrará no primeiro volume morto, que vai até 18,5% do nível total. “Isto quer dizer que quando o sistema chegar 29,2% voltará ao volume útil (10,7% + 18,5%)”, informou a Sabesp em nota.

Aumento nos sistemas
Os demais sistemas também voltaram a apresentar alta, e o mais crítico deles, o Alto Tietê, segundo maior em capacidade de armazenamento, subiu de 16,3% para 17,2%.

A alta verificada no Cantareira é a 16ª alta de fevereiro e a 14ª consecutiva. O aumento do nível desde o começo do mês é de 4,5 pontos percentuais. As represas voltaram ao patamar do dia 23 de novembro de 2014, quando já era captada água do segundo volume morto.

Há exatamente um ano, o sistema tinha 18,2% do seu volume regular. À época nenhuma parte dos volumes mortos havia sido captada.

Imagem da represa reserva Jaguari- Jacareí, na cidade de Piracaia, no interior de São Paulo, onde o índice que mede o volume de água armazenado no Sistema Cantareira voltou a registrar uma leve alta, nesta quinta-feira (19). Segundo a Sabesp, o volume arm (Foto: Luís Moura/Estadão Conteúdo)Represa Jaguari- Jacareí, na cidade de Piracaia, nesta quinta. (Foto: Luís Moura/Estadão Conteúdo)

Multa
A Sabesp começou a entregar neste mês contas de água com multa para quem excedeu a média do consumo. A sobretaxa na conta foi autorizada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) e a multa varia entre 40% e 100% para quem consumir mais água neste ano no comparativo entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014.

A multa foi de 40% para quem consumiu até 20% a mais do que a média do período anterior e a taxa foi de 100% para quem utilizou mais que 20%. A medida é válida somente na parte do gasto de água encanada, que representa metade do valor da conta. Os outros 50% são referentes ao serviço de coleta de esgoto.

 

Vista aérea da represa de Jaguari, parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)Vista aérea da represa de Jaguari, parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)

 
FALTA D’ÁGUA EM SP
Seca afeta abastecimento

Previsão de chuvas
As precipitações devem ficar abaixo da média pelo menos até abril. É o que prevê o Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério de Ciência e Tecnologia. O resultado foi divulgado em 16 de janeiro, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.

Junto com o ano de 2014, terminou também o melhor mês do Cantareira no ano. Em dezembro, o nível do sistema baixou 1,5 ponto percentual. Foi o menor índice de queda mensal no ano. A maior baixa foi em fevereiro, quando o volume acumulado recuou 5,5 pontos percentuais.

Dezembro também foi o melhor mês em número de dias sem queda no nível do reservatório. Foram 11: em 8 deles o nível se estabilizou, e em outros 3 ele chegou a subir. Foi a única vez no ano em que o nível aumentou três vezes seguidas, dos dias 24 a 26. Nesse sentido, os piores meses foram junho, julho, agosto e outubro, quando o nível caiu todos os dias.

O Cantareira terminou 2014 sem recuperar 492 bilhões de litros de água perdidos durante os 12 meses. O ano começou com o nível do reservatório em 27,2% e terminou com 7,2%.

Porém, com a utilização das duas cotas do volume morto (a primeira elevou o manancial em 18,5 pontos percentuais e a segunda em 10,7 pontos percentuais) é como se os reservatórios tivessem iniciado 2014 com um volume acumulado de 56,4%.

Assim, a queda foi 49,2% durante o ano. O número representa 492 bilhões de litros. De acordo com estimativas da Sabesp, o reservatório tem capacidade de armazenar 1 trilhão de litros, quando está com 100% do seu nível.

Multa
Depois de ser barrada na Justiça no dia 13, a sobretaxa na conta de água para quem aumentar o consumo voltou a valer no dia 14, após o governo vencer recurso contra a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

A partir da conta de fevereiro, serão cobrados 40% de multa para quem consumir até 20% a mais do que a média entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. Quem ultrapassar 20% dessa média será multado em 100% sobre o gasto com água, que representa metade da conta. Os outros 50% são referentes ao serviço de coleta de esgoto.

Com a medida, a multa será aplicada da seguinte maneira: um consumidor que, em média, gasta 10 m³ de água receberá conta 20% mais cara se utilizar entre 10,1 m³ e 12 m³ em um mês. Caso gaste acima de 12,1 m³, irá pagar 50% a mais. O consumidor que elevar o gasto passará a ser cobrado na conta de fevereiro.

Bônus
Entre fevereiro e outubro do ano passado, a companhia concedeu bônus de 30% na conta de clientes que economizassem 20% ou mais de água em relação à média de consumo entre dos 12 meses que vão de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.

A medida foi adotada para estimular a redução no consumo. Desde novembro, o desconto gradual passou a ser dado para os imóveis que reduzirem o consumo entre 10% e 20%. O desconto foi prorrogado até o fim de 2015.

O percentual será calculado com base na média de fevereiro de 2013 até janeiro de 2014. A média já aparece na conta dos consumidores. A meta do governo é reduzir 2,5 metros cúbicos por segundo de consumo

Fonte: G1

Rodízio de 4 dias sem água e 2 com é o mais provável para São Paulo 

Um rodízio de 4 por 2 (quatro dias sem água e dois com) é a saída mais provável que está sendo estudada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para tentar evitar o colapso completo do Sistema Cantareira.

Técnicos do governo Geraldo Alckmin (PSDB) defendem que a medida seja adotada na Grande São Paulo já a partir de março, caso a seca no maior manancial paulista continue crítica no próximo mês. Oficialmente, a Sabesp afirma que não há nenhuma definição sobre rodízio.

Segundo o Estado apurou, o rodízio de 5 por 2 cogitado nesta semana pelo diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, é considerado “inviável” dentro da própria companhia do ponto de vista operacional.

A medida poderia deixar moradores de bairros mais altos continuamente sem água, conforme explica Jorge Giroldo, especialista em engenharia hidráulica e professor da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

“Vão parar de receber água automaticamente, assim que a pressão começar a ser reduzida. Os bairros de baixo, não. Vão continuar recebendo a água enquanto houver pressão, já que a água vai continuar descendo até acabar. Quando liberarem a água, vai encher as partes mais baixas da cidade para depois subir.”

As declarações feitas por Massato, ao lado de Alckmin durante um evento na Grande São Paulo, na terça-feira, teriam, segundo pessoas ligadas à companhia, o objetivo de chocar a população com o cenário mais pessimista e reduzir os danos para a provável implementação de um rodízio severo, porém, “menos drástico”.

Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo” apurou, a possibilidade de se adotar um rodízio 3 por 1 (três dias sem água e um com) está praticamente descartada pela companhia, uma vez que a economia que seria obtida com a medida equivale aos cerca de 8 mil litros por segundo que a Sabesp já poupa com a redução da pressão na rede, a ação mais eficiente no enfrentamento da crise, mas que tem deixado moradores da Grande São Paulo mais de 18 horas sem água.

De acordo com o secretário paulista de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, o início do rodízio dependerá do volume de chuvas no mês de fevereiro na região dos reservatórios do Cantareira.

Neste mês, a quantidade de água que tem entrado no manancial (vazão afluente) corresponde a apenas 13,1% da média histórica mensal desde 1930 e está 42% pior do que janeiro de 2014, que havia batido o recorde de estiagem do manancial.

Se fevereiro deste ano for igual ou pior do que o do ano passado, quando a vazão afluente ficou 87% abaixo da média mensal, o colapso do Cantareira seria iminente e só poderia ser evitado ou adiado com a adoção de “rodízio drástico”, no qual a Sabesp deve reduzir para ao menos 10 mil litros por segundo o volume de água retirado das represas, ante os atuais 14,6 mil litros por segundo.

Neste cenário, técnicos do governo defendem que o rodízio já seja adotado em março, o último mês do período chuvoso. O objetivo seria fazer o nível do Cantareira voltar a subir, evitando, assim, o uso de uma terceira cota de 41 bilhões de litros do volume morto do sistema, e estocando o máximo possível de água para atravessar a estiagem, até outubro.

A projeção, contudo, enfrenta resistência no núcleo político do governo, que teme desgaste à imagem de Alckmin. Em 2014, o governador repetiu em inúmeros eventos que o abastecimento de água da Grande São Paulo estava garantido até março de 2015. Neste cenário, se as chuvas não vierem, o rodízio seria adotado a partir de abril.

Ontem, o Estado revelou que o rodízio de dois dias com água e um dia sem proposto há um ano pela Sabesp e vetado pelo governo teria resultado em uma economia de 120 bilhões de litros em 2014, ou 4,2 mil litros por segundo. De acordo com a Sabesp, a economia alcançada com a redução da pressão e com o bônus aos consumidores foi maior no período.

Em nota, a Sabesp informou ontem que não há definição nem se haverá racionamento de água e uma “eventual decisão sobre o tema será comunicada de maneira transparente e com a devida antecedência” à população. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Escolas fechadas, caminhões-pipa e conflitos: como será São Paulo sem água?

Futuro rodízio pode revelar efeitos permanentes da crise hídrica na capital e região metropolitana. Sem orientações do governo, população não sabe combater a falta de água

Com as chuvas abaixo da média em São Paulo, o Cantareira pode secar nos próximos meses. No pior cenário, seca em março. A trágica previsão do presidente da Sabesp preocupou a população que – ao contrário dos bairros mais pobres – ainda não sentiu os efeitos da crise hídrica. Agora, eles se perguntam: Como viver em São Paulo sem água?

Ainda é difícil definir os impactos sociais e econômicos dessa crise sem precedentes. No entanto, algumas consequências do total desabastecimento são previsíveis, como fechamento de escolas e suspensão das aulas, tráfego intenso de caminhões-pipa para atendimentos emergenciais, escritórios abandonados e até violência entre vizinhos na disputa pela água potável, por exemplo.

Vaca caminha pela Represa Jacareí, no dia 29 de janeiro: normalmente ali teria água. Foto: Futura Press
Situação calamitosa da Represa Jacareí, parte do Sistema Cantareira, no dia 29 de janeiro. Foto: Futura Press
Carro no meio na Atibainha devido ao baixo nível da represa: cenário desolador. Foto: Futura Press
Pedalinhos inutilizados na Represa Atibainha, parte do Cantareira, em janeiro. Foto: Futura Press
Represa Atibainha, em janeiro de 2015. Foto: Futura Press
Lixo surge na Represa de Atibainha, em janeiro. Foto: Futura Press
Em protesto contra a falta de água, governador Geraldo Alckmin é ironizado por manifestantes (26/01/2015). Foto: AP Photo
Em São Paulo, moradores organizaram uma passeata contra a falta de água. Foto: AP Photo
Moradores protestam contra a falta de água em São Paulo (26/01/2015). Foto: AP Photo
Protesto 'Banho Coletivo na casa do Alckmin', na manhã desta segunda-feira (23), em frente ao Palácio dos Bandeirantes. Foto: Futura Press
Falta de água em São Paulo se agrava e motiva protestos . Foto: AP Photo
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em setembro; veja mais imagens da situação dos reservatórios do Sistema Cantareira. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em foto de setembro. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Represa do Jaguari, na cidade de Vargem, em foto de setembro. Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
Obras do Sistema Cantareira no segundo volume morto. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
 Seca no reservatório do Rio Jacareí, em Joanópolis, São Paulo. Foto: Futura Press
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis
Sistema Cantareira tem o menor nível em duas décadas. Foto: Patricia Stavis

Com o rodízio de abastecimento em cinco dias da semana, que não tem data para ser oficialmente implantado segundo o governador Geraldo Alckmin, creches e escolas seriam as primeiras a sentir os efeitos permanentes da crise. Com reservatórios vazios, elas dispensariam alunos e antecipariam as férias escolares. A possibilidade já é discutida nos bastidores. Segundo a coluna de Sonia Racy, no jornal O Estado de São Paulo, o governador já estuda antecipar o período de junho para maio para diminuir o consumo de água. Isso afetaria diretamente a rotina familiar.

“É bem provável a suspensão do semestre letivo até a volta das chuvas. As crianças deixariam a escola sem data para voltar. Vamos ter um impacto na organização familiar”, explica o físico Delcio Rodrigues, especialista em mudanças climáticas e conselheiro do Vitae Civilis. O segundo impacto, segundo ele, ocorreria nos escritórios sediados em prédios que não contam com grandes reservatórios de água.

No primeiro momento, sem água potável para consumo, empresas dariam férias coletivas aos trabalhadores. Pequenos comércios, como padarias, restaurantes, bares e até salões de cabeleireiros, por exemplo, também fechariam as portas. “Funcionários terão férias coletivas, mas se a situação não se normalizar, vão começar as demissões”, sugere Rodrigues, que não descarta também a saída de grandes companhias da capital. “A soma de tudo isso gera um impacto significativo no emprego. Não temos experiência história para dimensionar os prejuízos”, defende.

O anúncio do possível rodízio reforçou a ineficiência do Estado, critica o especialista. Quando a torneira secar por uma semana, as pessoas deixarão suas casas em busca de água para tomar banho, cozinhar e realizar as necessidades básicas. “Vimos isso na cidade de Itu há pouco tempo. As pessoas vão apelar para a violência. Esse individualismo pode gerar muito conflito social”. Para evitar o “salva-se quem puder”, o governo deve apresentar um plano de emergência e definir locais e horários para a distribuição de água potável. “Quanto mais em cima da hora, vamos ter mais conflito e pânico. A população tem que se armar com o coletivismo porque o governo não dá a resposta necessária”, conclui.

Antônio Carlos Zuffo, geógrafo e chefe do Departamento de Recursos Hídricos da Unicamp, cita que com o fim do Cantareira, São Paulo ficará completamente dependente da vazão natural dos rios. A terceira cota do volume morto duraria no máximo 40 dias, considerando a taxa de consumo atual. Para amenizar “o clima de guerra”, ele sugere o abastecimento temporário com a água da represa Billings, hoje poluída após décadas recebendo esgoto dos rios Pinheiros e Tietê.

“O governo poderia fazer uma desinfeção e colocar água bruta na rede. Eu preferia receber em casa uma água assim para dar descarga e até lavar roupa. É um abastecimento precário, mas pelo menos não ficaríamos totalmente sem água”, diz ele. Desinfetada, a água bruta chegaria aos lares com cor amarelada e forte cheiro, portanto, não potável.

Se ignorar a água da Billings, São Paulo será tomada pelo tráfego de centenas de caminhões-pipa. E o número de condomínios e hospitais na cidades colocaria em prova a atual frota desses veículos. “A minha obrigação é avisar a população da gravidade da situação. E o Estado não está fazendo isso”, explica Zuffo. Ele cita que outros países apresentam gestões de sucesso diante da crise, com decisões descentralizadas e participativas. “Nós estamos indo na contra-mão do sucesso e indo direto ao fracasso. As decisões estão vindo de cima para baixo e são políticas, não técnicas”.

Desespero por informações

A estimativa de seca do Cantareira movimentou a agenda popular. Coletivos sociais realizaram pelo menos três debates na última semana sobre como lidar com a crise. Os bairros Pompeia e Pinheiros receberam os primeiros encontros. O grupo Casa de Lua reuniu ao menos 40 pessoas, todos de classe média-alta, para propor soluções práticas de sobrevivência com a ajuda de três ambientalistas e ativistas. O evento durou duas horas e meia. Todos deixaram o local assustados, questionando ainda como deveriam captar água de chuva e economizar.

“São pessoas extremamente cultas, mas que não têm ideia do que fazer. A população ficou muito tempo em estado de negação. Estamos super atrasados. Talvez, a fase de propostas comece tarde demais”, disse uma das organizadoras do evento, ressaltando que “o encontro foi marcado pela urgência das nossas angústias”.

A estudante Camila Pavanelli, de 32 anos, busca entender a situação desde outubro do ano passado. O grande número de reportagens publicadas e informações soltas da Sabesp fez com que ela criasse o tumblr Boletim da Falta d’Água em SP. Sua tarefa é reunir semanalmente diversas publicações para traduzir a crise aos seus leitores.

“Minha tentativa foi um encontrar um jeito didático para explicar o que está acontecendo”. Ela está frustrada, porém, por competir com boatos e teorias da conspiração que circulam na internet. “Existe uma demanda enorme da não informação. As pessoas ainda não querem saber que água pode e vai acabar”.

A ambientalista Claudia Visoni, líder do movimento Cisterna Já, percebeu que a urgência por informações cresceu nas últimas duas semanas. O grupo divulga o know-how para a captação e aproveitamento de água da chuva, que pode suprir até 50% do consumo de uma residência. “Falamos sobre isso desde o ano passado, mas parece que a sociedade não levou muito a sério. A Copa do Mundo e Eleições desviaram o foco”.

A população, segundo Cláudia, deveria se preparar com um plano de contingência de curto prazo. “Tem coisas, como a cisterna, que a gente consegue fazer no nível individual. Mas a sociedade precisa se reorganizar e buscar informações. Mas ainda precisamos de mais informações e transparência. O governo deve isso para a sociedade.”

Hidrômetros individuais

Presidente da Metal Sinter, que cria soluções para economia de água, Sérgio Cintra também viu sua demanda disparar nos últimos 15 dias. Só agora, com as torneiras secas, alguns condomínios residenciais o têm procurado. “Com a redução da pressão [feita pela Sabesp], alguns andares mais altos não estavam recebendo água. Então a gente começou a receber demanda para tratamento de água de efluentes, captação de água da chuva”, conta. “Agora a população está em pânico. E vai faltar água mesmo. Vamos ter um clima de guerra, um Mad Max, vizinho roubando água de vizinho.”

O empresário diz que, na maioria dos casos, os condomínios sequer possuem medidores (hidrômetros) para cada residência – a individualização reduz em até 35% os gastos com a conta  de água, segundo o Secovi, o sindicato do mercado imobiliário. A captação de água de chuvas oferecida pela Metal Sinter permite uma economia de 30%. A empresa desenvolveu e patenteou, também, uma alternativa mais barata. “O consumidor que tem piscina a utiliza como um volume morto”, conta Cintra. “Há uma estação [de tratamento] que está lá, puxa a água da piscina e manda para a caixa d’água.”

A Metal Sinter também criou um sistema que permite economia de até 90% da água na lavagem de carros, mas só em novembro do ano passado o sindicato de postos de combustíveis do Estado decidiu firmar um acordo com a empresa para ajudar os filiados a implementá-lo.

Para Cintra, o governo Alckmin é o responsável pela lentidão da população em adotar medidas de redução de consumo. “Todos foram iludidos pelo governo estadual, que se comprometeu a não [deixar] faltar água e ficou rezando para São Pedro sem ter um plano B”, afirma o empresário. “Houve uma corrida recente [em busca de soluções de economia] porque todo mundo acreditou no que se falava. O governo estadual foi inapto, não foi honesto e sincero, não foi profissional”, conclui.

*com Vitor Sorano, iG São Paulo

 

 

 

 

 

POR GABRIEL KOGAN

1- “Não choveu e por isso está faltando água”. Essa conclusão é cientificamente problemática. Existem períodos chuvosos e de estiagem, descritos estatisticamente. É natural que isso ocorra. A base de dados de São Paulo possibilita análises precisas desde o século XIX e projeções anteriores a partir de cálculos matemáticos. Um sistema de abastecimento eficiente precisa ser projetado seguindo essas previsões (ex: estiagens que ocorram a cada cem anos).

2- “É por causa do aquecimento global”. Existem poucos estudos verdadeiramente confiáveis em São Paulo. De qualquer forma, o problema aqui parece ser de escala de grandeza. A não ser que estejamos realmente vivendo uma catástrofe global repentina (que não parece ser o caso esse ano), a mudança nos padrões de chuva não atingem porcentagens tão grandes capazes de secar vários reservatórios de um ano para o outro. Mais estudadas são as mudanças climáticas locais por causa de ocupação urbana desordenada. Isso é concreto e pode trazer mudanças radicais. Aqui o problema é outro: as represas do sistema Cantareira estão longe demais do núcleo urbano adensado de SP para sentir efeitos como de ilha de calor. A escala do território é muito maior.

3- “Não choveu nas Represas”. Isso é uma simplificação grosseira. O volume do reservatório depende de vários fluxos, incluindo a chuva sobre o espelho d’água das represas. A chuva em regiões de cabeceira, por exemplo, pode recarregar o lençol freático e assim aumentar o volume de água dos rios. O processo é muito mais complexo.

4- “As próximas chuvas farão que o sistema volte ao normal”. Isso já é mais difícil de prever, mas tudo indica que a recuperação pode levar décadas. Como sabemos, quando o fundo do lago fica exposto (e seco), ele se torna permeável. Assim a água que voltar atingir esses lugares percola (infiltra) para o lençol freático, antes de criar uma camada impermeável. Se eu fosse usar minha intuição e conhecimento, diria que São Paulo tem duas opções a curto-médio prazo: (a) usar fontes alternativas de abastecimento antes que possa voltar a contar com as represas; (b) ter uma redução drástica em sua economia para que haja diminuição de consumo (há relação direta entre movimento econômico e consumo de água).

5- “Não existe outras fontes de abastecimento que não as represas atuais”. Essa afirmação é duplamente mentirosa. Primeiro porque sempre se pode construir represas em lugares mais e mais distantes (sobretudo em um país com esse recurso abundante como o Brasil) e transportar a água por bombeamento. O problema parece ser de ordem econômica já como o custo da água bombeada de longe sairia muito caro. Outra mentira é que não podemos usar água subterrânea. Não consigo entender o impedimento técnico disso. O Estado de São Paulo tem ampla reserva de água subterrânea (como o chamado aquífero Guarani), de onde é possível tirar água, sobretudo em momentos de crise. Novamente, o problema é custo de trazer essa água de longe que afetaria os lucros da Sabesp.

6- “O aquífero Guaraní é um reservatório subterrâneo”. A ideia de que o aquífero é um bolsão d’água, como um vazio preenchido pelo líquido, é ridiculamente equivocada. Não existe bolsão, em nenhum lugar no mundo. O aquífero é simplesmente água subterrânea diluída no solo. O aquífero Guaraní, nem é mesmo um só, mas descontínuo. Como uma camada profunda do lençol freático. Em todo caso, países como a Holanda acham o uso dessas águas tão bom que parte da produção superficial (reservatórios etc) é reinserida no solo e retirada novamente (!). Isso porque as propriedades químicas do líquido são, potencialmente, excelentes.

7- “Precisamos economizar água”. Outra simplificação. Os grandes consumidores (indústrias ou grandes estabelecimentos, por exemplo) e a perda de água por falta de manutenção do sistema representam os maiores gastos. Infelizmente os números oficiais parecem camuflados. A seguinte conta nunca fecha: consumo total = esgoto total + perda + água gasta em irrigação. Estima-se que as perdas estejam entre 30% e 40%. Ou seja, essa quantidade vaza na tubulação antes de atingir os consumidores. Água tratada e perdida. Para usar novamente o exemplo Holandês (que estudei), lá essas perdas são virtualmente 0%. Os índices elevados não são normais e são resultados de décadas de maximização de lucros da Sabesp ao custo de uma manutenção precária da rede.

8- “Não há racionamento”. O governo está fazendo a mídia e a população de boba. Em lugares pobres o racionamento já acontece há meses, dia sim, dia não (ou mesmo todo dia). É interessante notar que, historicamente, as populações pobres são as que sempre sentem mais esses efeitos (cito, por exemplo, as constantes interrupções no fornecimento de água no começo do século XX nos bairros operários das várzeas, como o Pari). A história se repete.

9- “É necessário implantar o racionamento”. Essa afirmação é bem perigosa porque coloca vidas em risco. Já como praticamente todas as construções na cidade têm grandes caixas d’água, o racionamento apenas ataca o problema das perdas da rede (vazamentos). É tudo que a Sabesp quer: em momentos de crise fazer racionamento e reduzir as perdas; sem diminuição de consumo, sem aumentar o controle de vazamentos. O custo disso? A saúde pública. A mesma trinca por onde a água vaza, se não houver pressão dentro do cano, se transformará em um ponto de entrada de poluentes do lençol freático nojento da cidade. Estaremos bebendo, sem saber água poluída, porque a poluição entrou pela rede urbana. Por isso que agências de saúde internacionais exigem pressão mínima dentro dos canos de abastecimento.

10- “Precisamos confiar na Sabesp nesse momento”. A Sabesp é gerida para maximizar lucros dos acionistas. Não está preocupada, em essência, em entregar um serviço de qualidade (exemplos são vários: a negligência no saneamento que polui o Rio Tietê, o uso de tecnologia obsoleta de tratamento de água com doses cavalares de cloro e, além, da crise no abastecimento decorrente dos pequenos investimentos no aumento do sistema de captação). A Sabesp é apenas herdeira de um sistema que já teve várias outras concessionárias: Cantareira Águas e Esgotos, RAE, SAEC etc. A empresa tem hoje uma concessão de abastecimento e saneamento. Acredito que é o momento de discutir a cassação dessa outorga, uma vez que as obrigações não foram cumpridas. Além, é claro, de uma nova administração no Governo do Estado, ao menos preocupada em entregar serviços público e não lucros para meia dúzia apenas.

Enfim, se eu pudesse resumir minhas conclusões: a crise no abastecimento não é natural, mas sim resultado de uma gestão voltada para a maximização de lucros da concessionária e de um Governo incompetente. Simples assim, ou talvez, infelizmente, nem tanto.

Fonte: Portal Vermelho e IG

O BRASIL NÃO É UMA PAÍS DIVIDIDO

02/11/2014

A eleição presidencial mais parelha dos 125 anos de República deixa o país dividido entre os que produzem e pagam impostos e os beneficiários de programas sociais. O desenho esboçado no primeiro turno, com a divisão do país em dois grandes blocos, recebeu traços mais fortes: grosso modo, o Norte-Nordeste perfilado ao PT, o Sudeste-Sul-Centro/Oeste com a oposição. Fica evidente que o país que produz e paga impostos _ pesados, ressalte-se _ deseja o PT longe do Planalto, enquanto aquele Brasil cuja população se beneficia dos lautos programas sociais _ não só o Bolsa Família _ financiados pelos impostos, não quer mudanças em Brasília, por razões óbvias”.

Engana-se quem atribuir a análise acima ao sociólogo Fernando Henrique Cardoso, na mesma linha da que o ex-presidente já havia feito ao final do primeiro turno das eleições presidenciais.

Desta vez, o pensamento único dos que dividem o Brasil entre quem produz e os vagabundos que vivem de bolsas está no editorial do jornal carioca O Globo, sob o título “A Mensagem das Urnas”, publicado em sua edição desta terça-feira _ de resto, é o que está na raiz das manifestações racistas e preconceituosas contra os nordestinos que invadiram as redes sociais desde que foi anunciada a vitória de Dilma Rousseff na noite de domingo.

Grosso modo, como diria o jornal, os números finais divulgados pelo TSE desmentem esta teoria. Vamos a eles.

Quem assegurou a vitória do PT foram exatamente os eleitores do Sul e Sudeste, que deram 26,6 milhões dos votos totais obtidos por Dilma, ou seja, mais de 2 milhões de votos a mais do que os obtidos por ela no Norte e Nordeste, com 24,5 milhões de votos.

Ao contrário do que afirmam o editorial de “O Globo” e dez entre dez analistas da grande mídia, isto significa que Dilma recolheu 48,8% dos seus 54,5 milhões de votos na chamada região “rica e produtiva” do Sul e Sudeste, e 45% vieram do “pobre e dependente” eleitorado do Norte e Nordeste.

Quem diz e escreve o contrário, como se fosse a verdade absoluta das coisas, é porque não conhece o Brasil e se baseia nos mapas eleitorais produzidos nas eleições americanas, em que o candidato leva todos os votos dos delegados de Estados onde venceu as eleições.

Aqui não é assim. Nos mapas publicados pela imprensa brasileira, o Rio Grande do Sul, por exemplo, onde Aécio Neves venceu, aparece em azul, mas lá Dilma conseguiu 46,47% dos votos, quer dizer, quase a metade. No Rio de Janeiro, que aparece em vermelho no mapa, aconteceu o contrário: Dilma venceu, mas Aécio teve 45,06% dos votos.

Se prestassem mais atenção nos números do TSE, editorialistas, sociólogos e analistas perceberiam que não é o país que está dividido ao meio, geográfica e socialmente, mas apenas os votos dos partidos, que se espalharam por todos os Estados, com predominância de um ou outro candidato, dando na soma final a vitória a Dilma por uma diferença de apenas 3 milhões de votos.

Assim, não se pode afirmar que quem derrotou o candidato tucano foi o Nordeste, onde o PSDB sempre foi muito fraco e o PT é hegemônico. Mais justo seria buscar as razões da derrota de Aécio em Minas Gerais, Estado por ele governado durante oito anos, que agora aparece em vermelho no mapa. Era de lá que o PSDB planejava sair com uma vantagem de três milhões de votos, exatamente o que lhe faltou para vencer as eleições. E lá Aécio acabou ficando com 548 mil votos a menos do que Dilma. “Nem na pior projeção pensamos nesse resultado, após o Aécio sair do governo com 92% de aprovação”, lamentou-se Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro.

Não é justo, portanto, colocar a culpa nos nordestinos.

Fonte: R7

Resultado por regiões mostra bem o retrato de um país dividido. Só que é preciso ter cuidado com essa expressão de “país dividido”, porque o que anda por aí é pior que o ebola, é um vírus que pode desestruturar a nação, dividindo o país em Norte/Nordeste versus Sul/Sudeste, pobres versus ricos, negros versus brancos, divisões até sobre preferências sexuais. Bons tempos aqueles em que todos éramos brasileiros.

A presidente, que falou ontem de união, pode ajudar a acabar com essas secessões na nação brasileira. Enfim, as preferências eleitorais guardam a relação com as características das regiões, com suas economias, suas culturas, seus graus de dependência de governos. Isso tudo age na cabeça do eleitor.

A oposição cresceu de 2010 para 2014. A presidente Dilma venceu em 2010 no Rio Grande do Sul. Agora, não venceu no Rio Grande do Sul. Venceu em Goiás. Agora, não venceu em Goiás.

Enfim, mudanças que mostram, por exemplo, o grande reduto do candidato Aécio em São Paulo. Mas o estado natal dos dois candidatos à Presidência, Minas Gerais, que é o segundo colégio eleitoral do país em tamanho, acabou dando uma pequena vitória para a presidente Dilma, assim como Rio de Janeiro, que deu uma vitória maior ainda.

Agora, o importante foi que no Nordeste, por exemplo, ela fez mais de 70% dos votos e isso realmente pesou no resultado final.

Fonte: Rede Globo

DEBATE: legalização da maconha sim ou não? A questão já foi parar no Judiciário

28/07/2013

[yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=r4X_mxn5trk’]

[yframe url=’http://www.youtube.com/user/legalizebrasil’]

[yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=eHQj_6oYt-o’]

 

Fonte: Youtube

A Colômbia está apostando no emergente mercado mundial da maconha com fins medicinais, em função de seu clima tropical, uma oferta ilimitada de permissões e sua experiência no plantio.

Ao conceder no fim de junho a primeira permissão de produção de derivados desta planta à empresa colombiana-canadense PharmaCielo, o ministro da Saúde, Alejandro Gaviria, deixou claros os interesses do país.

“A Colômbia pode ser o ganhador deste mercado emergente de produtos de maconha medicinal”, disse, garantindo que o governo manterá aberta a concorrência no setor e entregará licenças a “todas as empresas que cumprirem com os requisitos”. A estas vantagens institucionais se somam os benefícios naturais que o país oferece para o cultivo de maconha, destacou.

O presidente da PharmaCielo, Federico Cock-Correa, entusiasmado com as perspectivas da licença obtida, disse à AFP que especialistas contratados pela companhia constataram que a Colômbia tem condições excepcionais para o cultivo da planta.

– De flores à maconha –

“A maconha precisa de 12 horas de luz diúrna e 12 horas de luz noturna, o que permite um excelente desenvolvimento da planta sob as condições dos trópicos, já que não requer as estufas utilizadas no norte”, afirmou o empresário, que incursiona neste negócio após mais de 30 anos de experiência no cultivo e exportação de flores, pelas quais a Colômbia é reconhecida mundialmente.

“No tema não apenas técnico-ambiental, mas também no de custos, a Colômbia é muito competitiva por já ter uma indústria estabelecida, trabalhadores com conhecimento, agrônomos etc. É preciso apenas mudar o tipo de flor e fazer a adaptação técnica para a maconha medicinal”, explicou Cock-Correa.

Na Colômbia, as licenças estão sendo concedidas seguindo um decreto do fim de 2015, que regula o cultivo, transformação, importação e exportação da maconha e seus derivados com fins terapêuticos, e uma recente resolução do ministério da Saúde.

Os dois instrumentos são anteriores à aprovação no Congresso, em maio, de uma lei que autoriza o cultivo e o uso de maconha com fins medicinais e científicos, que substitui uma lei de 1986 que nunca foi regulamentada.

“Exportar ao futuro”

Diante do vácuo local e aproveitando a autonomia dos povos indígenas colombianos, o empresário Juan Pablo Guzmán semeia há anos maconha para produzir óleos, cremes e até um spray íntimo para melhorar a resposta sexual feminina em Toez, a 200 km da cidade de Cali (oeste).

“Temos a empresa e estamos dentro da lei porque os conselhos indígenas são autônomos, sobretudo quando se trata de um cutivo com fim medicinal”, explicou Guzmán, que distribui seus produtos em todo o país e que com a nova lei espera ampliar seu negócio pela possibilidade de “cultivar em qualquer lugar” e inclusive “exportar no futuro”.

A PharmaCielo e a Sannabis, a empresa familiar de Guzmán, são modelos de negócios muito diferentes, mas ambos têm a intenção de chegar ao mercado internacional de maconha medicinal, que promete muitas vantagens.

“Há benefícios econômicos, há benefícios sociais para as comunidades (onde as indústrias se assentarem) e há um benefício em termos de saúde pela disponibilidade de produtos, já que existe uma demanda importante”, afirmou Gaviria.

Com esta diretriz, na semana passada o ministério concedeu outras duas licenças de produção à empresa colombiana Labfarve-Ecomedics e à canadense Cannavida.

– A segurança, um desafio –

Mas em um país atingido por mais de 50 anos de conflito armado, que busca firmar a paz com sua principal guerrilha, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e no qual também operam grupos de narcotraficantes, o cultivo da maconha representa um desafio em matéria de segurança.

“Apresentamos um plano onde o enfoque de segurança é realmente rigoroso, olhando os requerimentos da lei canadense, a lei norte-americana”, disse Cock-Correa.

Além disso, “como floricultores estivemos por muitos anos atentas ao tema da contaminação com drogas e montamos um esquema de confiança confiável”, acrescentou o empresário, que comercializará principalmente extratos de cannabis para o mercado interno e externo.

A Colômbia, principal produtor mundial de folha de coca e cocaína, segundo a ONU, também tem cultivos ilícitos de maconha com fins recreativos.

Fonte: Yahoo

Mãe luta na justiça para que Anvisa libere remédio de maconha para filha de 5 anos

Em nove semanas de uso do CBD, derivado de cannabis sativa sem princípio psicoativo, Any, que chegou a sofrer cerca de 60 convulsões semanais, teve esse número zerado.

Me luta na justia para que Anvisa libere remdio de maconha para filha de 5 anos

Katiele Fischer é uma mãe de 33 anos que mora em Brasília. Sua filha caçula, Any, hoje com 5 anos, nasceu com uma síndrome rara que provoca convulsões de duas em duas horas. Por causa das crises, Any não consegue falar e, ainda que tenha aprendido a andar aos três anos, regrediu à estaca zero quando as convulsões pioraram, no ano passado. Mas há poucos meses tudo mudou. Katiele descobriu um composto a base de maconha num fórum de pais na internet e decidiu usá-lo com a filha. Os resultados foram estupendos.

De sessenta convulsões semanais em outubro, Any passou por três semanas inteiras sem uma única crise, em janeiro

Fonte: Jusbrasil

Os 15 países-membros da Comunidade do Caribe (Caricom) começaram a estudar em 10/3/14 os efeitos da descriminalização da maconha com fins medicinais na delicada economia da região, entre outras possíveis estratégias para potencializar a reativação econômica.

Para isso contaram com um relatório elaborado por um grupo de analistas que apoia a ideia de descriminalizar seu consumo, pelo menos com fins medicinais, e argumenta que o Caribe tem uma “vantagem competitiva” em relação a outras regiões do planeta na hora de cultivar essa planta.

“A região deveria explorar qualquer benefício comercial de uma potencial indústria de bilhões de dólares, inclusive a pesquisa e o desenvolvimento, assim como a produção de produtos de maconha médica”, afirma o relatório divulgado hoje entre os presentes na cúpula.

O presidente da Caricom e primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, anfitrião da cúpula, propõe desde o ano passado que a organização territorial impulsione uma estratégia comum com relação à descriminalização da maconha e se ponha assim em uma posição avançada em relação a uma tendência que ganha cada vez mais força no continente.

Por enquanto a Jamaica já anunciou que neste ano descriminalizará a posse de pequenas quantidades de maconha para consumo recreativo e que legalizará sua distribuição com fins médicos.

“Embora a Jamaica não cumpra com esse objetivo, avançou rapidamente e não tenho nenhuma dúvida que todos estes eventos estão tendo um impacto na região”, disse Gonsalves em entrevista à imprensa durante a cúpula.

No entanto, reconheceu que em seu país não existe um clima claramente propício, da mesma forma que em Granada, cujo primeiro-ministro, Keith Mitchell, deixou claro que por enquanto “o cultivo e consumo de maconha é ilegal” em seu país. Barbados também mostrou sua oposição.

Em qualquer caso, e segundo o relatório que estudam os membros da Caricom (em maioria ex-colônias britânicas, e também francesas e holandesas) adverte que seria possível obter uma grande quantidade de dinheiro através da descriminalização e aponta que em Washington e Colorado sua legalização poderia representar US$ 2,1 bilhões em receita por impostos durante os próximos cinco anos.

“Um dos problemas que prevejo é que se não nos ocupamos disto, e inclusive se não nos ocupamos já disto, existe o perigo que nos próximos dez anos vamos estar comprando dos Estados Unidos produtos farmacêuticos relacionados com a maconha”, disse Gonsalves, a respeito de um “potencial comércio além da fronteira que nos situaria em desvantagem”.

O líder reconheceu que procura uma opinião comum na Caricom porque “é muito difícil fazê-lo sendo um só Estado, principalmente um Estado tão pequeno como São Vicente e Granadinas”.

“Se fizermos como Caricom, mesmo que nem todos façam ao mesmo tempo, tudo será mais fácil”, declarou, após recomendar que se siga a liderança que tomou a Jamaica, um dos países mais identificados em nível mundial com a maconha e que começou a dar os passos para relaxar sua proibição.

Outro dos temas mais controvertidos sobre a mesa desta cúpula de dois dias da qual participam 14 chefes de Estado e do governo dos 15 países que integram a Caricom é a reivindicação de indenizações pelos danos da escravidão.

A Caricom tem a intenção de reivindicar compensações às antigas potências coloniais pelos “danos” derivados da escravidão. Essas reivindicações poderiam ir contra Reino Unido, Holanda, França, Espanha, Portugal, Noruega, Suécia e Dinamarca.

Entre os membros da Caricom há 12 ex-colônias britânicas, portanto não é de estranhar que pretendam começar com o Reino Unido, precisamente o primeiro país do mundo a abolir o comércio de escravos.

Com a ajuda de uma companhia britânica preparam uma demanda que reivindicará “danos” derivados da escravidão como pobreza, analfabetismo e doenças. EFE

Fonte: Yahoo

Com a aprovação no Senado uruguaio do projeto que descriminaliza a produção de cannabis e a coloca sob controle do Estado, abre-se não só um novo capítulo da guerra contra o narcotráfico, como também um novo nicho de negócios que, no país sul-americano, já estão em andamento e só esperam o último sinal verde parlamentar para começar oficialmente. O Uruguai será o primeiro país do mundo a ter plantio, colheita, armazenamento, distribuição e venda de maconha geridos pelo Estado.

O governo uruguaio calcula que, com a lei, poderá retirar do narcotráfico entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões anuais, valor obtido com o consumo da droga no mercado ilegal e correspondente a cerca de 25 toneladas anuais. O principal consumidor de maconha do país tem entre 19 e 30 anos. De acordo com cálculos estatais, 25 mil uruguaios usam a droga diariamente e entre 120 mil e 150 mil pessoas a consomem em alguma vez durante o período de um ano. O preço de referência utilizado é de um dólar por grama.

O negócio mais óbvio que tem início com a sanção presidencial de José “Pepe” Mujica será o da pura produção de cannabis. De acordo com Julio Calzada, secretário geral da Junta Nacional de Drogas (órgão responsável pela coordenação das políticas vinculadas à implantação da lei neste momento), “pelo menos dez empresas” da América do Norte e da Europa se mostraram interessadas no fornecimento de sementes e no trabalho de plantio para o Estado. O critério de seleção das companhias produtoras, diz o secretário, é a experiência que cada um dos candidatos tem no assunto, e a escolha final está em processo.

Outro negócio que se ativará imediatamente é o da formação de clubes de cultivo. Segundo a lei, estes clubes terão licença para vender maconha em uma rede de 800 farmácias credenciadas, numa espécie de regime alternativo ao estatal. Os sistemas são excludentes entre si: quem fizer parte de um clube de cultivo não poderá ter acesso à droga oferecida em farmácias, e vice-versa. O mesmo acontece com quem se registrar como autocultivador: não poderá constar como usuário dos dois outros sistemas.

Calzada anunciou que o autocultivo será a primeira forma de consumir maconha a ser liberada no Uruguai. Assim, dez dias depois da aprovação da lei – ou seja, antes do Natal -, plantar cannabis em casa já não será crime. O máximo permitido é de seis plantas por residência. Os dispositivos gerais da lei, que permitem o cultivo em casa, a compra de maconha em clubes de cultivo ou sua aquisição em farmácias, não se aplicam a menores de 18 anos e estrangeiros.

Estima-se que no país existam 2,5 mil autocultivadores, mas os usuários calculam que o número seja muito maior. “Nem sequer há uma pesquisa séria e a maioria das pessoas que tem cannabis em casa não iria dizer que tem”, afirma ao Terra Alvaro Calistro, cultivador há 20 anos e que tem 60 plantas de cannabis no quintal da sua casa, na periferia de Montevidéu. “Para mim, a cannabis é uma planta medicinal a mais, nada além disso”, diz ele, que também tem uma goiabeira e plantas de tília, arruda, sálvia e bambu.

Julio Rey, líder da Movida Cannabica de Florida, o primeiro coletivo de defesa do uso da droga fora da capital uruguaia Foto: Denise Mota / Especial para Terra
Julio Rey, líder da Movida Cannabica de Florida, o primeiro coletivo de defesa do uso da droga fora da capital uruguaia

Foto: Denise Mota / Especial para Terra

Investimento médio: US$ 200 mil
Ainda que a maioria dos usuários não veja o clube de cultivo como um negócio, já há uma tabela de preços em circulação sobre quanto custaria ser integrante de algum deles. Um dos usuários que darão início a seu próprio clube é Julio Rey, um dos mais ativos militantes pela regularização da maconha e líder do movimento Movida Cannábica de Florida (cidade a 87 km da capital). Trata-se do primeiro coletivo de defesa da droga organizado fora de Montevidéu, criado há quatro anos. Outros oito grupos semelhantes estão espalhados pelo interior do país.

Rey tem um terreno de 25m x 30m reservado ao lado de sua casa. Em abril, começará a plantar cannabis para instalar um clube de cultivo. Para consumo próprio, possui plantas há três anos. “Há visões bem diferentes. Há agrupações que já estão pensando nisso como um clube de vinhos, com inscrições caras. Também há ameaças quanto à produção intensiva. Em conversas sobre a implantação da lei, já começamos a combater a instalação de monopólios quanto ao fornecimento da maconha para venda nas farmácias. Nós queremos uma implantação que não se contamine pela voracidade capitalista e que seja feita por coletivos vulneráveis ou pequenos grupos familiares”, diz ao Terra.

Segundo ele, em média, a inscrição em um clube de cultivo rondará os 2 mil pesos uruguaios (cerca de R$ 200), com uma mensalidade equivalente a R$ 150. O consumo mensal individual não poderá exceder 40 gramas. Rey começará a plantar em sistema de cooperativa com outros 15 interessados e pensa oferecer ao público em geral um sistema de adesão que custará entre 500 e 1.000 pesos (de R$ 50 a R$ 100, aproximadamente). A nova lei estabelece que os clubes de cultivo possam ter entre 15 e 45 sócios, com um máximo de 99 plantas.

O Uruguai será o primeiro país do mundo a ter plantio, colheita, armazenamento, distribuição e venda de maconha geridos pelo Estado Foto: Denise Mota / Especial para Terra
O Uruguai será o primeiro país do mundo a ter plantio, colheita, armazenamento, distribuição e venda de maconha geridos pelo Estado

Foto: Denise Mota / Especial para Terra

O preço de uma semente de cannabis pode variar entre R$ 10 e R$ 80, dependendo da variedade. Em sua maioria, vêm de bancos de semente europeus. Mas, entre cultivadores, existe a prática do intercâmbio de sementes – onde é comum presentear-se com variedades locais – e também a plantação por meio do uso de “plantas-mãe”, que possibilitam o aumento da plantação sem o uso de sementes compradas. Rey lançará mão dos dois métodos e também começará um sistema de cruzamento de variedades sul-americanas.

Para produção em escala, o governo planeja conceder 15 licenças, com um investimento médio de 200 mil dólares por instalação. “Ou seja, isso está concebido para empresários de poder aquisitivo médio e alto, e é a principal crítica que tenho sobre a lei”, diz Rey, que é um pequeno comerciante de alimentos. “Independentemente de qualquer coisa, é uma vitória. E, para mim, a principal vitória é ver minha mãe hoje em dia regando minhas plantas de cannabis”, diz, com bom humor.

Fabrizio Giamberini, empresário fundador da The Latin America Hemp Trading, que começará a plantar cânhamo em escala industrial no Uruguai Foto: Denise Mota / Especial para Terra
Fabrizio Giamberini, empresário fundador da The Latin America Hemp Trading, que começará a plantar cânhamo em escala industrial no Uruguai

Foto: Denise Mota / Especial para Terra

Roupas, óleo, creme
Apesar de não consumir maconha e de não estar de acordo com o formato final da lei – que une em uma só normativa cannabis de uso recreativo e outras espécies para outras finalidades -, o empresário uruguaio Fabrizio Giamberini também está entre os que comemoram a aprovação do projeto. Ele é fundador da The Latin America Hemp Trading, empresa criada em 2006 e especializada em assessoria de governos e empresas, pesquisa e promoção da agroindústria do cânhamo industrial.

“O cânhamo é da mesma família da cannabis, mas a diferença é que o cânhamo não produz princípio ativo”, afirma. O cânhamo possui baixos teores de THC, o principal psicoativo da maconha. “Nos EUA, no Canadá, na China, na Austrália, existe a indústria do cânhamo, de onde podem ser extraídos óleos, fibras e grãos. Na Europa, no Canadá, são feitas casas ecológicas a partir do que se chama de ‘hempcrete’, uma espécie de concreto formado pela parte lenhosa do cânhamo e cal.”

Rico em ômega 3 e 6, o óleo de cânhamo é apto para consumo humano. Da parte fibrosa da planta, explica Giamberini, podem ser produzidos papéis especiais, além de fibras têxteis e industriais, como as que compõem painéis automotores.

O negócio mais óbvio que tem início com a sanção presidencial de José Pepe Mujica será o da pura produção de cannabis; outro negócio que se ativará imediatamente é o da formação de clubes de cultivo Foto: Denise Mota / Especial para Terra
O negócio mais óbvio que tem início com a sanção presidencial de José Pepe Mujica será o da pura produção de cannabis; outro negócio que se ativará imediatamente é o da formação de clubes de cultivo

Foto: Denise Mota / Especial para Terra

Desde 2010, a empresa faz experimentos com cânhamo no Uruguai em parceria com o Instituto Nacional de Investigação Agropecuária. A legislação do continente, explica o empresário, reconhece a diferença entre cânhamo industrial e cannabis para pesquisa científica e aplicação médica, mas não para uso industrial. Eis porque a lei em votação hoje é tão importante também para os empresários desse ramo.

Já no ano que vem, Giamberini começará a plantar cânhamo em escala comercial com o objetivo de oferecer a países onde essa indústria é permitida produtos como óleos, compostos alimentares para atletas, sementes (que podem ser consumidas cruas, por exemplo em saladas) e farinha com os grãos, utilizados para a recuperação de massa muscular. Também no ano que vem, a empresa lança uma coleção de roupas feitas em fibra de cânhamo. A marca Cañamama venderá de vestimentas desenhadas por estilistas uruguaios a alimentos e cremes para o corpo: o cânhamo possui propriedades cicatrizantes e antiinflamatórias.

O governo uruguaio calcula que, com a lei, poderá retirar do narcotráfico entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões anuais, valor obtido com o consumo da droga no mercado ilegal e correspondente a cerca de 25 toneladas anuais Foto: Denise Mota / Especial para Terra
O governo uruguaio calcula que, com a lei, poderá retirar do narcotráfico entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões anuais, valor obtido com o consumo da droga no mercado ilegal e correspondente a cerca de 25 toneladas anuais

Foto: Denise Mota / Especial para Terra

A empresa possui sócios norte-americanos e canadenses. Giamberini não fala em números para o seu negócio, mas considera que este “é um mercado crescente” e dá como um exemplo as cifras registradas pelo mercado de cânhamo nos Estados Unidos, que movimenta US$ 500 milhões anuais. “Com a lei aprovada, aumenta a possibilidade de negócios estratégicos com empresas do Hemisfério Norte. Além disso, será possível produzir em contraste com elas”, comenta, sobre o fato de poder colher na América do Sul quando parceiros como norte-americanos e europeus estão na entressafra.

Sobre a lei de regulação estatal, diz: “Estou do outro lado da calçada. O cânhamo industrial não tem nada a ver com isso. Precisaremos ensinar ao mercado que esse é um produto voltado para a alimentação saudável, um cultivo como o do milho, ou da soja, ou do girassol. Não fumo maconha

O objetivo da lei é “proteger, promover e melhorar a saúde pública da população, através de uma política que visa a minimizar os riscos e reduzir os danos do consumo da maconha”, provendo educação, prevenção, tratamento e reabilitação dos usuários delinquentes de drogas;

– A iniciativa diferencia a utilização da maconha para a pesquisa científica e fins medicinais, os processos industriais e o consumo recreativo;

– A lei prevê a criação do Instituto de Regulação e Controle da Maconha, que irá funcionar dentro da estrutura do Ministério da Saúde Pública e controlará as plantações, o cultivo, a colheita, a produção, o armazenamento e a venda da droga.

– A lei permite o cultivo para uso pessoal (com o limite de seis plantas ou a produção máxima de 480 gramas por indivíduo) e a plantação em clubes (com 15 a 45 parceiros e um número de plantas proporcional, com o limite de 99). Depois da aprovação da lei, aqueles que já possuem plantas terão 180 dias para se registrar como autocultivadores.

– A lei prevê a concessão de licenças de comercialização da maconha nas farmácias. Porém, quem comprar nesses estabelecimentos deverá se registrar em um cadastro de usuários e poderá comprar um máximo de 40 gramas por mês.

– Os usuários deverão escolher uma das três opções de registro (pesquisa científica e fins medicinais, processos industriais e consumo recreativo).

– Quem cultivar maconha sem autorização legal será punido com uma pena de 20 meses a 10 anos de detenção.

– Os consumidores inscritos e habilitados para o consumo recreativo deverão ser maiores de 18 anos e terão que provar que residem no país.

– A lei proíbe todas as formas de publicidade da substância psicoativa, que será vendida sem marcas. Além disso, serão promovidas campanhas de prevenção do uso delinquente de drogas em todos os níveis da educação, com políticas para a promoção da saúde.

Fonte: Terra

O gigante acordou…Vamos debater o porquê

22/06/2013

[yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=kBg07f5e4Hc’]

Fonte: Youtube

O conflito entre apartidário e antipartidário terminou desvendando uma faceta de toda esta mobilização: a existência de uma agenda ultrarradical para além do passe livre, como a proposta de uma “reforma urbana”, fachada de um programa lunático de desapropriação de propriedades privadas nas cidades.

Parece que o pronunciamento da Dilma surtiu algum efeito. A Globo deistiu de chamar os manifestantes pras ruas?

De quinta-feira da semana passada, quando a violenta e despropositada ação da tropa de choque da PM de São Paulo contra um grupo de manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) serviu de centelha para uma adesão maciça às manifestações de rua, até ontem, a mobilização cumpriu um percurso meteórico.

Começou como ação de um pequeno grupo de jovens reunidos em torno da crucial questão da precariedade do transporte urbano de massa, cresceu com a ampliação da pauta de críticas e reivindicações, e chegou à noite de anteontem com manifestações sem controle, utilizadas por vândalos movidos a ideologias políticas ou não. Limites legais e políticos foram ultrapassados. Chegou a hora de parar e refletir.

O balanço da noite de quinta é trágico, com a disseminação de depredações e toda sorte de atos de vandalismo em várias cidades. Chama a atenção o ataque a sedes de governo, como já acontecera em São Paulo nas tentativas de invasão da sede da administração central do estado, Palácio dos Bandeirantes, na segunda, e, no dia seguinte, na da prefeitura.

As cenas se repetiram no Rio, quinta, com a tropa de choque da PM obrigada a afastar vândalos das proximidades do prédio da prefeitura, com o uso da cavalaria, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, e, no fim da noite, proteger o Palácio Guanabara.

Como tem acontecido, os grupos se dispersam e voltam, sempre em meio a um quebra-quebra. Violência pura, sem qualquer relação com a absoluta maioria dos manifestantes, incapazes de conter quem tem usado as passeatas para agredir e destruir.

Os absurdos vistos em Brasília foram um dos sinais fortes de que a mobilização ultrapassara os limites mais magnânimos. Na segunda, o teto e a rampa do Congresso foram tomados, como já ocorrera no passado em outras circunstâncias. Na quinta, impedidos de fazer o mesmo, os bandos investiram contra o prédio do Itamaraty, onde chegou a haver um foco de incêndio.

Não faltou, nestes dias, sequer o bloqueio de estradas importantes na região da Grande São Paulo — Anchieta, Castelo Branco, Dutra, Anhanguera, por exemplo —, cena clássica de crises políticas latino-americanas.

Desde segunda, a violência havia escalado de maneira assustadora. Até ontem à tarde, o saldo era de dois mortos — um rapaz atropelado em Ribeirão Preto, interior paulista, ao fazer um bloqueio de rua, e uma gari, em Belém, intoxicada por gás lacrimogêneo. O movimento perdia parte da boa imagem de expressão do ressurgimento do exercício independente da cidadania.

Para completar esta espécie de desconstrução, uma pequena passeata — pequena, mas catastrófica para o trânsito, como costuma ser — na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, deu ontem no final da tarde chance para a ação de saqueadores no comércio.

Na própria quinta-feira, o MPL percebera, em São Paulo, que o movimento escapara de qualquer controle e passara a hostilizar de forma agressiva partidos, principalmente os da esquerda, no poder, aliados dos defensores do passe livre. Ao comparecerem às ruas da capital convocados pelo presidente do partido, Rui Falcão, militantes do PT foram atacados, assim como os de outras legendas próximas ao MPL.

Numa das mais importantes manifestações de rua dos últimos 28 anos, a maior desde as realizadas a favor do impeachment de Collor, em 1992, pela primeira vez na sua história o PT perdeu espaço em um ato público. Sinal dos tempos.

O que era considerado uma virtude da mobilização — sem lideranças visíveis, gerenciada por redes sociais — voltou-se contra o movimento, na hora em que foi necessário um comando para evitar a manipulação das manifestações por outros interesses.

O apartidarismo, por sua vez, se converteu em antipartidarismo, reconheceu o próprio MPL em nota divulgada na madrugada de ontem, para explicar o abandono do protesto na Avenida Paulista e da própria condução de novas manifestações.

O conflito entre apartidário e antipartidário terminou desvendando uma faceta de toda esta mobilização: a existência de uma agenda ultrarradical para além do passe livre, como a proposta de uma “reforma urbana”, fachada de um programa lunático de desapropriação de propriedades privadas nas cidades.

Questões como esta à parte, uma das várias zonas de perigo em que entrou o movimento é a ideia, também ilusória, subjacente às manifestações, de que, na democracia, é possível atingir objetivos políticos à margem dos partidos. O problema é que, se goste deles ou não, pensar em alguma tramitação ao largo dos partidos é enveredar por atalhos golpistas.

Algo que se aproxima da perniciosa “democracia direta” chavista, em que as instituições republicanas são subordinadas a um Executivo cesarista, senhor de todas as decisões, manipulador-mor das massas, mantidas coesas por programas populistas assistenciais economicamente insustentáveis.

Os tempos eram muito diferentes, mas, mesmo na ditadura militar, quando o único partido de oposição existia por uma concessão do regime, a História provou que a atuação por meio do MDB e organizações formais da sociedade (ABI e OAB, por exemplo) foi a mais produtiva na luta pela redemocratização, afinal conseguida. A guerrilha, subterrânea, nas florestas e na cidade, foi retumbante fracasso e causa de enormes dramas pessoais e familiares. De ambos os lados.

Não foi fácil reconquistar a democracia. Mesmo para os que optaram pela resistência aberta, na legalidade, nos espaços possíveis de atuação que existiam. No final, houve a desejada transição pacífica, por meio de um acordo com os militares, com a adesão ao projeto de volta à democracia de políticos do antigo regime, como José Sarney, nos últimos dez anos uma das sustentações dos governos do PT, símbolo forte da conciliação negociada com eficiência e da qual o país se beneficia. Este é um patrimônio de toda a sociedade, e não será agora, com 28 anos ininterruptos de estabilidade democrática, o mais longo período na República, que haverá retrocessos.

Deste fenômeno que tem sido a erupção vulcânica de centenas de milhares de pessoas nas ruas das capitais e de inúmeras cidades menores é preciso extrair aspectos positivos e protegê-los do efeito da atuação de vândalos e saqueadores. Bandeiras importantes foram erguidas — não à impunidade, à corrupção, a partidos de aluguel, a um sistema partidário ineficiente etc.

Trata-se de convertê-las em agenda de atuação política pelos canais institucionais, também com a ajuda das redes sociais. As ruas são apenas parte dos processos de mobilização política. Uma etapa que se esgota, como a atual se esgotou.

Fonte: o Globo

[yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=E_FxwFeSELA’]

[yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=AInnIxjv5Jk’]

url=’http://www.youtube.com/watch?v=MLU95q0BgQA’]

[yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=NI4ihQEH060′]

[yframe url=’http://www.youtube.com/watch?v=ZApBgNQgKPU’]

Fonte: Youtube

Além dos números superlativos de pessoas que atraíram para as
ruas, as passeatas e protestos que desde a semana passada tomam cidades de todo
o Brasil ficaram marcadas por cenas de violência, seja pela forte repressão
policial ou por atos de vandalismo cometidos por grupos isolados entre
manifestantes que eram, em sua maioria, pacíficos.

Episódios como o dos feridos deixados pela forte repressão da polícia que
marcou a manifestação em São Paulo no dia 13 de junho ou as cenas de guerra
registradas nos confrontos em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
na última segunda-feira chocaram parte da população e foram destaque na imprensa
brasileira

Especialistas em psicologia, filosofia e ciência política ouvidos pela BBC
Brasil afirmam que episódios de vandalismo em eventos de grandes proporções são
previsíveis, mas que, no lugar de tomar medidas para prevenir a violência,
polícia e outras autoridades acabaram por adotar condutas que abriram o caminho
para a existência de mais confrontos.

Oportunismo

“Eventos de massa, seja a entrada e saída de estádios, grandes shows, o
Réveillon no Rio, uma grande passeata ou um bloco (de carnaval) são
oportunidades para ações oportunistas de predação, vandalismo, de roubo”, afirma
a antropóloga e cientista política Jacqueline de Oliveira Muniz, professora do
IUPERJ, da Universidade Cândido Mendes.

“Passeatas e manifestações coletivas produzem um alto grau de visibilidade
política e social, razão pela qual ações vândalas e predatórias oportunistas
podem se dar”, diz

Na avaliação da professora, a previsibilidade de ações desse tipo em eventos
que reúnem uma grande quantidade de pessoas deveria ter feito com que não apenas
a Polícia Militar, mas outras estruturas de segurança, como policiais civis,
bombeiros e ambulâncias, fossem mobilizados para acompanhar as manifestações,
assim como acontece no Carnaval e no Réveillon do Rio, por exemplo.

“Essa é a razão pela qual é necessário o aparato de segurança pública, para
garantir e preservar o direito de ir e vir e o direito de se manifestar de forma
pacífica e, ao mesmo tempo, reduzir a oportunidades de riscos, de acidentes, de
incidentes, e mesmo de ações predatórias localizadas”, diz.

A professora ainda critica o modo como parte das autoridades e da mídia
trataram as manifestações no início.

“Na verdade quem inaugura a ação violenta são os próprios governos, através
das orientações que deram a suas polícias (…) em um primeiro momento (a
atitude) foi de criminalização das manifestações populares e espontâneas. As
falas eram no sentindo de que se tratava de uma grande baderna, e a sociedade
respondeu indo às ruas cada vez mais, repudiando essa leitura”, diz.

Violência

Claudio Oliveira, professor do Departamento de Filosofia da Universidade
Federal Fluminense (UFF), cita as ideias do pioneiro da psicanálise, Sigmund
Freud, para explicar o comportamento das pessoas durante eventos em que
comparecem grandes massas, como as manifestações.

Segundo ele, em situações de massas, os indivíduos acabam por tomar atitudes
que não teriam se estivessem sozinhos ou em pequenos grupos.

“Há uma espécie de diminuição da pressão das inibições que constituem a vida
social. O indivíduo em uma massa pode assumir um comportamento violento, ele
pode assumir um comportamento que ele não teria em condições normais. Esta
teoria vale tanto para o comportamento da polícia quanto para o comportamento de
alguns grupos que integram a grande massa dos manifestantes”, diz.

O filósofo, no entanto, afirma que questões sociais podem fazer com que
determinadas pessoas acabem por encontrar nas atitudes violentas um recurso para
expressar sua insatisfação.

“No caso atual, esses fenômenos de violência ocorrem em geral isolados. A
maioria dos manifestantes tem uma atitude muito pacífica, inclusive gritam
palavras de ordem pacifistas. Apesar disso, parece que há alguns que buscam se
manifestar a partir dessa violência. A gente precisa saber o que esses jovens
pensam da própria violência que eles assumem nessas manifestações”.

Para Oliveira, no caso das recentes manifestações que tomam as cidades
brasileiras, no entanto, estão em jogo também outros aspectos. Em sua avaliação,
a violência com que a polícia reprimiu as primeiras manifestações contra o
aumento das tarifas de ônibus serviu como uma espécie de catalisador para que
outras pessoas se juntassem ao movimento, expressando outras insatisfações.

“As manifestações começaram com um objetivo muito específico, mas se tornaram
manifestações onde as pessoas iam para protestar contra uma quantidade enorme de
coisas, com as quais a população brasileira não está satisfeita”, diz.

Direitos

Marco Aurélio Máximo Prado, professor do Departamento de Psicologia da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), avalia que parte dos episódios de
violência nas manifestações recentes podem também ter relação com o despreparo
de polícia e outras autoridades para lidar com o modo como foram
organizadas.

“Obviamente que há um despreparo da polícia para lidar com essa forma de
protesto. São protestos que não tem características organizativas clássicas,
então não têm liderança específica”, diz Prado, para quem a forma espontânea
como foram organizados também faz com que alguns manifestantes isolados acabem
por tomar atitudes violentas.

Para ele, a grande adesão e a pluralidade de bandeiras presentes nos
protestos refletem uma insatisfação maior da população, com questões que passam,
entre outras coisas, pelo modo como os grandes eventos como a Copa do Mundo
estão sendo organizados no Brasil.

“As cidades que são sedes da Copa (das Confederações) estão vivendo uma certa
suspensão dos direitos, do direito de protesto, que é um direito básico da
democracia, e do direito de ir e vir”.

“Há uma certa suspensão de direitos conquistados que está gerando uma faísca
importante. Agora eu considero que esses atos políticos não são atos de
negociações, são atos de rebeldia civil. São um sintoma de que a
constitucionalidade não está funcionando, são um corretivo de um norma que não
está funcionando, que está falha”, diz.

Fonte: BBC

Em várias cidades brasileiras acontecem manifestações simultâneas. No Acre, estudantes realizaram uma manifestação na terça-feira (18) e está marcado para sábado (22) o “Dia do Basta” contra a corrupção e em solidariedade às manifestações que acontecem pelo país.

Manifestantes irão se reunir a partir das 16h em frente ao Palácio Rio Branco no centro da cidade.Os organizadores esperam um público de 5 mil pessoas. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os movimentos pela diminuição das tarifas de ônibus e pela inserção de passe livre estudantil reúnem milhares de pessoas.

O sociólogo Elder Andrade afirma que é possível comparar as manifestações populares em todo o país com um ‘vulcão em erupção’.

“Mas só vendo a erupção, você não sabe o porquê de estar acontecendo aquilo. Para entender o que está acontecendo no Brasil hoje, é preciso ver aquilo que estava escondido até agora. É tudo isso que essa juventude está se movimentando e se mobilizando, esse vulcão chamado Brasil entra em erupção para reivindicar direitos até então negados”, explica.

Ele lembra que não é possível controlar a força de um vulcão, da mesma forma que é difícil controlar as manifestações.

“Você vai ter vários tipos de manifestações dos diversos grupos que participam dela. Sejam aqueles de forma mais pacífica, ou os que pretendem mostrar com maior indignação a sua insatisfação com a mesma violência com que o estado habitualmente tem usado”, afirma o sociólogo.

Andrade acredita que as manifestações violentas são uma resposta às forças repressivas do estado. “Só para se ter uma ideia, nos últimos 10 anos, mais de 500 lideranças indígenas foram assassinadas nesse país. Sem contar, as populações pobres nas favelas que são permanentemente perseguidas. Então, a violência é do estado brasileiro, é das forças institucionais usadas para agir contra a população. Quando a população manifesta sua indignação, aí aparece esse discurso de estar sendo violento”, argumenta.

O sociólogo afirma ainda que este é um momento significativo na história do país, já que não está se reeditando antigas manifestações e que este é o momento de repensar a democracia.

“Agora é um outro passo, agora é a busca de uma democracia do século 21. Uma democracia que a juventude percebeu que não será conquistada através do parlamento, através dos espaços institucionais existentes. Ela será conquistada com criatividade e com ações nas ruas”, disse.

 

2012: ano de tomada de decisões

13/10/2012

Três questões enviadas aos Mestres Ascensionados nesta semana são de correspondentes nos Estados Unidos, na Finlândia e na Índia. Cada pergunta a sua maneira, traz a questão da tomada de decisão. É uma contribuição valiosa para nós, porque muitas pessoas adiam a tomada de decisão, até que ela não seja mais válida. Os Mestres ensinam que estamos aqui na Terra para encontrar e  colocar de lado a negatividade, e substituí-la por energia positiva, enquanto desenvolvemos vidas que expressam a essência do amor incondicional de nossa alma. Os exemplos aqui são úteis para todos os tipos de lições.

A primeira situação aconteceu quando um amigo morreu e fez a transição inesperadamente. A resposta humana daqueles que ficaram, foi imaginar por que isto aconteceu. Os mestres enfatizam que a morte do homem foi realmente decidida por sua alma. A razão para a decisão da alma foi que tudo para o qual ele tinha encarnado, já tinha sido realizado. Quando vocês terminarem o seu trabalho, vocês estão prontos e podem voltar para Casa.

Se este é um exemplo de uma tomada de decisão, mas não plenamente compreendida por aqueles que ficaram a lamentar, as suas questões seguintes se referem a decisões que não foram ainda tomadas, mas que podem ser. Uma é de uma mulher presa pelos esquemas de um playboy casado, que se diverte em enganá-la com conversas amorosas. Mas ela está vendo, através de sua ilusão, o suficiente para questionar se isto tem que continuar mais tempo. Os mestres são diretamente não diretivos na maior parte das situações, mas aqui eles dizem que o resultado deve ser o de enfrentar a verdade e fazer uma ruptura com o seu abusador.

No terceiro cenário, os Mestres dizem que o casamento da mulher é por conveniência do marido. Aqui eles dão uma opção mais definitiva, mas em uma linguagem que deixa pouca dúvida quanto a achar que a separação seja benéfica. Além disto, é para que a mulher tome uma decisão.

A tomada de decisão pode ser muito difícil para muitos que assumem votos que durem toda a vida no casamento de amar e de honrar o seu esposo. Romper o vínculo parece verdadeiramente uma violação da fé e uma coisa “inadequada’ a fazer. Os Mestres, entretanto, vêem a dissolução marital ou a dificuldade na relação pelo que é. E se deixarmos de lado as sutilezas de nossos sistemas de crenças e reconhecermos que as coisas deram errado, nós deveríamos ser capazes de tomar uma decisão de um tipo relevante. Afinal, se o nosso carro fica sem combustível, sabemos que decisão tomar. Quando ocorre o mesmo com os relacionamentos, entretanto, frequentemente nós fingimos que não há nada de errado. Não gostamos de estar “no erro”. Mas no mundo do amor incondicional, nossas almas não sabem o significado de certo e errado.

MOMENTO DE TRANSIÇÃO

Pergunta: Recentemente, um amigo e companheiro querido, faleceu inesperadamente. Vocês disseram que as nossas almas concordam em fazer parte das lições com o outro, enquanto vivemos as nossas próprias lições. Recentemente ele teve um despertar de sua alma, ele era tão ativo! Muitos ao redor dele, estão em um momento de grande mudança e de transição e sentem que este não poderia ser um momento pior para ele partir. Parecia que ele não estava preparado para partir. Há algum propósito maior para a sua partida, ou já era o seu momento, o seu caminho? Ele sabe o quanto é apreciado e como faz falta?  – Shelly, Estados Unidos.

RESPOSTA: Cada alma decide quando é o momento de retornar ao Lar. Seu amigo abriu a sua consciência antes de sua transição – tanto que ele se lembrou do amor incondicional e quis retornar a ele. Cada existência – reencarnação – é realizada com a finalidade de aprender lições. Tal lição é se conectar com a sua essência, e através disto, com todas as suas experiências passadas. Assim como uma foto de um local de férias favorito os faz querer retornar para uma visita, também o amor incondicional os faz querer se banhar em sua energia. Seu amigo tinha completado o que ele veio fazer na Terra e era o momento de ele retornar.

É fácil confundir as fantásticas sensações físicas que vocês podem experienciar com a sua interpretação do sentimento do amor incondicional e da união como a energia da Fonte. Com o seu ser físico limitado e a sua compreensão, vocês são realmente incapazes de fazer isto. Seu pensamento de que a sua morte não poderia ter vindo em um momento pior, ancora-a na terceira dimensão e no ego baseado no julgamento.

No Lar não há julgamento, nada é melhor ou pior, apenas é. Sinta a felicidade pelo seu amigo que reuniu todas as suas memórias, habilidades e companheiros de alma em sua energia desejada. Seu corpo físico pode ter parecido pronto para ficar, mas a sua alma estava pronta para partir.

Ele é capaz de cuidar de todos os seus amigos da Terra e ele deseja que estejam todos bem. Ele espera que você seja capaz de realizar os seus sonhos para esta vida e retorne quando estiver preparada, como ele. Há alguns daqueles que permanecem, que ele tinha concordado que agiria como um guia ou conselheiro, uma vez que ele estivesse do outro lado. Tudo o que eles precisam fazer é abrir os seus corações e eles o sentirão. Ele ainda não será capaz de lhes dizer o que fazer; ele somente será capaz de dar conselhos. Todos têm liberdade de escolha e ele não pode interferir.

DIZENDO-LHE O QUE VOCÊ QUER OUVIR

PERGUNTA: Eu gostaria de lhes perguntar sobre um velho amigo que eu encontrei no verão passado. Eu sinto que ele é muito semelhante a mim e aos meus pensamentos. Assim ele diz. Eu tive um marido narcisista antes e agora estou muito preocupada com esta nova amizade. Estou histérica por nada? Quais são os seus interesses em relação a mim? E o seu casamento? Alguém me disse de antemão que eu o encontraria e isto aconteceu. Estou surpresa com tudo isto que está acontecendo. Estou ainda aprendendo algo importante…? – Maria, Finlândia.

RESPOSTA: Você tem dificuldade em interpretar como as pessoas são e o que elas querem de você porque, desde o início, você está muito ocupada tentando agradá-las. Você deseja ser amada e acha que se fizer tudo que a outra pessoa quer, elas irão amá-la incondicionalmente. Você ainda tem que sentir algo deste amor, porque você pode amar e ser amada por outro, apenas na medida em que ama a si mesma. E, simples fato, você não sente que é boa o suficiente para merecer amor, até que tenha satisfeito o outro. Você não se ama.

Este “velho amigo’ parece ser semelhante a você e interpreta as coisas como você, porque vocês compartilham experiências passadas semelhantes que agora lhe parecem muito agradáveis. É fácil recordar, do passado, exatamente o que você deseja. Você está certa em estar um pouco histérica, porque você está sendo manipulada por este homem. Você é um jogo em que ele pode entrar sem compromisso. Ele está lhe dizendo o que ele acha que você espera de alguém que realmente se importe com você.

Ele é casado e neste momento não tem qualquer intenção de terminar esta união. Seu interesse em você é como uma conquista. Ele irá dedicar tanto tempo a você quanto possa, para assumi-la como o seu brinquedo favorito, mas quando ele se cansar, ele irá avançar para outro desafio.

Sua energia é muito forte e pode ser vista cada vez mais perto de você. Mas outra energia será atraída para você se você permitir e lhe trará o tipo de pessoa que será gentil e não ameaçador. Use a sua energia para manifestar uma conexão com um companheiro de alma que deseja estar com você, tanto quanto você com ele. Não se contente com alguém que se aproxime somente para satisfazer as suas necessidades. Crie a sua utopia.

HORA DA DECISÃO

PERGUNTA: Sou casada há 25 anos e o meu marido esteve trabalhando no exterior desde então. Eu tenho vivido sozinha com os meus dois filhos e seu único apoio é o financeiro. Ele nos visita a cada ano, mas sem vínculo de amor, apenas materialista. Estou apaixonada por um homem 10 anos mais velho, a quem me sinto atraída, e ele continua declarando o seu amor por mim, dizendo que podemos ter estado ligados em uma vida anterior. Isto é verdade?  – Anônima, Índia.

RESPOSTA: O que você tem é um casamento por conveniência – para o seu marido. Está certo se você acha que este seja o modo que você deve viver a sua vida. Mas você está realmente vivendo a vida dele e não a sua. Todas as decisões estão sendo tomadas por ele. Este arranjo nada tem a ver com amor. É o momento para que você decida se realmente quer viver a vida de um relacionamento amoroso incondicional.

Você já teve um gostinho de como poderia ser a vida com o homem a quem você está atraída. A idade é irrelevante. Os dois estiveram juntos em vidas anteriores e tiveram muitas experiências felizes. Não é o momento de começar a se colocar em primeiro lugar? O que a está mantendo ligada ao seu casamento? Na verdade, não é o que um casamento pretende ser. A única coisa que você tirou realmente desta união são os seus dois filhos, os quais o seu marido imaginou que a manteria feliz e ocupada.

Seus filhos sentem a dor da solidão que você sente e eles desejam o melhor para você. Qualquer mudança deve ser porque você sente que é para o seu próprio interesse. Ame a si mesmo o suficiente para criar uma vida que você possa tolerar. Nada é certo ou errado; elas são apenas decisões, escolhas para as lições que você veio aprender. Pense somente em si mesmo, mesmo que por uma vez. O que a fará se sentir bem em relação a si mesma e a vida que você está levando?

A tomada de decisões vem com a responsabilidade do resultado, mas é assim que você aprende os seus pontos fortes e fracos. Se você nunca assumir a tarefa da tomada de decisões, você nunca estará no comando de sua própria vida. É fácil estar sob o controle do outro – você nunca tem que fazer nada. Você é como uma flor em um vaso de vidro: você cresce e se desenvolve, mas não interage e cria o seu próprio caminho, fora do seu confinamento.

Você quer ficar engarrafada, ou quer experienciar a vida no mundo?

Fonte: Anjo de Luz

« Próximas Anteriores »
Rádio Anjos de Luz

Com agradecimento à Fada San. Visite www.anjodeluz.net

Meu perfil
Perfil de usuário Terra 2012 .
Leitores do Terra 2012 pelo mundo
free counters
Escreva para a grande fraternidade branca

Grande Fraternidade Branca
Com agradecimento ao Espaço Hankarra. Visite hankarralynda.blogspot.com

Prezado Leitor, se você é uma pessoa solitária, quer desabafar ou deseja uma opinião fraterna e desinteressada sobre algum problema que o aflige, escreva-nos carta para o endereço informado no rodapé do site, ou, se preferir, mande e-mail para grandefraternidadebranca
@terra2012.com.br
.

Todas as correspondências serão respondidas no menor prazo possível.

arvore

Antes de imprimir pense em sua responsabilidade e compromisso com o MEIO AMBIENTE!

Gato no notebook

DÚVIDAS? Fale com o Administrador gtm@terra2012.com.br

Acessar Webmail Terra 2012