Um incêndio na casa das máquinas deixou o navio à deriva, na segunda-feira, com mais de mil pessoas a bordo. Ninguém ficou ferido, mas os passageiros e a tripulação só voltarão a pisar terra firme nesta quarta-feira ao final do dia, ou mesmo na quinta-feira, porque rebocar aquele paquete de 29 mil toneladas e 187 metros de comprimento vai ser uma operação demorada.
Para além disso, o Costa Allegra segue agora para um novo destino, depois de inicialmente se ter planeado encaminhá-lo para a Ilha Desroche, no arquipélago das Seychelles, a mais próxima do local onde o navio ficou à deriva, a cerca de 280 quilómetros de distância e em pleno Oceano Índico. Mas aquela ilha é pequena para acolher tanta gente – a bordo estão 636 passageiros e 413 membros da tripulação –, tem um porto pequeno e isso fez a empresa proprietária do navio, a Costa Cruzeiros, decidir alterar o destino para a ilha de Mahé, onde fica a capital das Seychelles, Victória, o que obriga a percorrer mais cerca de 250 quilómetros.
Esta é a segunda crise que a Costa Cruzeiros enfrenta em pouco mais de um mês, depois de, a 13 de Janeiro, o Costa Concordia ter embatido em rochas e naufragado ao largo da ilha italiana de Giglio, tendo morrido 32 pessoas. Desta vez a empresa garante que ninguém ficou ferido e que a viagem do Costa Allegra será acompanhada por helicópteros que irão fornecer comida e outros bens para melhorar o conforto na embarcação, incluindo tochas para iluminar o navio. As cozinhas deixaram de funcionar, bem como o ar condicionado, e as comunicações via rádio têm sido possíveis graças a um gerador que “poderá falhar a qualquer minuto”, adiantou a guarda costeira italiana.
Não foram ainda divulgadas as causas do incêndio. Sabe-se que foi enviado um sinal de alerta quando as chamas deflagraram que não houve distúrbios a bordo e que a última operação de manutenção de rotina foi feita em Outubro de 2011, como estava previsto.
Dois rebocadores partiram na terça-feira das Seychelles para ajudar na operação, iniciada pelo pesqueiro francês Trevignon que está a arrastar o Costa Allegra com um cabo de cerca de 400 metros.
As comunicações via satélite têm sido limitadas ao mais essencial e os familiares dos passageiros foram contactados pela Costa Cruzeiros mas não puderam comunicar com a embarcação. A bordo estão cidadãos de 25 países, incluindo 135 italianos, 127 franceses e 100 austríacos, as nacionalidades mais representadas, e dois portugueses.
“Estão todos calmos e bem de saúde”, garantiu um representante português da Costa Cruzeiros à agência Lusa. Hoje o navio contou com o apoio de helicópteros que partiram de Mahé “com alimentos frescos para os passageiros e a tripulação tomarem um bom pequeno-almoço”.
A primeira noite a deriva foi passada no exterior do navio. “Eles não podem ficar no interior, salvo em situações específicas, mas nunca nas cabinas”, contou à AFP Liviana Chiappi, cuja mulher faz parte da equipa técnica do Costa Allegra. “Penso que irão passar a noite no exterior, mas a temperatura permite-o, com um simples cobertor”.
As autoridades das Seychelles têm estado a preparar a chegada e a tratar do alojamento e dos voos internacionais. “A nossa preocupação é que não temos quartos para todos” contou o responsável pelo gabinete de turismo das Seychelles, Alain St. Ange.
A Costa Cruzeiros sublinhou que o incidente com o Costa Allegra não pode ser comparado ao que aconteceu com o Costa Concordia, mas não esconde uma forte preocupação. A empresa admitiu em comunicado ter “consciência de que estes acontecimentos tão próximos irão afectar a sua reputação”.
Fonte: O Público
O navio Costa Allegra chegou em 1/3 ao Porto de Mahé, nas Ilhas Seychelles (na África). Na embarcação estão mais de mil pessoas. O processo de desembarque deve levar horas. O navio, que ficou à deriva no dia 27, foi rebocado por um barco pesqueiro francês nos últimos dois dias. A embarcação pertence à Costa Cruzeiros, mesma empresa do navio Costa Concordia – que naufragou na costa italiana em janeiro, provocando a morte de 32 pessoas.
A Embaixada do Brasil na Tanzânia confirmou a presença de dois passageiros brasileiros a bordo. O Itamaraty não autorizou a divulgação de seus nomes. De acordo com a Costa Cruzeiros, mais de metade dos passageiros do Costa Allegra decidiram permanecer de férias em Seychelles.
Um comunicado da empresa informa que 241 passageiros ficarão por duas semanas em resorts nas ilhas Praslin, La Digue, Silhouette e Cerfs. Segundo a empresa, 135 ficarão por mais uma semana. Os demais 251 que estavam à bordo decidiram voar para Roma. A Costa Cruzeiros diz que está arcando com todas as despesas.
Para o desembarque, tiveram prioridade os passageiros que necessitavam de algum cuidado médico. As condições dentro do navio eram bastante precárias nos últimos três dias. Não havia água corrente nem aparelhos de ar condicionado. Suprimentos como comida e água foram levados ao navio por helicópteros.
O navio ficou à deriva após um incêndio. Todos os equipamentos de navegação pararam de funcionar. A área onde o incidente aconteceu é conhecida por ser uma das mais vulneráveis a ataques de piratas, o que exigiu vigia constante de autoridades durante a operação de reboque da embarcação.
Fonte: Jornal do Brasil
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