Especialistas vêm apontando a alta no preço dos alimentos como um dos estopins das revoltas no mundo árabe, em que se depuseram os líderes da Tunísia e Egito, teve início a guerra civil na Líbia e há violentos protestos na Síria e Iêmen

O fato é que, hoje, o mundo possui 1 bilhão de desnutridos, e os preços dos alimentos não páram de subir.  Estima-se que, até 2050, vá haver 9 bilhões de pessoas  no mundo, implicando, pois, a necessidade de elevação da produção atual em 70%.

Uma das propostas apresentadas no G-20, grupo que reúne as principais economias emergentes e desenvolvidas do mundo), atualmente presidido pela França, para combater o problema é o fim do protecionismo agrícola nos países desenvolvidos. Ironicamente, hoje, é este país o principal opositor ao fechamento de um acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia.

Outras alternativas cogitadas são a regulação do mercado de commodities, a exemplo do que se faz no mercado financeiro, a criação de estoques de emergência, evitando aumentos abusivos de preços perante a elevação da demanda, e a criação de seguros específicos para os produtos agrículos, protegendo os agricultores perante as tragédiaas naturais recentes.

No Brasil, devido à crise alimentar mundial, o Governo Federal vai limitar a compra de terras por estrangeiros, já que, de 2002 a 2008, estima-se que cerca de 2,4 bilhões de dólares tenham sido por eles adquiridos só em propriedades rurais, segundo dados do Banco Central. E, conforme o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), há, hoje, 4 milhões de hectares registrados por estrangeiros.

Em 2011, a Terra chegou a 7 bilhões de habitantes (só a China possui 1,34 bilhão e a Índia, 1,22 bilhão), mesmo as taxas de natalidade no mundo sendo baixas, implicando o envelhecimento da população. Se se mantiver a proporção atual de crescimento, em 2043, deve chegar a 9 bilhões de habitantes. Na verdade, 2 de cada 3 bebês nascem na Ásia ou África. Um dos fatores responsáveis por essa situação é a queda da taxa de mortalidade com o desenvolvimento de vacinas e antibióticos.

Se cresce a população mundial, aumenta a demanda por alimentos, mas a oferta não vem crescendo na mesma proporção, implicando preços altos.  A situação é mais grave em relação ao consumo de proteína animal, já que 1 hectare de terra só produz 46 kg de carne, ao mesmo tempo em que pode gerar 2,5 toneladas de grãos.

Para alimentar-se toda a população atual, seria necessário subir a produção atual de grãos dos 2,5 bilhões de toneladas para 4 bilhões, equivalendo a expandir-se em dez vezes a produção atual brasileira, a quarta maior do mundo, estimada em 153 milhões de toneladas. A China é a líder na produção daqueles. Para isto acontecer, um dos obstáculos é a falta de água, considerando que cada ser humano precisa de 2 a 5l de água por dia, e terras, pois já se ocuparam 2/3 das terras aráveis do Planeta, descontados os desertos, montanhas e calotas polares. Assim, se se ocupar também o terço que resta, faz-se desaparecer o habitat de muitas espécies de animais e vegetais em extinção, sem que se saiba qual a reação da natureza, considerando o fluxo das chuvas, por exemplo, já que é sabido que as árvores inibem a ação daquelas sobre a ação direta no solo. 

É baseado na dificuldade de produção de alimentos para todos, considerando que, em todo o Planeta, boa parte da população gasta a maior parte de sua renda em aliemntos,  que há os que defendem a alimentação exclusivamente vegetariana, ou a aposta em tecnologia no campo, por exemplo, com a mecanização (ex.: semeadeiras e colheitadeiras) e a irrigação, sem contar o uso de fertilizantes, inseticidas e herbicidas para combate às pragas. Há também o uso de sementes transgênicas e a correção química do solo. A pesca também vem crescendo consideravelmente.

O Brasil ainda é um privilegiado na situação acima porque possui grandes reservas de água e terra em abundância. Poderá tornar-se autosuficiente em fertilizantes até 2020, graças ao gás natural que será distribuído a partir da Bacia de Campos. É o vice-líder em relação ao tamanho de seu rebanho, atrás, apenas, da Índia. Todavia, para alimentar o mundo, não deve devastar o Cerrado e a Floresta Amazônica, para substituir a maior biodiversidade do mundo pela monocultura da soja, milho, arroz e feijão, mas sim, utilizar melhor a área já devastada, por meio da tecnologia, conforme mencionado no parágrafo anterior, e fixação de mais gado por hectare de terra, para pastagens, deixando a outra parte livre para a lavoura.  

Fonte: ONU