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Estado Islâmico assume autoria de ataque em Paris a três dias das eleições
Policiais foram baleados na Champs Elysées
A três dias de começar a escolher seu novo presidente, o povo francês voltou a ser vítima do terror — e o atentado pode mudar os rumos do pleito de domingo, um dos mais acirrados da história. O Estado Islâmico assumiu na noite desta quinta-feira a autoria do ataque contra policiais na Avenue de Champs Elysées, a mais famosa de Paris. Um agente foi morto e dois ficaram feridos com gravidade, além de um pedestre. Pelo menos dois homens participaram do ataque. Um foi morto, e o outro fugiu.
Passava das 21h em Paris (16h no Brasil) quando um carro parou ao lado de uma viatura estacionada na calçada da Champs Elysées, a poucos metros do Arco do Triunfo. Um homem saltou com um fuzil e abriu fogo contra um policial, que morreu na hora. O terrorista então mirou em outros dois agentes, que revidaram e abateram o agressor. Bala perdida acertou um pedestre.
Terrorista conhecido
O autor dos disparos já tinha sido fichado pelos serviços de inteligência franceses como alguém “radicalizado”, mas a identidade não foi revelada para não atrapalhar as investigações. A Amaq, agência vinculada ao Estado Islâmico, afirmou, no entanto, que o “soldado” era “Abu Youssef, o belga”. A investigação foi passada à Seção Antiterrorista da Procuradoria de Paris
Em fim de mandato, o presidente François Hollande, declarou que todas as pistas apontam para um “caráter terrorista”. Hollande convocou um Conselho de Defesa para a manhã de hoje. O presidente lembrou que o nível de vigilância no país é máximo e que assim continuará, sendo de forma especial, durante o período eleitoral.
Hollande enviou ainda mensagem de condolências e solidariedade aos familiares do agente abatido e dos feridos e garantiu que será organizada uma “homenagem nacional” ao falecido.
“O apoio da nação é total. Há que fazer o possível para que esses policiais, agentes e militares possam exercer sua missão. O princípio de base é a confiança, a solidariedade e o apoio da nação às forças de segurança”, frisou. Líderes nas pesquisas eleitorais, Emmanuel Macron e Marine Le Pen anunciaram a suspensão das atividades de campanha para esta sexta-feira
Fonte: O Dia
Estado Islâmico assume autoria de atentados em igrejas no Egito
Pelo menos 36 pessoas morreram e 74 ficaram feridas após duas explosões
O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados a bomba ocorridos na manhã de hoje (9) em duas igrejas coptas (vertente do cristianismo) no Egito. Em comunicado enviado a simpatizantes do grupo e divulgado pelas redes sociais, os terroristas confirmaram que ordenaram os ataques.
De acordo com último balanço divulgado pelas autoridades locais, pelo menos 36 pessoas morreram e 74 ficaram feridas após as duas explosões. Os fiéis foram atingidos no momento em que participavam de uma missa em comemoração ao Domingo de Ramos, celebração que marca o início da Semana Santa.
A primeira explosão foi registrada em Tanta, a cerca de 100 quilômetros do Cairo, capital do país. Duas horas depois, a segunda bomba explodiu em Alexandria, no norte do Egito. Ainda não foram divulgadas informações sobre suspeitos dos dois atentados.
As explosões ocorrem a 20 dias da primeira viagem do papa Francisco ao Oriente Médio. O papa deve chegar ao Egito no dia 28 de abril, quando se reunirá com autoridades do governo, lideres muçulmanos e com o papa da Igreja Copta Cristiniana, Teodoro II. Com informações da Agência Brasil.
Fonte: Notícias Ao Minuto
Suécia reforça controle nas fronteiras após atentado em Estocolmo
Através da Internet e autofalantes nas ruas, a polícia pediu para os habitantes ficarem em casa e manterem a calma, evitando reuniões de grupos nas ruas, que rapidamente se esvaziaram.
O tráfego no metrô e nos trens de periferia foi suspenso, sendo retomado várias horas depois do drama, que aconteceu na parada da estação T-Centralen, pela qual passam todas as linhas do metrô de Estocolmo.
Reações ao atentado em Estocolmo
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou nesta sexta-feira que “um ataque contra um Estado membro é um ataque contra todos nós”. “Uma das cidades europeias mais vibrantes e coloridas parece ter sido atingida” por aqueles que buscam prejudicar “nossa própria forma de vida”, indicou em um comunicado o presidente do executivo comunitário, cujos “pensamentos estão com o povo da Suécia”.
O presidente François Hollande expressou seu “terror e indignação”, enviando sua simpatia e solidariedade às famílias das vítimas e a todos os suecos. Hollande lembrou também que “a luta sem descanso contra o terrorismo deve ser uma prioridade da solidariedade europeia”. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou que a Torre Eiffel será apagada à meia-noite, em homenagem às vítimas.
O presidente Vladimir Putin declarou que “os russos choram com os suecos”.
Justin Trudeau, o primeiro-ministro do Canadá, condenou o “atentado covarde”, reiterando junto à comunidade internacional seu compromisso de lutar contra o terrorismo e prevenir “esses atos insanos”.
Antonio Guterres, o secretário-geral da ONU, condenou imediatamente o ataque, enviando mensagens de conforto aos familiares das vítimas.
Fonte: El País
Polícia aponta suicida quirguiz como autor de atentado que matou 14 na Rússia
Estação de metrô atacada volta a fechar nesta terça-feira devido a ameaça de bomba
O autor do atentado ao Metrô de S. Peterburgo, que deixou pelo menos 14 mortos e 49 feridos nesta segunda-feira, é um cidadão originário do Quirguistão, de 22 anos, supostamente suicida, informaram autoridades desse país da Ásia central. “O kamikaze no metrô de São Petersburgo era o cidadão quirguiz Akbarjon Yalilov (…), nascido em 1995. É provável que tenha adquirido a nacionalidade russa”, confirmam as autoridades russas, atribuindo a ele a colocação de um segundo artefato explosivo na mesma estação do metrô. No último balanço, o Ministério da Saúde elevou a 14 o número de vítimas fatais, sendo 11 no próprio local da explosão, e outras três após receberem atendimento médico. A circulação do metrô foi restabelecida nesta terça-feira, mas a estação Sennaia Ploshad, uma das afetadas pela explosão da véspera, voltou a fechar após receber uma ameaça de bomba, segundo as agências RIA Novosti e Interfax.
O atentado ocorreu durante a tarde que circulava entre duas estações de uma linha muito movimentada que atravessa o centro de São Petesburgo (Sennaia Ploshad e Tekhnologicheski Institut). O comitê de investigações russo anunciou pouco depois a abertura de um inquérito por “ato terrorista”, embora os investigadores estejam examinando “todas as outras pistas possíveis”.
O ataque, que não foi reivindicado, ocorre depois de que o Estado Islâmico convocou ataques à Rússia como retaliação por seu apoio às forças de Bashar al Assad na Síria, desde setembro de 2015. Ao menos 7.000 cidadãos da ex União Soviética, entre eles 2.900 russos, aderiram a grupos jihadistas no Iraque e Síria, especialmente ao Estado Islâmico, segundo o FSB (serviço de segurança).
O desenrolar dos acontecimentos da Síria e a redução dos domínios do EI levam os especialistas a crer que os guerrilheiros em retirada possam voltar (com más intenções e experiência em combate) aos seus lugares de origem, seja no norte do Cáucaso ou na Ásia Central.
As câmeras de vigilância do metrô de São Petersburgo captaram imagens da pessoa que supostamente colocou o artefato que explodiu. De acordo com a Interfax, a bomba estava dentro de uma mala deixada no vagão pelo “organizador do ataque”.
Alguns meios de comunicação distribuíram uma imagem que supostamente mostraria o suspeito, um homem com barba, túnica negra e gorro, tanto no que seria o interior do metrô como ao sair da estação Sennaia.
As autoridades emitiram duas ordens de prisão supostamente implicadas no atentado, uma delas a que supostamente colocou a bomba, segundo uma fonte dos serviços de segurança citada pela agência Interfax.
As suspeitas em S Petesburgo apontam para “gente do sul”, a julgar pela informação da agência Rosbalt sobre as averiguações feitas pelos corpos de intervenção especial entre os espectadores de aspecto meridional num cinema de São Petersburgo.
Fonte: MSN
Estado Islâmico reivindica autoria de ataque perto do Parlamento em Londres
Theresa May disse que o agressor tinha sido investigado por ter conexão com atividades terroristas. Quatro pessoas, entre elas o agressor, morreram no ataque e 40 ficaram feridas perto do Parlamento britânico.
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque fora do Parlamento britânico, em Londres. A agência Amaq, que é ligada aos terroristas, divulgou a informação.
Quatro pessoas, entre elas o agressor, morreram no ataque e 40 ficaram feridas depois que um carro atropelou um grupo de pedestres na calçada da Ponte Westminster, perto do Big Ben, na tarde de quarta-feira (22). O terrorista, que não teve a identidade divulgada, ainda assassinou um policial a facadas. Ele foi morto a tiros pela polícia.
“O perpetrador dos ataques ontem em frente ao Parlamento britânico em Londres é um soldado do Estado Islâmico e realizou a operação em resposta aos pedidos para se atacar cidadãos da coalizão”, disse a Amaq, em um comunicado, divulgado pela Reuters.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou nesta quinta que as forças de segurança já tinham investigado o autor do ataque por conexão com atividades terroristas. Ele é britânico e não teve a identidade divulgada.
“O que posso confirmar é que o homem é britânico e que há alguns anos ele foi investigado pelo MI5 em relação a preocupações sobre extremismo violento. Ele era uma figura secundária. Ele não fazia parte do atual cenário da inteligência”, declarou May no Parlamento, que retomou as atividades nesta manhã.
Sem novas ameaças
Em um pronunciamento na frente da sede da Scotland Yard, Mark Rowley declarou que até o momento não foram detectadas evidências que apontem para “novas ameaças terroristas”. No entanto, o Reino Unido segue em alerta.
O Parlamento retomou as atividades nesta quinta-feira após um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. O perímetro ao redor do imóvel permanece, no entanto, isolado e a estação de metrô de Westminster, fechada ao público.
A Ponte de Westminster, onde os investigadores continuam trabalhando, ficou fechada ao público até esta manhã
Vítimas
O policial que foi morto após ser esfaqueado foi Keith Palmer, de 48 anos. Ele integrava o Serviço de Proteção Parlamentar e Diplomática da polícia de Londres, segundo a BBC. O ex-militar trabalhava havia 15 anos na corporação, era casado e tinha filhos.
Aysha Frade, de 43 anos, foi atingida pelo carro do agressor e lançada em direção a um ônibus. Ela ia se encontrar com as filhas no momento do ataque, de acordo com o jornal “Daily Mail”.
A terceira vítima foi um homem de meia-idade, que ainda não foi identificado.
Quarenta pessoas se machucaram no ataque – entre eles, três policiais. Uma mulher, gravemente ferida, foi retirada do Rio Tâmisa. Na manhã desta quinta, 29 pessoas permaneciam hospitalizadas, sendo que sete delas estão em estado grave.
Entre os feridos estão 12 britânicos e vários estrangeiros: crianças francesas, dois romenos, quatro sul-coreanos, um alemão, um chinês e dois gregos, de acordo com a primeira-ministra.
Condolências
A rainha Elizabeth II divulgou uma mensagem lamentando o ataque. “Meus pensamentos, minhas orações e minhas mais profundas condolências estão com todos aqueles que foram afetados pela terrível violência de ontem”, disse a monarca em comunicado.
O Papa Francisco também expressou sua profunda tristeza e sua solidariedade a todos os afetados pelo ataque. “Profundamente triste pela notícia da perda de vidas e das lesões causadas pelo ataque no centro Londres, Sua Santidade Francisco expressa sua solidariedade a todos os afetados por esta tragédia”, afirma a mensagem divulgada pelo escritório de imprensa do Vaticano, segundo a Efe.
Fonte: G1
Ao mesmo tempo em que o Estado Islâmico (EI) vem perdendo combatentes e território no autoproclamado califado em vastas regiões de Síria e Iraque — após quase dois anos de intensos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos EUA e por ofensivas terrestres das forças locais — o grupo extremista vem ampliando sua atuação e o número de ataques em outros países. Somente na última semana, atentados em Istambul, Daca e Bagdá, com mais de 270 mortes, deixaram claro o poder de fogo dos jihadistas. Com a estratégia, apontam analistas, o recuo militar vem sendo em parte compensado pela expansão de seu apelo ideológico extremista muito além da sua área de atuação formal. E com um novo padrão que inclui pequenos grupos de terroristas atuando juntos, no que alguns já veem uma modificação no conceito de lobo solitário.
Os atentados recentes se somam a outros realizados nos últimos meses em países como Nigéria, Afeganistão, Líbia, Tunísia, Arábia Saudita, Egito e Kuwait, além de capitais europeias (Paris e Bruxelas) e cidades americanas (Orlando e San Bernardino).
— O EI necessita de uma imagem de êxito e vitórias para atrair seguidores. Se de fato está perdendo este Estado islâmico, necessita ganhar em outros locais — disse ao “El País” o especialista em Oriente Médio Daniel Byman, da Brookings Institution.
De acordo com o “New York Times”, mais de 1.200 pessoas foram mortas fora da Síria e do Iraque em atentados coordenados ou inspirados pelo EI. A matança de civis em três grandes ataques apenas na semana passada — em Istambul, na terça-feira; em Daca, na sexta; e em Bagdá, no domingo — sugere que as ações do EI estão ocorrendo com mais frequência. E aquelas realizadas para além das fronteiras de seu território, apontam analistas, são conduzidas por grupos bem preparados, que seguem planos detalhados, e não mais apenas por atiradores individuais.
— O mais impressionante para mim sobre os ataques de Istambul e Daca é que ambos não foram feitas por lobos solitários — afirmou ao “Washington Post” Bruce Riedel, ex-funcionário de contraterrorismo da CIA, a agência de Inteligência dos EUA. — Foram feitos por equipes de terroristas que trabalham com um plano de ataque muito bem planejado. Eu os chamo de “bandos de lobos”, que estão rapidamente se tornando a marca registrada do EI.
Busca de posição na agenda do terror global
Semana passada, para marcar o aniversário de dois anos do califado, o EI divulgou um gráfico mostrando o que seria a “área de influência” do grupo: estende-se desde o controle moderado que afirma ter nas Filipinas a uma presença “secreta” na França, entre outros 15 países. Mesmo nações que não estão na lista têm medo. Caso da Índia, onde o governo informou que dezenas de extremistas muçulmanos indianos estão sendo monitorados depois de terem feito algum tipo de treinamento junto ao EI. E as autoridades de Nova Délhi reconhecem que o número real pode ser muito maior.
Muitos especialistas em terrorismo da Inteligência americana ressaltam que os recentes atentados em França, Bélgica, Turquia e Bangladesh são um reflexo desta nova estratégia de expansão do EI: com os reveses nas batalhas no Iraque e na Síria, focar em ataques no exterior.
— Acreditamos que o EI vai intensificar a campanha de terror global para manter a posição dominante na agenda global do terrorismo — disse o diretor da CIA, John Brennan, ao Senado dos EUA no mês passado.
Também em depoimento ao Senado, na última terça-feira, Brett McGurk, enviado especial do presidente Barack Obama para avaliar a luta contra o EI, disse que o grupo tinha perdido 47% de território no Iraque e 20% na Síria. Mas ressalvou que, apesar do recuo, centenas de combatentes voltarão a seus países para continuar a luta jihadista.
— Vai ser o desafio de uma geração, na Jordânia e na Tunísia, na França e nos EUA: como lidar com um fluxo de retorno de cidadãos radicalizados.
Fonte: Extra
Número 2 do Estado Islâmico morre em ataque aéreo dos EUA
Abdel Rahmane al-Qadouli era ministro das Finanças do grupo extremista
Abdel Rahmane al-Qaduli era o segundo em comando do EI – Reprodução internet
O número dois do Estado Islâmico (EI), Abdel Rahmane al-Qaduli, foi morto em um ataque aéreo na Síria, confirmou nesta sexta-feira o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, num golpe contra a liderança do grupo extremista. Segundo Carter, a morte irá afetar as operações da organização jihadista.
— Nós eliminamos sistematicamente o círculo de líderes do EI. O Exército americano matou vários terroristas importantes do EI esta semana, incluindo Haji Iman (apelido de Abdel Rahmane al-Qaduli), que era um dos líderes do EI, agindo como ministro das Finanças e responsável por vários complôs internacionais — afirmou Carter em uma entrevista coletiva.
O site de notícias Daily Beast havia indicado, ao referir-se sobre a morte de al-Qaduli, que ele figurava na lista de potenciais sucessores de Abu Bakr al-Baghdadi, o autoproclamado califa e líder do EI.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos oferecia sete milhões de dólares de recompensa para obter informações sobre Al-Qaduli, que adotou uma série de pseudônimos.
A estrutura de comando do grupo extremista permanece um mistério. As autoridades americanas parecem ter conseguido identificar apenas alguns dos líderes do EI, com os quais criaram uma lista.
Abdel Rahmane al-Qaduli é o segundo membro desta lista a ser eliminado em menos de um mês. Em 4 de março, os Estados Unidos anunciaram a morte de outro líder do grupo, Omar ‘O checheno’.
Um dos principais líderes militares do EI, Omar morreu em um ataque aéreo americano na região de Chaddade, cujo controle foi retomado pelas Forças Democráticas da Síria, um grupo aliado dos Estados Unidos.
Em novembro, um ataque na Líbia matou Abu Nabil, também do alto comando do Estado Islâmico.
Fonte: O Globo
Cerca de 600 combatentes do Estado Islâmico mortos nas últimas três semanas
O secretário de Estado americano John Kerry afirmou neste do domingo que 600 combatentes do grupo Estado Islâmico foram mortos na Síria nas últimas três semanas.
“Na Síria, nas últimas três semanas, o Dash perdeu 3.000 km2 e 600 combatentes”, afirmou Kerry, usando o nome em árabe do Estado Islâmico.
John Kerry também advertiu ao regime sírio e a seus aliados contra qualquer violação de seus compromissos de trégua e ajuda humanitária na Síria.
“Todas as partes devem respeitar o cessar das hostilidades, cooperar na ajuda humanitária e respeitar o processo de negociações para chegar a uma transição política” afirmou em coletiva de imprensa em Paris.
Fonte: Terra
Pelo menos 50 jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) foram mortos em 24 horas em combates com o exército sírio, que avança na província de Aleppo, informou neste domingo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
“Esses jihadistas foram mortos nos combates e pelos ataques da aviação russa”, que apoia o regime na sua progressão nessa província do norte, próxima da fronteira com a Turquia, indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
Desde sábado, as tropas do regime tomaram 18 aldeias em um eixo de cerca de 40 km entre o leste de Aleppo e Raqa (norte), a fortaleza do grupo extremista na Síria, de acordo com o OSDH.
“O exército agora cerca o EI em 16 outras aldeias ao sul deste eixo. O regime quer tomar e consolidar a sua presença no leste e sudeste da província”, afirmou Abdel Rahman.
Com o apoio da aviação russa, as tropas do regime têm tido sucesso sobre os rebeldes e jihadistas em uma série de vilarejos e cidades na província de Aleppo.
Estado Islâmico corta salários e leiloa terras confiscadas diante de crise econômica
Bombardeios ocidentais a bancos e menor capacidade de arrecadação provocam austeridade e incitam deserções
A crise econômica chegou ao Estado Islâmico. Na contramão da propaganda, o EI agora corta salários de dirigentes e combatentes e leiloa terras confiscadas para melhorar a arrecadação. Em Raqqa, capital do califado, a remuneração das fileiras foi reduzida pela metade. Assim como a ideologia, a instabilidade financeira se alojou no centro da retórica de recrutamento de jovens desolados no Ocidente e jovens deslocados pelos conflitos no Oriente Médio. Se antes o grupo extremista se gabava de prover ajuda social, habitação e bons salários aos que migrassem para seus territórios na Síria e no Iraque, hoje o sistema da organização terrorista é regido pela austeridade. A carestia se aprofunda à medida em que se intensificam os bombardeios aéreos da coalização internacional liderada pelos Estados Unidos.
— O grupo extremista se viu obrigado a reduzir à metade o salário de dirigentes e em 30% a remuneração de soldados e oficiais — confirmou ao “El Mundo” o analista Hashem al-Hashimi, assessor do governo iraquiano e importante fonte de informação sobre o que acontece na cidade sitiada de Mossul. — Os ataques aéreos golpearam nove bancos do Estado Islâmico. Em pelo menos um deles, havia US$ 150 milhões depositados. Os demais haviam sido esvaziados previamente.
Uma investida aérea ocidental, por exemplo, destruiu a sede do Banco al-Rashid, no Leste de Mossul. Mais tarde, a agência de notícias afiliada ao grupo terrorista, al Amaq, divulgaria um vídeo dos escombros da instalação. O depósito, usado como Banco Central, impôs à cidade uma economia de guerra, o que piorou as já precárias condições de vida na cidade sitiada.
Segundo uma ativista local que não quis se identificar, o extremistas responderam à crescente ameaça esvaziando as reservas de dinheiro para ocultá-las em túneis perfurados no subsolo da cidade. Para transportar esses recursos, eles preferiram táxis e transportes públicos em uma tentativa desesperada de se esconder dos aviões de vigilância, disse a ativista ao “El Mundo”.
Tais reservas são especialmente importantes porque o governo central proibiu transferências bancárias para regiões controladas pelo Estado Islâmico. A saída encontrada para o revés na economia foi também leiloar terras confiscadas da minoria cristã, expulsa da cidade em julho de 2014. Os terroristas ainda acresceram impostos e intensificaram o tráfico de seres humanos e antiguidades.
— A situação é muito ruim. As pessoas têm fome, têm medo. A maioria das famílias não tem dinheiro para comida, mas também não tem opções de escapar — afirmou ao jornal espanhol Said Mamuzini, ex-dirigente do Partido Democrático do Curdistão em Mossul. — Os preços dos alimentos sobem diariamente e o Estado Islâmico tenta agora compensar as perdas a partir da elevação de impostos. A saúde também foi afetada. Os remédios estão mais caros e as salas de cirurgia são reservadas para combatentes do EI.
DERROTA NO FRONT E DISPUTAS INTERNAS
Antes da tomada de Mossul, o EI compôs uma rede de sustentação financeira calcada em extorsões, vendidas como promessas de proteção a habitantes do local. Eram os “impostos revolucionários”, que financiaram o auge do grupo. Empreiteiras, por exemplo, destinavam entre 5% e 10% de cada contrato aos jihadistas. Desde 2011, os terroristas também desfrutaram dos US$ 16 milhões mensais que Bagdá enviava para pagar os salários dos funcionários da província de Nínive.
No entanto, um grave golpe às finanças da organização terroristas começou com os bombardeios ocidentais contra refinarias e caminhões de transporte de petróleo, uma das principais rendas do grupo. Da mesma forma, a decisão do governo iraquiano de suspender o pagamento de seus funcionários em áreas controladas pelo EI dizimou outra fonte de arrecadação dos extremistas.
A austeridade no Estado Islâmico tem motivado a deserção de combatentes. O EI tenta preencher o vazio nas fileiras — considerado crime sob pena de morte — com o recrutamento de crianças e adolescentes sírios. Com o rebaixamento de salários, afloraram também as disputas entre os quadros dirigentes do EI, em especial entre as tropas de Baghdadi e os batalhões de Abu Omar al-Shishani, o jihadista checheno e ex-sargento georgiano que opera como comandante das fileiras na Síria.
Fonte: O Globo
Estado Islâmico usa de WhatsApp a Twitter para promover ‘terrorismo viral’
Jihadistas usam chat seguro para bate-papo e moeda digital para doações.
EI recruta, arrecada dinheiro e faz propaganda na internet.
Foto publicada no Instagram pelo perfil Jihadology, associado ao Estado Islamico. (Foto: Reprodução/Instagram/Jihadology)
Troca de mensagens criptografadas por Whatsapp e Telegram. Hashtags espalhadas pelo Twitter. Selfies no Instagram. Vídeos no Youtube. Troca da moeda virtual bitcoin. Parecem inocentes ações de quem é antenado em tecnologia, mas são a forma como usa a internet o grupo jihadista EI, que, na opinião de especialistas, faz uso sem precedentes do meios digitais, a ponto de os EUA chamarem o movimento de “terrorismo viral”.
“Não estamos mais caçando terroristas vivendo em cavernas que apenas se comunicam via mensageiros. Estamos encarando inimigos cujas mensagens e chamados de ataque são postados e promovidos em tempo real”, diz Michael McCaul, deputado republicano que chefia o comitê de segurança nacional dos EUA.
“O grupo toma vantagem de todas as ferramentas e funções das redes sociais para garantir a ampla distribuição de suas mensagens”, explica John Mulligan, diretor do Centro Nacional de Contra-terrorismo dos EUA.
A atuação digital do EI não se resume a propaganda. “O grupo terrorista está usando essas tecnologias e sites hospedados nos EUA para recrutar, encorajar pessoas a executar ataques terroristas em todo o mundo e para levantar dinheiro”, afirma ao G1 Michael Smith II, cofundador da Kronos Advisory, consultoria norte-americana em assuntos de defesa
Por exibir mensagens abertas a todos, o Twitter é um dos canais preferidos e exemplo da atuação do grupo. Em março deste ano, o Brookings Institute identificou 46 mil contas de apoiadores ou militantes do EI. A radiografia aponta que 75% tinham o árabe como idioma primário e eram seguidas por cerca de mil usuários. Apesar de ter fãs acima da média, os perfis seguem uns aos outros. Por outro lado, um quinto dos perfis “falava” inglês. Isso, dizem os pesquisadores J.M. Berger e Jonathon Morgan, mostra como as contas são usadas não só para pregar para convertidos mas também para atrair curiosos e adeptos a ataques.
Foto publicada no Instagram pelo perfil Jihadology, associado ao Estado Islamico. (Foto: Reprodução/Instagram/Jihadology)
Terrorismo viral
Foi essa dinâmica que propiciou um tiroteio no Texas (EUA), em maio deste ano, aponta o Departamento de Segurança Nacional dos EUA. Quatro meses após o ataque ao jornal francês “Charlie Hebdo”, que publicara charges de Maomé, um centro de convenções da cidade de Garland anunciou exibição e concurso de desenhos do principal profeta do islamismo.
Um militante do EI sugeriu no Twitter que o evento tivesse o mesmo fim da publicação francesa. Foi contatado pelo norte-americano Elton Simpson, de 30 anos, e o papo continuou via mensagens diretas. Mas não deve ter parado ali.
“Que Alá nos aceite como mujahideen [combatentes santos]”, escreveu Simpson em um tuíte que incluiu a hashtag #texasattack. A mensagem foi ao ar 15 minutos antes de ele e um amigo dispararem contra o centro e serem mortos depois. Apesar de assumido pelo EI, o atentado foi saudado por apoiadores. “Os irmãos no Texas não tinham experiência em tiroteios mas foram rápidos ao defender a honra do profeta Maomé”, tuitou Junaid Hussain, hacker britânico que, até ser morto em agosto, era um dos maiores recrutadores do EI.
‘Selfies jihadistas’
“Esse ataque exemplifica uma nova era em que o terrorismo se tornou viral”, diz McCaul, para quem o microblog é só um dos meios para isso. Outras populares ferramentas também constam das “armas” da facção. O YouTube, plataforma de vídeos do Google, abriga vídeos das sangrentas execuções. No Instragram são publicadas “selfies jihadistas”. Os argumentos religiosos para as mortes vão parar no “JustPasteIt”. E roteiros de viagem à Síria estão no Ask.fm. Segundo o Brookings Institute, entre janeiro de 2014 e setembro deste ano, a produção auviovisual do grupo chegou a 845 peças.
A atividade digital não ocorre sem que os militantes tomem cuidado. Pesquisadores do Centro de Combate ao Terrorismo de West Point descobriram um manual de cibersegurança apresentado a recrutas. O intuito é empregar serviços que usem criptografia (embaralham as mensagens) ou passem por sistemas que impedem rastreamento, como a Deep Web.
Criptografia
O documento recomenda o uso dos apps de chat Cryptocat e Telegram, devido à forte criptografia, e do Wickr, por destruir as mensagens de forma segura. Para a troca de e-mails, o EI sugere o Hushmail e o ProtonMail. O Gmail, do Google, é citado como seguro desde que o navegador usado seja o Tor (outra recomendação) ou uma rede virtual privada.
O relatório faz ressalvas ao Instagram, pois o dono do aplicativo, o Facebook, tem um histórico ruim em relação a proteção à privacidade. Aparelhos que rodem Android, do Google, ou iOS, da Apple, não são completamente vetados. São permitidos se as comunicações forem feitas pela rede Tor. Liberados estão os smartphones “anti-espionagem” Cryptophone e BlackPhone. Para sanar dúvidas, o EI fornece um serviço de help-desk 24 horas por dia.
Moedas digitais
O EI também usa os meios digitais para sustentar as finanças. Embora o contrabando de petróleo seja uma das grandes fontes de renda, as doações também ajudam a fechar a conta. Segundo o Instituto Europeu para Estudos em Segurança, essas contribuições são feitas em bitcoin para fugir do sistema bancário, fácil de seguir. As transações com as moedas digitais não revelam emissores e receptores, apenas as contas de origem e destino.
Um grupo de hackers que luta para minar o poderio digital do grupo achou uma das carteiras eletrônicas ligadas ao grupo, que, em setembro, tinha mais de US$ 3 milhões.
Arsenal digital do Estado Islâmico (Foto: Editoria de Arte/G1)
Contra-ataque
Anteriormente associados aos hackers ativistas do Annonymous, o Ghost Security Group reporta suas descobertas sobre o EI às autoridades norte-americanas, como o FBI, com a ajuda da empresa Kronos Advisory.
O grupo é exemplo da diversidade da luta contra o EI na internet. Reunidos na fronteira digital estão hackers, empresas que fornecem serviços usados pelos jihadistas e os governos de alguns dos países mais poderosos do mundo.
O Reino Unido já afiou suas garras. Para o chanceler George Osborne, a “brutalidade assassina do EI tem um forte elemento digital”. Sem dar maiores detalhes, ele afirmou que o grupo tenta invadir os sistema britânicos, o que será retaliado. “Nós nos reservamos o direito de responder a um ciberataque do jeito que nós escolhermos”, afirmou durante o anúncio do novo Centro Cyber Nacional, focado em cibersegurança, que custará 2 bilhões de libras.
Os EUA possuem uma força-tarefa contra o terrorismo, composta por FBI, Departamento de Segurança Nacional, entre outros órgãos. O grupo argumenta que as ações resvalam na impossibilidade de interceptar mensagens trocadas por ferramentas criptografas. “Infelizmente, a mudança constante das formas de comunicação na internet está rapidamente ultrapassando as leis e a tecnologia criada para permitir a interceptação legal de conteúdos de comunicação”, afirma Michael Steinbach, diretor-assistente do FBI.
“Esses serviços são desenvolvidos e empregados sem qualquer capacidade de aplicar a lei para coletar informações fundamentais para investigações criminais e de segurança nacional e dos procedimentos penais”, diz. Para driblar a adversidade, a força-tarefa tenta fazer o Congresso dos EUA forçar empresas de tecnologia a reduzir o nível da criptografia.
A indústria já se manifestou contra a proposta. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, por exemplo, já afirmou que nem a empresa consegue burlar o próprio sistema de criptografia. Defensores da privacidade argumentam que essas medidas criarão arcabouço legal para a espionagem de cidadãos comuns.
Anonymous ataca site do Estado Islâmico e troca conteúdo por receita de Prozac
Em sua guerra contra o Estado Islâmico, os hackers do Anonymous e seus aliados acabam de abater mais um alvo e da maneira mais genial possível. Membros do GhostSec, um dos grupos que está combatendo os radicais islâmicos na internet, anunciaram que invadiram a dark web usada pelos terroristas e removeu sites que faziam propaganda ao EI. No lugar do conteúdo original, eles colocaram um anúncio de Prozac, um remédio usado para o tratamento de depressão e outros distúrbios psiquiátricos. Além do anúncio, os hackers ainda deixaram uma pequena mensagem aos membros e simpatizantes do Estado Islâmico. No texto, eles indicam o medicamente como uma forma de fazer com que as pessoas que acessavam aquela página tivessem mais calma em suas vidas. Mais do que isso, o GhostSec ainda pedia para que todos olhassem aquela imagem enquanto eles continuavam a melhorar sua infraestrutura para entregar ao Estado Islâmico aquilo que ele tanto deseja. Como se não bastasse a provocação, o grupo ainda colocou o link de uma farmácia online especializada na venda de remédios a partir de bitcoins. Assim, se algum membro ou simpatizante do EI estiver mesmo interessado no Prozac apresentado, pode adquirir isso sem precisar gastar muito. Em outras palavras, foi uma ótima sacada dos hackers na hora de provocar seus inimigos. Esse é apenas mais um dos ataques realizados pelo Anonymous e seus aliados nesta guerra ao terror dentro da internet. Como já comentamos anteriormente, esses hackers se uniram para atrapalhar a vida e as operações dos extremistas no ambiente digital, derrubando algumas centenas de páginas e perfis que apoiavam as ações do Estado Islâmico. Por outro lado, vários especialistas em segurança estão criticando as ações do próprio Anonymous pelo modo com que ele está lidando com esse combate ao terrorismo. A principal questão é que os ataques orquestrados pelos ciberativistas são indiscriminados e afetaram jornalistas, pesquisadores e outras pessoas que nada tinham a ver com os radicais do Oriente Médio.
Fonte: Yahoo
Exército sírio avança contra Estado Islâmico em Aleppo, diz TV estatal
Parte de estrada que liga cidade a Raqqa foi capturada.
Governo sírio e seus aliados também tiveram ganhos perto de Homs.
O exército sírio capturou território do Estado Islâmico ao leste de Aleppo incluindo vários quilômetros da estrada que liga a cidade com Raqqa, considerada reduto jihadista, informou a TV estatal síria neste sábado.
As áreas relatadas como capturadas estão a leste de Kweires, base aérea apreendida do controle do Estado Islâmico em 10 de novembro, em uma das várias ofensivas travadas pelo exército sírio com suporte de ataques áereos russos, forças iranianas e militantes do Hezbollah libanês.
A Reuters não pôde confirmar de forma independente o relato.
Uma manchete da TV estatal disse que o exército havia capturado as aldeias Kaskis e Akula e vastas áreas de terras agrícolas, apreendendo túneis e fortificações construídas pelos os jihadistas, e foram áreas de desminagem minadas pelo grupo.
As aldeias estão a cerca de 60 quilômetros a leste de Aleppo.
O governo sírio e seus aliados também tiveram ganhos contra Estado Islâmico ao sudeste de Homs.
Fonte: O Globo
Rússia tinha razão: ‘Turquia recebe petróleo do Estado Islâmico’
Os ataques aéreos russos à infraestrutura petrolífera jihadista causaram a insatisfação natural da Turquia, que parece ser o principal consumidor de petróleo do EI, de acordo com a imprensa alemã.
Depois da derrubada do bombardeiro russo Su-24 pela Força Aérea turca, o presidente Putin afirmou que Ancara parece ser cúmplice dos terroristas, já que compra o petróleo nas regiões da Síria capturados por extremistas, e ele tem razão ao dizê-lo, escreve o jornal alemão Bild.
A Turquia se transformou em um grande consumidor de petróleo do grupo extremista Estado Islâmico, continuou o autor do artigo. Os empresários turcos têm acordos de compra de petróleo com jihadistas que lhes permitem obter uma receita de $10 milhões por semana.
O Kremlin há muito tempo que obteve informações de que o petróleo a partir de territórios capturados pelo EI na Síria estava sendo transportado para a Turquia. Quando as Forças Aerospaciais russas começaram a realizar mais ataques contra a infraestrutura do EI, isso não poderia ser ignorado por Ancara.
De acordo com o Bild, a política turca em relação aos jihadistas não é completamente transparente: embora Ancara tenha dado aos americanos a oportunidade de usar a base aérea do país para o lançamento de ataques contra as posições do EI, Erdogan permite que os terroristas cruzem a fronteira para a Síria sem obstáculos.
Ao mesmo tempo, observa o Bild, a Turquia não é o único país que está fazendo acordos sujos com os militantes islâmicos para obter lucro. O contrabando é igualmente realizado para a Jordânia e Curdistão, onde o mercado negro de petróleo do Estado Islâmico é florescente, afirmou Eckart Woertz, analista sênior do Centro de Barcelona para os Assuntos Internacionais.
O presidente russo, Vladimir Putin, depois de uma conferência de imprensa com o presidente francês, François Hollande, disse que quantidades significativas do petróleo procedentes das áreas controladas pelo EI na Síria estão sendo transportadas para a Turquia:
“Nós estamos falando sobre o abastecimento em escala industrial do petróleo dos territórios sírios capturados por terroristas — a partir dessas áreas exatas e não de quaisquer outras. E podemos observar a partir do ar, para onde os caminhões estão indo”, anunciou o presidente. “Eles estão se movendo para a Turquia, dia e noite.”
Fonte: Sputnik
Polícia italiana executa mandados de prisão em várias cidades da Itália e de Kosovo; grupo propagava ideologia jihadista
A polícia italiana deflagrou nesta terça-feira (1) uma operação contra cidadãos de Kosovo suspeitos de apologia ao terrorismo e ódio racial. Estão sendo executados mandados de prisão em várias cidades italianas e em Kosovo, com apoio das autoridades locais. Ao menos quatro pessoas foram presas.
O inquérito que levou à operação foi conduzida pela Direção Central da Polícia de Prevenção, a célula antiterrorista da Itália, e por dois núcleos da Divisão de Investigação Geral e Operações Especiais (Digos) de Brescia. Os agentes identificaram contatos de uma suposta organização terrorista que, através de sites e redes sociais, propagava a ideologia jihadista.
De acordo com os investigadores, o grupo já teria publicado fotos com armas em punho e os quatro detidos foram reconhecidos como extremistas declaradamente militantes do Estado Islâmico.
Os suspeitos de terrorismo presos na Itália haviam publicado ameaças contra o papa Francisco na internet, de acordo com as forças de segurança locais. “Lembrem-se que não haverá outro papa depois deste. Será o último”, é uma das mensagens difundidas pelo grupo detido.
Desde os atentados de 13 de novembro, em Paris, que deixaram 130 mortos, a Itália reforçou toda sua segurança, principalmente em Roma e no Vaticano. O país foi alvo de ameaças do Estado Islâmico, além de receber notificações sobre pacotes-bombas.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse na semana passada que o mundo “está diante de um inimigo perigoso, o qual ninguém pode subestimar”. Neste sentido, o ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, apresentou medidas para monitorar todas as formas de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias, inclusive o console da marca PlayStation. Assim como as redes sociais, o videogame estaria sendo usado por terroristas para transmissão de mensagens.
Em 12 de novembro, um dia antes da série de atentados em Paris, a Itália e várias nações europeias prenderam mais de 17 pessoas em uma megaoperação contra o terrorismo.
Fugitivas que haviam sido sequestradas pelo grupo armado extremista Estado Islâmico em 2014 revelaram o estilo de vida abusivo a que eram submetias . Human Rights Watch, organização não-governamental de direitos humanos que está dando apoio a essas mulheres, divulgou na terça-feira (5) , a situação de fugitivas que foram estupradas e negociadas entre os membros antes de fugirem.
O Estado Islâmico impõe restrições abusivas para mulheres e meninas iraquianas e limita sua liberdade de movimento e de acesso aos cuidados de saúde e educação em áreas sob seu controle, revelou a Human Rights.
Ver as imagens
Em janeiro e fevereiro de 2016, a Human Rights Watch entrevistou 21 mulheres árabes sunitas da região de Hawija do Iraque e 15 mulheres e meninas do grupo Yezidi minoria étnica, que haviam fugido de áreas controladas pelo ISIS, a maioria no final de 2015. Várias raptadas em 2014, passaram mais de um ano em cativeiro. Eles contam que forma convertidas à força ao Islã e mantidas como escravas sexuais negociadas em mercado. A Human Rights Watch documentou primeiro estupro sistemático de mulheres e meninas Yezidi no início de 2015.
As mulheres Yezidi, compradas e vendidas, eram brutalmente estupradas, e se engravidavam tiravam os filhos delas”, contou Skye Wheeler, membro da Human Rights Watch.
As mulheres sunitas, entrevistas pela Human Rights Watch relataram severas restrições em suas roupas e liberdade de movimento em áreas controladas pelo ISIS. Eles disseram que só foram autorizados a deixar suas casas vestidas em pleno rosto véu (niqab) e acompanhado por um parente masculino. Essas regras quando não cumpridas, eram espancadas e punidas por membros masculinos da família.
Famílias que vivem sob ISIS também sofrem com os preços dos alimentos e escassez de dinheiro, especialmente desde que o governo do Iraque parou de enviar os salários da função pública para áreas controladas pelo ISIS e2015. Eles também vivem com medo de ataques aéreos pela coalizão liderada pelos Estados Unidos e as forças do governo iraquiano. Os entrevistados disseramque a combinação de escassez de alimentos, medo de ataques aéreos e abuso por parte de ISIS levou-os a fugir.
Onze dos entrevistados relataram acesso restrito aos cuidados de saúde ou de educação por causa das políticas discriminatórias do grupo extremista, incluindo regras que limitam médicos do sexo masculino de tocar, ver ou estar a sós com pacientes do sexo feminino. Nas áreas mais rurais, ISIS proibiu as meninas de frequentarem a escola.
Estima-se que 1.800 mulheres e meninas iáziges foram raptadas. A Human Rights Watch não foi capaz de confirmar estes números, mas as Nações Unidas alegam, com base em estimativas oficiais, que até 3.500 pessoas são mantidas em cativeiros desde outubro de 2015. Muitos dos abusos, incluindo tortura, escravidão sexual e detenção arbitrária, seria crimes de guerra, se cometidas no contexto do conflito armado, ou crimes contra a humanidade se fossem parte da política ISIS durante um ataque sistemático ou generalizado contra a população civil.
Fonte: Yahoo
Atentado mata governador do Iêmen; Estado Islâmico reivindica ataque
Carro-bomba atingiu comboio que levava político Jaafar Mohammed Saad.
Ao menos seis membros da comitiva do governador também morreram.
Jaafar Mohamed Saad, governador da cidade de Áden, no Iemên, morreu em um atentado terrorista neste domingo (6). O comboio que levava o político foi atingido por um homem-bomba. O Estado Islâmico reivindicou o ataque.
Uma autoridade local e moradores disseram que ao menos seis membros da comitiva do general Saad também morreram no atentado, que mirava o governador em sua ida para o trabalho. Diversas outras pessoas ficaram feridas.
O Estado Islâmico, em comunicado divulgado em seu serviço de mensagens, disse que detonou um carro cheio de explosivos sobre a comitiva de Saad no centro do distrito de Tawahi, em Áden, e prometeu mais operações contra “os chefes da apostasia” no Iêmen.
A filial local do grupo islâmico tem intensificado as operações desde a eclosão da guerra civil no Iêmen, surgindo como uma rival forte para a Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), o principal grupo militante no país nos últimos anos.
O grupo lançou ataques espetaculares contra bases de segurança e mesquitas administradas por forças Houthi que controlam a capital, Sanaa. Os houthis, que seguem o ramo xiita Zaydi do Islã, têm enfrentado uma coalizão de forças, principalmente árabes do Golfo, que começou ataques aéreos contra eles em março.
O atentado acontece um dia após ataques matarem um oficial sênior do exército e um juiz que havia presidido o julgamento de militantes suspeitos de bombardear o navio de guerra norte-americano USS Cole em Aden em 2000, em dois ataques separados na cidade.
Em outubro, quatro homens-bomba haviam detonado carros em quarteis-generais temporários do governo do Iêmen e dois postos da coalizão árabe, matando mais de 12 pessoas.
Fonte: G1
Estado Islâmico diz que atiradores da Califórnia são seguidores do grupo
Grupo terrorista fez afirmação durante transmissão online neste sábado (5).
Ataque na cidade de San Bernardino deixou 14 mortos e mais de 20 feridos.
O Estado Islâmico afirmou em uma transmissão online neste sábado (5) que seguidores do grupo terrorista foram os responsáveis pelo ataque de 2/12 que deixou 14 mortos e 21 feridos na cidade de San Bernardino, na Califórnia (EUA).
“Dois seguidores do Estado Islâmico atacaram dias atrás um centro em San Bernardino, na Califórnia, abrindo fogo dentro do local, matando 14 pessoas e ferindo mais de 20”, informou a transmissão diária do grupo.
Uma agência de notícias que apoia o Estado Islâmico, que controla grandes territórios na Síria e no Iraque, disse, em 4/12, que os suspeitos eram seguidores do grupo. Essa transmissão, porém, foi a primeira reivindicação feita pelo próprio EI.
Fontes do governo dos EUA afirmam que não há evidências de que o ataque foi direcionado pelo grupo militar, ou que até mesmo ele saiba quem são os atiradores.
Na sexta (4), o FBI disse que “um número de evidências” levaram à Polícia Federal americana a passar a investigar o caso como um ato de terrorismo. A organização diz, no entanto, que faltam evidências para afirmar que o casal encarregado do ataque, Syed Farook e Tashfeen Malik, pertencia a uma organização maior de extremistas.
O jornal “Los Angeles Times” cita uma fonte do cumprimento da lei federal que diz que o homem, Syed Farook, de 28 anos e nacionalidade norte-americana, fez contato com ao menos dois grupos militantes, incluindo a Nusra Front, da Síria, que é afiliada à Al-Qaeda.
Syed Farook, suspeito por promover tiroteio em San Bernardino, é visto em foto de sua carteira de motorista (Foto: REUTERS/California Department of Motor Vehicles)
Fonte: G1
EI captura quatro distritos no Afeganistão, apontam relatos
Cerca de 1.600 militantes estariam envolvidos na ofensiva. Milhares de pessoas fugiram de suas casas
Membros das forças de segurança afegãs deflagram operação contra o EI na província de Nangarhar – Noorullah Shirzada / AFP
Relatos apontam que o Estado Islâmico (EI) se espalhou para o Afeganistão e capturou quatro distritos ao sul da cidade de Jalalabad, na província de Nangarhar. Segundo o jornal “The Times”, cerca de 1.600 militantes estariam envolvidos na ofensiva, numa tentativa do grupo extremista de estabelecer uma nova província para o seu autodenominado califado.
Fotos postadas por membros da filial regional do EI Wilayat Khorasan mostram um campo de treinamento em Nangarhar. O local recebeu o nome do ex-mufti da filial Jalaluddin, morto em um ataque aéreo dos Estados Unidos em outubro.
O Exército afegão tenta conter o avanço jihadista, o que levou a morte de 500 soldados por mês em batalhas diárias. Dezenas de milhares de moradores fugiram de suas comunidades.
O crescimento do grupo estaria relacionado ao declínio do Talibã e à retirada de tropas ocidentais. Ao “The Times”, um porta-voz do Pentágono disse que o governo dos Estados Unidos está ciente da crescente presença do grupo no Afeganistão.
— Estamos cientes da presença de militantes afiliados do EI no Afeganistão, e estamos monitorando de perto para ver se terá um impacto significativo de ameaças na região.
Os Estados Unidos lideram uma coalizão internacional de combate ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Neste sábado, o Reino Unido realizou sua segunda leva de ataques aéreos contra jihadistas do grupo em território sírio, dois dias após aprovação da missão militar pelo Parlamento britânico.
Fonte: O Globo
Ataques aéreos matam dezenas de pessoas perto de Damasco, na Síria
Aviões sírios atacaram área controlada por rebeldes a nordeste de Damasco
Observatório Sírio de Direitos Humanos fala em 80 mortos e 200 feridos.
Aviões sírios atacaram uma área controlada por rebeldes a nordeste de Damasco, na Síria, em 16/8/15, matando pelo menos 80 pessoas e deixando mais de 200 feridos, disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Mais cedo, o observatório havia apontado 58 mortos.
O Observatório afirmou que o ataque atingiu um mercado em Duma, cerca de 15 km a nordeste de Damasco, um dos redutos dos rebeldes. Um outro grupo ativista na região disse nas redes sociais que o número de mortos era 67, atribuindo a informação a agentes do serviço de emergência.
Uma fonte militar síria declarou que a Força Aérea havia realizado ataques em Duma e em Harasta, uma área próxima, e que o alvo eram bases do grupo rebelde Exército Islã.
O presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdelrahman, informou em declarações à Agência EFE por telefone que quatro projéteis se chocaram contra o mercado, situado no centro de Duma.
Muitos feridos no bombardeio, que causou grandes destroços materiais, estão em estado grave, segundo a fonte, que não descartou um aumento do número final de vítimas mortais. Duma, situada na região de Ghouta Oriental, está controlada pela brigada insurgente islamita Exército do Islã e cercada pelas tropas leais ao presidente Bashar al Assad.
A zona de Ghouta Oriental, principal reduto da oposição nos arredores da capital, é alvo frequente dos ataques da aviação governamental.
Há quatro dias, pelo menos 37 pessoas perderam a vida, entre elas quatro menores, e 120 ficaram feridas por bombardeios similares nas povoações de Duma, Saqba, Hamuriya e Kafr Batna, todas em Ghouta Oriental.
A Síria é há mais de quatro anos palco de um conflito que causou mais de 240 mil mortes, segundo os últimos números do Observatório.
Duma, cidade situada a 13 km de Damasco e tomada pelos rebeldes há mais de dois anos, é regularmente visada pelos ataques da aeronáutica síria, principal arma do regime contra os insurgentes.
Fonte: G1
Estado Islâmico espalha o caos a caminho da desejada “guerra apocalíptica global”
Um ano chegou para confirmar que vinham ao que diziam. Os novos líderes da jihad global são eficientes e sabem que basta continuarem activos para vencerem. Agora, é mais difícil duvidar das suas ameaças.
Quando, a 29 de Junho de 2014, um grupo conhecido até então por diferentes siglas decidiu que passaria a chamar-se apenas Estado Islâmico e proclamou a criação de um califado, o seu porta-voz, Abu Mohammed al-Adnani, anunciou o nascimento de “uma nova era da jihad internacional”. Era o primeiro dia do Ramadão e o “califado” incluía províncias na Síria e no Iraque.
Um ano depois, os jihadistas já reclamam como parte do seu território zonas da Líbia, Iémen, Argélia, Nigéria, Afeganistão, Paquistão, Afeganistão, Egipto e Arábia Saudita. Entretanto, massacram dezenas de milhares de sírios e iraquianos, decapitados, queimados, afogados… Orquestraram ou inspiraram atentados de Paris a Sydney, da Líbia à Malásia. E somaram o apoio de grupos extremistas antes ligados à Al-Qaeda no Iémen, Afeganistão, Paquistão, no Egipto ou na Somália.
Agora, num só dia, uma semana depois do início do mês sagrado do jejum dos muçulmanos, três ataques em três continentes planeados para acontecerem em simultâneo (na tradição da Al-Qaeda) ou não, mostram até que ponto o grupo a que muitos demoraram a dar importância está decidido a “criar o caos no mundo, para assim poder expandir-se e tentar incitar uma guerra apocalíptica global”, diz ao New York Times Harleen Gambhir, do Institute for the Study of War.
Os líderes do Estado Islâmico são terroristas, criminosos, comandantes militares, governadores de cidades, directores de hospitais ou escolas; não são um bando de loucos que age por impulso. Mas tudo o que fazem se baseia na crença de que essa guerra, a que oporá os verdadeiros crentes a todos os outros, vai mesmo acontecer. Apressá-la ou não depende das circunstâncias.
Acossado dentro do seu território original, expulso de várias localidades por milícias curdas sírias, bombardeado por uma coligação anti-jihadista no Iraque, o grupo que se alimenta do choque provocado pelas suas acções sabe que tem de estar permanentemente a inovar. Nunca soma muitas derrotas sem ripostar, como fez na última semana em Kobani, no Norte da Síria. E nunca está muito tempo sem produzir uma barbaridade nova que obrigue o mundo a falar de si.
No início, a prioridade era conquistar território – quem oferece uma opção total de vida tem de ter onde receber os seus seguidores. Quando conseguiu que os Estados Unidos juntassem dezenas de países para bombardear as suas posições, passou a fazer sentido continuar a combater por território enquanto se incentivavam ataques a esses inimigos nos seus próprios países.
É a consciência de que não pode parar de chocar e a máquina de propaganda que criou para comunicar em permanência a sua mensagem na era das redes sociais que faz deste um movimento “formidável, mais eficaz do que qualquer outro grupo jihadista na história”, diz J.M. Berger, co-autor de Estado Islâmico – Estado de Terror (Vogais), numa entrevista recente ao PÚBLICO. Trata-se de “um grupo apocalíptico, fanático, e as pessoas que atrai e que nele se envolvem têm uma enorme tolerância à mensagem”, sublinha o investigador.
A seguir, têm de decidir se agem ou não em função da mensagem, se partem para a Síria, se atacam a redacção de um jornal satírico, um café onde se debate a liberdade de expressão, uma praia de um país muçulmano que tenta estabelecer-se como uma democracia depois de décadas de ditadura. Ou uma mesquita onde centenas de xiitas rezam num pequeno estado inimigo no Golfo, o Kuwait, um alvo fácil num país pouco habituado a atentados, e uma forma simples de atiçar mais ainda o conflito sectário entre sunitas e xiitas.
Infiéis e seguidores
Para este Ramadão, o primeiro pós-califado, Adnani pedira aos seguidores “um mês de calamidades para os kuffar”, os infiéis, todos os que não partilham da sua visão do mundo e do islão.
Uma das grandes diferenças entre a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, para além da preferência da primeira por ataques espectaculares que podiam levar anos a planear, é que os novos jihadistas são bem mais radicais na sua definição do que são infiéis. Não declararam só guerra aos cruzados e sionistas, querem apagar da face da terra o presente, o passado e o futuro de todos os que não cumpram exactamente o seu ideal de islão. Mesmo que isso signifique executar alguns dos seus próprios membros.
Outra, fruto da máquina de propaganda, é a capacidade de “procurar pessoas dispostas a morrer fazendo-o numa série de línguas em simultâneo”, escreve Jon B. Alterman, director do Programa para o Médio Oriente do think tank Center for Strategic and International Studies (CSIS), de Washington. “Ao contrário da Al-Qaeda, que operava quase exclusivamente em árabe, o Estado Islâmico integra forças que falam árabe, inglês, francês, tchetcheno, russo, turco, e mais”, nota Alterman.
Fonte: O público
Com um ano de vida, Estado Islâmico mantém luta por califado
Grupo extremista, oriundo da fusão do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, segue firme para dominar área entre rios Tigre e Eufrates
Um ano após o Estado Islâmico (EI) declarar um califado, os ataques da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra os jihadistas continuam sem destruir a ambição do grupo de formar uma nação governada por extremistas.
Em 29/6/14, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante anunciou que passaria a se chamar simplesmente Estado Islâmico, batizando assim a ideia de um califado que pretendia se estender desde às margens dos rios Tigre e Eufrates por todo o mundo muçulmano.
O autoproclamado califa Abu Bakr al Baghdadi demorou alguns dias para aparecer em uma mesquita de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, para pedir lealdade total a sua figura, algo que conseguiu dos mais sanguinários grupos terroristas de países como Nigéria, Líbia e Egito.
Poucos meses depois daquela declaração, os EUA reuniram vários aliados ocidentais e árabes para atacar posições do EI pelo ar e evitar seus avanços no Iraque e na Síria.
Atualmente, os EUA têm mais de 3,5 mil soldados no Iraque para ajudar as forças iraquianas a se tornarem forças profissionais e efetivas nas operações contra o EI.
Apesar do poderio aéreo dos Estados Unidos, o EI continua a controlar cidades importantes como Al Raqqa, na Síria, e Mossul, no Iraque, o que mantém vivo entre os fanáticos do grupo.
Nesta semana começaram a aparecer nas redes sociais imagens dos primeiros dinares do EI, a nova moeda califado, forjada em ouro e prata.
O aparelho de propaganda dos jihadistas já reúne vídeos de decapitações e assassinatos com folhetos sobre seu sistema de saúde e serviços sociais de ajuda a órfãos, com os quais o grupo tenta convencer os sunitas de que é a alternativa de governo que as pessoas tanto esperavam em algumas regiões.
“A estratégia da Casa Branca não está funcionando e não vai funcionar se não forem tomadas medidas mais contundentes”, explicou nesta semana Michael Douram, analista do Instituto Hudson, em um debate sobre o futuro do Oriente Médio.
Nascido da Al Qaeda no Iraque e com raízes que remetem à ocupação americana iniciada em 2003, o Estado Islâmico aproveitou o conflito entre sunitas e xiitas na Síria e no Iraque para expandir seu controle em regiões esquecidas e sem ordem ou governo.
Ao longo deste último ano, Washington chegou à conclusão de que acabar com o EI não será tão fácil em um mundo árabe onde a desconfiança entre sunitas e xiitas, as alianças tribais e a corrupção são a tônica dominante.
Na última sexta-feira, o general americano Daniel Allyn lamentou que os progressos para fazer com que o governo iraquiano se defenda sozinho do EI estão sendo atrasados por “‘amiguismos’, pela cultura tribal e outros fatores que não deveriam influenciar na hora de escolher os melhores líderes”.
O Pentágono afirmou recentemente que só conseguiu recrutar sete mil dos 24 mil novos soldados iraquianos que queriam treinar.
Brian Katulis, especialista do Center for American Progress, declarou em uma reportagem especial do site “Politico” que, para acabar com o EI, é necessário “um acordo político que atenda às demandas da comunidade sunita no Iraque e na Síria”.
Sem essa alternativa, o EI mantém vivo o sonho de estabelecer um grande califado muçulmano sunita dedicado a julgar todos os que não aderirem à sua interpretação do Islã.
Em dezembro de 2014, o general Michael K. Nagata, chefe de operações especiais do exército dos EUA no Oriente Médio, disse ao jornal “The New York Times” que “a ideia do EI ainda não foi derrotada”.
“Nem sequer entendemos a ideia”, acrescentou o general Nagata.
As forças curdo-sírias expulsaram de Kobane, no norte da Síria, os jihadistas do Estado Islâmico, dois dias após eles invadirem a estratégica cidade fronteiriça com a Turquia, indicaram uma ONG e militantes.
“Os combatentes curdos retomaram o controle de alguns pontos dos quais o EI havia se apoderado em Kobane”, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos. O militante curdo Rudi Mohamad disse que toda a cidade foi recuperada, informando sobre muitas mortes entre as fileiras do EI.
Ataque a hotel deixa mortos na Tunísia
Ao menos 37 pessoas teriam morrido em resort da cidade de Sousse.
País está sob alerta de segurança desde atentado de março em museu.
Um hotel foi atacado na cidade de Sousse, na Tunísia, em 26/6/15, segundo informaram autoridades locais. Tiros foram ouvidos no local e o atirador teria morrido. Segundo o ministério da Saúde, 37 pessoas morreram – a maioria turistas, entre eles cidadãos britânicos, belgas e alemães. Ao menos 36 pessoas ficaram feridas.
Uma fonte de segurança disse que o corpo do atirador, armado com um fuzil Kalashnikov, estava no local onde a polícia o matou. Não há informações sobre se havia outro atirador.
A polícia restringiu o acesso ao hotel Imperial Marhaba.
Os hóspedes eram em sua maioria britânicos e da Europa central, indicou o estabelecimento sem precisar a nacionalidade das vítimas.
No momento do ataque “havia 565 clientes no hotel. Os clientes são majoritariamente do Reino Unido e da Europa central”, indicou o grupo em um comunicado. Segundo uma autoridade tunisiana, uma irlandesa também estaria entre os mortos.
Um vídeo amador feito por uma janela perto do local do ataque mostra pessoas fugindo enquanto soam disparos de tiros (assista abaixo).
O Ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, afirmou que pelo menos cinco britânicos estavam entre os 37 mortos. “Podemos confirmar que pelo menos cinco britânicos foram mortos nesse incidente, mas devo avisar que devemos esperar mais relatos de fatalidades”, afirmou. Inicialmente foram reportadas 28 mortes.
Sousse é um dos mais conhecidos balneários do norte da África, atraindo turistas da Europa e de países vizinhos. A Tunísia tem estado sob forte alerta de segurança desde março, quando militantes em aliança com o grupo Estado Islâmico atacaram o museu do Bardo, em Tunis, matando um grupo de 20 turistas estrangeiros em um dos piores ataques do tipo no país africano.
Policiais escoltam um homem suspeito de estar envolvido no atentado a um hotel em Sousse, na Tunísia (Foto: Amine Ben Aziza/Reuters)
Depois do atentado ao museu, o setor estratégico do turismo teve resultados muito ruins em abril, com uma queda de 25,7% do número de turistas e do 26,3% das rndas em relação ao ano anterior.
O presidente francês, François Hollande, e o presidente tunisiano, Béji Caïd Essebsi, expressaram “solidariedade frente ao terrorismo”, após os atentados
Corpo de turista é coberto após ataquem em praia de Sousse, na Tunísia, nesta sexta (26) (Foto: Amine Ben Aziza/Reuters)
O hotel Imperial Marhaba em Sousse, na Tunísia (Foto: Reprodução/Pinterest/Riu Hotels and Resorts)
Atentado terrorista deixa um morto e feridos em usina na França
Homem com bandeira islamita invadiu local e detonou cilindros de gás.
Cabeça decapitada com inscrições em árabe foi encontrada.
Um atentado terrorista cometido em 26/6/15 contra uma usina de gás em Saint-Quentin Fallavier, perto da cidade francesa de Lyon, deixou ao menos um morto, cuja cabeça decapitada foi encontrada em uma grade no local do ataque, coberta de inscrições em árabe. Outras duas pessoas ficaram feridas.
O homem decapitado foi identificado como um empresário de Lyon, centro-leste da França, informaram fontes ligadas à investigação. Ele seria o empregador do suposto autor do atentado, que foi preso, de acordo com uma fonte próxima ao caso.
A cabeça da vítima foi encontrada presa às grades da fábrica do grupo Air Products em Saint-Quentin-Fallavier. Ela estava cercada por duas bandeiras islâmicas, o que seria um sinal de uma encenação.
Três pessoas foram detidas – entre elas o principal suspeito do crime, identificado como Yassim Salhi, de 35 anos e original de Saint-Priest, na periferia de Lyon, segundo o governo francês.
De acordo com o Ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, o preso foi acompanhado pelas autoridades entre 2006 e 2008 por supostas atividades radicais, mas a partir desta data deixou de ser visto como uma ameaça.
Nesse tempo, o suspeito teve vínculo com movimentos salafistas, mas “não foi identificado que participasse de atividades de caráter terrorista”, disse.
“Esta pessoa era tema de um arquivo “S” (“segurança”) por radicalização em 2006, que não foi renovado em 2008. Ele não possui registros criminais”, disse Cazeneuve a jornalistas no local do ataque.
Uma segunda pessoa foi detida horas depois. “Um veículo foi visto dando voltas suspeitas nos arredores do complexo, o número da placa foi investigado e seu proprietário identificado. Ele foi detido na localidade de Saint-Quentin-Fallavier”, afirmou uma fonte ligada ao caso.
A esposa do suposto autor do ataque foi a terceira pessoa detida, segundo uma fonte judicial.
O presidente francês, François Hollande, afirmou que o atentado é de “natureza terrorista, já que foi encontrado um cadáver decapitado com inscrições” no local do crime. “A intenção era, sem dúvida, causar uma explosão. Foi um ataque terrorista”, declarou Hollande a repórteres em Bruxelas, onde participava de uma cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE).
Ele aumentou o alerta de segurança no local do ataque para o mais alto existente.
O presidente explicou que o ataque foi lançado por meio de “um veículo conduzido por uma pessoa, talvez acompanhada de outra, e que a grande velocidade, e com cilindros de gás, se lançou sobre este centro, considerado sensível”. “Não há dúvidas quanto à intenção, que é provocar uma explosão”, acrescentou.
O veículo com o qual o suposto terrorista atacou a fábrica, era autorizado para entrar na empresa, por isso que não levantou suspeitas, informou o prefeito de Isère, Jean-Paul Bonnetain.
Em declarações a um grupo de jornalistas, o prefeito explicou que o veículo “não precisou entrar de surpresa” na fábrica, já que contava com a permissão necessária para fazê-lo nesta instalação classificada de “baixo risco industrial”.
Fora da usina atacada foi encontrada uma bandeira com inscrições em árabe, disseram as autoridades. Elas ainda são analisadas. Além disso, ainda não se sabe se o corpo decapitado de uma pessoa que foi achado nas imediações da usina, foi transportado para lá ou não.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, ordenou o reforço das medidas de segurança nas zonas sensíveis perto da usina.
Valls, que está em uma viagem oficial à América do Sul, solicitou que o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, se dirija a Saint-Quentin Fallavier, o local do ataque, informou a comitiva do primeiro-ministro.
Hollande, que participa nesta sexta de uma cúpula europeia em Bruxelas, voltará no início da tarde a Paris, indicou a presidência.
“Voltará no início da tarde e está em contato permanente com o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, e com os serviços do Estado”, indicou uma fonte próxima. O ministro da Defesa francês anunciou que às 13h GMT (10h de Brasília) um Conselho de Defesa se reunirá na presidência.
A seção antiterrorista da Promotoria de Paris anunciou que abriu uma investigação por “assassinato e tentativas de assassinato em grupo organizado e em relação a um ato terrorista”.
Também investiga as acusações de “destruição e degradação através de uma substância explosiva em grupo organizado e em relação a um ato terrorista” e de “associação terrorista para cometer atentados contra as pessoas”.
O ataque desta sexta ocorre depois que em janeiro vários atentados jihadistas em Paris deixaram 17 mortos. O principal deles foi contra o Charlie Hebdo, no qual 12 pessoas foram mortas, entre elas os cartunistas Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, e o lendário Georges Wolinski.
A França conta com uma alta proporção de cidadãos lutando nas fileiras dos islamitas no Iraque e na Síria e está em alerta ante possíveis ataques em seu território desde os atentados na redação da Charlie Hebdo.
Ataque suicida do Estado Islâmico mata ao menos 10 no Kuwait
Declaração em rede social identificou o homem-bomba e informou que o alvo era um “templo dos rejeicionistas”
Pelo menos 10 pessoas foram mortas em um ataque a uma mesquita xiita no Kuwait nesta em 26/6/15, disse o governador da cidade à Reuters
O grupo militante Estado Islâmico reivindicou responsabilidade pelo ataque suicida, de acordo com uma declaração postada nas redes sociais.
A declaração identificou o homem-bomba como Abu Suleiman al-Muwahed e informou que o alvo era um “templo dos rejeicionistas” – termo usado pelo grupo militante para se referir ao muçulmanos xiitas, a quem considera hereges.
Os jihadistas do EI entraram em 25/6/15 em Kobane, apoderando-se de vários pontos e edifícios da cidade, da qual haviam sido expulsos em janeiro após 4 meses de combates, sofrendo na época seu primeiro revés desde o início da expansão deste grupo jihadista na Síria
A recuperação dos edifícios ocupados pelos jihadistas foi possível depois que os combatentes curdos enviaram reforços.
O Observatório acrescentou que pelo menos 174 civis, entre eles dezenas de crianças e mulheres, morreram nestes três dias de combates.
Kobani se transformou em símbolo da resistência curda contra o EI, ao suportar entre setembro e janeiro a ofensiva dos radicais, que no final foram expulsos.
Crianças grávidas e crucificadas: conheça a “capital” do EI
Raqqa é o epicentro do grupo terrorista, um lugar onde o barbarismo do EI e suas ideologias acontecem diariamente
O corpo de um adolescente de 17 anos está exposto em praça pública, crucificado. Uma placa em seu pescoço indica que tirou fotografias da sede do Estado Islâmico e, por isso, foi morto pelos membros do grupo terrorista. Meninas de 15 anos grávidas andam pelas ruas, casadas e escravizadas pelos “maridos” extremistas. Pode parecer ficção, mas esta é Raqqa, a cidade síria considerada como “capital” do califado, que teve sua rotina transformada pela presença do EI. As informações são do Daily Mail.
Raqqa é o epicentro do grupo terrorista, um lugar onde o barbarismo do EI e suas ideologias acontecem diariamente
Foto: Daily Mail / Reprodução
Raqqa é o epicentro do grupo terrorista, um lugar onde o barbarismo do EI e suas ideologias acontecem diariamente. Na cidade, meninas de nove anos são escravizadas, tornando-se objetos sexuais dos extremistas islâmicos, como aconteceu com as três irmãs Dawood, que foram sequestradas de suas famílias durante uma peregrinação para a Arábia Saudita.
As atrocidades cometidas contra as crianças são apontadas como sendo consequência de uma “lavagem cerebral” do EI, que leva as crianças sequestradas nas ruas de Raqqa para três acampamentos islâmicos ‘reeducação’. Quando eles retornam a casa, crianças denunciam seus pais caso não obedeçam às regras, condenando-os à prisão e tortura. “Eles estão envenenando a mente de nossos filhos”, afirmou um ativista sírio.
“Eles os levam para um lugar chamado Acampamento Sharia. Eles acusam os pais de serem inimigos de Deus se eles são contra o Estado islâmico”, afirmou.
Nas ruas, meninos de cinco anos fazem parte de execuções de “infiéis”, como em um vídeo publicado pelo grupo, que mostra quatro crianças brincando com reféns ocidentais, recitando acusações em árabe antes de disparar todos eles na cabeça com uma arma de brinquedo.
Estas crianças também têm sido fotografadas ao lado cabeças decepadas.
Raqqa antes do EI
Anteriormente ao EI, a cidade tinha cidadãos cristãos e muçulmanos convivendo em harmonia. Homens e mulheres também compartilhavam espaços públicos e tinham direitos respeitados, muito diferente do que é visto hoje, quando as mulheres não podem se misturar, gays são mortos como “heréticos”, atirados de prédios e apedrejados, e crianças respondem e morrem por crimes absurdos como o caso descrito anteriormente.
É nesta cidade também onde estão muitos reféns do Estado Islâmicos, capturados como animais. Os vídeos das decapitações, por exemplo, nos quais aparece o Jihadista John, podem ser gravados na “capital” do califado, como revelou o jornalista espanhol Javier Espinoza, libertado ano passado, após ficar um ano como refém no local. Em Raqqa, ele encontrou o britânico convertido que chegou a ameaçá-lo com uma faca.
Ao Daily Mail, o jornalista conta a descrição de terror de John. “Você pode imaginar a dor que você vai se sentir quando te cortar? É uma dor inimaginável; o primeiro corte vai rasgar suas veias. O sangue se mistura com sua saliva. O segundo golpe abrirá seu pescoço. Você não seria capaz de respirar pelo nariz, apenas pela garganta. Você poderia fazer alguns sons guturais divertidos. Eu já vi isso antes: todos vocês se contorcem como animais, como porcos. O terceiro golpe vai degolar sua cabeça”, disse.
Muitas das atrocidades foram documentadas pelos terroristas e publicadas na internet.
Em suposta gravação, Estado Islâmico assume ataque na Tunísia
O grupo radical Estado Islâmico assumiu, em 19/3/15, a autoria do ataque que deixou 23 mortos – 20 turistas estrangeiros – em Túnis, capital da Tunísia, segundo uma gravação em áudio distribuída online, informou a agência de notícias Reuters.
A gravação elogia os homens que cometeram o ataque e diz que eles eram “cavaleiros do Estado Islâmico” armados com bombas e metralhadoras.
O grupo jihadista, que atua na Síria, Iraque e Líbia, ameaçou a Tunísia com novos ataques.
Descrevendo o atentado contra o museu com um “ataque abençoado contra um dos lares infiéis na Tunísia muçulmana”, a voz que lê o comunicado diz que a operação sangrenta foi realizada por “dois cavaleiros do califado, Abu Zakaria al-Tunsi e Abu Anas al-Tunsi. “
Eles estavam “armados com armas automáticas e bombas” e “conseguiram cercar um grupo de cidadãos de países cruzados, semeando o terror nos corações dos infiéis”.
“O que vocês viram é apenas o começo. Vocês não vão desfrutar de segurança nem paz”, continua a gravação.
Prisões
A polícia da Tunísia prendeu dois familiares de Hatem Al-Khashnaoui, militante islâmico suspeito de ter cometido o ataque. Além disso, as forças de segurança do país prenderam quatro pessoas suspeitas de terem ligação direta com o ataque no Museu Bardo, no complexo do Parlamento do país. Outras cinco pessoas que poderiam estar relacionadas à célula que cometeu o ataque também foram detidas, segundo a agência de notícias France Presse.
“O chefe de governo indicou que as forças de segurança conseguiram perder quatro elementos com relação direta com a operação e outros cinco suspeitos de estar relacionado com essa célula”, indicou a presidência em um comunicado, sem detalhar a identidade ou o papel dos suspeitos.
Além disso, as autoridades anunciaram que o Exército será mobilizado para proteger as maiores cidades do país, aumentando a segurança após o ataque, de acordo com a Reuters.
“Após uma reunião com as forças armadas, o presidente decidiu que as cidades maiores terão sua segurança feita pelo Exército”, afirmou um comunicado do gabinete do presidente.
O número de turistas estrangeiros que morreram no ataque cresceu para 20, informou o governo do país nesta quinta. Três cidadãos tunisianos também morreram no ataque.
Nesta quarta, as autoridades haviam contabilizado 17 estrangeiros e dois tunisianos mortos, além dos dois suspeitos. As novas vítimas haviam ficado feridas na ação.
Dois homens armados abriram fogo contra um ônibus de turistas no Museu Bardo, que fica no mesmo complexo que o Parlamento, e fizeram reféns no local. Eles foram mortos após horas de operação. O ataque foi o pior realizado no país em mais de uma década.
Os dois homens foram identificados pelo governo como Yassine Abidi e Hatem Khachnaoui, dois nomes tipicamente tunisianos. O porta-voz do ministério do Interior afirmou que “provavelmente” os responsáveis pelo ataque são tunisianos. Um deles seria conhecido das forças de segurança. As autoridades destacaram a possibilidade de que eles teriam dois ou três cúmplices.
Entre os estrangeiros mortos, segundo informações da Tunísia e dos países de origem das vítmas, estão quatro italianos, dois franceses, dois colombianos (um deles com dupla nacionalidade australiana), três japoneses, dois poloneses, dois espanhóis e um britânico. A nacionalidade de quatro pessoas ainda é desconhecida. Eles estavam em um tour de um cruzeiro que havia feito escala no país.
Também morreram três tunisianos, sendo um policial, um motorista de ônibus e o terceiro ainda não identificado. As autoridades locais trabalhavam na identificação das vítimas.
A agência Efe afirma que um brasileiro estaria entre as vítimas, de acordo com fontes consulares latino-americanas. No entanto, a informação não é confirmada oficialmente. Procurado pelo G1, o Itamaraty disse que “não há brasileiros entre as vítimas fatais nem entre os feridos que portavam alguma documentação”, segundo averiguou o Encarregado de Negócios do Brasil em Túnis, mas observou que ainda há corpos que não foram identificados. O funcionário também verificou que “não há brasileiros ausentes nos dois cruzeiros de onde procedem as vítimas estrangeiras identificadas”, segundo nota.
O premiê tunisiano informou que os atacantes, vestindo uniforme militar, abriram fogo contra os turistas, enquanto estes desciam de ônibus, antes de persegui-los dentro do prédio. Uma centena de turistas estava no museu quando “dois homens ou mais, armados com kalashnikov” lançaram o ataque.
As autoridades informaram que os dois atacantes morreram durante o ataque, no qual 44 pessoas ficaram feridas.
Este ataque terrorista, segundo o ministério do Interior, afeta o país pioneiro da Primavera Árabe que, ao contrário dos demais Estados que viveram movimentos contestatórios em 2011, conseguiu escapar até então da onda de violência ou de repressão
Em 23 de Outubro, houve eleições na Argentina, onde Cristina Kishner deve ser reeleita, além de os eleitores escolherem senadores e deputados, e, na Tunísia, cerca de 70% da população foram às urnas para escolherem 200 parlamentares constituintes. Esta foi uma eleição histórica, pois foi a primeira após a derrubada da ditadura no País. Deve vencer o Partido Muçulmano, que, porém, defende um Estado laico, ou seja, sem vinculação à religião, em que pese o anseio de parte da população de que os valores muçulmanos sejam recrusdescidos doravante
Confrontos entre as forças de segurança e manifestantes islamitas deixaram ao menos 51 mortos em todo o Egito em 6/10/13, dos quais ao menos 40 no Cairo, informou o ministério da Saúde. Mais de 240 pessoas ficaram feridas e cerca de 420 partidários do líder deposto Mohammed Morsi foram detidos em todo o país.
Os enfrentamentos ocorreram em meio ao feriado nacional que celebra o aniversário de 40 anos do início da guerra civil contra Israel, quando as forças egípcias cruzaram o Canal de Suez em 1973.
Partidários de Morsi e integrantes da Irmandade Muçulmana marcharam em várias cidades para denunciar a derrubada do líder do poder pelos militares, enquanto milhares festejavam o exército.
Este foi o maior número de mortos em apenas um dia desde 14 de agosto quando as forças de segurança desmantelaram campos de partidários de Morsi, matando centenas de pessoas.
Especialistas destruíram mísseis, bombas, ogivas e equipamentos para misturar produtos químicos também em 6/10/13, no primeiro dia da campanha para eliminar armas na Síria, informou a ONU.
Especialistas internacionais supervisionaram o pessoal sírio que “usou maçaricos e máquinas trituradoras para destruir, ou inutilizar, uma gama de objetos”, segundo nota divulgada pela ONU e pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).
A equipe de inspetores chegou em Damasco na terça-feira para iniciar o processo de verificação detalhada do programa de desenvolvimento de armas químicas do governo sírio.
A equipe está na Síria sob os termos da resolução da ONU garantida pelo acordo entre os EUA e Rússia para que o regime do presidente Bashar Assad entregue suas armas químicas para destruição.
Pela resolução da ONU, o arsenal de armas químicas da Síria será destruído até meados de 2014.
Fonte: Yahoo
Síria ameaça responder ataques de Israel no momento certo
ONU e a Rússia advertiram para o perigo de uma escalada regional.
ONG informou que ao menos 42 soldados sírios morreram em 5/5/13
O regime sírio, envolvido em uma guerra com a rebelião que busca sua queda, afirmou em 6/5/13 que escolherá o momento certo para responder aos ataques israelenses contra seu território, que deixaram 42 mortos e provocaram o temor geral de um conflito regional.
A ONU e a Rússia, um dos poucos aliados do presidente sírio Bashar al-Assad, advertiram para o perigo de uma escalada regional após os ataques aéreos israelenses contra posições militares sírias na sexta-feira e no domingo perto de Damasco, e as ameaças do Irã e do Hezbollah libanês, os outros dois grandes apoios do regime sírio.
Outra fonte de preocupação é o suposto uso de armas químicas.
No entanto, a comissão de investigação internacional independente sobre a Síria, patrocinada pela ONU, afirmou nesta segunda-feira, em um comunicado, que “não alcançou os resultados que lhe permitam concluir que foram utilizadas armas químicas pelas partes em conflito”.
“Consequentemente e até o momento, a Comissão não está na posição de comentar estas alegações”, acrescenta o comunicado, que aparentemente refuta as declarações à imprensa de um de seus membros, a promotora suíça Carla del Ponte, que falou sobre a utilização de gás sarin pelos rebeldes
Carla del Ponte – que em seus mandatos anteriores, sobretudo quando era promotora do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), se destacou por suas declarações radicais à imprensa – havia afirmado na noite de domingo (5), em italiano diante das câmeras da televisão pública suíça do Tesino, que havia visto um relatório “sobre testemunhos obtidos relativos à utilização de armas químicas, em particular gás sarin, pelos opositores, e não pelo governo”. Falou de “fortes suspeitas, de suspeitas concretas” e considerou que não era surpreendente que os rebeldes tenham utilizado gás sarin, “já que há combatentes estrangeiros que se infiltraram entre os opositores”.
Em um primeiro balanço do ataque de domingo, uma ONG informou sobre ao menos 42 soldados sírios mortos e uma centena de desaparecidos.
“A Síria responderá à agressão israelense, mas escolherá o momento de fazê-lo. Isto talvez não ocorra imediatamente, já que Israel está em estado de alerta”, disse à AFP nesta segunda-feira um líder político sírio próximo ao poder, contactado por telefone, que disse que “vamos esperar, mas responderemos”.
Para Damasco, estas agressões abrem a porta a todas as opções e fazem com que a situação na região seja mais perigosa. A televisão síria advertiu que ‘os mísseis sírios estão preparados para atacar alvos precisos em caso de violação’.
Diante do temor de eventuais represálias, Israel anunciou a mobilização de duas baterias antimísseis no norte do país, ordenou o fechamento do espaço aéreo nesta zona até a noite desta segunda-feira e reforçou as medidas de segurança em suas embaixadas em todo o mundo.
Um funcionário israelense afirmou que os ataques estiveram dirigidos contra um depósito de munições iranianas destinadas ao Hezbollah, o poderoso movimento xiita libanês, protegido do Irã e aliado do regime de Bashar al-Assad.
No entanto, Teerã desmentiu que existam armas iranianas nos alvos bombardeados por Israel, e ameaçou Israel com “acontecimentos graves na região dos quais nem os Estados Unidos nem Israel sairão vencedores”.
No dia 30 de abril, o chefe do Hezbollah, Hasan Nasrala, cujos homens combatem do lado do exército do regime sírio, afirmou que seu movimento e o Irã não permitirão a queda de Assad.
Uso de gás sarin
Ataques, ameaças e eventuais represálias podem dar uma guinada ao conflito sírio, que já expulsou dezenas de milhares de sírios em direção aos países vizinhos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “muito preocupado”, pediu que “todas as partes demonstrem o máximo de calma e contenção, assim como ajam de maneira responsável para evitar uma escalada do que já é um conflito devastador e muito perigoso”.
Além disso, a Rússia considera que os ataques israelenses podem provocar uma escalada, com o risco de que surjam focos de tensão nos países vizinhos, em particular no Líbano.
A China, aliada do regime de Damasco, se juntou às críticas. A porta-voz da chancelaria, Hua Chunying, disse que seu governo não apenas se opõe ao uso da força, mas “considera que é preciso respeitar a soberania de todos os países” por ocasião da visita do presidente palestino, Mahmud Abbas, e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
A União Europeia, diante do temor de que o conflito se propague, pediu para que ‘a estabilidade da região, que já é precária, não seja colocada em perigo’.
Desde o início do conflito, em março de 2011, com a repressão do regime da revolta pacífica da rebelião, Israel realizou três ataques contra alvos perto de Damasco, no dia 30 de janeiro e nos dias 3 e 5 de maio.
Mais de 70 mil pessoas morreram na Síria desde o início da revolta, em março de 2011, que se degenerou em uma guerra civil pela brutal repressão do regime de Assad.
O alvo do ataque de 5 de maio era um centro de pesquisas científicas em Jamraya (nos arredores de Damasco) que já havia sido atacado em janeiro por Israel, um depósito de munições e uma unidade de defesa antiaérea -, segundo uma fonte diplomática em Beirute.
Após estes ataques, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, presidiu uma reunião de emergência com seu gabinete de segurança sobre o tema sírio, antes de viajar à China.
Pelo menos dois manifestantes morreram e outros 70 ficaram feridos neste sábado durante duros enfrentamentos entre os torcedores do clube de futebol Al Ahly, que protestam pela sentença do massacre do estádio de Port Said, e as forças de segurança no centro do Cairo, informaram à Agência Efe fontes de segurança.
As fontes explicaram que os agentes antidistúrbios disparam gás lacrimogêneo contra os manifestantes, enquanto estes últimos lhes lançam pedras e morteiros.
Fontes médicas especificaram que um dos manifestantes morreu asfixiado pelo gás lacrimogêneo e o outro por disparos de balas de borracha. Além disso, revelaram que também há manifestantes feridos com balas de chumbo.
Esses choques acontecem horas depois que milhares de torcedores radicais do Al Ahly, conhecidos como “Ultras Ahlawy”, incendiaram o Clube de Oficiais da Polícia e a sede da Federação Egípcia de Futebol, também na capital egípcia.
Os protestos desses torcedores explodiram depois das sentenças ditadas na manhã de hoje por um tribunal na causa do massacre de Port Said, em fevereiro de 2012, quando 72 pessoas, a maioria delas torcedores do Al Ahly, morreram nesse estádio em confronto contra a torcida do time local, Al Masry.
A corte condenou neste sábado à prisão perpétua quatro acusados pelo massacre no estádio e confirmou as penas de morte emitidas em janeiro contra outros 21 acusados.
O tribunal, presidido pelo juiz Sobhi Abdelmeguid, ordenou que os condenados sejam enforcados pelos delitos de “assassinato e tentativa de assassinato” em Port Said.
As penas de morte já haviam sido pronunciadas em 26 de janeiro e enviadas ao mufti – máxima autoridade religiosa do Egito – para que ele emitisse sua sentença, embora ainda restasse a confirmação da Justiça.
Além disso, a corte decretou hoje penas de prisão com prazos de um e 15 anos para o restante dos acusados, ao mesmo tempo em que absolveu outras 28 pessoas.
Entre os condenados a 15 anos de prisão estão duas antigas autoridades policiais de Port Said, enquanto outros sete membros da Polícia foram absolvidos.
O porta-voz oficial da presidência egípcia, Ihab Fahmi, disse que esta instituição não se pronunciará sobre as sentenças do tribunal, mas ressaltou que “as decisões da Justiça são obrigatórias e devem ser respeitadas”.
As autoridades de uma cidade egípcia afrouxaram um toque de recolher imposto pelo presidente do país, Mohammed Morsi, que interrompeu uma visita à Europa, em 30/1/13, para lidar com a pior violência desde que assumiu o cargo há sete meses.
Mais dois manifestantes foram mortos a tiros antes do amanhecer perto da Praça Tahrir, no centro do Cairo, um dia depois de o chefe do Exército advertir que o Estado estava à beira do colapso se opositores e aliados de Mursi não encerrassem os confrontos de rua.
Mais de 60 pessoas foram mortas nos últimos sete dias de manifestações de opositores de Mursi, elevando a preocupação global sobre se o presidente poderá restaurar a estabilidade do país mais populoso do mundo árabe.
Mursi impôs um toque de recolher e um estado de emergência em três cidades do Canal de Suez no domingo, mas isso apenas pareceu provocar multidões em uma semana de protestos no segundo aniversário do levante que derrubou Hosni Mubarak.
O governador de Ismailia, uma das três cidades do canal, disse nesta quarta-feira que estava afrouxando o toque de recolher, que agora entrará em vigor todas as noites a partir das 2h da manhã, ao invés de 21h.
Mursi, falando na Alemanha antes de voltar para o Egito para lidar com a crise, pediu diálogo com opositores, mas não irá se comprometer com a demanda deles de primeiramente incluí-los num governo de unidade.
Questionado sobre a proposta, ele disse que o próximo governo deverá ser formado após as eleições parlamentares em abril. O Egito estava a caminho de se tornar “um Estado civil que não é um Estado militar ou um Estado teocrático”, disse Mursi.
A violência interna forçou Mursi a interromper sua visita à Europa, anunciada como uma oportunidade de promover o Egito como um destino para o investimento estrangeiro. Ele viajou a Berlim, mas cancelou sua ida a Paris e voltou para casa depois de apenas algumas horas na Europa.
A chanceler alemã, Angela Merkel, que se reuniu com ele, ecoou o discurso de outros líderes ocidentais que pedem que Mursi dê voz à oposição.
“Uma coisa que é importante para nós é que a linha para o diálogo esteja sempre aberta a todas as forças políticas no Egito, que as diferentes forças políticas possam dar a sua contribuição, que os direitos humanos sejam respeitados no Egito e que, naturalmente, a liberdade religiosa possa ser experimentada”, disse Merkel em entrevista coletiva conjunta com Mursi.
Os críticos de Mursi o acusam de trair o espírito da revolução, mantendo muito poder em suas próprias mãos e de sua Irmandade Muçulmana, o movimento islâmico banido sob o regime de Mubarak que venceu repetidas eleições desde o levante de 2011.
Os aliados de Mursi dizem que os manifestantes querem derrubar o primeiro líder democraticamente eleito do país. A agitação atual aprofundou uma crise econômica que viu a libra egípcia tombar nas últimas semanas.
Próximo à Praça Tahrir, na manhã desta quarta-feira, dezenas de manifestantes atiraram pedras contra a polícia, que revidou disparando gás lacrimogêneo. Os confrontos foram breves.
“Nossa demanda é simplesmente que Mursi vá e deixe o país sozinho. Ele é como Mubarak e sua turma que agora está na prisão”, disse Ahmed Mustafa, de 28 anos, um jovem que usava óculos de proteção para proteger os olhos do gás.
O político opositor Mohamed ElBaradei pediu uma reunião entre o presidente, ministros, o partido no poder e a oposição para conter a violência, mas também reafirmou a pré-condição da oposição de que Mursi deve, primeiro, se comprometer a buscar um governo de unidade nacional.
Protestos violentos foram registrados em diversas cidades do Egito. Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas.
Milhares de pessoas tomaram as ruas para lembrar os dois anos do início das manifestações que levaram à queda do ditador Hosni Mubarak. Os confrontos com as forças de segurança foram registrados no Cairo, Alexandria e Suez. Na capital, opositores do governo tentaram furar a barreira que protege o palácio presidencial. Um escritório da Irmandade Muçulmana, organização que apoia o governo, também foi incendiado. Os manifestantes acusam o presidente Mohamed Mursi de não promover a democracia.
O presidente da Síria, Bashar Al Assad, afirmou que Israel está
tentando desestabilizar seu país. Os comentários de Assad foram uma referência
aos ataques aéreos israelenses realizados na quarta-feira passada contra um
centro de pesquisas militares na cidade síria de Jamraya.
Segundo Assad, os ataques expuseram ”o papel que Israel está exercendo, em
colaboração com forças estrangeiras inimigas e seus agentes em território sírio,
para desestabilizar e enfraquecer a Síria”.
De acordo com autoridades dos Estados Unidos, os ataques tinham por alvo um
comboio que levaria armas para o Líbano.
”Quando dizemos uma coisa, nós falamos para valer”, disse o ministro da
Defesa israelense, Ehud Barak. ”Não achamos que a Síria deva ser autorizada a
trazer armamentos avançados para dentro do Líbano”, acrescentou Barak
O número total de mortos na Síria deve se aproximar dos 70 mil, com os civis pagando o preço pela inação do Conselho de Segurança da ONU para dar fim a quase dois anos de conflito, disse a chefe dos direitos humanos da organização
Navi Pillay, alta comissária da ONU para os direitos humanos, repetiu seu apelo para que a Síria fosse encaminhada ao Tribunal Penal Internacional pelo conselho de 15 membros, enviando assim uma mensagem a ambas as partes no conflito de que haverá consequências a suas ações.
Pillay disse em um debate no conselho sobre a proteção de civis em conflitos armados que o número de mortos na Síria estava “provavelmente se aproximando dos 70 mil”.
Em 2 de janeiro, Pillay disse que mais de 60 mil pessoas foram mortas durante a revolta contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, que começou com protestos pacíficos, mas ficou violenta depois que as forças de Assad tentaram esmagar as manifestações.
“A falta de consenso sobre a Síria e a inação resultante vem sendo desastrosa e os civis de todos os lados pagaram o preço”, disse ela. “Seremos julgados pela tragédia que se desenrolou diante de nossos olhos”.
As potências mundiais estão divididas sobre como parar a escalada de violência na Síria, e é improvável que o Conselho de Segurança leve a situação na Síria ao Tribunal Penal Internacional em Haia, que não é um órgão oficial da ONU.
Rússia e China, membros permanentes do Conselho de Segurança, vêm agindo como protetores da Síria no órgão, bloqueando repetidamente os esforços ocidentais para adotar uma ação mais forte da ONU – como sanções – contra o governo sírio para tentar acabar com a guerra.
Os dois lados no conflito sírio foram acusados de cometer atrocidades, mas a Organização das Nações Unidas diz que o governo e seus aliados são mais culpados.
“A Síria está se autodestruindo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Conselho de Relações Exteriores da noite de segunda-feira.
A Síria entrou em 28/10/12 em uma nova espiral de violência, que incluiu um ataque aéreo que deixou pelo menos 16 pessoas mortas em um vilarejo, enterrando definitivamente a trégua preparada pelo mediador Lakhdar Brahimi, que se prepara para apresentar novas “ideias”.
No episódio mais violento deste domingo, pelo menos 16 pessoas morreram em um ataque aéreo no vilarejo de Al-Bara, na província de Idleb (noroeste), incluindo sete crianças e cinco mulheres, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
De acordo com esta ONG com sede no Reino Unido, que se baseia em uma rede de militantes e de fontes médicas, Al-Bara é controlado pelos rebeldes desde meados de julho.
Desde sexta-feira, dia em que a trégua deveria ter entrado em vigor, mais de 300 pessoas morreram em todo o país, segundo o OSDH. Apenas neste domingo, pelo menos 52 pessoas -29 civis, dez soldados e 13 rebeldes- foram mortas, ainda de acordo com a mesma fonte, o que eliminou qualquer chance de uma suspensão das hostilidades depois de mais de 19 meses de uma revolta transformada em conflito armado.
Depois de ter tentado obter o cessar-fogo durante os quatro dias da festa muçulmana do Eid al-Adha, de sexta a segunda-feira, Brahimi deve retornar em novembro ao Conselho de Segurança da ONU com “algumas ideias de ação” para levar o presidente Bashar al-Assad e a oposição à mesa de negociações, afirmaram à AFP diplomatas da Organização das Nações Unidas.
Mas nem o regime nem os rebeldes parecem dispostos a silenciar suas armas, se acusando mutuamente de terem violado a trégua no país, onde a violência deixou mais de 35.000 pessoas mortas, segundo o OSDH, e obrigou centenas de milhares a se exilar.
O Exército, que tenta retomar os redutos rebeldes com o apoio da aviação nas províncias de Damasco e de Idleb (noroeste), assegurou que apenas “responde” aos ataques rebeldes, enquanto a oposição armada classificou a iniciativa de Brahimi de “natimorta” em razão dos bombardeios incessantes efetuados pelo regime.
Segundo um diplomata da ONU, “o processo político não começará antes que Assad e a oposição estejam tão esgotados que não tenham outra escolha. Eles ainda não estão neste estado, mas Brahimi tem algumas ideias”.
Em abril, um outro projeto de trégua, iniciado pelo antecessor de Brahimi, Kofi Annan, já tinha ido pelos ares em algumas horas.
Na província de Damasco, a aviação efetuou três ataques em Erbine, Zamalka e Harasta, a nordeste da capital, onde muitos rebeldes estão entrincheirados, segundo o OSDH. Os insurgentes tomaram o controle de três postos do Exército em Douma, próximo a Damasco, segundo a mesma fonte.
Facções islamitas
Mais ao norte, os rebeldes destruíram um tanque e mataram três soldados em combates na entrada de Maaret al-Nooman (noroeste), controlada pelos insurgentes desde o início de outubro, embora a aviação continue a bombardear a cidade.
Em Aleppo, combates foram registrados entre o Exército e facções islamitas da rebelião, como o “Batalhão dos Soldados de Maomé”, os “Batalhões do Islã” e ainda a influente Frente Al-Nusra, que reivindicou diversos atentados suicidas desde o início da revolta, segundo o OSDH.
Esses grupos, que não se consideram submetidos ao Exército Sírio Livre (ESL), têm geralmente uma organização melhor e são mais bem armados.
A Frente Al-Nusra, um grupo jihadista rebelde que reivindicou vários atentados na Síria, rejeitou qualquer responsabilidade pelo ataque que na sexta-feira deixou oito mortos em Damasco, e acusou o regime por esse ato “desprezível” e “obsceno”.
Na sexta-feira, combates inéditos foram travados em Aleppo entre rebeldes e milicianos curdos, deixando 30 mortos e 280 prisioneiros, em sua maioria curdos, de acordo com o OSDH. Neste domingo, os rebeldes libertaram mais da metade dos prisioneiros, segundo a mesma fonte.
A minoria curda tenta manter distância em relação às partes em conflito.
Em Meca, onde milhões de peregrinos realizam neste domingo os últimos ritos do hajj, milhares de sírios agitavam bandeiras da revolução e bradavam lemas hostis ao regime, segundo uma jornalista da AFP.
A Síria não enviou cidadãos a Meca este ano, na ausência de um acordo com Riad, mas a Arábia Saudita concedeu 10.000 vistos do hajj aos refugiados sírios no Líbano, na Turquia e na Jordânia.
“Que Bashar tenha o mesmo destino de (Muamar) Kadhafi”, gritavam dezenas de fiéis, em referência ao líder líbio morto depois de ter lutado durante meses contra uma rebelião armada no ano passado.
Ainda neste domingo, as autoridades iraquianas anunciaram pela segunda vez em um mês que haviam obrigado um avião de carga iraniano que sobrevoava o território iraquiano com destino à Síria a aterrissar para inspeção, permitindo a sua partida posteriormente.
Fonte: Yahoo
Ao menos 90 pessoas morreram em 21 de Julho em confrontos na Síria, a maioria civis, no primeiro dia de jejum do Ramadã, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Segundo o Observatório, os mortos são 41 civis, 29 militares e 20 rebeldes. O maior número de óbitos ocorreu na província de Idleb, no norte do país, onde 12 civis morreram em bombardeios. Em Damasco, sete dos doze civis mortos foram atingidos por franco-atiradores. Ainda na capital síria, no bairro cristão de Bab Touma, um casal e seu filho foram assassinados por “homens desconhecidos”, segundo o OSDH. Os corpos de outros dois civis foram descobertos em sua casa em Midane, no sul de Damasco. O bairro é palco de violentos combates entre rebeldes e unidades das forças especiais e da Garda Republicana, que na sexta-feira retomaram o controle da região. Na província meridional de Deraa, quatro civis e três rebeldes morreram neste sábado em meio aos combates. Em Homs (centro), cidade símbolo da revolta contra o regime de Bashar al Assad, ao menos sete rebeldes morreram em combates. Em Rastane, na mesma província, os bombardeios mataram quatro civis. Em Aleppo, no norte do país, “os confrontos prosseguem entre as forças regulares e unidades rebeldes no bairro de Salahedin”, segundo o OSDH. Os Comitês Locais de Coordenação (LCC), também ligados à oposição, indicaram “um êxodo dos moradores do bairro com medo dos bombardeios do regime e de uma ofensiva” contra Salahedin, no coração da capital econômica do país. Na fronteira entre Síria e Turquia, um grupo com cerca de 150 combatentes islâmicos procedentes de vários países muçulmanos ocupou neste sábado o posto de Bab al Hawa, constatou o fotógrafo da AFP na região. O contingente é integrado por militantes de Argélia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, França, Chechênia e Tunísia, ligados a diversos grupos, como a ”shura” talibã, a Al-Qaeda e o Magreb Islâmico (Aqmi). O controle do posto de Bab al Hawa, na província de Idleb (noroeste), foi anunciado na quinta-feira passada pelo OSDH. Em Damasco, a situação era de muita tensão neste sábado, mas o tráfego voltou ao normal e os moradores da capital foram em grande número aos supermercados. Segundo o OSDH, os bairros de Qadam e Assali, na periferia sul da capital, foram bombardeados pelo Exército durante a noite. Depois de ter retomado o bairro de Qaboun (leste de Damasco), o Exército entrou em Jobar (leste), Ruknedin (norte) e, principalmente, nos “campos de Mazzé”, em Kafar Soussé (sudoeste). Uma fonte de segurança havia indicado à AFP na sexta-feira que, além de Midan, o Exército controlava Tadamoun (sul), Qaboun e Barzé (leste). Vários bairros da periferia de Damasco, entre eles Hajar Assouad e Tadamoun, foram bombardeados, segundo os habitantes. Em Homs, vários bairros, entre eles Jaldiyé, foram bombardeados pelo Exército que tenta tomar o controle, contaram seus moradores. Presos se apoderaram de uma penitenciária da cidade na madrugada deste sábado, depois que os guardas abandonaram seus postos, disse à AFP um opositor, que teme um “massacre” das forças de segurança, pois estas cercaram o local com tanques e efetuam disparos. “As autoridades controlam apenas 50% ou 60% do território sírio”, segundo Rami Abdel Rahman, chefe do OSDH. No plano diplomático, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, preocupado com a “rápida deterioração” do cenário, considerou que o governo sírio fracassou na proteção dos civis e pediu à Síria que “ponha fim às matanças e ao uso de armas pesadas contra as aglomerações”. Apesar da intensificação dos combates, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, anunciou que Paris espera “a formação de um governo provisório” que deverá “representar a diversidade da sociedade síria”. Quase uma semana de intensos combates em Damasco e um atentado contra os principais chefes do aparato de segurança no coração da capital enfraqueceram o poder do presidente Bashar al-Assad.
Os participantes de uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o conflito na Síria adotaram um plano de paz que deixa aberta a possibilidade de o presidente Bashar Al Assad permanecer no poder como integrante de um governo de transição. O plano original do enviado especial da ONU, Kofi Annan, propunha o afastamento de Assad e a formação de um governo de unidade nacional.
Apesar disso, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse ao fim da conferência que “Assad tem de ir embora” e exortou o Conselho de Segurança da ONU a adotar uma resolução que autorize uma intervenção militar internacional no conflito sírio.
Segundo Annan, “cabe ao povo da Síria chegar a um acordo político. O trabalho duro começa agora. Precisamos trabalhar juntos para implementar o que ficou acertado”. A Rússia, principal aliado da Síria, se recusou a apoiar um documento que defendesse a destituição de Assad.
Já os EUA recuaram de sua exigência de que o presidente sírio fosse destituído, na esperança de encorajar a Rússia a pressionar seu aliado a suspender as operações militares que, na estimativa da oposição síria, deixaram 14 mil mortos em pouco menos de um ano e meio de violência.
“Não tenho dúvida de que os sírios, que lutaram tão duramente para ter independência, vão escolher para um novo governo pessoas que têm sangue nas mãos”, disse o enviado especial da ONU.
Antes do início da conferência, Annan havia advertido os membros permanentes do Conselho de segurança da ONU (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) de que o fracasso do encontro poderia levar a uma crise internacional de “grave severidade”, com risco de a violência se espalhar para outros países da região e de abrir uma nova frente para organizações terroristas.
“A História é um juiz severo e vai nos julgar a todos com severidade se nos mostrarmos incapazes de tomar o caminho correto hoje”, disse Annan na abertura da conferência. Além dos membros do Conselho de Segurança, participaram do encontro representantes da Turquia, de alguns países europeus e da Liga Árabe.
Dois países de grande influência na região, a Arábia Saudita e o Irã, não foram convidados para a conferência – os sauditas ficaram fora por causa de objeções da Rússia e o Irã devido à oposição dos EUA.
O rascunho do texto-base da conferência propunha o estabelecimento na Síria de um governo provisório de unidade nacional, com plenos poderes, que incluiria integrantes do governo Assad e da oposição, além de outros grupos. Esse governo provisório seria responsável por supervisionar a elaboração de uma nova Constituição e a realização de eleições democráticas.
“O que queremos é interromper o derramamento de sangue na Síria. Se isso vier por meio de diálogo político, estamos dispostos a isso”, disse Khalid Saleh, porta-voz do Conselho Nacional Sírio, de oposição ao governo Assad. Ele ressalvou: “Não estamos dispostos a negociar com Assad e com aqueles que assassinaram sírios. Não vamos negociar, a não ser que eles deixem a Síria”. As informações são da Dow Jones.
Um total de 14.115 pessoas, em sua maioria civis, morreram na Síria desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad em março de 2011, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A ONG contabiliza as mortes de 9.862 civis, 3.470 soldados e 783 desertores na repressão e nos combates. O OSDH considera civis os homens armados que lutam contra o regime.
A violência se intensificou na Síria apesar da presença de 300 observadores da ONU responsáveis por supervisionar a trégua em vigor desde 12 de abril e continuamente ignorada.
Em 9/6/12, pelo menos 111 pessoas, entre elas 83 civis e 28 soldados, morreram no país, segundo o OSDH.
O novo líder da oposição síria, Abdel Baset Sayda, afirmou que espiral de violência no país está chegando ao fim e que o regime de Bashar al-Assad está “nas últimas”.
O Conselho Nacional Sirio (CNS), a principal coalizão de oposição ao regime de Assad, elegeu como novo líder este curdo exilado há 20 anos na Suécia por sua moderação, apesar dele ser desconhecido e não ter experiência política.
“Entramos em uma fase sensível. O regime chega ao fim. Os massacres que se multiplicam e os bombardeios mostram que está lutando para sobreviver”, declarou Sayda pouco depois de ser eleito em Istambul para o comando do CNS, um organismo que reúne islamitas, liberais, nacionalistas, independentes e militantes no campo de batalha.
“Segundo as informações que temos, o regime perdeu o controle de Damasco e de outras cidades”, completou Sayda, sem revelar detalhes.
Os combates ficaram mais intensos recentemente na capital, que no entanto continua sendo a cidade mais bem protegida pelas forças do regime.
“O plano (de solução da crise do emissário internacional Kofi) Annan ainda existe, mas não é aplicado. Vamos fazer o necessário para que este plano seja incluído dentro do capítulo VII da Carta das Nações Unidas”, ressaltou Sayda.
Isto permitiria sanções econômicas e até mesmo o uso da força contra o regime de Assad.
Sayda, 55 anos, é considerado um “conciliador”, “honesto” e “independente”, especialista em civilizações antigas e um dos fundadores do CNS.
Abdel Baset Sayda aproveitou a oportunidade para estimular a saída dos funcionários do regime de Assad de seus cargos.
“Estimulamos a deserção de todos os funcionários do regime e das instituições”, disse Sayda.
Ele também pediu aos sírios de todo o mundo que organizem protestos contra a violência do regime de Damasco diante das embaixadas do país.
No fim de março, os opositores sírios reconheceram o CNS como “representante formal” do povo sírio e em abril, o Grupo de Amigos do Povo Sírio, que reúne a vários países, chamou o Conselho de “representante legítimo de todos os sírios”.
Mas vários militantes sírios consideram que estão pouco representados no CNS, que não está coordenado com o Exército Sírio Livre (ASL), uma força de oposição armada constituída principalmente por desertores.
Em 10/6/12, quatro sírios alauitas e um xiita foram sequestrados na região de Wadi Khaled, norte do Líbano, após o rapto de um libanês sunita na mesma área, perto da fronteira com a Síria.
As forças governamentais bombardearam várias cidades da Síria em 9/6/12, o que levou a oposição a pedir à comunidade internacional armas sofisticadas para derrubar o regime à força, ao qual acusou de ter matado neste sábado 83 civis, entre os quais 9 mulheres e 3 crianças, em todo o país.
Diante de um regime determinado a esmagar a revolta iniciada há 15 meses, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, se dispõe a nomear um novo presidente que ficará a cargo de fazer com que esta instância marcada por profundas divisões seja eficaz.
Ações das forças de segurança mataram 83 civis este sábado em todo o país, segundo números revistos e fornecidos na madrugada de sábado para domingo pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que anteriormente tinha reportado 36 mortes no país.
Os atos mais mortais foram registrados nas regiões de Homs (centro), com 29 mortes – 12 no mesmo povoado, bombardeado pelas forças armadas sírias – e de Deraa (sul), onde o OSDH identificou 23 mortos, entre eles nove mulheres e três crianças.
Também morreram 14 pessoas em Edleb (nordeste), 14 em Latakia (oeste), duas na região de Damasco e uma em Alep, segundo a fonte.
Depois das matanças de civis dos últimos dias, “pela primeira vez desde o começo da crise o tema de uma intervenção militar é proposto de forma emocional”, avaliou o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acrescentando de imediato que a Rússia, aliada da Síria, se oporia a esta opção.
Ainda que o plano do enviado internacional Kofi Annan comece a “se enredar”, não há “alternativa”, avaliou Lavrov, pedindo a organização rápida de uma conferência internacional sobre a Síria, com a presença controversa do Irã.
Moscou, que tomou distância de Bashar al Assad nas últimas semanas, veria positivamente que o presidente sírio deixasse o poder “se os próprios sírios chegarem a um acordo sobre este tema”, observou Lavrov.
Antes do amanhecer deste sábado, pelo menos 17 pessoas, entre elas 9 mulheres e 3 crianças, morreram em bombardeios do exército em Deraa (sul), segundo o OSDH, que viu na ofensiva uma possível resposta aos “ataques lançados geralmente à noite contra postos do exército”.
Este bombardeio provocou a ira de centenas de refugiados que se manifestaram em Ramtha, cidade jordaniana próxima a Deraa.
O exército bombardeou Homs (centro), outro reduto rebelde, matando seis civis, segundo o OSDH.
Na província litorânea, Lataquia (oeste), foram registrados novos combates em Heffa, onde morreram ou ficaram feridos dezenas de soldados das tropas regulares, informaram militantes locais e o líder do OSDH, Rami Abdel Rahman.
As forças do regime bombardearam esta região que tentavam recuperar, após registrar 50 baixas, segundo o OSDH, que reportou a morte de 16 civis, 18 desertores e 46 soldados em Heffa em quatro dias.
Com a violência em Heffa, o litoral não é mais uma área segura e todo o país está implicado nos protestos, afirmou Rahman.
– Armas
No total, mais de 13.400 pessoas, a grande maioria civis, morreram em quase 15 meses de revolta, segundo o OSDH. Segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), cinco funcionários de imprensa sírios morreram no fim de maio em operações das tropas regulares.
A comunidade internacional se indignou com a nova matança de quarta-feira em Kubeir, cidade da província de Hama (centro), onde 55 pessoas, inclusive mulheres e crianças, morreram, de acordo com o OSDH. A oposição acusou as milícias governamentais, enquanto o regime informou que só foram 9 as pessoas que morreram nas mãos de “grupos terroristas”, termo usado por Damasco para designar os rebeldes e opositores.
Os observadores da ONU, que chegaram ao local em 8/6/12, viram marcas de veículos blindados e vestígios de disparos de foguetes, segundo o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
O porta-voz destacou que falta determinar as circunstâncias do ataque e o número de vítimas.
Diante destas atrocidades, a revolta armada quer meios para combater o regime. “Os que pretendem ajudar a oposição síria deveriam começar por apoiar o povo no interior da Síria”, declarou Husein Sayed, presidente do Conselho Supremo do Comando da Revolução.
“Pedimos unicamente (à comunidade internacional) que nos forneça armas mais sofisticadas, mas ninguém quer fazê-lo”, lamentou Luay Saka, porta-voz do Syrian Support Group.
Em Istambul, as instâncias dirigentes do CNS, que reúne islamitas, liberais, nacionalistas, independentes e militantes em campo, iniciaram neste sábado uma reunião que se estenderá até o domingo para eleger seu próximo líder após a demissão de Burhan Ghaliun.
Haveria “consenso” para nomear por três meses Abdel Baset Sayda, um curdo independente pouco conhecido, que deverá sobretudo fazer do CNS um interlocutor confiável para a comunidade internacional.
A Casa Branca, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o enviado especial à Síria das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, condenaram neste sábado os ataques que deixaram mais de 90 mortos na Síria, entre eles 32 crianças. A Casa Branca disse que está horrorizada com o ataque brutal na Síria e o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança Erin Pelton afirmou que o massacre serve como um “testemunho vil para um regime ilegítimo” do presidente Bashar Assad.
A Casa Branca declarou também que o regime sírio está respondendo a um protesto político pacífico com uma “brutalidade indescritível e desumana”. Ban Ki-moon e Kofi Annan classificaram o massacre como uma “terrível e brutal” violação do direito internacional, afirmou o porta-voz da ONU Martin Nesirky. Eles “condenam nos termos mais fortes possíveis a matança, confirmada por observadores das Nações Unidas, de dezenas de homens, mulheres e crianças” em Houla, acrescentou Nesirky. O secretário geral da ONU e o enviado especial exigiram que os culpados pelo massacre “sejam responsabilizados.” As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Em 17 de Março, houve 2 grandes explosões em Damasco e, segundo a televisão síria Addounia, muitas das vítimas civis atendidas nos hospitais eram mulheres e crianças. Imagens mostravam corpos, destroços e grandes colunas de fumaça nos locais dos atentados. O primeiro dos ataques teve como alvo a sede da Inteligência aérea, situada no norte da capital síria. A segunda explosão foi ouvida por volta das 7h40 locais (2h40 de Brasília) em um edifício da Segurança Criminal, no oeste da cidade.
Damasco voltou a ser cenário de atentados, apesar de ter mantido relativa calma desde a eclosão da rebelião contra o presidente sírio, Bashar Assad, em março do ano passado.
Troca de acusações – Em dezembro passado, pelo menos 40 pessoas morreram na capital em dois ataques suicidas com carros-bomba que explodiram de maneira quase simultânea nas imediações de dois edifícios da Segurança Central, em um ataque que as autoridades atribuíram à organização terrorista Al Qaeda. A oposição síria, no entanto, acusou o regime de ter ‘responsabilidade direta’ nos atentatos
Fonte: Veja
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Sírios fogem em massa para o Líbano em meio a denúncias de atrocidades em Homs
ONU estima que até 2 mil pessoas tenham fugido da Síria nos últimos dois dias
Milhares de sírios têm cruzado a fronteira com o Líbano, segundo a ONU, em meio a relatos de que as forças de segurança do regime de Bashar al-Assad estariam cometendo atrocidades na conflagrada cidade de Homs.
A agência de refugiados das Nações Unidas estima que até 2 mil pessoas tenham fugido da Síria rumo ao país vizinho nos dois últimos dias.
Uma moradora do distrito de Baba Amr, um dos focos de conflito em Homs, disse à BBC que soldados haviam degolado seu filho de 12 anos.
Ao mesmo tempo, a chefe de questões humanitárias da ONU, Valerie Amos, disse ter obtido permissão do governo sírio para visitar o país, onde deve chegar nesta quarta-feira. Ela também fez um apelo para que a Síria permita acesso ilimitado da ajuda humanitária ao país.
O ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, também deve chegar à Síria neste final de semana, no papel de enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe. Nesta quarta, ele se encontrará com autoridades da Liga no Cairo (Egito).
‘Ataques de tanques’
A agência de refugiados da ONU (UNHCR, na sigla em inglês) disse nesta segunda-feira que muitos dos refugiados sírios – incluindo mulheres e crianças – traziam apenas alguns pertences pessoais ao chegar ao Líbano.
Moradores da cidade libanesa de Arsal (norte do país) disseram que, só no domingo, cerca de 150 famílias sírias chegaram ali.
“O que podemos fazer? As pessoas estão sendo atacadas por tanques enquanto estão sentadas em suas casas”, disse à Associated Press a síria Hassana Abu Firas, que se abrigou na cidade fronteiriça libanesa de al-Qusair. “Os que podem fugir, fogem. Os que não podem, morrem sentados.”
A repressão aos protestos antigoverno na Síria, em curso há cerca de um ano, já deslocaram mais de 70 mil pessoas no país, segundo estimativas da ONU. Mais de 20 mil delas fugiram para os vizinhos Líbano, Turquia e Jordânia. Quase 7 mil estão registradas na UNHCR no norte libanês.
Muitas mulheres disseram que seus maridos e filhos homens foram detidos por forças de segurança
Refugiados de Homs – que fica a 15 km de al-Qusair – disseram à BBC que as forças de segurança de Assad estão cometendo atrocidades na cidade, há semanas sitiada.
‘Gritos’
Nos arredores de Homs, uma síria disse ao correspondente da BBC Paul Wood que seu filho foi morto pelas tropas de Assad na última sexta-feira. “A garganta dele foi cortada. Ele tinha só 12 anos”, relatou.
A morte foi testemunhada pelo marido dela, que disse que disse ter visto um soldado prender a cabeça do menino com sua bota, enquanto outro o degolava. “Eu ouvia seus gritos”, disse ele.
A mulher síria disse ainda que outros 35 homens e garotos da região foram mortos ou presos.
Opositores e ativistas de direitos humanos afirmaram que forças de segurança e milícias pró-governo têm detido meninos acima de 14 anos em Baba Amr, para torturá-los e matá-los.
“Eles foram encapuzados e levados. Eles serão assassinados”
Um Abdo, ex-moradora de Homs, sobre homens de sua família
As alegações não podem ser verificadas de forma independente, por conta das restrições ao trabalho jornalístico na Síria. Mas um desertor do Exército sírio disse ao correspondente da BBC que recebeu ordens de seu comandante de “atirar contra tudo que se movesse, fosse civil ou militar”.
Nos arredores de Homs, Paul Woods relata que o clima é de medo. Uma residência hoje abriga seis mulheres e seus 17 filhos, mas nenhum homem – todos, segundo elas, foram detidos em um posto de checagem. “Eles foram encapuzados e levados”, disse uma das mulheres, Um Abdo. “Eles serão assassinados.”
Um agravante à situação é o fato de que o regime sírio negou o acesso da Cruz Vermelha a Baba Amr por quatro dias consecutivos, alegando preocupações de segurança. Isso fez com que ativistas alertassem para uma possível catástrofe humanitária.
Imagens feitas em Homs dão indícios de tortura até em hospitais de Homs. Vídeos – que tampouco podem ser verificados de forma independente -mostram alas hospitalares repletas de homens feridos, algemados a suas macas, vendados e com sinais de espancamento.
A alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, disse à emissora de TV britânica Channel 4 que as imagens se somam a outras provas reunidas por uma comissão da ONU que apura tortura em hospitais sírios, em especial hospitais militares.
Fonte: BBC
Em 26 de Fevereiro de 2012, a retirada dos feridos da cidade de Homs, no centro da Síria, seguia estagnada apesar das negociações que a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho mantiveram com as autoridades e a oposição do país.
O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Síria, Saleh Dabakeh, explicou à Agência Efe que foi impossível evacuar os civis feridos no bairro de Baba Amro por várias razões, que preferiu não revelar.
“Não há resultados concretos”, lamentou Dabakeh. Apesar disso, ele afirmou que as conversas continuarão e disse estar confiante que os próximos dias trarão notícias positivas.
Entre os feridos que se encontram em Homs, estão dois jornalistas estrangeiros, a francesa Edith Bouvier e o britânico Paul Conroy. Também permanecem no local os corpos de dois repórteres que morreram durante um bombardeio na quarta-feira, a americana Marie Colvin e o fotógrafo francês Rémi Ochlik.
Na sexta-feira, voluntários do Crescente Vermelho sírio entraram em Baba Amro e retiraram sete feridos que necessitavam “atendimento médico urgente” e vinte mulheres e crianças doentes.
Homs é cenário de uma ofensiva militar que já dura mais de vinte dias e neste domingo voltou a sofrer com ataques das forças de segurança. Segundo os opositores Comitês de Coordenação Local 21 pessoas morreram hoje na cidade.
Os Comitês denunciam que outras 24 pessoas morreram neste domingo na Síria, nove em Hama, sete em Deraa, seis em Idleb e dois em Damasco. EFE
Forças de segurança da Síria abriram fogo para dispersar um protesto contra o presidente Bashar al-Assad em Damasco neste sábado, matando pelo menos uma pessoa, afirmaram ativistas da oposição
Um enviado chinês se reuniu com o líder sírio e pediu a todos os lados que dessem fim a 11 meses de derramamento de sangue, apoiando os planos do governo de convocar eleições. Mais tarde, ele se reuniu com três dissidentes.
O tiroteio teve início nos funerais de três jovens mortos na sexta-feira num protesto anti-Assad, que foi um dos maiores na capital desde que a revolta de amplitude nacional começou.
– Eles começaram a atirar na multidão assim que o enterro acabou. As pessoas começaram a correr e a se proteger em becos – disse uma testemunha, falando à Reuters de Amman por telefone.
A União de Coordenação da Revolução Síria, da oposição, disse que o tiroteio nos arredores do cemitério havia matado uma pessoa e ferido quatro, incluindo uma mulher que foi atingida na cabeça. O dono de loja disse à Reuters que vários manifestantes foram presos.
Até 30 mil manifestantes haviam tomado as ruas no distrito Mezze, da capital, próximo aos quartéis-generais da Inteligência Aérea e do partido Baath, que está atualmente no poder, disseram as testemunhas.
Vídeos da transmissão do funeral na internet mostraram mulheres ululando em honra às vítimas. Indivíduos gritaram “nós sacrificamos nosso sangue, nossa alma por vocês, mártires. Um, um, um, o povo sírio é um”.
Vídeos do Youtube do bairro de Douma, em Damasco, mostraram milhares de manifestantes nos funerais de duas pessoas que, segundo relatos, foram mortas por forças de segurança. Seus corpos foram carregados por um mar de indivíduos acenando a bandeira da Síria de antes da chegada do Baath ao poder.
Assad descreveu o tumulto atingindo a Síria como um estratagema com o fim de dividir o país.
– O que a Síria está enfrentando é fundamentalmente um esforço para dividi-la e afetar sua imagem geopolítica e sua função histórica na região – disse ele em citação pela televisão estatal após ter se reunido com o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Zhai Jun.
Fonte: O Globo
A situação da Síria envolve interesses estratégicos mais amplos, segundo o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Fernando Collor (PTB-AL). Para ele, além dos Estados Unidos, o país sírio desperta a atenção econômica e política da Rússia, China, Turquia e do Irã.
“Os protestos que se iniciaram há 11 meses e que têm sido pesadamente reprimidos pelo governo de Bashar Al Assad caminham para uma situação próxima à guerra civil”, explicou Collor ao analisar o veto da Rússia e da China – membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – à resolução que defendia “uma transição política, liderada pela Síria, para um sistema político democrático e plural” e que pedia a renúncia do presidente sírio, Bashar Al Assad. O líder oriental é acusado de atacar o próprio povo, promovendo um massacre dos opositores.
De acordo com o senador, tanto a Rússia quanto a China preocupam-se com a inquietação de parcelas de populações muçulmanas dentro de suas fronteiras. “Por outro lado, deve-se lembrar que a Rússia bem como a China concordaram, em março de 2011, em não vetar a resolução que deu guarida à intervenção da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] na Líbia e que levou à derrubada do regime do [ex-presidente Muammar] Kadhafi. A diplomacia russa considera que agiu ingenuamente naquela ocasião”, discursou Collor na última reunião da comissão.
O senador também ressaltou as questões estratégicas que ligam a Rússia à Síria, tais como venda de armas e alianças para o uso por parte dos russos de uma saída ao mar que não congele no inverno. Há ainda, na opinião dele, influências da proximidade das eleições nacionais na Rússia.
“O primeiro-ministro Vladimir Putin é candidato às eleições presidenciais de março e tem aumentado o tom de suas declarações de reafirmação do perfil internacional russo e de crítica aos Estados Unidos. No entanto, a posição favorável a Assad pode durar apenas enquanto, pragmaticamente, a diplomacia russa considerar que o governo sírio tem forças para se manter no poder”, explicou o presidente da comissão parlamentar responsável por analisar decisões de política internacional do governo brasileiro.
O veto dos dois países já havia sido duramente criticado por diplomatas ocidentais, que se disseram “indignados” e “horrorizados” com a rejeição do texto. A proposta de resolução era considerada por analistas o esforço mais importante feito até agora pela ONU para solucionar a crise na Síria.
No que se refere à China, na opinião de Collor, a justificativa para o veto às sanções foi embasada pelas diferentes visões (ocidentais e orientais) acerca do conflito. “Os chineses reagiram às críticas ocidentais por meio de publicação do partido comunista, dizendo que o caos que se segue à derrubada de governos – como exemplo, na Líbia – mostra o erro das posições ocidentais.”
Por fim, o ex-presidente da república fez prospecções de um difícil fim para o conflito. “O impasse em que se encontra a Síria só será resolvido diplomaticamente se for encontrada solução que permita ao regime e aos rebeldes salvar a face, ou seja, que nenhum dos lados apareça como vencedor ou derrotado absoluto, o que nos parece algo muito difícil de ser alcançado.”
O Brasil pleiteia uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e, se já tivesse alcançado a reivindicação, também teria votado a respeito das sanções propostas ao governo sírio. O Itamaraty tem se manifestado a favor de que se considere a opinião e os esforços da Liga Árabe.
Fonte: Senado
Os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe exigiram, em 22/1/12, que o ditador da Síria, Bashar al Assad, transfira seus poderes ao vice-presidente do país, Farouk al Charaa, para viabilizar a formação de um Governo de união nacional no prazo de dois meses, o qual deve legitimar uma nova eleição presidencial.
No documento, os chanceleres pedem que o ditador Bashar al Assad passe o poder em duas semanas para seu vice-presidente e “coopere com o governo de unidade, de modo que este possa fazer o seu trabalho no período transitório”.
A decisão foi tomada em reunião dos chanceleres dos países membros da Liga Árabe, no Cairo, capital do Egito. O documento mostra um mapa de caminho que deverá ser seguido pelas autoridades do país.
Charaa deverá convocar eleições em dois meses para formar um governo de unidade nacional, em que a oposição e partidários do regime de Assad devem chegar a consenso, para seguir uma rota de democracia.
A Liga Árabe também revela que o futuro governo deverá criar em três meses uma comissão para redigir uma nova Constituição, que será aprovada em referendo. Após o período, o Executivo terá seis meses para elaborar a nova lei eleitoral e, após promulgado o texto, convocar eleições presidenciais, o plebiscito à Constituição e o pleito legislativo.
O grupo também anunciou que enviará a proposta ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), um pedido de membros da oposição ao regime sírio e do Ocidente. As exigências são uma tentativa de pressionar o regime sírio e evitar uma intervenção internacional, como deseja os Estados Unidos e outros membros do conselho, como o Reino Unido e a França.
De fato, ao menos 5 mil pessoas foram mortas até o momento pela repressão do governo sírio às manifestações da oposição, segundo informações que a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, dará ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira.
Calcula-se que mais de 14.000 pessoas tenham sido detidas e que 12.400 tenham fugido para países vizinhos, segundo o discurso que Pillay fará ao Conselho.
As Nações Unidas têm informação de que mais de 200 pessoas foram mortas pelas forças de segurança do presidente Bashar al-Assad desde o dia 2 de dezembro passado.
Com os novos óbitos registrados neste final de semana, “é minha estimativa que o total de pessoas mortas desde o início dos protestos, no começo do ano, seja de 5 mil. Esta situação é intolerável”, de acordo com Pillay.
O Conselho de Segurança tem previsto uma reunião sobre a situação na Síria sob a pressão dos países ocidentais para condenar a violência.
Rússia e China vetaram uma resolução contra Síria em outubro.
Após se reunir com Pillay, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, disse a jornalistas: “penso ser necessário que os países do Conselho de Segurança que ainda estão hesitantes mudem de ideia. Eu realmente estou chocado com o que ouvi sobre as atrocidades na Síria”.
Westerwelle disse que a comunidade internacional precisa encontrar agora “uma linguagem comum” para que o Conselho de Segurança “condene estas atrocidades”.
“Nós devemos isto àqueles que perderam suas vidas”, afirmou.
Entre os membros do Conselho de Segurança, Rússia, China, Índia, África do Sul e Brasil se opuseram ou manifestaram fortes reservas sobre qualquer resolução formal que eles alegam que poderia ser o primeiro passo de uma campanha ocidental para a mudança do regime.
O representante da França na ONU, Gérard Araud, disse nesta segunda-feira que o Conselho de Segurança é “moralmente responsável” pelas mortes na Síria, devido à falta de condenação a esse governo.
Araud condenou o que chamou de “escândalo” pelo silêncio do Conselho de Segurança, depois que Pillay apresentou seu novo balanço de mortos.
“França e outros membros do Conselho de Segurança consideram que o silêncio é um escândalo”, disse Araud a jornalistas, depois da exposição de Pillay.
RELEMBRE A QUESTÃO
Os conflitos no mundo árabe iniciaram-se no Egito e na Tunisia, implicando a queda, respectivamente, de Mubarak, preso em Abril, junto com seus filho, e Ben Ali, que responde por 4000 casos de corrupção, além de mais de 4200 queixas de cidadãos contra os abusos do Ditador. Em comum, os movimentos populares nesses países têm o fato de serem reações contra a falta de liberdade, as dificuldades econômicas e a corrupção. Assim, a punição aos Ditadores envolve o julgamento de ações penais por corrupção, abuso de poder e violação aos direitos econômicos, além do bloqueio de bens. Em Julho, o Primiro-Ministros do Egito, Essam Sharaf, empreendeu mudanças para conter as revoltas, trocando ministros. Desde a saída de Mubarak, as Forças Armadas estão governando o País. Em 3 de Agosto, Mubarak foi a julgamento.
Na África, as manifestações chegaram à Argélia, com protestos contra Abdelaziz Bouteflika. Sobre a Costa do Marfim e a Líbia, leia os posts específicos neste site.
De volta ao mundo árabe, já houve movimentos populares na Jordânia, contra o Rei Abdullah, no Iêmen, contra Ali Abdullah Saleh, e em Omã, contra o Sultão Al Sahid
No Iêmen, houve uma manifestação chamada de “Dia da Ira” em Sana, a Capital, e outras cidades, em que foram feitas manifestações a favor da renúncia do Presidente, que insiste em manter-se no poder e também vem reagindo com violência aos movimentos populares. Em 18 de Março, nova onda de violência ocorreu no País, com a morte de 40 pessoas, fora, pelo menos, 200 feridos, incluindo crianças feridas na cabeça e pescoço, pois a própria polícia local dificultou as rotas de fuga. Os Estados Unidos, que mantêm uma base militar no Iêmen, para lutar contra o terrorismo, vêm declarando, publicamente, que condenam a violência. Os protestos têm ocorrido com frequência, almejando a saída do Presidente Ali Abdullah Saleh, há 32 anos no poder, que contrapropôs a convocação de eleições no final do ano, havendo, antes, governo de transição. Os Governos dos Estados Unidos e Arábia Saudita, esta, o maior produtor de petróleo do mundo, apóiam a permanência do Ditador, como forma de barrar o avanço da Al Qaeda. Já em Abril, os protestos continuam, acarretando até mortes. Assim como na Líbia, também tem havido deserções no Governo. Em 27 de Abril, houve mais protestos, implicando 13 mortes e 220 feridos, mas, agora porque, em vez de aceitarem que o Ditador saia em trinta dias, em troca de imunidade, eles querem a saída de Saleh já. Até os Estados Unidos, que o apoiavam, por sua oposição à Al Qaeda, querem a saída do Ditador.
No Líbano, em 6 de Março, houve manifestação em Beirute, a Capital, contra a atual divisão de poder entre facções cristãs e muçulmanas, já que o País está sem governo desde Janeiro, quando o Hezbollah derrubou o Primeiro-Ministro Saad al-Hariri. O povo reclama da corrupção e do baixo crescimento econômico.
Na Síria, houve conflitos na Capital, Damasco, contra o Ditador Bashar al Assad, no poder há 11 anos, resultando no fim do regime de emergência após 50 anos, após a morte de mais de 340 pessoas, no Marrocos, o Rei Mohammed VI resolveu conter os protestos criando órgãos de defesa dos direitos humanos e a defensoria pública, além de tornar o Judiciário mais independente, e, na Arábia Saudita, Abdullah seguiu o exemplo do Colega, lançando um pacote de 60 bilhões de dólares, aumentando o salário mínimo e criando cerca de 60 000 empregos na área de segurança. Os protestos aqui já provocaram mortes, enquanto, no Marrocos, chamados de “Movimento 20 de Fevereiro”, data do primeiro, eles seguem pacíficos pela realização de reformas e pelo fim da prisão política, corrupção, tortura e desemprego, principalmente, na Capital, Rabat, e em Casablanca. De fato, mesmo sendo uma monarquia constitucional, com eleição do Parlamento, o Monarca pode dissolvê-lo, nomear membros do Governo e decretar estado de emergência. A União Europeia passou a embargar armas à Síria, que, todavia, vem recebendo apoio da Turquia. Até agora, cerca de 1000 pessoas já morreram nos conflitos. Até Junho, foram contabilizadas 10000 prisões, 1300 mortes de civis e 300 de militares nos protestos contra os Assad, no poder há 41 anos. Em 31 de Julho, véspera do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, em Rama, as forças do Ditador mataram 80 civis, além de mais 45 em 3 de Agosto, causando desagrado da comunidade internacional, incluindo França, Inglaterra e Estados Unidos. O Líbano, vizinho da Síria, entretanto, absteve-se. Em 7 de Agosto, estima-se que mais 52 civis tenham morrido. Desde Março, foram contabilizadas cerca de 3000 mortes com os protestos, que podem converter-se em guerra civil. Em 22 de Novembro, houve ataques de desertores a membros do Exército.
Os conflitos no mundo árabe vêm apresentando vários desdobramentos, como a emigração de pessoas de países como a Tunísia, implicando reação xenófoba, como na França, em que foram proibidos de entrarem.
No Bahrein, ilha no Golfo Pérsico com 1,2 milhão de habitantes, o Exército demoliu um monumento em formato de pérola em 18 de Março, pois lá se reuniam xiitas para protestarem contra a família real, sunita. Com isso, houve manifestações de apoio aos xiitas daquele País no Irã e Iraque, reunindo, neste último, cerca de 10 000 pessoas. Em Março, tropas da Arábia Saudita, sunita, invadiram o País, para auxiliar o governo local a reprimir os protestos da chamada “Primavera Árabe”. Estima-se que 1 de cada 500 habitantes seja um preso político vítima de tortura, independente de ser xiita ou sunita. O Irã, xiita, é outro País que influencia o Bahrein, sem contar a Grã-Bretanha, que com ele firmou tratados, tornando-o protetorado europeu
Também houve confronto grave em Amã, Capital da Jordânia, antecedido por manifestações, como o acampamento dos “Jovens de 24 de Março”
Segundo a Polícia Federal, as organizações terroristas islâmicas que operam no Brasil são: Al Qaeda, comandada por Osama bin Laden e autora do ataque ao World Trade Center, em 11/9/2001, nos Estados Unidos, al-Gama´a al-Islamiyya, ligada àquela, Jihad, criada nos anos 70, na Palestina, não reconhecendo Israel e com base na Síria, Hezbollah, financiada pelo Irã desde os anos 80, com ideal de fundar um estado islâmico no Líbano, Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, e, não reconhecendo o Estado de Israel, ataca civis israelenses, e Grupo Islâmico Combatente Marroquino, que, fundado nos anos 90, anseia por converter a Monarquia no Marrocos em estado islâmico.
Se é verdade que os casos de punição aos Ditadores, fruto do clamor popular e da comunidade internacional, incluindo a Casa Branca, vêm se tornando comuns, nem por isso tem reduzido a violência com que eles reagem aos protestos de seu povo. É que os Ditadores têm sede de poder e acreditam ser seres superiores aos mortais em geral. Há países onde eles ainda imperam sem registros de protestos significativos, como na Coréia do Norte, em que Kim Jong-Il está no poder há 18 anos e, na década de 90, causou a morte de quase 3 milhões de pessoas de fome, no Zimbábue, onde Robert Mugabe, há 31 anos no poder, é acusado de massacrar milhares de civis, no Sudão, onde Omar Bashir, há 21 anos no poder, é acusado de genocídio, e na Guiné Equatorial, onde Teodoro Obiang, há 31 anos no poder, mantém 60% da população vivendo com menos de 2 dólares por dia.
Em Maio, Obama anunciou plano de auxílio financeiro de bilhões de dólares ao Oriente Médio e Norte da África, para facilitar-lhe a democratização. A ideia é seguir o que se fez para a Europa Oriental após a Guerra Fria. Na Europa, utilizar-se-ão recursos do BERD (Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento). Os primeiros países a serem beneficiados serão Egito e Tunísia.
Em Junho, os membros do Conselho de Segurança da ONU elaboraram resolução de autoria da Grã Bretanha, França, Alemanha e Portugal, estabelecendo sanções à Síria por violação aos direitos humanos, decorrente da repressão levada a cabo sobre os protestos. Rússia e China ameçam ir contra a resolução, e o Brasil vem sendo instigado a apoiar a resolução.
Em 30 de Junho, houve referendo no Marrocos para ratificar ou não a proposta de reforma do Rei Mohamed VI, flexibilizando a Constituição, mesmo mantendo sob seu poder a religião e o Exército. Trata-se de universo de 13 mihões de eleitores para 34 milhões de habitantes.
Com a morte de Kadafi, as “bolas da vez” são apontados como Bashar al-Assad, da Síria, e Ali Abdullah Saleh, do Iêmen, já que a Tunísia e Egito já derrubaram seus ditadores e estão convocando as primeiras eleições democráticas, e, no Bahrein e Marrocos, as manifestações vêm perdendo força, no segundo, sobretudo, com as reformas levadas a cabo pelo Rei Mohamed VI.
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