Competições por toda a cidade

As 306 disputas de medalhas olímpicas, que envolverão cerca de 10 mil atletas de 206 países, estarão distribuídas por 37 arenas espalhadas em quatro grandes regiões do Rio

Assine já!Competições por toda a cidade (Foto: Ilustração: Espaço Ilusório)

1 – REGIÃO BARRA
É o coração da Rio 2016. São 11 arenas no Parque Olímpico, com disputas de basquete, natação e ginástica artística, além de competições no Riocentro, na orla e no campo de golfe

2 – REGIÃO DEODORO
A Zona Oeste concentra os esportes mais radicais, como mountain bike e canoagem slalom. Também é sede das competições de rúgbi, hipismo, tiro esportivo e hóquei sobre grama

3 – REGIÃO MARACANÃ
Palco das cerimônias de abertura e encerramento da Rio 2016 (no Maracanã), das competições de atletismo (no Engenhão) e da largada e chegada da maratona (no Sambódromo)

4 – REGIÃO COPACABANA
Concentra parte dos esportes aquáticos: maratona aquática na praia, vela na Baía de Guanabara e remo na Lagoa Rodrigo de Freitas. Nas areias acontecem os torneios de vôlei de praia

Imagens da semana


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Herança olímpica para os cariocas

Da Linha 4 do Metrô ao VLT, da região do Porto ao Joá, obras mudam a paisagem urbana do Rio

A escolha do Rio de Janeiro, em 2009, para sediar as Olimpíadas, transformou a paisagem urbana da cidade: criou-se um novo meio de transporte 100% ecológico, ampliou-se o metrô e o BRT, expandiu-se o Elevado do Joá, grandes arenas foram construídas e o centro ganhou vida nova. A data de inauguração da Linha 4 do metrô ainda suscita  dúvidas – falta verba para a conclusão e os testes são demorados –, mas do que ninguém duvida é que, passados os quase 30 dias de competição, o cotidiano pós-canteiro de obras da cidade será um verdadeiro legado olímpico para seus habitantes.

O presidente da Empresa Olímpica Municipal, Joaquim Monteiro de Carvalho, destaca que vários legados já estão aí, como o Parque dos Atletas, que, além de ter abrigado o Rock in Rio e a Rio + 20, já é usado pela população como área de lazer e prática de esportes, assim como a Praça do Trem, perto do Engenhão.

“O projeto olímpico é baseado em três pilares: legado, economia de recursos públicos e construção de equipamentos esportivos que atendam ao padrão olímpico, mas não se transformem em elefantes brancos. Nas instalações esportivas temporárias, como a Arena do Futuro, no Parque Olímpico, foi adotado o conceito de arquitetura nômade. Após o evento, a instalação será desmontada e transformada em quatro escolas municipais”, afirmou.

Já as instalações permanentes do Parque Olímpico serão um amplo complexo esportivo e educacional destinado a estudantes da rede municipal e a atletas de alto rendimento, com uso compartilhado por projetos sociais e eventos.

“Há ainda o Parque Radical de Deodoro, aberto ao público, que pode atender cerca de 1,5 milhão de pessoas de dez bairros e três municípios vizinhos, numa região carente de áreas de lazer”, disse Monteiro de Carvalho.

VLT – Veículo leve sobre trilhos
VLT que vai ser usado durante as olÍmpIadas (Foto:  )

Investimento: R$ 1,2 bilhão
Inaugurado em 5 de junho, o bonde é um dos primeiros do mundo com captação de energia elétrica por um trilho no solo, e não por cabos suspensos. Rápido, não poluente e silencioso, o VLT, nesta primeira etapa, terá oito paradas: dos Museus (ao lado do Museu de Arte do Rio), São Bento, Candelária, Sete de Setembro, Carioca, Cinelândia, Antônio Carlos e Santos Dumont. Quando estiver pronto, serão 28 paradas e três estações, 24 horas por dia, toda a semana. Cada veículo comporta 420 passageiros e a previsão é de 300 mil passageiros /dia com integração a metrô, trens, barcas, BRT e teleférico da Providência.

Complexo Esportivo de Deodoro

Investimento: R$ 846,3 milhões
Iniciada em 2014, a obra adaptou o complexo para receber 11 modalidades olímpicas e quatro paralímpicas. O circuito de canoagem slalom e a pista de BMX farão parte do Parque Radical, o segundo maior da cidade.

Velódromo
Obras do velódromo (Foto: Gabriel Heusi/Heusi Action)

Investimento: R$ 118,8 milhões
De responsabilidade da prefeitura, a previsão é que o Velódromo Olímpico só fique pronto às vésperas da competição. É a obra com maior atraso. Depois dos Jogos, a estrutura será usada como local de treinamento para atletas de alto rendimento.

Estádio aquático
Operário trabalha no Estádio Aquático (Foto:  Alex Ferro)

Investimento: R$ 225,3 milhões
Com estrutura desmontável, o Estádio Aquático será transformado em dois ginásios após os Jogos. Num, com arquibancada, a piscina será substituída por uma quadra; o outro manterá as piscinas sem arquibancada. As duas piscinas, de 50 metros, uma na área interna para competição e outra na área externa para treino, são pré-fabricadas.

Engenhão
Pista de atletismo do Parque Olímpico (Foto:  )

Investimento: R$ 115,7 milhões
A ampliação do Estádio Olímpico (Engenhão) aumentou a capacidade para 60 mil pessoas. A pista de atletismo foi trocada, novos refletores foram instalados e modificou-se o sistema de energia. A Praça do Trem, no entorno, levou à restauração de antigos galpões – um deles abrigará a Nave do Conhecimento Olímpica. Ruas estão sendo reurbanizadas, com construção de uma ciclovia.

Obras contra enchentes

Investimento: 459,7 milhões
A fim de solucionar o problema das históricas inundações na região da Grande Tijuca, foram construídos cinco reservatórios para retenção da água da chuva. O da Tijuca, inaugurado em 12 de junho, pode armazenar 43 milhões de litros. O da Praça da Bandeira, concluído em 2013, possui capacidade para até 18 milhões de litros. E os três reservatórios da Praça Niterói, também na Tijuca, recebem 58 milhões de litros e têm, juntos, profundidade equivalente a um prédio de oito andares. Acima do mais novo reservatório, surgiu, revitalizada, a Praça Varnhagen, que agora conta com aparelhos de ginástica, brinquedos, mesas de jogos, quiosque, pista de patinação e jardins.

Ampliação do Elevado do Joá
Elevado do Joá (Foto: Custódio Coimbra/Agência O Globo)

Investimento: R$ 457,95 milhões
Inaugurado no fim de maio, o alargamento do Joá, que ganhou mais duas pistas e dois túneis paralelos aos já existentes, no sentido Zona Sul-Barra da Tijuca, já precisou de reparos. A pista criada para melhorar o deslocamento de cerca de 85 mil veículos diários apresentou buracos no asfalto dez dias após sua inauguração. Com 5 quilômetros de extensão, a obra começou em abril de 2014. Para garantir a vista para o mar, o novo Joá é 5 metros mais alto que o irmão mais velho, tem três áreas de acostamento e a missão de ampliar em até 35% a capacidade de tráfego nesse trecho.

BRT Transolímpico
Via expressa com pedágio do Recreio a Deodoro (Foto: Custódio Coimbra/Agência O Globo)

Investimento: R$ 2,3 bilhões
Integrada ao BRT, a pista expressa municipal vai conectar as maiores instalações dos Jogos, como a Vila dos Atletas, o Parque Olímpico e o Parque Radical, e fará a ligação entre Barra da Tijuca e Deodoro. Com cobrança de pedágio, atravessa seis bairros e tem 26 quilômetros de extensão. A viagem entre Recreio e Deodoro levará cerca de 20 minutos, em vez dos 90 atuais. Em cada sentido, há três faixas para veículos e uma faixa central exclusiva para o BRT. Durante os Jogos, apenas integrantes da família olímpica e passageiros com ingresso poderão usar os ônibus. A projeção inicial é de que 50 mil veículos trafeguem diariamente pela via expressa.

Posto Maravilha

Investimento: R 8,2 bilhões
A derrubada do Elevado da Perimetral mudou radicalmente a paisagem do centro. O viaduto começou a vir abaixo em 2013 e foi totalmente derrubado em dezembro de 2014. São 70 quilômetros de urbanização de ruas e vias, além de quatro túneis, renovação de praças e sistema de transporte. A cidade já ganhou o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR), a nova Praça Mauá e aguarda, em agosto, a inauguração do Boulevard Olímpico, que ligará o futuro AquaRio à Praça XV.

Aeroporto Internacional
Sala do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Foto: Thiago Saramago/Divulgação)

Investimento: R$ 2,15 bilhões
O dia mais crítico para o Aeroporto Internacional Tom Jobim será nas 24 horas após o encerramento da Rio 2016. O número de passageiros, em média 40 mil pessoas por dia, pode chegar a 90 mil, com a volta de turistas e atletas para casa. Foram 18 meses de obra até que, em maio, foi inaugurado o Píer Sul, extensão do Terminal 2. A nova área tem mais de 100.000 metros quadrados e 26 novas pontes de embarque, que se somam às 32 dos terminais 1 e 2. No novo terminal há mais balcões de check-in, com leitores de códigos de barra para acelerar o acesso, e uma área de 30.000 metros quadrados com lojas e restaurantes. A expectativa é que, até 2017, a capacidade do aeroporto passe dos atuais 17 milhões de passageiros por ano para 30,4 milhões.

Parque Olímpico
Vista do Parque Olímpico (Foto: Andre Motta/Heusi Action)

Investimento: R$ 2,24 bilhões
O Parque Olímpico, uma iniciativa público-privada, vai abrigar 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas. Com o fim dos jogos, será transformado em bairro com prédios comerciais e residenciais. Os espaços esportivos vão compor o Centro Olímpico de Treinamento (COT) para atletas de alto rendimento e haverá espaço também para shows, feiras e exposições. A Arena Carioca 3 dará lugar a um Ginásio Experimental Olímpico para 1.000 crianças e jovens, enquanto a Arena do Futuro será desmontada para se transformar em quatro escolas municipais.

Campo de golfe

Investimento: R$ 60 milhões
Numa área de 58.000 metros quadrados de proteção ambiental, na Reserva de Marapendi, a construção causou polêmica pelo risco de danos ao meio ambiente. A prefeitura alega que só 3,5% da área de 1,59 milhão de metros quadrados estão sendo usados. Após as disputas, será um campo público administrado pela Confederação Brasileira de Golfe.

Linha 4 do metrô
Estação de metrô que liga Ipanema a Barra  (Foto: Antonio Scorza/ Agencia o Globo)

Investimento: cerca de R$ 10 bilhões
Iniciada em 2010, é a obra mais cara e uma das mais polêmicas. O Tribunal de Contas do Estado criticou a redução do período de testes de 16 para dois meses, mas o secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira, diz que não há risco de atraso na inauguração (1o de agosto) nem para a segurança dos passageiros: “Desde o início do ano estamos fazendo testes de iluminação, exaustão, alarmes. Eles se tornam mais complexos e integrados até a chamada ‘marcha em branco’, quando o trem roda sem passageiros”, afirmou. Com a entrega da Estação da Gávea adiada para 2018, o trecho olímpico fará a ligação Ipanema–Barra com cinco estações: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São Conrado e Jardim Oceânico.

Funcionamento do metrô na Olimpíada (Foto: Revista ÉPOCA)

Fonte: Revista Época

VLT é inaugurado com área de lazer na Avenida Rio Branco, Centro do Rio

O transporte irá operar de graça durante o primeiro mês de funcionamento.
G1 conferiu, antes da inauguração, o trajeto pelo Centro da cidade.

O Rio ganha em 5/6/16 um novo transporte: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Junto com o primeiro trecho a ser inaugurado — 18 km entre a Rodoviária e o Aeroporto Santos Dumont, ambos no Centro —a cidade recebe também uma nova Avenida Rio Branco e um novo Passeio Público. Sendo que nesta primeira fase, os três só vão circular de segunda a sexta-feira, das 12h às 15h, da Parada dos Museus, na Praça Mauá, ao Aeroporto Santos Dumont, no Centro.A viagem oficial de inauguração começou por volta das 11h. “Esforço de mobilidade, inspirado pela Olimpíada. Poderíamos fazer os jogos sem o VLT, mas aproveitamos este momento para melhorar o Centro da Cidade”, disse o prefeito Eduardo Paes, que reiterou pedidos para a população ficar atenta, e que o novo transporte é silencioso. “Fizemos um boulevard no Centro, para que a população circule por ele e não pelos trilhos”, disse o prefeito, garantindo que até a Rio 2016, os dois trajetos estarão funcionando plenamente.A inauguração foi uma festa. Além do prefeito e do secretário Rafael Picciani, autoridades, políticos, celebridades e ritmistas de escolas de samba participaram da viagem inaugural. Segundo o prefeito, o Dia Munidial do Meio Ambiente foi perfeito para a estreia de um veículo moderno e não poluente e que vai ajudar a mudar a cara da cidade.Para a inauguração, a Avenida Rio Branco será fechada integralmente das 8h às 18h e se transformará numa grande área de lazer. A via só volta a ter tráfego em 6/6/16O novo transporte vai integrar todos os meios de transporte do Centro e da Região Portuária – barcas, metrô, trem, ônibus, rodoviária, aeroporto, teleférico, terminal de cruzeiros marítimos e, futuramente, o BRT Transbrasil.

Cantor Marquinhos Oswaldo Cruz comanda roda de samba no VLT antes da inauguração do transporte (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Cantor Marquinhos Oswaldo Cruz comanda roda de samba no VLT antes da inauguração do transporte (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

 

Paes inaugura VLT no Centro do Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Paes inaugura VLT no Centro do Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

 

Placa de inauguração do VLT no Centro do Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Placa de inauguração do Passeio Público da Rio Branco (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Lembrança dos bondes
Ele é uma atração enquanto cruza, quase sem ruído, a Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, numa manhã chuvosa de outono. Não há pescoço que fique parado, nem celular que fique guardado. E para quem tem mais de 60 anos, é uma viagem de volta no tempo.

Foi assim que se sentiu o advogado aposentado, Marcos Muniz, 73 anos, ao entrar pela primeira vez no Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), na última quinta-feira (2), convidado pela reportagem doG1.

O passeio reuniu jornalistas que acompanharam os últimos acertos do VLT antes da entrada em circulação do primeiro trecho – rodoviária ao Aerporto Santos Dumont – neste domingo (5).

 

VLT ESTREIA NO RIO

O advogado carioca disse que achou o VLT moderno e bem mais confortável do que os bondes antigos. Enquanto conhecia o trem, ele relembrou os tempos em que usava o antigo meio de transporte, que parou de circular no final dos anos 1960. Tudo bem vivo na memória.

“Tô muito feliz, viu. Como carioca, vivi minha infância nos Pilares, no Méier, e viajando de bonde o Rio de Janeiro. A volta, sinceramente, está me deixando encantado”, afirmou Muniz.

Atenção no trajeto
O VLT, com sua modernidade e tecnologia, é o mais novo integrante de uma já tumultuada paisagem onde estão ônibus, carros, motos, bicicletas e pedestres.

E esse será um dos grandes desafios para Elivelton da Silva Alves, 38 anos, ex-motorista de caminhão-reboque da Ponte Rio-Niterói, um dos 28 condutores dos trens.

Ele vai ter que usar todos os conhecimentos do curso que fez durante um mês na França para evitar situações como as que nossa equipe flagrou durante o teste nesta quinta: pedestres que atravessam fora da faixa; ônibus que ficam parados sobre os trilhos; e entregadores de mercadorias que invadem o espaço do VLT com suas bicicletas. Por isso, Elivelton passa boa parte do percurso com o dedo na buzina do trem.

“Existem diversas pessoas que ainda não se acostumaram com esse modal de transporte. Ainda vai levar algum tempo para as pessoas se acostumarem. Temos que tomar cuidado com relação a tudo que está na nossa volta. O mais importante na nossa condução é sempre visualizar o exterior para qualquer eventualidade”, explicou.

Elivelton Alves é um dos 28 condutores do VLT (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Elivelton Alves é um dos 28 condutores do VLT (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Segundo ele, a buzina é acionada uma ou duas vezes em cada cruzamento dependendo da quantidade de pessoas em cada cruzamento. Ele confessa que durante os testes já usou muito o freio, principalmente por causa das selfies dos curiosos. “Nossa intenção é que a pessoa olhe para nós e veja que o VLT vai passar”.

No dia do teste, Elivelton usou velocidades entre 5 e 27 km. Além da buzinha, guardas do Centro de Operações da prefeitura orientam pedestres e motoristas sobre a aproximação do  trem. O período em que ele fica mais tempo parado é no cruzamento da Avenida Rio Branco com Avenida Presidente Vargas (confira no vídeo acima).

Entregador em bicicleta não respeita passagem do trem do VLT durante testes  (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Entregador em bicicleta não respeita passagem do trem do VLT durante testes (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Um novo personagem no Centro
Essa convivência com o VLT também divide opiniões dos taxistas que circulam no Centro da cidade. Arlécio dos Santos Rosa, 63 anos, andou de bonde quando era criança e diz que agora está preocupado com a segurança.

“Usei bastante quando era pequeno, com 12 anos de idade, mas não era tão perigoso como agora. Não tinha tanto veículo nas ruas, não tinha tanto ônibus e as pessoas eram mais cuidadosas. Acho que o carioca não está preparado”, disse

Tô muito feliz, viu. Como carioca, vivi minha infância nos Pilares, no Méier, e viajando de bonde o Rio de Janeiro. A volta, sinceramente, está me deixando encantado”
Marcos Muniz, advogado

Já o taxista Luciano de Souza, 53 anos, está curioso e quer experimentar uma viagem assim que os trens começarem a circular. “Acho que esse VLT vai dar certo no Centro da cidade devido ao número de linhas de ônibus que sobrecarrega o centro. Acho que vai dar uma melhorada nisso aí, vai ficar bom”, avaliou.

Polêmica
A inauguração do VLT estava marcada para o dia 22 de maio. No entanto, a prefeitura adiou para que as pessoas que circulam pelo Centro tivessem mais tempo para se acostumar com o novo meio de transporte.

No início da semana, o Ministério Público pediu que a circulação fosse mais uma vez adiada sob a alegação de que a sinalização no trecho em que o trem vai circular nesta primeira fase precisa ser testada e aprovada para integridade e segurança dos passageiros, pedestres e pessoas que vão circular pelas imediações do VLT.

Trens na Parada dos Museus, na Praça Mauá (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Trens na Parada dos Museus, na Praça Mauá (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Na quinta-feira (2), a Justiça negou o pedido feito pelo Ministério Público. Uma audiência especial foi realizada na quarta-feira (1º), quando a prefeitura esclareceu que a CET-RIO já monitora a sinalização semafórica instalada pela Concessionária do VLT Carioca.

Na decisão, a juíza destacou que há riscos em qualquer lugar em que haja tráfego de veículos e pedestres, mas que podem ser reduzidos com a instalação de sinalização adequada – o que a prefeitura afirma ter cumprido.

VLT circula na Avenida Rio Branco durante testes (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)VLT circula na Avenida Rio Branco durante testes (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Funcionamento em etapas
De acordo com a prefeitura, serão oito fases de implantação até o início da Olimpíada, no dia 5 de agosto. Nesta etapa que inaugura domingo, serão oito paradas — Parada dos Museus (ao lado do Museu de Arte do Rio), São Bento, Candelária, Sete de Setembro, Carioca, Cinelândia, Antônio Carlos e Santos Dumont. Quando estiver totalmente pronto, o percurso terá 28 paradas e três estações.

O passageiro vai viajar de graça até 1º de julho, durante esse período de funcionamento. Inicialmente, batedores da CET-Rio acompanharão os VLTs, para alertar as pessoas na rua.

Na primeira semana, a circulação será de três horas (de 12h as 15h), com meia hora de intervalo entre as viagens e somente nos dias úteis. Três trens vão fazer esse percurso. A circulação será entre a Parada dos Museus, na Praça Mauá, até o Aeroporto Santos Dumont.
Na segunda semana, o horário será ampliado para 11h até 16h.

Na terceira semana, os trens vão sair da Parada dos Navios até o Santos Dumont, de 10h até 16h, com intervalo de 30 minutos. Na semana seguinte, os trens partem da parada da  Praia Formosa, no Santo Cristo, até o Santos Dumont, de 9h até 17h, com intervalo de 15 minutos e sete veículos.

Máquina validadora de bilhetes no interior do trem do VLT (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Máquina validadora de bilhetes no interior
do trem do VLT (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Na sexta e na sétima semana, também será ampliado o horário de início e de término das viagens. Primeiro eles vão circular das 7h às 21h, com intervalo de 15 minutos. Em seguida, das 6h às 24h.

E no início do período olímpico, a circulação será feita da Parada dos Navios ao Santos Dumont, nos horários de pico, com intervalo de 15 minutos e três veículos. Haverá nessa fase a conexão com outros transportes.

Tarifa x Bilhete Único
Com passagens a R$ 3,80, os novos trens terão integração com todos os outros transportes públicos da cidade: trens da SuperVia, metrô, barcas, teleférico do Morro da Providência, ônibus e BRT.

Em operação plena, a capacidade do VLT deve chegar a 300 mil passageiros por dia. O VLT vai operar 24 horas por dia nos sete dias da semana. Cada vagão vai comportar 420 passageiros.

Avisos ao longo da Avenida Rio Branco alertam pedestres (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Avisos ao longo da Avenida Rio Branco alertam pedestres (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Agentes uniformizados estarão em todas as paradas orientando os usuários sobre o novo sistema. Não haverá cobrador no trem e por isso o passageiro terá que validar o seu bilhete em máquinas instaladas dentro das composições.

Quem não validar o bilhete dentro do VLT, poderá ser multado no valor de R$ 170.  A secretaria alerta que não será possível comprar o bilhete dentro dos trens. Para isso, serão instalados postos de vendas próximos das paradas na Avenida Rio Branco.

O mecanismo de pagamento será diferenciado. Será adotado o sistema de validação voluntária no qual, o passageiro, ao entrar no veículo, deve utilizar um dos autenticadores disponibilizados no vagão para efetuar o pagamento da passagem.

A segunda etapa de implantação do VLT – entre a Central do Brasil e a Praça 15 – está prevista para o segundo semestre, após as Olimpíada.

Guardas de trânsito trabalham durante passagem do VLT na Avenida Rio Branco (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)Guardas de trânsito trabalham durante passagem do VLT na Avenida Rio Branco (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

Arte VLT (Foto: Arte G1 Rio)

Fonte: G1

 

Como parte das mudanças no tráfego do Centro do Rio para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), a Rua Senador Dantas teve a mão invertida neste sábado. Desde o último dia 7, a prefeitura tem feito alterações na região, como a reabertura da Avenida Rio Branco para carros.

Início das operações do VLT foi remarcado para 5 de junho – Márcia Foletto / Agência O Globo

Segundo a CET-Rio, devido ao adiamento da inauguração do VLT para o dia 5 de junho, as outras modificações vão ocorrer futuramente, para dar mais tempo à população de se adaptar. Por isso, a inversão das ruas Mestre Valentim, Passeio e da Avenida Luís de Vasconcelos, além da volta da circulação original no entorno do Passeio Público, serão anunciadas posteriormente.

RIO BRANCO REABERTA

No sábado passado, a Avenida Rio Branco foi reaberta no trecho entre a Avenida Presidente Vargas e a Avenida Nilo Peçanha, com duas faixas para a circulação de automóveis e a terceira para uso exclusivo das linhas de ônibus troncais. Os táxis não poderão circular na faixa exclusiva para ônibus nem parar para embarque e desembarque na via. Além disso, 180 linhas de ônibus tiveram o itinerário alterado. Desse total, 139 são municipais.

MPRJ entra com ação que pode adiar novamente inauguração do VLT

Segundo órgão, objetivo é garantir que sistema funcione com segurança.
Ação pede medidas para reduzir riscos a pedestres.

VLT fará trajeto no Centro do Rio (Foto: Divulgação / Secretaria Municipal de Transportes do Rio)VLT fará trajeto no Centro do Rio (Foto: Divulgação / Secretaria Municipal de Transportes do Rio)

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou na última semana com uma ação civil pública (ACP) para que o Município do Rio de Janeiro, o Consórcio VLT Carioca, a CET-Rio e a CDURP só deem início às operações regulares do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) depois que se cumpra uma série de determinações para eliminar os riscos quanto à integridade de pedestres, usuários e motoristas. Caso as medidas não sejam adotadas, o MPRJ, requer que seja adiada a inauguração do sistema, prevista para o dia 5 de junho.

O órgão entrou com a ação na segunda-feira (16), mas mais informações sobre ela foram divulgados na sexta no site do MP. De acordo com a ação, ajuizada por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Ordem Urbanística da Capital, com auxílio do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA), o VLT só deve entrar em funcionamento quando o sistema de sinalização sobre passeio e vias públicas for plenamente instalado, testado e aprovado, exigências da Lei 9.503/97 e demais normas regulamentares do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

O MPRJ requereu a apresentação em juízo, no prazo de 30 dias,  de todos os documentos técnicos referentes à sinalização no trajeto dos futuros trechos de operação do VLT; e a apresentação do plano de alteração da circulação viária do perímetro das regiões do Centro e Portuária do Rio, no prazo de dez dias, prevendo a compatibilização dos modos de transporte sobre trilhos, rodoviário e cicloviário.

Para cada item descumprido foi fixada multa de, no mínimo, R$ 100 mil.

A ação teve como base documentos e depoimentos colhidos em inquérito civil, instaurado pela 1ª PJTCOUC, para apurar os impactos urbanístico-ambientais decorrentes da instalação do projeto de implantação do VLT Carioca, bem como as correspondentes medidas compensatórias e mitigadoras referentes à operação do transporte coletivo de passageiros em questão.

Ficou comprovado que a concessionária VLT Carioca S/A, o Município do Rio de Janeiro, a CET-RIO e CDURP descumpriram obrigações contratuais, legais e de fiscalização em relação à segurança do serviço, à adoção e à implementação das normas de legislação de trânsito.

Ainda segundo a ação, os réus ainda não demonstraram a efetiva implementação do sistema de placas e sinais em todos os cruzamentos de ruas com interseção da Praça Mauá ao Aeroporto Santos Dumont, além de sua correspondente comprovação de funcionamento, há menos de uma semana do início previsto para a operação oficial do serviço.

Questionados pelo G1, a Secretaria Municipal de Transportes e a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeirox (Cdurp) não haviam se manifestado até a publicação desta reportagem.

Primeira etapa do transporte fará ligação entre rodoviária e Aeroporto Santos Dumont (Foto: Divulgação / Secretaria Municipal de Transportes do Rio)

 

Adiamento e Campanha
Na última quarta-feira, a Prefeitura do Rio anunciou o adiamento da inauguração do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o dia 5 de junho. Anteriormente, a data seria no domingo (22). Segundo a prefeitura, o objetivo é a segurança da população carioca. A secretaria Municipal de Transportes e da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto afirmam que estão adotando medidas para garantir o melhor atendimento, conforto e agilidade no início da operação do VLT. Em Março de 2016, a Prefeitura já tinha anunciado uma campanha para alertar os pedestres sobre as mudanças de comportamento necessárias no Centro para o funcionamento do novo modal.

Desde 7/5/16, os pedestres e motoristas estão enfrentando alterações no trânsito com a presença do VLT, na região. As alterações viárias estão sendo implementadas no Centro, como a inversão de mão de vias importantes e a reabertura da Avenida Rio Branco para carros.
O anúncio da mudança foi feito na semana passada quando a prefeitura apresentou aos jornalistas o esquema operacional para funcionamento e organização do trânsito no Centro para o início da circulação dos trens do VLT.

Na ocasião, o secretário de Transportes, Rafael Picciani, confirmou que a segurança de quem transita no Centro é uma das preocupações com a implantação do VLT.

 

Fonte: O Globo

De corrida de camelo a baile da realeza, de tudo vai rolar nas Olimpíadas

Bastidores e curiosidades das sedes que dez países estão erguendo na cidade

Mapa sinaliza casas de dez países que vão funcionar durante os Jogos – André Mello / O GLOBO
A cidade vai receber uma legião de atletas, delegações e turistas de 206 países durante os Jogos Olímpicos — segundo estimativas da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, serão 1,7 milhão de pessoas. Desse total, espera-se cerca de 400 visitantes para lá de ilustres: reis, presidentes e primeiros-ministros das mais poderosas nações. A 68 dias do início oficial das competições, há toda uma infraestrutura sendo montada para que esses chefes de estado e seus convidados sintam-se literalmente em casa.

No mapa oficial da Rio 2016, por enquanto, há 54 casas temáticas, as hospitality houses, em construção. Algumas terão as portas abertas ao grande público, outras serão restritas a VIPs. De modo geral, serão palco de comemorações de medalhas e de muito networking. Três dos candidatos a sede dos Jogos de 2024, Itália (com Roma), Estados Unidos (com Los Angeles) e França (com Paris) são exemplos de puro capricho em suas produções. Afinal, dizem que foi na Casa Brasil montada em Pequim, na China, nos idos de 2008, que o Rio teria garantido o direito de sediar as Olimpíadas deste ano.

 

A seguir, bastidores e curiosidades de dez casas que prometem dar o que falar.

Shakespeare e o Corcovado

O primeiro baile da British House, montada no Parque Lage, será no início da noite do dia 3 de agosto, antevéspera da Cerimônia de Abertura. Uma recepção para 600 pessoas, incluindo toda a delegação do Reino Unido e seletos convidados brasileiros. Traje: business casual. Os atletas estão liberados para usar os seus uniformes de viagem, assinados por Stella McCartney. A icônica piscina será toda coberta por uma superfície de vidro de alta resistência, que permitirá projeções. O menu da festa, assim como o das demais atividades da casa, será assinado pelo Aquim. Haverá um bar de drinques só com gim, além de coquetéis não-alcoólicos para os esportistas.

Entre outras atividades culturais, haverá uma série de debates sobre a obra de William Shakespeare, coordenados pelo professor Paul Heritage, do departamento de Drama & Performances da Queen Mary University of London. E apresentação do espetáculo “A tempestade”, com elenco brasileiro sob direção da Royal Shakespeare Company.

Parque Lage será a residência do Reino Unido durante os Jogos – André Mello / O GLOBO

— A British House será a casa longe de casa dos atletas do Reino Unido no Rio. Um local para eles comemorarem os bons resultados e relaxarem com suas famílias e amigos. Nada melhor que deixá-los impressionados de início com a beleza do Parque Lage — diz o cônsul-geral, Jonathan Dunn.

A British House ocupará o casarão da Escola de Artes Visuais por três semanas. Espaço não usual, o terraço será o cenário de jantares com vista para o Corcovado. Na entrada, haverá uma exposição sobre a a Rainha Elizabeth II. Membros da realeza, aliás, são esperados — a princesa Anne Elizabeth Alice Louise, campeã de hipismo, é uma presença quase certa. Kate e William são ansiosamente aguardados.

Os jardins do Parque Lage — projetados pelo paisagista britânico John Tyndale, no século XIX — seguirão abertos ao público, mas

o acesso ao casarão será restrito. Os interessados devem se cadastrar no site do evento (www.britishhouse rio.com).

Andrea Bocelli e loja da Armani

O Comitato Olimpico Nazionale Italiano (Coni) escolheu o Clube Costa Brava para montar a Casa Itália por achar que a geografia do Joá tem ares de Capri, a famosa ilha situada no Golfo de Nápoles. Projeto de Renato e Ricardo Menescal, o clube fundado em 1962 está sendo todo adaptado para receber a delegação italiana, com direito a oliveiras plantadas no jardim. A ideia do Coni é montar um palco luxuoso para projetar a candidatura de Roma como sede dos Jogos Olímpicos de 2024.

Ferrari na Itália e avião na África – André Mello / O GLOBO

Todos os móveis estão vindo de navio diretamente de Milão. As salas dos cinco andares vão ganhar janelas acústicas, que serão inauguradas pelo tenor Andrea Bocelli, uma das atrações musicais confirmadas. A antiga boate do clube vai virar um centro de mídia, com 38 telões pendurados do chão ao teto transmitindo as competições num clima Las Vegas. Patrocinadora do Coni, a Ferrari terá uma sala reservada para o seu presidente, com vista panorâmica para a Praia da Joatinga. A antiga butique do térreo — que vendia cangas, chinelos, filtro solar, balinhas — será substituída por um showroom da Armani. Criador da cuccina pop e proprietário do estrelado D’O, em San Pietro all’Olmo, o chef Davide Oldani vai assinar o cardápio dos almoços e jantares da Casa Itália. Por fim, o spa promete ser um espetáculo à parte, com todo o staff — inclusive massoterapeutas, manicures e pedicures — de nacionalidade italiana.

— Dos cariocas, os italianos só querem mesmo a alegria — brinca o administrador do clube, Rubem Oliva.

Em agosto, o acesso ao Costa Brava será restrito a 30 sócios por dia.

— No inverno, a média de ocupação não chega a 20 pessoas. O Costa Brava é um clube de verão — diz o administrador.

Coxinha VVip

Os chefes de estado dos países africanos estão curiosíssimos para provar uma iguaria nacional: a coxinha de galinha. De tanto ouvir falar no nome do salgadinho, que volta e meia está presente no noticiário político brasileiro, as autoridades exigiram que o quitute seja servido no bufê da área VVIP da Casa da África. Sim, além de um espaço VIP, haverá um cercadinho restrito a “very, very important person”. Pelo Casa da África Diamond Lounge devem circular presidentes, primeiros-ministros, diplomatas. Rei do povo iorubá, Oba Okunade Sijuwade, conhecido como Ooni de Ife, é presença certa. Representante da “realeza” brasileira, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, é superaguardado.

Além de coxinhas, pamonha faz parte do menu da VVIP, que será elaborado por um chef de Goiás ou do Mato Grosso.

— Também serviremos uma minifeijoada, mas sem carne de porco, afinal, grande parte dos africanos é muçulmana — comenta João Gilberto Vaz, embaixador da Associação de Comitês Olímpicos Nacionais da África (Anoca) para o projeto da Casa da África Rio 2016.

O ingresso (gratuito) para a Casa da África será um cartão de embarque. Após passar pelo check in, os visitantes vão entrar num avião com capacidade para 56 passageiros. Cada poltrona vai representar um dos 54 países do continente — a 55ª será reservada para a Anoca e a 56ª, para o Brasil. O Fly to Africa Experience terá cerca de cinco minutos, com exibição de vídeos com informações turísticas e culturais.

A Casa da África está sendo erguida dentro do CasaShopping, na Barra. Fora os lounges VIP e VVIP, todos os outros espaços serão abertos ao público. Os organizadores querem entrar para o “Guinness Book” como a maior casa de hospitalidade do mundo.

Freiras à espera de Obama

Semana passada, uma engenheira americana estava fazendo uma visita técnica nas dependências do tradicional Colégio São Paulo (CSP), no Arpoador, para finalizar o projeto da American House. A fachada de mármore do prédio ganhará iluminação temática. Maiores detalhes do projeto, no entanto, são mantidos a sete chaves. Sabe-se apenas que haverá festas, salão de jogos e coquetéis para os atletas comemorarem suas medalhas. E devem rolar muitos brindes, afinal, os Estados Unidos são os maiores medalhistas em Jogos Olímpicos, com 2.399 conquistas — o Brasil é 37º, com 108. Localizada no número 22 da Avenida Vieira Souto, a American House terá entrada super-restrita e esquema de segurança digno da Casa Branca. O único espaço aberto ao público será uma pop up store da Ralph Lauren, grife responsável pelo estilo da delegação dos EUA.

Durante a estada americana, os cerca de 700 alunos do CSP estarão de férias, assim como os de todos os colégios particulares e públicos da cidade. Mas as irmãs da Congregação das Angélicas de São Paulo, que dirigem a instituição de ensino, vão continuar na casa onde moram, nos fundos do colégio. Para manter a liberdade de cruzar o pátio ou sair para as sagradas caminhadas na orla, as freiras vão usar uma credencial pendurada no pescoço.

— Até o padre Eduardo, que vem rezar a nossa missa, vai ter que usar credencial durante as Olimpíadas — conta a irmã Maria Vitorino, uma das nove moradoras.

Todas estão torcendo para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fazer uma visita à American House.

— Ainda não sei o que vou falar para ele, afinal, é o presidente do país mais rico do mundo. Mas estou rezando para ele vir — conta a irmã Maria.

Especiarias e corrida de camelos

A Bayt Qatar, que começa a ser montada mês que vem na Casa Daros, em Botafogo, promete ter todo o luxo que se espera de uma recepção organizada pelo país do sheikh Hamad bin Khalifa Al Thani. A começar pelo catering: o chef Alex Atala é o responsável pelo cardápio do café, do restaurante e da majlis — como é chamada a área informal de relaxamento, com decoração ao melhor estilo árabe, para os convidados do Comitê Olímpico do Catar. Segunda-feira passada, a sheikha Asma Al Thani, diretora de marketing do comitê, foi ao D.O.M., em São Paulo, para participar de uma degustação comandada por Atala. O menu está sendo fechado.

Ainda no capítulo gastronomia, será montada no pátio do casarão uma réplica de um souq, como o mercado de especiarias a céu aberto de Doha. Na mesma ala, haverá demonstrações de pintura de henna, oficinas de caligrafia árabe, cabine de fotos com vestimentas típicas e simulação de corrida de camelos, em 3D. Os vídeos e projeções serão feitos pela mesma equipe responsável pela curadoria do Museu do Amanhã, na Praça Mauá. Interativas, as exibições vão proporcionar ao público uma viagem pelo Catar, sede da Copa de 2022.

— A Bayt Qatar será um espaço deslumbrante, que servirá como uma plataforma para apresentar e transmitir a cultura, o patrimônio e a paixão pelo esporte, do Catar para o mundo — diz a sheikha.

A casa será aberta a visitantes todos os dias durante as Olimpíadas, com entrada a R$ 20 (que dá direito a dois pratinhos). Toda a verba será destinada a um projeto social. Por fim, metade da cobertura do edifício neoclássico de 1866, onde ano que vem começa a funcionar a Escola Eleva, será coberta por uma mega-bandeira do Catar. Para ser vista do alto.

Tons de laranja

A Casa da Holanda cultiva a fama de ser a hospitality house mais animada dos Jogos Olímpicos, desde a sua primeira edição, em 1992, em Barcelona. Na Rio 2016, a sede temporária será instalada no Clube Monte Líbano, que ocupa uma área de nove mil metros quadrados às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. Especula-se que um famoso chef holandês, detentor de três estrelas no “Guia Michelin”, será responsável pelos quitutes.

A estrutura da Holland Heineken House já está sendo montada nas dependências do clube, mas a programação musical ainda não foi fechada (assim como o valor do ingresso das festas). Mas sabe-se que um time e tanto de DJs internacionais vai comandar o som diariamente, das 11 horas da manhã até uma hora da madrugada. Sem área VIP, a Casa da Holanda costuma promover o encontro dos atletas com o público, num clima de confraternização em tons de laranja. O espaço terá capacidade para receber quatro mil pessoas por dia.

Não serão vendidas cervejas em lata ou em garrafa. Apenas o copão de chope. Especialistas treinados no Heineken Experience de Amsterdã estão com passagens aéreas marcadas para vir tirar os chopes pessoalmente. Alguns deles já estiveram na cidade ano passado, durante o Rock in Rio, onde a marca de cerveja teve um camarote, e parecem estar bem animados para voltar.

Mas não só de cerveja e música eletrônica vai viver a Casa da Holanda. Além de transmitir os Jogos em telões, o espaço vai promover a prática de diferentes modalidades esportivas dentro da própria casa, incluindo natação, basquete, futebol e vôlei de praia. Em paralelo, a Holland Heineken House terá aulas de stand-up paddle na Praia de Ipanema e grupos de corrida pela manhã.

Pista de gelo em plena Lagoa

Num país com tantos “altos” (alguns literais, outros metafóricos), foi justamente um “baixo” que conquistou o Rio. Em 2014, na Copa do Mundo, a Suíça montou na Lagoa uma estrutura ao ar livre onde qualquer pessoa podia entrar, conhecer um pouco sobre o país e, entre comes e bebes, assistir em telão às partidas de futebol. Logo, o carioca apelidou a House of Switzerland de Baixo Suíça. Os organizadores, claro, adoraram ver aquele pedacinho ganhar fama e se igualar a outras partes da cidade, como o antigo Baixo Leblon ou o atual Baixo Gávea. A Suíça, que já paquerava o Rio desde que foi enredo da Unidos da Tijuca, em 2015, engatou um namoro sério e, pelo visto, não demora vai pedir a cidade em casamento.

A partir de 1º de agosto, o Baixo Suíça volta à Lagoa, ocupando uma área ainda maior, de 4.100 metros quadrados, naquele campo de beisebol perto do Corte do Cantagalo. Na verdade, são três casas, com um imenso quintal no meio. Não vão faltar motivos para os frequentadores de verde e amarelo se misturarem aos de vermelho. Uma grande atração é um rinque de 200 metros que, de dia, vai ser pista de patinação e, à noite, pista de dança. O truque? Trata-se de um piso com gelo sintético, que não molha ou escorrega.

— Tivemos a ideia depois de ver um dos carros alegóricos no desfile da Unidos da Tijuca — conta Nicolas Bideau, embaixador da Presença Suíça, órgão do departamento de Relações Exteriores do país.

Cabine de teleférico, globo de neve gigante e pista de corrida são outros passatempos do parquinho suíço, que vai ter ainda programação musical, incluindo shows do cantor suíço-brasileiro Marc Sway, celebridade local depois de ser jurado do programa “The Voice”. Tudo para embalar uma união que, estivesse no Facebook, bem poderia ser anunciada como um “relacionamento sério”. (Marcelo Balbio)

Música eletrônica e champanhe

O Club France vai ocupar boa parte da Sociedade Hípica Brasileira, na Lagoa. Local de importantes competições de hipismo e de festas de casamento da alta-roda carioca, o Picadeiro Armando Alencar será transformado numa imensa pista de dança. Serão, no total, oito festas para duas mil pessoas cada. Especialmente para o evento, o Café de La Musique e a boate Privilège assinam juntos a produção. Uma superprodução, diga-se: cada noite vai ganhar uma cenografia diferente, sempre com projeções de video mapping e com apresentação de algum DJ francês badalado (os contratos ainda estão sendo assinados, por isso os nomes ainda não podem ser divulgados). O empresário e apresentador de TV Álvaro Garnero, sócio do Cafe de La Musique, será o anfitrião das noitadas.

Durante o dia, o picadeiro será transformado em uma espécie de arquibancada, com telão transmitindo as principais disputas de medalha. Todo o projeto arquitetônico foi bolado pelo arquiteto Daniel Faro, carioca radicado em Paris. O Club France vai estar aberto ao público, com entrada de R$ 20. Uma das atrações promete ser a loja da Lacoste, grife responsável pelos figurinos da delegação francesa, com uma coleção exclusiva criada especialmente para as Olimpíadas. Numa pracinha da área externa, haverá um estacionamento de food trucks. Menu? Croissant, croque-monsieur, macaron e outros quitutes típicos.

A área VIP, restrita a convidados, terá bufê elaborado pelos chefs Claude e Thomas Troisgros, pai e filho. O presidente da França, François Hollande, é esperado para um jantar na noite do dia 6 de agosto. Será uma recepção para 80 convidados regada a champanhe Perrier-Jouët.

Paz e amor

Em meio ao drama que está vivendo por conta do escândalo de acobertamento de casos de doping no atletismo, a Rússia planeja montar um quartel-general em clima de paz e amor no Clube dos Marimbás, no Posto Seis, uma das melhores vistas da Praia de Copacabana. A começar pela logomarca: um coração formado pela união das bandeiras da Rússia e do Brasil.

A estrutura do clube será pouco alterada, uma vez que as intervenções serão apenas cenográficas. Na altura do mar, coladinho à colônia dos pescadores, será montado um pódio para os medalhistas e um palco para as atrações musicais. Nos outros dois andares, vai entrar em cartaz uma exposição com equipamentos esportivos autênticos, utilizados pelos atletas russos. Por exemplo: os visitantes vão poder manusear a fita da campeã olímpica de ginástica Yevgeniya Kanayeva ou até mesmo vestir o quimono do lutador Fedor Emelianenko. Ainda na linha interativa, a casa será decorada com retratos em tamanho real de estrelas do esporte, como Dmitry Musersky, o mais alto jogador de vôlei russo, ou Alexander Karelin, um gigante da luta greco-romana.

Vão rolar três dias de open house, com grandes festas de confraternização, com mostra de matrioskas esportivas, degustação de vodca e banquete à base de pirojki (pastelzinho) e estrogonofe. Uma dica aos brasileiros interessados em degustar os quitutes: é considerado um acinte comer estrogonofe com arroz. O recomendado é purê de batatas.

Para os demais dias, ficou estabelecido um número de 30 convites diários aos sócios.

— Temos muito em comum, o espírito festivo e as cores das nossas bandeiras: vermelho, azul e branco — comenta o vice-comodoro Luiz Correia de Araujo, responsável pelas negociações de arrendamento do clube.

Redescobrindo o Rio

Os portugueses terão uma embaixada nacional itinerante. Entre os dias 22 e 24 de junho, o Navio-Escola Sagres vai partir de Lisboa rumo ao Rio de Janeiro, com paradas estratégicas em Cabo Verde, Recife e Salvador. Por aqui, a embarcação vai ficar ancorada no Cais Portuguesa, uma área da Marinha do Brasil inédita para a maioria dos cariocas, pertinho da Ilha Fiscal, entre os dias 3 e 21 de agosto.

Está sendo elaborada uma agenda de eventos diários para a Casa de Portugal, com a participação dos atletas da Missão Olímpica Portuguesa, como Ana Cabecinha (atletismo) e Diogo Ganchinho (ginástica). São planejadas degustações de vinhos do Douro e do Alentejo a bordo, assim como apresentações de iguarias como o queijo da Serra da Estrela. Será montado todo um esquema de vans e ônibus para levar os visitantes ao navio. São esperadas, segundo o Comitê Olímpico de Portugal (COP), até dez mil pessoas por dia.

Trata-se de uma embarcação cinematográfica. De ponta a ponta, o Navio-Escola Sagres tem 89,5 metros de comprimento, com um mastro de 45,5 metros de altura e velas com reproduções da Cruz da Ordem de Cristo. A tripulação é formada por nove oficiais, 16 sargentos e 103 praças.

Não é a primeira vez que o Escola Sagres navega por águas brasileiras. Construída nos estaleiros da Blohm & Voss, em Hamburgo, em 1937, a embarcação foi a terceira de uma série de quatro navios encomendados pela Marinha da Alemanha. O navio foi cedido à Marinha do Brasil no final da II Guerra Mundial, em 1948, tendo sido adquirido pela Marinha Portuguesa em 1961. E foi bem no Rio, em janeiro de 1962, que ele foi entregue à Marinha de Portugal.

Fonte: O Globo