Depois de cerca de 15 horas fechada por conta de um protesto organizado por caminhoneiros, a rodovia Castello Branco foi liberada na noite desta segunda-feira. Segundo a concessionária que administra a via, a pista foi bloqueada por volta das 6h e liberada somente às 20h20. A Força Tática da Polícia Militar foi chamada para desobstruir a rodovia. A Polícia Militar não informou se houve confronto.
De acordo com a administradora da pista, os caminhoneiros fecharam a via, que ficou com apenas uma faixa liberada durante o bloqueio, na altura do quilômetro 30. O trânsito ficou congestionado do quilômetro 13 ao 16, no sentido interior e do 24 ao 30 no sentido capital.
Segundo a empresa, logo após a desobstrução da Castello, um grupo de pessoas interditou o trânsito na rodovia Raposo Tavares, na altura do quilômetro 100, na cidade de Sorocaba. A pista também é administrada pela mesma empresa. O trânsito foi liberado na via por volta das 22h e o trânsito já está normalizado.
Na rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), que liga Campinas a Mogi Guaçu, por mais de 14 horas manifestantes fizeram um protesto na praça de pedágio do quilômetro 135. As duas pistas da via ficaram interditadas até as 19h40, quando, depois de cerca de 14 horas, a pista foi liberada, após ação da Tropa de Choque da Polícia Militar. Esse é o segundo protesto organizado pelo grupo no local.
Segundo a concessionária que administra a via, manifestantes tentaram incendiar uma das cabines e atearam fogo a cones e placas de sinalização. O grupo não conseguiu incendiar o local, porque foi contido pela Polícia Militar.
Um grupo de representantes dos manifestantes foi recebido na sede da concessionária. As demandas serão repassadas pela empresa à Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
A rodovia Anhanguera, que liga a capital paulista ao interior do Estado, também foi interditada nesta segunda-feira, em dois pontos, por conta de protestos. De acordo com a concessionária da via, a pista sentido interior foi interditada na altura do quilômetro 58, em Jundiaí, às 20h15 e só foi liberada às 21h55. De acordo com a empresa, não houve registro de confronto no local.
Também na rodovia Anchieta, no quilômetro 125, uma manifestação na cidade de Americana bloqueou o trânsito na pista, no sentido interior. Segundo a administradora da via, manifestantes chegaram a atear fogo em pneus e a Tropa de Choque da Polícia Militar foi chamada para desobstruir a pista. A Polícia Militar não informou se a força agiu no local e se houve confronto.
Na via Anchieta, caminhoneiros interditaram duas faixas da pista sentido litoral, na altura do quilômetro 23 e reclamavam da postura do governo paulista em cobrar pedágios de caminhões por eixos, inclusive os que estiverem suspensos. A via foi desobstruída por volta das 20h. A polícia não informou se houve confronto.
Domênico Rangoni segue interditada
A Rodovia Cônego Domênico Rangoni, parte do Sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a capital à Baixada Santista, continuava interditada em ambos os sentidos até as 22h20 de hoje. A via está bloqueada desde a manhã por uma manifestação de caminhoneiros que contestam a decisão do governo estadual de cobrar pedágio dos caminhões por eixos, mesmo quando passam pela praça de pedágio com os eixos suspensos. Por causa da manifestação a via Anchieta apresenta lentidão na chegada a Santos.
Os manifestantes atearam fogo em pneus no início da tarde na avenida Engenheiro Augusto Barata, no bairro Alemoa, em Santos, perto do Porto de Santos, segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o terminal portuário. A Codesp informou à Agência Brasil que o protesto não prejudica as atividades no porto.
Os caminhoneiros autônomos reivindicam ainda a redução de 50% na tarifa do pedágio no período noturno e a diminuição de 25% no preço do óleo diesel.
De acordo com balanço mais recente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), caminhoneiros interditaram, parcialmente ou completamente, 22 rodovias federais em seis Estados nesta segunda-feira. Minas Gerais é o Estado mais afetado, com 12 rodovias interditadas. A BR-381, na cidade de Betim, foi interditada totalmente, nos dois sentidos.
A BR-392, no município de Santa Maria (RS), também sofre interrupção total do tráfego. Conforme a PRF, são 80 caminhoneiros que, desde as 15h, bloqueiam a pista. Além de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com duas manifestações no total, caminhoneiros ocupam rodovias na Bahia (três), no Espírito Santo (quatro), em Mato Grosso (uma) e no Pará (uma). Com exceção das rodovias em Betim e Santa Maria, não há bloqueio total da pista.
A Advocacia-Geral da União (AGU) aguarda informações da PRF sobre as recentes manifestações de caminhoneiros para decidir sobre ações judiciais. Ontem, a Justiça Federal no Rio de Janeiro deu liminar proibindo a paralisação do tráfego nas rodovias federais.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
Fonte: Yahoo
Pouco mais de 24 horas depois de anunciar uma proposta de plebiscito para convocar uma Assembleia Constituinte para a reforma política, o governo federal desistiu da ideia – criticada por muitos juristas – e defende agora que a população seja consultada diretamente sobre temas específicos da reforma. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que tem trânsito no gabinete presidencial, não há tempo hábil nem convergência política para a convocação de uma constituinte.
“Não temos tempo hábil para realizarmos uma Constituinte”, afirmou o ministro, ponderando que apesar de haver apoio de parte dos juristas, a ideia provocou uma “polêmica constitucional”. “A Câmara se manifestou contrária. (…) A convergência possível é o plebiscito”, acrescentou o ministro.
As questões a serem levadas a público ainda serão desenvolvidas, mas Mercadante adianta que o eleitorado será questionado especificamente sobre financiamento público de campanha e representação política. “O que nós queremos é fazer uma reforma política com participação popular”, disse o ministro.
O ministro alegou ainda que os movimentos sociais também vêm sendo ouvidos pela presidente. Ele explicou também que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá ser consultado para verificar qual data no horizonte mais curto de tempo é possível para o procedimento de consulta.
Na avaliação do governo, há três maneiras de se fazer uma reforma política. A primeira é a tramitação no Legislativo, na qual segundo o próprio Mercadante, “muitas tentativas fracassaram nos últimos anos”. A outra proposta seria a da Assembleia Constituinte, que sofreu rejeição até da Presidência da Câmara dos Deputados. Restou apenas a proposta de plebiscito, que deverá ser encampada pelo Palácio do Planalto a partir de agora.
Após reunião no Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a presidente Dilma Rousseff recebeu bem as sugestões dadas pelo parlamentar para atender às demandas da sociedade, que se tornaram motivo para inúmeras manifestações em todo o País. Em pronunciamento na tarde desta terça-feira no Senado, Renan sugeriu que os recursos dos royalties destinados para a educação também banquem o passe livre universal – proposta que agradou a presidente, segundo o senador.
“Eu fiz um apelo para que ela ajudasse na aprovação do passe livre porque isso é muito importante, com uma clara definição da fonte. É muito importante que possamos atender o estudante, com matrícula e frequência comprovada. Ela ficou de estudar essa questão, mas desde já elogiou proposta, porque é a primeira que acontece uma coisa sem impacto fiscal considerável, porque a despesa será sustentada pelos royalties do petróleo”, afirmou Renan.
Segundo o presidente do Senado, a presidente não falou sobre a possível convocação de uma assembleia constituinte para a elaboração de uma reforma política, mas falou sobre a realização de um plebiscito.
“Ela ficou de mandar a proposta de convocação do plebiscito. Eu pedi como, aliás, pedi no discurso do Senado, que ela pormenorizasse a reforma. Porque eu acho que a reforma estará diretamente ligada a essa definição clara do que ela deve ser, do que vai orientar, sem dúvida, o plebiscito. Ela vai pedir a convocação, vai indicar a abrangência da reforma, e vai continuar ouvindo as pessoas. Vai ouvir os líderes da oposição, foi um pedido que eu levei a partir das reuniões que tivemos hoje”, afirmou.
Já o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que também participou da reunião, disse que o plebiscito será alvo de uma campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que vai esclarecer a população. “Seriam as questões polêmicas da reforma política, as questões pontuais mais importantes para que o povo se manifeste sobre elas. Haveria uma campanha pelo TSE esclarecedora e, após a manifestação popular, nós traríamos a esta casa e elaboraríamos rapidamente um projeto de reforma política. Dilma não só concordou como apoiou”, disse.
Pelo lado do Executivo, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que também participou do encontro, disse que seria irresponsável aprovar o passe livre “sem fazer conta e sem estudar com seriedade”. “Não houve compromisso prévio do governo em função do primeiro item do pacto, que é a responsabilidade fiscal, especialmente na crise que estamos atravessando”, alegou o ministro.
Nas contas do Ministério da Educação, há hoje 70 milhões de estudantes segundo o censo educacional. “Nós temos de verificar objetivamente qual o público vai ser atingido, se vai ter recorte de renda, como é que é esse financiamento, quais são os recursos disponíveis”, argumentou Mercadante.
O ministro da Educação minimizou as alfinetadas de Renan ao defender o passe livre. Para ele trata-se da relação entre os Poderes. “O Legislativo recebe demandas da sociedade e as encaminha através de projeto de lei. Agora, o Executivo tem a responsabilidade de governar. E não há recursos no Orçamento neste ano para proposta desta natureza”, afirmou.
Ao menos 53 protestos devem ocorrer entre 25 e domingo (30/6/13), em diversas cidades de vários Estados do País. As manifestações ocorrem por variados motivos; desde a derrubada da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, em uma campanha nacional, à redução da maioridade penal, agendada para o próximo dia 29, em São Paulo.
A maioria dos protestos ocorre entre esta terça e quarta-feira. Cada dia tem ao menos 19 protestos agendados. Sexta-feira, com três manifestações já acertadas, é o dia com o menor número de atos.
Além da campanha em diversas cidades contra a PEC 37, o presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), também é alvo de manifestações em municípios como Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, entre outras, em outra ação conjunta de manifestantes.
Veja abaixo a lista de cidades onde estão agendados protestos esta semana
(25/06)
Piracicaba (SP) – 17h
Ribeirão Preto (SP) – 17h
Rio Claro (SP) – 17h
Santos (SP) – 17h
São Carlos (SP) – 12h
São José dos Campos (SP) – a definir
Sumaré (SP) – 17h
Ouro Branco (MG) – 16h
Blumenau (SC) – 18h
Florianópolis (SC) – 16h
Ilha do Governador (RJ) – 17h
Niterói (RJ) – 17h
Teixeira de Freitas (BA) – 15h
Aracaju – 16h
Goiânia (GO) – 8h30
Campo Grande (MS) – 9h
Jundiaí (SP) – 18h
Caxias do Sul (RS) -18h30
Santa Rosa (RS) – 18h
Quarta- feira (26/06)
Brasília – 14h
Vitória -18h
Belém – 17h
Recife – 14h
Manaus – 16h
Teresina – 16h
Maceió – 8h
Rio Branco -17h
Cuiabá – 17h30
Araraquara (SP) – 17h
Ouro Preto (MG) – 17h
Passos (MG) – 17h
Pelotas (RS) – 17h
Porto Alegre – 12h
Florianópolis – 12h
Sorocaba (SP) – 12h
São Paulo – 17h
Rio de Janeiro – -17h30
Curitiba – 18h
Quinta-feira (27/06)
Salvador – 14h
Fortaleza – 12h
Porto Alegre – 18h
Sexta-feira (28/06)
Planaltina (DF) – 14h
São Sebastião (DF) – 8h
Sábado (29/06)
Brasília – 14h
São Paulo – a definir
João Pessoa – 15h30
Porto Alegre – 15h
Pelotas (RS) – a definir
Campinas (SP) – a definir
Domingo (30/06)
Brasília – 9h
Campinas (SP) – 9h30
Fortaleza – 9h
Goiânia – 9h
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
Após vários de seus porta-vozes terem anunciado a suspensão dos protestos em São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL) declarou, em 24/6/13, apoio à manifestação do Grupo Periferia Ativa “Comunidade em Luta”, previsto para ocorrer em 26/6/13. O evento terá concentração a partir das 7h em dois pontos distintos, na estação Capão Redondo do Metrô e no largo do Campo Limpo.
No texto divulgado em seu perfil no Facebook, o MPL São Paulo defende a desmilitarização da polícia, melhorias na saúde e na educação, controle sobre o valor dos alugueis, tarifa zero para o transporte público e a redução do custo de vida.
Na tarde deste domingo, o MPL realiza três reuniões abertas na capital paulista para informar como funciona o movimento e responder a questões sobre o que é o grupo, como se organiza, quando surgiu, como trabalha e o que defende. Também serão discutidos o sistema de transporte, os aumentos e a tarifa zero.
As três atividades ocorrem simultaneamente às 14h na Quadra dos Metroviários (rua Serra do Japi, 31, próximo ao metrô Tatuapé), na subsede Santo Amaro do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) – rua Cerqueira Cesar, 480, próximo ao metrô Largo Treze -, e no Espaço Contraponto (rua Medeiros de Albuquerque, 55, perto do metrô Sumaré).
Ao menos 12 cidades em 9 Estados têm protestos confirmados nas redes sociais para acontecer neste fim de semana, incluindo seis capitais.
A maioria dos atos é contra a corrupção e a PEC-37, que retira a atribuição da Promotoria de investigar, ainda que a votação da emenda tenha sido adiada.
Cerca de 800 pessoas, de acordo com a organização, protestam na avenida Celso Garcia, na zona leste de São Paulo. São trabalhadores da rede conveniada da prefeitura –composta por creches, abrigos e outras coisas– que pedem reajuste salarial de 15%.
Em Goiânia (GO) já teve início o ato com 200 pessoas contra a emenda constitucional. Em Mossoró (RN), segunda maior cidade do Estado, 2 mil pessoas protestaram pela manhã contra a insegurança.
Grande parte inclui na pauta reivindicações por melhorias nos serviços públicos, como saúde e educação.
As maiores mobilizações devem ocorrer hoje, em São Paulo, com concentração na avenida Paulista, e amanhã, no Rio de Janeiro, no posto 4 da praia de Copacabana.
Nenhum dos atos é organizado pelo Movimento Passe Livre, ainda que o grupo tenha recuado da decisão de suspender manifestações.
ATÉ O MOMENTO – cronograma dos protestos em 22 e 23/6/13
Protestos voltaram a tomar as ruas de pelo menos 12 capitais e 65 cidades do interior do país ontem. Atos de vandalismo, depredação a prédios públicos e confrontos entre manifestantes e policiais também foram registrados novamente em alguns locais.
Editoria de arte/Folhapress |
Em São Paulo e no interior do Estado, o principal foco dos manifestantes foi as rodovias. Em Registro (SP), a rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, foi bloqueada. Houve congestionamento nos dois sentidos da via.
Também foram fechadas as rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Anhanguera, Fernão Dias, Via Dutra e Imigrantes, em diferentes pontos e municípios. Em todas, motoristas enfrentaram transtornos.
Houve problemas ainda nas rodovias do Rio Grande do Sul, um dia após violentos confrontos em Porto Alegre.
Manifestantes da região metropolitana fecharam as duas principais estradas que dão acesso à capital gaúcha. A BR-290, que liga a cidade ao sul do Estado, foi totalmente bloqueada no fim da tarde no município de Eldorado do Sul e em um acesso a Cachoeirinha.
A BR-116 foi fechada em dois trechos: na cidade de Esteio, a 20 km de Porto Alegre, e em Guaíba.
No interior do RS, manifestantes dispararam rojões em meio a uma passeata em Caixas do Sul nesta noite e um homem acabou detido. A Brigada Militar estimava em ao menos 10 mil o número de pessoas no ato.
Fonte: Folha de São Paulo
Em uma noite onde as manifestações marcadas para acontecer em todo o Brasil teriam clima de festa e comemoração após a diminuição da tarifa do transporte público em vários Estados, o País registrou a primeira morte de um manifestante desde o início dos protestos. Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, um jovem morreu atropelado durante um ato que mobilizou 20 mil pessoas. Marcos Delefrate, 18 anos, foi atingido junto com outras 11 pessoas por uma camionete que avançou na avenida João Fiúsa. Ele chegou a ser socorrido por uma equipe do Samu, mas não resistiu. Algumas das outras vítimas do atropelamento receberam atendimento e estão em estado grave. O condutor do veículo – registrado em nome de uma empresa – fugiu sem prestar socorro. Ainda assim, o tom do início dos protestos de hoje foi pacífico – mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas no País inteiro, mobilizadas contra o aumento das passagens e outras causas.
A situação na cidade do interior paulista contrastou com o cenário da capital, que viu uma manifestação de festa na noite de hoje, após anúncio do prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) da suspensão do aumento da tarifa do transporte público na cidade. O Movimento Passe Livre (MPL), que organizou os protestos, considerou o dia como uma “vitória”. “O MPL deu o exemplo, colocou o povo para participar do processo democrático”, disse o professor Lucas Monteiro, 29 anos, integrante do MPL.
Assim como nos demais atos em São Paulo, o de hoje não conseguiu evitar confusões entre manifestantes contrários à exibição de bandeiras de partidos políticos e militantes de movimentos sociais e de partidos. Um grupo de homens usando toucas ninja para esconder o rosto atacou militantes com socos e pontapés e provocou correria na avenida Paulista. Pelo menos um manifestante foi visto sangrando na cabeça depois do confronto. Dos símbolos em camisetas e bandeiras no grupo “vermelho”, pode-se identificar a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e o Partido dos Trabalhadores (PT), sendo os militantes petistas o “alvo” principal da contrariedade dos “apolíticos”. O MPL se manifestou dizendo que “militantes de extrema direita querem dar ares facistas a esse movimento”.
A marcha pelo centro de São Paulo que reuniu milhares não resultou em vandalismo nem em depredações. Jovens e idosos se juntaram em torno de várias causas. A assistente social Teresa Cristina D’inter, 51 anos, veio acompanhada da mãe, Expedita Carvalho da Costa, 84 anos e da filha, Paula, 16 anos. As três estavam na primeira vez nas manifestações. “Fazia tempo que não se via isso. Hoje está muito bonito, pacífico. São muitos jovens, pessoas de vários tipos”, disse Teresa. “Está lindo. O povo ficou mais de 20 anos parado, sem lutar por nada. Precisa ser assim: sair as ruas, mas pacífico, sem quebrar nada”, afirmou Expedita, destacando que viveu vários períodos históricos do País, como a ascenção e a queda da ditadura militar.
Mesmo com 300 mil nas ruas, Rio repete violência policial
No Rio de Janeiro, onde o aumento da tarifa do transporte público também foi suspenso pela prefeitura e pelo governo do Estado, as mais de 300 mil pessoas que saíram para comemorar e protestar nas ruas na noite de hoje foram surpreendidas pela violência da Polícia Militar. A Tropa de Choque da PM utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que se postava em frente à prefeitura. Pelo menos 35 pessoas foram atendidas no hospital Souza Aguiar vítimas da violência de policiais e vândalos. Fotógrafos do Terra precisaram abandonar a cobertura após ficarem feridos em função de balas de borracha e bombas de efeito moral.
Na fuga da avenida Presidente Vargas, um grupo de 50 pessoas acabou ficando encurralado em frente à sede do Batalhão de Choque, na rua Salvador de Sá. Com as mãos para o alto, os manifestantes pediam para que o Choque parasse de agir. Alguns policiais jogaram spray de pimenta de cima de suas motocicletas em quem caminhava pela rua. Um PM do posto se dirigiu aos policiais do Choque e “negociou” que a tropa não agisse para cima do grupo. O Choque recuou, e o PM foi aplaudido pelos manifestantes. “Vocês podem ficar aqui, desde que não haja violência. Sei que vocês são trabalhadores, e eu também sou”, afirmou o PM identificado como sargento Alves.
Um carro do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) foi incendiado em frente à estação Presidente Vargas do metrô. O veículo estava estacionado e ninguém se feriu. Manifestantes também depredaram uma cabine da PM localizada na região central do Rio.
Dois dias após ‘tomada’ do Congresso, manifestantes quebram Itamaraty
Após subir no prédio do Congresso Nacional na terça-feira e protagonizar o maior feito dos protestos no País, manifestantes de Brasília se reuniram novamente hoje em frente ao parlamento. Desta vez, no entanto, o confronto com policiais foi inevitável. Um grupo quebrou vidros da fachada do Palácio Itamaraty e tentaram invadir o Congresso. Policiais jogaram várias bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão. Manifestantes acenderam fogueiras no gramado, tentaram arrancar mastros das bandeiras dos Estados que ficam em frente ao Congresso e picharam placas com as palavras “ladrões” e “vergonha”. A fachada do Ministério da Saúde também foi pintada.
Segundo balanço do Samu divulgado as 22h, 31 pessoas foram atendidas – 11 precisaram ser encaminhadas para hospitais. Três estão em estado grave: uma com trauma na face, uma com possível traumatismo craniano, com uma bala de borracha alojada no crânio e outra com corte na perna, com possível ruptura de artéria.
Em meio aos protestos, do lado de dentro do Congresso, no plenário do Senado, seis parlamentares debatiam o movimento: Magno Malta (PR-ES), Cristovam Buarque (PDT-DF), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Paulo Paim (PT-RS), Pedro Simon (PMDB-RS) e Pedro Taques (PDT-MT). O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-DF), se reuniu com representantes dos manifestantes que ocupavam o gramado em frente ao Congresso e afirmou que o parlamento continuará aberto para as demandas da população.
Porto Alegre tem violência da polícia, saques e ‘ataque aéreo’
A manifestação que reuniu 12 mil pessoas em Porto Alegre na noite desta quinta-feira ficou marcada por novos confrontos entre policiais e manifestantes, saques e diretórios de partidos depredados. Depois de começar pacífico em frente à prefeitura, o protesto seguiu para a avenida Ipiranga, nas proximidades do prédio de Zero Hora, jornal do grupo RBS, afiliada regional da Globo. Diferente do protesto de segunda-feira, não foram registradas cenas de vandalismo até o primeiro confronto com a polícia. Um grupo mais radical jogou pedras em policiais, que reagiram. A multidão que protestava junto, a grande maioria pacífica, acabou também como alvo das bombas de efeito moral.
Durante o caos, algumas pessoas realizaram diversos saques na avenida Azenha, importante via comercial da região. Perto dali, uma agência do Banrisul – que já havia sido depredada em um protesto anterior – foi novamente invadida. A violência atingiu também a sede do PMDB localizada na João Pessoa. A sede do PT, loalizada na mesma avenida, foi igualmente atingida.
Durante o protesto, PMs foram alvo de um “ataque aéreo”. Quando passavam pela Casa do Estudante, na avenida João Pessoa, moradores atiram garrafões de água nos policiais, que não reagiram. A casa do Estudante abriga estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Dilma deixa Planalto em meio a protesto e não se manifesta
A presidente Dilma Rousseff pronunciou-se sóem 21/6/13 sobre onda de manifestações em várias cidades do Brasil. Ela deixou o Palácio do Planalto pela porta da frente por volta das 20h30 e, nesta sexta-feira, seu primeiro compromisso oficial será uma audiência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Não há informação sobre a pauta da reunião.
Levantamento divulgado hoje (21) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que ontem houve protestos em pelo menos 438 cidades de todos os estados brasileiros. Quase 2 milhões de brasileiros fizeram manifestações pela redução das passagens do transporte público, contra os gastos com as obras da Copa do Mundo, pelo aumento dos recursos para a saúde e educação e contra a corrupção e a impunidade.
Para o presidente do CMN, Paulo Ziulkoski, ainda não se pode mensurar o que as manifestações podem trazer de concreto para a sociedade, mas para ele os protestos são positivos, pois acabam conscientizando a população e mostram cidadãos mais ativos. Além disso, para o presidente, os atos vão fazer todas as esferas do governo reverem seus conceitos.
Segundo, Ziulkoski a maioria dos confrontos aconteceu em cidades grandes e médias, nas pequenas os manifestos foram pacíficos. Ele disse que houve manifestos inclusive em municípios de 5 mil e 10 mil habitantes. “Ainda vamos fazer um levantamento mais detalhado”.
Os movimentos tiveram início com protestos pela redução da passagem de ônibus na capital paulista. O Movimento Passe Livre, que mobilizou São Paulo com esse tema, defende um em última instância um transporte público gratuito para toda a população.
Ziulkoski classifica como irracional um projeto que preveja transporte público gratuito para todos, pois alguém vai ter que arcar com os custos. “Hoje 62% do custo do transporte público tem subsídio ou isenção. O nosso legislador apregoa benefícios mas não existe almoço grátis”, disse o presidente do CNM.
Fonte: Google
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Fonte: Youtube