Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ue a crise financeira internacional já mudou o comportamento tradicional do desemprego no País, e a taxa de crescimento da ocupação nas sete regiões metropolitanas pesquisadas caiu nas comparações com o mesmo mês do ano anterior, de um ritmo de 5,5% em 2010, para menos de 2% este ano.

Segundo o Dieese, o fato de a População Economicamente Ativa (PEA) não estar crescendo contribuiu para que o desemprego se mantivesse estável.

Para que a taxa de desemprego se mantenha estável, o nível de ocupação deve crescer por volta de 2,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Outro dado relevante citado por Clemente é a renda, que parou de crescer e em alguns setores já está caindo, o que se atribui à aceleração da inflação.

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, concorda que os impactos da crise financeira internacional no País atingirão o emprego ainda neste ano. Pochmann lembra que o segundo semestre costuma ter um resultado, em termos de geração de empregos, sempre melhor que o primeiro semestre. “O segundo semestre conjunturalmente é melhor que o primeiro, então talvez ele não apresente sinais tão evidentes (de desaceleração)”, observou. “Mas os dados do comércio e da indústria já mostram um ritmo de crescimento do emprego muito próximo a zero.”

 Também Dilma acrescentou que a atual crise afeta principalmente os países desenvolvidos e que o Brasil está mais preparado para superá-la. A Presidente declarou também que, apesar da dificuldade de recuperar o consumo e o investimento, a atual crise não provocará “catástrofes” como ocorreu em 2008.

A presidente admitiu que o Brasil tem que se preocupar com a crise internacional mas alegou que o país, que se recuperou rapidamente do colapso em 2008, está atualmente em melhores condições que na última crise já que tem um forte mercado interno, maiores reservas internacionais e um elevado depósito compulsório bancário.

O Governo Federal também tem intenção de combater a crise atual com medidas adotadas em combate à de 2008, como a redução de tributos sobre automóveis e eletrodomésticos de linha branca, já que, no segundo trimestre de 2011, o País só cresceu 0,8% em relação ao primeiro, abaixo de países como o Chile (1,4%) e México (1,1%), mas acima dos Estados Unidos e União Europeia (0,2%), Alemanha (0,1%) e França (zero). Em relação ao desempenho daquele trimestre em relação ao segundo de 2010, o Brasil cresceu 3,1%, enquanto os outros membros da BRICS, 1,3% (África do Sul), 3,4% (Rússia), 7,7% (Índia) e 9,5% (China).  

Fonte: Diário de São Paulo