Em 22/12/12, a polícia de Nova Délhi, a capital da Índia, usou gás lacrimogêneo e canhões de água  para conter milhares de pessoas que tentavam chegar à residência do presidente do país para protestar contra o estupro coletivo e o espancamento de uma estudante no interior de um ônibus.

Vários manifestantes sofreram ferimentos ao tentar romper o bloqueio formado por barricadas de aço na região, que conta com forte esquema de segurança. A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e usou cassetetes contra os manifestantes, alguns dos quais atacaram a política durante esporádicos confrontos durante o dia.

À noite, os confrontos se intensificaram. Um grande número de manifestantes se dirigiu para o prédio do Parlamento, que fica nas proximidades da residência do presidente, e atacou a polícia com pedras, que revidou. Mais tarde, os manifestantes se reagruparam e acenderam velas.

O protesto pede a pena de morte para os seis suspeitos que foram detidos pela polícia após o ataque, ocorrido em 16 de dezembro, na capital indiana.

O ministro do Interior Sushilkumar Shinde disse aos jornalistas que o governo vai examinar atentamente o pedido e anunciar a abertura de um inquérito oficial sobre o estupro, ocorrido no último domingo, além de sugerir medidas para melhorar a segurança das mulheres.

Shinde disse que cinco policiais de Nova Délhi foram suspensos por não terem agido prontamente, após o ataque sofrido pela jovem. Ele também reuniu-se com uma delegação de manifestantes estudantis e pediu a eles que encerrassem seu protesto.

O ataque deu início a vários dias de protesto em todo o país. As mulheres exigiram que as autoridades tomem ações mais duras para protegê-las contra a ameaça diária de assédio e violência. Na sexta-feira, autoridades indianas anunciaram uma ampla campanha para proteger as mulheres de Nova Délhi.

Alguns manifestantes deste sábado seguravam faixas nas quais se lia: “Salvem as mulheres. Salvem a Índia” e “Enforquem os estupradores”.

O aposentado V.K. Singh, que foi chefe do Exército, se uniu aos manifestantes e responsabilizou “a apatia política e burocrática em relação aos crimes contra mulheres”. Ele exigiu reformas imediatas na política para treinar e armar as forças de segurança.

O ministro do Interior também anunciou que aparelhos de GPS serão instalados nos ônibus do governo para evitar que eles saiam de suas rotas. Além disso, os motoristas terão de deixar suas identidades à vista. Há relatos de que entre os pelos menos quatro homens – que estupraram a jovem e feriram gravemente a vítima e o amigo que estava com ela -, estava o motorista e o cobrador do ônibus.

Internada, a  Jovem vítima de estupro coletivo em ônibus corre risco de vida na Índi

Outro dia, outra garota estuprada, outra rodada de indignação. No entanto, mais de 630 estupros aconteceram na cidade até agora neste ano, e nada parece que realmente mudará.

Os médicos que tratam a estudante paramédica atacada, que atualmente está conectada a aparelhos de suporte de vida em um lotado hospital da cidade, estão horrorizados. Eles disseram que esse é o caso “mais grave” de estupro que já cuidaram.

“Isso foi muito mais do que estupro. Havia lesões extensas. Aparentemente um objeto contundente foi usado repetidamente (pelos agressores)”, disse um dos médicos.

O incidente da noite de domingo de 16 de dezembro na “capital do estupro” da Índia foi simplesmente brutal, mesmo para uma cidade que se tornou insensível aos crimes contra as mulheres.

Os maus-tratos e abuso contra mulheres são um grande problema especialmente em Nova Délhi e no norte da Índia. A mentalidade social patriarcal, uma cultura descarada de abuso do poder político, um desdém generalizado em relação à legislação, uma força policial em grande parte insensível e uma população de migrantes sem raízes, sem lei, são apenas algumas das razões. Devem haver muitas outras.

Então, é provável que qualquer mulher – exceto as muito ricas e privilegiadas – esteja propensa a enfrentar indignidade e humilhação nessa cidade.

Nessa parte do mundo onde vivo e trabalho, as pessoas dizem que os estupros são consequência da pornografia, da influência das mulheres estrangeiras – por usarem vestidos ocidentais e por saírem com seus amigos. Quando outro incidente acontece, as manchetes indignadas, talk shows de TV, vigílias à luz de velas, promessas pelas autoridades e chavões por parte dos políticos aparecem novamente.

Mas nada realmente muda para as mulheres em Délhi. “É como se houvesse uma conspiração silenciosa na cidade”, disse uma amiga, “para que as mulheres continuem com medo”. Elas dizem que não estão seguras em nenhum lugar, em casa, na rua, no ônibus, no novo sistema de metr

Uma amiga que trabalha como fotógrafa de uma agência internacional de notícias me contou a história de sua vida como uma mulher em Délhi. É infinitamente pior para aquelas que são menos favorecidas do que ela.

Quando ela vivia como hóspede em um luxuoso bairro na região sul de Délhi alguns anos atrás, um cozinheiro bêbado invadiu seu quarto à noite, puxou o lençol de cama e tentou atacá-la. O homem fugiu depois que ela gritou.

“O meu senhorio, uma pessoa perfeitamente respeitável no exterior, veio e disse que provavelmente foi um sonho, que não poderia ter sido um ataque. Sua mãe tinha ouvido os meus gritos, e acreditou em mim. Fui embora do local, e eles disseram que tinham demitido o cozinheiro. Quando cheguei mais tarde, descobri que o cozinheiro havia retornado e estava trabalhando”, lembrou.

Depois de alguns anos, ela se matriculou em aulas de salsa, e seus amigos chegaram para buscá-la para uma competição. Eles esperavam um táxi quando um policial se aproximou e questionou os meninos. “Vocês estão saindo com uma mulher promíscua”, resmungou. “Dê-me o telefone de seus pais, vou ligar para avisá-los disso.”

Quando seus amigos protestaram, o policial foi até a dona da casa e solicitou um suborno. “Ele lhe disse que abriria um processo dizendo que ela tinha alugado um quarto para uma mulher suspeita e sem um acordo de aluguel adequado.”

Uma noite, há alguns anos, ela voltava para casa do trabalho quando um jovem se aproximou e disse algo muito obsceno. Ela pediu para ele calar a boca e continuou andando. O homem correu atrás dela, parou em sua frente, e lhe disse sem rodeios: “Derramarei ácido em seu rosto se você falar isso novamente” e então desapareceu

“Cheguei em casa e comecei a chorar. Fique com medo de sair de casa durante os dias seguintes”, disse.

Não ajuda muito a mulher estar acompanhada por um amigo ou cônjuge. Outra amiga que andava de carro com um amigo foi atacada por um grupo de rapazes em um bairro chique alguns anos atrás. Eles bloquearam a pista em um cruzamento, apontaram uma arma para seu amigo e o xingaram.

“Eles quiseram provocá-lo, falaram que ele saía com uma prostituta. Meu amigo ficou em silêncio e pediu desculpas. Eles nos deixaram ir embora depois de nos roubarem”, lembrou.

O desdém de Délhi por suas mulheres reflete possivelmente a própria cidade, disse um amigo cínico e residente de longa data da cidade.

Uma cidade que em grande parte, segundo ele, foi criada por uma geração de imigrantes sem raízes, ricos e pobres, que viviam em seus próprios mundos em bairros fechados e favelas imundas, atualmente torna difícil uma ação coletiva genuína. Uma polícia ineficaz e um sistema de justiça que não funciona também não contribuem para a situação

Fonte: Ig

A esperança de Malala: vote pelo Site da Avaaz

 

Malala dedicou sua infância para defender a educação de garotas como ela no Paquistão. Enquanto ela se recupera em uma cama de hospital, vítima de atiradores do Talibã, vamos ajudar o seu sonho a se tornar realidade.

Já existe, em uma parte do Paquistão, um programa bem sucedido que dá benefícios para famílias que enviarem suas filhas para a escola com frequência. No entanto, na província da garota Malala, o governo está de braços cruzados. Alguns políticos de cargos altos lhe ofereceram ajuda e se agirmos agora podemos fazer com que eles se comprometam a implementar essa ideia em todo o país.

Antes que a atenção da mídia se volte para outro caso, vamos elevar nossas vozes e exigir que o governo do Paquistão anuncie medidas de auxílio financeiro para todas as garotas paquistanesas irem à escola. Em alguns dias, o enviado da ONU para educação se encontrará com o presidente paquistanês Asif Ali Zardari e disse que a entrega em mãos de 1 milhão de assinaturas pode dar força à sua presença. Assine a petição e compartilhe com todos – vamos ajudar a tornar o sonho da garota Malala realidade.

 Fonte: Avaaz

Mulher palestina diz que ficou 10 anos trancada no banheir

 

 

 

Baraa Melhem na casa de sua mãe

 

Uma mulher palestina de 21 anos disse a autoridades que passou os últimos 10 anos trancada em um banheiro por seu próprio pai, que só a deixava sair durante a noite para que ela limpasse a casa.

 Baraa Melhem contou que seu pai dizia a ela que “as pessoas são monstros”, segundo uma assistente social que está trabalhando no caso.

A polícia palestina disse nesta segunda-feira que libertou Melhem no sábado do pequeno banheiro de uma casa na cidade de Qalqilya, na Cisjordânia, após uma denúncia anônima.

O pai dela, que tem cidadania israelense, foi preso e entregue a autoridades de Israel. Ele vai prestar depoimento a um tribunal israelense na quarta-feira, de acordo com um porta-voz da polícia.

Melhem disse a uma rádio palestina que ela tinha 11 anos quando seu pai a trancou dentro do banheiro e não a deixou mais ir à escola ou ver a mãe, de quem ele é divorciado.

Ele batia nela com um pedaço de pau com arames de metal e dava apenas uma coberta para ela se aquecer, de acordo com a assistente social Hala Shreim.

“O banheiro tinha apenas um metro e meio, era como uma cela”, disse Shreim.

De acordo com um comunicado da polícia palestina, o pai, citando uma “disputa familiar”, admitiu ter trancado a filha e que a alimentava basicamente só com pão.

A assistente social disse que o pai de Melhem frequentemente encorajava a filha a cometer suicídio.

“Seu único consolo era um rádio que a mantinha conectada ao mundo”, disse a assistente social Shreim.

A jovem agora está de volta com sua mãe.

Fonte: Yahoo

RELEMBRE OUTRO CASO

Uma mulher foi presa na Arábia Saudita, só porque dirigiu um carro e postou um vídeo sobre isso no youtube, com 500 000 visualizações, pela “mataw”, a polícia religiosa, que costuma humilhar as mulheres em público. Mesmo assim, em 17 de Junho, algumas repetiram a proeza de Manal al-Sharif, sendo presas, e foi fundada a Comunidade “We are all Manal al-Sharif” no Facebook.

Nesse país, além de não poderem dirigir, as mulheres precisam da autorização de algum homem da família para fazerem as atividades quotidianas,  como trabalhar fora e viajar para o exterior. Elas não podem andar sozinhas nas ruas, acessar a net sem a presença de um guardião masculino (“mihrim”), nem subir nos elevadores com os homens

Todavia, hoje, asssiste-se a um verdadeiro “despertar árabe”, em que as mulheres muçulmanas vêm participando dos movimentos na Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen, Bahrein e Síria, ao lado dos homens, mesmo os governantes considerando os protestos “haram”, ou seja, pecado punível com cadeia e flagelação.

Essas mulheres são, portanto, um contraponto à submissão em que vivem na Arábia.

Um novo episódio maculou a imagem da mulher muçulmana, desta vez, da Rainha da Jordânia, Rania, chamada de “piranha” por comentarista da TV fechada da Rede Globo, causando reação da comunidade no Brasil.

Fonte: R7