Fonte: Youtube
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As forças de segurança acabaram em 16/1/16 com o cerco a um dos hotéis mais importantes de Burkina Faso, libertando 126 reféns e matando três homens armados do grupo que invadiu o local no dia interior, informou o governo. O atentado, que deixou ao menos 27 mortos no país já flagelado pela violência política, foi reivindicado pela al-Qaeda no Magreb Islâmico. Entre as vítimas há pessoas de 18 nacionalidades diferentes.
— A operação no Hotel Splendid e no restaurante Cappuccino terminou com 126 reféns liberados, entre eles 33 feridos — disse o ministro de Segurança, Simon Compaore.
Após anunciar que a operação havia sido encerrada, Compaore relatou que dois cidadãos austríacos, um médico e sua mulher, foram sequestrados no Norte do país, perto da fronteira com o Mali. Ainda não está claro se o rapto tem relação com a invasão do hotel. O caso ocorreu em Baraboulé, na província de Soum.
O atentado terrorista fez o novo governo no país, nomeado na quarta-feira após a eleição do presidente Marc Kabore em novembro, convocar uma reunião de emergência neste sábado.
Segundo um médico que tratou alguns dos feridos, os agressores aparentemente tinham como alvo ocidentais. No entanto, ainda não foi revelada a identidade das vítimas. De fato, o hotel Splendid é utilizado com frequência por soldados franceses que operam no Chade e combatem jihadistas na região do Sahel, funcionários da ONU e empresários ocidentais.
O presidente François Hollande classificou o atentado como “odioso” e a embaixada francesa relatou que, por conta do ataque, medidas de segurança foram reforçadas. Um voo da Air France que ia para a capital a partir de Paris foi desviado na sexta-feira.
A invasão ao Hotel Splendid, Homens armados invadiram o local após explodirem carros na entrada, e também dispararam contra um café-restaurante. Após a tomada do local, mais tiros foram ouvidos, enquanto as forças de segurança se mantiveram do lado de fora, em meio a corpos ensaguentados. Policiais que tentaram invadir o local foram baleados e morreram. TURBULÊNCIA POLÍTICABurkina Faso enfrenta episódios de turbulência política desde outubro de 2014, quando o presidente Blaise Compaoré foi deposto por protestos populares. Em 2015, foram registrados vários conflitos armados e protestos em Uagadugu pelo controle do governo do país. Nos últimos dois anos, o país já teve cinco presidentes.
O país africano, no entanto, vinha sendo poupado da violência de extremistas islâmicos. No entanto, o vizinho Mali foi alvo em novembro de dois rebeldes que mataram 20 pessoas — incluindo russos, chineses e americanos — em um hotel de luxo em Bamako.
A Jordânia informou que a jihadista iraquiana presa no país, Sajida al Rishawi, foi executada por enforcamento. Além dela, outro preso acusado de terrorismo foi executado da mesma forma. A soltura dela chegou a ser negociada com o Estado Islâmico em troca da libertação de Muath al-Kasaesbeh, piloto jordaniano que era refém dos extremistas e que foi queimado vivo.
As execuções por enforcamento foram confirmadas pelo porta-voz do governo, Mohammed al-Momani, de acordo com meios da imprensa local, entre eles o jornal “Al Ghadd”. Depois do novo crime brutal da organização jihadista, que divulgou um vídeo que mostra o piloto de 26 anos sendo queimado em uma jaula, uma fonte das forças de segurança da Jordânia afirmou na terça-feira que jihadistas detidos seriam enforcados. Com 44 anos, Sajida al-Rishawi estava detida em uma prisão jordaniana desde a sua condenação à morte, em setembro de 2006, por atos terroristas que remontam a 9 de novembro de 2005, quando ela foi detida com coletes explosivos em uma ação terrorista frustrada na cidade de Amã. O outro preso executado é Ziad al Karbuli, um ajudante do líder terrorista Abu Musab al-Zarqawi, morto em um bombardeio americano no Iraque em 2006. Karbuli, detido em território iraquiano pelo Exército jordaniano, foi condenado à morte em 2008 pelo assassinato de um motorista jordaniano. A ação que serviria como uma resposta aos militantes do Estado Islâmico já tinha sido cogitada pelo pelo porta-voz do Exército após o governo da Jordânia ter confirmado a morte do refém. De acordo com a Jordânia, a execução do piloto teria ocorrido há um mês, no dia 3 de janeiro, segundo veiculado pela TV estatal. Após a divulgação do vídeo, o rei Abdullah II interrompeu sua visita aos Estados Unidos e está voltando para a Jordânia. Na TV estatal, o rei disse que a morte do piloto é um ato de “terror covarde” de um grupo sem nenhuma relação com o Islã. Familiares do piloto disseram à Reuters que foram informados de sua morte pelo chefe das forças armadas da Jordânia. EUA condenamA Casa Branca disse estar ciente do vídeo, e que os serviços de inteligência trabalham para verificar sua autenticidade. O governo dos EUA condena as ações do grupo radical e se solidarizou com a família do piloto, afirmou. Muath al-Kasaesbeh foi capturado pelos militantes radicais na Síria, após a queda de seu avião durante uma operação da coalizão internacional no leste do país em dezembro. A coalizão, que é liderada pelos Estados Unidos, bombardeia alvos do grupo na Síria e no Iraque. O presidente norte-americano Barack Obama afirmou que, se o vídeo for verdadeiro, trata-se de mais uma indicação da crueldade e barbárie do grupo e que a determinação da coalizão internacional de “destruir” o EI será redobrada. Segundo a Casa Branca, Obama pediu que equipes de inteligência dediquem todas suas fontes para localizar reféns mantidos pelos militantes do grupo jihadista. Obama ainda disse que o piloto al-Kasaesbeh estava “na vanguarda do esforço para degradar e destruir a ameaça” do EI. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, condenou “fortemente” esse ato “imundo e imperdoável”.
Entenda o caso No final de janeiro, o EI divulgou um vídeo em que ameaçava executar o piloto se Amã não libertasse uma jihadista presa e condenada à morte. No mesmo vídeo o grupo ameaçou executar outro refém, o jornalista japonês Kenji Goto, que acabou sendo decapitado no último final de semana. O vídeo, postado em sites jihadistas, mostrava uma foto de Goto segurando a foto de al-Kasaesbeh, com a suposta voz de Goto formulando a ameaça. Na última quarta-feira (28), o governo da Jordânia disse que o país estava pronto para entregar a iraquiana Sajida al-Rishawi, presa por tentar realizar um ataque suicida, em troca da libertação de um piloto. Dias depois, pediu uma prova de que o piloto estava vivo.
Fonte: G1
Uma jornalista francesa investigou e descobriu: homens que treinavam luta numa praça de Paris pertenciam ao grupo terrorista Estado Islâmico, que ficou conhecido por decapitar seus prisioneiros.
O documentário que o Fantástico exibiu é o resultado do trabalho corajoso dessa jornalista. Ela se disfarçou, conseguiu se alistar no Estado Islâmico e mostra como o grupo recruta jovens europeus para o terror.
Outubro do ano passado. Crianças brincam numa pracinha de Paris. Entre pais e policiais, um grupo de homens barbados treina técnicas de combate. Eles praticam mesmo à noite ou debaixo de chuva. Poderiam ser apenas atletas dedicados. Mas alguma coisa os faz diferentes. Depois de encerrarem o treino, eles rezam. E a conversa deles revela planos suspeitos.
Extremista1: Ele já foi para a Síria. Extremista 2: Eu mesmo já fui duas vezes.
A Síria é o berço do Estado Islâmico, o exército terrorista mais agressivo hoje no Mundo. Os extremistas se aproveitaram do vazio de poder criado pela guerra civil e dominaram um terço do país, além de grandes áreas no Norte do Iraque, inclusive campos de petróleo que hoje são usados para financiar o terrorismo.
As ações do Estado Islâmico são difundidas na internet. Vídeos que mostram barbarismos. Assassinatos em massa. Alguns para provocar o Ocidente – como as decapitações de reféns. Outros para exibir a força do grupo.
E a internet também é um instrumento de recrutamento. Usada pelo grupo francês para atrair seguidores dispostos a partir para a Síria para fazer a Jihad, a Guerra Santa contra o Ocidente.
Um dos homens que treinava no parque é Abu Aissa. Ele publica fotos de suas ações, sempre com armamento pesado. Mostra até um passaporte do Estado Islâmico. O outro, Abu Abdel Malik, um francês que vive na Síria e, em vídeo, faz ameaças contra a França, dizendo que será alvo de novos atentados.
“Nós vamos vingar todo o sangue islâmico.”, diz Malik
A arrogância do Estado Islâmico está montada sobre um exército muito bem organizado, 30 mil homens com equipamento militar moderno: misseis, artilharia, tanques e três aviões caça. Tudo roubado da Síria. Cada combatente recebe um salário do Estado Islâmico. Alguns chegam a ganhar um carro. Uma tentação para os muçulmanos pobres das periferias de Paris. Os franceses são os mais numerosos entre os ocidentais que se integram ao Estado Islâmico.
A partir das páginas nas redes sociais, usando um perfil falso, uma jornalista francesa chegou aos recrutadores extremistas. Ela não será identificada por segurança.
Em três dias, a jornalista já estava associada a diversos grupos. E tinha 273 amigos. Principalmente combatentes na Síria e no Iraque. Um deles conta o dia a dia no Estado Islâmico. Ele chegou a publicar uma foto comemorando sua primeira vítima. Os terroristas exibem também uma vida de luxo: roupas, carros e mansões tomadas pelo grupo.
Para se aproximar dos jihadistas, a jornalista diz que está disposta a se casar com um radical quando chegar na Síria. Ela começa a conversar com Abu Tak Tak. Para se encontrar com ele, ela se vestiu com um chador, usada por alguma das mulheres muçulmanas: totalmente coberta de preto, como determina o costume do Islã. Num café da periferia de Paris, ela encontra o terrorista.
“Você está toda de preto. Eu adoro preto”, diz ele.
Abu Tak Tak tem 37 anos. Diz que nunca trabalhou. Ele conta que o Estado Islâmico paga as contas dele. “Eles me mantêm desativado por enquanto”, diz.
Pronto para entrar em ação.
“A França tem medo de quê? De que a gente se exploda.”
Ele acredita que a França merece ser alvo de um atentado. Exatamente o que aconteceu no dia 7 de janeiro, quando outro grupo terrorista, a Al-Qaeda do Iêmen, matou 12 pessoas no atentado contra a revista Charlie Hebdo.
Um segundo homem fez contato com a jornalista. Esse já estava na Síria. É um combatente ativo do Estado islâmico. Ele faz uma proposta curiosa: casar-se com ela pela internet com as bênçãos de um imã, um líder religioso. Ela faz contato com o jihadista, que explica o que ela deve fazer: “Vá para Istambul, na Turquia. De lá eu direi o que deve fazer”.
Depois de muitos contatos como esses, a jornalista chegou ao homem que é o líder dos recrutadores para o Estado Islâmico na França: Aba Souleyman. Na página dele na internet, um manual de como atravessar a fronteira da Turquia com a Síria sem chamar a atenção da polícia. Por exemplo, levar pouca bagagem, pois a travessia é feita a pé.
Aba Souleyman tem 25 anos e é casado, mas propõe à jornalista que ela seja a segunda mulher dele na Síria. Ele indica uma mesquita secreta numa cidade no Leste da França, base de operações para os recrutadores do Estado Islâmico. Um deles é Nicolas, que no elevador faz uma revelação aterrorizante: “Em Paris, nós somos muitos”.
Numa das salas, as paredes estão cobertas de bandeiras do Estado Islâmico. Ele conta que participou de uma ação do grupo numa cidade curda, no Norte do Iraque: “Matamos as mulheres cortando as gargantas”.
Nicolas não nasceu numa família muçulmana. Ele se converteu ao islã há três anos. E diz que vai partir para a Síria em duas semanas. A jornalista parte para a Turquia, o corredor mais comum para os recrutados europeus chegarem à Síria.
São apenas três horas e meia de voo entre Paris e Istambul. E um segundo voo para a cidade turca de Gazientep, próxima à fronteira. No hotel, ela entra em contato com os recrutadores que passam para ela os telefones dos homens que atravessam pessoas pela fronteira.
Do outro lado dessa cerca, é a Síria. A travessia termina na cidade síria de Raqqa, capital do Estado Islâmico. Duzentas mil pessoas vivem sob o domínio do Estado Islâmico desde junho de 2013. Em Raqqa, a jornalista gravou um desfile militar do exército terrorista, tanques e mísseis passavam pela rua. No centro da cidade, um inimigo do regime foi crucificado. E três são fuzilados diante de todos.
Nas ruas da cidade, impera a lei islâmica, a Sharia. Homens fazem as orações no meio da rua, guardas do Estado Islâmico andam com fuzis nos ombros, mulheres caminham totalmente cobertas. Dois homens do Estado Islâmico chamam a atenção dela.
Estado Islâmico:Nós conseguimos ver através do seu véu. Jornalista: Desculpe, ele é um pouco transparente. Estado Islâmico: Você precisa se cobrir melhor. Jornalista: Certo, certo, desculpe.
Num cybercafé, a jornalista encontra diversas mulheres francesas conversando pela internet com suas famílias na França.
“Eu não vou voltar, mãe! Eu me arrisquei para chegar aqui e não vou voltar. O que a senhora vê na televisão é falso”, diz uma delas.
Daqui, os homens vão direto para os campos de treinamento do grupo. Nesses campos secretos, os ocidentais ganham uma nova identidade. Geralmente adotam um nome muçulmano. Foi o que aconteceu com o filho da brasileira Rosana Rodrigues. Brian de Mulder, agora é conhecido como Abu Qassem Brazili, ou Abu Qassem Brasileiro.
Outro brasileiro, Kaíque Guimarães, que morava na Espanha, foi detido na Bulgária, tentando chegar até os campos do Estado Islâmico. Nesses lugares, os jihadistas são endurecidos no combate e viram máquinas de guerra.
Todas as semanas, dezenas de jovens europeus fazem esse mesmo caminho para engrossar as colunas do Estado Islâmico. E virar soldados de uma guerra dita santa, que distorce os princípios da religião islâmica e se torna retrato da barbárie e da ignorância.
Fonte: Fantástico
Al-Qaeda | Estado Islâmico |
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ORIGEM | |
O saudita Osama Bin Laden teria criado a Al-Qaeda ainda no final dos anos 80. Segundo Jason Burke, autor do livro “Al-Qaeda – a verdadeira história do radicalismo islâmico”, Bin Laden foi o líder de um grupo militante surgido em Peshawar, na parte ocidental do Paquistão, em agosto de 1988. No ano seguinte, ele voltou à Arábia Saudita e em 1990 ofereceu um exército de militantes islâmicos para ajudar a defender o Iraque, que havia acabado de invadir o Kuwait, mas teve sua proposta recusada por Saddam Hussein. Ele então ficou no Sudão entre 1991 e 1996, quando se fixou no Afeganistão. Foi nesse período que a Al-Qaeda se transformou em uma organização como é conhecida hoje, com diversas ramificações e uma complexa linha de hierarquia em diversos países. | O Estado Islâmico atual surgiu a partir do Estado Islâmico do Iraque e Levante, o braço iraquiano da Al-Qaeda dirigido por Abu Bakr al-Baghdadi. Em abril de 2013, Baghdadi anunciou que o Estado Islâmico do Iraque e a Frente Al-Nosra, um grupo jihadista presente na Síria, se fundiriam para se converter no Estado Islâmico do Iraque e Levante. Mas a Al-Nosra negou-se a aderir a este movimento e os dois grupos começaram a agir separadamente até o início, em janeiro de 2014, de uma guerra entre eles. O EI contesta abertamente a autoridade do chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e rejeitou seu pedido de que se concentre no Iraque e deixe a Síria para a Al-Nosra. |
LIDERANÇA | |
Após a morte de Bin Laden, em 2011, a Al-Qaeda se distanciou do Paquistão e do Afeganistão e passou a concentrar sua atuação no mundo árabe. Um dos primeiros integrantes do grupo, o cirurgião Ayman al-Zawahiri foi nomeado sucessor de Bin Laden. Em 2006, os EUA chegaram a acreditar que ele estava morto, mas sua aparição mais recente foi em um vídeo de setembro de 2014. Entre os outros principais nomes da organização estão Nasser Abdul Karim al-Wuhayshi, líder da Al-Qaeda na Península Árabe (AQAP, na sigla em inglês), que foi formada em 2009 a partir da união das ramificações da rede no Iêmen e na Arábia Saudita, e Abou Mossab Abdelwadoud, líder da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI). | Abu Bakr al-Baghdadi é o autoproclamado califa do Estado Islâmico. Nomeado líder do Estado Islâmico do Iraque em 2010, quando este ainda era um braço da Al-Qaeda, foi ele quem rompeu com a organização de Bin Laden, após ampliar sua atuação em território sírio. Em junho de 2014 al-Baghdadi anunciou o estabelecimento de um “califado mundial”, ocupando trechos de territórios na Síria e no Iraque. Após boatos de que teria morrido, em novembro ele divulgou uma gravação de áudio, na qual diz que o Estado Islâmico nunca cessará sua luta e que o califado islâmico irá se estender e ocupar também a Arábia Saudita, Iêmen, Argélia, Egito e Líbia. |
COMO GANHOU NOTORIEDADE | |
O primeiro atentado oficialmente atribuído à Al-Qaeda aconteceu em 29 de dezembro de 1992, quando bombas explodiram em dois hotéis em Aden, no Iêmen, onde soldados americanos estariam hospedados. Mas, embora já tivesse envolvimento com atentados anteriores, a Al-Qaeda se tornou mundialmente reconhecida em 11 de setembro de 2001, quando 19 de seus integrantes tomaram quatro aviões comerciais e os jogaram sobre as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e atingiram ainda o Pentágono. | No caso do Estado Islâmico, a proclamação do califado chamou atenção para o grupo em junho de 2014, mas foi em agosto que a brutalidade de suas execuções gerou manchetes no mundo todo. A divulgação de vídeos e fotos com a decapitação de reféns teve início naquele mês, com o registro da morte do jornalista norte-americano James Foley. Na sequência vieram o sargento Ali al-Sayed e o soldado Abbas Medelj (ambos libaneses), o também jornalista americano Steven Sotloff, os voluntários humanitários britânicos David Haines e Alan Henning, o francês Hervé Gourdel e o americano Peter Kassig. Além deles, centenas de iraquianos e sírios foram decapitados ou fuzilados publicamente pelo EI, além de alguns de seus próprios integrantes, considerados “traidores”. |
OBJETIVOS | |
Em 1998, Osama bin Laden divulgou um “fatwa”, espécie de decreto religioso, no qual dizia ser dever de muçulmanos em todo o mundo declarar uma guerra santa aos Estados Unidos e todos os seus cidadãos e a Israel. Aqueles que não atendessem à convocação seriam considerados apóstatas, ou pessoas que abandonaram sua fé. Bin Laden também dizia querer unificar todos os muçulmanos para criar uma grande nação islâmica. Ele condenava ainda toda e qualquer influência ocidental em nações islâmicas, especialmente na Arábia Saudita, e por isso planejava destituir todos os governos “ocidentalizados” do Oriente Médio. | O Estado Islâmico também combate a cultura ocidental e sua influência nos países do Oriente Médio, mas tem um plano ainda mais definido de estabelecer um grande califado islâmico, sob o comando do líder que acredita ser um sucessor de Maomé – Abu Bakr al-Baghdadi. As fronteiras desse califado seriam as mesmas do início do Islã, ignorando inclusive todas as divisões territoriais estabelecidas internacionalmente desde a I Guerra Mundial. A questão foi mencionada na declaração feita em junho de 2014: “A legalidade de todos os emirados, grupos, estados e organizações se torna nula pela expansão da autoridade do califado e a chegada das tropas dele às suas regiões”. |
ÁREA DE ATUAÇÂO | |
Ainda em 2012 já haviam sido descobertas células atuantes da Al-Qaeda em países como EUA, Itália, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Iêmen, Arábia Saudita e Uganda, entre outros. Conexões com grupos terroristas espalhados pelo mundo também dificultam precisar onde a organização estaria representada e em quais atentados exatamente ela teve envolvimento direto. | Já o Estado Islâmico concentra sua atuação no Iraque e na Síria, embora existam crescentes ameaças a países vizinhos, especialmente o Líbano, a Turquia e a Arábia Saudita. |
ATAQUES | |
Entre os diversos ataques atribuídos à Al-Qaeda na última década, estão o que matou 191 pessoas no metrô de Madri, em março de 2004, o que atingiu o sistema de transporte público de Londres (ônibus e metrôs) em julho de 2005 e o atentado suicida que matou a ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Buttho, em 2007. O ataque mais recente atribuído à organização era o de Amenas, na Argélia, onde ao menos 39 reféns estrangeiros morreram na tomada de uma refinaria, em janeiro de 2013. Na quarta (14), porém, a Al-Qaeda na Península Árabe assumiu o atentado à redação do jornal “Charlie Hebdo”, em Paris, no dia 7 de janeiro deste ano. No mesmo dia do ataque francês, o mesmo grupo também explodiu um carro-bomba em uma academia de polícia em Sana, no Iêmen, matando mais de 30 pessoas. | As ações do Estado Islâmico consistem principalmente na tomada de cidades nos dois países onde o grupo atua, com a morte de opositores e supostos traidores por fuzilamento ou decapitação, em geral promovidos publicamente ou registrados em vídeos e fotos, divulgados posteriormente na internet. Nenhum ataque do grupo foi registrado fora da Síria e do Iraque até o momento, embora simpatizantes do grupo já tenham sido apontados como autores de ataques na Austrália e no Canadá, sem que nenhuma ligação tenha sido comprovada. |
EFETIVOS | |
Especialistas afirmam ser praticamente impossível determinar o número de associados à Al-Qaeda, especialmente por sua descentralização e pelas associações com diversos outros grupos extremistas. | No Estado Islâmico, porém, a CIA estima que existam entre 20 mil e 31 mil combatentes ativos, segundo uma avaliação feita em setembro de 2014. No grupo é ainda mais perceptível e preocupante a grande adesão de ocidentais, especialmente europeus. Dinamarca, Suécia, França e o Reino Unido, além da Austrália, estão entre os países com maior número de cidadãos que teriam aderido ao jihadismo, muitos deles se unindo aos combates e sendo treinados principalmente na Síria. O grande temor dos governos é a possibilidade de ataques promovidos por essas pessoas em seu retorno aos países de origem. |
O grupo islamita Boko Haram, autor do recente massacre e destruição em massa das cidades de Baga e Doron Baga, nasceu de uma seita extremistas que pouco a pouco se transformou em movimento armado, realizando atentados e conquistando territórios.
Seita contra a educação ocidental Boko Haram significa “a educação ocidental é pecado” em haussa, a língua mais falada no norte da Nigéria. Mas o grupo prefere ser chamado de Jama’atu Ahlis Sunna Lidda’awati wal-Jihad (Grupo pela Pregação e Jihad).
Pregando um Islã radical e rigoroso, Mohammed Yussuf, o fundador, acusava os valores ocidentais, instaurados pelos colonizadores britânicos, de serem a fonte todos os males sofridos pelo país.
Também atraiu a juventude de Maiduguri, capital do estado de Borno, com um discurso agressivo contra o governo nigeriano corrupto.
As pregações de Yusuf na mesquita de Maiduguri começaram a atrair cada vez mais seguidores a partir da década de 1990, de acordo com um recente relatório do International Crisis Group. Mas o Boko Haram nasceu, de fato, em 2002, quando começou a atrair a atenção das autoridades.
Foto de 21 de abril de 2013 mostra crianças do lado de fora de casa devastada por ataque. (Foto: AFP)
Repressão militar Em 2009, eclodiram confrontos entre a polícia e o Boko Haram em Maiduguri. Em uma grande operação, o Exército matou 700 pessoas e capturou Mohamed Yusuf, que depois foi executado.
O movimento passou a agir na ilegalidade. Alguns de seus integrantes fugiram para o exterior. “É neste momento que eles são influenciados por um movimento jihadista internacional que os convence da inutilidade do protesto pacífico”, indica o pesquisador francês Marc-Antoine Pérouse de Montclos.
Na clandestinidade, os líderes do Boko Haram passaram a um nível superior. Não trata-se apenas de impor a lei islâmica na Nigéria, mas desestabilizar o Estado com uma estratégia terrorista de medo e pânico.
Neste período, Abubakar Shekau, que era o braço direito do líder executado, assumiu o comando do Boko Haram.
A partir de então, o que se seguiu foi uma escalada da violência, com dezenas de ataques a escolas, igrejas, mesquitas e símbolos do Estado e das forças de ordem, deixando milhares de mortos, principalmente no nordeste do país.
Homem ferido após ataque suicida do Boko Haram é socorrido no Hospital Geral. (Foto: AFP)
Terrorista mundial Considerado um “terrorista global” pelos Estados Unidos, Abubakar Muhammad Shekau foi dado duas vezes como morto pela polícia nigeriana, antes de reaparecer em vídeos.
O sequestro, em meados de abril de 2014, de mais de 200 estudantes do ensino médio em Chibok, no estado de Borno, “mostrou que Shekau não tem limites”, segundo o pesquisados Gilles Yabi.
Desde agosto, o grupo islamita reivindica um “califado” nas zonas sob seu controle, assim como o fez o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) nos territórios conquistados no Iraque e na Síria.
De fato, o Boko Haram adotou nos últimos meses a estratégia de conquista territorial, tomando mais de vinte localidade no nordeste do país, praticando as piores atrocidades.
O mais sangrento e destrutivo ataque do Boko Haram, lançado em 3 de janeiro, destruiu quase inteiramente as cidades de Baga e Doron Baga, situadas na costa do lago Chade, no norte do estado de Borno (nordeste da Nigéria).
Segundo várias ONGs, o ataque teria provocado a morte de até 2.000 pessoas. De acordo com autoridades locais, ao menos 16 aldeias próximas a Baga foram incendiadas, e 20.000 pessoas fugiram. Soldados camarões, em Amchide, no norte do país. (Foto: AFP)
Laços com o exterior De acordo com diplomatas, membros do Boko Haram foram treinados pela AQMI (Al-Qaeda no Magrebe Islâmico) no norte do Mali entre 2012 e 2013. Washington também acredita que existam ligações entre as duas organizações.
Além disso, “a presença do Boko Haram em Níger, Chade e Camarões, não é uma novidade”, segundo Yabi.
As fronteiras entre esses países é muito porosa porque são muito pouco controladas. “Sabemos que, principalmente, o Níger e Camarões servem de bases para o Boko Haram”, diz.
No extremo norte de Camarões, onde os ataques e sequestros se multiplicaram nos últimos meses, fontes da segurança falam de “centenas de jovens” que se juntaram ao grupo extremista.
Em termos de financiamento, o Boko Haram recebe o apoio de fiéis nas mesquitas e organiza assaltos a bancos. Não há evidência de movimentações de recursos do exterior.
Grupo terrorista Boko Haram sequestra 185 mulheres e crianças na Nigéria
O grupo terrorista Boko Haram matou 32 pessoas e sequestrou pelo menos 185 em um vilarejo do nordeste da Nigéria, mesma região em que os extremistas islâmicos haviam capturado, em abril, 219 meninas que até hoje não foram encontradas. O ataque ocorreu no domingo (14), mas foi noticiado apenas nesta quinta-feira (18) porque a localidade – Gumsuri, 70 quilômetros ao sul de Maiduguri, capital da província de Borno – não possui rede telefônica, e as estradas estão em péssimas condições.
Militantes do grupo Boko Haram chegaram em comboio ao vilarejo e jogaram coquetéis molotov e gasolina sobre as casas, ao mesmo tempo em que atiravam nos habitantes. Gumsuri contava com uma milícia local para sua proteção, mas ela não resistiu ao ataque.
“Depois de matar os jovens, eles levaram as mulheres e meninas”, disse um habitante, Mukhtar Buba. Segundo uma lista de nomes feita pela comunidade, também há meninos entre os 185 sequestrados. Os terroristas teriam colocado os reféns em um caminhão e os lavado para a floresta de Sambisa, um de seus refúgios – mesmo local para onde as meninas de Chibok foram levadas em abril, antes de serem separadas em grupos menores.
Ataques diários
O novo sequestro demonstrou a fragilidade do exército nigeriano, que é mal equipado e em número pequeno para proteger a região que se tornou palco de ataques quase diários dos extremistas, que dizem querer implantar um “califado islâmico”.
O presidente Goodluck Jonathan, candidato à reeleição em 2015 e muito criticado pela falta de reatividade no sequestro em massa de Chibok prometeu colocar fim à violência e retomar as cerca de 20 cidades controladas pelo Boko Haram.
Embora o sequestro das 219 meninas de Chibok tenha ficado famoso, em parte devido à campanha nas redes sociais Bring Back Our Girls (Tragam nossas meninas de volta), o rapto de mulheres por grupos islâmicos é relativamente frequente nesta região da Nigéria – o país mais populoso da África.
As mulheres e meninas costumam ser utilizadas como escravas sexuais ou em serviços domésticos nos campos do Boko Haram, além de serem utilizadas na primeira fileira dos combates, segundo um relatório da organização Human Rights Watch
Fonte: Yahoo e G1
A Jordânia pode ser considerada um país árabe típico, pois o seu povo é caloroso, simpático e hospitaleiro. Os habitantes da Jordânia estão, normalmente, dispostos a perdoar os estrangeiros que‘ na sua inocência infringem as regras de etiqueta. Todavia, os visitantes que façam um esforço para respeitar os costumes locais irão, sem dúvida, cair nas boas graças dos jordanos.
Juntar-se aos habitantes locais para uma chávena de chá ou café pode ser uma forma fantástica de aprender mais sobre a cultura local. Se for convidado, mas não puder comparecer, então é perfeitamente aceitável declinar o convite. Coloque a sua mão direita junto do coração e apresente educadamente as suas desculpas.
Muitas famílias, em especial nas zonas rurais, são muito tradicionais e, se quiser visitar a sua casa, poderá reparar que esta se encontra dividida entre homens e mulheres. As mulheres estrangeiras são frequentemente tratadas como homens honorários‘.
As mulheres locais da Jordânia têm uma maior liberdade se comparadas com outros países na região. As mulheres têm direito à educação completa, podem votar, podem conduzir carros e, não raro, desempenham um papel importante nas empresas e na política. Os casamentos combinados e os dotes ainda são comuns
Sempre que eu viajo para um país árabe, estando ou não sozinha, tenho o cuidado de prender os cabelos e usar roupas larguinhas e “cobertas” – ou seja, nada curto ou decotado, nem mesmo sem mangas. Afinal, acho que o preceito básico de um bom viajante é sempre respeitar a cultura do lugar que se visita, não interessando se você concorda com aquilo ou não. Porque quando você visita a casa de uma pessoa pela primeira vez você não vai logo colocando os pés no sofá como se estivesse na sua casa, certo?
Eu acabo – literalmente – de voltar da Jordânia. Uma viagem simplesmente fascinante, um dos países que mais me surpreenderam ever, e isso tudo vai entrar em outros posts, é claro. O assunto em pauta aqui é que eu fui pra lá sozinha – e aprovei. Li muito sobre o destino antes de embarcar – como sempre – e quase todos os textos diziam que não era seguro uma mulher andando sozinha por lá, que toda mulher precisava estar sempre acompanhada de um homem o tempo todo, que ter um guia e motorista era essencial e até que a mulher precisava andar sempre com os cabelos cobertos por lenços, pashminas e afins, que os jordanianos eram muito conservadores. Mas o que eu encontrei lá foi bem diferente.
Como todo país muçulmano, é claro que muitas mulheres locais andam com suas cabeças cobertas – sobretudo fora da capital – e a gente vê as aflitivas burcas e outros trajes do gênero aqui e ali. Mas encontrei na Jordânia um dos países mais acolhedores e democráticos que já visitei – e me senti segura mesmo nos vários momentos que fiquei sem meu guia ou meu motorista. Tomei táxi sozinha (inclusive à noite), andei sozinha por várias atrações e áreas comerciais de diferentes cidades, comi sozinha em restaurantes, sentei sozinha em cafés. E quer saber? Tirando os muuuuuitos olhares e as cantadinhas típicas de qualquer país árabe, foi como estar em qualquer outro lugar do planeta. E em segurança, até porque há policiamento em toda parte, inclusive muitíssimos integrantes da chamada Polícia Turística, que falam inglês com perfeição e vários se arriscam num bom espanhol também.
O assédio é grande e está em todo lugar; mas eles são ultra cavalheiros e super bem humorados na abordagem – preciso até fazer um post com as cantadas mais típicas que são mesmo muito originais e geralmente incluem pedir seu facebook no final Olham muito, perguntam, elogiam bastante mas eles nunca tocam em você nem dizem grosserias – ao contrário do que acontece frequentemente no Marrocos, por exemplo. Tudo tem sempre um “can I?” antes de qualquer movimento – “can I ask your name?”, “can I sit here?” etc.
É claro que você, assim como na sua própria cidade, se está sozinha, não vai se enfiar em becos escuros, ruas desertas ou lugares suspeitíssimos, certo? Isso também vale pra Jordânia, porque esses mesmos cuidados a gente toma em absolutamente qualquer lugar, não importa em que parte do planeta, é claro. Escolher o local correto para se hospedar também é essencial – eu costumo apostar nas grandes cadeias hoteleiras, pra não ter erro. E, repetindo, o respeito à cultura local é essencial nesse processo: mesmo em Amã, que é ultra cosmopolita na parte moderna, não dá pra sair vestida como se estivesse em pleno verão de Trancoso, obviamente.
Gente muito tímida ou que se incomoda muito com o assédio deve mesmo procurar a companhia de um guia local. Mas encontrei várias outras mulheres viajando sozinhas como eu (francesas, alemãs, espanholas, russas, colombianas), em geral acompanhadas de guia e motorista em boa parte do tempo, mas também surpresas com a não necessidade de fazê-lo, dada a hospitalidade e segurança jordanianas – e a facilidade de comunicação também é muito grande, já que quase todo mundo se arrisca no inglês, mesmo que bem básico, e muita gente arranha o espanhol. Amã, por exemplo, tem uma noite tão vibrante e sofisticada que, hospedando-se nas zonas centrais (dos chamados “circles”), não tem como se sentir unwelcomed – e de dia há policiamento em toda parte.
Encontrei também mulheres (européias na maioria) que estavam viajando sozinhas pelo interior dirigindo seus próprios veículos alugados, mas isso eu já não recomendo – porque, sim, explorar independemente o país é complicado nesse ponto de vista dos transportes (os ônibus entre as cidades são escassos e o processo de compra nos lugares menores pode ser bem caótico). Ter um motorista à sua disposição para se locomover de uma cidade a outra é mesmo super recomendável – nem que seja um taxista indicado pelo hotel. Por que eu não recomendo? Bom, algumas distâncias são mesmo muito grandes, por áreas bem desertas; e enfrentei uma tempestade de areia impressionante enquanto atravessávamos o deserto em direção ao Mar Morto e o carro quebrou. Se não fossem as habilitades mecânicas de meu santo (e ótimo, btw) motorista e sua coragem de ir consertar o carro no meio da tempestade, ingerindo areia por todos os poros, não sei o que teria sido de mim
Fonte: Saia pelo mundo
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Fonte: Youtube
Os enfrentamentos ocorreram em meio ao feriado nacional que celebra o aniversário de 40 anos do início da guerra civil contra Israel, quando as forças egípcias cruzaram o Canal de Suez em 1973.
Partidários de Morsi e integrantes da Irmandade Muçulmana marcharam em várias cidades para denunciar a derrubada do líder do poder pelos militares, enquanto milhares festejavam o exército.
Este foi o maior número de mortos em apenas um dia desde 14 de agosto quando as forças de segurança desmantelaram campos de partidários de Morsi, matando centenas de pessoas.
Especialistas destruíram mísseis, bombas, ogivas e equipamentos para misturar produtos químicos também em 6/10/13, no primeiro dia da campanha para eliminar armas na Síria, informou a ONU.
Especialistas internacionais supervisionaram o pessoal sírio que “usou maçaricos e máquinas trituradoras para destruir, ou inutilizar, uma gama de objetos”, segundo nota divulgada pela ONU e pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).
A equipe de inspetores chegou em Damasco na terça-feira para iniciar o processo de verificação detalhada do programa de desenvolvimento de armas químicas do governo sírio.
A equipe está na Síria sob os termos da resolução da ONU garantida pelo acordo entre os EUA e Rússia para que o regime do presidente Bashar Assad entregue suas armas químicas para destruição.
Pela resolução da ONU, o arsenal de armas químicas da Síria será destruído até meados de 2014.
Fonte: Yahoo
O regime sírio, envolvido em uma guerra com a rebelião que busca sua queda, afirmou em 6/5/13 que escolherá o momento certo para responder aos ataques israelenses contra seu território, que deixaram 42 mortos e provocaram o temor geral de um conflito regional.
A ONU e a Rússia, um dos poucos aliados do presidente sírio Bashar al-Assad, advertiram para o perigo de uma escalada regional após os ataques aéreos israelenses contra posições militares sírias na sexta-feira e no domingo perto de Damasco, e as ameaças do Irã e do Hezbollah libanês, os outros dois grandes apoios do regime sírio.
Outra fonte de preocupação é o suposto uso de armas químicas.
No entanto, a comissão de investigação internacional independente sobre a Síria, patrocinada pela ONU, afirmou nesta segunda-feira, em um comunicado, que “não alcançou os resultados que lhe permitam concluir que foram utilizadas armas químicas pelas partes em conflito”.
“Consequentemente e até o momento, a Comissão não está na posição de comentar estas alegações”, acrescenta o comunicado, que aparentemente refuta as declarações à imprensa de um de seus membros, a promotora suíça Carla del Ponte, que falou sobre a utilização de gás sarin pelos rebeldes
Carla del Ponte – que em seus mandatos anteriores, sobretudo quando era promotora do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), se destacou por suas declarações radicais à imprensa – havia afirmado na noite de domingo (5), em italiano diante das câmeras da televisão pública suíça do Tesino, que havia visto um relatório “sobre testemunhos obtidos relativos à utilização de armas químicas, em particular gás sarin, pelos opositores, e não pelo governo”. Falou de “fortes suspeitas, de suspeitas concretas” e considerou que não era surpreendente que os rebeldes tenham utilizado gás sarin, “já que há combatentes estrangeiros que se infiltraram entre os opositores”.
Em um primeiro balanço do ataque de domingo, uma ONG informou sobre ao menos 42 soldados sírios mortos e uma centena de desaparecidos.
“A Síria responderá à agressão israelense, mas escolherá o momento de fazê-lo. Isto talvez não ocorra imediatamente, já que Israel está em estado de alerta”, disse à AFP nesta segunda-feira um líder político sírio próximo ao poder, contactado por telefone, que disse que “vamos esperar, mas responderemos”.
Para Damasco, estas agressões abrem a porta a todas as opções e fazem com que a situação na região seja mais perigosa. A televisão síria advertiu que ‘os mísseis sírios estão preparados para atacar alvos precisos em caso de violação’.
Diante do temor de eventuais represálias, Israel anunciou a mobilização de duas baterias antimísseis no norte do país, ordenou o fechamento do espaço aéreo nesta zona até a noite desta segunda-feira e reforçou as medidas de segurança em suas embaixadas em todo o mundo.
Um funcionário israelense afirmou que os ataques estiveram dirigidos contra um depósito de munições iranianas destinadas ao Hezbollah, o poderoso movimento xiita libanês, protegido do Irã e aliado do regime de Bashar al-Assad.
No entanto, Teerã desmentiu que existam armas iranianas nos alvos bombardeados por Israel, e ameaçou Israel com “acontecimentos graves na região dos quais nem os Estados Unidos nem Israel sairão vencedores”.
No dia 30 de abril, o chefe do Hezbollah, Hasan Nasrala, cujos homens combatem do lado do exército do regime sírio, afirmou que seu movimento e o Irã não permitirão a queda de Assad.
Uso de gás sarin
Ataques, ameaças e eventuais represálias podem dar uma guinada ao conflito sírio, que já expulsou dezenas de milhares de sírios em direção aos países vizinhos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “muito preocupado”, pediu que “todas as partes demonstrem o máximo de calma e contenção, assim como ajam de maneira responsável para evitar uma escalada do que já é um conflito devastador e muito perigoso”.
Além disso, a Rússia considera que os ataques israelenses podem provocar uma escalada, com o risco de que surjam focos de tensão nos países vizinhos, em particular no Líbano.
A China, aliada do regime de Damasco, se juntou às críticas. A porta-voz da chancelaria, Hua Chunying, disse que seu governo não apenas se opõe ao uso da força, mas “considera que é preciso respeitar a soberania de todos os países” por ocasião da visita do presidente palestino, Mahmud Abbas, e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
A União Europeia, diante do temor de que o conflito se propague, pediu para que ‘a estabilidade da região, que já é precária, não seja colocada em perigo’.
Desde o início do conflito, em março de 2011, com a repressão do regime da revolta pacífica da rebelião, Israel realizou três ataques contra alvos perto de Damasco, no dia 30 de janeiro e nos dias 3 e 5 de maio.
Mais de 70 mil pessoas morreram na Síria desde o início da revolta, em março de 2011, que se degenerou em uma guerra civil pela brutal repressão do regime de Assad.
O alvo do ataque de 5 de maio era um centro de pesquisas científicas em Jamraya (nos arredores de Damasco) que já havia sido atacado em janeiro por Israel, um depósito de munições e uma unidade de defesa antiaérea -, segundo uma fonte diplomática em Beirute.
Após estes ataques, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, presidiu uma reunião de emergência com seu gabinete de segurança sobre o tema sírio, antes de viajar à China.
Pelo menos dois manifestantes morreram e outros 70 ficaram feridos neste sábado durante duros enfrentamentos entre os torcedores do clube de futebol Al Ahly, que protestam pela sentença do massacre do estádio de Port Said, e as forças de segurança no centro do Cairo, informaram à Agência Efe fontes de segurança.
As fontes explicaram que os agentes antidistúrbios disparam gás lacrimogêneo contra os manifestantes, enquanto estes últimos lhes lançam pedras e morteiros.
Fontes médicas especificaram que um dos manifestantes morreu asfixiado pelo gás lacrimogêneo e o outro por disparos de balas de borracha. Além disso, revelaram que também há manifestantes feridos com balas de chumbo.
Esses choques acontecem horas depois que milhares de torcedores radicais do Al Ahly, conhecidos como “Ultras Ahlawy”, incendiaram o Clube de Oficiais da Polícia e a sede da Federação Egípcia de Futebol, também na capital egípcia.
Os protestos desses torcedores explodiram depois das sentenças ditadas na manhã de hoje por um tribunal na causa do massacre de Port Said, em fevereiro de 2012, quando 72 pessoas, a maioria delas torcedores do Al Ahly, morreram nesse estádio em confronto contra a torcida do time local, Al Masry.
A corte condenou neste sábado à prisão perpétua quatro acusados pelo massacre no estádio e confirmou as penas de morte emitidas em janeiro contra outros 21 acusados.
O tribunal, presidido pelo juiz Sobhi Abdelmeguid, ordenou que os condenados sejam enforcados pelos delitos de “assassinato e tentativa de assassinato” em Port Said.
As penas de morte já haviam sido pronunciadas em 26 de janeiro e enviadas ao mufti – máxima autoridade religiosa do Egito – para que ele emitisse sua sentença, embora ainda restasse a confirmação da Justiça.
Além disso, a corte decretou hoje penas de prisão com prazos de um e 15 anos para o restante dos acusados, ao mesmo tempo em que absolveu outras 28 pessoas.
Entre os condenados a 15 anos de prisão estão duas antigas autoridades policiais de Port Said, enquanto outros sete membros da Polícia foram absolvidos.
O porta-voz oficial da presidência egípcia, Ihab Fahmi, disse que esta instituição não se pronunciará sobre as sentenças do tribunal, mas ressaltou que “as decisões da Justiça são obrigatórias e devem ser respeitadas”.
As autoridades de uma cidade egípcia afrouxaram um toque de recolher imposto pelo presidente do país, Mohammed Morsi, que interrompeu uma visita à Europa, em 30/1/13, para lidar com a pior violência desde que assumiu o cargo há sete meses.
Mais dois manifestantes foram mortos a tiros antes do amanhecer perto da Praça Tahrir, no centro do Cairo, um dia depois de o chefe do Exército advertir que o Estado estava à beira do colapso se opositores e aliados de Mursi não encerrassem os confrontos de rua.
Mais de 60 pessoas foram mortas nos últimos sete dias de manifestações de opositores de Mursi, elevando a preocupação global sobre se o presidente poderá restaurar a estabilidade do país mais populoso do mundo árabe.
Mursi impôs um toque de recolher e um estado de emergência em três cidades do Canal de Suez no domingo, mas isso apenas pareceu provocar multidões em uma semana de protestos no segundo aniversário do levante que derrubou Hosni Mubarak.
O governador de Ismailia, uma das três cidades do canal, disse nesta quarta-feira que estava afrouxando o toque de recolher, que agora entrará em vigor todas as noites a partir das 2h da manhã, ao invés de 21h.
Mursi, falando na Alemanha antes de voltar para o Egito para lidar com a crise, pediu diálogo com opositores, mas não irá se comprometer com a demanda deles de primeiramente incluí-los num governo de unidade.
Questionado sobre a proposta, ele disse que o próximo governo deverá ser formado após as eleições parlamentares em abril. O Egito estava a caminho de se tornar “um Estado civil que não é um Estado militar ou um Estado teocrático”, disse Mursi.
A violência interna forçou Mursi a interromper sua visita à Europa, anunciada como uma oportunidade de promover o Egito como um destino para o investimento estrangeiro. Ele viajou a Berlim, mas cancelou sua ida a Paris e voltou para casa depois de apenas algumas horas na Europa.
A chanceler alemã, Angela Merkel, que se reuniu com ele, ecoou o discurso de outros líderes ocidentais que pedem que Mursi dê voz à oposição.
“Uma coisa que é importante para nós é que a linha para o diálogo esteja sempre aberta a todas as forças políticas no Egito, que as diferentes forças políticas possam dar a sua contribuição, que os direitos humanos sejam respeitados no Egito e que, naturalmente, a liberdade religiosa possa ser experimentada”, disse Merkel em entrevista coletiva conjunta com Mursi.
Os críticos de Mursi o acusam de trair o espírito da revolução, mantendo muito poder em suas próprias mãos e de sua Irmandade Muçulmana, o movimento islâmico banido sob o regime de Mubarak que venceu repetidas eleições desde o levante de 2011.
Os aliados de Mursi dizem que os manifestantes querem derrubar o primeiro líder democraticamente eleito do país. A agitação atual aprofundou uma crise econômica que viu a libra egípcia tombar nas últimas semanas.
Próximo à Praça Tahrir, na manhã desta quarta-feira, dezenas de manifestantes atiraram pedras contra a polícia, que revidou disparando gás lacrimogêneo. Os confrontos foram breves.
“Nossa demanda é simplesmente que Mursi vá e deixe o país sozinho. Ele é como Mubarak e sua turma que agora está na prisão”, disse Ahmed Mustafa, de 28 anos, um jovem que usava óculos de proteção para proteger os olhos do gás.
O político opositor Mohamed ElBaradei pediu uma reunião entre o presidente, ministros, o partido no poder e a oposição para conter a violência, mas também reafirmou a pré-condição da oposição de que Mursi deve, primeiro, se comprometer a buscar um governo de unidade nacional.
Protestos violentos foram registrados em diversas cidades do Egito. Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas.
Milhares de pessoas tomaram as ruas para lembrar os dois anos do início das manifestações que levaram à queda do ditador Hosni Mubarak. Os confrontos com as forças de segurança foram registrados no Cairo, Alexandria e Suez. Na capital, opositores do governo tentaram furar a barreira que protege o palácio presidencial. Um escritório da Irmandade Muçulmana, organização que apoia o governo, também foi incendiado. Os manifestantes acusam o presidente Mohamed Mursi de não promover a democracia.
O presidente da Síria, Bashar Al Assad, afirmou que Israel está
tentando desestabilizar seu país. Os comentários de Assad foram uma referência
aos ataques aéreos israelenses realizados na quarta-feira passada contra um
centro de pesquisas militares na cidade síria de Jamraya.
Segundo Assad, os ataques expuseram ”o papel que Israel está exercendo, em
colaboração com forças estrangeiras inimigas e seus agentes em território sírio,
para desestabilizar e enfraquecer a Síria”.
De acordo com autoridades dos Estados Unidos, os ataques tinham por alvo um
comboio que levaria armas para o Líbano.
”Quando dizemos uma coisa, nós falamos para valer”, disse o ministro da
Defesa israelense, Ehud Barak. ”Não achamos que a Síria deva ser autorizada a
trazer armamentos avançados para dentro do Líbano”, acrescentou Barak
O número total de mortos na Síria deve se aproximar dos 70 mil, com os civis pagando o preço pela inação do Conselho de Segurança da ONU para dar fim a quase dois anos de conflito, disse a chefe dos direitos humanos da organização
Navi Pillay, alta comissária da ONU para os direitos humanos, repetiu seu apelo para que a Síria fosse encaminhada ao Tribunal Penal Internacional pelo conselho de 15 membros, enviando assim uma mensagem a ambas as partes no conflito de que haverá consequências a suas ações.
Pillay disse em um debate no conselho sobre a proteção de civis em conflitos armados que o número de mortos na Síria estava “provavelmente se aproximando dos 70 mil”.
Em 2 de janeiro, Pillay disse que mais de 60 mil pessoas foram mortas durante a revolta contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, que começou com protestos pacíficos, mas ficou violenta depois que as forças de Assad tentaram esmagar as manifestações.
“A falta de consenso sobre a Síria e a inação resultante vem sendo desastrosa e os civis de todos os lados pagaram o preço”, disse ela. “Seremos julgados pela tragédia que se desenrolou diante de nossos olhos”.
As potências mundiais estão divididas sobre como parar a escalada de violência na Síria, e é improvável que o Conselho de Segurança leve a situação na Síria ao Tribunal Penal Internacional em Haia, que não é um órgão oficial da ONU.
Rússia e China, membros permanentes do Conselho de Segurança, vêm agindo como protetores da Síria no órgão, bloqueando repetidamente os esforços ocidentais para adotar uma ação mais forte da ONU – como sanções – contra o governo sírio para tentar acabar com a guerra.
Os dois lados no conflito sírio foram acusados de cometer atrocidades, mas a Organização das Nações Unidas diz que o governo e seus aliados são mais culpados.
“A Síria está se autodestruindo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Conselho de Relações Exteriores da noite de segunda-feira.
(Por Michelle Nichols)
A Síria entrou em 28/10/12 em uma nova espiral de violência, que incluiu um ataque aéreo que deixou pelo menos 16 pessoas mortas em um vilarejo, enterrando definitivamente a trégua preparada pelo mediador Lakhdar Brahimi, que se prepara para apresentar novas “ideias”.
No episódio mais violento deste domingo, pelo menos 16 pessoas morreram em um ataque aéreo no vilarejo de Al-Bara, na província de Idleb (noroeste), incluindo sete crianças e cinco mulheres, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
De acordo com esta ONG com sede no Reino Unido, que se baseia em uma rede de militantes e de fontes médicas, Al-Bara é controlado pelos rebeldes desde meados de julho.
Desde sexta-feira, dia em que a trégua deveria ter entrado em vigor, mais de 300 pessoas morreram em todo o país, segundo o OSDH. Apenas neste domingo, pelo menos 52 pessoas -29 civis, dez soldados e 13 rebeldes- foram mortas, ainda de acordo com a mesma fonte, o que eliminou qualquer chance de uma suspensão das hostilidades depois de mais de 19 meses de uma revolta transformada em conflito armado.
Depois de ter tentado obter o cessar-fogo durante os quatro dias da festa muçulmana do Eid al-Adha, de sexta a segunda-feira, Brahimi deve retornar em novembro ao Conselho de Segurança da ONU com “algumas ideias de ação” para levar o presidente Bashar al-Assad e a oposição à mesa de negociações, afirmaram à AFP diplomatas da Organização das Nações Unidas.
Mas nem o regime nem os rebeldes parecem dispostos a silenciar suas armas, se acusando mutuamente de terem violado a trégua no país, onde a violência deixou mais de 35.000 pessoas mortas, segundo o OSDH, e obrigou centenas de milhares a se exilar.
O Exército, que tenta retomar os redutos rebeldes com o apoio da aviação nas províncias de Damasco e de Idleb (noroeste), assegurou que apenas “responde” aos ataques rebeldes, enquanto a oposição armada classificou a iniciativa de Brahimi de “natimorta” em razão dos bombardeios incessantes efetuados pelo regime.
Segundo um diplomata da ONU, “o processo político não começará antes que Assad e a oposição estejam tão esgotados que não tenham outra escolha. Eles ainda não estão neste estado, mas Brahimi tem algumas ideias”.
Em abril, um outro projeto de trégua, iniciado pelo antecessor de Brahimi, Kofi Annan, já tinha ido pelos ares em algumas horas.
Na província de Damasco, a aviação efetuou três ataques em Erbine, Zamalka e Harasta, a nordeste da capital, onde muitos rebeldes estão entrincheirados, segundo o OSDH. Os insurgentes tomaram o controle de três postos do Exército em Douma, próximo a Damasco, segundo a mesma fonte.
Facções islamitas
Mais ao norte, os rebeldes destruíram um tanque e mataram três soldados em combates na entrada de Maaret al-Nooman (noroeste), controlada pelos insurgentes desde o início de outubro, embora a aviação continue a bombardear a cidade.
Em Aleppo, combates foram registrados entre o Exército e facções islamitas da rebelião, como o “Batalhão dos Soldados de Maomé”, os “Batalhões do Islã” e ainda a influente Frente Al-Nusra, que reivindicou diversos atentados suicidas desde o início da revolta, segundo o OSDH.
Esses grupos, que não se consideram submetidos ao Exército Sírio Livre (ESL), têm geralmente uma organização melhor e são mais bem armados.
A Frente Al-Nusra, um grupo jihadista rebelde que reivindicou vários atentados na Síria, rejeitou qualquer responsabilidade pelo ataque que na sexta-feira deixou oito mortos em Damasco, e acusou o regime por esse ato “desprezível” e “obsceno”.
Na sexta-feira, combates inéditos foram travados em Aleppo entre rebeldes e milicianos curdos, deixando 30 mortos e 280 prisioneiros, em sua maioria curdos, de acordo com o OSDH. Neste domingo, os rebeldes libertaram mais da metade dos prisioneiros, segundo a mesma fonte.
A minoria curda tenta manter distância em relação às partes em conflito.
Em Meca, onde milhões de peregrinos realizam neste domingo os últimos ritos do hajj, milhares de sírios agitavam bandeiras da revolução e bradavam lemas hostis ao regime, segundo uma jornalista da AFP.
A Síria não enviou cidadãos a Meca este ano, na ausência de um acordo com Riad, mas a Arábia Saudita concedeu 10.000 vistos do hajj aos refugiados sírios no Líbano, na Turquia e na Jordânia.
“Que Bashar tenha o mesmo destino de (Muamar) Kadhafi”, gritavam dezenas de fiéis, em referência ao líder líbio morto depois de ter lutado durante meses contra uma rebelião armada no ano passado.
Ainda neste domingo, as autoridades iraquianas anunciaram pela segunda vez em um mês que haviam obrigado um avião de carga iraniano que sobrevoava o território iraquiano com destino à Síria a aterrissar para inspeção, permitindo a sua partida posteriormente.
Ao menos 90 pessoas morreram em 21 de Julho em confrontos na Síria, a maioria civis, no primeiro dia de jejum do Ramadã, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Segundo o Observatório, os mortos são 41 civis, 29 militares e 20 rebeldes. O maior número de óbitos ocorreu na província de Idleb, no norte do país, onde 12 civis morreram em bombardeios. Em Damasco, sete dos doze civis mortos foram atingidos por franco-atiradores. Ainda na capital síria, no bairro cristão de Bab Touma, um casal e seu filho foram assassinados por “homens desconhecidos”, segundo o OSDH. Os corpos de outros dois civis foram descobertos em sua casa em Midane, no sul de Damasco. O bairro é palco de violentos combates entre rebeldes e unidades das forças especiais e da Garda Republicana, que na sexta-feira retomaram o controle da região. Na província meridional de Deraa, quatro civis e três rebeldes morreram neste sábado em meio aos combates. Em Homs (centro), cidade símbolo da revolta contra o regime de Bashar al Assad, ao menos sete rebeldes morreram em combates. Em Rastane, na mesma província, os bombardeios mataram quatro civis. Em Aleppo, no norte do país, “os confrontos prosseguem entre as forças regulares e unidades rebeldes no bairro de Salahedin”, segundo o OSDH. Os Comitês Locais de Coordenação (LCC), também ligados à oposição, indicaram “um êxodo dos moradores do bairro com medo dos bombardeios do regime e de uma ofensiva” contra Salahedin, no coração da capital econômica do país. Na fronteira entre Síria e Turquia, um grupo com cerca de 150 combatentes islâmicos procedentes de vários países muçulmanos ocupou neste sábado o posto de Bab al Hawa, constatou o fotógrafo da AFP na região. O contingente é integrado por militantes de Argélia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, França, Chechênia e Tunísia, ligados a diversos grupos, como a ”shura” talibã, a Al-Qaeda e o Magreb Islâmico (Aqmi). O controle do posto de Bab al Hawa, na província de Idleb (noroeste), foi anunciado na quinta-feira passada pelo OSDH. Em Damasco, a situação era de muita tensão neste sábado, mas o tráfego voltou ao normal e os moradores da capital foram em grande número aos supermercados. Segundo o OSDH, os bairros de Qadam e Assali, na periferia sul da capital, foram bombardeados pelo Exército durante a noite. Depois de ter retomado o bairro de Qaboun (leste de Damasco), o Exército entrou em Jobar (leste), Ruknedin (norte) e, principalmente, nos “campos de Mazzé”, em Kafar Soussé (sudoeste). Uma fonte de segurança havia indicado à AFP na sexta-feira que, além de Midan, o Exército controlava Tadamoun (sul), Qaboun e Barzé (leste). Vários bairros da periferia de Damasco, entre eles Hajar Assouad e Tadamoun, foram bombardeados, segundo os habitantes. Em Homs, vários bairros, entre eles Jaldiyé, foram bombardeados pelo Exército que tenta tomar o controle, contaram seus moradores. Presos se apoderaram de uma penitenciária da cidade na madrugada deste sábado, depois que os guardas abandonaram seus postos, disse à AFP um opositor, que teme um “massacre” das forças de segurança, pois estas cercaram o local com tanques e efetuam disparos. “As autoridades controlam apenas 50% ou 60% do território sírio”, segundo Rami Abdel Rahman, chefe do OSDH. No plano diplomático, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, preocupado com a “rápida deterioração” do cenário, considerou que o governo sírio fracassou na proteção dos civis e pediu à Síria que “ponha fim às matanças e ao uso de armas pesadas contra as aglomerações”. Apesar da intensificação dos combates, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, anunciou que Paris espera “a formação de um governo provisório” que deverá “representar a diversidade da sociedade síria”. Quase uma semana de intensos combates em Damasco e um atentado contra os principais chefes do aparato de segurança no coração da capital enfraqueceram o poder do presidente Bashar al-Assad.
Os participantes de uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o conflito na Síria adotaram um plano de paz que deixa aberta a possibilidade de o presidente Bashar Al Assad permanecer no poder como integrante de um governo de transição. O plano original do enviado especial da ONU, Kofi Annan, propunha o afastamento de Assad e a formação de um governo de unidade nacional.
Apesar disso, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse ao fim da conferência que “Assad tem de ir embora” e exortou o Conselho de Segurança da ONU a adotar uma resolução que autorize uma intervenção militar internacional no conflito sírio.
Segundo Annan, “cabe ao povo da Síria chegar a um acordo político. O trabalho duro começa agora. Precisamos trabalhar juntos para implementar o que ficou acertado”. A Rússia, principal aliado da Síria, se recusou a apoiar um documento que defendesse a destituição de Assad.
Já os EUA recuaram de sua exigência de que o presidente sírio fosse destituído, na esperança de encorajar a Rússia a pressionar seu aliado a suspender as operações militares que, na estimativa da oposição síria, deixaram 14 mil mortos em pouco menos de um ano e meio de violência.
“Não tenho dúvida de que os sírios, que lutaram tão duramente para ter independência, vão escolher para um novo governo pessoas que têm sangue nas mãos”, disse o enviado especial da ONU.
Antes do início da conferência, Annan havia advertido os membros permanentes do Conselho de segurança da ONU (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) de que o fracasso do encontro poderia levar a uma crise internacional de “grave severidade”, com risco de a violência se espalhar para outros países da região e de abrir uma nova frente para organizações terroristas.
“A História é um juiz severo e vai nos julgar a todos com severidade se nos mostrarmos incapazes de tomar o caminho correto hoje”, disse Annan na abertura da conferência. Além dos membros do Conselho de Segurança, participaram do encontro representantes da Turquia, de alguns países europeus e da Liga Árabe.
Dois países de grande influência na região, a Arábia Saudita e o Irã, não foram convidados para a conferência – os sauditas ficaram fora por causa de objeções da Rússia e o Irã devido à oposição dos EUA.
O rascunho do texto-base da conferência propunha o estabelecimento na Síria de um governo provisório de unidade nacional, com plenos poderes, que incluiria integrantes do governo Assad e da oposição, além de outros grupos. Esse governo provisório seria responsável por supervisionar a elaboração de uma nova Constituição e a realização de eleições democráticas.
“O que queremos é interromper o derramamento de sangue na Síria. Se isso vier por meio de diálogo político, estamos dispostos a isso”, disse Khalid Saleh, porta-voz do Conselho Nacional Sírio, de oposição ao governo Assad. Ele ressalvou: “Não estamos dispostos a negociar com Assad e com aqueles que assassinaram sírios. Não vamos negociar, a não ser que eles deixem a Síria”. As informações são da Dow Jones.
Um total de 14.115 pessoas, em sua maioria civis, morreram na Síria desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad em março de 2011, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A ONG contabiliza as mortes de 9.862 civis, 3.470 soldados e 783 desertores na repressão e nos combates. O OSDH considera civis os homens armados que lutam contra o regime.
A violência se intensificou na Síria apesar da presença de 300 observadores da ONU responsáveis por supervisionar a trégua em vigor desde 12 de abril e continuamente ignorada.
Em 9/6/12, pelo menos 111 pessoas, entre elas 83 civis e 28 soldados, morreram no país, segundo o OSDH.
O novo líder da oposição síria, Abdel Baset Sayda, afirmou que espiral de violência no país está chegando ao fim e que o regime de Bashar al-Assad está “nas últimas”.
O Conselho Nacional Sirio (CNS), a principal coalizão de oposição ao regime de Assad, elegeu como novo líder este curdo exilado há 20 anos na Suécia por sua moderação, apesar dele ser desconhecido e não ter experiência política.
“Entramos em uma fase sensível. O regime chega ao fim. Os massacres que se multiplicam e os bombardeios mostram que está lutando para sobreviver”, declarou Sayda pouco depois de ser eleito em Istambul para o comando do CNS, um organismo que reúne islamitas, liberais, nacionalistas, independentes e militantes no campo de batalha.
“Segundo as informações que temos, o regime perdeu o controle de Damasco e de outras cidades”, completou Sayda, sem revelar detalhes.
Os combates ficaram mais intensos recentemente na capital, que no entanto continua sendo a cidade mais bem protegida pelas forças do regime.
“O plano (de solução da crise do emissário internacional Kofi) Annan ainda existe, mas não é aplicado. Vamos fazer o necessário para que este plano seja incluído dentro do capítulo VII da Carta das Nações Unidas”, ressaltou Sayda.
Isto permitiria sanções econômicas e até mesmo o uso da força contra o regime de Assad.
Sayda, 55 anos, é considerado um “conciliador”, “honesto” e “independente”, especialista em civilizações antigas e um dos fundadores do CNS.
Abdel Baset Sayda aproveitou a oportunidade para estimular a saída dos funcionários do regime de Assad de seus cargos.
“Estimulamos a deserção de todos os funcionários do regime e das instituições”, disse Sayda.
Ele também pediu aos sírios de todo o mundo que organizem protestos contra a violência do regime de Damasco diante das embaixadas do país.
No fim de março, os opositores sírios reconheceram o CNS como “representante formal” do povo sírio e em abril, o Grupo de Amigos do Povo Sírio, que reúne a vários países, chamou o Conselho de “representante legítimo de todos os sírios”.
Mas vários militantes sírios consideram que estão pouco representados no CNS, que não está coordenado com o Exército Sírio Livre (ASL), uma força de oposição armada constituída principalmente por desertores.
Em 10/6/12, quatro sírios alauitas e um xiita foram sequestrados na região de Wadi Khaled, norte do Líbano, após o rapto de um libanês sunita na mesma área, perto da fronteira com a Síria.
As forças governamentais bombardearam várias cidades da Síria em 9/6/12, o que levou a oposição a pedir à comunidade internacional armas sofisticadas para derrubar o regime à força, ao qual acusou de ter matado neste sábado 83 civis, entre os quais 9 mulheres e 3 crianças, em todo o país.
Diante de um regime determinado a esmagar a revolta iniciada há 15 meses, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, se dispõe a nomear um novo presidente que ficará a cargo de fazer com que esta instância marcada por profundas divisões seja eficaz.
Ações das forças de segurança mataram 83 civis este sábado em todo o país, segundo números revistos e fornecidos na madrugada de sábado para domingo pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que anteriormente tinha reportado 36 mortes no país.
Os atos mais mortais foram registrados nas regiões de Homs (centro), com 29 mortes – 12 no mesmo povoado, bombardeado pelas forças armadas sírias – e de Deraa (sul), onde o OSDH identificou 23 mortos, entre eles nove mulheres e três crianças.
Também morreram 14 pessoas em Edleb (nordeste), 14 em Latakia (oeste), duas na região de Damasco e uma em Alep, segundo a fonte.
Depois das matanças de civis dos últimos dias, “pela primeira vez desde o começo da crise o tema de uma intervenção militar é proposto de forma emocional”, avaliou o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acrescentando de imediato que a Rússia, aliada da Síria, se oporia a esta opção.
Ainda que o plano do enviado internacional Kofi Annan comece a “se enredar”, não há “alternativa”, avaliou Lavrov, pedindo a organização rápida de uma conferência internacional sobre a Síria, com a presença controversa do Irã.
Moscou, que tomou distância de Bashar al Assad nas últimas semanas, veria positivamente que o presidente sírio deixasse o poder “se os próprios sírios chegarem a um acordo sobre este tema”, observou Lavrov.
Antes do amanhecer deste sábado, pelo menos 17 pessoas, entre elas 9 mulheres e 3 crianças, morreram em bombardeios do exército em Deraa (sul), segundo o OSDH, que viu na ofensiva uma possível resposta aos “ataques lançados geralmente à noite contra postos do exército”.
Este bombardeio provocou a ira de centenas de refugiados que se manifestaram em Ramtha, cidade jordaniana próxima a Deraa.
O exército bombardeou Homs (centro), outro reduto rebelde, matando seis civis, segundo o OSDH.
Na província litorânea, Lataquia (oeste), foram registrados novos combates em Heffa, onde morreram ou ficaram feridos dezenas de soldados das tropas regulares, informaram militantes locais e o líder do OSDH, Rami Abdel Rahman.
As forças do regime bombardearam esta região que tentavam recuperar, após registrar 50 baixas, segundo o OSDH, que reportou a morte de 16 civis, 18 desertores e 46 soldados em Heffa em quatro dias.
Com a violência em Heffa, o litoral não é mais uma área segura e todo o país está implicado nos protestos, afirmou Rahman.
– Armas
No total, mais de 13.400 pessoas, a grande maioria civis, morreram em quase 15 meses de revolta, segundo o OSDH. Segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), cinco funcionários de imprensa sírios morreram no fim de maio em operações das tropas regulares.
A comunidade internacional se indignou com a nova matança de quarta-feira em Kubeir, cidade da província de Hama (centro), onde 55 pessoas, inclusive mulheres e crianças, morreram, de acordo com o OSDH. A oposição acusou as milícias governamentais, enquanto o regime informou que só foram 9 as pessoas que morreram nas mãos de “grupos terroristas”, termo usado por Damasco para designar os rebeldes e opositores.
Os observadores da ONU, que chegaram ao local em 8/6/12, viram marcas de veículos blindados e vestígios de disparos de foguetes, segundo o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
O porta-voz destacou que falta determinar as circunstâncias do ataque e o número de vítimas.
Diante destas atrocidades, a revolta armada quer meios para combater o regime. “Os que pretendem ajudar a oposição síria deveriam começar por apoiar o povo no interior da Síria”, declarou Husein Sayed, presidente do Conselho Supremo do Comando da Revolução.
“Pedimos unicamente (à comunidade internacional) que nos forneça armas mais sofisticadas, mas ninguém quer fazê-lo”, lamentou Luay Saka, porta-voz do Syrian Support Group.
Em Istambul, as instâncias dirigentes do CNS, que reúne islamitas, liberais, nacionalistas, independentes e militantes em campo, iniciaram neste sábado uma reunião que se estenderá até o domingo para eleger seu próximo líder após a demissão de Burhan Ghaliun.
Haveria “consenso” para nomear por três meses Abdel Baset Sayda, um curdo independente pouco conhecido, que deverá sobretudo fazer do CNS um interlocutor confiável para a comunidade internacional.
A Casa Branca, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o enviado especial à Síria das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, condenaram neste sábado os ataques que deixaram mais de 90 mortos na Síria, entre eles 32 crianças. A Casa Branca disse que está horrorizada com o ataque brutal na Síria e o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança Erin Pelton afirmou que o massacre serve como um “testemunho vil para um regime ilegítimo” do presidente Bashar Assad.
A Casa Branca declarou também que o regime sírio está respondendo a um protesto político pacífico com uma “brutalidade indescritível e desumana”. Ban Ki-moon e Kofi Annan classificaram o massacre como uma “terrível e brutal” violação do direito internacional, afirmou o porta-voz da ONU Martin Nesirky. Eles “condenam nos termos mais fortes possíveis a matança, confirmada por observadores das Nações Unidas, de dezenas de homens, mulheres e crianças” em Houla, acrescentou Nesirky. O secretário geral da ONU e o enviado especial exigiram que os culpados pelo massacre “sejam responsabilizados.” As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Em 17 de Março, houve 2 grandes explosões em Damasco e, segundo a televisão síria Addounia, muitas das vítimas civis atendidas nos hospitais eram mulheres e crianças. Imagens mostravam corpos, destroços e grandes colunas de fumaça nos locais dos atentados. O primeiro dos ataques teve como alvo a sede da Inteligência aérea, situada no norte da capital síria. A segunda explosão foi ouvida por volta das 7h40 locais (2h40 de Brasília) em um edifício da Segurança Criminal, no oeste da cidade.
Damasco voltou a ser cenário de atentados, apesar de ter mantido relativa calma desde a eclosão da rebelião contra o presidente sírio, Bashar Assad, em março do ano passado.
Troca de acusações – Em dezembro passado, pelo menos 40 pessoas morreram na capital em dois ataques suicidas com carros-bomba que explodiram de maneira quase simultânea nas imediações de dois edifícios da Segurança Central, em um ataque que as autoridades atribuíram à organização terrorista Al Qaeda. A oposição síria, no entanto, acusou o regime de ter ‘responsabilidade direta’ nos atentatos
Fonte: Veja
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ONU estima que até 2 mil pessoas tenham fugido da Síria nos últimos dois dias
Milhares de sírios têm cruzado a fronteira com o Líbano, segundo a ONU, em meio a relatos de que as forças de segurança do regime de Bashar al-Assad estariam cometendo atrocidades na conflagrada cidade de Homs.
A agência de refugiados das Nações Unidas estima que até 2 mil pessoas tenham fugido da Síria rumo ao país vizinho nos dois últimos dias.
Ao mesmo tempo, a chefe de questões humanitárias da ONU, Valerie Amos, disse ter obtido permissão do governo sírio para visitar o país, onde deve chegar nesta quarta-feira. Ela também fez um apelo para que a Síria permita acesso ilimitado da ajuda humanitária ao país.
O ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, também deve chegar à Síria neste final de semana, no papel de enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe. Nesta quarta, ele se encontrará com autoridades da Liga no Cairo (Egito).
A agência de refugiados da ONU (UNHCR, na sigla em inglês) disse nesta segunda-feira que muitos dos refugiados sírios – incluindo mulheres e crianças – traziam apenas alguns pertences pessoais ao chegar ao Líbano.
Moradores da cidade libanesa de Arsal (norte do país) disseram que, só no domingo, cerca de 150 famílias sírias chegaram ali.
“O que podemos fazer? As pessoas estão sendo atacadas por tanques enquanto estão sentadas em suas casas”, disse à Associated Press a síria Hassana Abu Firas, que se abrigou na cidade fronteiriça libanesa de al-Qusair. “Os que podem fugir, fogem. Os que não podem, morrem sentados.”
A repressão aos protestos antigoverno na Síria, em curso há cerca de um ano, já deslocaram mais de 70 mil pessoas no país, segundo estimativas da ONU. Mais de 20 mil delas fugiram para os vizinhos Líbano, Turquia e Jordânia. Quase 7 mil estão registradas na UNHCR no norte libanês.
Refugiados de Homs – que fica a 15 km de al-Qusair – disseram à BBC que as forças de segurança de Assad estão cometendo atrocidades na cidade, há semanas sitiada.
Nos arredores de Homs, uma síria disse ao correspondente da BBC Paul Wood que seu filho foi morto pelas tropas de Assad na última sexta-feira. “A garganta dele foi cortada. Ele tinha só 12 anos”, relatou.
A morte foi testemunhada pelo marido dela, que disse que disse ter visto um soldado prender a cabeça do menino com sua bota, enquanto outro o degolava. “Eu ouvia seus gritos”, disse ele.
A mulher síria disse ainda que outros 35 homens e garotos da região foram mortos ou presos.
Opositores e ativistas de direitos humanos afirmaram que forças de segurança e milícias pró-governo têm detido meninos acima de 14 anos em Baba Amr, para torturá-los e matá-los.
“Eles foram encapuzados e levados. Eles serão assassinados”
Um Abdo, ex-moradora de Homs, sobre homens de sua família
As alegações não podem ser verificadas de forma independente, por conta das restrições ao trabalho jornalístico na Síria. Mas um desertor do Exército sírio disse ao correspondente da BBC que recebeu ordens de seu comandante de “atirar contra tudo que se movesse, fosse civil ou militar”.
Nos arredores de Homs, Paul Woods relata que o clima é de medo. Uma residência hoje abriga seis mulheres e seus 17 filhos, mas nenhum homem – todos, segundo elas, foram detidos em um posto de checagem. “Eles foram encapuzados e levados”, disse uma das mulheres, Um Abdo. “Eles serão assassinados.”
Um agravante à situação é o fato de que o regime sírio negou o acesso da Cruz Vermelha a Baba Amr por quatro dias consecutivos, alegando preocupações de segurança. Isso fez com que ativistas alertassem para uma possível catástrofe humanitária.
Imagens feitas em Homs dão indícios de tortura até em hospitais de Homs. Vídeos – que tampouco podem ser verificados de forma independente -mostram alas hospitalares repletas de homens feridos, algemados a suas macas, vendados e com sinais de espancamento.
A alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, disse à emissora de TV britânica Channel 4 que as imagens se somam a outras provas reunidas por uma comissão da ONU que apura tortura em hospitais sírios, em especial hospitais militares.
Fonte: BBC
Em 26 de Fevereiro de 2012, a retirada dos feridos da cidade de Homs, no centro da Síria, seguia estagnada apesar das negociações que a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho mantiveram com as autoridades e a oposição do país.
O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Síria, Saleh Dabakeh, explicou à Agência Efe que foi impossível evacuar os civis feridos no bairro de Baba Amro por várias razões, que preferiu não revelar.
“Não há resultados concretos”, lamentou Dabakeh. Apesar disso, ele afirmou que as conversas continuarão e disse estar confiante que os próximos dias trarão notícias positivas.
Entre os feridos que se encontram em Homs, estão dois jornalistas estrangeiros, a francesa Edith Bouvier e o britânico Paul Conroy. Também permanecem no local os corpos de dois repórteres que morreram durante um bombardeio na quarta-feira, a americana Marie Colvin e o fotógrafo francês Rémi Ochlik.
Na sexta-feira, voluntários do Crescente Vermelho sírio entraram em Baba Amro e retiraram sete feridos que necessitavam “atendimento médico urgente” e vinte mulheres e crianças doentes.
Homs é cenário de uma ofensiva militar que já dura mais de vinte dias e neste domingo voltou a sofrer com ataques das forças de segurança. Segundo os opositores Comitês de Coordenação Local 21 pessoas morreram hoje na cidade.
Os Comitês denunciam que outras 24 pessoas morreram neste domingo na Síria, nove em Hama, sete em Deraa, seis em Idleb e dois em Damasco. EFE
Forças de segurança da Síria abriram fogo para dispersar um protesto contra o presidente Bashar al-Assad em Damasco neste sábado, matando pelo menos uma pessoa, afirmaram ativistas da oposição
Um enviado chinês se reuniu com o líder sírio e pediu a todos os lados que dessem fim a 11 meses de derramamento de sangue, apoiando os planos do governo de convocar eleições. Mais tarde, ele se reuniu com três dissidentes.
O tiroteio teve início nos funerais de três jovens mortos na sexta-feira num protesto anti-Assad, que foi um dos maiores na capital desde que a revolta de amplitude nacional começou.
– Eles começaram a atirar na multidão assim que o enterro acabou. As pessoas começaram a correr e a se proteger em becos – disse uma testemunha, falando à Reuters de Amman por telefone.
A União de Coordenação da Revolução Síria, da oposição, disse que o tiroteio nos arredores do cemitério havia matado uma pessoa e ferido quatro, incluindo uma mulher que foi atingida na cabeça. O dono de loja disse à Reuters que vários manifestantes foram presos.
Até 30 mil manifestantes haviam tomado as ruas no distrito Mezze, da capital, próximo aos quartéis-generais da Inteligência Aérea e do partido Baath, que está atualmente no poder, disseram as testemunhas.
Vídeos da transmissão do funeral na internet mostraram mulheres ululando em honra às vítimas. Indivíduos gritaram “nós sacrificamos nosso sangue, nossa alma por vocês, mártires. Um, um, um, o povo sírio é um”.
Vídeos do Youtube do bairro de Douma, em Damasco, mostraram milhares de manifestantes nos funerais de duas pessoas que, segundo relatos, foram mortas por forças de segurança. Seus corpos foram carregados por um mar de indivíduos acenando a bandeira da Síria de antes da chegada do Baath ao poder.
Assad descreveu o tumulto atingindo a Síria como um estratagema com o fim de dividir o país.
– O que a Síria está enfrentando é fundamentalmente um esforço para dividi-la e afetar sua imagem geopolítica e sua função histórica na região – disse ele em citação pela televisão estatal após ter se reunido com o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Zhai Jun.
Fonte: O Globo
A situação da Síria envolve interesses estratégicos mais amplos, segundo o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Fernando Collor (PTB-AL). Para ele, além dos Estados Unidos, o país sírio desperta a atenção econômica e política da Rússia, China, Turquia e do Irã.
“Os protestos que se iniciaram há 11 meses e que têm sido pesadamente reprimidos pelo governo de Bashar Al Assad caminham para uma situação próxima à guerra civil”, explicou Collor ao analisar o veto da Rússia e da China – membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – à resolução que defendia “uma transição política, liderada pela Síria, para um sistema político democrático e plural” e que pedia a renúncia do presidente sírio, Bashar Al Assad. O líder oriental é acusado de atacar o próprio povo, promovendo um massacre dos opositores.
De acordo com o senador, tanto a Rússia quanto a China preocupam-se com a inquietação de parcelas de populações muçulmanas dentro de suas fronteiras. “Por outro lado, deve-se lembrar que a Rússia bem como a China concordaram, em março de 2011, em não vetar a resolução que deu guarida à intervenção da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] na Líbia e que levou à derrubada do regime do [ex-presidente Muammar] Kadhafi. A diplomacia russa considera que agiu ingenuamente naquela ocasião”, discursou Collor na última reunião da comissão.
O senador também ressaltou as questões estratégicas que ligam a Rússia à Síria, tais como venda de armas e alianças para o uso por parte dos russos de uma saída ao mar que não congele no inverno. Há ainda, na opinião dele, influências da proximidade das eleições nacionais na Rússia.
“O primeiro-ministro Vladimir Putin é candidato às eleições presidenciais de março e tem aumentado o tom de suas declarações de reafirmação do perfil internacional russo e de crítica aos Estados Unidos. No entanto, a posição favorável a Assad pode durar apenas enquanto, pragmaticamente, a diplomacia russa considerar que o governo sírio tem forças para se manter no poder”, explicou o presidente da comissão parlamentar responsável por analisar decisões de política internacional do governo brasileiro.
O veto dos dois países já havia sido duramente criticado por diplomatas ocidentais, que se disseram “indignados” e “horrorizados” com a rejeição do texto. A proposta de resolução era considerada por analistas o esforço mais importante feito até agora pela ONU para solucionar a crise na Síria.
No que se refere à China, na opinião de Collor, a justificativa para o veto às sanções foi embasada pelas diferentes visões (ocidentais e orientais) acerca do conflito. “Os chineses reagiram às críticas ocidentais por meio de publicação do partido comunista, dizendo que o caos que se segue à derrubada de governos – como exemplo, na Líbia – mostra o erro das posições ocidentais.”
Por fim, o ex-presidente da república fez prospecções de um difícil fim para o conflito. “O impasse em que se encontra a Síria só será resolvido diplomaticamente se for encontrada solução que permita ao regime e aos rebeldes salvar a face, ou seja, que nenhum dos lados apareça como vencedor ou derrotado absoluto, o que nos parece algo muito difícil de ser alcançado.”
O Brasil pleiteia uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e, se já tivesse alcançado a reivindicação, também teria votado a respeito das sanções propostas ao governo sírio. O Itamaraty tem se manifestado a favor de que se considere a opinião e os esforços da Liga Árabe.
Fonte: Senado
Os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe exigiram, em 22/1/12, que o ditador da Síria, Bashar al Assad, transfira seus poderes ao vice-presidente do país, Farouk al Charaa, para viabilizar a formação de um Governo de união nacional no prazo de dois meses, o qual deve legitimar uma nova eleição presidencial.
No documento, os chanceleres pedem que o ditador Bashar al Assad passe o poder em duas semanas para seu vice-presidente e “coopere com o governo de unidade, de modo que este possa fazer o seu trabalho no período transitório”.
A decisão foi tomada em reunião dos chanceleres dos países membros da Liga Árabe, no Cairo, capital do Egito. O documento mostra um mapa de caminho que deverá ser seguido pelas autoridades do país.
Charaa deverá convocar eleições em dois meses para formar um governo de unidade nacional, em que a oposição e partidários do regime de Assad devem chegar a consenso, para seguir uma rota de democracia.
A Liga Árabe também revela que o futuro governo deverá criar em três meses uma comissão para redigir uma nova Constituição, que será aprovada em referendo. Após o período, o Executivo terá seis meses para elaborar a nova lei eleitoral e, após promulgado o texto, convocar eleições presidenciais, o plebiscito à Constituição e o pleito legislativo.
O grupo também anunciou que enviará a proposta ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), um pedido de membros da oposição ao regime sírio e do Ocidente. As exigências são uma tentativa de pressionar o regime sírio e evitar uma intervenção internacional, como deseja os Estados Unidos e outros membros do conselho, como o Reino Unido e a França.
De fato, ao menos 5 mil pessoas foram mortas até o momento pela repressão do governo sírio às manifestações da oposição, segundo informações que a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, dará ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira.
Calcula-se que mais de 14.000 pessoas tenham sido detidas e que 12.400 tenham fugido para países vizinhos, segundo o discurso que Pillay fará ao Conselho.
As Nações Unidas têm informação de que mais de 200 pessoas foram mortas pelas forças de segurança do presidente Bashar al-Assad desde o dia 2 de dezembro passado.
Com os novos óbitos registrados neste final de semana, “é minha estimativa que o total de pessoas mortas desde o início dos protestos, no começo do ano, seja de 5 mil. Esta situação é intolerável”, de acordo com Pillay.
O Conselho de Segurança tem previsto uma reunião sobre a situação na Síria sob a pressão dos países ocidentais para condenar a violência.
Rússia e China vetaram uma resolução contra Síria em outubro.
Após se reunir com Pillay, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, disse a jornalistas: “penso ser necessário que os países do Conselho de Segurança que ainda estão hesitantes mudem de ideia. Eu realmente estou chocado com o que ouvi sobre as atrocidades na Síria”.
Westerwelle disse que a comunidade internacional precisa encontrar agora “uma linguagem comum” para que o Conselho de Segurança “condene estas atrocidades”.
“Nós devemos isto àqueles que perderam suas vidas”, afirmou.
Entre os membros do Conselho de Segurança, Rússia, China, Índia, África do Sul e Brasil se opuseram ou manifestaram fortes reservas sobre qualquer resolução formal que eles alegam que poderia ser o primeiro passo de uma campanha ocidental para a mudança do regime.
O representante da França na ONU, Gérard Araud, disse nesta segunda-feira que o Conselho de Segurança é “moralmente responsável” pelas mortes na Síria, devido à falta de condenação a esse governo.
Araud condenou o que chamou de “escândalo” pelo silêncio do Conselho de Segurança, depois que Pillay apresentou seu novo balanço de mortos.
“França e outros membros do Conselho de Segurança consideram que o silêncio é um escândalo”, disse Araud a jornalistas, depois da exposição de Pillay.
RELEMBRE A QUESTÃO
Os conflitos no mundo árabe iniciaram-se no Egito e na Tunisia, implicando a queda, respectivamente, de Mubarak, preso em Abril, junto com seus filho, e Ben Ali, que responde por 4000 casos de corrupção, além de mais de 4200 queixas de cidadãos contra os abusos do Ditador. Em comum, os movimentos populares nesses países têm o fato de serem reações contra a falta de liberdade, as dificuldades econômicas e a corrupção. Assim, a punição aos Ditadores envolve o julgamento de ações penais por corrupção, abuso de poder e violação aos direitos econômicos, além do bloqueio de bens. Em Julho, o Primiro-Ministros do Egito, Essam Sharaf, empreendeu mudanças para conter as revoltas, trocando ministros. Desde a saída de Mubarak, as Forças Armadas estão governando o País. Em 3 de Agosto, Mubarak foi a julgamento.
Na África, as manifestações chegaram à Argélia, com protestos contra Abdelaziz Bouteflika. Sobre a Costa do Marfim e a Líbia, leia os posts específicos neste site.
De volta ao mundo árabe, já houve movimentos populares na Jordânia, contra o Rei Abdullah, no Iêmen, contra Ali Abdullah Saleh, e em Omã, contra o Sultão Al Sahid
No Iêmen, houve uma manifestação chamada de “Dia da Ira” em Sana, a Capital, e outras cidades, em que foram feitas manifestações a favor da renúncia do Presidente, que insiste em manter-se no poder e também vem reagindo com violência aos movimentos populares. Em 18 de Março, nova onda de violência ocorreu no País, com a morte de 40 pessoas, fora, pelo menos, 200 feridos, incluindo crianças feridas na cabeça e pescoço, pois a própria polícia local dificultou as rotas de fuga. Os Estados Unidos, que mantêm uma base militar no Iêmen, para lutar contra o terrorismo, vêm declarando, publicamente, que condenam a violência. Os protestos têm ocorrido com frequência, almejando a saída do Presidente Ali Abdullah Saleh, há 32 anos no poder, que contrapropôs a convocação de eleições no final do ano, havendo, antes, governo de transição. Os Governos dos Estados Unidos e Arábia Saudita, esta, o maior produtor de petróleo do mundo, apóiam a permanência do Ditador, como forma de barrar o avanço da Al Qaeda. Já em Abril, os protestos continuam, acarretando até mortes. Assim como na Líbia, também tem havido deserções no Governo. Em 27 de Abril, houve mais protestos, implicando 13 mortes e 220 feridos, mas, agora porque, em vez de aceitarem que o Ditador saia em trinta dias, em troca de imunidade, eles querem a saída de Saleh já. Até os Estados Unidos, que o apoiavam, por sua oposição à Al Qaeda, querem a saída do Ditador.
No Líbano, em 6 de Março, houve manifestação em Beirute, a Capital, contra a atual divisão de poder entre facções cristãs e muçulmanas, já que o País está sem governo desde Janeiro, quando o Hezbollah derrubou o Primeiro-Ministro Saad al-Hariri. O povo reclama da corrupção e do baixo crescimento econômico.
Na Síria, houve conflitos na Capital, Damasco, contra o Ditador Bashar al Assad, no poder há 11 anos, resultando no fim do regime de emergência após 50 anos, após a morte de mais de 340 pessoas, no Marrocos, o Rei Mohammed VI resolveu conter os protestos criando órgãos de defesa dos direitos humanos e a defensoria pública, além de tornar o Judiciário mais independente, e, na Arábia Saudita, Abdullah seguiu o exemplo do Colega, lançando um pacote de 60 bilhões de dólares, aumentando o salário mínimo e criando cerca de 60 000 empregos na área de segurança. Os protestos aqui já provocaram mortes, enquanto, no Marrocos, chamados de “Movimento 20 de Fevereiro”, data do primeiro, eles seguem pacíficos pela realização de reformas e pelo fim da prisão política, corrupção, tortura e desemprego, principalmente, na Capital, Rabat, e em Casablanca. De fato, mesmo sendo uma monarquia constitucional, com eleição do Parlamento, o Monarca pode dissolvê-lo, nomear membros do Governo e decretar estado de emergência. A União Europeia passou a embargar armas à Síria, que, todavia, vem recebendo apoio da Turquia. Até agora, cerca de 1000 pessoas já morreram nos conflitos. Até Junho, foram contabilizadas 10000 prisões, 1300 mortes de civis e 300 de militares nos protestos contra os Assad, no poder há 41 anos. Em 31 de Julho, véspera do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, em Rama, as forças do Ditador mataram 80 civis, além de mais 45 em 3 de Agosto, causando desagrado da comunidade internacional, incluindo França, Inglaterra e Estados Unidos. O Líbano, vizinho da Síria, entretanto, absteve-se. Em 7 de Agosto, estima-se que mais 52 civis tenham morrido. Desde Março, foram contabilizadas cerca de 3000 mortes com os protestos, que podem converter-se em guerra civil. Em 22 de Novembro, houve ataques de desertores a membros do Exército.
Os conflitos no mundo árabe vêm apresentando vários desdobramentos, como a emigração de pessoas de países como a Tunísia, implicando reação xenófoba, como na França, em que foram proibidos de entrarem.
No Bahrein, ilha no Golfo Pérsico com 1,2 milhão de habitantes, o Exército demoliu um monumento em formato de pérola em 18 de Março, pois lá se reuniam xiitas para protestarem contra a família real, sunita. Com isso, houve manifestações de apoio aos xiitas daquele País no Irã e Iraque, reunindo, neste último, cerca de 10 000 pessoas. Em Março, tropas da Arábia Saudita, sunita, invadiram o País, para auxiliar o governo local a reprimir os protestos da chamada “Primavera Árabe”. Estima-se que 1 de cada 500 habitantes seja um preso político vítima de tortura, independente de ser xiita ou sunita. O Irã, xiita, é outro País que influencia o Bahrein, sem contar a Grã-Bretanha, que com ele firmou tratados, tornando-o protetorado europeu
Também houve confronto grave em Amã, Capital da Jordânia, antecedido por manifestações, como o acampamento dos “Jovens de 24 de Março”
Segundo a Polícia Federal, as organizações terroristas islâmicas que operam no Brasil são: Al Qaeda, comandada por Osama bin Laden e autora do ataque ao World Trade Center, em 11/9/2001, nos Estados Unidos, al-Gama´a al-Islamiyya, ligada àquela, Jihad, criada nos anos 70, na Palestina, não reconhecendo Israel e com base na Síria, Hezbollah, financiada pelo Irã desde os anos 80, com ideal de fundar um estado islâmico no Líbano, Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, e, não reconhecendo o Estado de Israel, ataca civis israelenses, e Grupo Islâmico Combatente Marroquino, que, fundado nos anos 90, anseia por converter a Monarquia no Marrocos em estado islâmico.
Se é verdade que os casos de punição aos Ditadores, fruto do clamor popular e da comunidade internacional, incluindo a Casa Branca, vêm se tornando comuns, nem por isso tem reduzido a violência com que eles reagem aos protestos de seu povo. É que os Ditadores têm sede de poder e acreditam ser seres superiores aos mortais em geral. Há países onde eles ainda imperam sem registros de protestos significativos, como na Coréia do Norte, em que Kim Jong-Il está no poder há 18 anos e, na década de 90, causou a morte de quase 3 milhões de pessoas de fome, no Zimbábue, onde Robert Mugabe, há 31 anos no poder, é acusado de massacrar milhares de civis, no Sudão, onde Omar Bashir, há 21 anos no poder, é acusado de genocídio, e na Guiné Equatorial, onde Teodoro Obiang, há 31 anos no poder, mantém 60% da população vivendo com menos de 2 dólares por dia.
Em Maio, Obama anunciou plano de auxílio financeiro de bilhões de dólares ao Oriente Médio e Norte da África, para facilitar-lhe a democratização. A ideia é seguir o que se fez para a Europa Oriental após a Guerra Fria. Na Europa, utilizar-se-ão recursos do BERD (Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento). Os primeiros países a serem beneficiados serão Egito e Tunísia.
Em Junho, os membros do Conselho de Segurança da ONU elaboraram resolução de autoria da Grã Bretanha, França, Alemanha e Portugal, estabelecendo sanções à Síria por violação aos direitos humanos, decorrente da repressão levada a cabo sobre os protestos. Rússia e China ameçam ir contra a resolução, e o Brasil vem sendo instigado a apoiar a resolução.
Em 30 de Junho, houve referendo no Marrocos para ratificar ou não a proposta de reforma do Rei Mohamed VI, flexibilizando a Constituição, mesmo mantendo sob seu poder a religião e o Exército. Trata-se de universo de 13 mihões de eleitores para 34 milhões de habitantes.
Com a morte de Kadafi, as “bolas da vez” são apontados como Bashar al-Assad, da Síria, e Ali Abdullah Saleh, do Iêmen, já que a Tunísia e Egito já derrubaram seus ditadores e estão convocando as primeiras eleições democráticas, e, no Bahrein e Marrocos, as manifestações vêm perdendo força, no segundo, sobretudo, com as reformas levadas a cabo pelo Rei Mohamed VI.
Fonte: ONU