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Palavra-chave: IPEA

Pesquisa do IPEA sobre o machismo do brasileiro causa polêmica

01/04/2014

eu não mereço ser estuprada

eu não mereço ser estuprada

eu não mereço ser estuprada

Fonte: Youtube

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) retrata o quanto a violência contra a mulher ainda é tolerada no País. A maioria dos brasileiros considera que merecem ser atacadas aquelas que usam roupas que revelam o corpo. Também é majoritário o grupo que acredita que, “se a mulher soubesse se comportar”, as estatísticas de estupro seriam menores.

Os resultados provocaram espanto entre os próprios autores da pesquisa. A violência contra a mulher, avaliam, é vista como forma de “correção”. A vítima teria responsabilidade – por usar roupas provocantes ou por não se comportar do modo “desejado”. “Mais uma vez, tem-se um mecanismo de controle do comportamento e do corpo das mulheres da maneira mais violenta que possa existir”, dizem os autores da pesquisa.

A tolerância à violência não está ligada a características populacionais. Mas autores do trabalho consideram que algumas condições, como morar em metrópoles, ter escolaridade mais alta e ser mais jovem podem reduzir o risco desse tipo de comportamento. Para os pesquisadores, o fator preponderante para a tolerância é a adesão a determinados valores. Pessoas que acreditam que o homem deve ser o cabeça do lar, por exemplo, estão mais propensas a achar que a violência, em muitos casos, se justifica.

“É a ideia da mulher honesta, que ainda persiste no País”, afirma a secretária de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves. Embora a tolerância à violência esteja muito presente, o discurso do brasileiro não é linear. Dos entrevistados, 91% concordam total ou parcialmente com a ideia de que homem que bate na mulher deve ir para a cadeia. Outros 89%, por sua vez, dizem não concordar com a afirmação de que o homem possa xingar ou gritar com a própria mulher.

A cultura machista fez a moradora da zona leste de São Paulo Maria (que pediu para não ter o sobrenome revelado) se calar sobre as agressões físicas do marido durante nove anos de casamento. “Ele quebrava tudo dentro de casa, mas demorei a falar para a polícia e a família”, relata a dona de casa. “Tinha medo e não sabia se contar era certo. Até que um dia resolvi denunciar”, relata. Segundo ela, a falta de autonomia, principalmente financeira, é responsável pelo silêncio da maioria.

Estupros. O Ipea traçou também um retrato da vítima de violência sexual. Conduzido por Daniel Cerqueira e Danilo Coelho, o trabalho analisou registros do sistema de agravos de notificação, que capta dados de atendimentos em serviços públicos de saúde. Foram analisados cerca de 12 mil casos, referentes a 2011. “É uma amostra. Pelas projeções do Ipea, no ano passado ocorreram no País 527 mil estupros”, diz Cerqueira.

Os números analisados mostram que mais da metade das vítimas tinha menos de 13 anos de idade. “É um dado absolutamente alarmante”, avalia. O trabalho identificou também que 15% dos estupros registrados foram cometidos por dois ou mais agressores. “Ficamos chocados quando ouvimos histórias de estupros coletivos na Índia. O fato é que enfrentamos o mesmo problema no nosso quintal.”

Fonte: IPEA

 

 

Pesquisa do IPEA

05/08/2011
Os serviços respondem por 70% do número de empregos nas regiões metropolitanas, segundo estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira. O estudo mostrou que o País criou, em média, 2,1 milhões de postos de trabalho na última década, dos quais a maioria (1,99 milhão) tem rendimento de até 1,5 salário mínimo mensal. Na contramão deste crescimento estão os setores primário (agricultura) e secundário (indústria), que perderam espaço. O estudo do Ipea indicou que na década passada o setor secundário gerou 5,1 milhões de empregos, número inferior ao de décadas anteriores, enquanto o primário perdeu 2,7 milhões de empregos. Já o setor terciário gerou na década passada 11,7 milhões de empregos.

Estamos cada vez mais nos transformando em um país de serviços. Nas regiões metropolitanas, principalmente, os serviços já respondem por mais de 70% da mão de obra”, disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

“A grande parte dos postos de trabalhos gerados concentrou-se na base da pirâmide social, uma vez que 95% das vagas abertas tinham remuneração mensal de até 1,5 salários mínimos. O que significou o saldo líquido de 2 milhões de ocupações abertas ao ano, em média, para o segmento de trabalhadores de salários de base”, relata o documento do Ipea.

Em Setembro, o IPEA divulgou nova pesquisa, em que concluiu que a taxa de informalidade da economia brasileira é a menor desde 2002 – 34,8% -, assim como o desemprego, na ordem de 6%.

Fonte: IPEA

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