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Estado Islâmico assume autoria de ataque em Paris a três dias das eleições
Policiais foram baleados na Champs Elysées
A três dias de começar a escolher seu novo presidente, o povo francês voltou a ser vítima do terror — e o atentado pode mudar os rumos do pleito de domingo, um dos mais acirrados da história. O Estado Islâmico assumiu na noite desta quinta-feira a autoria do ataque contra policiais na Avenue de Champs Elysées, a mais famosa de Paris. Um agente foi morto e dois ficaram feridos com gravidade, além de um pedestre. Pelo menos dois homens participaram do ataque. Um foi morto, e o outro fugiu.
Passava das 21h em Paris (16h no Brasil) quando um carro parou ao lado de uma viatura estacionada na calçada da Champs Elysées, a poucos metros do Arco do Triunfo. Um homem saltou com um fuzil e abriu fogo contra um policial, que morreu na hora. O terrorista então mirou em outros dois agentes, que revidaram e abateram o agressor. Bala perdida acertou um pedestre.
Terrorista conhecido
O autor dos disparos já tinha sido fichado pelos serviços de inteligência franceses como alguém “radicalizado”, mas a identidade não foi revelada para não atrapalhar as investigações. A Amaq, agência vinculada ao Estado Islâmico, afirmou, no entanto, que o “soldado” era “Abu Youssef, o belga”. A investigação foi passada à Seção Antiterrorista da Procuradoria de Paris
Em fim de mandato, o presidente François Hollande, declarou que todas as pistas apontam para um “caráter terrorista”. Hollande convocou um Conselho de Defesa para a manhã de hoje. O presidente lembrou que o nível de vigilância no país é máximo e que assim continuará, sendo de forma especial, durante o período eleitoral.
Hollande enviou ainda mensagem de condolências e solidariedade aos familiares do agente abatido e dos feridos e garantiu que será organizada uma “homenagem nacional” ao falecido.
“O apoio da nação é total. Há que fazer o possível para que esses policiais, agentes e militares possam exercer sua missão. O princípio de base é a confiança, a solidariedade e o apoio da nação às forças de segurança”, frisou. Líderes nas pesquisas eleitorais, Emmanuel Macron e Marine Le Pen anunciaram a suspensão das atividades de campanha para esta sexta-feira
Fonte: O Dia
Estado Islâmico assume autoria de atentados em igrejas no Egito
Pelo menos 36 pessoas morreram e 74 ficaram feridas após duas explosões
O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados a bomba ocorridos na manhã de hoje (9) em duas igrejas coptas (vertente do cristianismo) no Egito. Em comunicado enviado a simpatizantes do grupo e divulgado pelas redes sociais, os terroristas confirmaram que ordenaram os ataques.
De acordo com último balanço divulgado pelas autoridades locais, pelo menos 36 pessoas morreram e 74 ficaram feridas após as duas explosões. Os fiéis foram atingidos no momento em que participavam de uma missa em comemoração ao Domingo de Ramos, celebração que marca o início da Semana Santa.
A primeira explosão foi registrada em Tanta, a cerca de 100 quilômetros do Cairo, capital do país. Duas horas depois, a segunda bomba explodiu em Alexandria, no norte do Egito. Ainda não foram divulgadas informações sobre suspeitos dos dois atentados.
As explosões ocorrem a 20 dias da primeira viagem do papa Francisco ao Oriente Médio. O papa deve chegar ao Egito no dia 28 de abril, quando se reunirá com autoridades do governo, lideres muçulmanos e com o papa da Igreja Copta Cristiniana, Teodoro II. Com informações da Agência Brasil.
Fonte: Notícias Ao Minuto
Suécia reforça controle nas fronteiras após atentado em Estocolmo
Através da Internet e autofalantes nas ruas, a polícia pediu para os habitantes ficarem em casa e manterem a calma, evitando reuniões de grupos nas ruas, que rapidamente se esvaziaram.
O tráfego no metrô e nos trens de periferia foi suspenso, sendo retomado várias horas depois do drama, que aconteceu na parada da estação T-Centralen, pela qual passam todas as linhas do metrô de Estocolmo.
Reações ao atentado em Estocolmo
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou nesta sexta-feira que “um ataque contra um Estado membro é um ataque contra todos nós”. “Uma das cidades europeias mais vibrantes e coloridas parece ter sido atingida” por aqueles que buscam prejudicar “nossa própria forma de vida”, indicou em um comunicado o presidente do executivo comunitário, cujos “pensamentos estão com o povo da Suécia”.
O presidente François Hollande expressou seu “terror e indignação”, enviando sua simpatia e solidariedade às famílias das vítimas e a todos os suecos. Hollande lembrou também que “a luta sem descanso contra o terrorismo deve ser uma prioridade da solidariedade europeia”. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou que a Torre Eiffel será apagada à meia-noite, em homenagem às vítimas.
O presidente Vladimir Putin declarou que “os russos choram com os suecos”.
Justin Trudeau, o primeiro-ministro do Canadá, condenou o “atentado covarde”, reiterando junto à comunidade internacional seu compromisso de lutar contra o terrorismo e prevenir “esses atos insanos”.
Antonio Guterres, o secretário-geral da ONU, condenou imediatamente o ataque, enviando mensagens de conforto aos familiares das vítimas.
Fonte: El País
Polícia aponta suicida quirguiz como autor de atentado que matou 14 na Rússia
Estação de metrô atacada volta a fechar nesta terça-feira devido a ameaça de bomba
O autor do atentado ao Metrô de S. Peterburgo, que deixou pelo menos 14 mortos e 49 feridos nesta segunda-feira, é um cidadão originário do Quirguistão, de 22 anos, supostamente suicida, informaram autoridades desse país da Ásia central. “O kamikaze no metrô de São Petersburgo era o cidadão quirguiz Akbarjon Yalilov (…), nascido em 1995. É provável que tenha adquirido a nacionalidade russa”, confirmam as autoridades russas, atribuindo a ele a colocação de um segundo artefato explosivo na mesma estação do metrô. No último balanço, o Ministério da Saúde elevou a 14 o número de vítimas fatais, sendo 11 no próprio local da explosão, e outras três após receberem atendimento médico. A circulação do metrô foi restabelecida nesta terça-feira, mas a estação Sennaia Ploshad, uma das afetadas pela explosão da véspera, voltou a fechar após receber uma ameaça de bomba, segundo as agências RIA Novosti e Interfax.
O atentado ocorreu durante a tarde que circulava entre duas estações de uma linha muito movimentada que atravessa o centro de São Petesburgo (Sennaia Ploshad e Tekhnologicheski Institut). O comitê de investigações russo anunciou pouco depois a abertura de um inquérito por “ato terrorista”, embora os investigadores estejam examinando “todas as outras pistas possíveis”.
O ataque, que não foi reivindicado, ocorre depois de que o Estado Islâmico convocou ataques à Rússia como retaliação por seu apoio às forças de Bashar al Assad na Síria, desde setembro de 2015. Ao menos 7.000 cidadãos da ex União Soviética, entre eles 2.900 russos, aderiram a grupos jihadistas no Iraque e Síria, especialmente ao Estado Islâmico, segundo o FSB (serviço de segurança).
O desenrolar dos acontecimentos da Síria e a redução dos domínios do EI levam os especialistas a crer que os guerrilheiros em retirada possam voltar (com más intenções e experiência em combate) aos seus lugares de origem, seja no norte do Cáucaso ou na Ásia Central.
As câmeras de vigilância do metrô de São Petersburgo captaram imagens da pessoa que supostamente colocou o artefato que explodiu. De acordo com a Interfax, a bomba estava dentro de uma mala deixada no vagão pelo “organizador do ataque”.
Alguns meios de comunicação distribuíram uma imagem que supostamente mostraria o suspeito, um homem com barba, túnica negra e gorro, tanto no que seria o interior do metrô como ao sair da estação Sennaia.
As autoridades emitiram duas ordens de prisão supostamente implicadas no atentado, uma delas a que supostamente colocou a bomba, segundo uma fonte dos serviços de segurança citada pela agência Interfax.
As suspeitas em S Petesburgo apontam para “gente do sul”, a julgar pela informação da agência Rosbalt sobre as averiguações feitas pelos corpos de intervenção especial entre os espectadores de aspecto meridional num cinema de São Petersburgo.
Fonte: MSN
Estado Islâmico reivindica autoria de ataque perto do Parlamento em Londres
Theresa May disse que o agressor tinha sido investigado por ter conexão com atividades terroristas. Quatro pessoas, entre elas o agressor, morreram no ataque e 40 ficaram feridas perto do Parlamento britânico.
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque fora do Parlamento britânico, em Londres. A agência Amaq, que é ligada aos terroristas, divulgou a informação.
Quatro pessoas, entre elas o agressor, morreram no ataque e 40 ficaram feridas depois que um carro atropelou um grupo de pedestres na calçada da Ponte Westminster, perto do Big Ben, na tarde de quarta-feira (22). O terrorista, que não teve a identidade divulgada, ainda assassinou um policial a facadas. Ele foi morto a tiros pela polícia.
“O perpetrador dos ataques ontem em frente ao Parlamento britânico em Londres é um soldado do Estado Islâmico e realizou a operação em resposta aos pedidos para se atacar cidadãos da coalizão”, disse a Amaq, em um comunicado, divulgado pela Reuters.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou nesta quinta que as forças de segurança já tinham investigado o autor do ataque por conexão com atividades terroristas. Ele é britânico e não teve a identidade divulgada.
“O que posso confirmar é que o homem é britânico e que há alguns anos ele foi investigado pelo MI5 em relação a preocupações sobre extremismo violento. Ele era uma figura secundária. Ele não fazia parte do atual cenário da inteligência”, declarou May no Parlamento, que retomou as atividades nesta manhã.
Sem novas ameaças
Em um pronunciamento na frente da sede da Scotland Yard, Mark Rowley declarou que até o momento não foram detectadas evidências que apontem para “novas ameaças terroristas”. No entanto, o Reino Unido segue em alerta.
O Parlamento retomou as atividades nesta quinta-feira após um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. O perímetro ao redor do imóvel permanece, no entanto, isolado e a estação de metrô de Westminster, fechada ao público.
A Ponte de Westminster, onde os investigadores continuam trabalhando, ficou fechada ao público até esta manhã
Vítimas
O policial que foi morto após ser esfaqueado foi Keith Palmer, de 48 anos. Ele integrava o Serviço de Proteção Parlamentar e Diplomática da polícia de Londres, segundo a BBC. O ex-militar trabalhava havia 15 anos na corporação, era casado e tinha filhos.
Aysha Frade, de 43 anos, foi atingida pelo carro do agressor e lançada em direção a um ônibus. Ela ia se encontrar com as filhas no momento do ataque, de acordo com o jornal “Daily Mail”.
A terceira vítima foi um homem de meia-idade, que ainda não foi identificado.
Quarenta pessoas se machucaram no ataque – entre eles, três policiais. Uma mulher, gravemente ferida, foi retirada do Rio Tâmisa. Na manhã desta quinta, 29 pessoas permaneciam hospitalizadas, sendo que sete delas estão em estado grave.
Entre os feridos estão 12 britânicos e vários estrangeiros: crianças francesas, dois romenos, quatro sul-coreanos, um alemão, um chinês e dois gregos, de acordo com a primeira-ministra.
Condolências
A rainha Elizabeth II divulgou uma mensagem lamentando o ataque. “Meus pensamentos, minhas orações e minhas mais profundas condolências estão com todos aqueles que foram afetados pela terrível violência de ontem”, disse a monarca em comunicado.
O Papa Francisco também expressou sua profunda tristeza e sua solidariedade a todos os afetados pelo ataque. “Profundamente triste pela notícia da perda de vidas e das lesões causadas pelo ataque no centro Londres, Sua Santidade Francisco expressa sua solidariedade a todos os afetados por esta tragédia”, afirma a mensagem divulgada pelo escritório de imprensa do Vaticano, segundo a Efe.
Fonte: G1
Ao mesmo tempo em que o Estado Islâmico (EI) vem perdendo combatentes e território no autoproclamado califado em vastas regiões de Síria e Iraque — após quase dois anos de intensos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos EUA e por ofensivas terrestres das forças locais — o grupo extremista vem ampliando sua atuação e o número de ataques em outros países. Somente na última semana, atentados em Istambul, Daca e Bagdá, com mais de 270 mortes, deixaram claro o poder de fogo dos jihadistas. Com a estratégia, apontam analistas, o recuo militar vem sendo em parte compensado pela expansão de seu apelo ideológico extremista muito além da sua área de atuação formal. E com um novo padrão que inclui pequenos grupos de terroristas atuando juntos, no que alguns já veem uma modificação no conceito de lobo solitário.
Os atentados recentes se somam a outros realizados nos últimos meses em países como Nigéria, Afeganistão, Líbia, Tunísia, Arábia Saudita, Egito e Kuwait, além de capitais europeias (Paris e Bruxelas) e cidades americanas (Orlando e San Bernardino).
— O EI necessita de uma imagem de êxito e vitórias para atrair seguidores. Se de fato está perdendo este Estado islâmico, necessita ganhar em outros locais — disse ao “El País” o especialista em Oriente Médio Daniel Byman, da Brookings Institution.
De acordo com o “New York Times”, mais de 1.200 pessoas foram mortas fora da Síria e do Iraque em atentados coordenados ou inspirados pelo EI. A matança de civis em três grandes ataques apenas na semana passada — em Istambul, na terça-feira; em Daca, na sexta; e em Bagdá, no domingo — sugere que as ações do EI estão ocorrendo com mais frequência. E aquelas realizadas para além das fronteiras de seu território, apontam analistas, são conduzidas por grupos bem preparados, que seguem planos detalhados, e não mais apenas por atiradores individuais.
— O mais impressionante para mim sobre os ataques de Istambul e Daca é que ambos não foram feitas por lobos solitários — afirmou ao “Washington Post” Bruce Riedel, ex-funcionário de contraterrorismo da CIA, a agência de Inteligência dos EUA. — Foram feitos por equipes de terroristas que trabalham com um plano de ataque muito bem planejado. Eu os chamo de “bandos de lobos”, que estão rapidamente se tornando a marca registrada do EI.
Busca de posição na agenda do terror global
Semana passada, para marcar o aniversário de dois anos do califado, o EI divulgou um gráfico mostrando o que seria a “área de influência” do grupo: estende-se desde o controle moderado que afirma ter nas Filipinas a uma presença “secreta” na França, entre outros 15 países. Mesmo nações que não estão na lista têm medo. Caso da Índia, onde o governo informou que dezenas de extremistas muçulmanos indianos estão sendo monitorados depois de terem feito algum tipo de treinamento junto ao EI. E as autoridades de Nova Délhi reconhecem que o número real pode ser muito maior.
Muitos especialistas em terrorismo da Inteligência americana ressaltam que os recentes atentados em França, Bélgica, Turquia e Bangladesh são um reflexo desta nova estratégia de expansão do EI: com os reveses nas batalhas no Iraque e na Síria, focar em ataques no exterior.
— Acreditamos que o EI vai intensificar a campanha de terror global para manter a posição dominante na agenda global do terrorismo — disse o diretor da CIA, John Brennan, ao Senado dos EUA no mês passado.
Também em depoimento ao Senado, na última terça-feira, Brett McGurk, enviado especial do presidente Barack Obama para avaliar a luta contra o EI, disse que o grupo tinha perdido 47% de território no Iraque e 20% na Síria. Mas ressalvou que, apesar do recuo, centenas de combatentes voltarão a seus países para continuar a luta jihadista.
— Vai ser o desafio de uma geração, na Jordânia e na Tunísia, na França e nos EUA: como lidar com um fluxo de retorno de cidadãos radicalizados.
Fonte: Extra
Número 2 do Estado Islâmico morre em ataque aéreo dos EUA
Abdel Rahmane al-Qadouli era ministro das Finanças do grupo extremista
Abdel Rahmane al-Qaduli era o segundo em comando do EI – Reprodução internet
O número dois do Estado Islâmico (EI), Abdel Rahmane al-Qaduli, foi morto em um ataque aéreo na Síria, confirmou nesta sexta-feira o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, num golpe contra a liderança do grupo extremista. Segundo Carter, a morte irá afetar as operações da organização jihadista.
— Nós eliminamos sistematicamente o círculo de líderes do EI. O Exército americano matou vários terroristas importantes do EI esta semana, incluindo Haji Iman (apelido de Abdel Rahmane al-Qaduli), que era um dos líderes do EI, agindo como ministro das Finanças e responsável por vários complôs internacionais — afirmou Carter em uma entrevista coletiva.
O site de notícias Daily Beast havia indicado, ao referir-se sobre a morte de al-Qaduli, que ele figurava na lista de potenciais sucessores de Abu Bakr al-Baghdadi, o autoproclamado califa e líder do EI.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos oferecia sete milhões de dólares de recompensa para obter informações sobre Al-Qaduli, que adotou uma série de pseudônimos.
A estrutura de comando do grupo extremista permanece um mistério. As autoridades americanas parecem ter conseguido identificar apenas alguns dos líderes do EI, com os quais criaram uma lista.
Abdel Rahmane al-Qaduli é o segundo membro desta lista a ser eliminado em menos de um mês. Em 4 de março, os Estados Unidos anunciaram a morte de outro líder do grupo, Omar ‘O checheno’.
Um dos principais líderes militares do EI, Omar morreu em um ataque aéreo americano na região de Chaddade, cujo controle foi retomado pelas Forças Democráticas da Síria, um grupo aliado dos Estados Unidos.
Em novembro, um ataque na Líbia matou Abu Nabil, também do alto comando do Estado Islâmico.
Fonte: O Globo
Cerca de 600 combatentes do Estado Islâmico mortos nas últimas três semanas
O secretário de Estado americano John Kerry afirmou neste do domingo que 600 combatentes do grupo Estado Islâmico foram mortos na Síria nas últimas três semanas.
“Na Síria, nas últimas três semanas, o Dash perdeu 3.000 km2 e 600 combatentes”, afirmou Kerry, usando o nome em árabe do Estado Islâmico.
John Kerry também advertiu ao regime sírio e a seus aliados contra qualquer violação de seus compromissos de trégua e ajuda humanitária na Síria.
“Todas as partes devem respeitar o cessar das hostilidades, cooperar na ajuda humanitária e respeitar o processo de negociações para chegar a uma transição política” afirmou em coletiva de imprensa em Paris.
Fonte: Terra
Pelo menos 50 jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) foram mortos em 24 horas em combates com o exército sírio, que avança na província de Aleppo, informou neste domingo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
“Esses jihadistas foram mortos nos combates e pelos ataques da aviação russa”, que apoia o regime na sua progressão nessa província do norte, próxima da fronteira com a Turquia, indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
Desde sábado, as tropas do regime tomaram 18 aldeias em um eixo de cerca de 40 km entre o leste de Aleppo e Raqa (norte), a fortaleza do grupo extremista na Síria, de acordo com o OSDH.
“O exército agora cerca o EI em 16 outras aldeias ao sul deste eixo. O regime quer tomar e consolidar a sua presença no leste e sudeste da província”, afirmou Abdel Rahman.
Com o apoio da aviação russa, as tropas do regime têm tido sucesso sobre os rebeldes e jihadistas em uma série de vilarejos e cidades na província de Aleppo.
Estado Islâmico corta salários e leiloa terras confiscadas diante de crise econômica
Bombardeios ocidentais a bancos e menor capacidade de arrecadação provocam austeridade e incitam deserções
A crise econômica chegou ao Estado Islâmico. Na contramão da propaganda, o EI agora corta salários de dirigentes e combatentes e leiloa terras confiscadas para melhorar a arrecadação. Em Raqqa, capital do califado, a remuneração das fileiras foi reduzida pela metade. Assim como a ideologia, a instabilidade financeira se alojou no centro da retórica de recrutamento de jovens desolados no Ocidente e jovens deslocados pelos conflitos no Oriente Médio. Se antes o grupo extremista se gabava de prover ajuda social, habitação e bons salários aos que migrassem para seus territórios na Síria e no Iraque, hoje o sistema da organização terrorista é regido pela austeridade. A carestia se aprofunda à medida em que se intensificam os bombardeios aéreos da coalização internacional liderada pelos Estados Unidos.
— O grupo extremista se viu obrigado a reduzir à metade o salário de dirigentes e em 30% a remuneração de soldados e oficiais — confirmou ao “El Mundo” o analista Hashem al-Hashimi, assessor do governo iraquiano e importante fonte de informação sobre o que acontece na cidade sitiada de Mossul. — Os ataques aéreos golpearam nove bancos do Estado Islâmico. Em pelo menos um deles, havia US$ 150 milhões depositados. Os demais haviam sido esvaziados previamente.
Uma investida aérea ocidental, por exemplo, destruiu a sede do Banco al-Rashid, no Leste de Mossul. Mais tarde, a agência de notícias afiliada ao grupo terrorista, al Amaq, divulgaria um vídeo dos escombros da instalação. O depósito, usado como Banco Central, impôs à cidade uma economia de guerra, o que piorou as já precárias condições de vida na cidade sitiada.
Segundo uma ativista local que não quis se identificar, o extremistas responderam à crescente ameaça esvaziando as reservas de dinheiro para ocultá-las em túneis perfurados no subsolo da cidade. Para transportar esses recursos, eles preferiram táxis e transportes públicos em uma tentativa desesperada de se esconder dos aviões de vigilância, disse a ativista ao “El Mundo”.
Tais reservas são especialmente importantes porque o governo central proibiu transferências bancárias para regiões controladas pelo Estado Islâmico. A saída encontrada para o revés na economia foi também leiloar terras confiscadas da minoria cristã, expulsa da cidade em julho de 2014. Os terroristas ainda acresceram impostos e intensificaram o tráfico de seres humanos e antiguidades.
— A situação é muito ruim. As pessoas têm fome, têm medo. A maioria das famílias não tem dinheiro para comida, mas também não tem opções de escapar — afirmou ao jornal espanhol Said Mamuzini, ex-dirigente do Partido Democrático do Curdistão em Mossul. — Os preços dos alimentos sobem diariamente e o Estado Islâmico tenta agora compensar as perdas a partir da elevação de impostos. A saúde também foi afetada. Os remédios estão mais caros e as salas de cirurgia são reservadas para combatentes do EI.
DERROTA NO FRONT E DISPUTAS INTERNAS
Antes da tomada de Mossul, o EI compôs uma rede de sustentação financeira calcada em extorsões, vendidas como promessas de proteção a habitantes do local. Eram os “impostos revolucionários”, que financiaram o auge do grupo. Empreiteiras, por exemplo, destinavam entre 5% e 10% de cada contrato aos jihadistas. Desde 2011, os terroristas também desfrutaram dos US$ 16 milhões mensais que Bagdá enviava para pagar os salários dos funcionários da província de Nínive.
No entanto, um grave golpe às finanças da organização terroristas começou com os bombardeios ocidentais contra refinarias e caminhões de transporte de petróleo, uma das principais rendas do grupo. Da mesma forma, a decisão do governo iraquiano de suspender o pagamento de seus funcionários em áreas controladas pelo EI dizimou outra fonte de arrecadação dos extremistas.
A austeridade no Estado Islâmico tem motivado a deserção de combatentes. O EI tenta preencher o vazio nas fileiras — considerado crime sob pena de morte — com o recrutamento de crianças e adolescentes sírios. Com o rebaixamento de salários, afloraram também as disputas entre os quadros dirigentes do EI, em especial entre as tropas de Baghdadi e os batalhões de Abu Omar al-Shishani, o jihadista checheno e ex-sargento georgiano que opera como comandante das fileiras na Síria.
Fonte: O Globo
Estado Islâmico usa de WhatsApp a Twitter para promover ‘terrorismo viral’
Jihadistas usam chat seguro para bate-papo e moeda digital para doações.
EI recruta, arrecada dinheiro e faz propaganda na internet.
Foto publicada no Instagram pelo perfil Jihadology, associado ao Estado Islamico. (Foto: Reprodução/Instagram/Jihadology)
Troca de mensagens criptografadas por Whatsapp e Telegram. Hashtags espalhadas pelo Twitter. Selfies no Instagram. Vídeos no Youtube. Troca da moeda virtual bitcoin. Parecem inocentes ações de quem é antenado em tecnologia, mas são a forma como usa a internet o grupo jihadista EI, que, na opinião de especialistas, faz uso sem precedentes do meios digitais, a ponto de os EUA chamarem o movimento de “terrorismo viral”.
“Não estamos mais caçando terroristas vivendo em cavernas que apenas se comunicam via mensageiros. Estamos encarando inimigos cujas mensagens e chamados de ataque são postados e promovidos em tempo real”, diz Michael McCaul, deputado republicano que chefia o comitê de segurança nacional dos EUA.
“O grupo toma vantagem de todas as ferramentas e funções das redes sociais para garantir a ampla distribuição de suas mensagens”, explica John Mulligan, diretor do Centro Nacional de Contra-terrorismo dos EUA.
A atuação digital do EI não se resume a propaganda. “O grupo terrorista está usando essas tecnologias e sites hospedados nos EUA para recrutar, encorajar pessoas a executar ataques terroristas em todo o mundo e para levantar dinheiro”, afirma ao G1 Michael Smith II, cofundador da Kronos Advisory, consultoria norte-americana em assuntos de defesa
Por exibir mensagens abertas a todos, o Twitter é um dos canais preferidos e exemplo da atuação do grupo. Em março deste ano, o Brookings Institute identificou 46 mil contas de apoiadores ou militantes do EI. A radiografia aponta que 75% tinham o árabe como idioma primário e eram seguidas por cerca de mil usuários. Apesar de ter fãs acima da média, os perfis seguem uns aos outros. Por outro lado, um quinto dos perfis “falava” inglês. Isso, dizem os pesquisadores J.M. Berger e Jonathon Morgan, mostra como as contas são usadas não só para pregar para convertidos mas também para atrair curiosos e adeptos a ataques.
Foto publicada no Instagram pelo perfil Jihadology, associado ao Estado Islamico. (Foto: Reprodução/Instagram/Jihadology)
Terrorismo viral
Foi essa dinâmica que propiciou um tiroteio no Texas (EUA), em maio deste ano, aponta o Departamento de Segurança Nacional dos EUA. Quatro meses após o ataque ao jornal francês “Charlie Hebdo”, que publicara charges de Maomé, um centro de convenções da cidade de Garland anunciou exibição e concurso de desenhos do principal profeta do islamismo.
Um militante do EI sugeriu no Twitter que o evento tivesse o mesmo fim da publicação francesa. Foi contatado pelo norte-americano Elton Simpson, de 30 anos, e o papo continuou via mensagens diretas. Mas não deve ter parado ali.
“Que Alá nos aceite como mujahideen [combatentes santos]”, escreveu Simpson em um tuíte que incluiu a hashtag #texasattack. A mensagem foi ao ar 15 minutos antes de ele e um amigo dispararem contra o centro e serem mortos depois. Apesar de assumido pelo EI, o atentado foi saudado por apoiadores. “Os irmãos no Texas não tinham experiência em tiroteios mas foram rápidos ao defender a honra do profeta Maomé”, tuitou Junaid Hussain, hacker britânico que, até ser morto em agosto, era um dos maiores recrutadores do EI.
‘Selfies jihadistas’
“Esse ataque exemplifica uma nova era em que o terrorismo se tornou viral”, diz McCaul, para quem o microblog é só um dos meios para isso. Outras populares ferramentas também constam das “armas” da facção. O YouTube, plataforma de vídeos do Google, abriga vídeos das sangrentas execuções. No Instragram são publicadas “selfies jihadistas”. Os argumentos religiosos para as mortes vão parar no “JustPasteIt”. E roteiros de viagem à Síria estão no Ask.fm. Segundo o Brookings Institute, entre janeiro de 2014 e setembro deste ano, a produção auviovisual do grupo chegou a 845 peças.
A atividade digital não ocorre sem que os militantes tomem cuidado. Pesquisadores do Centro de Combate ao Terrorismo de West Point descobriram um manual de cibersegurança apresentado a recrutas. O intuito é empregar serviços que usem criptografia (embaralham as mensagens) ou passem por sistemas que impedem rastreamento, como a Deep Web.
Criptografia
O documento recomenda o uso dos apps de chat Cryptocat e Telegram, devido à forte criptografia, e do Wickr, por destruir as mensagens de forma segura. Para a troca de e-mails, o EI sugere o Hushmail e o ProtonMail. O Gmail, do Google, é citado como seguro desde que o navegador usado seja o Tor (outra recomendação) ou uma rede virtual privada.
O relatório faz ressalvas ao Instagram, pois o dono do aplicativo, o Facebook, tem um histórico ruim em relação a proteção à privacidade. Aparelhos que rodem Android, do Google, ou iOS, da Apple, não são completamente vetados. São permitidos se as comunicações forem feitas pela rede Tor. Liberados estão os smartphones “anti-espionagem” Cryptophone e BlackPhone. Para sanar dúvidas, o EI fornece um serviço de help-desk 24 horas por dia.
Moedas digitais
O EI também usa os meios digitais para sustentar as finanças. Embora o contrabando de petróleo seja uma das grandes fontes de renda, as doações também ajudam a fechar a conta. Segundo o Instituto Europeu para Estudos em Segurança, essas contribuições são feitas em bitcoin para fugir do sistema bancário, fácil de seguir. As transações com as moedas digitais não revelam emissores e receptores, apenas as contas de origem e destino.
Um grupo de hackers que luta para minar o poderio digital do grupo achou uma das carteiras eletrônicas ligadas ao grupo, que, em setembro, tinha mais de US$ 3 milhões.
Arsenal digital do Estado Islâmico (Foto: Editoria de Arte/G1)
Contra-ataque
Anteriormente associados aos hackers ativistas do Annonymous, o Ghost Security Group reporta suas descobertas sobre o EI às autoridades norte-americanas, como o FBI, com a ajuda da empresa Kronos Advisory.
O grupo é exemplo da diversidade da luta contra o EI na internet. Reunidos na fronteira digital estão hackers, empresas que fornecem serviços usados pelos jihadistas e os governos de alguns dos países mais poderosos do mundo.
O Reino Unido já afiou suas garras. Para o chanceler George Osborne, a “brutalidade assassina do EI tem um forte elemento digital”. Sem dar maiores detalhes, ele afirmou que o grupo tenta invadir os sistema britânicos, o que será retaliado. “Nós nos reservamos o direito de responder a um ciberataque do jeito que nós escolhermos”, afirmou durante o anúncio do novo Centro Cyber Nacional, focado em cibersegurança, que custará 2 bilhões de libras.
Os EUA possuem uma força-tarefa contra o terrorismo, composta por FBI, Departamento de Segurança Nacional, entre outros órgãos. O grupo argumenta que as ações resvalam na impossibilidade de interceptar mensagens trocadas por ferramentas criptografas. “Infelizmente, a mudança constante das formas de comunicação na internet está rapidamente ultrapassando as leis e a tecnologia criada para permitir a interceptação legal de conteúdos de comunicação”, afirma Michael Steinbach, diretor-assistente do FBI.
“Esses serviços são desenvolvidos e empregados sem qualquer capacidade de aplicar a lei para coletar informações fundamentais para investigações criminais e de segurança nacional e dos procedimentos penais”, diz. Para driblar a adversidade, a força-tarefa tenta fazer o Congresso dos EUA forçar empresas de tecnologia a reduzir o nível da criptografia.
A indústria já se manifestou contra a proposta. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, por exemplo, já afirmou que nem a empresa consegue burlar o próprio sistema de criptografia. Defensores da privacidade argumentam que essas medidas criarão arcabouço legal para a espionagem de cidadãos comuns.
Anonymous ataca site do Estado Islâmico e troca conteúdo por receita de Prozac
Em sua guerra contra o Estado Islâmico, os hackers do Anonymous e seus aliados acabam de abater mais um alvo e da maneira mais genial possível. Membros do GhostSec, um dos grupos que está combatendo os radicais islâmicos na internet, anunciaram que invadiram a dark web usada pelos terroristas e removeu sites que faziam propaganda ao EI. No lugar do conteúdo original, eles colocaram um anúncio de Prozac, um remédio usado para o tratamento de depressão e outros distúrbios psiquiátricos. Além do anúncio, os hackers ainda deixaram uma pequena mensagem aos membros e simpatizantes do Estado Islâmico. No texto, eles indicam o medicamente como uma forma de fazer com que as pessoas que acessavam aquela página tivessem mais calma em suas vidas. Mais do que isso, o GhostSec ainda pedia para que todos olhassem aquela imagem enquanto eles continuavam a melhorar sua infraestrutura para entregar ao Estado Islâmico aquilo que ele tanto deseja. Como se não bastasse a provocação, o grupo ainda colocou o link de uma farmácia online especializada na venda de remédios a partir de bitcoins. Assim, se algum membro ou simpatizante do EI estiver mesmo interessado no Prozac apresentado, pode adquirir isso sem precisar gastar muito. Em outras palavras, foi uma ótima sacada dos hackers na hora de provocar seus inimigos. Esse é apenas mais um dos ataques realizados pelo Anonymous e seus aliados nesta guerra ao terror dentro da internet. Como já comentamos anteriormente, esses hackers se uniram para atrapalhar a vida e as operações dos extremistas no ambiente digital, derrubando algumas centenas de páginas e perfis que apoiavam as ações do Estado Islâmico. Por outro lado, vários especialistas em segurança estão criticando as ações do próprio Anonymous pelo modo com que ele está lidando com esse combate ao terrorismo. A principal questão é que os ataques orquestrados pelos ciberativistas são indiscriminados e afetaram jornalistas, pesquisadores e outras pessoas que nada tinham a ver com os radicais do Oriente Médio.
Fonte: Yahoo
Exército sírio avança contra Estado Islâmico em Aleppo, diz TV estatal
Parte de estrada que liga cidade a Raqqa foi capturada.
Governo sírio e seus aliados também tiveram ganhos perto de Homs.
O exército sírio capturou território do Estado Islâmico ao leste de Aleppo incluindo vários quilômetros da estrada que liga a cidade com Raqqa, considerada reduto jihadista, informou a TV estatal síria neste sábado.
As áreas relatadas como capturadas estão a leste de Kweires, base aérea apreendida do controle do Estado Islâmico em 10 de novembro, em uma das várias ofensivas travadas pelo exército sírio com suporte de ataques áereos russos, forças iranianas e militantes do Hezbollah libanês.
A Reuters não pôde confirmar de forma independente o relato.
Uma manchete da TV estatal disse que o exército havia capturado as aldeias Kaskis e Akula e vastas áreas de terras agrícolas, apreendendo túneis e fortificações construídas pelos os jihadistas, e foram áreas de desminagem minadas pelo grupo.
As aldeias estão a cerca de 60 quilômetros a leste de Aleppo.
O governo sírio e seus aliados também tiveram ganhos contra Estado Islâmico ao sudeste de Homs.
Fonte: O Globo
Rússia tinha razão: ‘Turquia recebe petróleo do Estado Islâmico’
Os ataques aéreos russos à infraestrutura petrolífera jihadista causaram a insatisfação natural da Turquia, que parece ser o principal consumidor de petróleo do EI, de acordo com a imprensa alemã.
Depois da derrubada do bombardeiro russo Su-24 pela Força Aérea turca, o presidente Putin afirmou que Ancara parece ser cúmplice dos terroristas, já que compra o petróleo nas regiões da Síria capturados por extremistas, e ele tem razão ao dizê-lo, escreve o jornal alemão Bild.
A Turquia se transformou em um grande consumidor de petróleo do grupo extremista Estado Islâmico, continuou o autor do artigo. Os empresários turcos têm acordos de compra de petróleo com jihadistas que lhes permitem obter uma receita de $10 milhões por semana.
O Kremlin há muito tempo que obteve informações de que o petróleo a partir de territórios capturados pelo EI na Síria estava sendo transportado para a Turquia. Quando as Forças Aerospaciais russas começaram a realizar mais ataques contra a infraestrutura do EI, isso não poderia ser ignorado por Ancara.
De acordo com o Bild, a política turca em relação aos jihadistas não é completamente transparente: embora Ancara tenha dado aos americanos a oportunidade de usar a base aérea do país para o lançamento de ataques contra as posições do EI, Erdogan permite que os terroristas cruzem a fronteira para a Síria sem obstáculos.
Ao mesmo tempo, observa o Bild, a Turquia não é o único país que está fazendo acordos sujos com os militantes islâmicos para obter lucro. O contrabando é igualmente realizado para a Jordânia e Curdistão, onde o mercado negro de petróleo do Estado Islâmico é florescente, afirmou Eckart Woertz, analista sênior do Centro de Barcelona para os Assuntos Internacionais.
O presidente russo, Vladimir Putin, depois de uma conferência de imprensa com o presidente francês, François Hollande, disse que quantidades significativas do petróleo procedentes das áreas controladas pelo EI na Síria estão sendo transportadas para a Turquia:
“Nós estamos falando sobre o abastecimento em escala industrial do petróleo dos territórios sírios capturados por terroristas — a partir dessas áreas exatas e não de quaisquer outras. E podemos observar a partir do ar, para onde os caminhões estão indo”, anunciou o presidente. “Eles estão se movendo para a Turquia, dia e noite.”
Fonte: Sputnik
Polícia italiana executa mandados de prisão em várias cidades da Itália e de Kosovo; grupo propagava ideologia jihadista
A polícia italiana deflagrou nesta terça-feira (1) uma operação contra cidadãos de Kosovo suspeitos de apologia ao terrorismo e ódio racial. Estão sendo executados mandados de prisão em várias cidades italianas e em Kosovo, com apoio das autoridades locais. Ao menos quatro pessoas foram presas.
O inquérito que levou à operação foi conduzida pela Direção Central da Polícia de Prevenção, a célula antiterrorista da Itália, e por dois núcleos da Divisão de Investigação Geral e Operações Especiais (Digos) de Brescia. Os agentes identificaram contatos de uma suposta organização terrorista que, através de sites e redes sociais, propagava a ideologia jihadista.
De acordo com os investigadores, o grupo já teria publicado fotos com armas em punho e os quatro detidos foram reconhecidos como extremistas declaradamente militantes do Estado Islâmico.
Os suspeitos de terrorismo presos na Itália haviam publicado ameaças contra o papa Francisco na internet, de acordo com as forças de segurança locais. “Lembrem-se que não haverá outro papa depois deste. Será o último”, é uma das mensagens difundidas pelo grupo detido.
Desde os atentados de 13 de novembro, em Paris, que deixaram 130 mortos, a Itália reforçou toda sua segurança, principalmente em Roma e no Vaticano. O país foi alvo de ameaças do Estado Islâmico, além de receber notificações sobre pacotes-bombas.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse na semana passada que o mundo “está diante de um inimigo perigoso, o qual ninguém pode subestimar”. Neste sentido, o ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, apresentou medidas para monitorar todas as formas de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias, inclusive o console da marca PlayStation. Assim como as redes sociais, o videogame estaria sendo usado por terroristas para transmissão de mensagens.
Em 12 de novembro, um dia antes da série de atentados em Paris, a Itália e várias nações europeias prenderam mais de 17 pessoas em uma megaoperação contra o terrorismo.
Cerco a hotel em Burkina Faso termina com 126 libertados e 27 mortos
Pouco depois do fim da operação contra jihadistas da al-Qaeda no Magreb Islâmico, ministro anuncia que casal austríaco foi raptado na fronteira com o Mali
Socorristas franceses atendem pessoa ferida em ataque a hotel em Burkina Faso – NABILA EL HADAD / AFP
As forças de segurança acabaram em 16/1/16 com o cerco a um dos hotéis mais importantes de Burkina Faso, libertando 126 reféns e matando três homens armados do grupo que invadiu o local no dia interior, informou o governo. O atentado, que deixou ao menos 27 mortos no país já flagelado pela violência política, foi reivindicado pela al-Qaeda no Magreb Islâmico. Entre as vítimas há pessoas de 18 nacionalidades diferentes.
— A operação no Hotel Splendid e no restaurante Cappuccino terminou com 126 reféns liberados, entre eles 33 feridos — disse o ministro de Segurança, Simon Compaore.
Após anunciar que a operação havia sido encerrada, Compaore relatou que dois cidadãos austríacos, um médico e sua mulher, foram sequestrados no Norte do país, perto da fronteira com o Mali. Ainda não está claro se o rapto tem relação com a invasão do hotel. O caso ocorreu em Baraboulé, na província de Soum.
O atentado terrorista fez o novo governo no país, nomeado na quarta-feira após a eleição do presidente Marc Kabore em novembro, convocar uma reunião de emergência neste sábado.
Segundo um médico que tratou alguns dos feridos, os agressores aparentemente tinham como alvo ocidentais. No entanto, ainda não foi revelada a identidade das vítimas. De fato, o hotel Splendid é utilizado com frequência por soldados franceses que operam no Chade e combatem jihadistas na região do Sahel, funcionários da ONU e empresários ocidentais.
O presidente François Hollande classificou o atentado como “odioso” e a embaixada francesa relatou que, por conta do ataque, medidas de segurança foram reforçadas. Um voo da Air France que ia para a capital a partir de Paris foi desviado na sexta-feira.
Forças de segurança se reúnem em frente a hotel atacado por homens armados em Burkina Faso – Ludivine Laniepce / AP
A invasão ao Hotel Splendid, Homens armados invadiram o local após explodirem carros na entrada, e também dispararam contra um café-restaurante. Após a tomada do local, mais tiros foram ouvidos, enquanto as forças de segurança se mantiveram do lado de fora, em meio a corpos ensaguentados. Policiais que tentaram invadir o local foram baleados e morreram. TURBULÊNCIA POLÍTICABurkina Faso enfrenta episódios de turbulência política desde outubro de 2014, quando o presidente Blaise Compaoré foi deposto por protestos populares. Em 2015, foram registrados vários conflitos armados e protestos em Uagadugu pelo controle do governo do país. Nos últimos dois anos, o país já teve cinco presidentes.
O país africano, no entanto, vinha sendo poupado da violência de extremistas islâmicos. No entanto, o vizinho Mali foi alvo em novembro de dois rebeldes que mataram 20 pessoas — incluindo russos, chineses e americanos — em um hotel de luxo em Bamako.
Jordânia diz ter executado jihadista iraquiana condenada à morte
Sajida al-Rishawi aguardava cumprimento da pena presa desde 2006. Medida foi tomada após Estado Islâmico ter queimado vivo piloto jordaniano.
A jihadista iraquiana Sajida al-Rishawi, que foi executada pelo governo da Jordânia (Foto: Majed Jaber/Reuters)
A Jordânia informou que a jihadista iraquiana presa no país, Sajida al Rishawi, foi executada por enforcamento. Além dela, outro preso acusado de terrorismo foi executado da mesma forma. A soltura dela chegou a ser negociada com o Estado Islâmico em troca da libertação de Muath al-Kasaesbeh, piloto jordaniano que era refém dos extremistas e que foi queimado vivo.
ESTADO ISLÂMICO
As execuções por enforcamento foram confirmadas pelo porta-voz do governo, Mohammed al-Momani, de acordo com meios da imprensa local, entre eles o jornal “Al Ghadd”. Depois do novo crime brutal da organização jihadista, que divulgou um vídeo que mostra o piloto de 26 anos sendo queimado em uma jaula, uma fonte das forças de segurança da Jordânia afirmou na terça-feira que jihadistas detidos seriam enforcados. Com 44 anos, Sajida al-Rishawi estava detida em uma prisão jordaniana desde a sua condenação à morte, em setembro de 2006, por atos terroristas que remontam a 9 de novembro de 2005, quando ela foi detida com coletes explosivos em uma ação terrorista frustrada na cidade de Amã. O outro preso executado é Ziad al Karbuli, um ajudante do líder terrorista Abu Musab al-Zarqawi, morto em um bombardeio americano no Iraque em 2006. Karbuli, detido em território iraquiano pelo Exército jordaniano, foi condenado à morte em 2008 pelo assassinato de um motorista jordaniano. A ação que serviria como uma resposta aos militantes do Estado Islâmico já tinha sido cogitada pelo pelo porta-voz do Exército após o governo da Jordânia ter confirmado a morte do refém. De acordo com a Jordânia, a execução do piloto teria ocorrido há um mês, no dia 3 de janeiro, segundo veiculado pela TV estatal. Após a divulgação do vídeo, o rei Abdullah II interrompeu sua visita aos Estados Unidos e está voltando para a Jordânia. Na TV estatal, o rei disse que a morte do piloto é um ato de “terror covarde” de um grupo sem nenhuma relação com o Islã. Familiares do piloto disseram à Reuters que foram informados de sua morte pelo chefe das forças armadas da Jordânia. EUA condenamA Casa Branca disse estar ciente do vídeo, e que os serviços de inteligência trabalham para verificar sua autenticidade. O governo dos EUA condena as ações do grupo radical e se solidarizou com a família do piloto, afirmou. Muath al-Kasaesbeh foi capturado pelos militantes radicais na Síria, após a queda de seu avião durante uma operação da coalizão internacional no leste do país em dezembro. A coalizão, que é liderada pelos Estados Unidos, bombardeia alvos do grupo na Síria e no Iraque. O presidente norte-americano Barack Obama afirmou que, se o vídeo for verdadeiro, trata-se de mais uma indicação da crueldade e barbárie do grupo e que a determinação da coalizão internacional de “destruir” o EI será redobrada. Segundo a Casa Branca, Obama pediu que equipes de inteligência dediquem todas suas fontes para localizar reféns mantidos pelos militantes do grupo jihadista. Obama ainda disse que o piloto al-Kasaesbeh estava “na vanguarda do esforço para degradar e destruir a ameaça” do EI. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, condenou “fortemente” esse ato “imundo e imperdoável”.
Cena do vídeo divulgado pelo Estado Islâmico com a execução do jornalista Kenji Goto (Foto: Reprodução/Youtube)
Entenda o caso No final de janeiro, o EI divulgou um vídeo em que ameaçava executar o piloto se Amã não libertasse uma jihadista presa e condenada à morte. No mesmo vídeo o grupo ameaçou executar outro refém, o jornalista japonês Kenji Goto, que acabou sendo decapitado no último final de semana. O vídeo, postado em sites jihadistas, mostrava uma foto de Goto segurando a foto de al-Kasaesbeh, com a suposta voz de Goto formulando a ameaça. Na última quarta-feira (28), o governo da Jordânia disse que o país estava pronto para entregar a iraquiana Sajida al-Rishawi, presa por tentar realizar um ataque suicida, em troca da libertação de um piloto. Dias depois, pediu uma prova de que o piloto estava vivo.
Fonte: G1
Uma jornalista francesa investigou e descobriu: homens que treinavam luta numa praça de Paris pertenciam ao grupo terrorista Estado Islâmico, que ficou conhecido por decapitar seus prisioneiros.
O documentário que o Fantástico exibiu é o resultado do trabalho corajoso dessa jornalista. Ela se disfarçou, conseguiu se alistar no Estado Islâmico e mostra como o grupo recruta jovens europeus para o terror.
Outubro do ano passado. Crianças brincam numa pracinha de Paris. Entre pais e policiais, um grupo de homens barbados treina técnicas de combate. Eles praticam mesmo à noite ou debaixo de chuva. Poderiam ser apenas atletas dedicados. Mas alguma coisa os faz diferentes. Depois de encerrarem o treino, eles rezam. E a conversa deles revela planos suspeitos.
Extremista1: Ele já foi para a Síria. Extremista 2: Eu mesmo já fui duas vezes.
A Síria é o berço do Estado Islâmico, o exército terrorista mais agressivo hoje no Mundo. Os extremistas se aproveitaram do vazio de poder criado pela guerra civil e dominaram um terço do país, além de grandes áreas no Norte do Iraque, inclusive campos de petróleo que hoje são usados para financiar o terrorismo.
As ações do Estado Islâmico são difundidas na internet. Vídeos que mostram barbarismos. Assassinatos em massa. Alguns para provocar o Ocidente – como as decapitações de reféns. Outros para exibir a força do grupo.
E a internet também é um instrumento de recrutamento. Usada pelo grupo francês para atrair seguidores dispostos a partir para a Síria para fazer a Jihad, a Guerra Santa contra o Ocidente.
Um dos homens que treinava no parque é Abu Aissa. Ele publica fotos de suas ações, sempre com armamento pesado. Mostra até um passaporte do Estado Islâmico. O outro, Abu Abdel Malik, um francês que vive na Síria e, em vídeo, faz ameaças contra a França, dizendo que será alvo de novos atentados.
“Nós vamos vingar todo o sangue islâmico.”, diz Malik
A arrogância do Estado Islâmico está montada sobre um exército muito bem organizado, 30 mil homens com equipamento militar moderno: misseis, artilharia, tanques e três aviões caça. Tudo roubado da Síria. Cada combatente recebe um salário do Estado Islâmico. Alguns chegam a ganhar um carro. Uma tentação para os muçulmanos pobres das periferias de Paris. Os franceses são os mais numerosos entre os ocidentais que se integram ao Estado Islâmico.
A partir das páginas nas redes sociais, usando um perfil falso, uma jornalista francesa chegou aos recrutadores extremistas. Ela não será identificada por segurança.
Em três dias, a jornalista já estava associada a diversos grupos. E tinha 273 amigos. Principalmente combatentes na Síria e no Iraque. Um deles conta o dia a dia no Estado Islâmico. Ele chegou a publicar uma foto comemorando sua primeira vítima. Os terroristas exibem também uma vida de luxo: roupas, carros e mansões tomadas pelo grupo.
Para se aproximar dos jihadistas, a jornalista diz que está disposta a se casar com um radical quando chegar na Síria. Ela começa a conversar com Abu Tak Tak. Para se encontrar com ele, ela se vestiu com um chador, usada por alguma das mulheres muçulmanas: totalmente coberta de preto, como determina o costume do Islã. Num café da periferia de Paris, ela encontra o terrorista.
“Você está toda de preto. Eu adoro preto”, diz ele.
Abu Tak Tak tem 37 anos. Diz que nunca trabalhou. Ele conta que o Estado Islâmico paga as contas dele. “Eles me mantêm desativado por enquanto”, diz.
Pronto para entrar em ação.
“A França tem medo de quê? De que a gente se exploda.”
Ele acredita que a França merece ser alvo de um atentado. Exatamente o que aconteceu no dia 7 de janeiro, quando outro grupo terrorista, a Al-Qaeda do Iêmen, matou 12 pessoas no atentado contra a revista Charlie Hebdo.
Um segundo homem fez contato com a jornalista. Esse já estava na Síria. É um combatente ativo do Estado islâmico. Ele faz uma proposta curiosa: casar-se com ela pela internet com as bênçãos de um imã, um líder religioso. Ela faz contato com o jihadista, que explica o que ela deve fazer: “Vá para Istambul, na Turquia. De lá eu direi o que deve fazer”.
Depois de muitos contatos como esses, a jornalista chegou ao homem que é o líder dos recrutadores para o Estado Islâmico na França: Aba Souleyman. Na página dele na internet, um manual de como atravessar a fronteira da Turquia com a Síria sem chamar a atenção da polícia. Por exemplo, levar pouca bagagem, pois a travessia é feita a pé.
Aba Souleyman tem 25 anos e é casado, mas propõe à jornalista que ela seja a segunda mulher dele na Síria. Ele indica uma mesquita secreta numa cidade no Leste da França, base de operações para os recrutadores do Estado Islâmico. Um deles é Nicolas, que no elevador faz uma revelação aterrorizante: “Em Paris, nós somos muitos”.
Numa das salas, as paredes estão cobertas de bandeiras do Estado Islâmico. Ele conta que participou de uma ação do grupo numa cidade curda, no Norte do Iraque: “Matamos as mulheres cortando as gargantas”.
Nicolas não nasceu numa família muçulmana. Ele se converteu ao islã há três anos. E diz que vai partir para a Síria em duas semanas. A jornalista parte para a Turquia, o corredor mais comum para os recrutados europeus chegarem à Síria.
São apenas três horas e meia de voo entre Paris e Istambul. E um segundo voo para a cidade turca de Gazientep, próxima à fronteira. No hotel, ela entra em contato com os recrutadores que passam para ela os telefones dos homens que atravessam pessoas pela fronteira.
Do outro lado dessa cerca, é a Síria. A travessia termina na cidade síria de Raqqa, capital do Estado Islâmico. Duzentas mil pessoas vivem sob o domínio do Estado Islâmico desde junho de 2013. Em Raqqa, a jornalista gravou um desfile militar do exército terrorista, tanques e mísseis passavam pela rua. No centro da cidade, um inimigo do regime foi crucificado. E três são fuzilados diante de todos.
Nas ruas da cidade, impera a lei islâmica, a Sharia. Homens fazem as orações no meio da rua, guardas do Estado Islâmico andam com fuzis nos ombros, mulheres caminham totalmente cobertas. Dois homens do Estado Islâmico chamam a atenção dela.
Estado Islâmico:Nós conseguimos ver através do seu véu. Jornalista: Desculpe, ele é um pouco transparente. Estado Islâmico: Você precisa se cobrir melhor. Jornalista: Certo, certo, desculpe.
Num cybercafé, a jornalista encontra diversas mulheres francesas conversando pela internet com suas famílias na França.
“Eu não vou voltar, mãe! Eu me arrisquei para chegar aqui e não vou voltar. O que a senhora vê na televisão é falso”, diz uma delas.
Daqui, os homens vão direto para os campos de treinamento do grupo. Nesses campos secretos, os ocidentais ganham uma nova identidade. Geralmente adotam um nome muçulmano. Foi o que aconteceu com o filho da brasileira Rosana Rodrigues. Brian de Mulder, agora é conhecido como Abu Qassem Brazili, ou Abu Qassem Brasileiro.
Outro brasileiro, Kaíque Guimarães, que morava na Espanha, foi detido na Bulgária, tentando chegar até os campos do Estado Islâmico. Nesses lugares, os jihadistas são endurecidos no combate e viram máquinas de guerra.
Todas as semanas, dezenas de jovens europeus fazem esse mesmo caminho para engrossar as colunas do Estado Islâmico. E virar soldados de uma guerra dita santa, que distorce os princípios da religião islâmica e se torna retrato da barbárie e da ignorância.
Fonte: Fantástico
Entenda as diferenças e semelhanças entre Al-Qaeda e Estado Islâmico
Grupos jihadistas já foram um só, mas se separaram. Veja as principais ações de cada organização.
A rede terrorista Al-Qaeda e sua dissidência no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico, voltaram ao centro das atenções da comunidade internacional com o ataque ao jornal “Charlie Hebdo” em Paris. Um braço da Al-Qaeda no Iêmen reivindicou o ataque, enquanto o homem que invadiu uma loja de produtos judaicos na sequência dos acontecimentos, Amedy Coulibaly, aparece em um vídeo dizendo ser do Estado Islâmico. Embora o Estado Islâmico tenha surgido como um braço da Al-Qaeda e vise objetivos bastante parecidos com o da organização criada por Osama bin Laden, os dois grupos passaram de aliados a rivais em 2014. No centro da crise estão principalmente a Síria e a ambição de Abu Bakr al-Baghdadi, o “califa” do EI. Qual é exatamente a ligação dos fatos ocorridos na França com essas duas organizações ainda não está totalmente esclarecido. Veja a seguir alguns pontos sobre cada um dos grupos extremistas e suas principais diferenças e semelhanças:
Al-Qaeda
Estado Islâmico
ORIGEM
O saudita Osama Bin Laden teria criado a Al-Qaeda ainda no final dos anos 80. Segundo Jason Burke, autor do livro “Al-Qaeda – a verdadeira história do radicalismo islâmico”, Bin Laden foi o líder de um grupo militante surgido em Peshawar, na parte ocidental do Paquistão, em agosto de 1988. No ano seguinte, ele voltou à Arábia Saudita e em 1990 ofereceu um exército de militantes islâmicos para ajudar a defender o Iraque, que havia acabado de invadir o Kuwait, mas teve sua proposta recusada por Saddam Hussein. Ele então ficou no Sudão entre 1991 e 1996, quando se fixou no Afeganistão. Foi nesse período que a Al-Qaeda se transformou em uma organização como é conhecida hoje, com diversas ramificações e uma complexa linha de hierarquia em diversos países.
O Estado Islâmico atual surgiu a partir do Estado Islâmico do Iraque e Levante, o braço iraquiano da Al-Qaeda dirigido por Abu Bakr al-Baghdadi. Em abril de 2013, Baghdadi anunciou que o Estado Islâmico do Iraque e a Frente Al-Nosra, um grupo jihadista presente na Síria, se fundiriam para se converter no Estado Islâmico do Iraque e Levante. Mas a Al-Nosra negou-se a aderir a este movimento e os dois grupos começaram a agir separadamente até o início, em janeiro de 2014, de uma guerra entre eles. O EI contesta abertamente a autoridade do chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e rejeitou seu pedido de que se concentre no Iraque e deixe a Síria para a Al-Nosra.
LIDERANÇA
Após a morte de Bin Laden, em 2011, a Al-Qaeda se distanciou do Paquistão e do Afeganistão e passou a concentrar sua atuação no mundo árabe. Um dos primeiros integrantes do grupo, o cirurgião Ayman al-Zawahiri foi nomeado sucessor de Bin Laden. Em 2006, os EUA chegaram a acreditar que ele estava morto, mas sua aparição mais recente foi em um vídeo de setembro de 2014. Entre os outros principais nomes da organização estão Nasser Abdul Karim al-Wuhayshi, líder da Al-Qaeda na Península Árabe (AQAP, na sigla em inglês), que foi formada em 2009 a partir da união das ramificações da rede no Iêmen e na Arábia Saudita, e Abou Mossab Abdelwadoud, líder da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI).
Abu Bakr al-Baghdadi é o autoproclamado califa do Estado Islâmico. Nomeado líder do Estado Islâmico do Iraque em 2010, quando este ainda era um braço da Al-Qaeda, foi ele quem rompeu com a organização de Bin Laden, após ampliar sua atuação em território sírio. Em junho de 2014 al-Baghdadi anunciou o estabelecimento de um “califado mundial”, ocupando trechos de territórios na Síria e no Iraque. Após boatos de que teria morrido, em novembro ele divulgou uma gravação de áudio, na qual diz que o Estado Islâmico nunca cessará sua luta e que o califado islâmico irá se estender e ocupar também a Arábia Saudita, Iêmen, Argélia, Egito e Líbia.
COMO GANHOU NOTORIEDADE
O primeiro atentado oficialmente atribuído à Al-Qaeda aconteceu em 29 de dezembro de 1992, quando bombas explodiram em dois hotéis em Aden, no Iêmen, onde soldados americanos estariam hospedados. Mas, embora já tivesse envolvimento com atentados anteriores, a Al-Qaeda se tornou mundialmente reconhecida em 11 de setembro de 2001, quando 19 de seus integrantes tomaram quatro aviões comerciais e os jogaram sobre as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e atingiram ainda o Pentágono.
No caso do Estado Islâmico, a proclamação do califado chamou atenção para o grupo em junho de 2014, mas foi em agosto que a brutalidade de suas execuções gerou manchetes no mundo todo. A divulgação de vídeos e fotos com a decapitação de reféns teve início naquele mês, com o registro da morte do jornalista norte-americano James Foley. Na sequência vieram o sargento Ali al-Sayed e o soldado Abbas Medelj (ambos libaneses), o também jornalista americano Steven Sotloff, os voluntários humanitários britânicos David Haines e Alan Henning, o francês Hervé Gourdel e o americano Peter Kassig. Além deles, centenas de iraquianos e sírios foram decapitados ou fuzilados publicamente pelo EI, além de alguns de seus próprios integrantes, considerados “traidores”.
OBJETIVOS
Em 1998, Osama bin Laden divulgou um “fatwa”, espécie de decreto religioso, no qual dizia ser dever de muçulmanos em todo o mundo declarar uma guerra santa aos Estados Unidos e todos os seus cidadãos e a Israel. Aqueles que não atendessem à convocação seriam considerados apóstatas, ou pessoas que abandonaram sua fé. Bin Laden também dizia querer unificar todos os muçulmanos para criar uma grande nação islâmica. Ele condenava ainda toda e qualquer influência ocidental em nações islâmicas, especialmente na Arábia Saudita, e por isso planejava destituir todos os governos “ocidentalizados” do Oriente Médio.
O Estado Islâmico também combate a cultura ocidental e sua influência nos países do Oriente Médio, mas tem um plano ainda mais definido de estabelecer um grande califado islâmico, sob o comando do líder que acredita ser um sucessor de Maomé – Abu Bakr al-Baghdadi. As fronteiras desse califado seriam as mesmas do início do Islã, ignorando inclusive todas as divisões territoriais estabelecidas internacionalmente desde a I Guerra Mundial. A questão foi mencionada na declaração feita em junho de 2014: “A legalidade de todos os emirados, grupos, estados e organizações se torna nula pela expansão da autoridade do califado e a chegada das tropas dele às suas regiões”.
ÁREA DE ATUAÇÂO
Ainda em 2012 já haviam sido descobertas células atuantes da Al-Qaeda em países como EUA, Itália, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Iêmen, Arábia Saudita e Uganda, entre outros. Conexões com grupos terroristas espalhados pelo mundo também dificultam precisar onde a organização estaria representada e em quais atentados exatamente ela teve envolvimento direto.
Já o Estado Islâmico concentra sua atuação no Iraque e na Síria, embora existam crescentes ameaças a países vizinhos, especialmente o Líbano, a Turquia e a Arábia Saudita.
ATAQUES
Entre os diversos ataques atribuídos à Al-Qaeda na última década, estão o que matou 191 pessoas no metrô de Madri, em março de 2004, o que atingiu o sistema de transporte público de Londres (ônibus e metrôs) em julho de 2005 e o atentado suicida que matou a ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Buttho, em 2007. O ataque mais recente atribuído à organização era o de Amenas, na Argélia, onde ao menos 39 reféns estrangeiros morreram na tomada de uma refinaria, em janeiro de 2013. Na quarta (14), porém, a Al-Qaeda na Península Árabe assumiu o atentado à redação do jornal “Charlie Hebdo”, em Paris, no dia 7 de janeiro deste ano. No mesmo dia do ataque francês, o mesmo grupo também explodiu um carro-bomba em uma academia de polícia em Sana, no Iêmen, matando mais de 30 pessoas.
As ações do Estado Islâmico consistem principalmente na tomada de cidades nos dois países onde o grupo atua, com a morte de opositores e supostos traidores por fuzilamento ou decapitação, em geral promovidos publicamente ou registrados em vídeos e fotos, divulgados posteriormente na internet. Nenhum ataque do grupo foi registrado fora da Síria e do Iraque até o momento, embora simpatizantes do grupo já tenham sido apontados como autores de ataques na Austrália e no Canadá, sem que nenhuma ligação tenha sido comprovada.
EFETIVOS
Especialistas afirmam ser praticamente impossível determinar o número de associados à Al-Qaeda, especialmente por sua descentralização e pelas associações com diversos outros grupos extremistas.
No Estado Islâmico, porém, a CIA estima que existam entre 20 mil e 31 mil combatentes ativos, segundo uma avaliação feita em setembro de 2014. No grupo é ainda mais perceptível e preocupante a grande adesão de ocidentais, especialmente europeus. Dinamarca, Suécia, França e o Reino Unido, além da Austrália, estão entre os países com maior número de cidadãos que teriam aderido ao jihadismo, muitos deles se unindo aos combates e sendo treinados principalmente na Síria. O grande temor dos governos é a possibilidade de ataques promovidos por essas pessoas em seu retorno aos países de origem.
O grupo islamita Boko Haram, autor do recente massacre e destruição em massa das cidades de Baga e Doron Baga, nasceu de uma seita extremistas que pouco a pouco se transformou em movimento armado, realizando atentados e conquistando territórios.
Seita contra a educação ocidental Boko Haram significa “a educação ocidental é pecado” em haussa, a língua mais falada no norte da Nigéria. Mas o grupo prefere ser chamado de Jama’atu Ahlis Sunna Lidda’awati wal-Jihad (Grupo pela Pregação e Jihad).
Pregando um Islã radical e rigoroso, Mohammed Yussuf, o fundador, acusava os valores ocidentais, instaurados pelos colonizadores britânicos, de serem a fonte todos os males sofridos pelo país.
Também atraiu a juventude de Maiduguri, capital do estado de Borno, com um discurso agressivo contra o governo nigeriano corrupto.
As pregações de Yusuf na mesquita de Maiduguri começaram a atrair cada vez mais seguidores a partir da década de 1990, de acordo com um recente relatório do International Crisis Group. Mas o Boko Haram nasceu, de fato, em 2002, quando começou a atrair a atenção das autoridades.
Foto de 21 de abril de 2013 mostra crianças do lado de fora de casa devastada por ataque. (Foto: AFP)
Repressão militar Em 2009, eclodiram confrontos entre a polícia e o Boko Haram em Maiduguri. Em uma grande operação, o Exército matou 700 pessoas e capturou Mohamed Yusuf, que depois foi executado.
O movimento passou a agir na ilegalidade. Alguns de seus integrantes fugiram para o exterior. “É neste momento que eles são influenciados por um movimento jihadista internacional que os convence da inutilidade do protesto pacífico”, indica o pesquisador francês Marc-Antoine Pérouse de Montclos.
Na clandestinidade, os líderes do Boko Haram passaram a um nível superior. Não trata-se apenas de impor a lei islâmica na Nigéria, mas desestabilizar o Estado com uma estratégia terrorista de medo e pânico.
Neste período, Abubakar Shekau, que era o braço direito do líder executado, assumiu o comando do Boko Haram.
A partir de então, o que se seguiu foi uma escalada da violência, com dezenas de ataques a escolas, igrejas, mesquitas e símbolos do Estado e das forças de ordem, deixando milhares de mortos, principalmente no nordeste do país.
Homem ferido após ataque suicida do Boko Haram é socorrido no Hospital Geral. (Foto: AFP)
Terrorista mundial Considerado um “terrorista global” pelos Estados Unidos, Abubakar Muhammad Shekau foi dado duas vezes como morto pela polícia nigeriana, antes de reaparecer em vídeos.
O sequestro, em meados de abril de 2014, de mais de 200 estudantes do ensino médio em Chibok, no estado de Borno, “mostrou que Shekau não tem limites”, segundo o pesquisados Gilles Yabi.
Desde agosto, o grupo islamita reivindica um “califado” nas zonas sob seu controle, assim como o fez o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) nos territórios conquistados no Iraque e na Síria.
De fato, o Boko Haram adotou nos últimos meses a estratégia de conquista territorial, tomando mais de vinte localidade no nordeste do país, praticando as piores atrocidades.
O mais sangrento e destrutivo ataque do Boko Haram, lançado em 3 de janeiro, destruiu quase inteiramente as cidades de Baga e Doron Baga, situadas na costa do lago Chade, no norte do estado de Borno (nordeste da Nigéria).
Segundo várias ONGs, o ataque teria provocado a morte de até 2.000 pessoas. De acordo com autoridades locais, ao menos 16 aldeias próximas a Baga foram incendiadas, e 20.000 pessoas fugiram. Soldados camarões, em Amchide, no norte do país. (Foto: AFP)
Laços com o exterior De acordo com diplomatas, membros do Boko Haram foram treinados pela AQMI (Al-Qaeda no Magrebe Islâmico) no norte do Mali entre 2012 e 2013. Washington também acredita que existam ligações entre as duas organizações.
Além disso, “a presença do Boko Haram em Níger, Chade e Camarões, não é uma novidade”, segundo Yabi.
As fronteiras entre esses países é muito porosa porque são muito pouco controladas. “Sabemos que, principalmente, o Níger e Camarões servem de bases para o Boko Haram”, diz.
No extremo norte de Camarões, onde os ataques e sequestros se multiplicaram nos últimos meses, fontes da segurança falam de “centenas de jovens” que se juntaram ao grupo extremista.
Em termos de financiamento, o Boko Haram recebe o apoio de fiéis nas mesquitas e organiza assaltos a bancos. Não há evidência de movimentações de recursos do exterior.
Grupo terrorista Boko Haram sequestra 185 mulheres e crianças na Nigéria
O grupo terrorista Boko Haram matou 32 pessoas e sequestrou pelo menos 185 em um vilarejo do nordeste da Nigéria, mesma região em que os extremistas islâmicos haviam capturado, em abril, 219 meninas que até hoje não foram encontradas. O ataque ocorreu no domingo (14), mas foi noticiado apenas nesta quinta-feira (18) porque a localidade – Gumsuri, 70 quilômetros ao sul de Maiduguri, capital da província de Borno – não possui rede telefônica, e as estradas estão em péssimas condições.
Militantes do grupo Boko Haram chegaram em comboio ao vilarejo e jogaram coquetéis molotov e gasolina sobre as casas, ao mesmo tempo em que atiravam nos habitantes. Gumsuri contava com uma milícia local para sua proteção, mas ela não resistiu ao ataque.
“Depois de matar os jovens, eles levaram as mulheres e meninas”, disse um habitante, Mukhtar Buba. Segundo uma lista de nomes feita pela comunidade, também há meninos entre os 185 sequestrados. Os terroristas teriam colocado os reféns em um caminhão e os lavado para a floresta de Sambisa, um de seus refúgios – mesmo local para onde as meninas de Chibok foram levadas em abril, antes de serem separadas em grupos menores.
Ataques diários
O novo sequestro demonstrou a fragilidade do exército nigeriano, que é mal equipado e em número pequeno para proteger a região que se tornou palco de ataques quase diários dos extremistas, que dizem querer implantar um “califado islâmico”.
O presidente Goodluck Jonathan, candidato à reeleição em 2015 e muito criticado pela falta de reatividade no sequestro em massa de Chibok prometeu colocar fim à violência e retomar as cerca de 20 cidades controladas pelo Boko Haram.
Embora o sequestro das 219 meninas de Chibok tenha ficado famoso, em parte devido à campanha nas redes sociais Bring Back Our Girls (Tragam nossas meninas de volta), o rapto de mulheres por grupos islâmicos é relativamente frequente nesta região da Nigéria – o país mais populoso da África.
As mulheres e meninas costumam ser utilizadas como escravas sexuais ou em serviços domésticos nos campos do Boko Haram, além de serem utilizadas na primeira fileira dos combates, segundo um relatório da organização Human Rights Watch
Operações antiterror prendem 27 suspeitos de terrorismo na Europa
Centenas de policiais acharam suspeitos na França, Bélgica e Alemanha.
Em diversos países árabes, milhares protestaram contra charge de Maomé.
As polícias da Alemanha, Bélgica e França lançaram operações contra suspeitos de ligação com terrorismo islâmico e prenderam 27 pessoas. Em 16/1/15, dia tradicional de reza para os muçulmanos, milhares de pessoas em vários países do Oriente Médio protestaram contra a charge do profeta Maomé estampada na última capa do jornal Charlie Hebdo.
250 policiais fortemente armados fizeram buscas em 12 apartamentos em Berlim. Eles prenderam dois homens, entre eles, um emir de uma mesquita, que recrutava combatentes para lutar na Síria.
O outro preso é acusado de planejar a logística de ataques terroristas no Oriente Médio. Na Bélgica, a polícia prendeu 13 suspeitos de terrorismo, vários deles já lutaram na Síria.
Em 16/1/15, outros dois suspeitos foram mortos durante uma operação antiterror em Verviers, uma cidade no leste do país.
Durante as buscas, a polícia encontrou quatro armamentos militares, do tipo AK-47, várias armas de mão, munição, explosivos e uniformes militares.
Segundo a Procuradoria-Geral da Bélgica, todos faziam parte de um grupo radical islâmico que planejava atacar policiais e delegacias.
Na França, a polícia prendeu, na sexta-feira (16), 12 pessoas suspeitas de ter ligações com os ataques terroristas da semana passada. Os detidos foram interrogados e, segundo as autoridades, eles deram apoio logístico aos atentados, providenciando armas e carros aos terroristas.
O presidente francês François Hollande disse que a França está em guerra contra o terrorismo, e vai continuar com as operações antiterror no Iraque e no norte da África, apesar das ameaças de retaliação.
Mais cedo, ele recebeu o secretário de Estado americano, John Kerry, que foi a Paris demonstrar apoio, depois de os Estados Unidos terem sido fortemente criticados por não terem mandado um representante de alto nível para a marcha de domingo (11), que reuniu mais de 40 chefes de Estado de todo o mundo.
Kerry visitou o local dos dois atentados: o supermercado judaico e o jornal Charlie Hebdo.
As últimas vítimas do atentado ao jornal satírico foram enterradas na sexta-feira (16). Entre elas, o cartunista e editor Stephane Charbonnier, que recebeu uma despedida animada por uma banda de jazz.
Enquanto isso, em países de maioria muçulmana houve grandes manifestações de repúdio ao Charlie Hebdo.
Na Mauritânia, largos milhares de pessoas marcharam da grande mesquita central de Nouakchott, tendo o chefe de Estado, Mohamed Ould Abdel Aziz, proferido breves palavras: “Eu sou muçulmano, somos todos muçulmanos. Nós lutámos contra o terrorismo no nosso próprio país e pagámos um preço elevado”. Em Argel, entre 2.000 a 3.000 pessoas protestaram contra o último número do Charlie Hebdo, algumas gritando o nome dos irmãos Kouachi, os autores do ataque contra o jornal francês, de acordo com um jornalista da AFP.
Em Dacar, também na sequência das orações de 16/1/15, pelo menos um milhar de pessoas protestaram contra os cartoons do Charlie Hebdo.
A bandeira francesa foi queimada frente à Embaixada de França, no centro de Dacar, por um grupo de manifestantes que gritavam slogans em louvor de Maomé e contra Charlie Hebdo, tendo a polícia usado gás lacrimogénio para dispersar a multidão, que gritava “Alá é grande”. Vários manifestantes criticaram o presidente Macky Sall por ter participado na marcha em Paris, no domingo, contra o “terrorismo”, acusando-o de ser “um hipócrita” e de ter a obrigação – como sublinhou Malick Ndiaye, professor na Universidade de Dakar – de “pedir desculpas” aos senegaleses.
Em Carachi, no Paquistão, quando cerca de 350 manifestantes entraram em confronto com a polícia fora do consulado francês, pelo menos três pessoas ficaram feridas: Asif Hassan, fotógrafo da AFP alvejado nas costas, um agente da polícia e um operador de câmara de uma televisão local. Enquanto isso, manifestantes em Peshawar e Multan queimaram bandeiras francesas nas ruas e manifestações decorriam em Islamabad e Lahore.
Na Jordânia, em Amã, cerca de 2.500 manifestantes partiram da mesquita de Al-Husseini sob um forte aparato de segurança, empunhando cartazes que diziam “insultar o profeta é o terrorismo global”. Em Cartum, centenas de sudaneses marchando na praça adjacente à Grande Mesquita entoaram frases a pedir a expulsão do “embaixador francês” e apelando a uma “vitória ao profeta de Deus”, lendo-se numa bandeira que “o governo francês deveria pedir desculpas e pôr fim aos insultos a figuras religiosas
Também houve confusão depois de um protesto na Argélia.
Em Istambul, na Turquia, teve uma marcha de apoio aos irmãos Koachi, os terroristas que mataram 12 pessoas no ataque ao Charlie Hebdo.
Protestos contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo deixaram cinco mortos no Níger, com manifestantes destruindo bares, queimando igrejas e bloqueando várias estradas em 17/1/15. Os muçulmanos criticam a publicação de charges com o profeta Maomé. O episódio de violência é o mais recente capítulo em uma onda antifrancesa que atinge o norte da África, Oriente Médio e partes da Ásia.
Apenas uma semana após dezenas de líderes mundiais marcharem em Paris contra o terrorismo e em defesa da liberdade de expressão, os protestos mostram os desafios que o Ocidente enfrenta no relacionamento com o islamismo. “Isso é intolerável”, disse o presidente francês, François Hollande, ao comentar as mortes no Níger e notícias de que bandeiras da França foram queimadas em várias partes da África.
Após os ataques terroristas contra a sede do Charlie Hebdo na semana passada, que deixaram 12 mortos, os integrantes do jornal que sobreviveram produziram uma edição especial, com tiragem de 7 milhões de exemplares, que tem uma charge de Maomé na capa e foi celebrada como um símbolo de desafio ao extremismo religioso. No desenho o profeta segura uma placa com a frase “Je suis Charlie”, enquanto a manchete diz: “Tudo está perdoado”.
A caricatura irritou mesmo lideranças muçulmanas mais moderadas. A maior autoridade religiosa da Arábia Saudita, o Conselho Sênior de Ulemás, disse que a capa do jornal não tem nada a ver com liberdade de expressão. “Machucar os sentimentos dos muçulmanos com esses desenhos não ajuda causa alguma nem atinge um objetivo justo. No fim, é um serviço prestado ao extremistas que buscam justificativas para assassinatos e terrorismo”, disse o secretário-geral da entidade, Fahad al Majed, em comunicado. Os governos e líderes religiosos do Iraque e do Egito também condenaram a nova edição do Charlie Hebdo.
Manifestantes no Níger, Mali e Senegal – todos ex-colônias francesas – também pareciam irritados com a decisão dos chefes de governo de participar da marcha em Paris no último domingo.
Na capital do Níger, Niamey, os manifestantes acordaram cedo e começaram a incendiar igrejas, saquear lojas e destruir estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, disse Ousmane Toudou, conselheiro do presidente do país, Mahamadou Issoufou. O governo enviou um grupo de líderes muçulmanos para conversar com a multidão, formada basicamente de jovens. A polícia foi mandada posteriormente. Quando o protesto se dissipou, dois corpos foram encontrados dentro de uma igreja e outros três em um bar.
Esse foi o segundo dia de protestos. Na sexta-feira, manifestações em Zinder, uma cidade próxima do bastião do Boko Haram, no norte da Nigéria, queimaram igrejas e destruíram um centro cultural francês, além de terem invadido uma delegacia de polícia. Quatro pessoas morreram nos confrontos subsequentes, incluindo um policial, que foi atropelado por um carro, segundo uma agência de notícias nigeriana.
Os protestos começaram no Paquistão e se espalharam para a Turquia e o Oriente Médio. Em Istambul, um grupo simpático a Al-Qaeda organizou um protesto a favor dos militantes que atacaram o Charlie Hebdo. Na Jordânia, um grande protesto pacífico se dirigiu para a embaixada francesa.
No Senegal, centenas protestaram na capital, Dakar. O país, frequentemente citado como um dos melhores exemplos de tolerância religiosa, proibiu a circulação do jornal satírico francês. Manifestações também foram realizadas nas capitais da Mauritânia, Nouakchott, e do Mali, Bamako.
A situação no Mali marca uma profunda mudança no sentimento em relação à França em pouco tempo. Dois anos atrás a capital estava cheia de bandeiras francesas, com crianças gritando “Merci, France!”, após o exército francês ajudar o país a combater militantes da Al-Qaeda que haviam dominado várias cidades no norte.
Neste sábado, Hollande disse que embora entenda que alguns países não compartilhem os valores franceses de liberdade de expressão, esperava mais solidariedade de aliados aos quais ajudou no combate a radicais muçulmanos. “Alguns países podem, às vezes, não entender o que é liberdade de expressão, porque nunca tiveram isso. Mas nós apoiamos esses países contra o terrorismo”, comentou em entrevista a rádios francesas. Fonte: Dow Jones Newswires
A Missão conjunta da Sub-Secretária-Geral para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, e da Administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Helen Clark, busca estabelecer a base para uma abordagem de resposta nacional. “Sabemos o que está vindo, e sabemos o que fazer para salvar vidas”, disse Amos.”Estamos tentando evitar uma catástrofe”.
Em toda a região do Sahel, agências internacionais pediram mais de 724 milhões para financiar a ajuda em resposta à crise. Até agora, os doadores providenciaram 135 milhões. “Precisamos de mais recursos para evitar uma crise de larga escala”, alertou Amos. Helen Clark, por sua vez, ressaltou que a resposta imediata para a crise deve ser seguida de programas de ajuda para o desenvolvimento no longo prazo.
As representantes da ONU encontraram o Primeiro-Ministro Nigeriano Brigi Rafini e outros ministros que trabalham na área da Segurança, assim como representantes de organizações não governamentais e funcionários da ONU no país.
Com as más colheiras, cerca de um terço da população do País vive em estado de insegurança alimentar e 330 mil crianças com até 5 anos estão desnutridas
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