Datafolha: Lula lidera pesquisa e Manuela pontua em todos os cenários

 

Foto: Rodrigo Positivo

 

A pesquisa Datafolha, feita nos dias 29 e 30 de janeiro, ouvindo 2.826 pessoas em 174 municípios, mostra que o julgamento de Lula pelo TRF-4 não afetou sua liderança na corrida presidencial. Ele se mantém à frente da disputa, tendo entre 34% e 37% no primeiro turno, e ganharia de todos os candidatos no segundo turno. Devido à condenação, Lula pode ficar fora da disputa, mas ainda assim teria influência na campanha, já que 27% dos eleitores se dispõem a votar numa candidatura apoiada por ele.

Na opinião do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), a pesquisa demonstra que retirar Lula da disputa é uma irresponsabilidade com a democracia. Para Orlando, “a falsa condenação não mexeu um milímetro na imagem do ex-presidente. Alijar mais de um terço dos eleitores é um golpe e uma violência inomináveis”.

O deputado do PCdoB também comentou o desempenho dos candidatos da direita. Segundo Orlando, “a direita tem um pepino nas mãos: não calhou o discurso de transformar em ‘centro’ velhos nomes da direita neoliberal. Alckmin, Meirelles, Doria não emplacam. Huck tampouco é o ‘fenômeno’ que dizem – aliás, surpreende sua rejeição”. Orlando finaliza dizendo que aguarda o próximo balão de ensaio dos setores conservadores.

Manuela se afirma

A pré-candidata do PCdoB, deputada estadual Manuela D’Ávila (RS), vai se firmando numa parcela do eleitorado e é citada em todos os cenários pesquisados, variando de 1% a 3%, e com a menor taxa de rejeição, apenas 13%. A deputada chega a superar nomes de grande projeção e cotados para disputar com apoio do governo, como o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, além do próprio Michel Temer, que não descarta totalmente a possibilidade tentar a reeleição.

O deputado Orlando Silva também destacou a presença de Manuela em todos os cenários e sua baixa rejeição. “Aparece melhor que candidatos abanados pela mídia”, afirmou. Para ele, “Manuela tem tudo para crescer e ocupar espaço com programa progressista”.

Em sua página do Facebook, Manuela se mostra empolgada com a pesquisa e afirma que “mesmo sendo pré-candidata há apenas dois meses e com baixa exposição, pontuo em todos os cenários! E melhor: somos a pré-candidatura com a menor rejeição de todas!”. A parlamentar fez ainda um chamado a seus apoiadores para que ajudem a espalhar a mensagem de sua pré-candidatura nas redes sociais – FacebookTwitter, Instagram. “Nos ajudem compartilhando, conversando em casa e no trabalho, convidando amigas e amigos para curtirem a página, marcando aquela pessoa que vai gostar de nossas ideias nos comentários”, afirmou.

Veja abaixo o desempenho de cada nome indicado na pesquisa:

 

Autor da Lei da Ficha Limpa, Flávio Dino diz que lei pode ajudar Lula

 

 

 

Segundo Flávio, que foi autor da lei quando era deputado federal, em 2010, ele e o então deputado José Eduardo Cardozo, relator da proposta, incluíram um trecho que funciona como uma brecha e agora poderá ser usado por Lula. A lei prevê que o condenado possa apresentar recurso junto ao STF ou STJ, pedindo a suspensão da inelegibilidade “sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal”.

“Não tem contradição. Acho que a Lei da Ficha Lima protege o presidente Lula. Colocamos uma cláusula de escape em caso de perseguição. Não há um paradoxo, porque a lei bem aplicada garante o direito do presidente Lula, o direito de concorrer”, destacou Flávio Dino.

Para o governador, o TRF-4 condenou Lula em um “julgamento claramente politizado”.

“As penas aplicadas foram casuísticas, apenas para evitar a prescrição. Foi uma aberração como se deu a fixação da pena. Foi um julgamento extremamente, claramente politizado, no pior sentido da palavra, de que não ocorreu com o melhor da técnica jurídica”, afirmou o governador, que tem formação em Direito. “Qualquer especialista sabe que tem um sem número de impropriedades.”

O governador do Maranhão criticou a chamada “dosimetria da pena”, afirmando que sem o aumento haveria a prescrição dos crimes imputados a Lula, devido à idade. O governador acredita que o recurso é plausível por haver “aberrações” na decisão.

“As penas aplicadas foram casuísticas, apenas para evitar a prescrição. Foi uma aberração como se deu a fixação da pena”, afirmou.

O governador comunista disse ainda que o julgamento foi uma forma de corroborar as decisões do juiz Sergio Moro, que condenou Lula em primeira instância. “O propósito do TRF foi de apoiar o Moro, foi muito mais um julgamento do Moro, para dizer que a Justiça Federal é isenta”, ressaltou Dino.

 

Do Portal Vermelho