Cerca de 4 milhões de brasileiros devem viajar para o exterior nos próximos seis meses, segundo o Ministério do Turismo. Mais do que conhecer lugares e culturas diferentes, a maioria vai comprar roupas, sapatos, eletrônicos e outros mimos por menos da metade do preço no Brasil.

Em 2011, os brasileiros gastaram perto de US$ 22 bilhões em viagens ao exterior, 33% mais do que em 2010, segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo). O crescimento dos gastos dos brasileiros só perde para o dos chineses, que saltaram 38% e atingiram US$ 55 bilhões.

Não por acaso, o presidente Obama anunciou na quinta-feira, na Disney, que vai facilitar a concessão de vistos a brasileiros e chineses.

Preço, variedade, qualidade e real forte –que lembra o câmbio fixo dos anos 90– explicam por que o brasileiro é tão assediado no exterior.

Mas o que faz uma pessoa pegar um avião para comprar o enxoval do bebê em Miami? É que ficou fácil comparar preços pela internet e mais gente pode fazer essa viagem, revela a reportagem de Toni Sciarretta e Verena Fornetti.

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Fonte: Uol

Enquanto isso, a nova lei sobre imigração que entrou em vigor no Alabama, Estados Unidos, está causando polêmica, além de já haver provocado a fuga de muitos imigrantes hispânicos do Estado. Na Carolina do Sul, Utah, Indiana, Arizona e Georgia, também tem havido protestos e ações judiciais.  

Como exemplos do caráter discriminatórios dessas leis, há a possibilidade de a polícia parar no trânsito os imigrantes, exigindo que eles comprovem estarem legais no País, além de tornar-se crime estadual alugar imóvel ou dar carona a imigrantes irregulares.

Entidades de defesa dos direitos humanos e civis têm pressionado Obama a intensificar reação federal a essas legislações discriminatórias nos Estados, mesmo porque a revisão da política de imigração no País foi promessa de campanha por ele não cumprida até agora. De fato, na eleição de 2008, Obama contou com muitos votos dos 50 milhões de latinos, ou seja, a sexta parte da população, que vivem nos Estados Unidos

Estima-se que haja cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, e, com a crise americana, o sentimento xenófobo vem se recrudescendo.

A lei citada vai de encontro com a realidade nos Estados Unidos, de onde muitos brasileiros vêm fugindo de volta ao Brasil.

De fato, cresce a pressão nos Estados Unidos para que seja cada vez mais facilitadoo visto para os brasileiros que desejem entrar no país, como informa a Folha. Fala-se até, quem sabe, numa medidaradical: o fim do visto. A razão disso é simples: o país está em crise e quantomais turistas, melhor.

Há umdetalhe nesse debate: os brasileiros estão deixando os Estados Unidos, atraídospelo mercado de trabalho brasileiro. Escolas públicas que eram bilíngues(português e inglês) estão demitindo professores de português por falta dealunos.

A regiãoonde Boston tem uma grande concentração de brasileiros. É visível aonda de retorno, especialmente do pessoal que trabalhava aqui com construçãocivil. Empresários até reclamam dessa falta de mão-de-obra. Muitos deles sãomineiros e goianos, considerados trabalhadores e responsáveis.

Nacomunidade brasileira, circulam conversas sobre salários de mestres de obra nasprincipais capitais, especialmente em São Paulo e Rio –em São Paulo, a cifra seria de R$12 mil por mês.

De um lado, um país com pouco emprego, onde muitos brasileiros vivem na ilegalidade–e até são acusados de tirar postos dos americanos. De outro, um país que,pelo menos até agora, não para de reduzir seu nível de desemprego, tornando-seuma das estrelas da economia mundial na visão dos americanos.

Entretanto, em 20/1/12 foi anunciado que Os Estados Unidos devem aumentar a capacidade de processamento de seus vistos para Brasil e China em 40% nos próximos doze meses, ordenou nesta quinta-feira o presidente Barack Obama, como parte de um pacote de estímulo turístico para seu país.

A ordem executiva divulgada pela Casa Branca pediu aos ministérios envolvidos para que preparem um plano em 60 dias que assegure que “80% das solicitações de vistos sejam atendidas em até três semanas” nesses dois países, salvo exceções que envolvam a segurança do país.

Os requisitos para os turistas e homens de negócios estrangeiros têm sido motivo de queixas por parte de alguns países emergentes, que não pertencem ao chamado programa de isenção de visas, o qual beneficia a maioria dos países europeus e as nações ricas e aliadas dos Estados Unidos.

Altos funcionários diplomáticos já anunciaram em novembro que aumentarão o número de funcionários nas embaixadas de Brasil e China devido a grande demanda de visas.

Dos 820.000 brasileiros que pediram permissão para viajar aos Estados Unidos entre outubro de 2010 e setembro de 2011 (ano fiscal americano), 791.000 a obtiveram.

A demanda superou em 40% a cifra do ano anterior.

Os Estados Unidos concederam 885.000 vistos a chineses, ante mais de um milhão de solicitações durante o mesmo período, num aumento de demanda de 34%.

Segundo cálculos citados pela Casa Branca, o crescimento das classes médias na China, Brasil e Índia devem provocar um aumento do número de viagens para esses países de 135%, 274% e 50%, respectivamente, até 2016.

O Departamento de Comércio calcula que os turistas chineses gastam mais de 6.000 dólares quando viajam aos Estados Unidos, com todo incluso, e os brasileiros cerca de 5.000 dólares.

A ordem presidencial acontece num contexto de perda de mercado internacional, explicou a Casa Branca.

“A participação do mercado americano no gasto dos turistas internacionais caiu de 17% para 11% entre 2000 e 2010”, explicou o comunicado emitido pelo governo que detalha as medidas.

Ante esta situação, Obama anunciou seu objetivo de fazer dos Estados Unidos o primeiro destino turístico mundial para impulsionar a criação de empregos dentro do setor, informou a Casa Branca.

“Quanto mais gente visita os Estados Unidos, mais americanos voltam a trabalhar”, disse o presidente em um comunicado após firmar um decreto convocando várias agências federais a tomar medidas para estimular a atividade turística no país.

Tirar ovisto ou reduzir suas exigências não é, portanto, um favor dos EUA ao Brasil.

É um favor do Brasil aos Estados Unidos.

Fonte: Yahoo