Brasileiros no exterior fazem ato em apoio a manifestações
Protestos acontecem em diferentes cidades desde 16/6/13
‘Pedimos respeito, acima de tudo’, diz leitora em Barcelona, Espanha.
Brasileiros no exterior realizam atos desde o domingo (16) para dar apoio às manifestações realizadas em todo o Brasil. Barcelona e Coimbra foram algumas das cidades que receberam protestos em favor aos movimentos no país. Confira alguns relatos.
em Reykjavík, cidade na Islândia (Foto: Marta Isaac
/VC no G1)
Reykjavík, Islândia – 20/6
“O protesto foi organizado através do Facebook e contou com mais ou menos 40 participantes e ainda com o apoio de alguns portugueses que também moram aqui. Ele aconteceu hoje [20/6] e se iniciou às 20h e terminou após passeata pelo centro as 21h [hora local]. O clima da manifestacao foi tranquilo com exposicao do grupo de capoeiristas aqui da Islândia, onde cantaram e prostestaram ao mesmo tempo. O motivo da manifestação é em apoio aos protestos no Brasil. Não a PEC 37, melhora na educacao, saúde, transporte, seguranca, hospitais, não a corrupcao, prisão aos criminosos do mensalao, entre outros. Os cartazes foram poucos, mas muitos falaram de seus descontentamentos com tudo e como é urgente este apoio aos irmãos brasileiros em protesto neste momento”
Marta de Mattos Isaac, 31 anos, bacharel em direito
nesta quinta-feira (20) (Foto: Marcos Aurelio da
Silva Diniz/VC no G1)
Zurique, Suíça – 20/6
A manifestação foi em frente ao meu serviço, começou por volta das 16h da tarde de hoje, dia 20, tudo num clima de paz, com vários cartazes em português, inglês e alemão. Não pude ficar muito tempo, só alguns minutos, mas foi o suficiente para tirar algumas fotos e fazer alguns vídeos com meu celular e ver que, mesmo à distância, os brasileiros que moram aqui concordam e apoiam o manifesto, para que o brasil evolua e acabe a corrupção. O que vou falar agora, eu não falo só por mim, falo por muitos brasileiros e pessoas de outras nações que moram aqui e todos dizem a mesma coisa. Todos amamos o nosso pais. a nossa terra mãe, mas não temos segurança, assistência médica e educacional. Com este movimento, começamos a ter esperança. Esperança de que o Brasil vai mudar, mudar pra melhor, e, com isso, possamos voltar pra nossa terra, e ter certeza de que toda a segurança que temos aqui na Suíça também vai ter no Brasil. O manifesto falava do absurdo que é o salário mínimo, do descaso ao ensino e a saúde, porque o governo da mais atenção a Copa do que para o povo. Muitos gritavam “o gigante acordou”.
Marcos Aurelio da Silva Diniz, 34 anos, desenhista
quinta-feira (20) (Foto: Karla Barros Miguez/VC no
G1)
Frankfurt, Alemanha – 20/6
“A manifestação ocorreu hoje [quinta-feira], dia 20. A concentração começou às 16h e a manifestação em si iniciou às 17h. De acordo com os dados da polícia alemã, estiveram presentes cerca de 300 pessoas. A manifestação ocorreu de forma muito pacífica, ruas foram bloqueadas para os demonstrantes passarem e fomos escoltados por policiais que fizeram o seu papel de nos permitir manifestar contra aquilo que está nos indignando. Ao final, em frente ao consulado brasileiro, tivemos a oportunidade de fazer perguntas ao Cônsul, que se solidarizou com a causa e se disponibilizou a escrever um documento oficial onde constará os motivos da manifestação do ponto de vista dos brasileiros que moram nesta região. Assim, mesmo estando longe do nosso país, temos a chance de contribuir de alguma forma por um Brasil mais justo para todos. Os manifestantes tinham como objetivo primordial apoiar os protestos que andam acontecendo no Brasil. Além disso, lutar contra as ações violentas da polícia durante os protestos, contra a corrupção e o mal uso dos impostos principalmente nos setores educacional e de saúde pública”
Karla Barros Miguez, 27 anos, jornalista e antropóloga cultural
na quarta-feira (19) (Foto: André Luis Meireles Porto
/VC no G1)
Verona, Itália – 19/6
“Sou estudante de Direito aqui na cidade de Verona, na Itália, onde realizamos o protesto. Foi realizado dia 19, às 18h, no horário local, e durou até a partida do Brasil contra o México. Éramos em mais de 50 pessoas. O clima da manifestação era completamente pacífico, mas com muitos momentos de emoção, quando alguns dos presentes se manifestaram com suas próprias indignações. Nós nos reunimos por solidariedade aos protestos no brasil e se via a maior indignação por conta do presidente da Comissão Direitos Humanos da Câmara [Marco Feliciano], que não deveria de forma alguma aprovar o projeto da cura gay. Pedimos autorização à polícia de Verona e eles nos concederam sem problemas. Na Piazza Bra, em Verona, local dos protestos, os policiais foram muito solidários conosco e se via que gostariam de se juntar a nós, mas não podiam”
André Luis Meireles Porto, 31 anos, estudante de Direito
(Foto: Alan Page/VC no G1)
Londres, Inglaterra – 18/6
“A manifestacao ocorreu entre 17h e 20h [no horário local]. Eu diria que, no minimo, tinham umas 3000 pessoas. O clima era pacifico, tranquilo. O principal motivo da manifestacao era dar um apoio aos brasileiros e dizer que também nos sentimos o que vocês sentem, mesmo longe e estamos gritando por vocês”
Alan Page, 41 anos, engenheiro civil
reuniram para protestar.
(Foto: Alex Souza/VC no G1)
Miami, EUA – 18/06
“A manifestação ocorreu às 17h, horário de Miami, em Downtown Miami, na região conhecida como Bayside, em frente ao [ginásio] American Airlines Arena. A polícia fez barricadas em algumas ruas para desviar o trânsito. Estava para começar o jogo do [time de basquete] Miami Heats, por isso o policiamento estava reforçado, mas tínhamos a autorização e auxílio da polícia para o evento. Sou natural de Linhares (ES), vivo há quase 16 anos nos EUA.”
Alex Souza, 31 anos, empresário
Itália (Foto: Vanessa Trally Bard/VC no G1)
Bolonha, Itália – 18/6
“A manifestação aconteceu em 18/06, às 17h no horario da Itália, na Piazza del Nettuno, no coração de Bolonha. Alguns policiais de vez em quando apareciam e checavam se estava tudo bem, e até interagiam com alguns manifestantes, que fizeram fotos ao lado desses policiais. Como nosso protesto era direcionado ao Brasil, e não à Bolonha, tudo deu muito certo, foi bem pacífico. Sou da cidade de Nova Friburgo, RJ, mas moro na Itália há 10 meses”.
Vanessa Trally Bard, 26 anos, estudante de ciências biológicas
Munique, nesta terça-feira (18) (Foto: Edmilson
Padovani/VC no G1)
Munique, Alemanha – 18/6
“[O protesto] ocorreu hoje, dia 18/6, a partir das 17h [no horário local]. Tinham por volta de 500 pessoas. Foi uma manifestação pacífica, com gritos de ordem, hino nacional, musica brasileira, e protestos (no megafone) em geral. As pessoas se manifestavam contra a corrupção, violência descabida da PM, descaso do governo com a educação, saúde, segurança, transporte público descente”
Edmilson Padovani, 49 anos, analista de negócios
Barcelona, Espanha – 18/6
“A manifestação começou às 17h [no horário local] na praça Catalunha, em Barcelona, e reuniu cerca de 600 pessoas. Todo mundo se juntou no centro da praça, colocou cartazes no chão e tinha direito a palavra. Havia também espanhóis participando. Basicamente diziam que com o dinheiro da Copa do Mundo, poderiam investir em saúde, educação. Pedimos respeito, acima de tudo”
Gabriela Maria Peron, 29 anos, publicitária
Faria Pierotti/VC no G1)
Porto, Portugal – 18/6
“A manifestação ocorreu na cidade do Porto, às 17h [horário local]. Acredito que havia por volta de 300 pessoas entre estudantes intercambistas, portugueses e brasileiros residentes. Em geral, correu muito bem, foi organizada via Facebook com o movimento ‘Democracia Não Tem Fronteiras’, o mesmo que mobilizou as ações de brasileiros nos demais países. O hino nacional foi entoado durante a manifestação e as cores verde e amarelo predominaram. A imprensa local esteve presente, bem como portugueses, que ao nos ver pelos transportes com as bandeiras, vinham nos questionar: ‘o que afinal estava acontecendo com o Brasil?’. O principal tema das manifestações variou entre a melhor utilização da verba pública (questionando os gastos com a copa do mundo e aqueles investidos em serviços públicos essenciais), votação da PEC 37 e ainda o aumento das tarifas de transporte público em várias cidades do Brasil”
Camila Faria Pierotti, 21 anos, estudante de enfermagem
(Foto: Rômullo Carvalho da Silva/VC no G1)
Coimbra, Portugal – 18/6
“Cerca de 1200 alunos fizeram um protesto de apoio às manifestações que estão ocorrendo em diversas cidades brasileiras na cidade de Coimbra, Portugal. Começou às 17h [horário local] e durou cerca de 3 horas. A grande maioria são alunos intercambistas de diferentes bolsas e programas, mas que decidiram juntar suas vozes com as de outros brasileiros ao redor do mundo. Destaca-se a presença de jovens portugueses e de outras nacionalidades no protesto, apoiando a causa, que inclui o fim da desordem dos gastos públicos, melhora dos serviços de saúde, educação e o fim da PEC 37. Os manifestantes se reuniram no Largo Dom Dinis, próximo à Universidade de Coimbra, e caminharam em direção à Praça da República, um dos pontos centrais da cidade, onde fizeram um círculo de mãos dadas, em um protesto que ficou marcado pela não-violência e cooperação de todos os envolvidos”
Rômullo Carvalho da Silva, 20 anos, estudante de economia
(Foto: Leticia Del Penho Sinedino/VC no G1)
Gainesville, EUA – 18/6
“A manifestação aqui em Gainesville, Flórida, nos EUA, foi hoje [18/6], às 17h [horário local]. Nós estimamos que participaram de 70 a 90 pessoas. O clima da manifestação foi de muita tranquilidade e solidariedade, acima de tudo. Todos estávamos muito unidos em prol das causas. Nós nos manifestamos primeiramente em apoio às manifestações que estão ocorrendo em todo Brasil. E os motivos são: não aguentamos mais a corrupção, violência, falta de investimentos na educação e na saúde, e os impostos excessivos. Ainda, estamos revoltados com o escandaloso superfaturamento das obras para a Copa do Mundo e inclusive escrevemos em um dos cartazes (em inglês) para as pessoas não irem ao Brasil para a Copa do Mundo”
Letícia Del-Penho Sinedino, médica veterinária
manifestações. (Foto: Susanna Brandi/VC no G1)
Sydney, Austrália – 17/6
“Estavam todos muito pacíficos e cheios de cartazes. O Hino Nacional foi o que mais cantamos. Tivemos autorização da polícia. Foi bastante gente, a ponto de não autorizarem a manifestação de passear pelas ruas pois atrapalharia o trânsito. A polícia monitorou o evento. Disponibilizaram somente 2 policiais que ficaram nos observando e interagindo com todos. Todo mundo queria tirar fotos com eles, que, por sua vez, estavam sorridentes e levaram tudo na esportiva. No final colocaram peruca verde e amarela, seguraram cartazes e emprestaram o boné para manifestantes. O protesto durou cerca de 3 horas. Foi uma oportunidade de mostrar que, mesmo longe, nos importamos com o Brasil”
Susanna Brandi, biomédica
(16) (Foto: Carla Mosquera/VC no G1)
Boston, EUA – 16/6
“A manifestação começou às 16h30 [no horário local] e 200 pessoas compareceram. Nós tínhamos muitos cartazes em inglês e uns 10 nativos viram a nossa página no Facebook e participaram do protesto também. Ninguém pareceu se incomodar que estávamos ali e algumas pessoas na rua perguntaram sobre o que estava acontecendo no Brasil. Eu sou de Natal, RN e estudo literatura (com concentração em tradução e escrita criativa) e estudos latinoamericanos na Bennington College, em Vermont (EUA). Atualmente, eu moro em Boston. Em relação aos protestos no Brasil, acho que os 20 centavos do aumento da passagem de ônibus representam bem mais do que parece. Isso pode não ser muito dinheiro para alguém de boa condição financeira, mas é muita coisa para uma família ou um estudante pobre, ainda mais com serviço de péssima qualidade. Esse problema de transporte público no Brasil é apenas mais uma demonstração da má de distribuição de investimentos do governo e recursos públicos precários — e dessa vez foi a gota d’água. Fico feliz que os brasileiros estejam na luta, apesar da violência ser uma fatalidade”
Bruna Dantas Lobato, 22 anos, estudante
(Foto: Nara Soares/VC no G1)
Dublin, Irlanda – 16/6
“Aconteceu em Dublin, Irlanda, uma ato publico de apoio as manifestações que tem ocorrido no Brasil. Cerca de mil e quinhentos brasileiros que vivem em Dublin foram para o The Spire – tradicional monumento e conhecido como local pelas diversas manifestações e protestos. Sou jornalista e vim pra a cidade estudar inglês. Cheguei no dia 5 de junho e no domingo (16) tive o prazer de documentar o ato de protesto de brasileiros que moram aqui em Dublin de apoio as manifestações ocorridas no Brasil. Munidos de apitos, cartazes, rostos pintadas das cores verde e amarela, os participantes cantaram o hino nacional e gritaram refrões de coro de protestos”
Nara Silva Soares, 33 anos, jornalista
Fonte: g1
Mais de 5.300 pessoas confirmaram presença, em eventos criados no Facebook, nas quatro manifestações de apoio aos protestos realizados no Brasil, que serão realizadas em Paris (França), Berlim (Alemanha), Coimbra (Portugal) e Dublin (Irlanda).
1.901 pessoas confirmaram presença na manifestação de Berlim. A passeata será realizada no próximo domingo (16), às 13h (hora local, 8h de Brasília). Já em Paris, o protesto deverá ser realizado no dia 28 de junho, às 17h (hora local, 12h de Brasília), e 387 pessoas deverão participar na manifestação.
Em Dublin, onde há mais pessoas que pretendem mostrar seu apoio aos protestos no Brasil, 2.333 confirmaram presença para ir às ruas neste domingo, a partir das 13h (hora local, 9h de Brasília). Em Coimbra, 765 pessoas deverão se reunir no Largo Dom Diniz e escadarias monumentais na terça-feira (18), às 17h (hora local, 13h de Brasília).
Os eventos estão sendo organizados por brasileiros que vivem no exterior e por estrangeiros que ficaram indignados com a ação violenta da polícia para conter os manifestantes brasileiros, sobretudo nos protestos desta quinta-feira (13) em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Ao menos quatro manifestações em apoio aos protestos realizados no Brasil, contra o aumento da passagem de ônibus, estão sendo organizadas por meio do Facebook em cidades europeias: Paris (França), Berlim (Alemanha), Coimbra (Portugal) e Dublin (Irlanda).
Na Alemanha, a passeata será realizada no próximo domingo (16), às 13h (hora local, 8h de Brasília). De acordo com a página criada no Facebook para convocar os manifestantes, eles irão tomar as ruas para apoiar os protestos que vêm acontecendo no Brasil e porque “o povo de São Paulo, Rio e em algumas outras grandes cidades do Brasil tomou as ruas para lutar por uma melhor qualidade de vida e igualdade no país”, mas foi “massacrado pela polícia com gás lacrimogêneo, balas de borracha e cavalaria, durante a manifestação pacífica”.
Na França, o protesto deverá ser realizado no dia 28 de junho, às 17h (hora local, 12h de Brasília). Na página do Facebook criada para o evento, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi criticado porque “parabenizou a polícia por disciplinar os manifestantes”, e o prefeito Fernando Haddad porque “se recusa a dialogar”.
“Mesmo que tenhamos um oceano de distância, nós, brasileiros no exterior, queremos demonstrar nossa recusa em aceitar a violência militar contra os protestos democráticos no Brasil. Contra a repressão policial, contra a barbárie dos governantes”, postaram os organizadores do evento.
Em Dublin, na Irlanda, “cartazes, bandeiras e instrumentos musicais” serão levados às ruas também no próximo domingo, a partir das 13h (hora local, 9h de Brasília), de acordo com a página do evento.
A cidade portuguesa de Coimbra também pode ser palco de manifestações. Estudantes brasileiros estão convocando um protesto para o Largo Dom Diniz e escadarias monumentais na terça-feira (18), às 17h (hora local, 13h de Brasília).
Durante o quarto dia de protestos em São Paulo, na última quinta-feira (13), a polícia deteve 242 pessoas — ao menos 16 profissionais da imprensa ficaram feridos. Segundo uma das líderes do Movimento Passe Livre (organizador dos protestos), Luiza Mandetta, houve “pelo menos 105 feridos durante o confronto, 50 na Paulista e 55 na Consolação
Fonte: Facebook
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Fonte: Youtube