Parada Gay reúne milhares em SP
Participantes e trios elétricos tomam a Avenida Paulista em 7/6/15
Evento vai até 21h, com show de encerramento na Praça da República.
A avenida Paulista foi tomada por milhares de pessoas que acompanham a 19ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Com 18 trios elétricos, o evento começou às 10h em frente ao Masp e deve ir até as 21h.
Com o tema “Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim: respeitem-me!”, inspirado na música tema de Gabriela, personagem criado por Jorge Amado, a organização quer resgatar a alegria da público LGBT e celebrar as diferentes identidades e o respeito à diversidade.
Ao todo, a Prefeitura vai gastar R$ 1,3 milhão na estrutura do evento. A expectativa é que os turistas devam gastar R$ 60 milhões. A cidade está cheia desde quinta-feira. Sete em cada 10 hotéis estão lotados.
Interdições
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a partir das 6h a Avenida Ipiranga, trecho entre as avenidas São João e São Luiz, estará bloqueada para a montagem da estrutura de palco do show de encerramento. Às 10h, o sentido Consolação da Avenida Paulista será interditado entre as ruas Teixeira da Silva e Augusta.
No sentido Paraíso, também a partir desse horário, a Paulista será fechada entre a Rua Padre João Manuel e a Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Estará liberada a passagem de veículos pela Brigadeiro e a Rua Carlos Sampaio.
As interdições serão estendidas a partir das 11h30. A Paulista será bloqueada, no sentido Consolação, também entre as ruas Teixeira da Silva e Consolação. Já no sentido Paraíso, estará fechado o trecho entre a Rua da Consolação e a Avenida Brigadeiro Luis Antônio. Neste horário, ainda estará liberada a transposição pela Brigadeiro e a Rua Carlos Sampaio.
A partir do meio-dia, a Consolação estará bloqueada em ambos os sentidos entre a Alameda Santos e a Avenida Ipiranga. A Rua Rego Freitas também será fechada no trecho estre as ruas Consolação e Major Sertório. Já a Avenida Ipiranga será fechada entre a Consolação e a Avenida São Luiz. As vias afetadas serão liberadas quando ocorrer a passagem do último trio elétrico da Parada. As Ciclofaixas de Lazer do Centro e da Paulista serão desativadas.
Atrações
A edição deste ano conta com atrações como a cantora brasileira de música house Amanda, que mora em Nova Iorque, MC Xuxu, uma travesti que canta funk, e o MC Rico Dalasam, cantor de rap da região metropolitana.
O destaque previsto para o domingo vai para o trio organizado pela empresa Netflix. Parte do elenco da série “Orange is The New Black” estará no local. Será a vez das atrizes Natasha Lyonne (Nicky Nichols), Uzo Aduba (Crazy Eyes) e Samira Wiley (Poussey) dançarem ao som da funkeira Valesca Popozuda.
O ator Naveen Andrews, atualmente na série “Sense8” como o personagem Jonas, também comparecerá ao evento. Ele ficou conhecido pelo trabalho na série “Lost”.
Os participantes devem se dispersar a partir das 18h, na região próxima à Praça Roosevelt, na Consolação, e caminhar em direção ao show de encerramento, que será realizado na Praça da República até por volta das 21h.
Guia
Um guia produzido pela São Paulo Turismo (SPTuris) indica alguns estabelecimentos considerados “gay friendly” – ideal para ir antes ou depois da parada. O Shopping Frei Caneca, situado próximo à Avenida Paulista, está entre as dicas. Com mais de 140 lojas, o complexo tem salas de cinema, teatros e diversas opções gastronômicas.
O Museu da Diversidade, o primeiro da América Latina relacionado à temática, apresenta a mostra “Homofobia Fora de Moda”, que reúne ilustrações exclusivas realizadas pela Casa de Criadores.
Para quem preferir um programa mais tranquilo, há extensa programação em uma das 280 salas de cinema da cidade, que recebem desde as grandes bilheterias internacionais até filmes do circuito alternativo. O destaque fica para o Cine Belas Artes, na Consolação. O cinema, que foi reaberto em julho de 2014, traz diversos filmes premiados e fora do circuito Hollywood, com preços e horários especiais.
O bar Exquisito, no Centro, tem especialidades da cozinha latino-americana. Os visitantes podem experimentar um chilli mexicano ou um ceviche peruano. O bar Ibotirama oferece Happy Hour todos os dias, a partir das 18h. Os visitantes contam com um cardápio variado de porções e petiscos, além da carta de cervejas que conta com opções nacionais e mais de 30 marcas internacionais.
A 18ª Parada do Orgulho LGBT, realizada em São Paulo, em 4/5/14, uniu casais héteros e homossexuais na luta pela criminalização da homofobia e da transfobia, o tema da edição deste ano. Os casais dos mais variados gêneros pediam uma maior politização do evento e um maior engajamento dos participantes.
O desfile de trios elétricos da parada terminou no início da noite, na Praça da República, no Centro de São Paulo. Em seguida, os participantes começaram a se concentrar na praça para acompanhar o show da cantora Wanessa Camargo. Pedro Lima, bigode grosso, finalista do The Voice, subiu ao palco, às 19h, para a apresentação de abertura. A Parada Gay teve início ao meio-dia, com a concentração na altura do Masp, na Avenida Paulista.
Wanessa Carmargo iniciou o show dela por volta das 20h30 e deixou o palco às 21h35. Pouco depois, ela retornou, com a barriga à mostra e os dizeres “Somos Todos Iguais” para o bis final.
Entre os casais que participaram da parada deste ano, estavam o bancário João e o cabeleireiro Roberto, juntos há 13 anos. O casal frequenta a Parada desde então. “A parada é importante, mas nos últimos anos se desvirtuou um pouco”, afirmou João. “Não queremos só ver a bagunça, mas também a luta pelos nossos direitos”, completou.
Os dois afirmam até hoje nunca ter sofrido preconceito. “Eu e o Roberto somos privilegiados. Só sabemos o que é homofobia pela televisão”, disse João.
A situação é outra para as drag queens Alicia e Natasha, que afirmam viverem um cotidiano de ofensas desde a escola. “Hoje, eu curso biomedicina e, mesmo assim, sofro bullying de alguns colegas”, conta Natasha, que trabalha com compras. “O evento não dá conta de toda a realidade de um homossexual Nós viemos para lutar pelos nossos direitos”, explicou a atendente de telemarketing Alicia. As duas namoram há um ano.
A drag Natany, amiga do casal e que é esteticista, concorda. “Ser gay não é apenas alegria, essa bagunça. E também não é só promiscuidade, como muita gente pensa. Nós estamos aqui para mostrar que existimos e que queremos nossos direitos”, declarou.
Para o produtor de cinema Leon Cunha, a Parada Gay “é a maior manifestação em defesa do amor, do respeito e da existência do diferente”. Não é a primeira vez que ele e a mulher, a jornalista Luciana Araújo, vão ao evento, com a filha, Maria Helena, de apenas dois anos. “A primeira parada dela foi ainda na barriga da mãe”, brinca ele, que afirma estar envolvido na produção de um documentário sobre a história da Parada LGBT Pela primeira vez no evento, o técnico de TI Anderson preferiu se vestir de palhaço. “Eu coloquei essa roupa e essa maquiagem para chamar a atenção e dizer à sociedade que nós, gays, também existimos.” Ele estava acompanhado do namorado, Anderson, que frequenta a parada desde 2008.
Essa também não foi a primeira Parada LGBT da empresária Laura, que revelou ter perdido um irmão com HIV e que tem outro, homossexual, que mora fora de São Paulo. “Na minha família, nunca houve espaço para o preconceito”, diz ela, que trouxe a amiga Vera para assistir ao desfile. Ela vibrava a cada passagem de um trio elétrico. “Estou me divertindo muito. Com certeza, essa é a primeira vez de muitas outras que virei. Pretendo voltar todos os anos”, disse.
Furtos de celulares
Até as 21h40 deste domingo, a Polícia Militar ainda não havia anunciado uma estimativa oficial do número de participantes da Parada Gay. Durante o evento, a PM relatou três ocorrências, sendo uma por furto, outra por porte de drogas e uma terceira, que seria a apreensão de objetos contundentes com um grupo de punks menores de idade.
Algumas pessoas, no entanto, relataram ao G1 que tiveram seus aparelhos celulares furtados durante a Parada Gay e também durante o show de encerramento. “Colocaram a mão no meu bolso e pegaram. Pediram para eu entregar o relógio também”, disse Júnior Barbosa Ferreira, de 39 anos. O estudante Maurício de Souza, de 17 anos, também afirmou que seu celular foi furtado. “Estava filmando, fui guardar no bolso. Quando coloquei a mão de novo nao estava mais lá”, afirmou.
A organização da Parada Gay deverá convocar uma coletiva de imprensa durante a semana para divulgar um balanço sobre a edição deste ano do evento.
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Ele participou de coletiva de imprensa sobre evento em São Paulo.
Ele participou da coletiva da 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) de São Paulo, evento que acontece na Avenida Paulista. Além dele, participaram da entrevista a senadora Marta Suplicy, a deputada estadual Leci Brandão, o deputado federal Jean Willys, o presidente da Associação da Parada, Fernando Quaresma, o prefeito Gilberto Kassab, a secretária de Justiça Eloísa Arruda e a delegada Margarete Barreto.
O presidente da associação chorou durante a coletiva. “Os direitos humanos não devem ser usados como moeda de troca, porque são princípios irrevogáveis e inegociáveis. Convidamos a todos, políticos, imprensa, os ativistas LGBT, que nos acompanhem todo ano em uma agenda positiva e propositiva na luta contra a homofobia. É isso que fazemos todo ano na Associação da Parada LGBT”, disse Fernando Quaresma.
A delegada Margarete Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), disse que a polícia trabalhará para que o evento seja tranquilo. “Temos mais de 1,5 mil policiais trabalhando para que não haja ataque à luta dos gays daqui [Parada Gay]. Estamos lutando junto com vocês. Não é brincadeira, é a luta de uma vida. São 19 anos lutando por um mundo mais justo, mais inclusivo, para que nós sejamos todos respeitados”, afirmou.
A secretária estadual da Justiça, Eloísa Arruda, disse que haverá um novo canal para denúncias de homofobia. “Agora, no mês de maio, firmamos parceria com a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] para que cada posto da OAB no Estado de São Paulo seja um receptor de denúncias de homofobia”, contou.
A senadora Marta Suplicy lamentou que discussões contra a homofobia não avancem. “A primeira parada ocorreu na Praça Roosevelt por causa dos skinheads. Hoje, estamos fazendo a parada 16 anos depois com o mesmo motivo, contra a homofobia. Hoje vivemos um retrocesso no âmbito do Congresso e no âmbito de uma parcela da sociedade. Quando queremos pautar algo [no Congresso], vemos que eles estão muito organizados contra essas pautas”, disse. “Pode demorar um pouco mais ou um pouco a menos, mas os direitos não vão retroceder. O mundo caminha pra frente.”
Já o prefeito Gilberto Kassab afirmou que a parada vem se modernizando. “A cada ano uma festa com mais participação, com mais apoio dos órgãos governamentais, dar a oportunidade de todos se manifestarem. Alem do ponto de vista da economia, que é inegável o benefício da cidade, tem o benefício político”, afirmou o prefeito.
Evento
A 16ª edição da Parada reuniu cerca de 3,5 milhões de pessoas na região da Avenida Paulista. A concentração para o evento, em frente ao Masp, começou às 10h. O primeiro trio sai às 12h, de acordo com a Associação da Parada do Orgulho LGBT. Serão ao todo 14 trios elétricos, sendo três deles oficiais, comandados pela Associação: o primeiro carro, o sétimo e o último.
O primeiro trio a passar pela Avenida Paulista irá apresentar o tema da Parada deste ano: “Homofobia tem cura: educação e criminalização – preconceito e exclusão, fora de cogitação”. O sétimo trio, segundo a organização, deve trazer mensagens positivas sobre a manifestação da identidade LGB. Já o último carro irá trazer uma campanha a favor do casamento homossexual, com integrantes vestidos de noivos e noivas.
A Parada LGBT sai do Masp, na Avenida Paulista, e segue no sentido Consolação. Os trios entram na Rua da Consolação e descem até a Praça Roosevelt, onde ocorre a dispersão. São ao todo 3,5 km de percurso. O último trio deve entrar na Rua da Consolação até as 16h e chegar às 18h na Praça Roosevelt, quando termina o evento.
Em 2011, a Parada LGBT reuniu 4 milhões de pessoas, sendo 83,8% residentes na cidade de São Paulo. Neste ano, a expectativa é ter um público de pelo menos 3,5 milhões de pessoas, mas não há previsão de contagem oficial de participantes.
Da Equipe Terra 2012
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