Um estudante de 10 anos atirou contra uma professora e depois se matou na tarde desta quinta-feira em uma escola municipal de São Caetano do Sul, no ABC Paulista. A professora foi socorrida pelo helicóptero Águia, da Polícia Militar. Ela levou um tiro na região posterior do lado esquerdo, altura do quadril, e sofreu fratura na patela direita, segundo a prefeitura da cidade, que informou que o estado de saúde da mulher é considerado leve, sem risco de morte.

De acordo com a prefeitura, o crime ocorreu na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, no bairro Mauá, por volta das 15h50. Um aluno do 4º ano, após discussão, disparou contra a professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, dentro da sala de aula, que era ocupada por 25 alunos.

Em seguida, segundo testemunhas, o aluno se retirou da sala de aula e disparou contra a própria cabeça. Inicialmente, a prefeitura havia informado que o menino disparou dois tiros contra si próprio, mas a Polícia Militar confirmou posteriormente que foi apenas um.

Ambos foram socorridos com vida. O aluno foi atendido no Hospital de Emergência Albert Sabin, na avenida Keneddy, em São Caetano do Sul, e teve duas paradas cardíacas, sendo declarado morto às 16h50. A professora foi levada pelo helicóptero Águia ao Hospital das Clínicas, na capital paulista.

A prefeitura informou que as aulas desta noite e de amanhã na escola foram suspensas. A Polícia Militar diz não ter informações sobre como a criança entrou com o revólver 38 na escola.

Outra tragédia escolar
O crime em São Caetano do Sul ocorreu quase seis meses depois do massacre escolar que chocou o País. Em 7 de abril, um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta encontrada com ele, Wellington pediu perdão a Deus e deixou instruções para o próprio enterro – entre elas que nenhuma pessoa “impura” tocasse seu corpo.

Dias depois, a polícia divulgou fotos e vídeos em que o atirador aparece se preparando para o ataque durante meses. Em um deles, Wellington justificou o massacre por ter sido vítima de “bullying” praticado por “cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem”. Na casa dele, foram encontradas diversas anotações que mostraram uma fixação pelos ataques de 11 de setembro de 2001. O atirador acabou enterrado como indigente 15 dias após o massacre, já que nenhum familiar foi ao Instituto Médico Legal (IML) liberar o corpo.

Fonte: Terra