Maria Madalena conta sua história com Jesus
Artigo de Moacir Sader
“Naquele dia eu acordei bem disposta. Todos os dias minha irmã mais velha tinha a incumbência de buscar o leite. Como me sentia bem, ofereci-me à minha mãe para buscar o leite. Com a sua concordância, eu fui. Estando no caminho, passei por um local onde um carpinteiro e seu filho, um rapaz bonito e sorridente, talhavam cadeiras. Quando o vi pela primeira vez, o meu coração disparou e acho que, também, o dele, dada a reação instantânea que teve. Parou tudo que estava fazendo para me olhar. Fiquei perturbada com o seu olhar e, ao mesmo tempo, gostei.
Minha mãe, então, incumbiu-me de, regularmente, ir buscar o leite. Eu sempre ficava constrangida, porque aquele rapaz ficava olhando para mim todas as vezes que eu passava por lá. Mais tarde, descobri que ele era amigo de meu irmão mais velho. Eles davam-se tão bem que eram como dois irmãos: Lázaro e Jesus. O nome de meu irmão era Lázaro e daquele rapaz Jesus.
Em pouco tempo Jesus passou a frequentar a minha casa. Ele me olhava de um jeito como se me conhecesse há muito tempo. Minha irmã mais velha, Marta, interessou-se por ele. Eu, muito nova, pensava apenas em brincar com nossas cabras. Algumas eram de cor preta, mas, eram poucas e davam pouco leite, por isso buscávamos em outro lugar, pois, éramos cinco: meu pai (egípcio), minha mãe (da tribo de Benjamim), minha irmã, meu irmão e eu. Minha irmã e meu irmão viviam brigando. Eu, porém, dava-me bem com os dois. Lázaro era tão querido!
Um dia, Jesus e seu pai vieram à minha casa para pedir a mão de alguém em casamento. Minha irmã queria que fosse a dela, no entanto, era a minha que Jesus queria e deixou isso muito bem claro, pois, tão novo, já sabia o que queria da vida. Entretanto, minha irmã não queria que eu me casasse antes dela, razão pela qual me pediu para rejeitar o casamento. Ela alegou, como chantagem, que se eu a amasse não aceitaria o pedido. Então, eu não aceitei o pedido, o que fez com que Jesus ficasse bravo comigo. A partir de então, não mais me cumprimentava e nem me dirigia a palavra. Com aquela situação, fui ficando cada vez mais triste, até que um dia Lázaro me pegou chorando. Acabei contando tudo. Não tardou, Lázaro revelou o acontecido a Jesus. Acabei pegando Lázaro falando tudo a Ele, embora tivesse pedido segredo, mas, o meu irmão, com o seu especial espírito de justiça e carinho por mim, não ficaria mesmo quieto.
No dia seguinte, Jesus, seu pai e sua mãe foram à minha casa para, novamente, pedir-me em casamento visto que, naquele momento, todos sabiam o que Marta fizera. Naquele instante, minha mãe concedeu a minha mão a Jesus. Quando me chamaram à sala, já estava tudo devidamente acertado e eu aceitei.
Jesus precisava de uma esposa. Ele iria estudar por alguns anos para se tornar um mestre e, como todo mestre precisava de uma esposa, eu estaria com idade para me casar quando ele completasse os seus estudos. Ele me escolhera porque eu sempre fui o seu complemento divino, certeza que teve desde o momento que me viu pela primeira vez, quando me reconheceu, visto que a minha encarnação foi exatamente para ser sua esposa na Terra. Então, o meu noivo foi estudar longe para aprimorar mais seus conhecimentos. Ainda que fosse dotado de extrema inteligência, queria ampliar ainda mais a sua sabedoria e eu o esperei.
Nesse ínterim, minha irmã e meu irmão casaram. Eu, já me tornando uma mulher, estava muito ansiosa pelo retorno de meu noivo.
Quando meu noivo – Jesus – voltou, já era um mestre. ‘MEU RABI’, assim eu o chamava. Arrumei-me para encontrá-lo. Ele aguardava-me na sala, juntamente com as nossas mães (a minha e a dele). Quando cheguei, deparei-me com um homem tão bonito, de cabelos até a altura do ombro e com barba no rosto. Ele usava o cabelo longo e a barba porque agora ele era um Mestre, um Rabi. Tinha o desejo de agradá-lo ao me olhar, como me agradei ao vê-lo. Naquele instante, tive a certeza que eu o amava há muito tempo porque, antes de Ele voltar, havia um rapaz que morava no vilarejo, que sempre insistia para eu deixar de esperar Jesus e me casar com ele. Porém, eu nunca aceitei a proposta. Estava convicta de que tinha que esperar pelo meu amado. Valeu a pena aguardar…
Então, Jesus e eu nos casamos. Foi uma cerimônia simples e linda, ao lado de um poço. Jesus era só sorriso. Fomos morar em nossa casa construída por Ele. Ela era simples, mas, cheia de amor. Nosso casamento foi tranquilo, nunca brigávamos. Ele trabalhava todas as manhãs com seu pai em sua carpintaria. Era um carpinteiro excelente. Às tardes dedicava-se em cumprir a sua missão. Eu cuidava dos afazeres da casa, adorava agradar o meu marido. Adorava acompanhá-lo em sua missão e poder ouvir o que Ele ensinava. Por ser um homem tão sábio, todos o ouviam atentamente e o respeitavam: meu “Rabi”. A felicidade para mim era Jesus e Ele, também, pensava o mesmo de mim.
Jesus era um ótimo profissional. Fazia móveis como ninguém. Por isso, vivíamos bem. Ele nunca deixava faltar nada, administrava bem as suas finanças. Sua mãe vinha sempre visitar-nos, já estando, naquele tempo, viúva. Ela começava a falar de netos, dizia, estar na hora de termos filhos. Eu sabia que se tivéssemos filhos, não poderia mais acompanhá-lo nas suas pregações. Conseguia ervas de uma mulher, ervas abortivas que faziam com que eu não engravidasse. Arrependo-me disso. Jesus nunca me cobrava um filho, as outras pessoas sim. Por alguns anos consegui não engravidar.
Um dia eu e meu marido voltávamos para casa, quando surgiu um homem que sempre me assediava durante as ausências de Jesus, para estudar. Por inúmeras vezes, este homem incomodava a mim e ao meu marido com comentários desrespeitosos e eu sempre me punha a acalmar o meu marido, evitando que Ele se descontrolasse. Um dia, contudo, Jesus não aguentou tanta provocação e acabou dando uma surra nele. Eu gostei da atitude de meu marido. Acho que isso fez com que aquele homem não esquecesse a surra que levou. Por isso, durante algum tempo não nos incomodou.
Certo dia, Jesus disse-me que a sua missão tinha que ir além do vilarejo. Havia necessidade de propagar em outros lugares, sendo esta a vontade de seu Pai. Para tanto, Ele precisava ir embora e me deixaria, uma vez que iria viver de vila em vila, de lugar em lugar. Depois disso, morreria e cumpriria a sua missão aqui na Terra. Eu chorei tanto naquele dia. Eu estava em seu colo e Ele me consolava, dizia que seus pensamentos sempre estariam em mim e que eu sempre teria o que comer. Nunca me faltaria nada, porque tinha guardado o suficiente para mim e sua mãe vivermos com dignidade e conforto. Isso não era nada para mim, não era o que me importava. Eu queria estar sempre ao lado Dele, queria ir junto, mas, não podia: primeiro porque eu era uma mulher e Ele viveria peregrinamente, não sendo uma vida apropriada para uma mulher, ainda mais que as peregrinações lhe privariam de várias coisas e certamente gerariam inúmeras dificuldades; segundo, não queria que eu passasse por essa situação de desconforto, ainda mais agora que eu estava grávida Dele, de nosso primeiro filho. Portanto, não me restou nada a não ser aceitar a condição de viver sem Ele.
Ele foi numa manhã. Fechou o seu estabelecimento, onde fabricava lindos móveis, por ser extraordinário carpinteiro. Eu procurei encher sua bolsa com muitas frutas, alimentos, pão. Sempre me preocupei com sua alimentação, para que fosse forte e nutrido. A despedida foi muito difícil. Eu não conseguia aceitar, mas, sabia que Ele estava cumprindo as ordens de seu Pai e, cada vez, mais eu o admirava. Eu estava grávida. Isso mantinha minhas esperanças de que um dia voltaria para o nosso lar.
Eu sempre ia fazer compras para casa e as pessoas começavam a comentar que eu tinha sido largada pelo marido. Isso me machucava muito, mas, eu mantinha-me firme. Aquele homem que sempre atormentou a mim e Jesus começou a aproximar-se de mim, porém, eu não queria conversa com ele. De tanto insistir, ofereceu-se para levar apenas as minhas sacolas, dizendo que seria somente meu amigo e que eu não precisava ter medo. Eu pensei: ‘que bom que ele entendeu que só poderia haver amizade entre mim e ele, porque quem eu amava era Jesus’ e, além disso, eu era casada e não uma viúva. Jesus nunca me largou. Só foi cumprir o prometido, que lhe custaria a sua vida, e Ele não queria que eu estivesse junto para ver esse sofrimento.
Um dia o tal homem me pediu um copo de água em frente à minha casa, na porta. Eu, como já o considerava uma pessoa amiga, disse que poderia entrar. Eu não iria deixá-lo esperando na porta, seria tão deselegante de minha parte para com quem havia se mostrado uma pessoa respeitosa e bondosa. Foi um grave equívoco. Repentinamente, ele sacou um punhal de sua bolsa e colocou no meu pescoço e disse para eu ser obediente se não ele me mataria. Ele me estuprou. Chorei. Pensei que deveria ter deixado matar-me, sem jamais tocar em mim, mas, eu tinha o bebê de Jesus em meu ventre.
Após aquela violência, eu tive hemorragia e perdi meu bebê. Entrei em desespero. Depois, aquele monstro inventou para o vilarejo que eu o tinha seduzido. Ele temia que eu relatasse o verdadeiro acontecimento porque, se eu o fizesse, ele seria punido devido às leis de Moisés. Ele foi esperto e me caluniou primeiro, contando a sua versão e todos acreditaram nele. Não quiseram saber a verdade dos fatos. Como eu era uma mulher, não me quiseram ouvir. Ameaçaram-me com o apedrejamento. Antes, contudo, iriam levar-me ao meu marido Jesus para que Ele me julgasse.
Eu fugi e fui procurar Jesus. Eu precisava Dele, sentia-me só e desprotegida. Após longa caminhada, encontrei-o. Estava em outro vilarejo. Achei estranho: Ele estava na companhia de alguns homens e eles pareciam muito amigos. Nesse meio tempo, uma pessoa da vila em que eu morava me reconheceu e me levou até Jesus para eu ser julgada pelo meu suposto pecado. Pensei: vou morrer apedrejada. Ninguém naquela época acreditava nas palavras de uma mulher. Para piorar, seriam palavras de uma mulher contra as de um homem. Só de pensar que Jesus pudesse desconfiar do meu amor e de minha fidelidade por Ele, já foi a morte para mim.
Jesus me olhou, ficou triste. Eu vi o sofrimento em seu olhar. Ele manteve-se firme e disse: Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra. Neste momento, todos os que lá estavam – um a um – foram embora. Eu sofri tanto com isso. Jesus disse para eu ir e não pecar mais. Eu decidi: não iria mais embora, sabia que Ele me amava tal como eu o amava. Assim, fui onde eles estavam (Jesus e seus discípulos) e ungi a Ele com óleo perfumado, como eu sempre fazia Nele, em agradecimento de seu amor e em nossa intimidade. Os discípulos não gostaram do que eu fiz, porque isso era um insulto. Não sabiam que Jesus e eu éramos casados. Podiam desconfiar pelo julgamento que Jesus tivera que realizar, decidindo o meu destino. Estavam furiosos comigo, já que entendiam que eu era uma adúltera. Ninguém quis ouvir-me, nem mesmo Jesus. Eu fiquei intensamente magoada. Ele poderia ter ouvido minhas explicações.
Eu sempre ia onde meu marido estava. Via-me e reagia com indiferença. Isso partia o meu coração e, em minha alma, sentia-me triste, sozinha, abandonada. Pela primeira vez esse sentimento começou a tomar conta de mim. Sentia-me humilhada porque ninguém queria ouvir-me. Por esse motivo, decidi ir para a casa de meu irmão Lazaro. Sei que me receberia de braços abertos. Ele ficara viúvo e minha irmã estava cuidando dele, porque estava adoecido. Recebeu-me, mas não de braços abertos. Disse que eu poderia morar com ele, sem, contudo, dirigir-me a ele por me julgar uma adúltera. Não quis ouvir a verdadeira versão dos fatos. Acreditou nos boatos. Acho que isso contribuiu para adoecer mais rapidamente, por sua tristeza. Eu tentava explicar, mas, era tudo em vão. Cada vez mais doente, minha irmã cuidava para que ele tivesse uma morte digna. Minha esperança era Jesus. Eu ficara sabendo de seus milagres e pensava: quem sabe Ele cuidaria de Lázaro, também! Ele amava-o como um irmão. Mandei-lhe um recado para que viesse urgente ver Lázaro. Antes disso, meu irmão faleceu. Previamente, porém, o meu irmão pediu-me perdão por não ter acreditado em mim. Foi o dia mais triste de nossas vidas, minha e de Marta. Ele sofreu para morrer. A casa estava cheia de pessoas. Todos gostavam muito de Lázaro. Em vida ele tinha sido uma pessoa muito bondosa para com todos. Quando sua amada esposa morreu, ele adoeceu de tristeza.
Passados quatro dias do falecimento de Lázaro, eu estava na sala, tinha bastante gente. Marta entrou e falou ao meu ouvido que Jesus tinha chegado e pediu para chamar-me. Fui ao seu encontro. Quando me viu, Jesus veio ao meu encontro. Tão magoada, neguei-lhe meu abraço. Ele queria muito abraçar-me. Sentou-se embaixo de uma árvore e chorou. Doeu-me vê-lo daquele jeito. A minha vontade era ir correndo para os braços Dele, mas, eu estava magoada, porque tantas vezes tentei explicar e Ele não quis me ouvir. Eu lhe disse que se tivesse vindo antes, Lázaro estaria vivo. Eu tinha e tenho fé em meu marido Jesus. Para a minha surpresa, Jesus pediu para que removessem a pedra do sepulcro em que estava o corpo de Lázaro e o ressuscitou. Sim, para minha alegria, Lázaro vivia novamente graças a Jesus.
Lázaro mandou preparar um banquete para Jesus e seus amigos que o acompanhavam, aqueles homens que Jesus ensinava para que um dia continuassem sua missão. Seguiu-se o banquete. Todos estavam muito felizes. Eu peguei meu óleo mais perfumado e fui lavar os pés de Jesus, o meu marido. O que teria de mal em lavar os pés Dele já que éramos marido e mulher? Ele merecia muito mais do que isso: todo o meu amor e devoção.
Marta ficou furiosa comigo, alias todos que ali estavam ficaram furiosos comigo. Xingaram-me, pois, o cheiro exalou todo no ar. Comecei a chorar. As lágrimas caíram nos pés de Jesus na hora. Eu não tinha nenhum pano para enxugar as lágrimas. Então, limpei os pés dele com os meus cabelos que eram muito compridos e continuei lavando seus pés com o óleo. Beijei seus pés. Tudo ali havia sido esquecido. Não me importava se Ele algum dia iria querer minha explicação, se voltaria a conversar comigo ou se iria querer-me de volta.
Para o meu espanto, Jesus adorou o que eu fiz. Conversamos e eu expliquei todo o ocorrido e Ele acreditou em mim. Enfim, éramos novamente Jesus e Maria Madalena. Todos me chamavam de Madalena. Jesus, às vezes, chamava-me de Maria, às vezes de Madalena e às vezes de minha Mariam. Eu chamava-o de meu Rabi.
Jesus reuniu todos os Apóstolos e contou que eu era a sua esposa, mulher e companheira antes de sua missão e continuava sendo sua esposa e para sempre o seria. Alguns não gostaram de eu fazer parte das jornadas de Jesus. De outros me tornei amiga, como João, sempre amável e doce. Chamávamo-nos de irmãos, tornamo-nos amigos para sempre. Eu adorava ver meu marido pregar sua palavra. Era tão carismático que encantava a todos. Multidões o escutavam. Eu ficava admirada com isso tudo. Jesus não queria que eu participasse de algumas jornadas, embora eu adorasse participar. Ficava num canto, bem quietinha e escutando: a última palavra era sempre de meu marido. Eu ficava, por vezes, com Maria, sua mãe, a qual eu, também, a chamava de mãe. Aliás, todos a chamavam de mãe, porque ela era como uma mãe para todos nós, sempre nos apoiando em tudo. Minha sogra era como uma mãe para mim.
Multidões eram atraídas por Jesus. Todos o chamavam de Mestre e eu ficava tão orgulhosa Dele. Houve uma noite em que Jesus reuniu todos os apóstolos (somente os homens). Mais tarde fiquei sabendo, através de João, que Jesus tinha sido preso. Entrei em desespero. Meu marido era um homem bom, por quê? Sempre me perguntava por quê? Foram os dias mais difíceis de minha vida, ainda mais agora que eu e Jesus íamos ter um bebê, por quê?
Eles queriam que Jesus renunciasse ao Pai Dele e que não dissesse que era o filho de Deus e rei no reino de seu Pai, Deus. Pedi para Ele dizer o que eles queriam ouvir, afinal, eu queria meu marido vivo. Jesus estava irredutível, jamais renunciaria ao seu Pai. Eu chorei tanto. Jesus pediu para os Apóstolos e Maria para que cuidassem de mim, porque os romanos não podiam descobrir que eu era sua esposa e que eu esperava um filho seu, porque me matariam ainda grávida. Jesus foi condenado e, automaticamente, também, a esposa e filho.
Chorei tanto quando soube que sua morte seria numa cruz, porque crucificação era punição para assassinos, marginais. Jesus não merecia isso. Foram os dias mais tristes de minha vida. Depois disso, dificilmente, eu voltaria a sorrir.
Jesus carregou aquela cruz sem reclamar, sem gemer de dor e cansaço, um verdadeiro herói. Aguentou firme, passou sede. Aqueles espinhos que colocaram em sua cabeça estavam doendo muito. Ele não se queixava, mas, eu percebia no seu semblante, tanto que escorria sangue em seu rosto. Eu peguei o meu manto (véu) e sequei seu rosto para que pudesse enxergar melhor. Foi quando um romano perguntou meu nome. Lembrei que eu não podia dizer meu nome, senão saberiam quem eu era. Jesus olhava-me apreensivo. Então eu disse:
–Verônica! (Foi o nome que me veio à cabeça na hora).
Jesus me olhou satisfeito por eu não ter revelado meu nome verdadeiro. Assim, salvei minha vida e de nosso filho.
Quando chegamos ao local onde Jesus seria crucificado, Maria e João pediram para eu ficar um pouco mais distante de Jesus, senão os guardas poderiam desconfiar de quem eu era de fato. Obedeci com tanta dor, por serem os últimos minutos de vida de meu marido e os últimos momentos ao lado Dele. Quando começaram a pregá-lo na cruz, foi a única vez em que Ele gritou de dor. Eu chorei, fiquei aos prantos, perdi as forças. Doeu vê-lo daquele jeito. Eu implorei para que eles parassem, mas, eles não me ouviram. Quando Jesus deu seu último suspiro eu sabia que eu nunca mais voltaria a sorrir, porque Ele levou um pedaço de mim consigo. Eu fiquei incompleta. Esperei todos irem embora, Maria e João e todos que ali estavam.
Quando não restava mais ninguém, eu fiquei embaixo da cruz, chorando, lembrando de nós dois juntos, de nosso casamento, de como éramos felizes, nosso amor. Permaneci lá abraçada na cruz e passei o dia todo e a noite toda. Pela manhã, vieram retirar o seu corpo da cruz para levá-lo ao sepulcro. Eu decidi comprar o melhor óleo perfumado para ungir o corpo de meu marido. Isso era um costume: as viúvas ungirem seus maridos após sua morte. Pensei: o dever me chama, vou ficar novamente com meu marido. Vou ungir seu corpo e deixá-lo perfumado.
Mais animada, fui comprar o óleo. Não tinha dormido, mas, não havia cansaço, nem sono. Encontrei Maria que estava à minha procura. Contei a ela que passei o dia e a noite toda abraçada na cruz de Jesus, em baixo de seu corpo. Ela ajudou-me a escolher o óleo. Eu estava ansiosa para ungir meu marido. Eu só tinha que esperar amanhecer.
Finalmente amanheceu. Peguei o óleo e fui correndo para o meu marido. Fui ao sepulcro onde estava sepultado seu corpo. Lá chegando, assustei-me com o que vi: o sepulcro aberto, a pedra enorme que fechava a gruta estava do outro lado. Corri para dentro. No local onde colocaram o corpo de Jesus só havia o pano de linho branco que o envolveram, o qual estava com sangue, e lá havia dois anjos que me olhavam sem dizer nada. Eu, também, permaneci em silêncio. Fiquei com medo. Resolvi sair dali e, chegando à entrada do sepulcro, apareceu outro anjo, este mais iluminado e belo. Olhou-me com doçura e disse:
– Ele ressuscitou, vá e diga a todos.
Eu perguntei:
– Qual é o seu nome?
Ele disse:
– Sou Rafael.
Corri para contar a Maria que acreditou em mim, juntamente com outras mulheres que estavam com ela. Depois, fomos contar aos apóstolos que Jesus havia ressuscitado. Ninguém acreditou em mim e nelas. Acabei não contando sobre os anjos, nem que um deles se chamava Rafael e que falou comigo, pois, pensei, eles achariam que eu havia ficado doida. Acabei pensando que eu não estivesse muito bem da cabeça e, por isso, estaria tendo alucinações. Então, voltei para o sepulcro. Chegando lá, só avistei o linho com sangue Dele. Debrucei-me numa pedra e chorei, pensando sobre o porquê levaram o corpo de meu marido.
Foi quando Jesus me falou:
– Maria, por que você chora?
Eu disse:
– Porque o corpo de meu Rabi sumiu e eu queria ungi-lo.
De início, eu não reconheci sua voz, só depois. Estava iluminado, grandioso e acompanhado do anjo Rafael. Fiquei tão feliz. Meu marido vivia, mostrou para nós que há vida após a morte. Eu quis tocá-lo, mas, Ele disse que não era possível.
Depois disso Ele apareceu para os apóstolos e para outras pessoas.
Passaram alguns dias e algumas pessoas começaram a comentar que Jesus havia aparecido para eles. Eu comecei a ficar triste, sentida, afinal, eu era a esposa e tinha um filho dele no ventre e para mim ele não aparecia mais. João me buscou para ir ao monte aonde Jesus iria ascencionar. Assistimos à sua ascensão. Foi tão mágico. Jesus era, realmente, o rei, o filho amado de Deus. Quando o vi envolto de tanta luz, fiquei tão feliz. João e eu saímos dali cheios de esperança e fé e destinados a espalhar os seus ensinamentos.
João tornou-se meu irmão e eu a sua irmã e Maria a nossa mãe. Um cuidava do outro, junto com os apóstolos, pois, éramos perseguidos e corríamos risco de morte. Minha barriga cresceu, um pedacinho de Jesus vivia em mim.
Quando eu estava no sétimo mês, pensei: por que Jesus nunca mais apareceu para mim, será que me esqueceu? Eu comecei a chorar quando ouvi sua voz dizendo:
– Maria eu estou sempre te observando e te protegendo. Cuide de nosso filho. Eu amo você.
Eu sorri, coloquei a mão na minha barriga, fiquei tão feliz. Jesus amava-me, não tinha esquecido de mim e nem de nosso bebê.
Chegou o dia em que meu bebê nasceria. Tive contrações. Maria e uma parteira iriam ajudar o bebê a nascer. O que parecia fácil, foi tão difícil. O bebê não conseguia nascer. Cada vez mais eu estava perdendo as forças. Maria e a parteira conversavam baixinho. Eu não conseguia ouvi-las. Imaginava que estavam falando de mim. Estavam com o semblante de preocupação. Então, elas afastaram-se de mim para poderem conversar. Enquanto isso eu descansava. Uma luz forte surgiu pela porta e eu vi Jesus. Não sei como, consegui dar à luz ao nosso filho, fiquei tão feliz. Jesus sentou do nosso lado e, triste, ficou olhando para nós. Depois, foi embora. Com isso chegaram Maria e a parteira, espantadas, por me verem com meu filho no colo. Maria perguntou como tinha nascido o bebê. Eu disse que Jesus tinha feito o meu parto e elas ficaram surpresas.
O bebê era tão parecido com o pai. Todas as tardes Maria cuidava de meu filho para eu poder pregar o evangelho e disseminar a palavra de Jesus. Eu fazia isso para mantê-lo ‘vivo’ através de suas palavras.
Muitas vezes João vinha visitar-nos, a mim e meu filho. Ele estava escrevendo e muitas vezes eu ajudava a escrever e lembrar-se de frases ditas por Jesus. Foi quando João escreveria que eu era esposa de Jesus. Eu não o deixei fazê-lo. Queria que todos achassem que Jesus nunca se casara. João disse que eu não deveria ocultar algo tão importante da vida de Jesus. Entretanto, como esposa Dele, decidi que seria assim e pedi que avisasse a todos os apóstolos para que não mencionassem nas escrituras que Jesus foi casado, para que Ele tivesse a imagem até hoje imaculada de grandioso e santo. Não que Ele não seja tudo isso, mesmo sendo um homem normal como todos os outros.
João conseguiu avisar alguns, outros acabaram não sendo avisados. Algumas passagens, modificamos. Eu adorava palestrar os ensinamentos do mestre Jesus. As pessoas ficavam encantadas com as palavras ditas por Ele. Fazíamos isso às escondidas: havia romanos sempre nos perseguindo e caçando. Depois de longas palestras eu voltava para casa feliz porque encontraria meu bebê que passava todas as tardes em companhia da sua avó Maria e que o amava tanto quanto eu.
Numa tarde, ao chegar em casa, encontrei o meu filho, que já começara a dar os primeiros passos, morto nos braços da avó, a qual, ao lado do berço, chorava muito e do outro lado um homem (era um curador, um médico da época). Quando me viram, disseram que ele teve uma febre alta que não cedeu, o que o levou à morte. Ele era tudo que tinha restado do meu marido Jesus. Aconcheguei-o em meu colo. Estava com o corpinho mole, sem vida. Perguntei-me por quê? Por que meu bebê se foi, também?
Depois desse dia, eu nunca mais fui feliz. Maria, sempre do meu lado, dando-me forças. Ela, também, conhecera a dor de perder um filho e ajudou-me muito a superar essa dor. O pano que tinha coberto o corpo de Jesus, de linho branco e o manto com que enxuguei o rosto dele, eu os guardava comigo. Nunca tinha lavado, mesmo com as manchas de seu sangue. Agora, também, guardava as roupinhas de meu bebê. A minha vida estava resumida às lembranças, ao tempo em que continuava pregando os ensinamentos de Jesus. Maria tinha morrido e eu ficara sabendo que alguns apóstolos eram perseguidos e mortos com muita crueldade pelos romanos. De João não tive mais notícias. Isso foi deixando-me cada vez mais triste, levando-me a decidir morar em uma caverna, em uma gruta, somente orando, rezando, até que chegasse a minha ora de morrer.
Quando chegou minha hora de partir, fui para fora da gruta respirar ar puro e dei meus últimos suspiros: uma morte tranquila. Um anjo veio buscar-me e levou-me. Disse-me que naquele lugar iriam fundar uma igreja em meu nome. Fiquei feliz e admirada por isso. Será que eu merecia tal homenagem? Depois disso ele levou-me até o céu: existe um portal entre a Terra e o mundo de Deus. Quando nós chegamos ao céu, Jesus estava à minha espera. Sorrindo, abraçou-me. Enfim, estávamos juntos novamente. Jesus e eu somos casados no céu, na Terra e no universo todo. Sou sua chama gêmea, complemento divino.
Não importa como Jesus foi. O que importa é o que ele ensinou. Ele é um exemplo a ser seguido: isso é que deve ser observado por todos. Foi um pedido Dele para que eu escrevesse isso.”
Em meu site e nos livros: “Evangelhos Apócrifos e o Jesus real” e “Amor & Conhecimento” entre outros, apresento mais informações sobre a especial ligação de Jesus com Maria Madalena, com base em revelações extraídas de evangelhos apócrifos e de dois de meus encontros astrais com Jesus, num dos quais, Ele se apresentou com Maria Madalena, pois, como me foi revelado, ambos vivem juntos em elevada dimensão do plano astral.
Luz, amor e conhecimento.
Moacir Sader
Mestre de Reiki Usui, Karuna e da Chama Violeta
Nos dias antigos, muitos de vocês estiveram na Sagrada Ordem de Magdalena. Não era um sobrenome. Era um título. Era um coroamento. Era uma sabedoria. Foi considerada sagrada na comunidade Essênia onde Cristo andou entre os homens.
No meu tempo de vida eu suportei muito ódio que foi lançado sobre mim, por causa da minha posição e formação. Eu suportei flechas de veneno que vieram dos olhos dos outros. Eu suportei palavras iradas. Eu permaneci no alto de minha Luz e dos ensinamentos sagrados da minha ordem. Eu não tropecei no meu caminho, mas mantive um coração forte de amor para todos que me desejaram mal.
Eu não implorei por misericórdia, porque eu sabia que estava em uma luz tão grande e tão bonita que nada poderia fazer o meu mundo tombar, pois eu era uma vidente e já sabia dos acontecimentos vindouros. Eu vi minha luz tão sólida, e não como um fio vermelho que sopra nos ventos da mudança. O manto de luz e segredo que eu usava estava acima de dobrar-se ou quebrar, já que era o próprio tecido da minha alma.
A cada dia em que você desperta para a graça de um deus solidifica a luz que você é. Torne-se o pilar de luz que você é e penetre a Terra e o Céu com uma coluna de luz. Em seguida, ancore e sele-o com todas as orações. É esta majestosa luz que você deve solidificar diariamente com suas palavras e intenções.
A vida muitas vezes arranca e o deixa nu de sua divindade. Ela bica seu corpo como abutres que não podem esperar pela morte. Você permite que a vida o apague. Quando você permite que a vida sugue você, e roube a sua paz, você faz de tudo o que é sagrado uma injustiça. Tudo na vida depende de você manter o reino da vida e da luz como sagrado e santo.
Mulheres da Luz andam para adiante como um Cortejo Sagrado, mostrando que não pode ser dissolvida ou obstruída. Mulheres da Terra – não importa de que cor, credo, tamanho ou idade – se levantam e estabelecem a sua luz. Não se curve, e chore e reze. Porque o que você procura na vida está dentro de você, não nos arredores de alguém.
Visualize a luz como solidificada, a paz como solidificada, o amor como solidificado! Veja a tecelagem que os tecelões de luz criam. Veja-o como o próprio tecido de tudo o que foi uma vez sagrado e foi esquecido. Você esqueceu que você é o núcleo do céu na terra. Você esqueceu de solidificar o amor que você é, a beleza que você é, a paz que você é. Você deixou tudo entrar em seu ventre, porque você pensou que estava aqui para mudá-lo, para curá-lo, alterá-lo. A montanha se curva ao mar para beber? Não, ela cria belas cachoeiras para bebê-lo. Tudo o que você procura vive dentro de seu reino da possibilidades. Eu sou Maria Madalena. Sua conexão nunca terminou e nem poderia. Você nunca foi separado do que é e do que está destinado a fazer e ser.
Acredite nisto, e é assim.
Fonte: Site Cura e Ascensão
Conta-se que Maria Madalena também operava milagres. Após ela ter visto Jesus ressuscitado, correu para contar aos outros discípulos. No caminho, encontrou-se com Pôncio Pilatos e falou-lhe sobre a maravilhosa novidade, quando de pronto ele disse “Prove-o”
Naquele mesmo instante, passou ao seu lado uma mulher que carregava uma cesta de ovos, ela tomou um em suas mãos. Quando ergueu diante de Pilatos, o ovo adquiriu uma cor vermelha. Como testemunho desse efeito lendário, na Catedral em Jerusalém que porta seu nome, há uma estátua de Maria Madalena segurando um ovo colorido. Até os dias de hoje os ovos coloridos são utilizados como um elemento simbólico no dia consagrado à Páscoa.
Com base em todas as informações colhidas, começa-se então a suspeitar que o próprio cálice, o sangue real que nele continha, se referia na realidade ao sangue real da dinastia Merovíngia, um sangue que era considerado sagrado e possuidor de propriedades mágicas e miraculosas. Talvez isso explique porque os Templários, criados pelo Monastério do Sinai para serem guardiões da linhagem Merovíngia foram declarados também guardiões do cálice e da família do cálice.
Os romances ligados ao cálice e aos Merovíngios se ligam de forma bastante explícita às origens da Cristandade, a Jesus, a José de Arimatéia e a Madalena. Nos romances também, os heróis são sempre herdeiros da casa de Davi, sendo identificados como o próprio Jesus. Por outro lado, sabemos que o povo semita escreveu o velho testamento obedecendo rigorosamente às linhagens, a partir de Adão. Teria esse povo esquecido de dar continuidade à genealogia de Abraão, Isaac, Jacó, Salomão e, quando chega a Jesus, eles simplesmente se omitiram? Mesmo nos dias de hoje, teriam se esquecido disso?
O próprio Jesus anuncia seu advento no final dos tempos e ele obedecia às escrituras e sempre as mencionava. Vejamos o que nos diz Michael Baient, Richard Leigh e Henry Lincoln em seu livro “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”.
“Talvez Madalena – aquela mulher evasiva dos Evangelhos – fosse na realidade a esposa de Jesus, Talvez sua união tenha produzido prole. Após a crucificação, talvez Madalena, com pelo menos um filho, tenha sido levada para a Gália, onde comunidades Judias já existiam e onde, portanto, ela poderia encontrar refúgio. Talvez houvesse, em suma, uma linhagem sanguínea que descendesse diretamente de Jesus, Talvez essa linhagem, este supremo “sang real”, tenha sido perpetuado, intacto e incógnito, por algumas centenas de anos – o que não é, na realidade, um tempo muito longo para uma linhagem importante. Talvez tenham havido casamentos dinásticos não só com outras famílias judias, mas também com romanos e visigodos. E talvez, no século V, a linhagem de Jesus tenha se aliado à linhagem real dos francos, engendrando assim a dinastia Merovíngia”.
“Se essa hipótese de trabalho fosse em algum sentido verdadeira, ela serviria para explicar grande número de elementos em nossa investigação. Explicaria a extraordinária posição de Madalena e a importância do culto a ela dedicado durante as Cruzadas. Explicaria a condição sagrada atribuída aos Merovíngios. Explicaria o nascimento legendário de Merovée, filho de dois pais, sendo um deles uma criatura marinha simbólica que, como Jesus, podia ser comparado ao peixe místico. Explicaria o pacto entre a Igreja Romana e a linhagem sanguínea de Clóvis (um pacto com os descendentes de Jesus não seria um pacto óbvio para uma Igreja fundada em seu nome?). Explicaria a ênfase aparentemente incomensurável dada ao assassinato de Dagobert II, pois a Igreja, tomando partido nessa morte, teria sido culpada não somente de um assassinato real mas, segundo sua própria doutrina, de uma forma de assassinato de Deus. Explicaria a tentativa de erradicar Dagobert II da história. Explicaria a obsessão dos Carolíngios em legitimarem-se, como chefes do Sacro Império Romano, ao clamarem por uma genealogia Merovíngia”.
Não compreendemos como historiador de renome em um trabalho de peso usa e abusa da palavra “talvez”, para em seguida explicar a realidade dos acontecimentos? Tal fato nos faz acreditar que assim procedendo estaria a cavaleiro de possíveis reprimendas dos representantes da Igreja e dos fiéis que não admitem e não reconhecem o desenvolvimento da história sob essa ótica.
Em “O Legado de Madalena” Laurence Gardner informa: “Segundo o testamento de São Cesário de Arles (470-542 d.C.), o Colegiado da Igreja de Santa Marta foi chamado originalmente de “Sancta Mariae de Ratis” (Santa Maria do Barco) e, até hoje, às vésperas da igreja incluem as palavras “Veni, Sponsa Christi, accipe coronam, quam tibi Dominus proeparavit in aeternum” (Venha noiva de Cristo, receba a coroa que o Senhor preparou para ti para sempre). Com referência a Marta, é adicionada esse capítulo.”
“Essa é uma das sábias virgens de quem o Senhor cuidou, pois, quando ela tomou sua lamparina, levou óleo com ela… E à meia-noite houve um grito: Vejam, o Noivo chegou, vá encontrar-se com ele. E quando o Senhor chegou, ela foi com ele para o casamento.”
“Com a nobre distinção de “Maria”, a designação de “Marta” também era referente a um título. Marta significava “Senhora” e a diferença entre Martas e Marias era que às Martas era permitido terem propriedades, enquanto às Marias não. Por conseguinte, a casa de Betânia em Lucas 10:38 é citada especificamente como sendo a casa de Marta. Marta não era uma irmã de Maria Madalena, ela era a irmã do sacerdote Simão-Lázaro. Maria Madalena era irmã de devoção, levando o título de almah (donzela).”
O escritor e historiador Laurence Gardner em seu livro intitulado “A Linhagem do Santo Graal – A verdadeira história do casamento de Maria Madalena e Jesus Cristo” escreve:
“Conforme detalhado na literatura medieval, o Graal era identificado com uma família e uma dinastia. Era a Videira Desposyni de Judá, perpetuada no Ocidente pelo Sangue de Jesus. Essa linhagem incluía os reis pescadores e Lancelot del Acqs. Descendia até os reis Merovíngios dos francos e os reis Stewart dos escoceses, incorporando reputadas figuras como Guilherme de Gellone e Gofredo de Bouillon”.
“Descendente do irmão de Jesus, Tiago/José de Arimatéia, a família do Graal fundou a Casa de Camulod (Colchester) e a Casa Nobre de Gales. Notáveis nessas linhagens foram o rei Lúcio, Coel Hen, a imperatriz Helena, Ceredig Gwledig e o rei Artur. O legado divino do Sangréal foi perpetuado nas casas soberanas mais nobres da Grã Bretanha e Europa, ainda existentes hoje”.
O maior destaque recentemente para esta teoria de Sangue Real foi apresentado em um livro chamado: “Sangue de Holy – Grail”. Neste livro é reivindicado que Cristo foi casado com Maria Madalena, teve filhos e que não morreu na cruz. Os autores apresentam muitas evidências históricas para apoiar-lhe estas reivindicações e tentam mostrar como várias Sociedades têm secretamente guardados o segredo desta linha de sangue. Os livros mais recentes associam caráter histórico e lugares com esses achados em textos Medievais do Graal e demonstram como a linha de sangue de Cristo foi envolvida em negócios mundiais.
Fala-se do “Monastério do de Sion (ou Sinai)”, que seria uma seita secreta que continua buscando manter essa linhagem de descendentes de Jesus. E que os Templários tiveram origem dessa seita, inclusive, chegaram a possuir o Santo Graal, segundo hipóteses, além de outros tesouros. Sendo esse o motivo que fez o rei da França, Felipe “o Belo”, acabar com a Ordem, pois almejava gananciosamente todos os tesouros adquiridos pelos Cavaleiros Templários. Após a dissolução da Ordem Templária, teria havido muitas ramificações, as quais existem hoje em dia e têm ligação com as antigas tradições das Ordens Templárias. A Maçonaria seria uma dessas ordens, assim como a Rosa Cruz (AMORC).
Continuemos a ler essa palpitante história que vem desafiando a imaginação de um número bastante grande de escritores e historiadores.
Fonte: Linhagem Sagrada
Papiro do século 4 faz referência a ‘esposa de Jesus’
Pedaço de papiro do século 4, que seria fragmento de um evangelho apócrifo, traz, pela primeira vez, um trecho que faz referência direta a “esposa de Jesus”. Segundo historiadora de Harvard, o texto, no entanto, não prova nada
Papiro traz o seguinte trecho, em copta: “Jesus disse a eles: ‘Minha mulher…'” ( Karen L. King)
Um pedaço de papiro de apenas quatro por oito centímetros pode reacender o debate — e as teorias da conspiração — sobre a vida de Jesus Cristo e, em especial, sobre a possibilidade de ele ter sido casado. Uma historiadora especializada nos primeiros anos do cristianismo recebeu um papiro, que seria fragmento de um evangelho apócrifo, com uma frase nunca antes vista em nenhuma documento antigo: “Jesus disse a eles, ‘Minha esposa (…)’.” Embora outros evangelhos apócrifos façam referência a um Jesus que teria se relacionado, em especial, com Maria Madalena, nunca nenhum deles trouxe a palavra ‘esposa’.
Opinião do especialista
André ChevitareseProfessor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e autor do livro Judaísmo, Cristianismo, Helenismo. Ensaio sobre Interações Culturais no Mediterrâneo Antigo.
“Quando estudamos um texto em copta, estamos discutindo a literatura cristã do final do século 3. Entre o advento de Jesus, que teria acontecido no ano 30, e a redação desse texto nós temos cerca de 350 anos. Como essa citação não está presente em nenhum texto anterior, e nem no Evangelho de João em grego, que deve ter servido de base para o copta, a única conclusão possível é que a comunidade que escreveu o texto acreditava em um Jesus casado.
“Não existe um único cristianismo, mas vários. As experiências religiosas cristãs são muito diversas. O fato de um texto dizer que Jesus foi casado não pode ser encarado como uma revelação teológica, e nem como uma representação de como pensavam todos os cristãos da época. O fragmento diz mais sobre a comunidade que o produziu do que sobre o verdadeiro Jesus histórico. Como acontece com todos os evangelhos, aliás. Eles dizem mais sobre as primeiras experiências cristãs do que sobre o Jesus que existiu.
“A professora Karen King é uma cientista da religião, muito respeitada na área. Mas ela é uma pesquisadora do tempo presente, cujas interpretações também falam do nosso tempo. Suas pesquisas destacam a presença e importância das mulheres no início do cristianismo, gozando de primazias no interior das igrejas antigas. Essas reivindicações antigas são transplantadas para os dias de hoje, quando as mulheres são excluídas da igreja. São as feministas que retomam essa experiência antiga, para usá-las em apoio às suas posições.
“Usar esse fragmento para dizer que Jesus era casado é sensacionalismo. Seria fazer algo parecido com o que Dan Brown fez em O Código Da Vinci, onde usou trechos do Evangelho de Felipe em copta para dizer que Jesus beijou Maria Madalena. De novo, esse evangelho diz mais sobre as vivências dessa comunidade do que sobre o Jesus real.
“O relato mais antigo a colocar as mulheres na centralidade do apostolado é o Evangelho de João em grego, mais antigo que o copta, e base do usado até hoje pelos católicos. Nele, Maria Madalena é colocada em pé de igualdade com os apóstolos. Ela é única pessoa a ver Jesus ressuscitado, que a incumbe de anunciar sua ressurreição. Esse evangelho abre brechas para discutir questões de gênero dentro do cristianismo. Ele foi escrito pela comunidade joanina, situada provavelmente no mediterrâneo oriental. E mostra que, dentro dessa comunidade, as mulheres poderiam gozar de primazia.
“As religiões baseiam suas práticas pensando em que modelos Jesus deixou para seus sucessores. Sugerir que essa figura central era casada poderia mudar todo o modelo de vida dos religiosos. Obviamente, passaríamos a ter sacerdotes casados. Com a ideia de um núcleo familiar cercando Jesus, o modelo do padre ermitão estaria implodida. Isso também traria mais poder para as mulheres dentro da comunidade cristã. Elas poderiam ser apóstolas, e ministrar cultos.
“Com o encontro das diferentes culturas cristãs, elas foram se unificando. Por fim, o encontro do cristianismo ortodoxo com o império romano fez com que os homens se tornassem o centro da religião e essa visão se tornasse dominante.”
O papiro é escrito em copta, um antigo idioma egípcio que usa caracteres gregos. A peça, trazida a público por Karen King, historiadora eclesiástica da Universidade Harvard, em um encontro de especialistas em copta em Roma, nesta terça-feira, teria sido escrita no século IV, mas provavelmente é uma cópia de um texto anterior feito por volta de 150 d.C.
Não é prova — Karen já se antecipou à principal discussão que seu estudo provocará: em um texto publicado no site de Harvard, ela afirma que a referência não constitui prova de que Jesus Cristo tinha uma esposa. No entanto, se de fato datar do século 2 d.C., o fragmento indica que o debate sobre se aquele que é considerado filho direto de Deus pela cristandade era ou não celibatário era uma realidade 150 anos após a sua morte.
No artigo publicado no site de Harvard, Karen King batizou o achado de The Gospel of Jesus’s Wife (O Evangelho da Mulher de Jesus, em tradução livre). O texto apócrifo, composto por oito linhas, está totalmente fragmentado, o que dificulta qualquer tentativa de interpretação, segundo a própria historiadora. Mas ela é enfática ao comentar a quarta – e mais importante – linha, na qual se lê claramente: “Jesus disse a eles: ‘Minha mulher’.”
“Essas palavras não podem significar nada diferente”, disse Karen King ao jornal The New York Times. A quinta linha prossegue: “Ela estará preparada para ser minha discípula”, mas é incerto se Jesus estaria se referindo àquela que seria sua esposa ou a outra mulher. A historiadora tampouco acredita na tese de que a esposa em questão fosse Maria Madalena. Em entrevista publicada na Harvard Magazine , ela disse que nos textos antigos as mulheres eram sempre definidas pelo seu vínculo com homens (como na fórmula “Maria, esposa de José”). Jesus e Maria Madalena não são mencionados dessa forma em nenhum documento conhecido. “Toda a informação mais antiga e confiável sobre o Jesus histórico se cala a esse respeito”, diz a pesquisadora.
Celibatário — A Igreja Católica sustenta que Jesus Cristo era celibatário. Os quatro evangelhos que narram a vida de Jesus (Mateus, Marcos, Lucas e João) não fazem referência a qualquer companheira. Nos últimos anos, essa tese foi contestada em filmes e livros, a exemplo de A Última Tentação de Cristo, dirigido por Martin Scorsese, o que atraiu duras críticas da Igreja, e do livro O Código Da Vinci, de Dan Brow, inspirado no evangelho apócrifo de Felipe. Mas Karen King diz que seu trabalho não tem nada a ver com a trama. “Não me venha dizer que isso prova que Dan Brown estava certo”, disse ao The New York Times.
De táxi — Karen King conta no site da Harvard Magazine que tomou conhecimento do fragmento em 2010. Estava em poder de um colecionador de artefatos históricos, que não quer se identificar. A princípio, ela desconfiou da autenticidade do documento. O proprietário insistiu num segundo contato um ano depois. Ela concordou em encontrá-lo.
Já com o original em mãos, ela diz ter passado os últimos meses levando o papiro, cuidadosamente preservado entre duas lâminas de vidro, a diversos especialistas. O ceticismo morreu num encontro com Roger Begnall, diretor do Institute for the Study of the Ancient World (ISAW), da Universidade de Nova York, ao qual estavam presentes outros papirologistas. Afirma ter saído do encontro confiando que o fragmento era autêntico. “Não voltamos de metrô. O papiro merecia andar de táxi”, afirmou a historiadora ao site de Harvard. Ela também recebeu uma análise positiva de Ariel Shisha-Halevy, especialista em língua copta da Universidade Hebraica de Jerusalém.
O atual dono do papiro ofereceu doá-lo a Harvard caso a universidade compre uma parte de sua coleção. Segundo Karen King, a entidade está considerando a possibilidade.
Apesar da apresentação nesta terça-feira, ainda não foi realizado um teste com carbono-14 na tinta do fragmento, o que permitiria estimar com precisão o quão antigo é o documento. Segundo Karen King, isso poderia danificar o material. Ela planeja testar a idade do papiro por uma técnica conhecida por espectroscopia.
Saiba mais
O QUE SÃO OS EVANGELHOS APÓCRIFOS?
São livros que descrevem a vida de Jesus, mas que a maioria das igrejas cristãs não considera legítimos. Por isso eles não entram no cânone — conjunto de textos sagrados — da Bíblia. Além dos evangelhos, porém, há outros tipos de apócrifos que descrevem, por exemplo, a origem e o fim do mundo, como fazem o Gênesis e o Apocalipse bíblicos, respectivamente. A maior parte desses relatos foi destruída ou se perdeu com o tempo. Em 1945, porém, foram descobertos vários textos escondidos em cavernas no Egito. De lá pra cá, especialistas passaram décadas na busca de novos textos e tentando traduzi-los. Entre os relatos já estudados, estão evangelhos atribuídos a Maria Madalena e aos apóstolos Tomé e Judas.
DE ONDE VIERAM OS EVANGELHOS APÓCRIFOS?
São vestígios de cristianismos perdidos. O cristianismo, no começo, não era um só, eram vários. “Nos séculos 2 e 3, havia cristãos que acreditavam em um Deus. Outros insistiam que Ele era dois. Alguns diziam que havia 30. Outros, 365”, escreve Bart Ehrman, professor de Estudos Religiosos na Universidade da Carolina do Norte, no livro Lost Christianities (“Cristianismos Perdidos”, sem versão em português). Os primeiros cristãos viviam em comunidades clandestinas, que se reuniam às escondidas nas periferias das cidades e que tinham pouco contato umas com as outras. Essas comunidades eram lideradas muitas vezes por pessoas que conheceram Cristo ou pelos próprios apóstolos. Como Cristo não deixou nada escrito, coube a essas primeiras lideranças do cristianismo construir a religião.
QUEM FOI MARIA MADALENA?
Há um consenso entre os estudiosos do cristianismo antigo: Maria Madalena realmente existiu. O seu segundo nome indica que ela nasceu em Magdala, na Baixa Galiléia, região considerada o berço do movimento de seguidores de Jesus Cristo. Madalena fez parte do núcleo de discípulos que acompanharam o líder religioso desde o início de suas pregações. A primeira referência bíblica a ela surge no Evangelho de Marcos, mas o grande acontecimento atribuído a sua vida está na narrativa de João. Lá podemos ler que ela foi a primeira pessoa a ver e anunciar a ressurreição de Jesus. Essa primazia fez com que Madalena se tornasse referência para os fiéis da então jovem religião. Desde o século 2, seu nome é motivo de debate entre os cristãos. Enquanto alguns a tacharam de pecadora, outros a vêem como uma mulher independente e com espírito de liderança.
RELAÇÃO JESUS E MARIA MADALENA
Os evangelhos de Filipe e de Maria Madalena afirmam que Madalena recebia revelações privilegiadas do Salvador. “O Senhor amava Maria mais do que todos os discípulos e a beijou na boca repetidas vezes”, afirma o de Filipe. Há também um diálogo entre Pedro e os demais apóstolos no Evangelho de Maria Madalena (Papiro 8502, II, 13 e 14): “Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós.” Para Karen King, historiadora eclesiástica da Universidade Harvard, Madalena estava tão autorizada a pregar a palavra de Jesus quanto os 12 apóstolos. “Os textos mostram que Maria Madalena entendeu os ensinamentos de Jesus melhor do que ninguém”, afirmou, em entrevista à revista National Geographic, editada no Brasil pela Editora Abril.
EVANGELHO DE FELIPE
Apresenta Maria Madalena como possível companheira de Jesus. É neste texto que se baseiam os que acreditam existir uma linhagem de descendentes de Cristo. O texto apócrifo influenciou o livro O Código Da Vinci.
SEXO HÁ 2.000 ANOS
Apesar de não haver nenhuma restrição para que um líder religioso judeu tivesse relações com mulheres em seu tempo, ninguém sabe ainda se entre as práticas espirituais de Jesus estaria o celibato. Da mesma forma, afirmar que ele teve relações com Maria Madalena, como no enredo de livros como O Código Da Vinci, também não passaria de uma grande especulação.
Fontes: Revistas Superinteressante, Mundo Estranho, Aventuras na História e Veja
Maria Madalena, de todas as personagens Bíblicas, talvez seja aquela personagem mais deturpada, encoberta por inverdades divulgadas ao longo dos séculos pela Igreja, pelos textos Bíblicos e por errôneas interpretações. Paralelamente às inverdades, uma outra história tem sido contada de modo sublinear pela arte ao longo de dois mil anos de história Cristã e, também, pelos textos apócrifos.
O livro O Código Da Vinci, de Dan Brown, percorreu o mundo, sendo lido por milhões de pessoas. Em meio a uma história de suspense, o autor insere algumas das verdades, que ao longo do tempo, estavam sendo ocultas. Dan Brown nos chama a observar o quadro da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, onde transparece que uma das imagens dos apóstolos apresenta traços femininos, estando com a mesma cor da roupa de Jesus e interligada a Ele por um grande M formado pela postura física dos dois na pintura, em face da cor vermelha. Segundo a interpretação do autor de O Código Da Vinci, os dois símbolos, a letra M e a cor vermelha, indicariam ser Maria Madalena a personagem ao lado de Jesus.
Vejamos, a seguir, a imagem da Santa Ceia pintada por Leonardo Da Vinci, no ano aproximado de 1495, na Igreja Santa Maria Delle Grazie, em Milão, onde aparece nitidamente o formatado de um M, seguindo-se os contornos da cor vermelha nas roupas de Jesus e de Maria Madalena.
Imagem extraída da Revista Super Interessante
edição – outubro/2004
Em sendo esta a interpretação correta, o que Da Vinci pretendia com a mensagem sublinear? Da Vinci, ao que se sabe, pertencia ao Priorado de Sião, sociedade secreta fundada em Jerusalém no ano em 1099 pelo rei Godofredo de Bouillon, com o objetivo de guardar um segredo mantido por sua família desde há época de Jesus. E para ajudar na manutenção e proteção desse segredo foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários. O segredo que se queria, a todo custo resguardar, dizia respeito ao Santo Graal. Da Vinci, de forma oculta na arte, guardou o segredo, mas legando ao futuro a sua descoberta.
O Priorado de Sião, conhecido também como Monastério do Sinai, segundo alguns pesquisadores históricos, constituiu-se em uma sociedade secreta, relacionada à Maçonaria e aos Rosacruzes, criada para proteger a linhagem divina. Além de Da Vinci, participaram dessa sociedade secreta personagens históricos e escritores importantes, tais como, Isaac Newton e Victor Hugo.
Existe uma corrente imensa de pesquisadores que admitem que Jesus e Maria Madalena foram casados e deste casamento pode ter nascido uma filha, que seria a descendência real, o sangue real, o Santo Graal, e que Maria Madalena com sua filha, chamada Sara, foram viver na França. Esse seria o grande segredo, a versão da história guardada há milênios, ou melhor, história que se julgava devidamente sucumbida a partir do Concílio de Nicéia, ocorrido no ano de 327 depois de Cristo.
O Pintor George de la Tour, que viveu nos anos 1593-1652, pintou Maria Madalena grávida, conforme se pode ver na reprodução do quadro a seguir:
Imagem extraída do livro
Maria Madalena e o Santo Graal
Com a descoberta, por volta de 1896 em um mosteiro egípcio, do Evangelho segundo Maria Madalena, descobriu-se uma verdade incontestável: Maria Madalena, muito mais do que está dito na Bíblia, foi, verdadeiramente, uma discípula de Jesus, e, segundo diversos historiadores, o discípulo mais próximo do Mestre, de seus ensinamentos espirituais. Estes ensinamentos estavam inteiramente ligados à espiritualidade interior, sendo o verdadeiro caminho para a evolução espiritual, como vemos no trecho a seguir do Evangelho, segundo Maria Madalena, em que Jesus disse:
Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem umas das outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça.
Unidos estamos todos nós, formando a essência da vida e com Deus dentro de cada um, por isso o caminho é mergulhar em nosso interior, achar a direção de nossa evolução, encontrar o Deus que habita em nós. Na passagem seguinte do Evangelho de Maria Madalena, essa mensagem de Jesus está cristalina, destacando ainda que Ele não deixou normas, pedindo tão somente que levassem em conta o que ele “mostrou” na sua prática de amor incondicional.
Quando o Filho de Deus assim falou, saudou a todos dizendo: “A Paz esteja convosco. Recebei minha paz. Tomai cuidado para que ninguém vos afaste do caminho, dizendo: ‘Por aqui’ ou ‘Por lá’, Pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar, o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas.” Após dizer tudo isto partiu.
O Evangelho, segundo Tomé, descoberto em 1945, tratou exatamente do mesmo enfoque encontrado no Evangelho de Maria Madalena. Vemos este aspecto no trecho a seguir, escolhido do artigo publicado na revista Super Interessante, na edição de dezembro de 2004:
O Evangelho de Tomé e outros apócrifos falam ao coração de um continente que não pára de crescer nos tempos atuais: os ávidos por espiritualidade, mas desconfiados da religião.
Segundo Tomé, neste Evangelho, considerado apócrifo:
O reino está dentro de vós e também em vosso exterior. Quando conseguirdes conhecer a vós mesmos, sereis conhecidos e compreendereis que sóis os filhos do Pai vivo. Mas se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis a pobreza.
O Evangelho de Maria Madalena apresenta ensinamentos de Jesus, que não foram passados para os outros discípulos ou não compreendidos por eles na fala do Mestre. Que o reino de Deus está dentro de cada pessoa e que é necessário se manter em equilíbrio para não atrair doenças e a morte física. Visão esta plenamente aceita atualmente pela medicina alternativa em todas as correntes. A cura de doenças pela medicina alternativa tem sido realizada através da recomposição do equilíbrio energético. Nas passagens, a seguir, do Evangelho de Maria Madalena, podemos ver essa visão espiritualista de forma inequívoca:
Pedro lhe disse: “Já que nos explicaste tudo, dize-nos isso também: o que é o pecado do mundo?” Jesus disse: “Não há pecado; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é chamado ‘pecado’. Por isso Deus Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua origem”. Em seguida disse: “Por isso adoeceis e morreis […]. Aquele que compreende minhas palavras, que as coloque em prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o corpo se desequilibra. Essa é a razão por que vos digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados, procurais força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça”.
Nos Evangelhos de Maria Madalena e de Felipe, encontra-se a nítida valorização da mulher, pois em ambos se vê que Jesus fazia revelações privilegiadas a Maria Madalena por ser ela quem mais estava em sintonia com os ensinamentos do Mestre. Mas, a ligação de Jesus e Maria Madalena ia mais além, como se lê no Evangelho de Felipe, no seguinte trecho:
E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a mais do que a todos os discípulos e costumava beijá-la com freqüência na boca. O resto dos discípulos ofendia-se com isso e expressava sua desaprovação. Diziam a ele: Porque tu amas mais do que a nós todos?
Em 1891, um fato veio acender ainda mais as questões envolvendo Maria Madalena. Quando da reforma de uma igreja no sul da França, em Rennes-le-Château, o padre Bérenger Saunière teria encontrado um tesouro, segundo se soube, trazido da Terra Santa e guardado pelos Cavaleiros Templários. Este segredo comprovaria a existência de descendentes diretos de Jesus, ou seja, da linhagem sagrada.
Sabe-se pelos textos apócrifos, que depois da morte de Jesus, os outros discípulos não desejavam ver uma mulher no comando do grupo, o que naturalmente estava acontecendo pelo enorme conhecimento espiritual de Madalena. Pedro por diversas vezes contestava e se atritava com Madalena, pois temia que ela definitivamente se tornasse líder do grupo. A partir dessa luta de poder relativo à liderança do cristianismo e pelo fato de uma mulher contemplar mais conhecimentos que todos os discípulos, foi forjada a história da prostituta, que todos nós, lamentavelmente, conhecemos.
Um dos livros que inspiraram o autor de O Código Da Vinci foi Maria Madalena e o Santo Graal, da autora Margaret Starbird. Este livro é um de tantos outros que apresentam a ligação do Santo Graal com Maria Madalena e a descendência de Jesus. Margaret Starbird, querendo contestar outros autores sobre a heresia do Graal, que dizia ter sido Jesus casado com Maria Madalena, mergulhou na história européia, nos rituais maçônicos, na arte medieval, no simbolismo, na psicologia, na mitologia e na religião (judaica e cristã). Contudo, acabou, de modo surpreendente, encontrando rastros de enorme evidência de tudo ter sido verdade, oculto e guardado sob várias formas, sobretudo na arte. Todas as evidências levaram a autora concluir que Jesus e Maria Madalena foram realmente casados e que tal casamento ocorreu de modo escondido, pois estavam sendo unidas as famílias de David, filhos de Jessé (Jesus) e de Jônatas, filho de Saul (Maria Madalena). Stargird, no livro citado, p. 24, escreve:
O casamento foi realizado na casa de Simão, o leproso. Somente alguns amigos íntimos e suas famílias foram convidados. Era necessário manter o fato em segredo para que Herodes Antipas não descobrisse que uma herdeira de Benjamim unira-se em matrimônio a um filho da casa de Davi.
Daí a confusão que sempre fizeram os discípulos ao ver Madalena tratar Jesus, em público, com carinhos físicos, o que seria inaceitável para uma mulher naquela época, a não ser que ela fosse casada e tivesse tratando assim o seu marido.
Outro importante argumento em prol de ter sido Jesus casado está no livro O Código Da Vinci, página 262:
Porque Jesus era Judeu (…) e o decoro social daquela época praticamente proibia que um judeu fosse solteiro. De acordo com os costumes judaicos, o celibato era proibido e a obrigação de um pai judeu era encontrar uma esposa adequada para o seu filho. Se Jesus não fosse casado, pelo menos um dos evangelhos da Bíblia teria mencionado isso e dado alguma explicação para o fato de ele ter ficado solteiro.
Esse casamento representou grande importância dinástica, pondo em risco o governo da época, pois o poder político de Jesus passaria inevitavelmente a incomodar. Este fato pode muito bem ser deduzido pelo tipo de morte sofrida por Jesus, pois a crucificação ocorria para quem fosse insurreto, no caso contra o governo, mas principalmente pela sua dinastia. Tanto assim, que Madalena, precisou fugir para não ser morta, indo se exilar na França.
No livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, dos autores Michael Baigent, Richard Leigh Henry Lincoln, o assunto Maria Madalena e seu casamento com Jesus aparece de forma enfática. Sobre o casamento, citamos a passagem encontrada na página 286:
Se Jesus foi realmente casado com Madalena, poderia tal casamento ter servido a algum propósito? Em outras palavras, poderia ele ter significado algo mais que um casamento convencional? Poderia ter sido uma aliança dinástica de algum tipo, com repercussões e implicações políticas? Em suma, poderia uma estirpe resultante desse casamento ter garantido o nome de “sangue real”?
Somente o casamento dos dois poderia explicar a presença de Madalena nas viagens de Jesus. No mesmo livro, página 276, lemos:
O papel desta mulher é singularmente ambíguo nos quatro Evangelhos e parece ter sido deliberadamente obscurecido(…) Na palestina do tempo de Jesus seria impossível que uma mulher não casada viajasse desacompanhada. Mais impensadamente ainda seria viajar desacompanhada e junto com um mestre religioso e seu círculo. Várias tradições parecem ter tomado conhecimento deste fato potencialmente embaraçoso. Pretende-se em alguns casos que Madalena tenha sido casada com um dos discípulos de Jesus. Se este era o caso, entretanto, seu relacionamento especial com Jesus e sua proximidade a ele os teriam tornado ambos sujeitos a suspeitas, se não acusações de adultério.
É certo que Madalena se apresenta em especial importância na história de Jesus, na história do Cristianismo, como podemos ver no mesmo livro, página 277:
…é evidente que Madalena, no final da carreira de Jesus, tinha se tornando um personagem de imensa importância. Nos três Evangelhos sinópticos, seu nome encabeça consideravelmente a lista mulheres que seguiam Jesus (…) Ela é a primeira testemunha da tumba vazia após a crucificação. Para revelar a ressurreição, Jesus escolheu Madalena entre todos os seus devotos.
Se por um lado os discípulos masculinos ficaram escondidos, com medo, quando da crucificação de Jesus, Maria Madalena se manteve presente, assistindo, sofrendo, o tempo todo, conforme mencionado nos Evangelhos de Mateus, Marcos e João.
Os autores do livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada tecem um importante comentário sobre a validade dos Evangelhos apócrifos, que no trecho a seguir escolhidos (página 323), eles os denominam de Gnósticos:
À luz dos manuscritos Nag Hammadi, a possibilidade de uma linhagem sanguínea descendente de Jesus nos pareceu mais plausível. Alguns dos chamados Evangelhos Gnósticos eram potencialmente tão verdadeiros e autênticos quanto os livros do Novo Testamento. Como conseqüência, os fatos que eles, explícita ou implicitamente, testemunham – um substituto na cruz, uma disputa entre Pedro e Madalena, um casamento entre Madalena e Jesus, o nascimento de um “filho do Filho do homem” – não poderiam ser desprezados, por mais controvertidos que fossem. Estávamos lidando com história, não com teologia. E a história, no tempo de Jesus, não era menos complexa, multifacetada e orientada para o pragmatismo do que é hoje.
Inegável se apresenta a ligação especial de Jesus com Maria Madalena. No tempo em que vivemos não cabe mais falar em Madalena como prostituta. No século VI, o Papa retirou o título de penitente dado indevidamente à Maria Madalena, mas isso é pouco para resgatar a grande importância de Madalena no advento de Cristianismo. Além do indevido título de prostituta, tentaram destruir o Evangelho de Madalena, pois nele continha o importante ensinamento transmitido por Jesus de que o caminho não está em seguir esta ou aquela estrada, quiçá esta ou aquela religião, mas na busca interior, na evolução interior a caminho do Deus que habita em todos nós. Mais que rotular indevidamente Madalena, sucumbiram o verdadeiro Cristianismo, aquele praticado por Jesus, que não criou nenhuma religião, nem pregava ou vivia em igrejas, mas praticava, verdadeiramente, o mais puro amor, a mais bela espiritualidade e como Ele mesmo disse:”Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas.”
Se não há prova contundente de que Maria Madalena fora casada com Jesus, certo é que ambos estiveram ligados por um amor especial, espiritual raro. Por informações canalizadas, sabemos que Jesus e Maria Madalena são almas gêmeas, e que, na Palestina, encarnaram para viver e ajudar mutuamente na implantação do cristianismo. No livro A Gruta do Sol, da autora Marisa Varela, auxiliada por mestres de luz, a ligação espiritual de Jesus e Maria Madalena aparece translúcida. Numa das festividades do Sexto Raio, puderam ser vistos os dois juntos, na seguinte passagem (páginas 144/145):
Finalmente…a presença especial, sobre a qual correram tantos rumores e especulações: Joshua (Jesus), que estava acompanhado de seu mulher lindíssima, de longos cabelos crespos e olhos claros. Seu Raio Gêmeo, certamente. Murmurando, alguém às minhas costas logo a identificou: – Maria Madalena (…) Ele fez um gesto com a mão, saudando a platéia, depois sentou-se a lado de Maria Madalena, ocupando a cadeira central que lhe estava destinada (…) O apresentador (…) agradeceu a presença de todos os que ali estavam prestigiando a solenidade e especialmente ao do Mestre Joshua e sua mulher Maria Madalena, os convidados de honra.
Seja lá o que o homem do passado, a Igreja e as religiões tenham escondido sobre a personagem Maria Madalena, a sua importância na implantação do Cristianismo foi extremamente vital, ela veio para ajudar Jesus e sua ligação com o Mestre dos Mestres está condignamente reconhecida naturalmente nas esferas espirituais. Aqui na Terra, os artistas do passado conservaram, esconderam (mostrando) a verdade e no tempo em que vivemos, no alvorecer da Nova Era, a verdade se abre, desfralda o seu leque, deixando em letras garrafais a inegável verdade. Já não é apenas questão de ter olhos para ver, trata-se de evidências tão incontestáveis que a verdade está se impondo a todos, queiramos ou não.
Abraços fraternos, Moacir Sader
COM AGRADECIMENTO AO MESTRE REIKI E ESCRITOR MOACIR SADER
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Papiro que afirma que Jesus tinha uma esposa é autêntico, dizem cientistas
Um estudo conduzido por três equipes de cientistas de Harvard, Columbia e MIT (Massachussetts Institute of Technology) chegou à conclusão de que Jesus Cristo era casado. A pesquisa levou em conta um antigo papiro, estudado nos últimos anos por especialistas.
Escrito na língua copta, idioma que deixou de existir no século 17, o papiro se chama “Evangelho da Esposa de Jesus” e, quando descoberto em 2012, foi negado pelo jornal do Vatican, que à época afirmou que o papiro “era falso, tinha gramática pobre e origem incerta”.
O papiro traz à tona a frase “Jesus disse-lhes: ‘Minha esposa…’” e faz referência também a uma discípula mulher. Por conta dessa referência ao fato de Jesus ser casado, as escritas achadas em um documento de 4cm por 8cm causaram tanta polêmica.
Com 8×4 cm, papiro encontrado em 2012 é alvo de muita polêmica (Reprodução)
“A composição química do papiro e os padrões de oxidação são consistentes com outros papiros antigos, ao comparar o fragmento do Evangelho da Esposa de Jesus com o Evangelho de João”, escreveram os pesquisadores no artigo publicado na revista Harvard Theological Review.
A pesquisa, porém, não acabou de vez com a polêmica. O egiptologista Leo Depudydt, um dos mais renomados do mundo e da Brown University, afirma que existem erros gramaticais do copta e o uso de negrito nas palavras “minha esposa” mostram que se trata de um documento falso.
Fonte: Yahoo