Empresa de Lula recebeu R$ 10 milhões de empreiteiras investigadas na Lava Jato, diz revista

Segundo a Veja, ao todo cinco construtoras doaram à empresa Lils. (Estadão Conteúdo)Segundo a Veja, ao todo cinco construtoras doaram à empresa Lils. (Estadão Conteúdo)Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda, divulgado pela revista “Veja” na edição deste final de semana, mostra que a empresa que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu para gerenciar suas palestras, a Lils, recebeu R$ 10 milhões vieram das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato entre abril de 2011 e maior deste ano. O faturamento total da Lils no período foi de R$ 27 milhões.

De acordo com o relatório obtido pela publicação, a Odebrecht pagou R$ 2,8 milhões. A Andrade Gutierrez fez dois pagamentos que totalizaram R$ 1,9 milhão para Lils, iniciais de Luiz Inácio Lula da Silva. A OAS repassou R$ 1,4 milhão, a Camargo Corrêa, R$ 1,1 milhão e a Queiroz Galvão, R$ 1,2 milhão (em dois pagamentos).

Segundo a “Veja”, o Coaf classificou a movimentação financeira da Lils como incompatível com o faturamento. O relatório está em poder dos investigadores da Lava Jato. Os técnicos do Coaf destacam no documento que “aproximadamente 30%” dos valores recebidos pela empresa de palestras do ex-presidente foram provenientes das empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras.

Ainda de acordo com a “Veja”, dos R$ 27 milhões faturados, o ex-presidente investiu R$ 13 milhões em aplicações financeiras e depositou outros R$ 5 milhões em um plano de previdência privada. Também foram feitos depósitos nas contas dos filhos do ex-presidente e na de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula e sócio-administrador da empresa de palestras.

Entre entre créditos e débitos, diz a revista, a Lils teve uma movimentação de R$ 52 milhões. A conta-corrente da empresa que começa com o número 13 (referência ao número do PT).

A assessoria de imprensa do Instituto Lula não foi localizada para comentar as informações divulgadas pela “Veja”.

Prisões de Sérgio Moro abrem temporada de caça ao ex-presidente Lula

Executivo da OAS pode citar Lula em delação premiada, diz revista

 

O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que na última década foi responsável pelas relações institucionais da empreiteira com as principais autoridades de Brasília, teria autorizado seus advogados a negociar com o Ministério Público Federal um acordo de delação premiada para contar o que sabe sobre a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no escândalo da Petrobras, diz a matéria de capa da revista Veja desta semana. Amigo de Lula, Pinheiro estaria com medo de voltar à cadeia, depois de passar seis meses preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem e desvio de dinheiro da estatal petrolífera.

De acordo com a revista, Pinheiro prometeu fornecer provas de que Lula patrocinou o esquema de corrupção na estatal, como afirmou o doleiro Alberto Youssef em depoimento no ano passado, se comprometeu a fornecer aos procuradores a lista de despesas da família de Lula bancadas pela OAS e disse ter conhecimento de como Lulinha, Fábio Luis da Silva, fez fortuna, com atuação na órbita de influência da construtora. De acordo com fonte não informada, ele pretende se valer da lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff – a delação premiada – para reduzir drasticamente sua pena em troca de informações.

“Depois que o Léo falar, não tem como não prender o Lula. Ou se prende Lula, ou se desmoraliza a Lava Jato”, diz a revista, citando um interlocutor do executivo. De acordo com a reportagem, a OAS foi a empreiteira que socorreu Lula quando a ex-chefe do escritório da Presidência da República Rose Noronha, demitida após ter sido apontada pela Polícia Federal por tráfico de influência no governo, ameaçou delatar seu beneficiário caso não fosse ajudada financeiramente. E foi o executivo também quem cunhou para o ex-presidente petista o codinome de “Brahma”.

Além da ajuda financeira no caso de Rose Noronha, a revista diz que a OAS teria doado à família de Lula uma cobertura tríplex no Guarujá e teria assumido, a pedido do ex-presidente petista, obras em imóveis da cooperativa de bancários de São Paulo, comandada por João Vaccari Neto, que mais tarde viria a se tornar tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT).

Em matéria publicada em abril, a Veja já havia dito que o ex-presidente da OAS examinava a possibilidade de se tornar delator na Operação Lava Jato. Já solto, familiares o teriam estimulado a isso. “Questões pessoais também levaram Pinheiro a negociar com o Ministério Público”, informa a revista, destacando que seus netos foram hostilizados na escola.

Fonte: Veja e Yahoo

 

Lula reuniu-se com religiosos, na sede do InstitutoLula reuniu-se com religiosos, na sede do Instituto

A prisão dos principais executivos das maiores empreiteiras do país sinaliza para que as forças reacionárias abram a temporada de caça ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, conforme mostram as edições dos principais diários da mídia de ultradireita, no país. Colunista do diário conservador carioca O Globo, Ricardo Noblat afirma, em sua coluna deste sábado, que “nunca a investigação sobre a roubalheira na Petrobras chegou tão perto de Lula”.

“Nine’. É assim que o juiz Sérgio Moro se refere a Lula quando está entre amigos. Tem esperança de pegá-lo”, afirma Noblat.

– A essa altura só sei dizer uma coisa. Nunca a investigação sobre a roubalheira na Petrobras chegou tão perto de Lula, com a prisão dos empreiteiros. Principalmente a relações de Lula com Marcelo Odebrecht acenderam uma luz vermelha no governo e no próprio PT. Na medida em que o Marcelo Odebrechet foi feito prisioneiro e pode, eventualmente, até negociar uma delação premiada e contar pelo menos parte do que ele sabe para evitar pegar uma pena maior, no futuro, isso deixa o pessoal do governo e do PT muito assustado – diz ele.

O jornal da Rua Irineu Marinho, no Rio, também cobriu, na véspera, um encontro do ex-presidente com religiosos, no Instituto Lula. Na reunião, segundo o jornal que apoiou a ditadura militar, o ex-presidente teria criticado duramente a presidenta Dilma Rousseff e lançado um diagnóstico:

– Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto. Todos estão numa situação muito ruim. E olha que o PT ainda é o melhor partido. Estamos perdendo para nós mesmos.

Na matéria sobre o assunto, o Instituto Lula não faz qualquer menção ao que noticiou o jornal das Organizações Globo mas sua assessoria de imprensa prefere não comentar a matéria. Confrontado com críticas à “acomodação” de governantes e parlamentares petistas, segundo o site do Instituto Lula, o ex-presidente afirmou que é preciso retomar o “sonho petista”.

– Ainda hoje, com todas as notícias negativas contra nós, ainda somos o partido mais popular nas pesquisas. As pessoas sonham que o PT volte a ser o que era, e se existe esse sonho, vamos torná-lo realidade – disse Lula.

Lula, no encontro, teria dito que a atual gestão de Dilma assemelha-se a “um governo de mudos”.

– Aquele gabinete presidencial é uma desgraça. Não entra ninguém para dar notícia boa – reclamou.

O líder petista teria creditado ao governo de sua sucessora a crise vivida pelos petistas. e que é “um sacrifício” convencê-la a viajar pelo país e defender seu governo.

Ao citar uma pesquisa interna do partido, que revela a extensão da crise instalada no núcleo da legenda, Lula afirmou que “o momento não está bom” e “o momento é difícil”.

– Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo – disse.

O resultado teria chegado ao gabinete da presidenta Dilma:

– Isso não é para você desanimar, não. Isso é para você saber que a gente tem de mudar, que a gente pode se recuperar. E entre o PT, entre eu e você, quem tem mais capacidade de se recuperar é o governo, porque tem iniciativa, tem recurso, tem uma máquina poderosa para poder falar, executar, inaugurar…

Mais de 30 convidados encontro, entre eles o bispo dom Pedro Luiz Stringhini e o ex-ministro Gilberto Carvalho, defenderam a volta do partido volte à prática de representar os trabalhadores. Lula concordou e disse que os petistas trocaram a discussão da política pela do mandato.

A exemplo do que ocorre, hoje, com a Operação Lava Jato, na qual os réus são condenados publicamente antes mesmo do julgamento, durante as investigações sobre a Ação Penal 470, conhecida como ‘mensalão’, o PT somente voltou defender os líderes presos quando começou o julgamento no Supremo.

– Nós começamos a quebrar a cara ao tratar do ‘mensalão’ juridicamente. Então, cada um contratou um advogado. Advogado muito sabido, esperto, famoso, desfilando por aí, falando que a gente ia ganhar na Justiça. E a imprensa condenando. Todo dia tinha uma sentença. Quando chegou o dia do julgamento, o pessoal já estava condenado – teria dito o ex-presidente.

Para Lula, o atual momento do PT é dramático. Ele diz que há um “mau humor na sociedade”. E que até o ministro do STF Ricardo Lewandowski, “que votou contra (o ‘mensalão’)”, sofreu ofensas. Hoje em dia, disse Lula, quem é hostilizado na rua são os próprios petistas.

Fonte: Yahoo

Camargo Corrêa doou R$ 3 milhões ao Instituto Lula

 

(Foto: Estadão Conteúdo)(Foto: Estadão Conteúdo)
A construtora Camargo Corrêa pagou R$ 3 milhões para o Instituto Lula e R$ 1,5 milhão para a LILS Palestras Eventos e Publicidade, empresa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2011 e 2013. É a primeira vez que os negócios do petista aparecem nas investigações da Operação Lava Jato, que apura um esquema de cartel e corrupção na Petrobras com prejuízo de R$ 6 bilhões já reconhecidos pela estatal.

O registro sobre o elo da empreiteira – uma das líderes do cartel acusado de corrupção pela Lava Jato – com Lula consta do laudo 1047/2015, da Polícia Federal, anexado ontem aos autos da investigação. O laudo tem 66 páginas e é subscrito pelo perito criminal federal Ivan Roberto Ferreira Pinto.

A perícia foi realizada na contabilidade da Camargo Corrêa de 2008 a 2013, período em que a empreiteira recebeu R$ 2 bilhões da Petrobras. O documento mostra que a construtora repassou R$ 183 milhões em “doações de cunho político” – destinadas a candidaturas e partidos da situação e da oposição.

O Instituto Lula, criado pelo ex-presidente após deixar o Planalto, em 2011, recebeu três pagamentos de R$ 1 milhão cada. Dois são registrados como “Doações e Contribuições”: um em 2 de dezembro de 2011 e outro de 11 de dezembro de 2013. O que chamou a atenção dos investigadores foi o lançamento de 2 de julho de 2012, sob a rubrica “Bônus Eleitoral”.

No caso dos pagamentos ao LILS, cujo endereço declarado é a própria residência de Lula, em São Bernardo do Campo, a empreiteira registrou o deposito em conta corrente de R$ 337,5 mil, em 26 setembro de 2011, R$ 815 mil, em 17 de dezembro de 2012, e R$ 375,4 mil, em 26 de julho de 2013. Esses valores, que somam R$ 1,5 milhão, são tratados pela empreiteira como serviços de “consultoria”.

Dois executivos da Camargo, Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Hermelino Leite, confessaram nos processos da Lava Jato, em acordo de delação premiada, que foram feitas doações eleitorais ao PT, após pedido do ex-tesoureiro João Vaccari Neto – preso desde abril, em Curitiba. Eles não citaram Lula.

O nome do ex-presidente chegou a ser mencionado pelo doleiro Alberto Youssef – peça central da Lava Jato – ao afirmar em delação à Procuradoria, em 4 de outubro de 2014, que “tinham conhecimento” do esquema de corrupção na estatal “o Palácio do Planalto” e “a presidência da Petrobras”. >Lula não é alvo de investigação da Lava Jato.

Recentemente, o ex-presidente atacou o que chamou de “insinuações” envolvendo seu nome na operação. “Eu não ia dizer isso aqui, mas estou notando todo santo dia insinuações. ‘Lá na Lava Jato vão citar o nome do Lula’. ‘Querem que empresários citem meu nome’. ‘O objetivo é pegar o Lula'”, desabafou, no ato de 1.º de Maio, em São Paulo.

O Instituto Lula informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os valores registrados na contabilidade da Camargo Corrêa foram doados legalmente, sem qualquer relação com a Petrobras ou eleições.

Dirceu
No mesmo documento da PF, constam os pagamentos da Camargo Corrêa para a JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro José Dirceu. Ele é investigado por suposto uso das consultorias para empresas do cartel como forma de ocultar propina para o PT.

O laudo aponta que foram lançados como pagamentos para a JD, entre 2010 e 2011, R$ 900 mil, em dez depósitos bancários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Partido dos Trabalhadores teme ter que fechar suas portas por conta das investigações da Operação Lava Jato. A cúpula petista teme que as ações dos investigadores “inviabilizem” o funcionamento do partido e possam levar inclusive à cassação do registro da legenda. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

A situação já era considerada crítica pela cúpula petista antes mesmo da prisão de seu então tesoureiro, João Vaccari Neto, na última quarta-feira (15). Segundo a Folha, pessoas ligadas ao partido acreditam que a operação fará com que o partido sofra sanções financeiras a fim de ressarcir os cofres públicos.

A multa, ainda de acordo com a Folha, giraria em torno do valor correspondente ao citado por Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, afirmou ter passado ao PT e a Vaccari durante depoimento em delação premiada. Na ocasião, o ex-funcionário da estatal afirmou que o partido recebeu, entre 2003 e 2013, entre US$ 150 milhões em US$ 200 milhões.

A preocupação do PT se dá pela falta de recursos que a eventual multa geraria ao partido. Para efeito de comparação, o fundo partidário petista arrecadou em 2014 cerca de R$ 25 milhões, valor muito inferior ao da possível multa. A tática para se livrar da multa seria afirmar que os recursos de todos os partidos vinham das construtoras investigadas, fazendo com que todos também recebessem multa.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e outros cinco diretores da petroleira renunciaram ao cargo, segundo comunicado da estatal em 4/2/15.  A empresa não confirmou os nomes dos executivos que deixam a diretoria, composta por sete pessoas.

Segundo a assessoria de imprensa da estatal, no entanto, o diretor de Governança João Adalberto Elec, que tomou posse no mês passado, é um dos dois que permanecerão.

Os novos ocupantes dos cargos na diretoria serão eleitos em reunião do Conselho de Administração que será realizada na sexta-feira (6), informou a empresa.

A saída da diretoria acontece em meio às investigações da Operação Lava Jato de um escândalo de corrupção na estatal e à dificuldade da atual gestão da companhia para quantificar os prejuízos com fraudes em contratos de obras durante anos.

O governo vinha sofrendo pressão do mercado pela saída da executiva, cuja gestão foi marcada por graves denúncias de corrupção e pelo acúmulo de resultados negativos.

Embora a maior parte dos problemas tenha sido agravada por decisões feitas antes da chegada de Graça Foster à presidência da estatal, a executiva – ainda que não tenha sido implicada diretamente nas investigações da Lava Jato – acabou perdendo as condições políticas para se manter no cargo.

Saída esperada
Na terça-feira, o colunista Gerson Camarotti adiantou que interlocutores da presidente Dilma Rousseff estavam em busca de um substituto para Graça no comando da Petrobras e disse que a substituição seria feita quando for encontrado um perfil adequado.

Os rumores sobre a saída de Graça ao longo da terça-feira fizeram disparar as ações da Petrobras, que fecharam em alta de mais de 15% na Bovespa. Nesta quarta, a confirmação da troca de comando continua dando fôlego à alta das ações da estatal: por volta das 11h, os papéis preferenciais subiam 6,5%, enquanto os ordinários tinham alta de 6,74%.

Anúncio a investidores
Quando as ações de uma empresa oscilam muito em um dia, a Bovespa envia um ofício a ela questionando o que ocorreu. Nesta terça-feira, a bolsa questionou a Petrobras sobre a saída de Graça Foster e pediu esclarecimentos, “o mais breve possível”, além de outras informações consideradas importantes.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza e disciplina o mercado, deu um limite para a resposta: 9h desta quarta-feira.

Às 10h13, a Petrobras enviou um comunicado dizendo: “Em resposta a esta solicitação, a Petrobras informa que seu Conselho de Administração se reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015, para eleger nova Diretoria face à renúncia da Presidente e de cinco Diretores”.

Comunicado da Petrobras anuncia saída de Graça (Foto: Reprodução)Comunicado da Petrobras anuncia saída de Graça (Foto: Reprodução)

Possíveis substitutos
Em coluna publicada nesta terça-feira (3), Thais Herédia adiantou que dois nomes são os mais cotados para assumir a vaga de Graça: Roger Agnelli, que esteve no comando da Vale por mais de 10 anos; e Rodolfo Landim, ex-parceiro de Eike Batista e atual desafeto do empresário, com passagens pela Eletrobrás e BR Distribuidora.

Segundo a colunista, Roger Agnelli tem forte ligação com o ex-presidente Lula, mas não é bem visto pela presidente Dilma Rousseff. Agnelli foi demitido por ela no início do 2011.

Rodolfo Landim é conhecido e respeitado no mercado internacional de óleo e gás, com mais de 30 anos no setor. O fato de ter saído brigado com Eike Batista antes mesmo da derrocada do ex-mega-empresário aumenta seu cacife. Hoje, o executivo toca a Mare Investimentos, um fundo de compra de participação em empresas de óleo e gás.

A presidente Dilma Rousseff cumprimenta a nova presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)A presidente Dilma Rousseff cumprimenta Graça
Foster em sua posse na presidência da Petrobras,
em 13 de fevereiro de 2012
(Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Histórico
Maria das Graças Silva Foster assumiu a presidência da petroleira em 13 de fevereiro de 2012. Ela foi a escolhida para substituir José Sergio Gabrielli, que estava há 7 anos no comando da companhia.

Funcionária de carreira da Petrobras, Graça Foster ingressou na Petrobras em 1978 e se tornou a primeira mulher do mundo a comandar uma empresa de petróleo de grande porte. Ela foi eleita pela revista norte-americana “Fortune” a executiva mais poderosa fora dos EUA e ficou em 4º lugar no ranking mundial.

A chegada de Graça Foster à presidência foi vista inicialmente como a uma tentativa de implementação de uma gestão mais técnica e menos política. Mas a companhia continuou submetendo a sua política de preços às determinações do seu controlador, o governo, que para tentar frear a inflação segurou os preços dos combustíveis.

 Fonte: G1

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse em 22/12/14, em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, que recebeu mensagens e conversou pessoalmente com a ex-gerente da estatal Venina Velosa da Fonseca antes de ser deflagrada, em março, a Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na empresa. Graça, no entanto, reafirmou que a ex-gerente não foi clara em relação às denúncias de irregularidades e que em um e-mail longo enviado em outubro de 2011 não mencionou em “nenhum momento” em corrupção, fraude, cartel ou conluio.

“Os e-mails que eu recebi da Venina foram e-mais de feliz aniversário, e-mail relativo quando eu tomei posse na Petrobras. Um primeiro e-mail, que foi o primeiro que ela cita, que fala de abril de 2009, simples compreensão. E este quarto e-mail, de outubro de 2011. Ele é um e-mail longo, bastante emocionado, cheio de preocupações dela e, em quatro linhas, ela faz alguns comentários que me pareceram assim bastante cifrados, quando ela fala em licitações ineficientes. Ontem [domingo], ela explicou o que que é o projeto esquartejados e tal. Em nenhum momento, nenhum momento, ela fala em corrupção, fraude conluio, cartel. São palavras muito simples de serem entendidas”, ressaltou Graça Foster.

Em nenhum momento, nenhum momento, ela fala em corrupção, fraude conluio, cartel. São palavras muito simples de serem entendidas”
Graça Foster, presidente da Petrobras

A dirigente chamou atenção para o fato de a ex-gerente da empresa alegar ter enviado os alertas em e-mails, mas nunca ter se preocupado em confirmar o recebimento das mensagens.

“Eu acho também que quando a gente manda um e-mail para alguém tão importante, telefona, manda uns anexos, chama o chefe de gabinete. Também não houve isso, então, logo depois, em fevereiro, ela pediu para falar comigo e a gente conversou sobre diversos assuntos”, destacou Graça.

A presidente da Petrobras disse que recebeu Venina em seu gabinete pouco depois de assumir o comando da estatal, em fevereiro de 2012, e que, no encontro, não ouviu acusações de corrupção. “Nenhuma denúncia. Conversamos sobre custos de projetos, prazos de projetos mais longos que os previstos e atitudes que eu deveria tomar”, relatou.

Além de negar ter sido advertida nos e-mail enviados por Venina sobre desvios na petroleira, a presidente da Petrobras afirmou que a ex-gerente “jamais” tratou do assunto nas reuniões de diretoria de sua gestão e inclusive nas do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli.

“Jamais, nas reuniões de diretoria que eu participei, e olha que eu para faltar uma reunião de diretoria é dificil, não houve denúncias em nenhuma das reuniões de diretoria da Petrobras”, observou Graça.

 
OPERAÇÃO LAVA JATO
PF investiga lavagem de dinheiro.

A versão de Venina
Depois de ouvir Graça Foster, o Jornal Nacional conversou por telefone com a ex-gerente da Petrobras. Ao JN, Venina disse que nunca usou a palavra “corrupção” nas mensagens enviadas por e-mail à presidente da estatal, porém, reafirmou que fez alertas a Graça Foster sobre a existência de irregularidades na área de comunicação e nos processos de licitação.

Ainda segundo a ex-gerente, as licitações e os projetos eram feito de forma ineficiente para dificultar o acompanhamento. Venina ressaltou que, “como qualquer gestor”, a presidente da Petrobras deveria tê-la chamado para novas conversas diantes desses alertas que ela fez.

A ex-gerente também enfatizou ao JN que nunca pediu para ir para Cingapura. Segundo Venina, ela foi mandada para o país asiático por falta de opção no Brasil.

Fantástico
Neste domingo (21), Venina disse em entrevista ao Fantástico que informou pessoalmente à presidente da Petrobras sobre desvios em contratos de diversos setores da companhia, quando a executiva era diretora de Gás e Energia. A ex-gerente contou que “percebeu que havia irregularidades” em 2008 e que, desde então, reportou problemas aos superiores, entre eles o gerente-executivo, diretores e a atual presidente.

Em café da manhã com jornalistas na manhã desta segunda, a presidente Dilma Rousseff saiu em defesa de Graça Foster. A petista disse aos repórteres que confia na executiva e que não vê necessidade de tirá-la do comando da estatal.

“Ela [Graça Foster) disse que, diante de toda essa exposição, se a Petrobras for prejudicada de alguma forma – ou o governo – ela, então, coloca o cargo à disposição sem o menor constrangimento. Eu falei para ela que, do meu ponto de vista, isso não é necessário”, contou Dilma.

Entenda a Lava Jato
A operação Lava Jato começou investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação acabou resultando na descoberta de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

A sétima fase da operação policial, no mês passado, teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras em um valor total de R$ 59 bilhões.

Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos na sétima etapa da operação 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal.

Conforme balanço divulgado pela PF, além das 25 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.

Assista a outros vídeos da edição desta segunda, 22, do Jornal Nacional sobre o caso:

VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)

Fonte: G1

Líderes de partidos da oposição na Câmara se reúnem em 01/4/14 para contabilizar o apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras e decidir qual dos três requerimentos sobre o tema terá prioridade. Desde que decidiu tentar criar uma CPI, há uma semana, a oposição coleta assinaturas em paralelo para três pedidos diferentes: um de CPI mista (que reúne deputados e senadores), de autoria do líder do PPS  na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR); outro de CPI somente no Senado, de autoria do senador Alvaro Dias (PR); e um terceiro, também de autoria de Dias, para uma CPI mista.

Enquanto isso, deputados e senadores do PT vão articular negociações para convencer parlamentares da base aliada e partidos independentes a retirar assinaturas de apoio às investigações da estatal.

Nos bastidores, porém, o governo já admite que será difícil evitar a criação da CPI, e se prepara para “ocupar” a comissão – deve indicar parlamentares de peso para defender a Petrobras e evitar que denúncias envolvendo a empresa sejam usadas pela oposição como combustível de campanha nas eleições de outubro. O PT também vai trabalhar para ficar com a relatoria da comissão.

O requerimento que deverá prevalecer é o de autoria de Alvaro Dias para a criação de uma CPI mista. O texto já conta com o apoio de 29 senadores – dois a mais que o mínimo necessário – e reúne assinaturas de pelo menos 80 deputados, segundo assessores do DEM e do PSDB. Para ser protocolado, o pedido de criação da comissão precisa do apoio de pelo menos 27 senadores e 171 deputados.

Na reunião desta terça-feira, os deputados devem chancelar a escolha por esse requerimento e traçar uma estratégia para garantir que os parlamentares não retirem o apoio à comissão, mesmo diante da pressão do PT. O encontro será ao meio-dia, na residência do líder do DEM, Mendonça Filho (PE), e terá a participação de parlamentares do PPS, PSDB e Solidariedade.

Por sua vez, o PT realiza às 11h30 uma reunião da coordenação do partido na Câmara para articular uma reação à tentativa de criação da CPI da Petrobrás. Uma das estratégias é ameaçar a oposição com a criação de uma CPI sobre as denúncias de irregularidades em licitações do Metrô de São Paulo.

“Tecnicamente, parece que não cabe um adendo para ampliar o objetivo da CPI da Petrobras e fazer com que a comissão também apure denúncias envolvendo o governo de São Paulo. Então vamos tentar uma CPI exclusivamente para apurar essas denúncias”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP).

No Senado, o PT insistirá na tentativa de convencer aliados a recuar do apoio, retirando assinaturas, segundo o líder do partido, senador Humberto Costa (PE). “Há investigações em curso que são absolutamente suficientes para viabilizar que todas essas denúncias sejam esclarecidas, e a realização de uma CPI agora seria tão somente para a criação de um espaço, um palco de disputa político-eleitoral que não é saudável”, disse.

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), afirmou ao G1 que, caso a CPI da Petrobras seja criada, o esforço da base aliada será de evitar que a oposição exponha a estatal e use a comissão como “palanque eleitoral”. A ideia é indicar para a CPI parlamentares de peso, para defender a posição do governo.

“Não vamos deixar a oposição fazer um trabalho de colocar a Petrobras em um questionamento indevido. Uma coisa é amanhã alguém provar que teve algum erro de algum funcionário. Quem errou responderá por isso. O que não vamos permitir é a oposição fazer disso um palanque em ano eleitoral. Cada um que trouxer informação tem que provar”, afirmou o petista.

Chinaglia considera a CPI “desnecessária”, já que o Ministério Público e a Polícia Federal já investigam as suspeitas de superfaturamento na compra feita pela Petrobras da refinaria de Pasadena, Texas (EUA), em 2006.

“É uma CPI completamente desnecessária, porque todos os órgãos estão investigando [a compra da refinaria]. Corre o risco de [ser] mais uma CPI do Cachoeira”, disse Chinaglia, em referência à comissão que investigou a relação do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários, cujo resultado mais evidente foi a cassação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

Na época, a base do governo trabalhou para barrar investigações que atingissem o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e o do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). O foco permaneceu nas negociações do contraventor com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Presidente da Petrobrás América entre 2007 e 2008, o engenheiro Alberto Guimarães se opôs à proposta da estatal de comprar 100% da refinaria de Pasadena. Ele também se mostrou preocupado com o alto valor oferecido para a sócia belga Alstra Oil.

Sob o comando de José Sérgio Gabrielli, a Petrobrás comprou 50% de Pasadena em 2006 por US$ 360 milhões e ofereceu US$ 700 milhões aos belgas para ficar com toda a refinaria em dezembro de 2007. Quem assinou a proposta foi o então diretor da área internacional, Nestor Cerveró. Em setembro, porém, o então presidente da Petrobrás América, braço da estatal nos EUA, fez os alertas por e-mail aos executivos do Brasil.

Guimarães havia assumido o cargo em 1.º de janeiro de 2007. Em outubro de 2008 ele acabou substituído por José Orlando Azevedo, primo de Gabrielli. Naquela época, a Petrobrás e Astra Oil já haviam se desentendido e estavam em litígio. Azevedo ocupou o cargo até 2012, quando a estatal brasileira foi obrigada pela Justiça dos EUA a comprar os 50% da empresa belga, num negócio que superou US$ 1,2 bilhão.

Funcionário de carreira da estatal, o primo de Gabrielli foi afastado do cargo que vinha ocupando em uma subsidiária da Petrobrás na quinta-feira passada, um dia após o Estado revelar seu parentesco com o hoje ex-presidente da estatal.

Ordens. Trocas de e-mails reproduzidas em um dos processos do litígio revelam a oposição de Guimarães e sua resignação diante da orientação dada pela cúpula da Petrobrás no Brasil. “Ordens são ordens”, escreveu numa mensagem eletrônica de 28 de setembro de 2007.

Os documentos foram apresentados na ação que a Astra Oil iniciou em 1.º de julho de 2008 para exigir o cumprimento do acordo de US$ 700 milhões, assinado no dia 5 de dezembro de 2007 por Cerveró e Gilles Samyn, CEO da Transcor Astra, a empresa que controla a Astra Oil.

Documentos. Na ação em que buscava obrigar a Petrobrás a cumprir o acordo de US$ 700 milhões, os advogados da Astra apresentaram uma série de trocas de e-mails entre dirigentes da Petrobrás nos EUA e no Brasil. Com esses documentos, eles procuravam demonstrar que a negociação havia sido feita por executivos nos EUA sob orientação da cúpula da empresa no Brasil.

Segundo a Astra Oil, o documento final era um contrato acabado e executável. A Petrobrás sustentava que ele era apenas um acordo preliminar, cujo cumprimento não poderia ser exigido judicialmente nos EUA.

É nesse contexto que as declarações de Guimarães aparecem, reproduzidas durante depoimento dos advogados da Astra. Neles, fica evidente a resistência do representante da estatal nos EUA às negociações e às orientações vindas do Brasil. Também é clara sua cautela ao pedir instruções por escrito para avançar nas conversas.

“Acho que é pouco provável que com esse preço e também pelo fato de que vamos ter que segurar o dinheiro em um ano tão bom que nós avancemos muito nessa negociação, mas ordens são ordens”, escreveu Guimarães no e-mail de dia 28 de setembro de 2007, de acordo com transcrição do e-mail feita no depoimento dos advogados.

Obrigações. Quando fecham contratos e assumem obrigações futuras, as empresas listadas em Bolsa são obrigadas a fazer provisões para os pagamentos, o que diminuiu o seu lucro ou o capital para investimentos.

A narrativa das mensagens de Guimarães apresentada pelo advogado da Astra, Gerald Novack, vai na mesma direção: “O sr. Guimarães, em várias ocasiões, tem e-mails de e para o sr. Cerveró, nos quais ele diz ‘eu discordo disso. Eu não acho que o que você está fazendo é certo. Eu não acho que isso será bem-sucedido’. Mas então ele diz, ‘bem, ordens são ordens’ ou ‘eu vou obedecer a qualquer ordem que vocês me derem. Eu preciso de instruções’”, disse Novack com suas próprias palavras, que não refletem necessariamente o teor exato das mensagens do então presidente da Petrobrás América.

A estatal disse nesta segunda-feira, 31, que não se manifestaria sobre o assunto.

Antes do veto do Conselho de Administração, em maio, a Petrobrás agiu como se o acordo de US$ 700 milhões fosse definitivo. No dia 1.º de fevereiro de 2008, a estatal brasileira e a Astra apresentaram o documento para aprovação do Comitê de Investimentos Estrangeiros nos EUA, subordinado ao Departamento do Tesouro.

No processo, a estatal admitiu que submeteu o documento ao órgão regulador e que, na época, não alegou que seu caráter era não vinculante. Esse argumento só surgiu depois do veto do Conselho de Administração.

Fonte: Estadão e Yahoo