Os líderes estudantis dos protestos em Hong Kong retomaram em 5/10/14 o diálogo com o governo local, após milhares de manifestantes pró-democracia se concentrarem no centro da cidade para denunciar os ataques cometidos contra o movimento.
O principal sindicato estudantil de Hong Kong, que suspendeu as negociações com o governo diante da falta de ação da polícia durante os ataques contra os manifestantes na sexta-feira, admitiu se reunir com as autoridades caso a omissão da polícia seja investigada. “O governo deve mostrar seu compromisso com a investigação dos fatos (…) e dar uma explicação à opinião pública o mais rápido possível”, disse a Federação de Estudantes de Hong Kong, em referência às acusações de conluio entre as autoridades e a “tríade”, a máfia chinesa. “Quando o governo responder sobre estes ataques, os estudantes estarão dispostos a negociar novamente”, afirmou a federação.
As autoridades de Hong Kong negaram que o governo tenha recorrido à “tríade” para atacar os manifestantes. “Essas acusações são fabricadas e excessivas”, disse o secretário de Segurança de Hong Kong, Lai Tung-Kwok.
Fonte: Veja
O status de Hong Kong
Ex-colônia britânica, Hong Kong passou a ser uma região administrativa especial (RAE) da China em 1997, ano em que a cidade foi devolvida. Pelo acordo entre britânicos e chineses, Hong Kong goza de um elevado grau de autonomia, liberdade de expressão e econômica. Também preserva elementos do sistema judicial ocidental. Essas condições devem ser mantidas pelo menos até 2047.
A situação continua tensa nas três zonas ocupadas pelos manifestantes na ex-colônia britânica, onde os manifestantes reforçaram as barricadas por temer que se repitam os confrontos de sexta. No oitavo dia da onda de protestos pró-democracia, a tropa de choque utilizou gás de pimenta e cassetetes para dispersar manifestantes que cercaram policiais no bairro comercial de Mong Kok, acusando-os de cooperar com membros da “tríade” na repressão aos protestos.
Democracia — O movimento pró-democracia ocupa vários pontos estratégicos nos bairros administrativos, financeiros e comerciais de Hong Kong, bloqueando avenidas vitais para a circulação na cidade de 7 milhões de habitantes. De acordo com a Anistia Internacional, mulheres que participaram das manifestações foram vítimas de agressões sexuais e assédio. A entidade acusou a polícia de faltar com seu dever de proteger os manifestantes na noite de sexta-feira diante dos ataques da “tríade”.
O movimento pró-democracia exige a renúncia do chefe do executivo local, Leung Chun-yuing, considerado um fantoche de Pequim. A China aceita o princípio de eleições por sufrágio universal, mas conservando o controle das candidaturas.
Hong Kong, ex-colônia britânica, enfrenta a sua maior crise política desde a devolução à China, em 1997. A “revolução dos guarda-chuvas”, como é chamada nas redes sociais, tem uma grande repercussão no exterior, onde houve concentrações de apoio em vários países.
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