LAVA JATO

Operador de Eduardo Cunha se oferece à Lava Jato para entregar Temer

Lúcio Funaro, que foi uma espécie de banco do PMDB, promete contar o que sabe sobre o presidente, Moreira Franco, Joesley Batista e outros

Há 11 meses encarcerado no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Lúcio Bolonha Funaro aguarda ansiosamente as sextas-feiras. É o dia em que recebe a visita da mulher, acompanhada da filha de 1 ano e meio, e é abastecido com itens essenciais como roupa de cama, toalha, sabão em pó para lavar roupa, 1 litro de água sanitária para limpar a cela, frutas, biscoitos e pacotes de um de seus doces favoritos, pé de moleque. Amigo e operador do ex-deputado Cunha, do PMDB, desde o início dos anos 2000, Funaro é réu, acusado de participar de um esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal. Também é investigado em diversos inquéritos. Trocou várias vezes de advogado, mas todos os seus pedidos de liberdade foram negados até agora. Já se habituara à vida espartana no cárcere, dedicada a estudar seus processos – bem diferente da rotina em uma luxuosa casa com muros altos e guarita de segurança no Alto de Pinheiros, em São Paulo. Queixo-duro, Funaro dizia que aguentaria dois anos em cana. Mudou de ideia.

O operador Lúcio Funaro em seu escritório (Foto:  HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDO)

Sua convicção foi abalada desde que sua irmã, Roberta, foi presa pela Polícia Federal na Operação Patmos, no dia 18, por receber dinheiro da JBS em seu nome, e cumpre pena em prisão domiciliar. Funaro agora se oferece à Procuradoria-Geral da República para virar delator. Operador do submundo do mercado financeiro, ele embrenhou-se na sombra da política por meio de Cunha e atuou como um banco do PMDB da Câmara. Durante anos, grande parte da corrupção praticada por essa turma passou por suas mãos em dinheiro vivo ou transferências, quase sempre em nome de laranjas. Funaro sabe muito, mas inspira cuidados. Conhecido do Ministério Público há mais de uma década, ele não é considerado confiável para acordos. Costuma blefar. Foi delator na investigação do esquema do mensalão e voltou a delinquir com maior intensidade, sem cerimônia nenhuma. Funaro é visto também como um criminoso perigoso. Sua delação no mensalão foi negociada pela advogada Beatriz Catta Preta. Em 2015, Funaro, segundo procuradores envolvidos no caso, ameaçou-a de morte quando um cliente dela falou sobre ele e Eduardo Cunha à força-tarefa da Lava Jato. Aterrorizada, Catta Preta fugiu com a família para Miami. Funaro também ameaçou de morte a família de um delator, Fábio Cleto, preposto instalado no FI-FGTS, encarregado de liberar recursos a empresas, entre elas as do grupo J&F, de Joesley Batista, em troca de propina para Eduardo Cunha.

O histórico de Funaro, portanto, exige cuidados. O material ofertado por ele à equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no entanto, é promissor para a investigação – e capaz de elevar a gravidade da crise política a níveis mais críticos ainda. Funaro lista 12 itens que atingem o presidente Michel Temer, o principal chefe do PMDB da Câmara, tocado por Eduardo Cunha e seus aliados próximos. Temer é o protagonista do Anexo 2 da proposta de Funaro, que afirma ter provas para comprometer o presidente da República. Entre elas estão transferências bancárias, entregas de dinheiro vivo e registros com nomes de operadores e laranjas do presidente, conforme o roteiro da delação em análise pelos procuradores e a que ÉPOCA teve acesso. As informações comprometem frontalmente a defesa do presidente no julgamento desta semana no Tribunal Superior Eleitoral: Funaro confessa ter atuado como captador ilegal de recursos para a campanha de Temer a vice-presidente da República em 2014. “Elementos de corroboração”: “Efetuou vários repasses os quais pode identificar os respectivos comprovantes, hora, local e quem recebeu”, diz um trecho da proposta. Funaro acusa o então vice-presidente, Michel Temer, de atuar junto ao Banco Central para favorecer o banco BVA, em troca de recursos para campanhas eleitorais. Em 2012, o BC decretou intervenção no BVA, que acabou quebrando em 2014. Preso na última fase da Lava Jato, o fundador do BVA, José Augusto Ferreira dos Santos, tem boas relações com chefes do PMDB e é acusado de, assim como Funaro, operar como lavanderia do partido.

O presidente Michel Temer (Foto:  Ueslei Marcelino/REUTERS)

As acusações a Temer passam pela captação de recursos escusos para aliados, como a campanha do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB, ao governo de São Paulo, em 2014, de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012, e fraudes no Ministério da Agricultura durante a gestão de Wagner Rossi – todos, ressalte-se, tentaram prosperar politicamente sob a influência do presidente. Funaro afirma que a partir de 2011, quando indicados do PMDB passaram a ocupar cargos relevantes na Caixa Econômica Federal, os financiamentos tinham como contrapartida propina ao partido, com envolvimento de Temer. A pedido do então vice-presidente, Funaro diz ter captado recursos dessas empresas para a campanha de Chalita. Como corroboração, cita empresas usadas como laranjas para receber os recursos de caixa dois destinados à campanha. As conversas de celular entre Funaro e um dos vice-presidentes da Caixa na época, Fábio Cleto, dão uma indicação. Em 13 de abril de 2012, às 15h44, sob o codinome Lucky, ele escreveu a Cleto: “Tem que ver essa situação da Comport e Hypermarcas aí dentro pra andar rápido, porque eles dois tão contribuindo com o Chalita e querem a contrapartida”. “Vou focar aí”, respondeu Cleto.

Moreira Franco Secretário Especial da Presidência da Rapública   (Foto:  Sérgio Lima/ÉPOCA)

Outro personagem central nos relatos de Lúcio Funaro é o ministro Moreira Franco, um dos principais ministros de Temer, acusado fartamente na delação da Odebrecht. Na semana passada, o presidente até reeditou uma MP para garantir a Moreira o direito ao foro privilegiado no Supremo. Funaro diz que, quando vice-presidente da Caixa no governo Dilma, Moreira deu à Odebrecht a exclusividade dos investimentos do FI-FGTS na área de saneamento. As fraudes incluíam, segundo Funaro, um sobrepreço na avaliação financeira dos projetos ligados à Odebrecht, para que o FI-FGTS injetasse recursos acima do valor de mercado. Entre as provas que Funaro pretende apresentar estão repasses via caixa dois que ele fez para Moreira Franco e pagamentos por meio de outras empresas. Funaro diz que, mais tarde, como ministro da Aviação Civil, Moreira manteve um esquema com o diretor comercial da Infraero, André Luís Marques de Barros, conhecido como André Bocão, também um indicado de Eduardo Cunha, para favorecer empresas aéreas na distribuição de slots, hangares e balcões. Segundo ele, Moreira Franco fez ingerências para liberar a construção do primeiro aeroporto privado do país destinado a jatos executivos e táxis-aéreos, com aval para cobrar tarifas, em São Paulo. A beneficiada foi a família de Paulo Skaf, do PMDB – sempre de acordo com a proposta de Funaro.

Quando começou a discutir uma delação premiada, no início deste ano, Funaro teve conversas com o procurador Anselmo Lopes, da Procuradoria da República no Distrito Federal, que conduz em primeira instância as investigações das operações Greenfield e Sépsis, cujo foco são investimentos fraudulentos de fundos de pensão e da Caixa. No início, Funaro resistia em entregar um personagem fundamental:  Joesley Batista, da JBS, com quem tinha negócios. No começo deste ano, Joesley tomou a iniciativa de participar da organização da festa de aniversário de 1 ano da filha de Funaro. “Podem contar comigo”, disse aos familiares de Funaro. Hoje sabe-se que era medo. Joesley comprava o silêncio de Funaro, a quem devia favores bilionários feitos pelo FI-FGTS. Após a delação de Joesley e seus executivos, o dique de Funaro rompeu-se. Os procuradores ainda não sabem quanto do que Funaro diz é confiável e quanto é mera vingança contra a JBS. Diante da trajetória criminosa de Funaro, os procuradores querem dele provas materiais, que comprovem recebimento e pagamento de propinas, além de lavagem de dinheiro do PMDB. O testemunho dele, por outro lado, não interessa tanto.

O ex-deputado Eduardo Cunha é preso (Foto:  HEULER ANDREY/AFP)

Funaro listou 56 itens relacionados ao grupo JBS no primeiro anexo de sua delação premiada, ainda sem muitos detalhes. Sabe-se que Funaro aproveitava seu trânsito junto a autoridades ligadas ao PMDB para intermediar interesses de grupos privados, dos quais a JBS era a principal cliente, e em troca cobrar propina, que era dividida com aliados nos negócios, principalmente Eduardo Cunha. Em sua delação, os executivos da JBS admitiram pagamentos superiores a R$ 50 milhões de propina em troca dos recursos obtidos na Caixa e no FI- FGTS. Mas Funaro atribui à JBS outro modus operandi, mais agressivo: impedir que seus concorrentes obtivessem financiamentos do fundo. Segundo Funaro, houve interferências para que a Caixa não liberasse recursos à Seara enquanto a empresa não fosse comprada pela JBS, o que aconteceu em junho de 2013 por R$ 5,8 bilhões, e também para que não fossem feitos aportes na empresa Eucalipto Brasil, de Mário Celso Lopes, que rompeu a sociedade e se tornou adversário de Joesley Batista. Funaro não explica, na proposta de delação, se participou das operações ilegais que diz terem ocorrido.

Há duas semanas, a J&F, grupo que engloba a JBS e outras empresas dos Batistas, passou a ser investigada pela Comissão de Valores Mobiliários, suspeita de aproveitar-se da crise gerada por sua própria delação para lucrar com operações no mercado de capitais e de câmbio. Funaro diz em sua proposta que a prática é antiga na empresa e promete dar detalhes sobre como a J&F obtinha informações privilegiadas do mercado de câmbio e juros. Ele diz que houve fraude na aquisição do banco Matone, em 2011, e irregularidades no atual banco Original, uma das empresas que a J&F tenta preservar após a delação. Funaro afirma que a JBS usava laranjas para a compra de frigoríficos com o objetivo de escapar da fiscalização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que fiscaliza a livre concorrência e coíbe formação de cartel. Funaro dispara até contra o ministro da Fazenda, Meirelles, que foi presidente do Conselho de Administração da J&F. Funaro cita a tentativa da J&F de comprar a construtora Delta, do empresário Fernando Cavendish, pilhada em esquema de corrupção com o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Mas não explica como Meirelles, segundo ele, atuou no caso.

ÉPOCA ouviu três procuradores do Ministério Público Federal envolvidos com a delação premiada de Funaro. A PGR não tem pressa de examinar o caso de Funaro, nem deve fazer isso por enquanto. Os procuradores serão extremamente rigorosos e exigentes com Funaro, devido a seu histórico e perfil. Exigirão dele muitos documentos, provas de que efetivamente o dinheiro sujo de parte do PMDB passou por suas mãos e provas de para onde foi enviado. Os benefícios oferecidos a Funaro também serão bastante econômicos, bem diferentes dos concedidos a outros delatores. No momento, a equipe de Janot analisa a consistência do material para decidir se prossegue com a negociação. Nos últimos dois anos, Funaro dizia a pessoas próximas que filmava todas as entregas de dinheiro vivo que fazia em seu escritório no bairro do Itaim, em São Paulo. Dizia que mantinha os arquivos escondidos, como seguro de vida. Essa prova, no entanto, se é que existe, ele não ofereceu aos procuradores.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente Temer afirmou que não tinha “nenhuma relação” com Lúcio Funaro e que é “impossível” que o lobista tenha operado qualquer tipo de movimentação financeira para Temer. “As relações do doleiro eram com outras pessoas da legenda”, diz o texto. A nota afirma ainda que Temer “jamais atuou” para favorecer o banco BVA. O ministro Moreira Franco disse por meio de nota que jamais esteve com Lúcio Funaro, que nunca foi tesoureiro de campanha ou do PMDB e que não houve favorecimento a nenhuma empresa no período em que foi ministro da Secretaria de Aviação Civil. “Isso não é uma delação, é uma mentira!”, disse Moreira. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB, classificou a menção a seu nome na delação de Funaro como um absurdo e disse, por meio de nota, que jamais pediu a Moreira Franco ou a qualquer outra pessoa que fizesse ingerência em aeroporto privado. Por meio de nota, a assessoria do Ministério da Fazenda afirma que “Henrique Meirelles não atuou junto a qualquer órgão público nas tratativas sobre a possível compra da Delta Engenharia pela J&F, em 2012. À época, ele não pertencia ao Conselho de Administração da J&F e assessorava a companhia no Conselho Consultivo, orientando na reformulação do Banco Original, com a introdução da plataforma digital”. Procurada, a J&F afirmou que todos os ilícitos praticados pelo grupo foram comunicados à PGR e estão nos autos da delação homologada pelo STF.

Fonte: Época

PT comemora prisão de Rocha Loures e avalia que Temer não resistirá

PF prende Rocha Loures, ex-assessor de Temer
Carlos Zarattini - PT: O deputado Carlos Zarattini (PT-SP)© Dida Sampaio/Estadão O deputado Carlos Zarattini (PT-SP)

A prisão do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi comemorada no 6.º Congresso do PT, que termina neste sábado, em Brasília. Na avaliação dos petistas, a base aliada do governo vai “ruir” com a provável saída do PSDB da equipe e a crise política tende a se agravar a partir de agora, dando fôlego à campanha por Diretas Já para substituir o presidente Michel Temer.

Até esta sexta-feira, 2, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do PT achavam que Temer poderia ganhar uma sobrevida porque estava sendo mais rápido na reação às denúncias contra ele do que a oposição no ataque para derrubá-lo. Mesmo Lula sendo réu na Lava Jato, o diagnóstico no PT agora é o de que o cenário piorou muito mais para Temer e a oposição pode tirar dividendos políticos da nova turbulência no Planalto.

“O governo acabou”, disse o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP). “Até alguns dias atrás, o Planalto ficava contando voto para aprovar a reforma da Previdência e agora terá de contar voto para impedir o impeachment.”

Os petistas estão convictos de que Rocha Loures fará uma delação premiada, embora Temer tenha dito duvidar dessa possibilidade. Após o acordo de colaboração firmado pela JBS com o Ministério Público, o deputado afastado foi flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil de um executivo da empresa.

“As provas são robustas e, se Temer conseguir escapar esta semana, vai ser um milagre”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE). “A tendência é que aumente o número de partidos que vai se afastar do governo e, então, a base aliada será corroída. O governo está sob forte cerco político.”

O PSDB paulista convocou para a próxima segunda-feira uma reunião ampliada para discutir a crise. Temer conversou nesta sexta com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na tentativa de impedir que o PSDB paulista puxe um movimento de desembarque do governo. Os tucanos comandam hoje quatro ministérios.

Além disso, na próxima terça-feira, dia 6, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomará o julgamento que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. O Planalto aposta em um pedido de “vista” de algum ministro do TSE para analisar o caso, o que pode retardar o desfecho do caso.

“Independentemente de o TSE concluir ou não esse julgamento agora, a simples revelação do voto do relator do processo (Herman Benjamin), que, ao que tudo indica, será pela cassação, produzirá um abalo maior ainda no governo”, disse Humberto Costa. “Com isso, será muito difícil a economia se recuperar.”

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a prisão de Rocha Loures “acelera” o movimento pela saída de Temer. “Prenderam o braço direito do presidente”, afirmou Teixeira.

GOVERNO DE TEMER ‘POR UM FIO’

O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), avalia que a prisão do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), amigo do presidente Michel Temer, deixa o governo “por um fio”. “Qualquer coisa que Loures fale (aos investigadores) vai levar à queda do governo”, declarou Zarattini.

Ele considera que a possibilidade de desembarque do PSDB da base aliada do governo mostra que “as chances do governo continuar estão cada vez menores”.

Zarattini disse ainda que o PT vai continuar a mobilização por eleições diretas caso Temer deixe o cargo. “Acredito que acelerando a crise, vai acelerar a mobilização popular”, declarou. Ele admitiu, contudo, que sem a pressão popular será muito difícil aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso. “Não temos votos suficientes e a tendência natural é tentar uma solução pela via indireta. Tem que ter pressão para que parte grande dos parlamentares mudem de opinião.”

Fonte: MSN

Após delação da JBS, Temer enfrenta pior crise política e perde aliados

As bancadas do PSB, PPS, PTN e PHS anunciaram a saída da base aliada do governo

As delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, empresários da JBS, aprofundaram a crise política no Brasil. As revelações feitas pelos executivos envolvem o nome do presidente Michel Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O governo enfrenta desde o último dia 17 a maior crise desde que Temer assumiu o Planalto.

Aécio foi afastado do mandato parlamentar pelo Supremo Tribunal Federal e Michel Temer passou a ser investigado por três crimes.

No entanto, como destaca a reportagem do G1, as delações geraram ainda mais impactos. As bancadas do PSB, PPS, PTN e PHS anunciaram a saída da base aliada do governo. Juntos são 66 deputados que passarão a fazer oposição.

O governo de Temer que antes tinha o apoio de 413 dos 513 deputados, conta agora com 347 parlamentares, segundo a publicação.

Em meio à crise, Temer continua se esforçando para conquistar no Congresso Nacional o apoio necessário para aprovar as reformas, entre as quais a da Previdência Social e a trabalhista.

Embora tenha sido pressionado pela oposição e até mesmo pela base aliada, o presidente já disse que não renunciará ao cargo e tem rebatido as acusações dos delatores da JBS e negado ter cometido irregularidades no mandato do presidente da República.

Após as delações, a Procuradoria Geral da República pediu e o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito para investigar Michel Temer por três crimes: corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.

Além disso, a Câmara dos Deputados já recebeu 17 pedidos de impeachment, movidos principalmente pela oposição e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Fonte: Notícias ao minuto

Dilma faz novo pedido de liminar para voltar à presidência

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) – 18/02/2017: A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) - 18/02/2017© Evaristo Sá A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) – 18/02/2017A defesa de Dilma apresentou nesta quarta-feira um novo pedido de liminar ao Supremo Tribunal Federal(STF) para tentar anular o impeachment que a tirou definitivamente do cargo em agosto de 2016. O processo caiu nas mãos do Ministro Alexandre de Moraes, que assumiu os casos do ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em janeiro deste ano.Teori já havia indeferido a liminar em outubro do ano passado, dizendo que “não havia risco às instituições republicanas, ao estado democrático de direito ou à ordem constitucional”, uma vez que o então vice-presidente Temer havia ocupado o cargo da titular da chapa. Na ocasião, o ministro ainda escreveu que levaria para o plenário do STF apreciar o mérito do caso.Nesta quarta-feira, o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, citou as denúncias da delação de executivos da JBS que levaram Temer a ser alvo de inquérito no STF por crimes de corrupção, obstrução da Justiça e organização criminosa para reforçar o pedido de invalidação do impeachment.“O quadro institucional do nosso país passou a sofrer uma forte e acentuada deterioração. Sua Excelência, o Presidente da República, por revelações que se tornaram fatos notórios, firmadas a partir de delações premiadas homologadas por este STF, foi atingido frontalmente por denúncias de corrupção e de tentativa de obstrução da Justiça. Em decorrência disso, o país passa por hoje por uma crise política e institucional aguda, em dimensões nunca antes vivenciadas. A cada dia se evidencia mais a ilegitimidade e a impossibilidade do atual Presidente da República permanecer no exercício de um mandato, para o qual nãofoi eleito, e em que foi indevidamente investido por força de um processo de impeachment escandalosamente viciado e sem motivos jurídicos que pudessem vir a justificá-lo”, escreveu Cardozo no texto.Por fim, o advogado faz um apelo a Moraes para que analise com a “máxima urgência” o pedido e que, se não for atendê-lo, coloque-o com celeridade para apreciação do plenário da Corte.

Fonte: MSN

Temer revoga decreto que autorizou atuação do Exército na Esplanada

Militares haviam sido enviados para as ruas de Brasília após protesto de centrais sindicais terminar em atos de vandalismo. Presidente decidiu retirar as tropas após se reunir com ministros.


 

O presidente Michel Temer sorri durante reunião, nesta quinta, com empresários no Palácio do Planalto (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)O presidente Michel Temer sorri durante reunião, nesta quinta, com empresários no Palácio do Planalto (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

O presidente Michel Temer sorri durante reunião, nesta quinta, com empresários no Palácio do Planalto (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

O presidente Michel Temer revogou nesta quinta-feira (25), por meio de uma edição extraordinária do “Diário Oficial da União”, o decreto que autorizou o uso de tropas das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios.

No decreto que revogou o ato anterior, o presidente afirma que, “considerando a cessação dos atos de depredação e violência e o consequente restabelecimento da Lei e da Ordem no Distrito Federal, em especial na Esplanada dos Ministérios”, ele decidiu retirar os militares das ruas de Brasília.

O decreto publicado nesta quinta-feira tem apenas dois artigos:

 

  • Art. 1º Fica revogado o Decreto de 24 de maio de 2017, que autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal;
  • Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 25 de maio de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

 

Protesto contra governo espalha destruição em Brasília e Temer chama Forças Armadas

Protesto contra governo espalha destruição em Brasília e Temer chama Forças Armadas

A decisão se deu menos de 24 horas após a assinatura do decreto que determinou o envio de tropas das Forças Armadas para o Distrito Federal. Na manhã desta quinta, Temer se reuniu, no Palácio do Planalto, com ministros de seu núcleo político e de defesa para avaliar a eventual saída dos militares da Esplanada.

Participaram da reunião com o presidente da República os ministros Raul Jungmann (Defesa), Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).

Ao final do encontro, a assessoria da Presidência informou que, na manhã desta quinta, o ministro da Defesa vai fazer um novo pronunciamento no Planalto. Na véspera, coube ao titular da Defesa anunciar o envio de tropas do Exército para as ruas da capital federal.

 

Envio das tropas

 

Michel Temer havia assinado em 24/5/17 o decreto de garantia da lei e da ordem no Distrito Federal que autorizou o uso de tropas militares na segurança de prédios públicos federais.

A decisão foi motivada pelos tumultos e atos de vandalismo registrados nesta quarta, na área central de Brasília, durante a manifestação organizada por centrais sindicais para reivindicar que Temer deixe o comando do Palácio do Planalto e também para protestar contra as reformas nas regras previdenciárias e trabalhistas propostas pelo peemedebista (assista ao vídeo abaixo).

O protesto, que havia iniciado de forma pacífica e reuniu 35 mil pessoas, segundo a Polícia Militar do DF, terminou com sete presos, 49 feridos e prédios públicos queimados e depredados.

Jungmann informou nesta quarta que seriam usados 1,5 mil militares para cumprir o decreto presidencial – 1,3 mil do Exército e 200 fuzileiros navais.

Congresso tem sessões tumultuadas e oposição ocupa mesa diretora do plenário

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Confusão na Câmara

 

No pronunciamento no qual comunicou nesta quarta o envio das tropas para as ruas do Distrito Federal, o ministro da Defesa informou que a decisão de Temer foi tomada após o o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), solicitar auxílio federal na segurança dos prédios públicos.

A presença de tropas do Exército nas ruas da capital federal gerou polêmica, especialmente, no Congresso Nacional. Assim que foi anunciado o envio dos militares para a área central de Brasília, deputados da oposição questionaram duramente o presidente da Câmara no plenário da Casa.

O notícia causou discussões e tumulto durante a sessão da Câmara. Maia, porém, disse que havia pedido a Temer o emprego da Força Nacional, e não das Forças Armadas.

Parlamentares da oposição chegaram a apresentar projetos na Câmara e no Senado com o objetivo de derrubar o decreto editado pelo presidente da República.

Além disso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) mandado de segurança contra o ato da Presidência da República.

Na ação, o parlamentar pedi que a Suprema Corte derrubasse o decreto, argumentando que a medida só cabia “quando esgotados todos os meios normais para o reestabelecimento da lei e da ordem”.

O mandado de segurança, que perdeu o objeto com a revogação do ato anterior do presidente da República, será analisado pelo ministro Dias Toffolli

Fonte: G1

A cassação da chama Dilma-Temer já é prevista por aliados do presidente Michel Temer. Eles admitem, reservadamente, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possa cassar a chapa formada por Dilma e Temer na eleição de 2014.

Em entrevista ao Blog da Andreia Sadi, do G1, ministros disseram que Temer não cogita renunciar ao cargo e não está preocupado com a possibilidade de sofrer impeachment, pois cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do presidente, analisar os pedidos.

No entanto, embora Temer tenha se mostrado resistente ao período de crise em seu governo, aliados do presidente admitem que o “fator Rocha Loures” e a prisão do ex-vice-governador do DF Tadeu Fillipelli (PMDB) complicam a governabilidade do peemedebista.

Segundo a avaliação dos assessores de Temer, três dos sete ministros do TSE votariam pela cassação da chapa.

POSSÍVEIS NOMES

Diante da possbilidade de cassação, aliados do presidente discutem nomes para assumir o governo, em caso de eleições indiretas, como prevê a Constituição. Rodrigo Maia e Henrique Meirelles são os principais citados.

No entanto, Maia é alvo de dois inquéritos autorizados por Edson Fachin e isso pode ser um peso contra ele, segundo aliados. Enquanto isso, um dos personagens políticos que articula o nome de Maia acredita que, se ele assumir a presidência da República, não poderá ser investigado. A Constituição prevê que o presidente da República só pode ser investigado por atos cometidos durante o exercício do mandato e com autorização do STF.

Outra ala do Planalto defende o nome de Henrique Meirelles e avalia que ele tem respeito do mercado e seria capaz de garantir a continuidade da agenda da pauta fiscal, principalmente as reformas.

O nome da ministra Carmen Lúcia também é cogitado para assumir o governo. Mas, como destca a publicação, a presidente do STF negou qualquer intenção de se candidatar.

Fonte: Notícias ao minuto

TEMER PEDE E RECEBE PROPINAS DA JBS DESDE 2010, DISSE JOESLEY À PGR

Mais uma bomba atinge Michel Temer, que ontem falou em rede nacional prometendo não renunciar; segundo a delação de Joesley Batista, da JBS, Temer recebe propinas regularmente desde 2010; ou seja: além dos flagrantes de obstrução judicial e vazamento da taxa de juros do Banco Central, ele também foi acusado de corrupção sistemática por parte do empresário; diante do escândalo, a economia brasileira derrete e até aliados de Temer o abandonam

Mais uma bomba atinge Michel Temer, que ontem falou em rede nacional prometendo não renunciar.

Segundo a delação de Joesley Batista, da JBS, Temer recebe propinas regularmente desde 2010.”O anexo 9 trata do presidente e tem como título: Fatos diretamentes corroborados por elementos especiais de prova Michel Temer”, informa o jornalista Fausto Macedo.Leia a íntegra:

 

 

 

 

Fonte: brasil247

 

Gravação da JBS coloca Governo Michel Temer à beira do abismo

Reformas impopulares deverão ser travadas, e pode haver impeachment e eleições diretas

Manifestantes na Paulista contra Temer. FERNANDO BIZERRA JR (EFE).

O Governo Temer está à beira do abismo. A revelação de que os magnatas da JBS gravaram em acordo com a Lava Jato conversa em que Temer supostamente dá o aval para a compra do silêncio do ex-deputado preso Cunha mancham como nunca a imagem do presidente e ameaçam implodir o principal trunfo de sua impopular presidência: a supermaioria no Congresso. Brasília discute se a situação ficará insustentável e aguarda a íntegra das gravações  —a existência dos áudios foi reveladas pelo jornal O Globo, mas os registros, parte de um acordo de delação premiada, não foram divulgados pelas autoridades. Seja qual for o desfecho, o certo é que a crise de enorme proporções detonada nesta quarta-feira ameaça enterrar, ao menos, qualquer chance de o Planalto conseguir passar no Parlamento suas reformas liberais ambiciosas.

Temer confirmou ter se encontrado Joesley Batista, o dono da maior empresa de carnes no mundo, no Planalto, mas negou ter chancelado a compra, por milhões, do homem-bomba Eduardo Cunha. Artífice do impeachment de Dilma e próximo de presidente no PMDB, Cunha está preso desde outubro passado em Curitiba. Os empresários, alvo de diversas investigações, fizeram tudo, de acordo com O Globo, de maneira “controlada”, ou seja, com anuência dos investigadores e da Procuradoria-Geral da República, num dos lances mais ousados da Operação Lava Jato até agora. Além do áudio de Temer, um ex-assessor próximo do presidente teria sido gravado recebendo malas de dinheiro. Tudo está à espera agora da homologação da delação pelo Supremo Tribunal Federal.

A denúncia muda a situação de Temer na Lava Jato e, se confirmado, pode levar a um processo criminal e impeachment. Citado nas delações da Odebrecht, o presidente não pôde ser investigado pelos supostos crimes que lhe são atribuídos porque eles teriam sido cometidos fora de seu mandato. Agora, conforme noticiado pelo jornal O Globo, a tentativa de obstruir a operação ocorrera já no período em que estava no Planalto, há dois meses. Ou seja, abriu a possibilidade de que pedidos de impeachment fossem apresentados  —o que há aconteceu na noite desta quarta.

A diferença entre Temer e a antecessora que ele ajudou a derrubar é sobre quem ocupa a presidência da Câmara no momento da crise política. No caso de Dilma, era um adversário político, Eduardo Cunha, quem estava no cargo com o papel crucial de dar a largada em um processo de destituição. Já Temer tem na função alguém que ele lutou para que estivesse lá, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A ligação entre eles é tamanha que Maia foi um dos primeiros a chegar ao Planalto para participar de uma reunião de emergência convocada após as revelações.

Mesmo que o procurador-geral, Rodrigo Janot, avaliar que há motivos suficientes para processar o presidente, a decisão também tem de ser autorizada por dois terços da Câmara. E só nos próximos dias Temer saberá o tamanho do estrago em seu apoio parlamentar recorde. Ninguém na Nova República tinha exibido uma superbase no Congresso de quase 80% dos parlamentares. Nenhum antecessor havia chegado ao número de 61 senadores e 411 deputados.

Até esta semana o Governo não havia perdido nenhuma das importantes batalhas que teve no Legislativo. Aprovou desde o teto de gastos públicos (medida extremamente criticada pelos opositores) até a reforma do ensino médio nas duas Casas, entre outras medidas. Na Câmara, passou a reforma trabalhista e estava em vias de aprová-la no Senado. Seu plano era, até o fim de junho, concluir também a votação da sua principal proposta de mudança legislativa, a impopular reforma da Previdência. Mas tudo parece em suspenso agora. Mesmo que Maia não aceite nenhum dos pedidos de impedimento do presidente ou que os deputados barrem qualquer iniciativa de Janot, Temer pode ter que usar, na melhor das hipóteses, o seu requintado relógio Cartier apenas para contar as horas finais na cadeira presidencial.

“Negociações sobre a reforma da Previdência são agora reféns de uma saída desta crise política. Temer perdeu as condições de negociar a reforma”, disse a clientes a consultoria de risco Eurasia Group, que não descarta inclusive um cenário em que Temer, diante da confirmação das denúncias, se veja forçado a renunciar.

bomba dos irmãos Batista atinge o Planalto às vésperas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começar a julgar, em 6 de junho, a ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer eleita em 2014. Antes desta quarta-feira explosiva, a maioria dos analistas não apostavam que Temer perderia um mandato no processo, mas a possível debandada do apoio no Congresso, a ampla cobertura midiática e os novos protestos que já começaram a pipocar pelo país são novos ingredientes na equação. Pelas leis atuais, se Temer cair, seja por qualquer via, haveria uma eleição indireta, pelo Congresso, de um novo mandatário no Congresso, mas os pedidos de “Diretas Já”, a opção preferida pelos brasileiros segundo a pesquisa Datafolha, já se fazem ouvir nas ruas nem das redes sociais

Fonte: El País

Joesley acusa Temer de pedir propina desde 2010, diz site

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Michel Temer© image/jpeg Michel TemerO empresário Joesley teria acusado o presidente Temer de pedir propina desde 2010, segundo um anexo da delação do empresário divulgado pelo portal O Antagonista na madrugada desta sexta-feira, e confirmados pelo blog Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.O anexo traz a narrativa de Joesley para o relacionamento dos dois, e afirma que, em 2010, ele atendeu a um primeiro pedido de Temer e concordou em pagar R$ 3 milhões.Segundo o documento, foram R$ 1 milhão por meio de doação oficial e outros R$ 2 milhões para a Pública Comunicações. Em agosto e setembro, teriam sido pagos mais R$ 240 mil à Ilha Produções, também a pedido de Temer.Procurada pela Exame, a PGR informou que não confirma a autenticidade de nenhum dos documentos que têm sido divulgados pela imprensa, já que eles saem do órgão em sigilo. A assessoria de imprensa do STF também informou que não tem como confirmar a autenticidade dos documentos porque eles ainda constam como sigilosos no sistema.

Ministros de Temer receberam R$ 4,4 milhões da JBS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ministros de Temer receberam R$ 4,4 milhões da JBS: Quem mais recebeu foi Helder Barbalho, ministro da Integração, o valor de R$ 2,1 milhões© DR Quem mais recebeu foi Helder Barbalho, ministro da Integração, o valor de R$ 2,1 milhõesOs ministros de Michel Temer receberam aproximadamente R$ 4,4 milhões como doação do grupo JBS nas últimas eleições. O senador Aécio Nves (PSDB-MG) teria pedido R$ 2 milhões de propina e Cunha receberia R$ 500 mil por semana ao longo de 20 anos.De acordo com a coluna Radar Online, da revista Veja, quem mais recebeu foi Helder Barbalho, ministro da Integração, o valor de R$ 2,1 milhões.O ministro da Saúde Ricardo Barros teria recebido R$ 1,2 milhões, Mauricio Quintella, ministro dos Transportes, R$ 450 mil, Marx Beltrão, do ministério do Turismo, R$ 236 mil, Osmar Serraglio, ministro da Justiça, R$ 200 mil, Osmar Terra, do Desenvolvimento Social, R$ 200 mil e Ronaldo Nogueira, do ministério do Planejamento, R$ 130 mil. Os valores teriam sido pagos em 2014, segundo a publicação.Em 2010, o ministério da Agricultura, Blairo Maggi recebeu R$ 12,9 mil.

Fonte: MSN

Aécio cita Alexandre de Moraes para impedir avanço da Lava-jato

Diálogo pouco republicano revela as intenções do tucano

Ministro Alexandre de Moraes

Ministro Alexandre de Moraes durante sessão no STF (Supremo Tribunal Federal) que analisa denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, teria recebido 5 milhões de dólares de propina em esquema de corrupção – 17/05/2017 (Nelson Jr./SCO/STF/Divulgação)

O senador Aécio Neves citou o ministro do STF Alexandre de Moraes em seu plano para impedir o avanço da Lava-Jato.

Um diálogo travado com Joesley Batista mostra que o tucano tentou encontrar uma forma de redistribuir os inquéritos entre os delegados, escolher quem eventualmente melhor o convinha. O plano caiu por terra ao não chegar a um acordo com Michel Temer e Alexandre de Moraes.

“O que vai acontecer agora, vai vir inquérito sobre uma porrada de gente, caralho, eles aqui são tão bunda mole, que eles não notaram o cara que vai distribuir os inquéritos para os delegados, você tem lá, sei lá, tem dois mil delegados na polícia federal, ai tem que escolher dez caras. O do Moreira, o que interessa a ele, sei lá, vai pro João, o do Aécio vai pro Zé. O outro filho da puta, foda-se, vai para o Marculino, nem isso conseguiram terminar, eu, o Alexandre e o Michel“, disse o senador.

Fonte: Veja

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POLÍTICA

A compra do procurador – Joesley descreve a corrupção a Temer

O presidente Michel Temer ouviu de Joesley Batista relatos de corrupção de integrante do Ministério Público e um juiz

Joesley Batista gravou conversa com Michel Temer, em que descreve compra de procurador (Foto: ÉPOCA)

O presidente Temer ouviu um relato do empresário Joesley Batista sobre ilegalidades que cometia para livrar-se de investigações das Operações Lava Jato e Greenfield. Em dado momento, Joesley começa a queixar-se dos incômodos de ser investigado. Afirma, então, que cooptou um procurador – Ângelo Goulart Villela – por R$ 50 mil mensais, para dar-lhe informações privilegiadas sobre o andamento de investigações. Comenta também que comprou um juiz, tentava comprar seu substituto e também trocar o procurador que conduzia uma das investigações contra ele.

>> Joesley espionou procuradores até durante negociação de delação

Temer, portanto, ouviu que Joesley cometia crimes. “O presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério Público estivessem sendo cooptados”, diz a nota do Palácio do Planalto.

>> Temer para Joesley: “Tem que manter isso”

Fonte: Época

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Governabilidade de Temer fica prejudicada após debandada na base aliada

No Congresso, se já estava difícil a negociação para aprovação das reformas, em especial, a da Previdência, agora, dificilmente, Temer conseguirá número suficiente de votos

 

Roberto Freire (PPS-PE) pediu demissão do cargo de ministro da Cultura depois que Michel Temer se negou a renunciar à Presidência da República

Apesar de ter usado um tom de voz mais firme e seguro do que o normal nos cerca de cinco minutos de pronunciamento, a negativa do presidente Michel Temer (PMDB-SP) em renunciar ao cargo não serviu para acalmar o clima de debandada na base governista. Nos corredores do Palácio do Planalto, a sensação é de que o governo chegou ao fim e informações de bastidores indicam que até o próprio chefe do Executivo estuda a melhor maneira de abandonar o navio. No Congresso, se já estava difícil a negociação para aprovação das reformas, em especial, a da Previdência, agora, dificilmente, Temer conseguirá número suficiente de votos. Com isso, acaba o único trunfo que tinha para melhorar a condição da economia e, consequentemente, a imagem do governo.

 

Em um pronunciamento repleto de expectativa, Temer foi taxativo ao negar qualquer aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha, preso em Curitiba. Ele afirmou que demonstrará ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não teve nenhum envolvimento com os fatos delatados pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. “Não renunciarei. Repito. Não renunciarei. Sei dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos aos brasileiros. Essa situação de dubiedade, de dúvida, não pode existir por muito tempo”, declarou. O pronunciamento de Temer, no entanto, teve apoio de poucos no próprio Palácio do Planalto, que o aplaudiram timidamente.

Com baixíssimo apoio popular, Temer e aliados sabem que a governabilidade foi fortemente abalada pela delação e pela abertura de um inquérito contra ele no STF por obstrução de Justiça. A perda de apoio na base coloca em dúvida também a força política do presidente para conter o avanço de um processo de impeachment. A depender do tamanho do desembarque da base, o prazo de destituição de Temer pode não demorar muito.

 

 

Ronaldo Caiado: “O presidente Michel Temer decidiu desafiar a crise. Politicamente, ele já foi julgado. Ele não tem mais condições de governabilidade. Ele optou mais pela imunidade institucional do que pela realidade do país”

Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), o processo de impeachment é o único caminho diante da recusa de Temer em deixar o governo. “O presidente Michel Temer decidiu desafiar a crise. Politicamente, ele já foi julgado. Ele não tem mais condições de governabilidade. Ele optou mais pela imunidade institucional do que pela realidade do país. Infelizmente, ele não deixa opção que não seja o impeachment. No momento em que ele resolve desafiar a crise, não existe outro instrumento que não seja, a partir de agora, trabalhar o processo de afastamento”, afirmou Caiado.

Um dos reflexos imediatos das denúncias foi o desembarque do Podemos, o antigo PTN, do governo. Por meio de comunicado divulgado à imprensa, a bancada da Câmara anunciou posição de independência. “O partido, que nasce com uma nova proposta de representação política, reafirma seu compromisso com o povo brasileiro e com a consolidação de uma sociedade democrática. Podemos e devemos reconstruir instituições sólidas, baseadas na transparência e em princípios éticos e morais”, afirma texto assinado pela presidente nacional do partido, Renata Abreu. Entretanto, até o fechamento desta edição, a sigla não havia entregado o comando da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Abandono

As denúncias relacionadas a Michel Temer não mexeram com a base somente no Congresso. Por enquanto, o presidente já perdeu um dos seus ministros: o comandante da pasta da Cultura, Roberto Freire, presidente do PPS, deixou o governo no fim da tarde de ontem. Por meio de nota, Freire afirmou estar deixando o cargo por causa dos acontecimentos e da instabilidade política. “Com muita honra e responsabilidade, durante seis meses, servi ao país e contribuí com medidas importantes para aumentar a transparência, melhorar a eficiência e descentralizar o fomento cultural (…)”. “Retorno ao parlamento brasileiro para ajudar o país a buscar um mínimo de estabilidade política que nos permita avançar em reformas fundamentais”, destacou.

O outro ministro da legenda, Raul Jungmann, chefe da Defesa, também teria cogitado deixar o cargo, segundo fontes do ministério, mas desistiu e divulgou nota afirmando que segue no cumprimento das funções. A permanência de Jungmann no governo pode ter sido um aceno à sugestão de assessores. A recomendação foi de que não deixasse o cargo sob o risco de não ter um civil à frente da pasta. “Procurei sinalizar a ele a importância de não deixar o posto, porque ficaria um vazio institucional. Embora as Forças Armadas pensem diferente hoje, o Brasil tem um histórico de intervenção militar. Por isso, é tão importante manter um comandante civil”, ponderou uma pessoa próxima.

 

 

Paulo Bauer, líder do PSDB no Senado: ministros continuam até o partido se reunir com Temer

 

Panos quentes nas denúncias

Aliados de Michel Temer, especialmente, os da bancada do PMDB da Câmara, tentaram amenizar o clima de debandada da base governista com mensagens de apoio, certeza da inocência do presidente e uma disfarçada sensação de tranquilidade. Por meio de nota, o líder da bancada na Câmara dos Deputados, Baleia Rossi (SP), afirmou que os parlamentares confiam na palavra do presidente. “No seu pronunciamento, o presidente Michel Temer defendeu a celeridade das investigações comandadas pelo Supremo Tribunal Federal e deixou claro que responderá a todos os questionamentos. Neste momento, a Constituição Federal tem de ser nosso guia, a fim de garantir o funcionamento das instituições democráticas em favor do povo”, destaca trecho.O vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), usou até de xingamentos para defender Temer. “Esse moleque (Joesley), esse esc… brasileiro, quer se salvar em conluio não sei com quem”, disparou. E o parlamentar garante que a base não está fragilizada. “É normal que, em uma situação de crise, os parceiros questionem e reflitam. Uns mais, outros menos. Mas o governo de Michel Temer é um governo de todos os brasileiros”, declarou, assegurando, também, que as reformas serão mantidas.Outra legenda que saiu rapidamente em defesa do governo é a do líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE). Com cada vez mais espaço na Esplanada e de olho em cargos que serão deixados para trás, o PSC defendeu a ampla defesa do presidente. “O Brasil precisa sair da grave crise econômica e política em que se encontra para voltar a crescer e gerar empregos. O partido entende que o mais importante neste momento é o respeito à Constituição para que o Brasil saia dessa turbulência política como uma democracia madura, baseada em instituições fortes.Um dos principais partidos da base, o PSDB ainda aguarda o caminhar das investigações para anunciar um eventual desembarque do governo, deixando, inclusive, os ministros a postos para renunciarem aos cargos, o que pode acontecer ainda hoje. “Temos que, acima de tudo, preservar as instituições e fazer com que a vida do Brasil continue avançando. Nossos ministros continuam trabalhando e não vamos tomar nenhuma providência antes de termos uma conversa com o próprio Michel Temer”, afirmou o líder dos tucanos no Senado, Paulo Bauer (PR).
Fonte: Correioweb

Maiores fortunas do Brasil perdem US$ 6,2 bilhões com crise de Temer

Milionários sentem impacto de queda da Bolsa

Bilionário Jorge Paulo Lemann – Dado Galdieri / Bloomberg
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Ibovespa caiu 8,8% e o real teve a maior queda desde 2008. A queda reduziu os ganhos acumulados no ano dos dezesseis bilionários de 15,8% na terça-feira para 10,6%. Apesar da crise, Temer disse em pronunciamento que não vai renunciar.

O bilionário Joseph Safra, fundador do Banco Safra, sofreu a maior perda, de mais de US$ 1 bilhão. Jorge Lemann, a pessoa mais rica do Brasil e um dos três parceiros bilionários por trás da empresa de private equity 3G Capital, perdeu US$ 930 milhões. Juntos, os bilionários por trás da 3G, que controla a maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Busch InBev NV, perderam um total combinado de US$ 1,8 bilhão.

 

O único bilionário brasileiro que teve aumento no patrimônio líquido na quinta-feira foi o co-fundador do Facebook, Eduardo Saverin, que adicionou US$ 159 milhões com a alta de 1,9% das ações da empresa.

O índice Bloomberg é um ranking diário das 500 pessoas mais ricas do mundo, que possuem US$ 4,8 trilhões.

Após maior alta desde 1999, dólar cai a R$ 3,29 com BC; Bolsa sobe 2%

Ibovespa havia despencado 8,79% ontem

Casa de câmbio no Centro do Rio, em 16 de maio de 2017. Foto Monica Imbuzeiro/Agência O Globo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

— O dólar está caindo muito em função da atuação do BC e do Tesouro, com a venda de dólares e a compra de títulos prefixados. Além disso, os ativos já estavam muito estressados. O ambiente externo também está favorecendo esse movimento, já que a divisa americana perde força em escala global hoje — analisou Paulo Petrassi, da Leme Investimentos. — Mas as gravações comprometem demais o presidente Temer. Para o mercado financeiro, a melhor coisa seria a renúncia.

 

Na quinta-feira, o Banco Central anunciou intervenção de até US$ 6 bilhões no mercado de câmbio por três sessões a partir desta sexta-feira, sendo US$ 2 bilhões por dia. A autoridade monetária fará leilões diários de 40 mil contratos de swap cambial, instrumento que funciona como venda de dólares no mercado futuro. Ontem, o BC já havia oferecido US$ 2 bilhões de contratos de swap

Ontem, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, desabou 8,79% ontem, aos 61.597 pontos, maior recuo desde outubro de 2008, auge da crise financeira internacional. Na abertura dos negócios, o Ibovespa chegou a cair mais de 10% e o circuit breaker foi acionado, paralisando os negócios por meia hora. Esse mecanismo não era usado há quase nove anos.

As ações que mais caíram ontem hoje registram alta, mas ainda longe de compensa as perdas da véspera. As ações ordinárias da Petrobras (ON, com voto) sobem 3,71% (R$ 14,80), depois de despencarem 13,22% na quinta-feira. As preferenciais (PN, sem voto) avançam 4,56% (R$ 13,75), depois de um tombo de 15,76%.

O Banco do Brasil sobe 6,27% (R$ 28,78), depois de derreter 19,91% no dia anterior. No Bradesco PN, a alta de 3,22% (R$ 28,18) ocorre depois de um tombo de 13,11%. A Cemig, que despencara 20,43%, agora salta 7,56% (R$ 7,54).

A JBS, porém, protagonista desta crise, segue em queda. No pregão desta sexta, a queda é de 0,34% (R$ 8,55), após recua de 9,8% ontem. É a sétima queda seguida dos papéis da companhia.

Nos juros futuros, os contratos não têm direção definida. O DI para janeiro de 2018 é negociado a 9,88%, contra 10,08% ontem; o DI para janeiro de 2019 está em 10,33%, ante 10,41%; o com vencimento em janeiro de 2021 projeta taxa de 11,42%, contra 11,39% ontem.

Fonte: O Globo