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Fonte: Youtube
O Movimento Passe Livre (MPL) já marcou um outro protesto para a segunda-feira, 17, às 17h, no Largo da Batata, em Pinheiros. Uma outra manifestação, sendo divulgada no Facebook por três pessoas, foi agendada para esta sexta-feira, 14. O evento informa que a concentração será ás 17h, em frente à Rede Globo, no Itaim Bibi
A Justiça concedeu liberdade provisória a dez dos 13 presos em flagrante na manifestação contra o aumento de tarifas de transportes públicos na última terça-feira, 11, mediante o pagamento de fiança de dois salários mínimos (R$ 755 em São Paulo). O alvará de soltura poderá ser emitido ainda nesta sexta-feira, 14, caso os advogados dos presos provem o pagamento da fiança a partir das 11h. Depois o inquérito deve seguir para o Ministério Público, que decidirá se vai denunciá-los ou não.
Os dez – entre eles a única mulher do grupo, Stephanie Fenselau, de 25 anos, desempregada – foram presos em flagrante no 78ºDP por dano contra o patrimônio, formação de quadrilha e incêndio. “O mais importante da decisão obtida é que o juiz afirmou que não cabe a acusação de formação de quadrilha”, afirmou o advogado Alexandre Pacheco Martins, que defende o jornalista Pedro Ribeiro Nogueira, de 27 anos.
Já o jornalista Raphael Sanz Casseb, de 26 anos, também preso no 78ºDP, foi preso por dano ao patrimônio e, portanto, tinha direito à fiança. Entretanto, até as 20h desta quinta-feira, ele não havia pagado o valor de R$ 20 mil estipulado pelo delegado do 78º DP, Severino Pereira Vasconcelos, e estava detido no 2º DP.
O Movimento Passe Livre (MPL) disse que já pagou, na tarde da quinta-feira, 12, a fiança de R$ 3 mil a Daniel Silva Pereira, de 20 anos, e Ederson Duda da Silva, de 26 anos, presos por lesão corporal, desacato e dano ao patrimônio no 1º DP. Segundo o MPL, o alvará de soltura chegou até a ser emitido quando os dois estavam presos no Centro de Detenção Provisória Belém 2, mas, antes da chegada do documento, eles foram transferidos para a penitenciária de Tremembé 2, no interior de São Paulo. “Esse fato não invalida o efeito do alvará de soltura, mas atrasa o processo de liberação dos detidos. Esse tipo de manobra é um fato grave e ilegal e o movimento, juntamente com os advogados está estudando que medidas podem ser tomadas para a denúncia”, afirmou o MPL, em nota à imprensa. Até as 20h desta quinta, os dois ainda estavam detidos no presídio de Tremembé 2.
Também foram levados ao Tremembé 2 o estudante Julio Henrique Cardial Camargo, de 21 anos, e o metalúrgico Willian Borges Euzebio, de 20 anos. Segundo a mãe de Camargo, Maria Cecília Fazzini Cardial, a decisão de transferência dos dois foi arbitrária. “Meu filho foi fichados no Presídio de Segurança Tremembé II sem ter sido julgado. Não há provas que comprovem que ele fez parte de uma quadrilha ou provocou um incêndio. Se ele fez algo errado, vai pagar. Mas também quero provas que apontem esses crimes e não há”.
Até as 20h desta quinta, todos os 13 ainda estavam presos. Stephanie Fenselau, de 25 anos, estava no CDP de Franco da Rocha e o autônomo Bruno Lourenço, de 19 anos, O publicitário Clodoaldo Almeida Silva, de 28 anos, o professor Ildefonso Hipólito Penteado, de 43 anos, o professor Rodrigo Cassiano dos Santos, de 24 anos, o estudante Andre Marcos Martins, de 26 anos, o jornalista Pedro Ribeiro Nogueira e o estudante Rafael Pereira Medeiros, de 20 anos, estavam no 2º DP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O major Lidio Costa Junior, do Policiamento de Trânsito da PM disse que o protesto contra aumento da tarifa em São Paulo está fugiu do controle: “Não nos responsabilizamos mais pelo que vai acontecer”.
Os manifestantes montaram barricadas de fogo na Consolação e na Rua Rego Freitas. O protesto terminou na Avenida Paulista, lugar que a PM tentou defender, mas os manifestantes chegaram por vias paralelas e não pela Rua da Consolação. As autoridades fizeram um cordão de isolamento e avançam pela via. Confrontos acontecem na esquina da Augusta e próximo ao MASP (Museu de Arte de São Paulo).
Não existe um número confirmado, mas ao menos 20 pessoas estariam feridas por causa dos confrontos com a PM paulistana. Somente a Folha de S. Paulo reportou que sete funcionários tiveram algum tipo de lesão.
Na região das ruas Consolação e Augusta, manifestantes e PM entraram em confronto. As autoridades usaram muitas balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Os populares revidavam aos ataques com pedras e fazendo barricadas.
Mais de 200 pessoas foram detidas pela Polícia Militar, segundo a Secretaria de Segurança. Segundo informações, eles portavam facas e combustível. No entanto, os manifestantes negam estas informações. A reportagem também constatou que pessoas portando vinagre, usado para neutralizar o efeito de bombas de gás lacrimogêneo, também foram detidas. Um policial alegou que os manifestantes foram revistados porque estariam “com um produto estranho”.
Outras pessoas foram detidas pela PM por causa da manifestação, mas os populares apontam para um abuso de poder da autoridade.
Segundo informações, os detidos portavam vinagre, que é usado para neutralizar o efeito do gás lacrimogêneo lançado pela Polícia Militar. Na região central de SP, o comércio fechou as portas no começo da noite, momento em que os manifestantes começaram a tomar toda a frente do Teatro Municipal. Grupos menores estão espalhando lixo pelas ruas e ateando fogo, a exemplo do que foi feito após a repressão dos outros atos. Desde o começo da manifestação, a polícia acompanhou o ato com grande contingente e prendendo diversas pessoas.
Em reportagem da Folha de São Paulo, alunos do campus da PUC-SP da Rua da Consolação confirmaram o uso de bombas dentro do campus da faculdade. Segundo os mesmos, os artefatos eram lançados de fora para dentro. E uma repórter da TV Folha foi atingida por uma bala de borracha no olho e é uma das feridas do confronto na região dos Jardins.
No Rio de Janeiro, a manifestação está no centro da capital contra o aumento da passagem do ônibus. A polícia fluminense também age com força para tentar terminar com os protestos, mas sem sucesso. Nesta quinta-feira (13), as duas maiores cidades do país lutam contra a tarifa do transporte público.
Movimento Passe Livre confirma novo protesto para esta sexta-feira
O Movimento Passe Livre (MPL) já marcou um outro protesto para a segunda-feira, 17, às 17h, no Largo da Batata, em Pinheiros. Uma outra manifestação, sendo divulgada no Facebook por três pessoas, foi agendada para esta sexta-feira, 14. O evento informa que a concentração será ás 17h, em frente à Rede Globo, no Itaim Bibi. Apesar de alguns pequenos focos de hostilizada entre grupos reduzidos de manifestantes e a PM, a situação foi controlada pela polícia na região central de São Paulo.
Repórter é baleada no olho com bala de borracha em SP
Uma repórter do jornal Folha de S. Paulo foi baleada no olho com uma bala de borracha na noite desta quinta-feira durante protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo. Segundo Giuliana Vallone, da TV Folha, ela estava em um estacionamento na Rua Augusta quando uma viatura da Rota se aproximou em baixa velocidade e um PM que estava no banco de trás atirou contra ela.
Repórteres do Estado de S. Paulo também presenciaram ações questionáveis da Rota. Dois deles foram alvos de uma ação semelhante, na qual uma viatura se aproximou e disparou bombas de gás lacrimogêneo tentando acertá-los. Não havia conflito e nenhuma concentração de manifestantes na ocasião.
A Avenida Paulista está interditada nos dois sentidos. Policiais avançam em linha, fazendo um cordão de isolamento que ocupa todas as faixas dos dois lados. Confrontos se repetem a todo momento no cruzamento com a Rua Augusta, onde a PM dispersa os manifestantes com balas de borracha e bombas de gás. A polícia tenta a todo custo evitar que os manifestantes se reagrupem.
A Secretário de Segurança Pública de SP, Fernando Grella, afirmou em nota que determinou que a Corregedoria da Polícia Militar apure episódios envolvendo fotógrafos e cinegrafistas durante a manifestação.
Anistia Internacional divulga nota sobre os ocorridos em São Paulo
“A Anistia Internacional vê com preocupação o aumento da violência na repressão aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Também é preocupante o discurso das autoridades sinalizando uma radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes, em alguns casos enquadrados no crime de formação de quadrilha.
O transporte público acessível é de fundamental importância para que a população possa exercer seu direito de ir e vir, tão importante quanto os demais direitos como educação, saúde, moradia, de expressão etc.
A Anistia Internacional é contra a depredação do patrimônio púbico e atos violentos de ambos os lados e considera urgente o estabelecimento de um canal de diálogo entre governo e manifestantes para que se encontre uma solução pacífica para o impasse.
É fundamental que o direito à manifestação e a realização de protestos pacíficos seja assegurado.”
Protesto contra aumento das passagens de ônibus reúne 2 mil no Rio
Ao menos 2 mil pessoas participaram nesta quinta-feira de uma manifestação na avenida Rio Branco, uma das principais avenidas do centro do Rio de Janeiro, para protestar contra o aumento das passagens de ônibus que entrou em vigor há quase duas semanas.
O protesto, que aconteceu de forma pacífica, ocorre há dois dias do início da Copa das Confederações. O Rio é uma das seis cidades-sede do torneio.
Gritando palavras de ordem como “o Rio vai parar se a passagem não baixar”, os manifestantes exigiram a suspensão do aumento das tarifas nos transportes coletivos. No dia 1º de junho, a passagem de ônibus subiu de R$ 2,75 para R$ 2,95.
“Não aguentamos mais essa sucessão de aumentos, enquanto gasta-se bilhões com a Copa do Mundo”, disse a estudante Halux Maranhão, que segurava uma rosa branca.
O ator Gabriel Garcia, de 29 anos, disse que, apesar de a manifestação provocar transtornos à população, é um mal necessário: “quero viver numa cidade melhor, que respeita seus cidadãos”.
A advogada Viviane Villaça, 52 anos, aplaudiu o protesto: “a insatisfação é generalizada”.
O Brasil atravessa um período de tímido crescimento econômico e alta na inflação.
Na última segunda-feira, 10 de junho, outro ato contra o aumento dos ônibus já tinha ocorrido no centro do Rio.
Uma onda de protestos contra os aumentos nas tarifas de transportes coletivos acontece em todo o Brasil. Em São Paulo, onde os preços passaram de R$ 3,00 para R$ 3,20, manifestações reuniram mais de 2 mil pessoas nesta quinta-feira. Outros protestos na cidade esta semana deixaram vários feridos e detidos.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse, em 13/6/13, em Santos, que não vai reduzir as tarifas de transporte público e voltou a criticar as manifestações contra o aumento das passagens. Pela manhã, segundo informou o SPTV, o promotor de Habitação e Urbanismo Maurício Ribeiro Lopes encaminhou à Prefeitura de São Paulo e ao governo do estado proposta de redução da passagem de ônibus, metrô e trem para R$ 3 durante 45 dias, conforme foi negociado com os manifestantes em reunião ontem.
“O reajuste foi menor que a inflação, tanto no ônibus da Prefeitura quanto no metrô e no trem. O objetivo é que os ganhos de eficiência e produtividade sejam transferidos ao usuário do sistema. Não pretendemos voltar atrás dessa decisão”, afirmou o governador.
Segundo o acordo entre o MP e os manifestantes, uma comissão seria formada por representantes dos governos, Movimento Passe Livre e promotores para discutir a viabilidade de manutenção da tarifa mais baixa. Se for aceita, os manifestantes prometeram não parar a cidade hoje, apenas fazer um ato em frente ao Teatro Municipal, no Centro de São Paulo.
Se depender da mobilização nas redes sociais, o protesto marcado para o fim da tarde desta quinta-feira em São Paulo contra o reajuste das tarifas promete ser ainda maior do que o de terça-feira, que deixou 85 ônibus danificados e uma estação do metrô e uma agência bancária depredados. A página oficial da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo na internet foi invadida na noite de quarta-feira. Hackers colocaram no site convocação para a manifestação de hoje.
O número de pessoas que confirmaram presença no perfil do Movimento Passe Livre (MPL) no Facebook ultrapassou 20 mil no início da manhã de hoje. No último protesto, na terça-feira, cerca de 12 mil pessoas haviam confirmado a presença, e cerca de 5 mil participaram segundo estimativa da Polícia Militar.
Se dependesse da mobilização nas redes sociais, o protesto de 13/6/13 em São Paulo, contra o reajuste das tarifas, promete ser ainda maior do que o de 11/6, que deixou 85 ônibus danificados e uma estação do metrô e uma agência bancária depredados. A página oficial da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo na internet foi invadida na noite de quarta-feira. Hackers colocaram no site convocação para a manifestação de hoje.
“Exigimos a redução da tarifa! Os supostos representantes devem ouvir a vontade do povo. Basta de políticos inócuos. Estamos acordados! Seus dias de fartura estão contados!”, dizia o texto. A secretaria retirou o site do ar. Outra mensagem agora informa que o site está em manutenção.
O número de pessoas que confirmaram presença no perfil do Movimento Passe Livre (MPL) no Facebook ultrapassou 20 mil no início da manhã de hoje. No último protesto, cerca de 12 mil pessoas haviam confirmado a presença, e cerca de 5 mil participaram segundo estimativa da Polícia Militar.
Segundo o site G1, agentes da Polícia Civil de São Paulo vão se infiltrar no protesto e rastrear a web para tentar identificar os manifestantes que depredaram e incendiaram ônibus e estações de Metrô na capital. Ainda de acordo com o G1, 30 manifestantes já foram identificados. Eles poderão ser responsabilizados pelos danos causados ao patrimônio público e privado e também serem enquadrados no crime de formação de quadrilha.
Também está marcado para às 17h de hoje outro protesto no Rio. Na capital fluminense, a concentração será na Cinelândia. Já em São Paulo o movimento terá início em frente ao Teatro Municipal.
A volta para casa em São Paulo também pode ser prejudicada pela greve dos ferroviários que paralisou três linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e deixou quase 1 milhão de passageiros sem transporte.
Manifestantes se reuniram com o Ministério Público
Para tentar evitar o risco de mais uma noite violenta, o Ministério Público de São Paulo se reuniu ontem com representantes do MPL e dos governos municipal e estadual, chegando a uma proposta de acordo, com os seguintes termos: as manifestações em vias públicas seriam suspensas, mediante o retorno da tarifa de transporte de R$ 3,20 para R$ 3, por 45 dias.
Neste período, uma comissão formada por representantes dos governos, manifestantes e Ministério Público discutiriam a viabilidade de manutenção da tarifa mais baixa. Prefeitura e governo paulista não se manifestaram até ontem à noite sobre a proposta. Se for aceita, os manifestantes prometem não parar a cidade, apenas fazer um ato em frente ao Teatro Municipal, no Centro de São Paulo. As empresas de ônibus e a prefeitura e o governo de São Paulo ainda não se pronunciaram.
Os confrontos entre polícia e manifestantes que protestam contra o aumento das passagens do transporte público chamaram a atenção da imprensa internacional. O jornal espanhol “El País” relata que um Brasil pouco acostumado a ir às ruas protestar se levantou nas principais cidades do país. Afirma ainda que ônibus foram queimados e, em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin têm sido duros com os manifestantes e com os atos de vandalismo.
Uma repórter do jornal Folha de S. Paulo foi baleada no olho com uma bala de borracha na noite de 13/6/13 durante protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo. Segundo Giuliana Vallone, da TV Folha, ela estava em um estacionamento na Rua Augusta quando uma viatura da Rota se aproximou em baixa velocidade e um PM que estava no banco de trás atirou contra ela.
Repórteres do Estado de S. Paulo também presenciaram ações questionáveis da Rota. Dois deles foram alvos de uma ação semelhante, na qual uma viatura se aproximou e disparou bombas de gás lacrimogêneo tentando acertá-los. Não havia conflito e nenhuma concentração de manifestantes na ocasião.
A Avenida Paulista está interditada nos dois sentidos. Policiais avançam em linha, fazendo um cordão de isolamento que ocupa todas as faixas dos dois lados. Confrontos se repetem a todo momento no cruzamento com a Rua Augusta, onde a PM dispersa os manifestantes com balas de borracha e bombas de gás. A polícia tenta a todo custo evitar que os manifestantes se reagrupem.
A Secretário de Segurança Pública de SP, Fernando Grella, afirmou em nota que determinou que a Corregedoria da Polícia Militar apure episódios envolvendo fotógrafos e cinegrafistas durante a manifestação.
“As manifestações estão criando um alarme especial. Nem mesmo diante dos grandes escândalos de corrupção política o povo nunca saiu às ruas”, afirma o texto do jornal, divulgado na quarta-feira. “Os preços dos transportes públicos no Brasil são muito altos em relação ao salário mínimo dos trabalhadores”, explica o “El País” ao leitor espanhol.
O jornal explica que as manifestações chegaram em um momento de crise na economia, com inflação alta, bolsa caindo e o dólar alcançando os R$ 2,20. E ressalta a preocupação da presidente Dilma Rousseff com as manifestações.
“A classe média, pouco acostumada no país a manifestações nas ruas, está aplaudindo as autoridades, que pediram mão dura da polícia contra as mobilizações que estão paralisando o tráfefo nas cidades que já são supercongestionadas”, diz o texto em outro trecho.
A situação da economia brasileira foi externada em outros veículos, para contextualizar as manifestações. O jornal inglês Finacial Times disse que as manifestações são um sinal de preocupação do Brasil com os preços. O “The Wall Street Jounal” afirmou que a mais recente série de protestos no Brasil se tornou violenta e lembra que cresce a tensão com o desemprego.
Ao relatar o protesto de terça-feira, o jornal argentino “Clarín” informou nesta quinta que os protestos em São Paulo tiveram seu momento mais violento, com 20 detidos, ônibus queimados, bombas de efeito moral, lixo e vidros espalhados pelas ruas. O jornal destaca ainda que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ordenou uma investigação sobre as manifestações.
A Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo divulgou carta aberta ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ao prefeito Fernando Haddad (PT) na qual classifica a violência como “inadmissível” e critica a Rota. A ONG de Direitos Humanos Conectas disse que “denunciará o caso aos relatores da ONU”.
A Rede Nossa São Paulo espera que o protesto sirva para melhorar o transporte público. “Estamos discutindo esse problema há anos, mas só o que vemos é a Prefeitura e o governo estadual gastando milhões em pontes e túneis para carros”, diz o coordenador de Democracia Participativa da Rede, Maurício Piragino.
Marcelo Furtado, diretor executivo do Greenpeace, também vê uma oportunidade real de conseguir mudanças nos transportes. “A tarifa foi apenas o estopim de uma demanda reprimida, que é a necessidade de um transporte coletivo melhor.”
No próximo ato, marcado para segunda-feira, 17, no Largo da Batata, além de criticar o aumento da passagem, os jovens também se posicionarão pelo direito de manifestação e contra a repressão policial. Até a noite de sexta-feira, 14, 122 mil internautas já haviam confirmado participação no protesto.
O comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, admitiu que não sabe “que dimensão e qual magnitude terá a próxima manifestação”. Mas afirmou que manterá a Tropa de Choque como uma “reserva estratégica” para atuar no protesto.
Pro bono
Um grupo de advogados criou um movimento no Facebook para angariar profissionais que possam atuar, pro bono, para entrar com habeas corpus em favor de manifestantes presos nos protestos. Até as 20h desta sexta-feira, 14,, mais de 3 mil advogados e estudantes de Direito já haviam se colocado à disposição das ações.
Os protestos nas ruas do País, que incluem de manifestações por tarifa zero a queixas contra a Copa-14, chamaram a atenção da mídia internacional. Com foco na discussão política e econômica, há uma clara dúvida sobre a motivação dos participantes.
“Dilma ya tiene sus indignados”, destacou o jornal espanhol El País. A análise de Juan Arias assinala que não se trata de uma marcha contra a corrupção política ou a impunidade, mas de uma nova forma de manifestação. O diário espanhol procura medir “o risco de aumentar uma tarifa em 20 centavos” e levanta a hipótese de que os protestos tenham relação com a necessidade das pessoas de se tornarem “protagonistas” do crescimento do País, forjando um futuro menos desigual.
As imagens da manifestação em São Paulo se tornaram um fenômeno. Entre as notícias e imagens internacionais mais compartilhadas do francês Le Monde estavam as do protesto na capital paulista. As cenas de violência policial ganharam os sites e os jornais das grandes redes, como a CNN, e mereceram destaque até em diários políticos, como o inglês Financial Times e o americano The Wall Street Journal. Já a rede BBC destacou uma frase do governador Geraldo Alckmin, ressaltando que a ação dos policiais foi “profissional”.
Papa e Copa. Mas a maior parte dos diários, em papel e em suas versões eletrônicas, preferiu não avançar sobre a motivação das manifestações. A maioria destacou, ao lado das imagens de confronto em São Paulo, o protesto contra a tarifa no Rio – sempre citando o fato de que a capital fluminense receberá neste mês a Copa das Confederações da Fifa e, em 2014, a Copa do Mundo.
O Clarín, da Argentina, por exemplo, destacou que São Paulo teve outra noite de “protestos e violência”, com mais de 240 detidos e dezenas de feridos. O diário informou que “o governo da presidente Dilma Rousseff ofereceu ajuda à polícia de São Paulo por meio do ministro de Justiça, José Eduardo Cardozo”. Por sua vez, o La Nación informou que “a polícia enfrentou com violência milhares de jovens que protestavam contra o aumento das tarifas de transporte, em meio a correria, gás lacrimogêneo, lixo queimado, balas de borracha e uma chuva de pedras”.
Já o jornal uruguaio El País publicou em seu site que a cidade de São Paulo viveu uma “batalha campal” em suas ruas. Na internet, o periódico também frisou a proximidade de grandes eventos. “Os protestos ocorrem quando o Brasil se prepara para a visita do papa Francisco, no mês que vem.”
A mobilização iniciada em torno do aumento da tarifa de ônibus ultrapassou as fronteiras do Brasil. Dezenas de manifestações estão sendo organizadas em outros países, em apoio aos protestos realizados em São Paulo, principalmente depois do ato de quinta-feira, 13, marcado pela ação violenta da Polícia Militar. Há eventos marcados pelo Facebook em pelo menos 27 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.
A organização dos atos é comandada por brasileiros que moram fora e muitos já têm a confirmação online de milhares de pessoas, como é o caso do ato organizado em Dublin, na Irlanda. Marcado para as 13 horas de domingo, 16, o evento tinha, até as 22h50 de sexta-feira, 14, a confirmação de 1.353 pessoas. “Não podemos ficar parados enquanto o Brasil está em luta. Em apoio a todos os brasileiros, vamos sair do Facebook e fazer uma marcha aqui em Dublin”, anota o descritivo do evento.
Uma das organizadoras, a catarinense Andréa Cordeiro, de 32 anos, diz que tem acompanhado as manifestações no Brasil com atenção. “Ficamos chocados com as ações da polícia. É uma junção de coisas: não só o aumento de uma passagem, mas todo um sistema falho”, diz ela sobre os motivos da convocação. Andréa morou em São
Paulo por 22 anos e passa uma temporada em Dublin para aperfeiçoar o inglês.
Essa não é a primeira vez que ela se envolve em manifestações na Irlanda sobre temas polêmicos do País. “Organizamos o movimento contra o (deputado Marco) Feliciano. O cartaz era: não estamos no Brasil, mas Feliciano não nos representa.” O protesto começará no Monumento da Luz e seguirá até o Brazilian Day.
Participantes já planejam carregar cartazes e se vestirem com as cores da bandeira.
Muitas das manifestações convocadas pela rede social estão ligadas ao evento chamado Democracia Não Tem Fronteiras. Em geral, os atos estão marcados para terça-feira, dia 18. Além de Dublin, cidades como Paris (França) Madri (Espanha), Bruxelas (Bélgica), Vancouver (Canadá) e Buenos Aires (Argentina) tiveram atos agendados.
Na Alemanha, das quatro cidades onde estão agendadas manifestações, a maior é a de Berlim. Até sexta-feira, 14, havia 1.206 confirmações. A chamada para o evento compara os acontecimentos de São Paulo com a revolta ocorrida na Turquia.
Fonte: Yahoo e Terra