A OCDE  apresentou suas previsões sobre a recessão no Brasil, que será neste ano de 4% (contra o -1,2% previsto em novembro), devido às incertezas políticas e à elevada inflação.

“A recessão no Brasil será certamente mais profunda que a que antecipávamos anteriormente, com as atuais incertezas políticas e a alta da inflação”, explica a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

A OCDE também reduziu nesta quinta-feira em três décimos sua previsão de crescimento mundial em 2016, que será de 3%, alertando para a desaceleração de países emergentes, a queda da demanda e um alto risco de instabilidade financeira.

“Os riscos de instabilidade financeira são substanciais”, advertiu a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), que pede uma resposta coletiva para dinamizar a economia do planeta.

Fonte: OCDE

China afirma que economia do país não ruma para ‘aterrissagem forçada’

Criação de mais empregos e reestruturação de empresas estatais são foco para crescer

A economia chinesa não ruma em direção a uma aterrissagem forçada e, por consequência, não está arrastando a economia global para isso, afirmou Xu Shaoshi, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês), agência de planejamento e reguladora de preços. Incerteza e instabilidade no cenário mundial, porém representam risco ao crescimento do país.

Os comentários, após o início em Pequim do encontro anual do Parlamento chinês, sublinhou os desafios à frente da China ao transferir o foco de sua economia de investimento e exportações para outra baseada mais em serviços e consumo.— A China não irá experimentar uma aterrissagem forçada — disse Xu Shaoshi, da NDRC. — Essas previsões estão fadadas a dar em nada.

A economia chinesa cresceu 6,9% em 2015, o menor desempenho em um quarto de século, mas ainda é de longe o mais intenso entre as maiores economias mundiais.

O país estabeleceu a meta de crescer 6,5% a 7% este ano, introduzindo uma faixa do que um objetivo fixo já que busca maior flexibilidade para se equilibrar entre a criação de postos de trabalho e a reestruturação de “empresas zumbis” em indústrias inchadas.

O premiê Li Keqiang, neste sábado, destacou uma série de metas em áreas como consumo de energia, emprego e inflação, mas poucos detalhes deu poucos detalhes de como seriam cumpridas.

Xu ponderou que a China vai trabalhar para melhorar a “eficiência” do investimento público, sugerindo um desejo por gastos mais assertivos. Seria um contraste na comparação com a última injeção de estímulo, após a crise financeira global, quando governos chineses locais construíram cidades fantasmas, estradas para lugar nenhum e aeroportos para calibrar o crescimento.

A China tem robustas reservas internacionais superiores a US$ 3 trilhões às quais recorrer, se preciso. Mas uma queda acentuada nessas reservas nos últimos 18 meses, quando Pequim buscou sustentar o yuan, abalou alguns investidores.

O vice-governador do banco central chinês, Yi Gang, reiterou neste domingo que Pequim manterá o yuan estável e que não há base para uma depreciação continuada.

O ‘NOVO PERÍODO NORMAL’

O estado da economia da China e a habilidade de Pequim para gerenciar esse quadro foram o foco de debates de um grupo de 20 ministros de Finanças e bancos centrais realizado em Xangai, em fevereiro.

Li disse que a China tem capacidade para lidar com as complexidades tanto no país quanto no exterior enquanto trabalha com foco no futuro apoiada em reformas.

Xu, da NDRC, acredita que o desempenho da economia chinesa se mantém em um patamar razoável desde 2015. E acrescentou que a economia da China não deve ser avaliada pelas perspectivas tradicionais:

— Primeiro, devemos olhar pelo ângulo que a economia entrou no “novo período normal”, no qual as taxas de crescimento mudaram e os motores do crescimento estão mudando do investimento para serviços.

Nos preparativos para o Parlamento, Pequim sinalizou grande perda de emprego nas indústrias de carvão e aço. Mas os planos para reduzir o excesso de capacidade no setor produtivo não devem resultar em dispensa de trabalhadores em larga escala, declarou Xu. Ao contrário, ele defende que o crescimento econômico irá criar novos postos de trabalho e ajudar a compensar o impacto em consequência ao corte de capacidade.

Xu reconhece, contudo, que a economia mundial representa desafios para a China neste ano de 2016:

— Primeiro, estimamos que uma recuperação lenta e baixas taxas de crescimento da economia mundial continuarão por algum tempo. Além disso, não podemos negligenciar os riscos de mercados financeiros instáveis, do preço das commodities em queda e geopolíticos.

A China também planeja lançar diversos programas de controle misto nos setores de petróleo, gás e ferrovias, segundo Xu, como parte da mais ampla reforma de seu imenso e ineficiente setor estatal em duas décadas.

Em setembro de 2015, a China estabeleceu orientações para reformar empresas de controle estatal, incluindo a introdução da propriedade mista. Atualmente, o país conta com cerca de 150 mil negócios sob controle estatal, gerenciando mais de 100 trilhões de yuans (US$ 15 trilhões) em ativos e empregando mais de 30 milhões de pessoas, de acordo com a agência Xinhua.

Fonte: O Globo