Protestos contra Dilma voltam embalados por escalada da crise política

Ações legais contra Lula incendiaram os movimentos antigoverno. Cresce apoio de empresários

Manifestações 1303
Manifestação anti-Dilma em Copacabana. VANDERLEI ALMEIDA AFP

Os protestos de movimentos anti-PT e pró-impeachment voltam neste domingo com maior apoio do establishment empresarial e político que há um ano e embalados pelo sentimento de que a derrubada de Dilma pode estar próxima. Do ponto de vista da mobilização dos participantes, um ingrediente importante entrou em jogo: a série de ações legais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, começando com a condução coercitiva para prestar depoimento em 4/3/16, e terminando, por ora, com o pedido de prisão preventiva do Ministério Público de São Paulo. Embora a Justiça ainda não tenha acatado o pedido, e não exista um prazo para fazê-lo, a notícia incendiou as redes sociais dos grupos mobilizadores e apoiadores na quinta-feira.

Um ano após uma onda verde a amarela tomar a Paulista, em São Paulo, na maior manifestação que a oposição já fez em toda a história do Governo petista, os movimentos antigoverno planejam repetir a dose. Neste domingo, os organizadores da manifestação convocada desde o ano passado por movimentos como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL) esperam atrair mais de um milhão de pessoas, número próximo do registrado em 2015, quando esse contingente  foi à avenida Paulista gritar “fora Dilma”, segundo a Polícia Militar. Segundo o Datafolha, foram 210 mil pessoas, recorde dos quatro mega-atos convocados contra o Planalto.

Se naquela época o Governo petista, acostumado a ser aquecido pelo calor dos movimentos sociais, sentiu pela primeira vez que tinha perdido o monopólio das mobilizações de massa, agora os protestos podem ser a pressão que faltava para que muitos políticos em Brasília tomem uma posição em relação ao impeachment, acelerando esse processo.

Longe do Planalto, o apoio à oposição nas ruas já está aumentando: atores, entidades de classes e políticos fazem convocações para a marcha. O juiz Sergio Moro e Newton Ishii, agente da PF conhecido como “Japonês da Federal”, estão sendo usados como garotos-propaganda da manifestação. “Precisamos de vocês para juntar as forças, para combater a corrupção e tornar o Brasil mais justo”, disse, Ishii. “Contem comigo”, finalizou, em um vídeo que organizadores do ato publicaram na página do Facebook

Em outro vídeo publicado na mesma página, aparece uma foto do juiz Sergio Moro, com uma narração de fundo: “Este homem e seu grupo estão, de verdade, mudando o Brasil. E agora, quando ele mais precisa de você, você vai deixá-lo sozinho?”, questiona uma voz de filme policial, sobre uma montagem com a imagem de Moro na avenida Paulista.

“Essa polarização extremada, que vem desde as eleições de 2014 e teve um agravamento importante desde a condução coercitiva do ex-presidente Lula, indica a perspectiva de uma longa e custosa disputa entre os dois campos políticos”

Do lado empresarial, o apoio também cresceu. Paulo Skaf (PMDB), presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), realizou, no início da semana, uma reunião com representantes do MBL, do Vem pra Rua e de cerca de 100 entidades filiadas à Fiesp, para anunciar seu apoio ao ato. Na ocasião, disse que estaria na Paulista no domingo com a família. A Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), a Sociedade Rural Brasileira e algumas sessões estaduais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também divulgaram apoio. Nesta quinta-feira, o governador de São Paulo disse que “pode ser” que vá à Paulista, “como cidadão”, na que seria a primeira participação do presidenciável tucano neste tipo de ato.  Até então mais distante, Alckmin planeja, segundo a Folha de S. Paulo, ir ao protesto ao lado do senador Aécio Neves, seu concorrente na luta pela vaga de candidato a presidente do partido.

Embora o movimento Vem pra Rua evite falar em Impeachment, essa é uma das bandeiras que serão levantadas no domingo. Na realidade, talvez seja a maior delas. O ato, segundo o movimento, será “em apoio à Lava Jato, à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Justiça Federal”. Evitam falar do impeachment porque é feita uma associação direta com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), também denunciado na Lava Jato. Mas fontes do movimento afirmam que ele será “também pelo fora Dilma”.

Confrontos e redes sociais

Os ânimos acirrados das últimas semanas levantaram uma certa tensão em torno dos atos de domingo, com maior temor de confronto do que em 2015. Na semana passada, o PT e entidades ligadas ao partido chegaram a marcar um ato no mesmo dia e local, em São Paulo, para defender o Governo, aumentando ainda mais a expectativa de confronto. Desmarcaram pouco tempo depois. Os movimentos governistas decidiram então manter um ato de “apoio à democracia” para a sexta, 18. Em entrevista coletiva nesta sexta, Dilma Rousseff fez “um apelo para que não haja confronto” no domingo. “A manifestação é um momento importante para o país”, disse.

Nas redes sociais o acirramento político ficou bastante visível. A evolução das menções aos protestos é bem parecida com a de março de 2015, segundo estudo realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Dapp). Entre quarta e quinta-feira, foram registrados 115.000 tuítes sobre a manifestação.

De acordo com Marco Aurélio Ruediger, diretor da FGV/Dapp, essa evolução indica uma tendência de que veremos protestos de grande magnitude no domingo. “Embora não se possa afirmar isso com 100% de certeza, eu diria que é bem provável que tenha uma dimensão parecida – a se julgar pelo clima nas redes sociais”, disse.

Nesta sexta-feira por volta das 16h, o tema corrupção era o mais popular no Twitter, segundo a ferramenta da Dapp. Em seguida, vinha protestos. Os temas na sequência eram segurança, educação, saúde e transporte.

Para Ruediger, o clima de radicalização política revela uma cisão política e social “mais profunda do que uma simples oposição ao governo ou a Dilma Rousseff. “Essa polarização extremada, que vem desde as eleições de 2014 e teve um agravamento importante desde a condução coercitiva do ex-presidente Lula, indica a perspectiva de uma longa e custosa disputa entre os dois campos políticos.”

As manifestações de 13 de março em todo o Brasil. Acompanhe

Nova jornada de protestos acontece em várias cidades do país. Manifestantes pedem a saída da presidente Dilma Rousseff

Manifestantes em Brasília. Polícia estima que 50 mil pessoas estejam nas ruas (Foto: Thiago Bronzatto)

Movimentos contrários à presidente Dilma Rousseff e partidos da oposição convocaram a população às ruas neste domingo (13) para mais uma série de protestos contra o governo. Os manifestantes pedem a prisão dos envolvidos em escândalos de corrupção e o impeachment da presidente Dilma. Acompanhe aqui, em tempo real, as principais notícias deste domingo.

14h40 – Nota de Dilma Rousseff sai em defesa da UNE, após sede da entidade ser pichada por vândalos. A presidente não se manifestou ainda sobre os protestos em todo país.

13h56 – Em frente à sede da Fiesp, na Avenida Paulista, o presidente da federação, Paulo Skaf (PMDB), conversou com jornalistas no início da tarde deste domingo (13): “O PMDB já deveria ter rompido com o governo e retirado todos os seus ministros”.

13h50 – No início da manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, uma mulher desafiou a polícia. Carregando uma garrafa de espumante, ela provocou a equipe de choque da polícia. Jogou a garrafa em direção ao caminhão da polícia. Depois, levantou a blusa e mostrou alguma coisa escrita no corpo, com letras vermelhas. Visivelmente alterada, bateu boca com outros manifestantes presentes. A polícia acabou conduzindo a mulher para um canto, fora do meio da avenida, para evitar maiores confusões.

13h36 – Aproveitando a onda de protestos deste domingo (13), a  Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) espalhou mais de 30 patos infláveis, utilizados na campanha “Não vou pagar o pato”, contra a alta carga tributária brasileira.

Pato da "Fiesp"em Belo Horizonte (Foto: Reprodução )

12h57 – Brasília: PM atualiza o número de manifestantes para 100 mil. Houve apenas uma ocorrência de confusão, de uma pessoa que tentou rasgar um cartaz de um manifestante. Devido ao calor, os manifestantes em Brasília começam a se dispersar – o Corpo de Bombeiros foi acionado quando algumas pessoas passaram mal por causa do calor.

12h30 – Um dos carros de som que participam da manifestação noRio toca a música “Eu te amo, meu Brasil”, da dupla Dom e Ravel. No início dos anos 1970 a música se tornou uma espécie de hino do regime militar.

12h26 – A manifestação no Rio ocupa, de forma compacta, oito quarteirões da avenida Atlântica –pouco mais de 1,5 quilômetros– e, diferentemente da manifestação de 13 de dezembro do ano passado, esta ocupou completamente a segunda pista da orla, próxima aos prédios. A Polícia Militar do Rio informou que não vai divulgar estimativas do número de participantes do ato. Os organizadores da manifestação ainda não informaram quantas pessoas, em sua estimativa, participaram do ato.

12h20 – Sobrou para a jararaca. “Ele [Lula] disse que acertaram o rabo da jararaca. Hoje é dia de acertar a cabeça”, diz o padeiro Leci Soares, 38, morador de valparaíso de Goiás, entorno do DF. Ele participa da manifestação em Brasília.

"Hoje é dia de acertar a cabeça", disse, o padeiro Leci Soares com um boneco que faz alusão ao discurso de Lula  (Foto: Filipe Coutinho)

12h16  O empresário Rodrigo Brasil, de 26 anos, ligado ao movimento Revoltados Online, e o mecânico de carros Rogério Ramos, de34 anos, fazem sucesso na manifestação da Praia de Copacabana com um carro conversível guiado por controle remoto. Os dois desenvolvem o projeto do carro há dois anos e tiveram a ideia de levá-lo para a manifestação há duas semanas. Gastaram R$ 600 para pintar o veículo de amarelo. Durante o ato, um homem  com máscara reproduzindo o rosto do ex-presidente Lula e vestido como presidiário subiu no carro. Rodrigo e Rogério afirmam não saber quem é o homem, que não se identificou.

Manifestação do dia 13 de março no Rio de Janeiro (Foto: ÉPOCA)

12h15 – Silas Malafaia começa a discursar em carro de som emBrasília e manifestação se divide. Parte aplaude, mas há também muitas vaias e gritos de “Fora, Malafaia!” (Ricardo Coleta)

12h10 – No Rio, grupos gritam palavras de ordem variadas: “A nossa bandeira jamais será vermelha”, “Pé na bunda dela, aqui é Brasil, não é Venezuela” e “Eu vim de graça”. No meio da passeata, um carro conversível amarelo chamava a atenção. Controlado remotamente pelo técnico em mecatrônica Rogério Ramos, tinha como “passageiro”, no banco traseiro, um homem vestido como o ex-presidente Lula. “O Brasil anda como esse carro: sem motorista”, dizia uma faixa.

Há também paródias de músicas conhecidas. Em um delas, que se tornou conhecida ao ser entoada por torcedores argentinos na Copa do Mundo, os manifestantes cantam: “Petista, me diz como se sente/depois da campanha eleitora/ votou na Dilma/ mas foi enganado no final”.

Outra usa o tema do filme “Tropa de Elite”, do grupo Tihuana: “Polícia Federal/osso duro de roer/pega um, pega geral/ também vai pegar você/Lula”.

Manifestação no Rio (Foto: Macelo Bortoloti/ÉPOCA)

12h08 – Algumas cidades contam com manifestações pró-governo. Em Porto Alegre, militantes do PT se reúnem no Parque Farroupilha por um ato batizado de “coxinhaço”. Em Fortaleza, cerca de 300 pessoas defendem Lula no Polo de Lazer da Parangaba.

12h06 – Rio: Ambulante vende bonecos de Dilma Rousseff vestida de presidiária. No início do ato, eram vendidos a R$ 10, mas com a grande procura o preço já subiu para R$ 15.

12h02 – Para reforçar o policiamento nas ruas de Belém, por conta das manifestações, 550 homens da PM estão circulando pelos locais de maiores movimentos. Segundo os organizadores, 10 mil pessoas estão na manifestação que deve ir até o bairro de Umarizal.

12h00 – Manifestações se espalham por várias cidades do país:

Maceió: 6 mil manifestantes, segundo a PM
Juiz de Fora (MG): Mil manifestantes, segundo organizadores
Governador Valadares (MG): Mil manifestantes, segundo a PM
Belo Horizonte:  30 mil pessoas, segundo a PM

11h46  Em São Bernardo (SP), partidários do PT e apoiadores do ex-presidente Lula se manifestam em defesa do governo. Confira fotos:

GALERIA

“Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”, diz faixa feita por manifestantes em apoio ao ex-presidenteFoto: Agência O Globo

11h40 – PM atualizou de 20 mil para 50 mil o número de manifestantes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ainda tem gente chegando na manifestação, enquanto outras pessoas já começam a se dispersar. (Thiago Bronzatto)

11h20 – Só tem uma pessoa que é citada tanto quanto Dilma: Sérgio Moro. O carro de som exalta o juiz da Lava Jato (Filipe Coutinho)

11h15 – PM do Distrito Federal estima que 20 mil manifestantes estão na Esplanada dos Ministérios, em protesto contra o governo Dilma Rousseff. A contagem é feito a partir de imagens feitas de helicópteros e dos prédios ao redor do local. Segundo a PM, há um grande número de pessoas ainda em deslocamento e a estimativa deve ser atualizada em breve. (Ricardo Coleta)

11h10 – Maria Lúcia Bicudo, uma das sete filhas do jurista Hélio Bicudo, fundador do PT e e autor do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, discursou neste domingo (13) em Brasília. “Nós, cidadãos brasileiros, vivemos hoje escravizados. Escravizados pela corrupção, pelas mentiras, pelo ultrajante salário mínimo, pelo desemprego, pelos altíssimos impostos e juros escorchantes. Temos o direito e o dever de abolir esse estado de coisas”, disse. Maria Lúcia costuma falar em nome do pai por causa do estado de saúde e da idade dele, 93 anos.

Maria Lúcia Bicudo, uma das sete filhas do jurista Hélio Bicudo, leu um discurso escrito por seu pai e pela advogada Janaína Conceição Paschoal (Foto: ÉPOCA)

11h00 – Rio: Quatro carros de som puxam palavras de ordem  e músicas –uma delas, “Eu to saudando a mandioca”, uma sátira à fala da presidente em discurso. Um dos carros de som pediu aos manifestantes que se unissem em um minuto de silêncio e depois rezassem um Pai Nosso. De um dos carros de som, o orador pediu também uma salva de palmas para Jesus Cristo. Em seguida, foi tocado o hino nacional, começando a caminhada, lentamente. (Samantha Lima)

10h45 – Enquanto manifestantes favoráveis ao afastamento da presidente Dilma Rousseff  e às ações da Operação Lava Jato se concentravam na avenida Atlântica, na orla de Copacabana, um pequeno avião, daqueles que costumam sobrevoar as praias cariocas com faixas de propaganda, passava sobre a multidão carregando a faixa “Não vai ter golpe”. Até as 10h30, o solitário avião era o único indício dissonante na manifestação.

Manifestação em Copacabana, Rio de Janeiro. Em foco, o "Pixuleco", boneco anti-governo mostrando o ex-presidente Lula vestido de presidiário. Ao fundo, um avião mostra a faixa "Não vai ter golpe", slogan de grupos pró-governo (Foto: Samantha Lima/ÉPOCA)

10h41 – Brasíla: manifestantes levantam as mãos para o alto e começam a rezar o “Pai nosso”. (Thiago Bronzatto)

10h30 – No Rio de Janeiro, a manifestação começou as 10h. Quatro carros de som puxam os protestos. Dos quatro, um pede intervenção militar. A repórter Samantha Lima está em Copacabana e envia fotos do protesto.

Manifestação do dia 13 de março no Rio de Janeiro (Foto: ÉPOCA)
Manifestação do dia 13 de março no Rio de Janeiro (Foto: ÉPOCA)

10h06 – A manifestação em Brasília começou às 10h05 com um minuto de silêncio em protesto contra a corrupção. Em seguida, todos cantaram o hino nacional. (Thiago Bronzatto)

10h00 – O repórter de ÉPOCA Thiago Bronzatto, que está em Brasíliaacompanhando a manifestação, envia as primeiras fotos do protesto na capital federal.

Manifestação do dia 13 de março em Brasília (Foto: ÉPOCA)
Manifestação do dia 13 de março em Brasília. Apoio a Sergio Moro (Foto: ÉPOCA)
Manifestação do dia 13 de março em Brasília. Manifestante vestido de Lula (Foto: ÉPOCA)

09h45 – O fotógrafo Adriano Machado, de ÉPOCA, está publicando no Twitter imagens vídeos da manifestação em Brasília.

09h30 – Em algumas cidades, como Brasília,  Belém, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís, as manifestações começam ainda de manhã, as 10h.

09h10 – Ainda no sábado, a presidente Dilma apelou para que as manifestações não sejam violentas. “Para mim é muito importante a democracia no nosso país. Então, eu acredito que o ato de amanhã deve ser tratado com todo respeito. Não acho que seja cabível, e acho que é um desserviço para o Brasil qualquer ação que constitua provocação, violência e atos de vandalismo de qualquer espécie”, disse Dilma.

09h00 – Bom dia! Estamos começando a cobertura em tempo real da jornada de protestos contra o governo em todo o país. O clima é de incerteza para a presidente Dilma. No sábado (12), a convenção nacional do PMDB – o maior partido da base aliada do governo – foi marcada pro protestes, incluindo gritos de “fora PT” e fortes críticas da ex-petista Marta Suplicy, que classificou o governo de “corrupto e incompetente”. Apesar da pressão, o vice-presidente Michel Temer fez um discurso de união e o PMDB acabou adiando a principal decisão: daqui a 30 dias os peemedebistas decidirão se continuam ou abandonam o governo Dilma.

Fonte: Época

Manifestações contra governo Dilma ocorrem pelo país

Vários estados têm protestos contra governo petista neste domingo.
Também são realizados atos de apoio ao governo Dilma, a Lula e o PT

Manifestações contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Lula e o PT acontecem neste domingo (13) em dezenas de cidades brasileiras. A estimativa do total de manifestantes ainda não foi divulgada.

Além do Distrito Federal, às 13h, 16 estados tinham protestos anti-governo: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins.

BELO HORIZONTE - O senador Aécio Neves (PSDB) participa da manifestação em Belo Horizonte. Aécio foi ovacionado pelos manifestantes. (Foto: Pedro Ângelo/ G1)O senador Aécio Neves (PSDB) participou da manifestação em Belo Horizonte (Foto: Pedro Ângelo/ G1)

Candidato derrotado no segundo turno da eleição presidencial em 2014, Aécio Neves (PSDB) participou dos protestos contra Dilma em Belo Horizonte (MG).

“Estamos aqui ao lado dos mineiros e ao lado dos brasileiros para dizer chega, basta! O Brasil merece algo melhor e com a força do povo nós vamos construir um novo caminho para o Brasil”, disse Aécio.

Também foram realizados protestos de apoio ao governo Dilma, a Lula e ao PT. Recife (PE), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), São Bernardo do Campo (SP) e Coronel Fabriciano (MG) tiveram atos a favor do governo petista.

A manifestação pró-Dilma e PT ocorre no Marco Zero do Recife. Cerca de 50 pessoas estão no local (Foto: G1 PE)Manifestação pró-Dilma e PT ocorre no Marco Zero do Recife. Cerca de 50 participaram (Foto: G1 PE)

As manifestações foram pacíficas, com poucos incidentes isolados em algumas cidades. Grande parte dos manifestantes vestia verde e amarelo e levava cartazes contra a corrupção, o governo federal e o PT.

Além de pedirem a saída de Dilma, várias pessoas protestaram contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e lembraram que, na semana passada, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão   preventiva do líder petista.

Outro nome citado nos atos, mas de maneira positiva, foi o do juiz da Operação Lava Jato. Sérgio Moro foi exaltado em faixas em diversas cidades brasileiras.

Capitais
Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Recife e outras capitais reuniram multidões nos protestos contra o governo Dilma. Em São Paulo, os manifestantes já ocupam a Avenida Paulista, onde o ato está marcado para acontecer na tarde deste domingo.

MANIFESTAÇÃO/RIO(12H01): Manifestantes ocupam as duas faixas da Avenida Atlântica e bloqueiam totalmente as vias (Foto: Rodrigo Gorosito / G1)Às 12h, manifestantes ocupavam as duas faixas da Avenida Atlântica (Foto: Rodrigo Gorosito/G1)

No Rio, o protesto aconteceu em Copacabana, Zona Sul. Às 11h20, uma hora e 20 minutos após o horário marcado para o início do ato, os manifestantes ocupavam cerca de 8 quarteirões da Praia de Copacabana e as duas pistas da Avenida  Atlântica.

Em Brasília, a Polícia Militar estimou em 100 mil o número de participantes na manifestação. Para os organizadores, havia entre 180 mil e 200 mil. A PM destacou mais de 2 mil policiais para atuar na segurança.

Em Belém, milhares de paraenses foram às ruas protestar contra a corrupção no Brasil. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff e apoiaram o juiz Sérgio Moro na operação “Lava Jato”.

BELÉM - Organização do evento usou carros com e trios elétricos durante a passeata contra o governo Dilma. (Foto: Tarso Sarraf/O Liberal)Em Belém, organização do evento usou carros com e trios elétricos durante a passeata contra o governo Dilma. (Foto: Tarso Sarraf/O Liberal)

Em Belo Horizonte, com a presença do senador Aécio Neves e do ex-governador Antonio Anastasia, manifestaram contra o governo. Os participantes do ato ainda enaltecem a Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e a Polícia Federal.

BELO HORIZONTE - Segundo a PM, às 11h20, 30 mil pessoas estavam na Praça da Liberade (Foto: Pedro Ângelo/ G1)Segundo a PM, às 11h20, 30 mil pessoas estavam na Praça da Liberdade (Foto: Pedro Ângelo/G1)

Veja os atos nas principais cidades e clique nos nomes para saber mais:

Alagoas
Maceió- Milhares de pessoas participaram da manifestação contra o governo Dilma. A mobilização começou na Praça Vera Arruda, na Jatiúca, e seguiu em caminhada pela orla da capital alagoana até a praça que fica no Alagoinha, na Ponta Verde.

Representantes do Movimento Brasil estimam que mais de 35 mil pessoas participam da manifestação na capital alagoana, a Polícia Militar estima entre 12 e 15 mil pessoas.

Bahia
Salvador– Segundo a Polícia Militar, cerca de 20 mil pessoas participaram do ato. Muitas pessoas levaram cartazes com pedido de impeachment da presidente Dilma Roussef e em faixas e cartazes pedindo a prisão do ex-presidente Lula.

Também ocorreram demonstrações de apoio ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato. Uma hora após a saída do Farol da Barra, os manifestantes chegaram ao Morro do Cristo, na orla da Barra, onde fizeram oração.

Manifestação em Salvador começou por volta das 10h50 no Farol da Barra (Foto: Henrique Mendes/G1 BA)Manifestação em Salvador começou por volta das 10h50 no Farol da Barra (Foto: Henrique Mendes/G1 BA)

Ceará
Fortaleza – 
Pela manhã, manifestantes realizaram protesto em defesa do ex-presidente Lula e contra o impeachment da presidente Dilma. De acordo com os organizadores, o ato é um “aquecimento” para uma manifestação agendada para 18 de março.

Manifestantes fazem ato de apoio ao ex-presidente Lula no Polo de Lazer da Parangaba, em Fortaleza (Foto: Gioras Xerez/G1)Manifestantes fazem ato de apoio ao ex-presidente Lula no Polo de Lazer da Parangaba, em Fortaleza (Foto: Gioras Xerez/G1)

Distrito Federal
Brasília– Integrantes de movimentos pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff ocuparam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para uma marcha entre o Museu da República e o Congresso Nacional. Seis carros de som acompanharam a marcha.

A Polícia Militar estimou em 100 mil o número de participantes na manifestação em Brasília. Para os organizadores, havia entre 180 mil e 200 mil pessoas. A Polícia Militar destacou mais de 2 mil policiais para atuar na segurança.

Espírito Santo
Colatina- a concentração começou em frente à Praça da Catedral, às 10h. De acordo com a organização, um grupo de 800 pessoas seguiu pela avenida Getúlio Vargas e atravessou a Ponte Florentino Avidos. Segundo PM, protesto reuniu 500 pessoas.

Manifestantes saem às ruas de Colatina em ato pelo impeachment de Dilma (Foto: Mayara Mello/ TV Gazeta)Manifestantes saem às ruas de Colatina em ato pelo impeachment de Dilma (Foto: Mayara Mello/ TV Gazeta)

Manifestantes também foram às ruas em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do estado. A organização informou que 3 mil pessoas participaram da manifestação em Cachoeiro. Para Polícia Militar, eram 2,5 mil manifestantes nas ruas da cidade.

Goiás
Goiânia – Um grupo de motociclistas promoveu um “buzinaço” pelas ruas da região sul da capital goiana, na manhã deste domingo, para protestar contra o governo federal e pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Eles passaram em frente à sede da Polícia Federal, no Setor Bela Vista, por volta das 10h30, quando gritavam palavras de ordem contra a corrupção. Segundo os organizadores, protesto reuniu cerca de 100 pessoas.

GOIÁS: Manifestantes protestam contra o governo Dilma na região central de Anápolis, em Goiás (Foto: Diego Matos/TV Anhanguera)GOIÁS: Manifestantes protestam contra o governo Dilma na região central de Anápolis, em Goiás (Foto: Diego Matos/TV Anhanguera)

Às 13h, manifestantes também estavam concentrados na Praça Tamandaré, no Setor Oeste, para um protesto marcado para começar às 14h. Também acontecem manifestações em cidades do interior de Goiás, como Anápolis e Rio Verde.

Maranhão
São Luís – 
O ato contra governo Dilma reuniu mais de 4 mil pessoas em São Luís, segundo a PM. Para a organização, a manifestação reuniu 5 mil pessoas. Os manifestantes montaram pelo menos três tendas e utilizam um trio elétrico.

Os organizadores ressaltam a união da sociedade na discussão dos temas de importância do país, o apoio às operações Lava-Jato, que investiga um esquema de corrupção da Petrobras, e ao juiz Sérgio Moro.

Manifestação na avenida Litorânea, orla de São Luís (MA), contrária ao governo, às 10h (Foto: Clarissa Carramilo/G1)Manifestação na avenida Litorânea, orla de São Luís (MA), contrária ao governo, às 10h (Foto: Clarissa Carramilo/G1)

Na segunda maior cidade do Estado, Imperatriz, 800 manifestantes foram à Praça Brasil, no Centro, protestar contra o governo Dilma, de acordo com as estimativas da PM. Já os organizadores disseram que 5 mil pessoas compareceram ao local.

Mato Grosso do Sul
Corumbá e outros dois municípios do estado tiveram manifestações contra o governo federalna manhã desse domingo (13). Os protestos, segundo a Polícia Militar, aconteceram também em Coxim e Aquidauana.

Corumbaenses saem às ruas em manifesto contra o governo federal (Foto: Laura Toledo/ TV Morena)Corumbaenses saem às ruas em manifesto contra o governo federal (Foto: Laura Toledo/ TV Morena)

Conforme a PM, em Aquidauana, protestou reuniu 70 pessoas. Em Corumbá, a 415 quilômetros da capital, 600 pessoas protestaram contra o governo Dilma. Em Coxim, moradores fizeram carreata com buzinaço, faixas e cartazes.

Minas Gerais
BH- Manifestantes realizaram protesto contra o governo Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o PT. Os manifestantes se concentram na Praça da Liberdade, na Região Centro Sul de Belo Horizonte.

BELO HORIZONTE - Segundo a PM, às 11h20, 30 mil pessoas estavam na Praça da Liberade (Foto: Pedro Ângelo/ G1)Segundo a PM, às 11h20, 30 mil pessoas estavam na Praça da Liberdade (Foto: Pedro Ângelo/ G1)

Os participantes do ato ainda enaltecem a Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e a Polícia Federal. Segundo a Polícia Militar, por volta das 11h30, cerca de 30 mil pessoas estavam concentradas na praça.

Além da capital, outras cidades mineiras protestaram neste domingo. Foram realizados atos em Varginha, Uberlândia, Poços de Caldas, Governador Valadares, Uberaba, Ipatinga, Mogi das Cruzes, Pouso Alegre, Juiz de Fora, Araxá e Montes Claros.

Em Uberlândia, os manifestantes protestaram pelo combate à corrupção política e em apoio à operação “Lava Jato”, da Polícia Federal. Após o fim do protesto, a organização disse que 25 mil pessoas compareceram. A Polícia Militar informou 22 mil.

Manifestação Uberlândia (Foto: Caroline Aleixo/G1)Manifestação em Uberlândia contra governo Dilma reuniu mais de 20 mil pessoas (Foto: Caroline Aleixo/G1)

Pará
Belém- Milhares de paraenses foram às ruas da capital protestar contra a corrupção no Brasil. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff e apoiaram o juiz Sérgio Moro na operação “Lava Jato”.

BELÉM - Manifestantes levam faixas nas cores da bandeira brasileira e gritam “Fora Dilma”. (Foto: Tarso Sarraf/O Liberal)Manifestantes levam faixas nas cores da bandeira brasileira e gritaram “Fora Dilma” em Belém (Foto: Tarso Sarraf/O Liberal)

De acordo com as estimativas da organização do evento, a manifestação começou com 4 mil pessoas, aumentou para 10 mil e chegou a 50 mil participantes. Já a Polícia Militar informou que não vai se manifestar sobre os números do protesto deste domingo.

Paraná
Curitiba – Manifestantes começaram a se reunir no centro de Curitiba, na Praça Santos Andrade, para protesto contra o governo federal na tarde deste domingo. Também foram realizados atos em Foz do Iguaçu e Paranavaí.

Em Foz do Iguaçu, os manifestantes se reuniram por volta das 10h na Praça do Mitre, no Centro da cidade, e seguiram em passeata e carregando faixas até a Praça da Paz, onde por volta das 11h30 soltaram milhares de balões, encerrando o ato.

Manifestantes percorreram as principais ruas de Foz do Iguaçu na manhã deste domingo (13); ato foi encerrado na Praça da Paz com a soltura de balões (Foto: Caio Vasques / RPC)Manifestantes percorreram as principais ruas de Foz do Iguaçu na manhã deste domingo (13); ato foi encerrado na Praça da Paz com a soltura de balões (Foto: Caio Vasques / RPC)

Pernambuco
Recife  A capital pernambucana teve atos a favor e contra o governo. Os manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff se reuniram na Avenida Boa Viagem. Segundo a PM, foram 120 mil pessoas. Os organizadores estimaram público de 150 mil.

Protesto contra Dilma no Recife (Foto: Bruno Marinho)Protesto contra Dilma no Recife (Foto: Bruno Marinho)

Enquanto a orla de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, era tomada pelos manifestantes contrários ao governo petista, um grupo de apoiadores da presidente se reuniu no Marco Zero, na capital pernambucana, para prestar apoio ao governo petista.

Rio de Janeiro
Rio – Os manifestantes contrários ao governo Dilma se reuniram na Praia de Copacabana. Quase quatro horas após o início do protesto, organizadores estimaram a presença de cerca de 1 milhão de pessoas. A Polícia Militar não divulgou balanço.

Às 11h20, uma hora e 20 minutos após o horário marcado para o início do ato, os manifestantes ocupavam cerca de 8 quarteirões da Praia de Copacabana e as duas pistas da Avenida  Atlântica.

Para Bernardo Santoro, coordenador estadual do Movimento Brasil Livre (MBL), o ato em Copacabana foi um sucesso. “Mais de 1 milhão de pessoas engajadas por um Brasil sem PT, por um Brasil com impeachment”, disse.

Rondônia
Ji-Paraná – No município distante cerca de 370 km da capital Porto Velho, a população realizou uma caminhada na BR-364. A PM afirmou que cerca de 300 pessoas estavam presentes, enquanto a organização não divulgou números.

Manifestantes caminharam até a principal ponte da cidade de Ji-Paraná, RO, neste domingo (13). O ato realizado na cidade é contra a corrupção no país. (Foto: Pâmela Fernandes/G1)Manifestantes caminharam até a principal ponte da cidade de Ji-Paraná, RO (Foto: Pâmela Fernandes/G1)

São Paulo
S José do Rio Preto – O protesto reuniu 20 mil pessoas, segundo os organizadores e também a PM, e acabou por volta das 12h30. Os manifestantes foram com caras pintadas, bandeiras contra o governo e até patos infláveis.

Manifestantes levaram bandeirão na passeata em Rio Preto (Foto: Renata Fernandes/G1)Manifestantes levaram bandeirão na passeata em Rio Preto (Foto: Renata Fernandes/G1)

Araçatuba – Os manifestantes levaram balões, bandeiras e faixas com frases contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Alguns manifestantes estavam de bicicleta e percorreram trechos das avenidas.

Catanduva – Os manifestantes se reuniram por volta das 9h em frente à praça Matriz e saíram em passeata pelas principais ruas da cidade. Segundo a Polícia Militar, o protesto reuniu 5 mil pessoas. Os organizadores estimaram em 7 mil.

Fonte:G1