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Desde 2010, uma nova organização religiosa surge por hora
A facilidade para a abertura de novas igrejas, o fortalecimento do movimento neopentecostal e efeitos da situação econômica são apontados como motivos
A expansão da fé no Brasil acontece em ritmo intenso: uma nova organização religiosa surge por hora no país. A facilidade para a abertura de novas igrejas — a burocracia é pequena, ao contrário do que acontece em outras atividades —, o fortalecimento do movimento neopentecostal e até mesmo os efeitos da situação econômica são apontados como motivos que podem explicar o fenômeno.
De janeiro de 2010 a fevereiro deste ano, 67.951 entidades se registraram na Receita Federal sob a rubrica de “organizações religiosas ou filosóficas”, uma média de 25 por dia. Ao levar em conta apenas os grupos novos, que não são filiais daqueles já existentes, o número é de 20 por dia. O processo é simples: primeiro, obtém-se o registro em cartório, com a ata de fundação, o estatuto social e a composição da diretoria; depois, os dados são apresentados à Receita, para que o órgão conceda o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), item obrigatório para o funcionamento legal das instituições.
Com o CNPJ em mãos, basta procurar a prefeitura e o governo estadual para solicitar, caso necessário, o alvará de funcionamento e garantir também a imunidade tributária — a Constituição proíbe a cobrança de impostos de “templos de qualquer culto”. Igrejas não pagam IPTU, Imposto de Renda (IR) sobre as doações recebidas, ISS, além de IPVA sobre os veículos adquiridos. Aplicações financeiras em nome das organizações também estão livres do IR. Em alguns estados, há ainda isenção sobre o recolhimento de tributos indiretos, como o ICMS.
— A vedação se estende a todo tributo que incide sobre a atividade religiosa, desde que o recurso arrecadado seja utilizado naquela finalidade. Caso a instituição não utilize o recurso para promover sua crença, ela pode ser autuada para pagar o imposto devido — explica o advogado Levy Reis, especialista em Direito Tributário, apresentando um exemplo. — Caso uma igreja tenha um estacionamento, não incide qualquer imposto sobre os ganhos, desde que ele seja usado para sua atividade em si. Mas se esta instituição arrecada o recurso e aplica numa viagem de um pregador a passeio para Las Vegas, fica descaracterizada a imunidade tributária. E aí sim pode ser aplicado o imposto com multa.
Migração de fiéis
O texto constitucional estabelece a imunidade fiscal e a liberdade de culto — o direito é classificado como “inviolável”. Não há, portanto, a necessidade de apresentar requisitos teológicos ou doutrinários para abrir uma igreja. A facilidade faz com que muitas organizações sequer tenham um lugar, próprio ou alugado, para receber os fiéis, informando o endereço de imóveis residenciais ou de outras empresas como sendo seus.
A teóloga Maria Clara Bingemer, professora da PUC-Rio, aponta que a migração de fiéis também é um ponto que possibilita o surgimento de novas entidades. Um relato comum é o de integrantes de igrejas que, ao adquirir o domínio da doutrina e das pregações, resolvem abrir sua própria igreja.
— Os fiéis dessas igrejas neopentecostais, muitas vezes, são ex-católicos, ex-protestantes, estavam em outras religiões e migraram. Mas não permanecem: elas são lugar de trânsito — analisa a teóloga.
Do ponto de vista tributário, a fiscalização sobre os impostos da União cabe à Receita Federal, enquanto as secretarias estaduais e municipais de Fazenda devem supervisionar os tributos a cargo dos estados e cidades. O Ministério Público também tem o dever de averiguar possíveis irregularidades e desvios provocados pela blindagem fiscal.
No Rio, dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), mostram que há 21.333 CNPJs ativos de organizações religiosas. De janeiro de 2010 a fevereiro deste ano, houve 9.670 registros. O estado campeão no período foi São Paulo, com 17.052. Não há um cadastro único que apresente todas as igrejas em atividade no país, portanto a verificação da abertura do CNPJ é o caminho mais seguro. Mas, como o processo é autodeclaratório, a Receita ressalva não ser possível assegurar que todos os cadastros são de organizações religiosas.
Entre as denominações que surgiram, estão movimentos como a “Associação Ministerial Homens Corajosos”. O grupo não tem um templo próprio e percorre diversas igrejas evangélicas com palestras sobre os valores da vida em família. Eles direcionam as pregações para grupos de homens por acreditar que, sem a presença das mulheres, eles se sentirão mais à vontade para “revelar os pecados” e, a partir daí, mudar de postura. As reuniões de preparação para as palestras acontecem em uma sala cedida em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense — é onde funciona a funerária de Marcos de Jesus, um dos integrantes. Há ainda, no estado, organizações chamadas “Associação Missionária Boneka”, “Igreja Missionária As Portas do Inferno Não Prevalecerão” e a “Associação Ministerial Chris Duran”, criada pelo cantor, hoje também pastor, que fez sucesso nos anos 1990. Já a Igreja Protestante Escatológica, que estuda um ramo do cristianismo, funciona na casa de seu fundador, na Tijuca, Zona Norte do Rio.
— Todos nós temos nossos trabalhos, ninguém vive da atividade pastoral. Não há cobrança de dízimo, as igrejas que nos convidam pagam apenas os kits que entregamos e, em alguns casos, nosso deslocamento — afirma Marcos de Jesus, integrante da associação dos Homens Corajosos.
O advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior do IBPT, defende a imunidade fiscal para os templos:
— Não se pode atacar o todo com a premissa de que alguns usam a religião como atividade econômica. Partidos políticos também têm imunidade. Uma revisão constitucional não deveria servir só para os templos.
MPF investiga venda de horários para igrejas nas emissoras de TV
A presença maciça de programas produzidos por igrejas evangélicas nas grades das emissoras abertas de televisão despertou a atenção do Ministério Público Federal (MPF), que apura possíveis irregularidades na prática. Duas hipóteses sustentam as investigações, que acontecem no Rio e em São Paulo: a subconcessão, que é proibida por lei; e o desrespeito ao limite estipulado para a propaganda, hoje em 25% — como as organizações religiosas pagam aos canais, há o entendimento de que se trata de uma negociação publicitária.
De acordo com um estudo da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o caso mais expressivo é o da CNT, que tem quase 90% da programação vendida para a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Em São Paulo, o MPF já impetrou uma ação civil pública contra a CNT e a Iurd. No Rio, o inquérito verifica, além da CNT, as situações de Record, Bandeirantes, RedeTV e Gazeta.
O procurador da República Pedro Machado, à frente do processo em São Paulo, afirma que a prática configura uma “transferência indireta” da concessão:
— É o desvirtuamento de um serviço público concedido pela União. E dá para equiparar essa transferência a um espaço publicitário, porque a emissora é remunerada por isso — afirma.
Já o procurador da República Sérgio Suiama, responsável pela investigação no Rio, acrescenta outro elemento ao debate: a desigualdade no uso do espaço de uma concessão pública.
— Na praça, qualquer um pode pregar, mas na TV, que também é um espaço público, só quem paga pode fazer a pregação. Só as igrejas mais poderosas e com mais dinheiro podem financiar isso. Ou autoriza todo mundo a ocupar o espaço, ou proíbe todo mundo — opina.
Além da Iurd, Assembleia de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus, entre outras entidades, também alugam horários para a transmissão de seus cultos. O tema, no entanto, divide opiniões. O Ministério das Comunicações já manifestou, nos autos do inquérito do Rio, o entendimento de que não vê irregularidades no caso da CNT. As regras para radiodifusão não estabelecem limites para a produção de programas por terceiros, o que, de acordo com esta interpretação, seria o caso, e não uma relação publicitária. A segunda instância da Justiça Federal de São Paulo, na análise de uma liminar, negou o pedido para que a programação da CNT fosse suspensa.
Nos documentos que constam do inquérito, as emissoras negam irregularidades, sustentam que são responsáveis pelos conteúdos veiculados e garantem que respeitam os limites determinados para a exibição de publicidade.
Organizações religiosas no Rio
Associação Ministerial Homens Corajosos
Associação Ministério Chris Duran
Associação Missionária Boneka — Semeando
Comunidade de Aliança Maria Rosa Mística
Comunidade Evangélica Alfa e Ômega
Assembleia de Deus Derrubando Muralhas em Irajá
Igreja Evangélica Pentecostal Porta Estreita
Igreja As Portas do Inferno Não Prevalecerão
Igreja Pentecostal Geração Eleita
Igreja Protestante Escatológica
Ministério Para Que Ele Cresça
Ministério Pentecostal Labareda de Fogo
Assembleia de Deus Geração Eleita em Cristo
Assembleia de Deus Garagem da Vitória
Ministério Itinerante o Querer de Deus
Igreja Missão Global a Voz do Senhor
Igreja Ministério Fonte Água Cristalina
Igreja Missão Evangélica Porta Para o Céu
Igreja Missionária a Fonte do Que Clama
Igreja Missionária Aliança, Promessa e Exaltação
Igreja Missionária Alto Refúgio Restaurando Vidas
Evangelho Pleno do Poder de Deus em Jacarepaguá
Igreja na Obra da Restauração de Tudo em Itaguaí
Igreja Pavilhão da Benção
Igreja Pentecostal a Descida do Espírito Santo
Igreja Pentecostal a Marca do Sangue
Igreja Promessa dos Escolhidos de Deus
Igreja Renovação Cristã Ministério Portas Abertas
Igreja Sinos de Belém Missão das Primícias
Igreja Sinais e Maravilhas de Deus
Igreja Só o Senhor Jesus Cristo Reina
(Colaborou Gabriel Cariello)
Fonte: O Globo
Nesta seleção estão as 10 maiores religiões do Brasil, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE, que demonstra crescimento da diversidade de grupos religiosos no país.
A proporção de católicos acompanhou tendência de diminuição vista em 2 décadas anteriores. Na década de 70, representava 99,7% da população, nesse censo caiu para 64,6%. Nos números abaixo você verificará que ainda assim, ela continua sendo inquestionavelmente a maior religião do Brasil. A população evangélica cresceu de 15,4% no ano 2000, para 22,2% em 2010.
10°
Tradições Esotéricas – 74.013 (0,04%)
As tradições esotéricas reúnem 74.013 adeptos, e estes são subdivididos em 2 correntes. A primeira é composta por grupos e movimentos religiosos com formação no começo do século XX, no geral, com doutrinas em apoio nos valores como positivismo e racionalismo; a Sociedade Brasileira de Eubiose, a cabala e as tradições ciganas são exemplo.
A segunda corrente é ligada aos movimentos libertários dos anos 1960, em especial com influência dos movimentos new age e hippie, por práticas orientais, e por cultos; o Vale do Amanhecer é exemplo.
9°
Judaísmo – 107.329 (0,06%)
O Judaísmo reúne 107.329 pessoas e ocupa a nona posição entre as 10 maiores religiões do Brasil, e é uma das 3 principais religiões abraâmicas. A definição do Judaísmo se resume a “religião, filosofia e modo de vida” do povo judeu.
A origem é na Bíblia Hebraica, e o Judaísmo é explorado nos textos seguintes, como Talmud, é caracterizado por judeus religiosos como expressão do relacionamento e aliança criada entre Deus com os Filhos de Israel. Ela aparece na lista das maiores religiões do mundo também.
8°
Novas Religiões Orientais – 155.951 (0,08%)
As novas religiões orientais são representadas por 155.951 adeptos, sendo oitava posição nesta seleção, e o destaque é para Hare Krishna que chegou ao Brasil em 1974, Perfect Liberty de 1958, e Seicho-no-iê de 1930.
7°
Candomblé – 167.363 (0,09%)
O Candomblé também é popular como Canzuá, sendo religião derivada do animismo africano, com culto aos orixás, voduns ou nkisis, a depender da nação. A origem é totêmica e familiar, trata-se de uma das religiões de matriz africana com mais adeptos, em especial pelo Brasil; são 2 milhões de seguidores pelo mundo.
6°
Budismo – 243.966 (0,13%)
Budismo é religião e filosofia não-teísta, abrangendo diversidade de tradições, práticas e crenças, com base em ensinamentos de Siddhartha Gautama, o Buda. Buda viveu e foi responsável pelo desenvolvimento dos seus ensinamentos no nordeste do subcontinente indiano, no período entre séculos VI e IV a.C..
Buda é reconhecido por adeptos como mestre iluminado, este conhecido por compartilhar suas idéias para auxiliar os seres no alcance do fim do sofrimento, atingindo o Nirvana, e escapando do que é denominado como ciclo de sofrimento do renascimento.
5°
Umbanda – 407.331 (0,2%)
A Umbanda é religião heterodoxa brasileira, com evolução do polissincretismo religioso permanente no Brasil; esta evolução foi conseqüência de várias motivações, a incluir de ordem social, que criaram um culto à feição e moda do Brasil.
4°
Testemunhas de Jeová – 1.393.208 (0,7%)
As Testemunhas de Jeová são um nome cristão não-trinitário, restauracionista e milenarista, com adeptos em 239 países e territórios autônomos, sem contar a quantidade de simpatizantes. São populares por trabalho regular e persistente da pregação dos dogmas e princípios, nas casas pelas ruas.
3°
Espírita – 3.848.876 (2%)
O Espiritismo é terceira posição entre as 10 maiores religiões do Brasil, sendo doutrina codificada por Hippolyte Léon Denizard Rivail, pedagogo francês, utilizando pseudônimo Allan Kardec.
A doutrina é caracterizada mediante fusão de filosofia, religião e ciência, com busca pela melhor compreensão não somente do universo científico, como também do aspecto religioso.
2°
Evangélica – 42.275.440 (22,2%)
Os evangélicos também são conhecidos como protestantes, e o termo protestante em contexto do Brasil, é utilizado para referência às Igrejas oriundas, de forma direta, e contemporânea, na Reforma Protestante, como Presbiteriana, Luterana, Batista, Metodista e Congregacional.
O Protestantismo é um dos principais segmentos do Cristianismo, movimento que começou na Europa Central, no começo do século XV, como reação contrária às doutrinas e ações do catolicismo romano medieval.
Antes que perguntem, a Igreja Mundial do Poder de Deus (Valdomiro Santiago) tem 315 mil membros. Foi gerado uma certa polêmica de roubo de fiéis da Universal (Edir Macedo) já que a mesma perdeu 229 mil membros desde o ultimo censo a 10 anos. O Valdomiro era um dos bispos do Edir Macedo, até se desentenderem e assim foi fundada a Mundial pelo Valdomiro, hoje é uma das igrejas evangélica que mais cresce no Brasil.
Católica – 123.972.524 (65%)
O Catolicismo é caracterização ampla para corpo da fé católica, suas doutrinas, liturgia, teologia, e princípios éticos e aspectos comportamentais, como também para povo religioso.
Esta religião é líder entre as 10 maiores religiões do Brasil, com totais 123.972.524 adeptos, correspondendo a 65% da população brasileira. O nome catolicismo é utilizado, no geral, para experiência particular do Cristianismo compartilhada pelos cristãos, estes que vivenciam em comunhão com Igreja de Roma. Nesta pesquisa esta incluído a apostólica Romana, Brasileira e Ortodoxa.
A primeira viagem internacional do papa Francisco com intuito de participar da 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) movimentará milhões de católicos pelo Brasil e pelo exterior. O megaevento religioso, nunca antes sediado no país desde que foi criado pelo pontífice João Paulo II, em 1985, deve reunir em torno de 2,5 milhões de pessoas, dos quais 350 mil de peregrinos de 175 países. Na nação com o maior número de católicos do mundo — 120 milhões, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010 —, a jornada segue até 28/7/13. O evento tem o custo estimado em R$ 350 milhões. Como consequência da semana de atividades da JMJ, a expectativa dos organizadores é de que sejam movimentados R$ 500 milhões, e 20 mil empregos diretos sejam criados.
Em 22/7/13, o líder da Igreja Católica desembarca às 16h no Aeroporto do Galeão e dá início a uma série de compromissos. O pontífice deve desfilar em papamóvel pelo menos três vezes enquanto estiver no Brasil. Nos passeios por Copacabana, na sexta-feira, e em Guaratiba, no domingo, são esperadas 1 milhão de pessoas em cada ocasião. O Campus Fidei, palco da missa e vigília do pontífice, nos dois últimos dias da visita ao Brasil, tem um espaço equivalente a nada menos do que sete Maracanãs.
A última JMJ foi em 2011 em Madri, na Espanha, com o papa Bento XVI, e o evento já passou por vários outros países, como Argentina, Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Filipinas e Polônia. O papa João Paulo II anunciou a instituição da JMJ em 1985, ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou como Ano Internacional da Juventude. Em março, houve um encontro internacional de jovens no Vaticano.
O que pensa a juventude sobre o futuro? A pergunta feita a 400 jovens de comunidades do Rio por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terá parte da programação no Campus Fidei, em Guaratiba, zona oeste do Rio. Os depoimentos foram gravados e serão transmitidos durante a vigília que começa às 10h, no sábado ( 27) até a manhã de domingo (28), antes da missa que o papa Francisco vai celebrar no local. Os depoimentos poderão ser vistos a distância, porque serão exibidos em totens com lâmpadas de LED espalhados próximo ao altar, onde ficará o pontífice. “São os jovens ali falando. Eles falam como vai ser o futuro, sobre o que pensam e esperam do futuro”, contou o diretor artístico da programação do Campus Fidei, Edson Erdmann.
Às 10h30 do dia 27/7/13, começam os 13 shows que terão 50 atrações nacionais e internacionais, incluindo, segundo o diretor, 700 artistas. No mesmo dia, às 12h, está previsto o início dos shows do Futuro, que terminam à meia-noite. “São 12 horas de shows. O Show do Futuro Brasil será com artistas brasileiros. Depois tem o Duos, que são artistas cantando em duplas para mostrar a união. Tem ainda o Show do Futuro Stars, que terá grandes nomes como os dos padres cantores. O padre Fábio Melo estará lá. Depois tem o artista Tony Melendez, um artista mexicano que não tem os braços, mas toca violão e já se apresentou para o papa João Paulo II”, disse Erdmann.
Às 17h30,quando o papa chegar para uma visita ao Campus Fidei, haverá uma parada na programação. Depois da saída do pontífice, recomeçam as atrações. Edson Erdmann disse que serão feitos alguns ensaios do flash mob que será apresentado ao papa antes da missa do dia seguinte e que promete ter recorde no número de integrantes. “Não sei quantas pessoas estarão lá. Um milhão, 1,5 milhão, 2 milhões. Não tenho a menor ideia, mas com certeza nós vamos fazer uma coisa muito legal. Tenho certeza de que o papa vai ficar emocionado com a apresentação que os jovens estão preparando para ele”, comentou o diretor. Ele explicou que não é possível calcular quantas pessoas vão participar porque a coreografia e a música podem ser aprendidas por meio de um vídeo publicado na internet, e a adesão é livre.
Os shows de 27/7 serão retomados com o musical Streetlight do grupo italiano Gen Rosso, criado em 1966 para transmitir mensagens de paz e fraternidade universal. O diretor informou que o grupo vai se apresentar com 200 jovens brasileiros em tratamento de dependência química. “O grupo italiano tem um projeto social no mundo inteiro e ensaiou um musical especialmente para a JMJ”, contou.
Haverá ainda o Show do Futuro Mundo, com vários artistas internacionais e a apresentação do cantor e compositor da Costa Rica Martin Valverde. Ele é ligado ao movimento carismático da Igreja Católica.
Perto da meia-noite, a programação vai buscar o relaxamento de quem estiver no Campus Fidei para preparar quem quiser descansar e dormir até o recomeço da programação, às 7h do dia28/7/13. “Nesse momento haverá orações e serão entoados cantos gregorianos para que as pessoas que estiverem no Campus possam se preparar para dormir”, disse o diretor.
Já no domingo, está previsto um show com padres cantores às 8h30. O papa deve chegar de helicóptero por volta das 9h. De papamóvel, passará entre os jovens. Quarenta minutos depois deixa o veículo e vai para o palco assistir ao flash mob. Após a apresentação, vai se preparar para a missa marcada para as 10h. Acompanharão a missa uma orquestra formada por 200 músicos e um coral de 100 vozes.
Depois da missa e de o papa deixar o Campus Fidel, vão ocorrer outros shows para entreter e facilitar a dispersão dos participantes da jornada que estiverem no local. Para o diretor, cuidar da programação do encontro é um momento especial. “O papa vai passar uma semana inteira no Brasil, uma coisa que os outros papas nunca fizeram”, destacou.
Centenas de jovens que vieram ver o Papa escolheram as favelas do Rio de Janeiro como hospedagem e se surpreenderam com o fato de que seus moradores não andam armados e os tratam melhor do que em casa.
Muitos chegaram há apenas alguns dias à paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, no bairro de Inhaúma, não sabendo que ficariam no Complexo do Alemão, um grupo de 11 favelas que, antes de ser pacificado, era reduto do tráfico de drogas.
São peregrinos que vieram de todas as partes do Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nos próximos 23 a 28 de julho, e que contará com a presença do papa Francisco. Eles receberam hospedagem em diferentes casas de família do Complexo, que vai acolher cerca de 700 jovens.
Uma centena também está alojada em outras regiões pobres, incluindo o Complexo de Manguinhos, onde se encontra a favela de Varginha – visitada pelo Papa na quinta-feira, 25 de julho.
Medo na favela
“Aqui não vou ficar”, disse Carol Schneider (21), de Gramado, Rio Grande do Sul, quando durante a missa de acolhida, o padre Julio se referiu ao lugar onde se encontravam, disse à AFP.
É que o local, presente durante anos em imagens de enfrentamentos entre policiais e traficantes nos noticiários, ainda é muito associado a palavras como tiroteio, tráfico de drogas e assassinato .
“Tínhamos outra visão do Alemão”, diz Eduardo Gonçalves, 36, que veio de Florianópolis e também se hospeda com moradores da comunidade.
Durante décadas o Complexo do Alemão esteve nas mãos traficantes de drogas. A polícia não entrava e os moradores eram proibidos de falar sobre o que acontecia, segundo contam à AFP, ainda com certo receio de sofrer represálias.
“O que sabíamos sobre este lugar antes de virmos não bate com a realidade que estamos vivendo”, diz a paranaense Flávia Pinheiro (27).
Em 2010, o Complexo foi ocupado pela polícia e pelo Exército, munidos de carros blindados e helicópteros, após uma semana de violência urbana que terminou com 37 mortos. Atualmente, a segurança do bairro fica por conta da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Dormir entre plantas e pássaros
“Mas as pessoas foram muito acolhedoras, é como se fossemos da família”, explica Schneider ao descrever a família que a hospeda, numa casa cheia de plantas, canarinhos que cantam e imagens religiosas.
Ela e Flávia dormem com outras nove jovens na laje da casa da família do Complexo. A dona da casa, Almarinda Bolzan, casada e mãe de quatro filhos, preparou um espaço de descanso para as meninas. “Meu marido fez um móvel para elas guardarem suas roupas”, conta com orgulho ao mostrar a estante de madeira.
O lugar está dividido em dois por um toldo cinza. De um lado os colchões infláveis e duas camas, e do outro uma mesa com café, pão e frutas.
“Não pagam nada, aqui elas têm cama e café da manhã”, diz Almarinda. E garante que as jovens já até disseram querer morar com ela.
“Melhor do que em casa”
“Melhor do que em casa”, diz, rindo, Rittha Igniz, 33, do Paraná, ao mostrar as maçãs e bananas que deixaram para ela em cima da mesa.
As jovens dizem não ter medo que alguém entre no quatro pulando uma das lajes desniveladas que as cercam e que, durante o dia, são tomadas por crianças que aproveitam a proximidade do céu para empinar pipas e papagaios.
“Já me sinto em casa”, disse Schneider ao admitir que, assim como suas companheiras peregrinas, agora anda tranquila entre as crianças, cães e gatos que, chova ou faça sol, jogam descalços nas inclinadas ruas do bairro.
“Cristo nos convida, venham meus amigos, Cristo nos convida, sejam missionários”, diz o hino da JMJ cantado pelas jovens, antes de irem dormir, sem medo de que os vizinhos reclamem do barulho.
Sorridente e bem-humorado, o papa Francisco, primeiro latino-americano no pontificado, conquistou, em quatro meses, católicos e não católicos. Ele demonstrou seu estilo, logo no primeiro dia, ao ter nome anunciado em 13 de março deste ano: abençoou os fiéis e abaixou a cabeça pedindo a bênção de todos. Foi assim que Francisco, de 76 anos, indicou como pretendia comandar a Igreja Católica Apostólica Romana. “Rezem por mim”, pediu ele, na ocasião.
Os peregrinos que chegarem ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, entre os dias 23 e 28 deste mês, não deverão encontrar dificuldades para se hospedar. Foram cadastradas pela organização do encontro 300 mil vagas, incluindo casas de famílias, paróquias, escolas, além de locais inusitados, como centros culturais e quadras de escolas de samba. Até esta semana, 155 mil peregrinos haviam feito inscrição com opção de hospedagem.
Os bairros com maior número de vagas estão localizados nas zonas norte e oeste da cidade, como Campo Grande, Santa Cruz, Bangu, Realengo, Taquara, Barra da Tijuca, Guaratiba e Paciência. Haverá vagas também no Centro e no bairro de Icaraí, em Niterói.
Na maior parte dos casos, para receber os visitantes basta oferecer um local limpo, com banheiro e cozinha, onde poderão ser preparadas algumas refeições. Os jovens, em sua maioria, trazem colchonetes ou sacos de dormir. Não é obrigatório oferecer refeição, pois no momento da inscrição, os peregrinos optam se querem receber almoço e jantar.
O município do Rio preparou 280 escolas públicas para atender a até 70 mil peregrinos. A logística está a cargo da Rio Eventos, que selecionou apenas colégios com capacidade de receber os visitantes com conforto – escolas com cozinha, banheiros e vestiário.
A Secretaria Estadual de Educação disponibilizou 87 escolas para a Semana Missionária, que antecede a JMJ, e 84 escolas no Rio, Grande Rio e municípios próximos, para abrigar os peregrinos durante o evento. Na escola que funciona dentro do Jockey Club Brasileiro, na zona sul da cidade, ficarão hospedados 300 estudantes.
Se o visitante preferir, poderá se hospedar em locais alternativos. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, 80 peregrinos portugueses e espanhóis ficarão abrigados na Instituição Afro-Cultural Ojuobá Axé. A coordenadora do espaço, Luana Guimarães, explica que o centro, onde ocorrem diversos cursos, incluindo temáticas africanas, é ecumênico e aceita todas as orientações religiosas. “Eu sou católica, mas acredito em todas as religiões.”
Hospedagem mais agitada terão os 60 peregrinos que ficarão na quadra da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, em Ramos, na zona norte. Já neste domingo, eles serão recepcionados por um show musical e festa julina. Mas sem gula ou excessos, tudo dentro dos preceitos cristãos.
Vaticano confirmou hoje (21) que Francisco sairá de Roma às 8h45 de amanhã (22) e chegará ao Rio por volta das 16h
Na sua primeira viagem ao exterior, desde sua eleição, Francisco demonstra que adotará a mesma postura que o caracteriza. Antes da viagem ao Brasil, o papa destacou a vontade de estar perto da população. Às vésperas de partir para o Rio de Janeiro, ele reiterou que, na chegada à cidade, faz questão de um passeio em carro aberto, no papamóvel.
O Vaticano confirmou hoje (21) que Francisco sairá de Roma às 8h45 de amanhã (22) e chegará ao Rio por volta das 16h. Após o desembarque, ele fará um passeio pelo centro da cidade.
Ao escolher o nome Francisco, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio decidiu também assumir para si a marca do santo de Assis: a simplicidade e a proximidade com as pessoas. Francisco dispensou o apartamento papal para ficar na Casa de Santa Marta, na qual ficam hospedados, em geral, os cardeais que vão ao Vaticano. Ele também substituiu o crucifixo de ouro pelo de prata e abriu mão do sapato vermelho para usar um comum, na cor preta.
Antes de celebrar sua primeira missa, o papa desfilou em carro aberto entre os fiéis: beijou crianças, abençoou pessoas com deficiências e sorriu. Em 16 de março, ao receber jornalistas, Francisco falou em italiano e, pouco antes de se despedir, em espanhol, ele disse: “Sei que muitos de vocês aqui [referindo-se aos jornalistas] não são católicos. Mas isso não importa. Eu abençoo a todos”.
Francisco reitera que é assim que quer a Igreja: de portas abertas. No dia seguinte à sua eleição, ele foi rezar, na Basílica Santa Maria Maior, no centro de Roma, e proibiu que as portas ficassem fechadas porque ele estava lá. Na ocasião, o papa cumprimentou os presentes, sem cerimônia, e abençoou os que beijaram sua mão. Além disso, dispensou o carro oficial e seguiu em um veículo comum do Vaticano.
Em poucos dias, o estilo do papa se tornou conhecido. Sem cerimônia, Francisco procurou o antecessor, o papa Bento XVI, o primeiro na história recente a renunciar, para rezarem juntos. Vários encontros semelhantes ocorreram afastando as hipóteses de divergências. No passado, contou Francisco, foi Bento XVI que o impediu de se aposentar como ele deseja, segundo relato feito pelo porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
No período entre a primeira Jornada Mundial da Juventude (JMJ), criada em 1995 pelo papa João Paulo II, e a que começa na semana que vem no Rio de Janeiro, houve mudanças na Igreja Católica no Brasil, entre elas a redução no número de fiéis. A avaliação é do professor e pesquisador do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Ricardo Ismael.
“Hoje a Igreja Católica tem uma disputa maior. Outras opções religiosas avançaram no Brasil e essa diversidade religiosa é natural. A convivência entre as religiões é o que deve acontecer. A Igreja Católica, no Brasil, vive uma realidade diferente do que era há 20 anos, quando o número de adeptos era muito maior”, analisou.
Para o professor, vários fatos importantes marcaram o período, desde a eleição do presidente norte-americano Barack Obama, até a falta de solução para a pobreza extrema no mundo. “Há ainda milhares de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia. É evidente que a agenda social que ainda não avançou é uma preocupação não só para a Igreja Católica como para os governantes do mundo. Neste momento em que o papa chega ao Brasil e, certamente, depois de suceder Bento XVI, que era de uma ala mais conservadora, a grande expectativa é que a Igreja abrace uma agenda mais voltada para as questões sociais”, explicou.
O cientista político acredita que a vinda do papa pode estabelecer uma nova agenda, com foco nas questões sociais. “Se ele fizer isso, vai contribuir muito não só para o que ainda precisa ser resolvido no Brasil, como em outras partes do mundo, que são muito esquecidas nos debates. A eleição do papa Francisco, que tinha um trabalho nas periferias da Argentina, aponta para a ideia de [a Igreja] se aproximar mais das populações e dos setores mais pobres da economia”, avaliou.
Para o pesquisador, há uma coincidência no período da vinda do papa Francisco para a JMJ e as manifestações populares que começaram em junho no Brasil, com forte presença de jovens que cobram dos governantes ações concretas para melhoria nos serviços públicos e combate à corrupção. “É evidente que essa é uma questão interna do Brasil e o papa não pode resolver este problema. O papa tem um trabalho na periferia de Buenos Aires, que faz com que ele possa dialogar com os setores mais progressistas e preocupados com a questão social no Brasil. Entendo que é uma primeira visita e que a principal razão da vinda dele é o encontro mundial da juventude, provavelmente, deve ter uma mensagem aos jovens. Em razão das manifestações no Brasil terem se iniciado com os jovens, que estão reivindicando um país melhor, não vejo dificuldade dele falar para esses jovens”, contou.
Para o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, a vinda do papa é um momento histórico para o Brasil e para o Rio de Janeiro. Segundo ele, as jornadas têm ajudado os jovens a se tornarem protagonistas em todos os lugares do mundo. “Tenho certeza que vai continuar ajudando muito os jovens a construírem um mundo melhor”, completou.
Tempesta também observa uma concordância entre os objetivos da JMJ e as manifestações no Brasil. “Dentro do plano de Deus podemos ver que também a Igreja quer construir um mundo mais justo, mais humano, mais fraterno, baseado em pessoas que amam o próximo e querem perdoar e não ter rancor. É um trabalho muito bonito que a jornada e o papa trazem.
O papa Francisco pode ter um encontro exclusivo com jovens argentinos, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que começa na terça-feira (23), na capital fluminense. A informação foi dada hoje (21) pelo prefeito Eduardo Paes, que estuda um local para a reunião. Uma das possibilidades é o Terreirão do Samba, um galpão que fica no centro.
“Fui informado hoje pela Igreja Católica do desejo do papa de encontrar um lugar para fazer esse encontro com os jovens argentinos”, revelou Paes. “Afinal de contas, o papa é argentino e lá estava sua paróquia”. Para tentar atender ao pedido, o prefeito quer que o encontro com os argentinos seja na quinta-feira (25) ou sexta-feira (26), dias de feriado, ou no final de semana.
Esta é a primeira viagem internacional de Francisco e, apesar de estar sendo preparada há dois anos, sofre alterações de última hora. Na sexta-feira (19), foi incluído trajeto em carro aberto pelas ruas do centro, saindo da Catedral, antes de o papa seguir para recepção, no Palácio Guanabara, onde estarão o governador Sérgio Cabral e a presidenta Dilma Rousseff. A cerimônia custará R$ 850 mil.
Segundo Paes, o pedido de alteração na agenda mostra “o lado positivo e uma certa imprevisibilidade do papa Francisco”, que a prefeitura não restringirá. Por enquanto, não foram confirmadas mais alterações. “Acho que devemos nos preparar [para mudanças de última hora]”, reforçou o prefeito. “Pelo estilo do papa Francisco – que acho muito legal –, a chance de [vê-lo] sair por aí, andando de carro aberto, parando nos lugares e falando com as pessoas é grande.”
Já para a recepção oficial do pontífice no Palácio da Cidade, na quinta-feira, o prefeito contou que convidou atletas como Pelé, Oscar Schmidt e Neymar – que ainda não confirmou a participação. O evento, onde a bandeira olímpica será abençoada, custará cerca de R$ 200 mil para a prefeitura. “Não terá pronunciamento nenhum, será rápido e simples ”, justificou Paes.
Amanhã (22), para facilitar o deslocamento do pontífice pela cidade e o contato dele com o público, a orientação é que as pessoas evitem vir ao centro de carro particular, não estacionem nas ruas e tenham paciência com eventuais transtornos e congestionamentos no trânsito.
O papa Francisco assumiu o pontificado com vários desafios a enfrentar: os escândalos envolvendo a Igreja Católica Apostólica Romana, com desvios de recursos e pedofilia, a conquista de fiéis e a aproximação da religião com os dias atuais. Ele sinalizou que pretende vencer os obstáculos. Francisco nomeou, há dois dias, uma comissão de laicos (não religiosos), exceto um padre que será o coordenador, para avaliar a situação econômica e administrativa do Vaticano.
Desde o ano passado, há denúncias de desvios de recursos do Banco do Vaticano e dúvidas sobre a aplicação do orçamento da Santa Fé. Francisco quer um diagnóstico preciso da situação. Ele disse que o relatório será submetido a cardeais para, assim, definir as mudanças. A ideia é impedir irregularidades financeiras e econômicas envolvendo os recursos da Igreja.
No último dia 11, em meio às denúncias de pedofilia envolvendo padres, o papa modificou o Código Penal da Igreja Católica, o Motu Proprio, fixando penas mais duras para crimes contra crianças e adolescentes, assim como lavagem de dinheiro. A legislação é válida para a Santa Sé e como regulamento do Vaticano.
O papa também aumentou o rigor sobre os crimes contra a humanidade, como genocídios, denunciados com frequência em países em conflito armado, e medidas de segregação racial. Modificado conforme as orientações de Francisco, o Motu Proprio passará a valer a partir de 1º de setembro.
Com a preocupação crescente sobre a redução de católicos, inclusive no Brasil, Francisco apelou aos cardeais para que conquistem as pessoas usando “sabedoria” e “maturidade”. Mas também ressaltou que o exemplo em atitudes é que atrai. Para ele, a igreja deve ser para todos, inclusive, para os pobres. “Como eu gostaria de ter uma igreja pobre para os pobres”, disse ele, no primeiro encontro com jornalistas, em 16 de março deste ano.
O papa lembrou que a escolha do nome Francisco, inspirado no “santo dos pobres”, foi uma sugestão do cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes, que é arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação de Bispos. “Não se esqueça dos pobres”, contou o papa, ao lembrar a recomendação feita por dom Cláudio Hummes.
Ser o maior aliado das solteiras que querem casar não é garantia de ‘vida’ fácil para Santo Antônio. O mais judiado dos Santos da paróquia costuma ser afogado, vendado, colocado de cabeça para baixo e tudo mais o que possa se imaginar em nome de um bom casamento.
Quando Mônica Catto, relações públicas, ganhou uma imagem de Santo Antônio, em 2008, ainda era Mônica Alvarez, jovem solteira com o sonho do casamento. “Tudo começa quando a gente ganha um Santo Antônio. Todo mundo diz para botar debaixo da cama ou de cabeça para baixo, mas eu confesso que fiquei com pena e resolvi prendê-lo no meu armário e disse: ‘Só sai daí no dia do meu casamento’”, relata.
Foi a partir desse momento que as coincidências começaram a acontecer e Santo Antônio deu uma força para o pedido de Mônica. “Em um prédio chamado Antônio Barreto, conheci meu marido, que se chama Rafael Antônio, porque a minha sogra é devota do santo. Ficamos noivos no dia de Santo Antônio e casamos alguns meses depois na Capela do Pão de Santo Antônio”, conta. Hoje, casados há quatro anos, eles têm um filho de três anos chamado Heitor Antônio, uma homenagem que já está se perpetuando.
Foi só no dia 29 de novembro de 2009 que o Santo Antônio de Mônica foi libertado da prisão do armário. “Levei ele para a igreja comigo”. Em um ano, o santo casamenteiro mudou a vida da relações públicas e hoje ela quer que ele mude a vida de suas amigas. “Já presenteei algumas amigas com a imagem dele, ainda não casaram, mas a ajuda foi dada. Acredito, sim, que ele seja o responsável por tudo isso na minha vida e sempre peço a ele que proteja o nosso matrimônio”, completa.
COM CARINHO
Histórias de ‘maus-tratos’ não faltam, mas também há quem tenha dó. A veterinária Ada Corrêa, 39, sempre teve a vida ligada ao santo. Na juventude, foi catequista e não faltava às trezenas [treze dias de orações ao padroeiro] de Santo Antônio. Mãe de três filhos e com uma desilusão na bagagem, ela optou por não ‘malinar’ com o santinho e acabou se dando bem. “Nunca fiz nenhuma simpatia, mas, quando eu era menina e tava nas trezenas, o padre brincava chamando as solteiras para aquele momento de oração mais forte. Eu, só comigo, rezava baixinho, pedindo um bom marido, mas confesso que já estava duvidando que fosse conseguir. Até que ele entrou na minha vida. Quando anunciamos o casamento, os amigos até brincaram. ‘Só Santo Antônio mesmo para operar esse milagre’”, relembra a devota, apontando o também veterinário Helber Prado, 36.
Os dois se conheceram em uma clínica há treze anos. O amor pelos animais os aproximou e eles acabaram casando. A cerimônia foi no último sábado, 09, durante o casamento comunitário do Pão de Santo Antõnio. “Foi lindo. Tive vestido de noiva com véu enorme, como manda o figurino. Fiquei muito emocionada. Tenho certeza de que foi intercessão dele junto a Deus. Nada acontece antes da hora”, reflete Ada, ao lado do marido no consultório veterinário. “Não somos muito de simpatia, mas somos de muita oração. De uma forma ou de outra, Santo Antônio faz parte da nossa vida”, acredita Helber.
A corretora de imóveis Maria Ester Almeida Campos, 54, também jura que nunca aprisionou o santo, mas não abre mão de uma ‘conversinha particular’ com o bom casamenteiro. “Minhas amigas brincam, dizem que eu já tô no segundo casamento e foi Santo Antônio que conseguiu. Eu de fato tenho uma ligação muito forte com ele, mas não para marido, e sim pra tudo”, garante Ester, companheira do técnico de Telecomunicações Edson Campos, 51, há 22 anos.
Os dois se conheceram no Rio de Janeiro, terra natal de Edson, e não se largaram mais. Há 16 anos, quando Ester resolveu voltar a Belém, o técnico veio junto e Santo Antônio intercedeu. “No nosso caso, Santo Antônio significa a união da nossa família. Nosso filho mais velho é coroinha da paróquia até hoje, com 19 anos, e isso acabou nos levando mais para a igreja e unindo a família toda. Ele é muito importante para todos nós”, diz Edson ao lado da esposa.
EM PORTUGAL
A fama de casamenteiro começou por volta de 1790, em Portugal. Conta a história popular que, em um momento de nervosismo, uma moça atirou a imagem de Santo Antônio pela janela de casa. A imagem acertou a cabeça de um rapaz, que foi atendido pela família da moça. Os dois acabaram se conhecendo, se apaixonaram e casaram. Há outras versões, lembra o pároco da igreja de Santo Antônio de Lisboa, frei Edilson Rocha. “Uma das histórias atribuídas a Santo Antônio é a de uma jovem que não dispunha de dote [quantia em dinheiro oferecida ao noivo por ocasião do casamento]. Sem solução, a mãe aconselhara seguir a prostituição, mas a filha hesitou e procurou uma imagem de Santo Antônio, que lhe estendeu a mão e lhe ofertou um bilhete que deveria ser entregue a um determinado comerciante, que, ao ler o bilhete riu, mas obedeceu. Ele havia feito uma promessa a Santo Antônio. Então, colocou o bilhete de um lado da balança e foi completando com moedas do outro. O equilíbrio só veio quando foram completados 400 escudos [moeda da época], o valor correspondente ao dote da jovem que pode então se casar sem perder sua dignidade”.
Santo Antônio é também o santo do pão multiplicado e das coisas perdidas.
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