Perfil em rede social aproxima paqueras no transporte público
‘Te vi no ônibus-RJ’ virou uma divertida e romântica espécie de cupido virtual entre os passageiros que utilizam diariamente os transportes no Rio
Estava no transporte público e deu de cara com o amor da sua vida? Pela internet, você pode ter a chance de conhecê-lo. Criada por um grupo de amigos, a página no Facebook ‘Te vi no ônibus-RJ’ virou uma divertida e romântica espécie de cupido virtual entre os passageiros que utilizam diariamente os transportes no Rio. A ideia nasceu de brincadeira, mas virou um canal sério para usuários que buscam suas caras-metades no vaivém do ônibus, metrô, trem e VLT.
Um dos administradores da página, Leonardo Félix, de 24 anos, já perdeu a conta de quantos casais o perfil já uniu. “Foram centenas”, garante. Para que os corações pré-conectados à internet se juntem na vida real, a foto do (a) pretendido (a) deve ser envidada aos administradores, que, por sua vez, a replicam, em forma de anúncio.
Na sexta-feira, o Te Vi no Ônibus-RJ já tinha quase 145 mil seguidores. “Mais uma paixão no ônibus. (O rapaz) foi visto no 918-Bangu. Infelizmente nossa seguidora desceu no Rio da Prata e ele continuou. Vamos ajudar nas buscas?”, apela um dos posts, com a foto de um jovem distraído dentro de um ônibus.

Outro anúncio dizia: “Achei gatinho, estava trocando uns olhares, mas ele levantou do nada e foi pra outro vagão. Entrou na estação (de trem) Campo Grande sentido Central. Não sei onde soltou, me ajudem a encontrar por favor”.
Com tanta foto de pessoas anônimas, Leonardo confessa que as vezes enfrenta críticas de pessoas que acham o método polêmico, ao acusar invasão de privacidade. “A maioria, porém, se sente lisonjeada pela admiração alheia. Isso levanta o astral, a autoestima”, argumenta o cupido. Ele, entretanto, garante que qualquer pessoa tem o direito de solicitar a retirada da foto do ar, principalmente se o “alvo” for casado.
Mais de 300 publicações
O estudante Lucas Theodoro, de 18 anos, conta que iniciou uma paquera com Ingrid, 17, graças ao Te Vi no ônibus-RJ. “Há uns três meses, vi a foto dela no perfil. Me apaixonei. Pedi ajuda aos internautas e consegui o contato”, lembra. Ambos dizem estar “se conhecendo melhor”. Na sexta-feira, 330 fotos estavam postadas, com solicitações de contatos.
“Criamos a página para descontrair. Evitamos qualquer polêmica ou postagens que levem à desunião, ao racismo, à homofobia e à violência”, esclarece Leonardo, que vira e mexe é convidado para ser padrinho de casamento.
Especialistas dizem que a internet, bem usada, é um bom ponto de partida para namoros sérios. “Mas é preciso ter toque, afeto, olho no olho, situações que não ocorrem em trocas de mensagens”, adverte a psicóloga Mary Lousada Penna.
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