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Palavra-chave: Dalai Lama

Dalai Lama ensina-nos a ter compaixão

17/08/2013

Gostaria de explicar qual é a importância do amor e da compaixão. É importante saber o que é compaixão, algumas vezes pensamos que é pena, mas isso não é compaixão. Compaixão é o senso de preocupação, mas mais do que isso, é a noção clara de que todos os seres têm exatamente o mesmo direito à felicidade. Essa compreensão é que nos traz a compaixão.

Também um outro aspecto que costuma ser confundido com compaixão é a sensação de proximidade, de ligação que temos com amigos e parentes. Mas isso não é compaixão verdadeira, porque esse sentimento está ligado ao apego.

Muitas vezes, nosso senso de preocupação com o outro depende da atitude que ele adota. Se a pessoa age de forma negativa, nosso senso de compaixão desaparece. Mas um senso de compaixão verdadeiro é o que nos leva a ver o outro como tendo exatamente o mesmo direito que eu à felicidade. A compaixão que se assenta no apego não se sustenta. A que se baseia na compreensão da igualdade de todos os seres é desprovida de apego, e é verdadeira.

Qual é o benefício da compaixão? Ela nos traz força interior. Geralmente, temos um senso de “eu, eu, eu”. E nossa mente centra tudo em nós mesmos. Então, todas as experiências negativas, mesmo pequenas, se tornam muito dolorosas, enormes. Mas quando pensamos nos outros, nossa mente se amplia, e os nossos pequenos problemas se tornam realmente pequenos, e as coisas negativas não prejudicam nossa mente.

Alguns, quando experimentam tragédias que são involuntárias, se sentem enterrados em uma montanha de sofrimento. Mas, por outro lado, quando se pensa voluntariamente nos problemas dos outros, se procura alivia-los de seus sofrimentos, essa atitude voluntária traz uma abertura para o ser. Dessa maneira, mesmo em meio a problemas pessoais, isso traz uma base de clareza, e a pessoa será capaz de se sustentar.

COMPAIXÃO E BEM-ESTAR — Quando se pensa em compaixão por outras pessoas, alguns perguntam se isso não seria sinônimo de auto-sacrifício. Não, não é. Porque não se deve ser negligente em relação a si mesmo. E, baseado na minha própria experiência, acredito que se deve ser compassivo em benefício próprio.

Um exemplo: uma vida feliz precisa de amigos, apoio. Há amigos do dinheiro, amigos do poder, mas para esses indivíduos, se o dinheiro acaba ou o poder se vai, a amizade também acaba. Mas os amigos verdadeiros ficam.

Então, como criar amigos verdadeiros? Se você tiver um sentimento de compaixão, terá mais amigos verdadeiros. Mostre sentimentos gentis e sorria, e terá bons amigos. Porque essa atmosfera pacífica será a sua base, que irá criar as condições para a amizade.

A prática de compaixão também é imensamente benéfica para a saúde. De acordo com a medicina, os que tem mais compaixão, são mais interessados pelos outros, geralmente são mais saudáveis quando comparados com pessoas egoístas. Os egoístas sofrem mais freqüentemente de enfartes e outras doenças.

A mente mais egoísta, mais voltada para si mesma é muito ruim para a saúde. A mente mais compassiva, mais voltada para o próximo traz mais tranqüilidade, resultando por isso em saúde muito melhor.

Vejamos a sociedade atual, em que a criminalidade está crescendo, ligada à problemas econômicos e sociais, como a diferença entre ricos e pobres (inclusive entre países ricos e pobres). No nosso sistema educacional, muita atenção é dada ao desenvolvimento do intelecto, e menor atenção é dada ao coração, aos sentimentos. Pois isso é considerado tarefa da religião. E assim as crianças não recebem nenhuma orientação sobre como serem mais compassivas, e desenvolver um coração mais generoso. Mas a compaixão é tão importante para a sociedade que é incentivada por todas as religiões.

AS RELIGIÕES E A COMPAIXÃO — Por causa das diferenças filosóficas entre as grandes religiões existem diferentes técnicas para desenvolver a compaixão e algumas diferenças da definição do que seja. Mas basicamente todas elas falam da necessidade de se cultivar a compaixão.

Portanto, sinto que mesmo neste século, as maiores tradições religiosas têm um papel importante no desenvolvimento dessas qualidades. Vejo aqui pessoas de diferentes tradições religiosas, o que me faz sentir feliz, porque a tolerância religiosa é muito importante. E acredito que, independente de diferentes tradições religiosas, todos temos o potencial de ajudar a umanidade.

Vim do Oriente e sou um monge budista, assim, naturalmente, quando falo desses valores e do treinamento da mente, o faço da minha perspectiva de monge budista. Mas é claro que não quero influenciá-los. Vocês devem manter suas tradições religiosas, mudar de religião não é bom, pode gerar mais confusão do que benefício. Portanto, mantenham e sigam sua fé.

Cada uma das grandes religiões tem coisas únicas, mas também há muita coisa em comum entre elas. Assim, é sábio usar técnicas úteis de outras religiões, mesmo sem mudar de religião. Até para aplicá-las na própria religião. Com isso, as tradições religiosas diferentes desenvolvem respeito mútuo e compreensão. Isso é fundamental.

A compaixão e a bondade são indispensáveis. Sem esses valores não há felicidade. Mas muitos crêem que a prática de valores como a compaixão, o perdão e o amor são relevantes apenas para os que praticam uma religião. Isso não é verdadeiro. Podemos ver que no passado e presente existiram pessoas que mesmo sem nenhuma fé religiosa tinham esse sentimento de cometimento, de responsabilidade, de compaixão pelo próximo. Essas pessoas se tornaram mais felizes, mais úteis, mais benéficas para a sociedade.

A UNIVERSALIDADE DA COMPAIXÃO — Podemos questionar se o valor da compaixão, de um coração compassivo é universal. Eu acredito que todos os seres humanos têm o mesmo potencial. Basicamente, o ser humano é voltado para a vida e comunidade. Assim, a semente da compaixão está lá, a semente do trabalho em conjunto está lá. É da natureza humana trabalhar em conjunto. O individualista não pode sobreviver.

As abelhas também são animais sociais. Não há polícia, não há um estado, no entanto trabalham em conjunto. Uma abelha não pode ser individualista. Mas, diferentemente dos outros animais sociais, o ser humano tem a capacidade de se votar ao altruísmo ilimitado. Temos a semente da compaixão dentro de nós. Todos nós.

Quando vemos os benefícios de uma mente compassiva, e o mal de uma mente não compassiva, é fácil ver a diferença. Então, voluntariamente iremos analisar cada vez mais, mudar cada vez mais a nossa atitude. E assim, dia após dia, mudamos.

O treinamento da mente não pode ser imposto a ninguém. É preciso que nós mesmos vejamos os benefícios. Pense sobre o que o ódio traz para sua vida, para sua saúde, para as pessoas que estão à sua volta. Pense sobre a compaixão e o que traz. E assim, teremos o ímpeto de cultivar certos valores, e rejeitar outros.

Dessa maneira crescemos a cada dia, mas se não fazemos nada para reduzir nosso ódio e cultivar a compaixão tudo ficará como está, a semente nunca irá germinar.

Normalmente nossos problemas nascem de percebermos apenas o nível das aparências, e não a realidade. Ficamos no nível das aparências, e com base nelas fazemos o nosso julgamento. Também nos concentramos na felicidade de curto prazo, e não na de longo prazo.

O seminário foi realizado em Curitiba, no teatro Ópera de Arame, nos dias 5 e 6 de abril de 1999.

Tradução do tibetano para o inglês do monge LHAKDOR.
Tradução do inglês para o português de MANOEL VIDAL.

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Fonte: Anjo de Luz e Youtube

Conheça o templo budista de Cotia, em São Paulo

11/01/2012

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E conheça um pouco sobre esta religião encantadora

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Seu líder é o Dalai Lama

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Fonte: Youtube

O Dalai Lama está no Brasil

16/09/2011

Líder religioso participou de evento com empresários em SP

Vindo de Buenos Aires, na Argentina, com atraso de duas horas e nove minutos, a Sua Santidade o 14º Dalai Lama chegou ao Brasil na tarde desta quinta-feira para realizar uma palestra exclusiva para convidados no teatro do World Trade Center, na zona sul de São Paulo. Com o tema “Nova Consciência nos Negócios – Valores para um Mundo Sustentável – Um Movimento de Transformação”, o líder religioso atraiu a presença de empresários e do vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos, que, sentado na primeira fila, assistiu à palestra ao lado de monges budistas. Em sua quarta visita ao País, a missão do Dalai Lama foi inspirar a reflexão de lideranças empresariais sobre a economia do novo milênio.

Bem humorado, o líder religioso chegou às 16h39 ao palco ladeado por seguranças e por tradutores. A passos lentos, sorrindo, ele disse que chegara quase na hora de dormir e que era apenas um monge budista em meio a muitos empresários. “Geralmente eu me descrevo como um simples monge budista. Não há nada o que discutir com empresários se eu sou um simples monge budista”, brincou. Em sua partipação no evento, que durou uma hora, o 14º Dalai Lama pregou o altruísmo e a ética moral para reduzir o fosso entre ricos e pobres no mundo.

 “Temos de prestar séria atenção para reduzir a lacuna entre ricos e pobres. E vocês (apontando para a plateia de empresários) têm condições de ajudar. Ajudem mais os outros. Se vocês, honestamente, genuinamente, tiverem atitudes mais altruístas, vocês terão mais amigos e mais respeito, mais confiança com demais membros da comunidade. Claro, todos somos egoístas, mas é muito melhor ter um egoísmo sábio do que tolo. E aos industriais, prestem atenção aos problemas da ecologia. Os atentados de 11/9 também aconteceram em função de erros ou sintomas dos erros do século passado. Tudo isso é um sintoma de erros e negligência. Temos de tentar criar e fazer o século 21 o século do diálogo. É impossível eliminar os problemas, mas cabe a nós solucionar sem o uso da força. Uma negociação a partir do diálogo”, propôs.

 

 

 

 

O líder lembrou ainda a crise econômica de 2008 e refletiu sofre as consequências dos problemas mundiais na área. “Temos o desenvolvimento da ciência e da tecnologia que por si só talvez nem sempre podem garantir uma felicidade maior. O dinheiro também não pode manter isso. Por causa do dinheiro temos essa imensa lacuna entre ricos e pobres. O nosso futuro depende da humanidade como um todo, e não dessa ou daquela nação. Portanto, esse conceito “nós” e “eles” é a base do conceito da guerra e da destruição do seu vizinho. mas hoje a destruição do seu vizinho é a destruição de si mesmo”, afirmou Dalai Lama.

 

 

 

 

Respondendo a perguntas da plateia após 30 minutos de discurso, o Dalai Lama pregou um economia sustentável no Brasil, com a proposta de planos econômicos com sentido mais holístico. “Temos de pensar nos recursos da natureza. Não faz sentido passar batido todos os recursos naturais em prol do desenvolvimento. É melhor então preparar sua mente, porque haverá limites. Sem falar em desastres recentes também (citando o crescimento da economia do Japão e o recente terremoto). Acho que o Brasil tem muito sucesso como Estado. Penso que um plano econômico (no País) deve ser mais holístico e sustentável. O resto da América Latina está de olho nesse País. Porque simplesmente copiar a América ou Estados Unidos? Não. Pensem em uma economia mais sustentável, com danos ecológicos mínimos e reduzir, finalmente, a lacuna entre ricos e pobres, e desmilitarizar”, pregou o Dalai Lama, que também criticou o sistema educacional no mundo.

 

 

 

 

“A educação de hoje não presta a atenção adequada à importância das questões do coração. As pessoas que planejaram os ataques de 11/9 tinham um cérebro ótimo, mas conduzido pelo ódio. Há tantas conquistas científicas maravilhosas usadas para gerar mais sofrimento. Não há nada errado na ciência ou tecnologia, mas às vezes o uso envolve alguma coisa errada. Portanto, precisamos encontrar uma educação universal, uma educação moral. Se dependermos só da fé religiosa, jamais será algo universal. É por isso que a educação secular com foco no coração, isso sim, pode ser universal”, disse.

 

 

 

 

O Dalai Lama afirmou ainda que o Brasil deve servir de exemplo para o mundo e conduzir o seu desenvolvimento econômico com base nas questões morais e com foco no altruísmo. “Acho que vocês, do Brasil, podem mostrar aos demais o trabalho dos negócios com princípios morais, com uma motivação mais altruísta. Se você se centra muito em si, você se torna um prisioneiro. Portanto, pratiquem uma atitude altruísta, não necessariamente para praticá-lo pura e simplesmente ou por uma atitude religiosa. Se você fizer bem para os outros, você terá benefícios. É a lei da causalidade. E deve haver também um terceiro caminho, sem falar na religão, mas usando nossa experiência com bom senso”.

 

 

 

Teste de paciência
A chegada do Dalai Lama a São Paulo, e posteriormente ao local da palestra, foi um “teste de paciência”. Devido às condições climáticas, o avião que trouxe o líder religioso da Argentina demorou a pousar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Ao pousar, Dalai Lama deixou o aeroporto de helicóptero em direção à zona sul para reduzir o atraso. Porém, no meio do trajeto, a aeronave teve de retornar, novamente, por falta de teto. De volta a Guarulhos, a Sua Santidade foi transportada de carro para o World Trade Center, acompanhado de batedores da Polícia Militar. Foram duas horas de atraso para o início da palestra, inicialmente marcada para às 14h30.

 

 

 

 

Para “descontrair” a plateia, o mestre de cerimônias, o ator João Signorelli, que interpretou um guru na novela global Caminho das Índias(2009), convidou empresários a dar declarações sobre o motivo de sua presença na palestra. Emsintonia com o evento, a maioria refetiu sobre “busca por inspiração”. O ex-ministro Ozires Silva, ex-presidente da Petrobrase da Embraer, atualmente presidente do Fórum de Líderes Empresariais, comentou as declarações e destacou a importância da palestra do Dalai Lama ao empresariado brasileiro. O Fórum foi o responsável por convidar a classe.

 

 

 

 

Além do vice-governador do Estado, Guilherme Afif, que passou a maior parte do tempo antes da palestra lendo mensagens em seu aparelho celular, participaram do evento o ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), munido com uma câmera fotográfica, o empresário Ricardo Young, ex-candidato do PV ao Senado por São Paulo nas eleições de 2010, e o rabino Henry Sobel.

 

 

 

 

Ao término da palestra, às 17h46, Gabeira saiu apressado, dizendo que tinha uma entrevista marcada com o Dalai Lama, mas que não sabia se seria possível falar com líder religioso devido ao atraso na programação. Os demais saíram do local sem dar declarações. Dalai saiu como entrou: sorrindo.

Fonte: Terra

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