Um estudo realizado na Grã-Bretanha provou que o ronco pode ser
reduzido ou mesmo eliminado com exercícios de canto.

Durante três meses, 60 pacientes participantes dos testes clínicos no
hospital Royal Devon and Exeter, na cidade de Exeter (sudoeste da Inglaterra)
fizeram os exercícios para melhorar a tonificação dos músculos da garganta
desenvolvidos por uma professora de canto local, Alise Ojay, especificamente
para pessoas que roncam.

“Foi um teste consideravelmente grande, tivemos 60 pessoas com roncos simples
e outros 60 com apneia do sono. A metade deles estava nos grupos de controle
onde não fizeram nada, enquanto os outros fizeram os exercícios”, explicou Ojay
à BBC.

Segundo ela, pacientes que fazem estes exercícios de voz, pronunciando os
sons “ung” e “gar” juntos e em tons diferentes conseguiram diminuir e até acabar
com o ronco.

A diretora de coral afirmou à BBC que os exercícios precisam ser feitos
diariamente, durante três meses, para o paciente conseguir alguma melhora. Estes
exercícios diários são realizados durante 12 minutos no primeiro mês e 18
minutos nos meses seguintes.

Academia

Depois de anos de estudo e testes com voluntários que roncavam, os estudiosos
descobriram que os exercícios vocais funcionam para as pessoas que sofrem de uma
forma simples do problema e aquelas com apneia do sono suave ou moderada.

Ouça os exercícios de canto para diminuir o ronco

Sons devem ser praticados de forma repetitiva para
fortalecer músculos da garganta.

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Existem diferentes causas para o ronco. Mas, de acordo com Ojay, a maioria
dos que começam a roncar com o passar do tempo, como parte do processo de
envelhecimento, o fazem devido à falta de tônus muscular na garganta.

“Quando se deitam para dormir, os tecidos obstruem a garganta, a respiração é
mais turbulenta e forçada. É quando qualquer tecido solto começa a vibrar”,
disse a especialista.

“E estes exercícios foram elaborados especificamente para as pessoas que
roncam porque os músculos da garganta ficaram flácidos”, acrescentou.

A diretora de coral gravou um CD com os exercícios para tonificar a garganta
que, segundo ela, são diferentes do que simplesmente o ato de cantar.

“Trabalho com sons que soam vigorosamente e movimentos fortes e repetitivos
no músculo importante para a pessoa que ronca”, afirmou.

Ojay acrescenta que estes exercícios são como ir à academia para trabalhar
uma área específica de músculos, de uma forma repetitiva.

Muitas vezes, ao se tratar de doenças do sono, é difícil saber qual profissional procurar. Com mais de 80 distúrbios catalogados, pneumologistas, otorrinolaringologistas, neurologistas e psiquiatras podem ser especialistas no assunto. Quando os casos apontam para ronco ou apneia obstrutiva do sono (AOS) – em que a pessoa tem a respiração obstruída por alguns segundos enquanto está dormindo – pode ser necessária uma equipe multidisciplinar no tratamento.

Para o médico Geraldo Lorenzi Filho, coordenador do Núcleo Interdisciplinar da Ciência do Sono, em São Paulo, alguns distúrbios podem ser controlados com a ajuda de um cirurgião-dentista. O profissional capacitado para interpretar uma polissonografia, pode identificar e prevenir ronco comum, bruxismo, e apneia. “Trata-se de um problema extremamente comum, sabemos que um terço da população adulta sofre de apneia”, diz Lorenzi.

Isso ocorre pois, além de alguns hábitos predisporem o ronco – sobrepeso, idade avançada, álcool, remédios para dormir, desvio de septo, entre outros –, a espécie humana tem maxila e mandíbula pequenas em relação à maioria dos mamíferos. Assim, ao dormir, a musculatura relaxa e pode ocorrer a obstrução da garganta, o que causa a apneia. “Nos casos leves a moderados, o cirurgião-dentista pode atuar de forma importante através da orientação do uso de placas de avanço mandibular durante a noite, resolvendo o problema na maioria dos casos”, explica o médico.

Artur Cerri, coordenador da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD, diz que a participação do cirurgião-dentista como integrante de uma equipe multidisciplinar no tratamento do ronco e da apneia do sono leve a moderada é fundamental. Para capacitar esses profissionais, a APCD oferece o curso “Tratamento do ronco e apneia do sono pelo dentista”. Segundo o coordenador, Sergio José Nunes, o profissional da Odontologia pode reconhecer os pacientes que estão em risco de apresentar distúrbios do sono, realizar exames físicos que facilitam o diagnóstico e conhecer as formas mais atuais de tratar o problema. “O cirurgião-dentista tem uma visão privilegiada da garganta do paciente, devendo, portanto, estar atento ao problema”, diz Nunes.

Fonte: Terra

Você está dormindo o
suficiente?

Você demora
mais de 30 minutos para adormecer à noite? Ou acorda frequentemente no meio da
noite e tem dificuldade para voltar a dormir? De manhã, sente muito cansaço e
preguiça? Você sente sono durante o dia, particularmente em situações
monótonas?

Se você
respondeu “sim” a qualquer uma das perguntas acima, você pode estar dormindo
menos que o necessário, e isso pode estar afetando sua vida sem que você nem ao
menos perceba. E você não está só. Um pesquisa realizada recentemente nos
Estados Unidos pelo instituto Gallup mostrou que metade dos adultos
norte-americanos têm problemas para dormir. A verdade, porém, é que poucos
reconhecem a importância de um descanso adequado, ou têm conhecimento de que
hoje em dia existem métodos eficazes para prevenir e controlar a
insônia.


Por que o sono é
tão necessário?

O sono não
é simplesmente um intervalo em nossas vidas tão cheias de afazeres. Ele é
essencial para nossa saúde física e emocional.

Fisicamente, o sono adequado ajuda o corpo a se recuperar de
doenças e ferimentos. Uma comissão de especialistas dos Estados Unidos disse que
distúrbios do sono podem ser uma significativa barreira para a recuperação,
podendo até exacerbar a doença primária.

Mas os
benefícios emocionais e mentais do sono são também significativos. Uma pesquisa
epidemiológica descobriu que as pessoas com insônia crônica eram mais propensas
a desenvolver vários tipos de problemas psiquiátricos, e tinham maiores
probabilidades de precisar de serviços de saúde que as pessoas com sono
normal.

Até mesmo
distúrbios ocasionais do sono podem tornar a vida diária mais estressante, ou
diminuir sua produtividade. Na pesquisa Gallup citada acima, as pessoas que
dizeram não ter dificuldades para dormir relataram também maior capacidade em
concentrar-se, cumprir tarefas pessoais e profissionais, e superar irritações
passageiras. Em contraste, a falta de sono pode diminuir a habilidade de
realizar tarefas que envolvam memória, aprendizado, raciocínio lógico e cálculos
matemáticos. Isso pode contribuir para dificultar o relacionamento com parentes,
amigos e colegas de trabalho, sem falar que erros e falta de empenho no trabalho
podem comprometer até mesmo o emprego.

De fato, a falta de sono é apontada como um
dos fatores que podem prever o absenteísmo, custando cerca de 150 bilhões de
dólares à economia norte-americana a cada ano, segundo estimativas
conservadoras. O sono insuficiente também pode ser perigoso, e causar acidentes
sérios ou mesmo fatais. A Administração Nacional de Segurança no Tráfego dos
Estados Unidos diz que mais de 200 mil acidentes de trânsito a cada ano estão
relacionados à fadiga.

Quanto se deve dormir?

A
necessidade de sono varia. Em geral, adultos saudáveis necessitam em média de
sete a nove horas de sono por noite. Há quem se sinta novo em folha depois de
dormir cinco ou seis horas. Há gente, por outro lado, que não consegue funcionar
se não dormir pelo menos 10 horas seguidas. E, ao contrário do que geralmente se
pensa, a necessidade de sono não diminui com a idade (O que acontece é que a
capacidade de dormir bem pode diminuir).

Assim sendo, como saber quanto tempo de sono
você realmente precisa? Se você tem dificuldade em permanecer alerta durante
situações monótonas ou maçantes, quando a fadiga é normalmente “desmascarada”,
você provavelmente não está desfrutando de tempo suficiente de sono de boa
qualidade. Outros sinais são a tendência a se irritar muito facilmente como
colegas de trabalho, familiares e amigos, e dificuldade em concentrar ou lembrar
fatos.

Sono é tudo igual?

Pode ser
surpreendente descobrir que durante as horas em que parece que você se “apaga”
totalmente, muita coisa está acontecendo. As pessoas com sono normal apresentam
uma “arquitetura de sono” relativamente previsível. “Arquitetura de sono” é o
termo usado para descrever um padrão alternante entre sono REM (da sigla em
inglês para “movimento rápido dos olhos”) e não-REM.

O sono REM
é quando você sonha, e é caracterizado por um alto nível de atividade. De fato,
seu batimento cardíaco, pressão sanguínea e respiração são semelhantes ao que
você experimenta quando não está dormindo. Além disso, acredita-se que as
lembranças são consolidadas durante este estágio do sono.

Já durante
os estágios mais profundos do sono não-REM, os batimentos cardíacos e a
frequência respiratória diminuem e a pressão sanguínea se reduz. Esses estágios
do sono são, ao que tudo indica, os que restauram a capacidade física do
corpo.

Os cientistas definem o melhor sono como
aquele que tem a mistura certa de REM e não-REM, permitindo que você se sinta
com o máximo de energia física e mental.

Quais são os maiores “ladrões de
sono”?
 

Fatores
psicológicos
O estresse é
considerado por muitos especialistas como a causa número  um de dificuldades
passageiras do sono. É muito comum a apresentação de dificuldades para dormir
quando a pessoa está passando por dificuldades na escola ou no trabalho, quando
tem um problema no casamento ou em outro relacionamento pessoal, ou quando há
alguém seriamente doente na família, por exemplo. Normalmente, quando o problema
desaparece ou diminui, o sono retorna. De qualquer modo, se os distúrbios
passageiros do sono não forem tratados da maneira correta desde o início, podem
durar muito mais do que o problema que os originou.

É por isso que é aconselhável falar com um
médico sobre qualquer dificuldade para dormir que seja recorrente ou persista
por mais de uma semana. Profissionais de saúde podem ajudar você a tomar as
primeiras medidas para controlar ou prevenir a insônia. E como a insônia também
pode ser um sintoma de depressão, a avaliação do médico é
essencial.

Hábitos
nocivos

Sem
perceber, você pode estar fazendo coisas durante o dia ou a noite que prejudicam
sua capacidade de dormir bem. Por exemplo: tomar bebidas alcoólicas ou que
contenham cafeína no fim da tarde ou à noite; praticar exercícios físicos antes
de deitar; não ter uma hora certa para deitar ou despertar; e trabalhar ou
realizar atividades que exijam muito do cérebro bem antes de deitar, ou até na
própria cama.

Trabalho em
turnos

Se o seu emprego exige que você trabalhe em
turnos variados, dormir bem pode ser particularmente difícil. Trabalhar em
turnos diferentes do normal fazem com que você tente dormir quando existem
muitas atividades acontecendo ao seu redor, e quando seu “relógio biológico” diz
que você deveria estar em pé. Um estudo mostrou que os trabalhadores em turnos
são de duas a cinco vezes mais propensos a dormir durante o trabalho que os
trabalhadores com horários regulares durante o dia.

“Jet
Lag”

Outro ladrão de sono é o “jet leg”, uma
dificuldade em dormir causada por viagens através de várias zonas horárias. O
problema é que seus ritmos biológicos saem de sincronismo.

Interferências ambientais

Um ambiente de dormir cheio de distrações, como um
quarto muito frio ou muito quente, com muitos ruídos ou com muita luz pode ser
uma barreira para um sono reparador. Outras influências às quais se deve ter
atenção são o conforto e o tamanho de sua cama e os hábitos de quem dorme ao seu
lado, no caso de camas de casal. Ter que dormir ao lado de quem ronca, não
consegue pegar no sono, acorda a toda hora ou apresenta outros distúrbios do
sono se torna rapidamente um problema para ambas as pessoas. Ajude seu
parceiro(a) a conseguir ajuda profissional o quanto antes.

Fatores físicos

Um grande número de problemas físicos pode interferir
com a habilidade de pegar no sono e dormir bem. Por exemplo, a artrite e outras
condições que causam dor ou desconforto podem tornar difícil um bom sono; o
mesmo acontece com distúrbios respiratórios como asma ou apnéia (na qual o ar é
obstruido repetidamente ao longo da noite). Variações hormonais, inclusive
aquelas causadas por tensão pré-menstrual (TPM) ou menopausa, podem perturbar o
descanso noturno. Da mesma forma, a gravidez – especialmente durante o terceiro
trimestre – pode tornar mais difícil o sono.

Medicamentos

Além dos fatores citados acima, é bom lembrar que
certos medicamentos, tais como esteróides e remédios para pressão alta, asma ou
depressão podem causar dificuldades para dormir como efeitos
colaterais.

Quem tem mais dificuldades para dormir?

Praticamente todo mundo sofre pelo menos uma noite de
sono difícil de vez em quando. Mas, como a lista de “ladrões do sono” sugere, há
certas pessoas que são particularmente vulneráveis. Por exemplo: estudantes,
trabalhadores em turnos variáveis, viajantes e pessoas que sofrem de estresse
agudo, depressão ou dores crônicas.

Além disso, estima-se que 40% ou mais das mulheres
experimentem distúrbios do sono, enquanto entre os homens o índice é de 30%.
Essa maior incidência de distúrbios do sono pode ser atribuída às variações
hormonais que acompanham a menstruação, a gravidez e a menopausa. E, ainda, às
pressões que as mulheres sofrem quando precisam trabalhar fora e ao mesmo tempo
cuidar da família e da limpeza da casa.

As pessoas mais velhas frequentemente têm
dificuldades para dormir. Apesar de mais da metade das pessoas acima de 65 anos
de idade relatarem algum grau de dificuldade para dormir, o repouso inadequado
não é parte inevitável do processo de envelhecimento. É verdade que mudanças no
“relógio biológico” ao longo dos anos faz com que as pessoas mais velhas sintam
sono antes, acordem mais vezes durante a noite, tenham sono menos profundo e
despertem mais cedo. Mas a necessidade total de sono do organismo não muda.
Alguns dos “ladrões de sono” mais comuns entre as pessoas idosas são as mudanças
na rotina diária e na qualidade de vida por causa da aposentadoria ou da morte
do cônjuge, a alta incidência de problemas médicos, e o maior uso de
medicamentos.

O segredo de um bom sono

Uma visita ao médico pode ser o primeiro passo. É
preciso verificar se não há problemas de saúde que estejam contribuindo ou
causando o distúrbio do sono.

Em muitos casos, o médico pode recomendar mudanças no
estilo de vida para ajudar a promover um sono mais reparador. É preciso ter
sempre em mente que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para
outra. Descubra o que funciona melhor para você. De qualquer modo, algumas
sugestões são válidas para todos:

·   Evite cafeína,
nicotina e álcool no fim da tarde e à noite. A cafeína e a nicotina podem
retardar seu sono, e o álcool pode interromper seu sono no meio da noite.

·   Pratique exercícios
regularmente, mas pelo menos três horas antes de deitar. Caso contrário, seu
corpo não vai ter tempo suficiente para relaxar.

·  Se você tem dificuldade
para pegar no sono à noite, não cochile durante o dia.

·   Estabeleça uma rotina
regular e relaxante para a hora de deitar. Isso vai permitir sinalizar ao seu
cérebro que é hora de dormir. Em geral, tente reservar de sete a oito horas de
sono, e siga a rotina da forma mais constante possível. Mesmo nos finais de
semana.

·   Sua cama não deve ser
usada para nada que não seja sono ou sexo. A cama deve estar associada com o ato
de dormir.

·   Se você não conseguir
pegar no sono em 30 minutos, não fique virando na cama. Levante e encontre
alguma atividade relaxante, como ouvir música suave ou ler um bom livro até
sentir sono. Lembre: tente limpar a mente, não use esse tempo para tentar
solucionar seus problemas.

Quando procurar ajuda?

Se os problemas de sono persistirem por mais de uma
semana, ou se a falta de sono estiver interferindo nas suas atividades durante o
dia, você pode precisar de ajuda profissional. Para que a consulta seja a melhor
possível, vale à pena manter um diário de seu sono durante uns 10 dias, para
identificar quanto tempo de sono você está conseguindo durante um certo período
de tempo, e o que você está fazendo para talvez causar o problema. Um diário
pode ajudar o médico a entender melhor o seu problema.

Mudar seu estilo de vida pode não ser suficiente.
Para proporcionar alívio a curto prazo e ajudar a quebrar o ciclo da falta de
sono que pode levar à ansiedade e à depressão, um medicamento pode ajudar
enquanto as mudanças de comportamento não fazem efeito. Na maioria dos casos, a
medicação deve ser usada somente até que o fator principal do distúrbio esteja
controlado, ou até as mudanças no estilo de vida poderem fazer efeito –
normalmente por volta de duas semanas.

Muita gente toma medicamentos para dormir sem receita
médica. Nesse caso, é bom avisar ao médico que tipo de remédio está sendo
tomado.

A verdade é que um sono adequado é tão essencial para
a boa saúde e para um desempenho adequado no dia-a-dia quanto o exercício e a
boa nutrição. Se você não está dormindo o suficiente, procure ajuda. Seu corpo
merece.

Fonte: National
Sleep Foundation, BBC