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Palavra-chave: Arábia Saudita

Tranco na Cabala Negra

02/05/2020

Governo dos EUA acusa Nicolás Maduro de chefiar cartel do narcotráfico

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela
Direito de imagemAFP
Image captionEUA consideram que Maduro é lider de um cartel de drogas em parceria com a guerrilha colombiana

Os Estados Unidos abriram um processo criminal contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Os americanos o acusam de associação com o tráfico de drogas. A acusação também é direcionada diversos outros membros de alto escalão do governo venezuelano.

As acusações foram anunciadas pelo procurador-geral (cargo equivalente nos EUA ao de ministro da Justiça do Brasil) William Barr e devem aumentar as tensões entre os dois países.

Os EUA também ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões (R$ 75 milhões) para informações que possam levar à prisão de Maduro.

A Casa Branca apoia o líder de oposição Juan Guaidó, que no ano passado se autodeclarou presidente interino.

As novas acusações são uma escalada na longa campanha de pressão dos EUA para a saída de Maduro, que também inclui sanções econômicas ao país latino-americano. Os americanos consideram Maduro “ilegítimo” e também o acusam de ser um “ditador”.

Fonte: BBC

Arábia Saudita prende por corrupção trezentos funcionários

A medida, cujos detalhes são desconhecidos, alcança militares, juízes e funcionários de vários ministérios

Foto do príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman (MBS), em Riad, Arábia Saudita.
Foto do príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman (MBS), em Riad, Arábia Saudita.FAYEZ NURELDINE / AFP

Trezentos funcionários públicos, incluindo militares e membros das forças de segurança, foram detidos na Arábia acusados de receber subornos e abusar de cargos públicos. A Comissão de Controle e Anticorrupção (Nazaha), que encaminhou os indiciados aos tribunais competentes, estima em 379 milhões de riais (536 milhões de reais), o valor fraudado. As prisões foram divulgadas uma semana depois que surgiu a informação da detenção de pelo menos dois membros importantes da família real, o que, como aconteceu com a campanha anticorrupção que resultou no confinamento de dezenas de príncipes e magnatas no Ritz de Riad em 2017, levanta questões sobre seu objetivo principal.

“A Comissão abriu um processo administrativo contra 219 funcionários por descumprimento do dever e também iniciou processos criminais contra 674 pessoas, das quais 298 foram afastadas de seu emprego, de acordo com a lei, e acusadas de vários crimes de corrupção administrativa e financeira, como aceitação de subornos, malversação de fundos, desperdício de dinheiro público e abuso de poder”, informa a Nazaha em seu site.

Entre os detidos, a Comissão menciona oito militares no Ministério da Defesa, incluindo um general e vários oficiais reformados, por suborno e lavagem de dinheiro com contratos governamentais entre 2005 e 2015. (Significativamente, durante essa década esteve no comando do país o rei Abdullah, cujos filhos e colaboradores mais próximos foram expurgados quando seu meio-irmão Salman o sucedeu em 2015). Também aponta 29 funcionários do Ministério do Interior, metade dos quais trabalhava na Província Oriental, entre eles dois generais e três coronéis.

A campanha, divulgada no domingo à noite, chega ao judiciário e aos Ministérios da Educação e Saúde. Há dois juízes acusados ​​de receber suborno; 10 funcionários públicos presos por suposta corrupção em conexão com o colapso de um prédio em uma universidade de Riad que causou várias mortes; e 21 pessoas que cometeram irregularidades administrativas e financeiras em contratos com a Direção Geral de Saúde da Província Oriental, incluindo duas mulheres e três residentes estrangeiros.

Apesar de sua declarada meta de transparência, a Nazaha não fornece o nome nem outros detalhes sobre os diferentes casos. Também não está claro quando começaram as investigações contra os funcionários nem suas prisões. A campanha parece ecoar a realizada no final de 2017 contra dezenas de príncipes, empresários e altos funcionários para combater a corrupção. Na ocasião, os detidos foram trancados no hotel Ritz-Carlton em Riad e só receberam autorização para sair depois de renunciarem a uma parte substancial de suas fortunas.

As autoridades disseram então que tinham arrecadado 400 bilhões de riais. Observadores, no entanto, interpretaram a medida como um expurgo lançado pelo herdeiro e governante de fato do reino, o príncipe Mohamed Bin Salam (conhecido como MBS), para intimidar seus potenciais críticos. A Corte Real disse no início do ano passado que estava encerrando aquela campanha, mas as autoridades mais tarde anunciaram que também iriam investigar a corrupção entre funcionários públicos.

O príncipe Mohamed conquistou a simpatia de boa parte dos sauditas por conter aqueles que estavam enriquecendo às custas do erário em um país onde a enorme riqueza do petróleo fomenta o nepotismo e a troca de favores. No entanto, seus métodos pouco transparentes também suscitaram críticas e a suspeita de que apenas encobrem seu desejo de concentrar todo o poder em suas mãos. Na época em que lançou o expurgo de 2017, veio à tona que ele havia adquirido um castelo na França, um iate de luxo e uma pintura atribuída a Leonardo da Vinci por 400 milhões de dólares (1,95 bilhão de reais).

“Como empresa, vimos mudanças significativas. Agora há licitações para os contratos públicos e quem oferece as melhores condições ganha. Até sua chegada, os serviços públicos de água, eletricidade e outros eram outorgadas de forma direta e ineficiente. Ele pôs ordem”, declarou recentemente um executivo europeu que trabalha para uma multinacional saudita. O interlocutor admitiu, porém, que essa luta contra a corrupção “não chegou a todos” e que os mais próximos de MBS “foram poupados”.

A notícia das novas detenções veio à tona apenas uma semana depois da prisão de pelo menos dois membros importantes da família real, bem como um outro príncipe e vários funcionários de alto escalão vinculados a eles. O confinamento em suas residências do príncipe Ahmed Bin Abdelaziz, irmão mais novo do rei Salman, e do príncipe Mohamed Bin Nayef, sobrinho de ambos, foi interpretado como um novo reforço do poder do herdeiro e filho favorito do monarca.

 

Depois de perder espaço para a coalizão internacional, Estado islâmico muda estratégia e agora ataca fora da Síria e Iraque

28/11/2015

 

Cerca de 600 combatentes do Estado Islâmico mortos nas últimas três semanas

O secretário de Estado americano John Kerry afirmou neste do domingo que 600 combatentes do grupo Estado Islâmico foram mortos na Síria nas últimas três semanas.

“Na Síria, nas últimas três semanas, o Dash perdeu 3.000 km2 e 600 combatentes”, afirmou Kerry, usando o nome em árabe do Estado Islâmico.

John Kerry também advertiu ao regime sírio e a seus aliados contra qualquer violação de seus compromissos de trégua e ajuda humanitária na Síria.

“Todas as partes devem respeitar o cessar das hostilidades, cooperar na ajuda humanitária e respeitar o processo de negociações para chegar a uma transição política” afirmou em coletiva de imprensa em Paris.

Fonte: Terra

Forças do governo sírio são vistas após tomar o controle da vila de Kiffin, na província de Aleppo, no dia 11 de fevereiro de 2016

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Forças do governo sírio são vistas após tomar o controle da vila de Kiffin, na província de Aleppo, no dia 11 de fevereiro de 2016

Pelo menos 50 jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) foram mortos em 24 horas em combates com o exército sírio, que avança na província de Aleppo, informou neste domingo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

“Esses jihadistas foram mortos nos combates e pelos ataques da aviação russa”, que apoia o regime na sua progressão nessa província do norte, próxima da fronteira com a Turquia, indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.

Desde sábado, as tropas do regime tomaram 18 aldeias em um eixo de cerca de 40 km entre o leste de Aleppo e Raqa (norte), a fortaleza do grupo extremista na Síria, de acordo com o OSDH.

“O exército agora cerca o EI em 16 outras aldeias ao sul deste eixo. O regime quer tomar e consolidar a sua presença no leste e sudeste da província”, afirmou Abdel Rahman.

Com o apoio da aviação russa, as tropas do regime têm tido sucesso sobre os rebeldes e jihadistas em uma série de vilarejos e cidades na província de Aleppo.

 

Estado Islâmico corta salários e leiloa terras confiscadas diante de crise econômica

Bombardeios ocidentais a bancos e menor capacidade de arrecadação provocam austeridade e incitam deserções

Cortes em um dos motes da propaganda extremista, o salário dos combatentes, tem aflorado o número de deserções do Estado Islâmico – REUTERS TV / REUTERS

A crise econômica chegou ao Estado Islâmico. Na contramão da propaganda, o EI agora corta salários de dirigentes e combatentes e leiloa terras confiscadas para melhorar a arrecadação. Em Raqqa, capital do califado, a remuneração das fileiras foi reduzida pela metade. Assim como a ideologia, a instabilidade financeira se alojou no centro da retórica de recrutamento de jovens desolados no Ocidente e jovens deslocados pelos conflitos no Oriente Médio. Se antes o grupo extremista se gabava de prover ajuda social, habitação e bons salários aos que migrassem para seus territórios na Síria e no Iraque, hoje o sistema da organização terrorista é regido pela austeridade. A carestia se aprofunda à medida em que se intensificam os bombardeios aéreos da coalização internacional liderada pelos Estados Unidos.

— O grupo extremista se viu obrigado a reduzir à metade o salário de dirigentes e em 30% a remuneração de soldados e oficiais — confirmou ao “El Mundo” o analista Hashem al-Hashimi, assessor do governo iraquiano e importante fonte de informação sobre o que acontece na cidade sitiada de Mossul. — Os ataques aéreos golpearam nove bancos do Estado Islâmico. Em pelo menos um deles, havia US$ 150 milhões depositados. Os demais haviam sido esvaziados previamente.

Uma investida aérea ocidental, por exemplo, destruiu a sede do Banco al-Rashid, no Leste de Mossul. Mais tarde, a agência de notícias afiliada ao grupo terrorista, al Amaq, divulgaria um vídeo dos escombros da instalação. O depósito, usado como Banco Central, impôs à cidade uma economia de guerra, o que piorou as já precárias condições de vida na cidade sitiada.

Segundo uma ativista local que não quis se identificar, o extremistas responderam à crescente ameaça esvaziando as reservas de dinheiro para ocultá-las em túneis perfurados no subsolo da cidade. Para transportar esses recursos, eles preferiram táxis e transportes públicos em uma tentativa desesperada de se esconder dos aviões de vigilância, disse a ativista ao “El Mundo”.

Tais reservas são especialmente importantes porque o governo central proibiu transferências bancárias para regiões controladas pelo Estado Islâmico. A saída encontrada para o revés na economia foi também leiloar terras confiscadas da minoria cristã, expulsa da cidade em julho de 2014. Os terroristas ainda acresceram impostos e intensificaram o tráfico de seres humanos e antiguidades.

— A situação é muito ruim. As pessoas têm fome, têm medo. A maioria das famílias não tem dinheiro para comida, mas também não tem opções de escapar — afirmou ao jornal espanhol Said Mamuzini, ex-dirigente do Partido Democrático do Curdistão em Mossul. — Os preços dos alimentos sobem diariamente e o Estado Islâmico tenta agora compensar as perdas a partir da elevação de impostos. A saúde também foi afetada. Os remédios estão mais caros e as salas de cirurgia são reservadas para combatentes do EI.

DERROTA NO FRONT E DISPUTAS INTERNAS

Antes da tomada de Mossul, o EI compôs uma rede de sustentação financeira calcada em extorsões, vendidas como promessas de proteção a habitantes do local. Eram os “impostos revolucionários”, que financiaram o auge do grupo. Empreiteiras, por exemplo, destinavam entre 5% e 10% de cada contrato aos jihadistas. Desde 2011, os terroristas também desfrutaram dos US$ 16 milhões mensais que Bagdá enviava para pagar os salários dos funcionários da província de Nínive.

No entanto, um grave golpe às finanças da organização terroristas começou com os bombardeios ocidentais contra refinarias e caminhões de transporte de petróleo, uma das principais rendas do grupo. Da mesma forma, a decisão do governo iraquiano de suspender o pagamento de seus funcionários em áreas controladas pelo EI dizimou outra fonte de arrecadação dos extremistas.

A limitação de recursos também pôs em evidência as disputas no interior do grupo extremistas liderado por Abu Bakr al-Baghdadi – Uncredited / AP

A austeridade no Estado Islâmico tem motivado a deserção de combatentes. O EI tenta preencher o vazio nas fileiras — considerado crime sob pena de morte — com o recrutamento de crianças e adolescentes sírios. Com o rebaixamento de salários, afloraram também as disputas entre os quadros dirigentes do EI, em especial entre as tropas de Baghdadi e os batalhões de Abu Omar al-Shishani, o jihadista checheno e ex-sargento georgiano que opera como comandante das fileiras na Síria.

Fonte: O Globo

Estado Islâmico usa de WhatsApp a Twitter para promover ‘terrorismo viral’

Jihadistas usam chat seguro para bate-papo e moeda digital para doações.
EI recruta, arrecada dinheiro e faz propaganda na internet.

Foto publicada no Instagram pelo perfil Jihadology, associado ao Estado Islamico. (Foto: Reprodução/Instagram/Jihadology)Foto publicada no Instagram pelo perfil Jihadology, associado ao Estado Islamico. (Foto: Reprodução/Instagram/Jihadology)

Troca de mensagens criptografadas por Whatsapp e Telegram. Hashtags espalhadas pelo Twitter. Selfies no Instagram. Vídeos no Youtube. Troca da moeda virtual bitcoin. Parecem inocentes ações de quem é antenado em tecnologia, mas são a forma como usa a internet o grupo jihadista EI, que, na opinião de especialistas, faz uso sem precedentes do meios digitais, a ponto de os EUA chamarem o movimento de “terrorismo viral”.

“Não estamos mais caçando terroristas vivendo em cavernas que apenas se comunicam via mensageiros. Estamos encarando inimigos cujas mensagens e chamados de ataque são postados e promovidos em tempo real”, diz Michael McCaul, deputado republicano que chefia o comitê de segurança nacional dos EUA.

“O grupo toma vantagem de todas as ferramentas e funções das redes sociais para garantir a ampla distribuição de suas mensagens”, explica John Mulligan, diretor do Centro Nacional de Contra-terrorismo dos EUA.

A atuação digital do EI não se resume a propaganda. “O grupo terrorista está usando essas tecnologias e sites hospedados nos EUA para recrutar, encorajar pessoas a executar ataques terroristas em todo o mundo e para levantar dinheiro”, afirma ao G1 Michael Smith II, cofundador da Kronos Advisory, consultoria norte-americana em assuntos de defesa

Por exibir mensagens abertas a todos, o Twitter é um dos canais preferidos e exemplo da atuação do grupo. Em março deste ano, o Brookings Institute identificou 46 mil contas de apoiadores ou militantes do EI. A radiografia aponta que 75% tinham o árabe como idioma primário e eram seguidas por cerca de mil usuários. Apesar de ter fãs acima da média, os perfis seguem uns aos outros. Por outro lado, um quinto dos perfis “falava” inglês. Isso, dizem os pesquisadores J.M. Berger e Jonathon Morgan, mostra como as contas são usadas não só para pregar para convertidos mas também para atrair curiosos e adeptos a ataques.

Foto publicada no Instagram pelo perfil Jihadology, associado ao Estado Islamico. (Foto: Reprodução/Instagram/Jihadology)Foto publicada no Instagram pelo perfil Jihadology, associado ao Estado Islamico. (Foto: Reprodução/Instagram/Jihadology)

Terrorismo viral
Foi essa dinâmica que propiciou um tiroteio no Texas (EUA), em maio deste ano, aponta o Departamento de Segurança Nacional dos EUA. Quatro meses após o ataque ao jornal francês “Charlie Hebdo”, que publicara charges de Maomé, um centro de convenções da cidade de Garland anunciou exibição e concurso de desenhos do principal profeta do islamismo.

Um militante do EI sugeriu no Twitter que o evento tivesse o mesmo fim da publicação francesa. Foi contatado pelo norte-americano Elton Simpson, de 30 anos, e o papo continuou via mensagens diretas. Mas não deve ter parado ali.

“Que Alá nos aceite como mujahideen [combatentes santos]”, escreveu Simpson em um tuíte que incluiu a hashtag #texasattack. A mensagem foi ao ar 15 minutos antes de ele e um amigo dispararem contra o centro e serem mortos depois. Apesar de assumido pelo EI, o atentado foi saudado por apoiadores. “Os irmãos no Texas não tinham experiência em tiroteios mas foram rápidos ao defender a honra do profeta Maomé”, tuitou Junaid Hussain, hacker britânico que, até ser morto em agosto, era um dos maiores recrutadores do EI.

‘Selfies jihadistas’
“Esse ataque exemplifica uma nova era em que o terrorismo se tornou viral”, diz McCaul, para quem o microblog é só um dos meios para isso. Outras populares ferramentas também constam das “armas” da facção. O YouTube, plataforma de vídeos do Google, abriga vídeos das sangrentas execuções. No Instragram são publicadas “selfies jihadistas”. Os argumentos religiosos para as mortes vão parar no “JustPasteIt”. E roteiros de viagem à Síria estão no Ask.fm. Segundo o Brookings Institute, entre janeiro de 2014 e setembro deste ano, a produção auviovisual do grupo chegou a 845 peças.

A atividade digital não ocorre sem que os militantes tomem cuidado. Pesquisadores do Centro de Combate ao Terrorismo de West Point descobriram um manual de cibersegurança apresentado a recrutas. O intuito é empregar serviços que usem criptografia (embaralham as mensagens) ou passem por sistemas que impedem rastreamento, como a Deep Web.

Criptografia
O documento recomenda o uso dos apps de chat Cryptocat e Telegram, devido à forte criptografia, e do Wickr, por destruir as mensagens de forma segura. Para a troca de e-mails, o EI sugere o Hushmail e o ProtonMail. O Gmail, do Google, é citado como seguro desde que o navegador usado seja o Tor (outra recomendação) ou uma rede virtual privada.

O relatório faz ressalvas ao Instagram, pois o dono do aplicativo, o Facebook, tem um histórico ruim em relação a proteção à privacidade. Aparelhos que rodem Android, do Google, ou iOS, da Apple, não são completamente vetados. São permitidos se as comunicações forem feitas pela rede Tor. Liberados estão os smartphones “anti-espionagem” Cryptophone e BlackPhone. Para sanar dúvidas, o EI fornece um serviço de help-desk 24 horas por dia.

Moedas digitais
O EI também usa os meios digitais para sustentar as finanças. Embora o contrabando de petróleo seja uma das grandes fontes de renda, as doações também ajudam a fechar a conta. Segundo o Instituto Europeu para Estudos em Segurança, essas contribuições são feitas em bitcoin para fugir do sistema bancário, fácil de seguir. As transações com as moedas digitais não revelam emissores e receptores, apenas as contas de origem e destino.

Um grupo de hackers que luta para minar o poderio digital do grupo achou uma das carteiras eletrônicas ligadas ao grupo, que, em setembro, tinha mais de US$ 3 milhões.

Arsenal digital do Estado Islâmico (Foto: Editoria de Arte/G1)Arsenal digital do Estado Islâmico (Foto: Editoria de Arte/G1)

Contra-ataque
Anteriormente associados aos hackers ativistas do Annonymous, o Ghost Security Group reporta suas descobertas sobre o EI às autoridades norte-americanas, como o FBI, com a ajuda da empresa Kronos Advisory.

O grupo é exemplo da diversidade da luta contra o EI na internet. Reunidos na fronteira digital estão hackers, empresas que fornecem serviços usados pelos jihadistas e os governos de alguns dos países mais poderosos do mundo.

O Reino Unido já afiou suas garras. Para o chanceler George Osborne, a “brutalidade assassina do EI tem um forte elemento digital”. Sem dar maiores detalhes, ele afirmou que o grupo tenta invadir os sistema britânicos, o que será retaliado. “Nós nos reservamos o direito de responder a um ciberataque do jeito que nós escolhermos”, afirmou durante o anúncio do novo Centro Cyber Nacional, focado em cibersegurança, que custará 2 bilhões de libras.

Os EUA possuem uma força-tarefa contra o terrorismo, composta por FBI, Departamento de Segurança Nacional, entre outros órgãos. O grupo argumenta que as ações resvalam na impossibilidade de interceptar mensagens trocadas por ferramentas criptografas. “Infelizmente, a mudança constante das formas de comunicação na internet está rapidamente ultrapassando as leis e a tecnologia criada para permitir a interceptação legal de conteúdos de comunicação”, afirma Michael Steinbach, diretor-assistente do FBI.

“Esses serviços são desenvolvidos e empregados sem qualquer capacidade de aplicar a lei para coletar informações fundamentais para investigações criminais e de segurança nacional e dos procedimentos penais”, diz. Para driblar a adversidade, a força-tarefa tenta fazer o Congresso dos EUA forçar empresas de tecnologia a reduzir o nível da criptografia.

A indústria já se manifestou contra a proposta. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, por exemplo, já afirmou que nem a empresa consegue burlar o próprio sistema de criptografia. Defensores da privacidade argumentam que essas medidas criarão arcabouço legal para a espionagem de cidadãos comuns.

áreas controladas pelo ei (Foto: Editoria de Arte/G1)

Anonymous ataca site do Estado Islâmico e troca conteúdo por receita de Prozac

 Em sua guerra contra o Estado Islâmico, os hackers do Anonymous e seus aliados acabam de abater mais um alvo e da maneira mais genial possível. Membros do GhostSec, um dos grupos que está combatendo os radicais islâmicos na internet, anunciaram que invadiram a dark web usada pelos terroristas e removeu sites que faziam propaganda ao EI. No lugar do conteúdo original, eles colocaram um anúncio de Prozac, um remédio usado para o tratamento de depressão e outros distúrbios psiquiátricos. Além do anúncio, os hackers ainda deixaram uma pequena mensagem aos membros e simpatizantes do Estado Islâmico. No texto, eles indicam o medicamente como uma forma de fazer com que as pessoas que acessavam aquela página tivessem mais calma em suas vidas. Mais do que isso, o GhostSec ainda pedia para que todos olhassem aquela imagem enquanto eles continuavam a melhorar sua infraestrutura para entregar ao Estado Islâmico aquilo que ele tanto deseja. Como se não bastasse a provocação, o grupo ainda colocou o link de uma farmácia online especializada na venda de remédios a partir de bitcoins. Assim, se algum membro ou simpatizante do EI estiver mesmo interessado no Prozac apresentado, pode adquirir isso sem precisar gastar muito. Em outras palavras, foi uma ótima sacada dos hackers na hora de provocar seus inimigos. Esse é apenas mais um dos ataques realizados pelo Anonymous e seus aliados nesta guerra ao terror dentro da internet. Como já comentamos anteriormente, esses hackers se uniram para atrapalhar a vida e as operações dos extremistas no ambiente digital, derrubando algumas centenas de páginas e perfis que apoiavam as ações do Estado Islâmico. Por outro lado, vários especialistas em segurança estão criticando as ações do próprio Anonymous pelo modo com que ele está lidando com esse combate ao terrorismo. A principal questão é que os ataques orquestrados pelos ciberativistas são indiscriminados e afetaram jornalistas, pesquisadores e outras pessoas que nada tinham a ver com os radicais do Oriente Médio.

Fonte: Yahoo

Exército sírio avança contra Estado Islâmico em Aleppo, diz TV estatal

Parte de estrada que liga cidade a Raqqa foi capturada.
Governo sírio e seus aliados também tiveram ganhos perto de Homs.

O exército sírio capturou território do Estado Islâmico ao leste de Aleppo incluindo vários quilômetros da estrada que liga a cidade com Raqqa, considerada reduto jihadista, informou a TV estatal síria neste sábado.

As áreas relatadas como capturadas estão a leste de Kweires, base aérea apreendida do controle do Estado Islâmico em 10 de novembro, em uma das várias ofensivas travadas pelo exército sírio com suporte de ataques áereos russos, forças iranianas e militantes do Hezbollah libanês.

A Reuters não pôde confirmar de forma independente o relato.

Uma manchete da TV estatal disse que o exército havia capturado as aldeias Kaskis e Akula e vastas áreas de terras agrícolas, apreendendo túneis e fortificações construídas pelos os jihadistas, e foram áreas de desminagem minadas pelo grupo.

As aldeias estão a cerca de 60 quilômetros a leste de Aleppo.

O governo sírio e seus aliados também tiveram ganhos contra Estado Islâmico ao sudeste de Homs.

Fonte: O Globo

Rússia tinha razão: ‘Turquia recebe petróleo do Estado Islâmico’

Os ataques aéreos russos à infraestrutura petrolífera jihadista causaram a insatisfação natural da Turquia, que parece ser o principal consumidor de petróleo do EI, de acordo com a imprensa alemã.

Depois da derrubada do bombardeiro russo Su-24 pela Força Aérea turca, o presidente Putin afirmou que Ancara parece ser cúmplice dos terroristas, já que compra o petróleo nas regiões da Síria capturados por extremistas, e ele tem razão ao dizê-lo, escreve o jornal alemão Bild.

A Turquia se transformou em um grande consumidor de petróleo do grupo extremista Estado Islâmico, continuou o autor do artigo. Os empresários turcos têm acordos de compra de petróleo com jihadistas que lhes permitem obter uma receita de $10 milhões por semana.

 

Presidente da Rússia, Vladimir Putin

O Kremlin há muito tempo que obteve informações de que o petróleo a partir de territórios capturados pelo EI na Síria estava sendo transportado para a Turquia. Quando as Forças Aerospaciais russas começaram a realizar mais ataques contra a infraestrutura do EI, isso não poderia ser ignorado por Ancara.

De acordo com o Bild, a política turca em relação aos jihadistas não é completamente transparente: embora Ancara tenha dado aos americanos a oportunidade de usar a base aérea do país para o lançamento de ataques contra as posições do EI, Erdogan permite que os terroristas cruzem a fronteira para a Síria sem obstáculos.

Ao mesmo tempo, observa o Bild, a Turquia não é o único país que está fazendo acordos sujos com os militantes islâmicos para obter lucro. O contrabando é igualmente realizado para a Jordânia e Curdistão, onde o mercado negro de petróleo do Estado Islâmico é florescente, afirmou Eckart Woertz, analista sênior do Centro de Barcelona para os Assuntos Internacionais.

O presidente russo, Vladimir Putin, depois de uma conferência de imprensa com o presidente francês, François Hollande, disse que quantidades significativas do petróleo procedentes das áreas controladas pelo EI na Síria estão sendo transportadas para a Turquia:

“Nós estamos falando sobre o abastecimento em escala industrial do petróleo dos territórios sírios capturados por terroristas — a partir dessas áreas exatas e não de quaisquer outras. E podemos observar a partir do ar, para onde os caminhões estão indo”, anunciou o presidente. “Eles estão se movendo para a Turquia, dia e noite.”

Fonte: Sputnik

 

Polícia italiana executa mandados de prisão em várias cidades da Itália e de Kosovo; grupo propagava ideologia jihadista

Militantes do Estado Islâmico, contra o qual países como a França e a Rússia declararam guerra
Divulgação/Estado Islâmico

Militantes do Estado Islâmico, contra o qual países como a França e a Rússia declararam guerra

 A polícia italiana deflagrou nesta terça-feira (1) uma operação contra cidadãos de Kosovo suspeitos de apologia ao terrorismo e ódio racial. Estão sendo executados mandados de prisão em várias cidades italianas e em Kosovo, com apoio das autoridades locais. Ao menos quatro pessoas foram presas.

O inquérito que levou à operação foi conduzida pela Direção Central da Polícia de Prevenção, a célula antiterrorista da Itália, e por dois núcleos da Divisão de Investigação Geral e Operações Especiais (Digos) de Brescia. Os agentes identificaram contatos de uma suposta organização terrorista que, através de sites e redes sociais, propagava a ideologia jihadista.

De acordo com os investigadores, o grupo já teria publicado fotos com armas em punho e os quatro detidos foram reconhecidos como extremistas declaradamente militantes do Estado Islâmico.

Os suspeitos de terrorismo presos na Itália haviam publicado ameaças contra o papa Francisco na internet, de acordo com as forças de segurança locais. “Lembrem-se que não haverá outro papa depois deste. Será o último”, é uma das mensagens difundidas pelo grupo detido.

Desde os atentados de 13 de novembro, em Paris, que deixaram 130 mortos, a Itália reforçou toda sua segurança, principalmente em Roma e no Vaticano. O país foi alvo de ameaças do Estado Islâmico, além de receber notificações sobre pacotes-bombas.

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse na semana passada que o mundo “está diante de um inimigo perigoso, o qual ninguém pode subestimar”. Neste sentido, o ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, apresentou medidas para monitorar todas as formas de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias, inclusive o console da marca PlayStation. Assim como as redes sociais, o videogame estaria sendo usado por terroristas para transmissão de mensagens.

Em 12 de novembro, um dia antes da série de atentados em Paris, a Itália e várias nações europeias prenderam mais de 17 pessoas em uma megaoperação contra o terrorismo.

Papa Francisco faz discurso na ONU: investigadores afirmam que ele podia ser um dos atacados
Sebastian Rodriguez/Gobierno de Chile – 25.09.2015

Papa Francisco faz discurso na ONU: investigadores afirmam que ele podia ser um dos atacados
Fonte: IG

Parlamento da Alemanha aprova ação contra o Estado Islâmico na Síria

País enviará aeronaves e 1,2 mil militares para apoiar coalizão internacional.
Não estão previstos bombardeios aéreos.

A câmara baixa do Parlamento da Alemanha aprovou nesta sexta-feira (4) os planos do governo de se juntar à campanha militar internacional contra o grupo jihadista Estado Islâmico na Síria.

Dos 598 parlamentares que participaram da votação, 445 votaram a favor, 146 contra e sete se abstiveram.

A missão vai incluir o envio de seis jatos de reconhecimento Tornado, uma fragata para ajudar a proteger o porta-aviões francês Chales de Gaulle, aeronaves e reabastecimento e até 1,2 mil militares.

A Alemanha não irá realizar bombardeios na Síria – o que já é feito por Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.

O Reino Unido foi o último país a se juntar aos bombardeios, que começaram em 3/12 e atingiram campos de petróleo na Síria

As operações ocidentais não são coordenadas com Moscou, acusada de não atacar somente o EI, como também os rebeldes sírios não jihadistas para ajudar o regime do presidente Bashar al Assad, seu aliado.

Transição política
Os países ocidentais descartam enviar tropas terrestres à Síria, apesar de Washington anunciar sua intenção de mandar centenas de soldados das forças especiais ao Iraque e à Síria.

O secretário de Estado americano, John Kerry, defendeu na quinta-feira a presença de tropas terrestres árabes e sírias para combater o EI, durante uma reunião ministerial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), em Belgrado.

“Todo o mundo sabe que, sem a capacidade de encontrar tropas terrestres dispostas a se opor ao Daesh (acrônimo do EI em árabe), o conflito não poderá ser vencido completamente apenas com os bombardeios”, declarou Kerry.

Ele explicou que pensa em tropas “sírias e árabes”, e não ocidentais, embora tenha afirmado que os Estados Unidos poderão enviar 50 unidades de suas forças especiais à Síria.

“Se conseguirmos pôr em marcha uma transição política, permitiremos que todas as nações e entidades se unam, o Exército sírio junto com a oposição… junto com Rússia, Estados Unidos e outros para ir lutar contra o Daesh”, disse Kerry.

Além da luta antijahdista, os ocidentais asseguram que fazem todo o possível para obter uma transição política na Síria.

“Imaginem com que velocidade se eliminaria essa praga (o EI), no espaço de alguns meses, se fôssemos capazes de conseguir essa resolução política”, insistiu o secretário de Estado.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou uma reunião internacional em Nova York para encontrar uma solução política para o conflito que assola a Síria desde 2011.

Fonte: G1

EI executa adolescentes por ouvirem música pop e faltarem orações

Casos ocorrem em Mossul, reduto do grupo no Iraque, em um momento em que jihadistas perdem terreno no país

Em outro caso de decapitação em público, jovem é morto por jihadista do Estado Islâmico – Reprodução

 

Em novos casos de atrocidades que têm como vítimas adolescentes, o Estado Islâmico decapitou um jovem por ouvir música pop e matou a tiros outros dois que faltaram as orações de sexta-feira, informou a mídia curda. Os casos ocorreram em Mossul, reduto do grupo no Iraque, e fazem parte de uma política de repressão a liberdades individuais. Mas também podem ser vistos como uma tentativa desesperada de propaganda, em um momento em que os jihadistas estão perdendo terreno no país com avanços das forças inimigas.

Segundo a agência curda de notícias “Ara News”, o adolescente Ayham Hussein, de 15 anos, foi preso por jihadistas depois de ser encontrado ouvindo música ocidental na mercearia de seu pai. Em seguida, ele foi levado a um tribunal islâmico e condenado à morte. O jovem foi decapitado em praça pública e o corpo dele foi depois enviado à família. A história não foi confirmada de forma independente, mas a mídia curda indica que o caso levou a uma rara demostração de revolta.

Os jihadistas consideram a música como instrumento de corrupção e proíbem que elas sejam tocadas em lojas, escolas e espaços públicos.

Outros dois jovens também foram presos na última sexta-feira por não terem comparecido às orações na mesquita de Mossul, informou a mesma agência. O ativista local Abdulah al-Malla contou que eles foram baleados do lado de fora do templo dois dias depois da detenção.

“A execução ocorreu depois de ser lido no tribunal uma declaração determinando que qualquer pessoa que falte as orações na mesquita enfrentem a mesma punição”, disse o ativista.

No final de janeiro, um garoto de 14 anos foi brutalmente executado na Síria por acusações semelhantes e seus pais foram forçados a assistir à decapitação do próprio filho.

Fonte: O Globo

Morre o Rei Abdullah, na Arábia Saudita, e sucessor não enfrenta as reformas pela democratização do País

24/01/2015

Justiça saudita mantém castigo corporal para blogueiro que ‘insultou o Islã’r

Badawi está preso desde 2012 e chegou a ser acusado de crime religioso passível de pena de morte

Apesar dos pedidos de clemência da comunidade internacional, a Arábia Saudita manteve a decisão de punir com mil chicotadas e 10 anos de prisão um blogueiro acusado de insultar a religião muçulmana.

Autor de um blog defendendo a liberdade de expressão, Raif Badawi está preso desde 2012 e em janeiro deste ano recebeu 50 chibatadas em público – um vídeo mostrando a cerimônia foi vazado na internet.

De acordo com a decisão original de um tribunal saudita, a parte do castigo corporal da sentença teria que ser levada a cabo de duas em duas semanas, mas desde a primeira “sessão”, em nove de janeiro, o processo foi interrompido. Oficialmente, a interrupção se deu por recomendação de uma junta médica que viu risco de vida para Badawi e considerou que ele não tinha se recuperado o suficiente das primeiras chibatadas.

Críticas

No entanto, acredita-se que a comoção internacional causada pelo caso também tenha influenciado a interrupção. Isso apesar de o governo saudita em março ter expressado seu descontentamento com o que chamou de tentativa de ingerência em assuntos internos do país.

A pressão internacional fez com o que o governo pedisse à Suprema Corte para reexaminar o caso e neste domingo os juízes mantiveram a sentença, que também inclui uma proibição para que, depois de solto, Badawi saia da Arábia Saudita ou use a internet até 2034.

Ensaf Haidar, a mulher do blogueiro teve que fugir para o Canadá, com medo de represálias

Badawi irritou as autoridades ao promover a Rede de Sauditas Liberais, um blog promovendo o debate sobre assuntos e religiosos, e em que disparou críticas contra autoridades e acusou determinados líderes religiosos de fomentar o radicalismo islâmico.

Príncipe

A Arábia Saudita é uma das poucas monarquias absolutistas que ainda restam no mundo e além de usar castigos corporais e pena de morte é criticada constantemente por entidades de defesa dos direitos humanos por reprimir manifestações democráticas.

Apesar disso, o país tem um dos mais altos índices de uso de mídia social do mundo.

Protestos pedindo a libertação de Badawi têm ocorrido em várias partes do mundo

Inicialmente, Badawi tinha sido condenado, em 2013, a sete anos de prisão e 600 chibatadas, mas a punição foi ampliada um ano depois. Ele também tinha sido acusado pelo crime de apostasia (afastar-se da religião), o que no islamismo é considerado um pecado grave e que na Arábia Saudita pode ser punido com a morte.

A mulher do blogueiro, Ensaf Haidar, deixou o país com os filhos e hoje vive no Canadá, depois de alegar ter recebido ameaças. Ela vem liderando uma série de campanhas pedindo a libertação do marido.

Além de uma série de protestos em diversas cidades do mundo, autoridades internacionais interferiram em favor de Badawi junto ao governo saudita. Entre eles o herdeiro do trono da Grã-Bretanha o príncipe Charles. A Suécia cancelou acordos militares com a Arábia Saudita.

Mulheres que dirigiram na Arábia Saudita serão julgadas em corte antiterror, dizem ativistas

Foto de vídeo divulgado por Loujain al-Hathloul mostra ela dirigindo dos Emirados Árabes Unidos até a fronteira com a Arábia Saudita

Duas sauditas detidas por infringirem uma proibição para que mulheres dirijam no país serão julgadas em um tribunal antiterrorismo, disseram ativistas.

Loujain al-Hathloul, de 25 anos, e Maysa al-Alamoudi, 33, estão detidas há quase um mês. Os casos teriam sido transferidos devido a comentários que elas fizeram nas redes sociais e não por estarem dirigindo, segundo os ativistas.

Loujain foi presa em 1º de dezembro após ter tentado entrar no país dirigindo, vinda dos Emirados Árabes Unidos, segundo a agência de notícias AFP.

Maysa, uma jornalista saudita baseada nos Emirados Árabes Unidos, também foi presa quando chegou à fronteira para ajudar Loujain, disse a agência.

As duas mulheres têm um grande número de seguidores no Twitter. Loujain escreveu uma mensagem sobre sua longa espera na fronteira saudita ao tentar entrar no país.

A Arábia Saudita é o único país do mundo onde mulheres são impedidas de dirigir. Apesar de não ser tecnicamente ilegal que elas dirijam, apenas homens recebem carteiras de habilitação – e mulheres que dirigem correm o risco de serem multadas e detidas pela polícia.

Sob as leis sauditas, as mulheres devem ficar no banco de passageiros

Sauditas lançaram uma série de campanhas – inclusive nas redes sociais – exigindo um relaxamento das restrições.

Uma ativista e escritora saudita, Hala al-Dosari, disse à BBC que a transferência dos casos das mulheres era vista como “uma continuação dos esforços das autoridades da reprimir a oposição”. “Este não é um caso isolado”, disse ela.

Na quinta-feira, um tribunal em al-Ahsa, no leste do país, decidiu que as mulheres deveriam ser julgadas em uma corte especializada em Riad, criada para lidar com casos de terrorismo.

Ativistas dizem que advogados das mulheres planejam recorrer da decisão.

Mulher saudita flagrada em estádio de futebol causa revolta no país

Torcedora foi flagrada nas arquibancadas e causou revolta na Arábia Saudita

Uma torcedora saudita revoltou homens do seu país por causa de sua presença em um estádio de futebol.

Em um vídeo no Youtube, a mulher, vestida de niqab – uma túnica e um véu cobrindo o rosto, deixando aparecer apenas os olhos -, aparece nas arquibancadas irritada com uma falta cometida em cima de um jogador do seu time, o Al Hilal, e gesticulando para o gramado.

O jogo era a semifinal da Liga dos Campeões da Ásia entre o Al Hilal, da Arábia Saudita, e o Al Ain nos Emirados Árabes. O time dela (Al Hilal) foi derrotado por 2 a 1.

O clipe já foi visto quase 400 mil vezes no YouTube e tem 1.500 comentários – boa parte deles de homens indignados criticando a mulher não identificada por estar em um estádio repleto de homens.

“Mulheres não se interessam por futebol, então por que elas vão a um estádio para ver um jogo ao vivo?”, escreveu um deles. “Essa mulher não tem um marido? O lugar dela é dentro de casa”, disse outro.

Vários outros que são contra a presença de mulheres nos estádios disseram que a atitude da saudita “incentiva o comportamento imoral e pecaminoso”. Outros falaram que isso coloca as mulheres em risco de serem assediadas.

Críticas

Na Arábia Saudita, as mulheres não podem frequentar jogos de futebol, mas a partida em questão estava sendo realizada nos Emirados Árabes Unidos e, por isso, havia várias mulheres sauditas no estádio apoiando o Al Hilal, time do país.

Lina Al Maena, ex-atleta que defende o direito das mulheres praticarem e participarem de esportes na Arábia Saudita, disse que “as mulheres são assediadas todos os dias, nos shoppings, nas ruas, então não entendo por que no estádio seria diferente”.

Mesmo com as críticas à atitude da mulher flagrada no estádio, Lina Al Maena acredita que já está havendo uma abertura no mundo dos esportes na Arábia Saudita. “Há muito mais aceitação hoje no envolvimento de mulheres com esportes do que se tinha uma década atrás”, constatou.

Segundo jornais sauditas, o governo do país está considerando a possibilidade de construir setores separados no estádio para mulheres.

O rei saudita Abdullah bin Abdulaziz morreu no hospital, aos 90 anos, anunciou a televisão estatal da Arábia Saudita. O monarca, o quinto filho do fundador da Arábia Saudita a ocupar o trono, será sucedido por outro meio-irmão, o príncipe Salman, numa mudança de testemunho esperada mas que não deixa de contribuir para as incertezas que rodeiam o Médio Oriente.

Arábia Saudita proíbe casamento com estrangeiras de quatro países

Pelas novas regras, homens sauditas estão impedidos de casar com cidadãs do Paquistão, Bangladesh, Chade e Myanmar

O governo da Arábia Saudita ampliou as restrições ao casamento de seus cidadãos com estrangeiras, incluindo uma proibição expressa ao matrimônio com mulheres de quatro países.

Os homens sauditas estão proibidos de se casarem com mulheres nascidas no Paquistão, Bangladesh, Chade e Myanmar e que estejam vivendo na Arábia Saudita. Segundo estatísticas não oficiais, 500 mil mulheres desses países vivem hoje na Arábia Saudita.

A Arábia Saudita possui um dos maiores contingentes de mão de obra estrangeira entre os países do Golfo. São 9 milhões de pessoas – ou 30% da população.

A nova medida gerou polêmica em jornais e revistas do Golfo e do Paquistão. Leitores do jornal paquistanês Pakistani Dawn acusaram a Arábia Saudita de racismo.

Já o diário saudita Saudi Gazette questionou o fato de que o novo decreto afetar apenas mulheres desses quatro países.

Divórcio e poligamia

Pelas novas regras, os noivos que quiserem se casar com estrangeiras têm de encaminhar à polícia o documento de identidade original junto com a proposta de casamento assinada pelo prefeito da cidade onde moram. A papelada será então remetida ao governo para apreciação, explicou o chefe de polícia de Mecca, Assaf Al-Qurshi.

Os solicitantes precisam ter idade superior a 25 anos. Caso tenham se divorciado, terão que esperar seis meses antes de um novo casamento, informou o jornal Makkah.

Para homens casados, o requerente “deve incluir um relatório de um hospital federal atestando que sua esposa está sofrendo de uma doença crônica ou é estéril”.

Enquanto isso, homens casados com mulheres saudáveis precisam provar que suas esposas autorizam o segundo matrimônio.

A Arábia Saudita permite a poligamia – um homem pode ter várias esposas.

Jovens são presos por dar ‘abraços grátis’ na Arábia Saudita

Polícia religiosa da Arábia Saudita detém suspeitos por incentivar práticas exóticas

Dois homens foram presos na Arábia Saudita por oferecer “abraços grátis” nas ruas de Riad.

A polícia religiosa saudita deteve os dois jovens pelos crimes de “incentivar práticas exóticas” e ofender a ordem pública.

O movimento de abraços grátis propõe “iluminar” as vidas das pessoas ao oferecer abraços a estranhos.

O jovem saudita Bandr al-Swed publicou um vídeo no YouTube no qual aparece oferecendo abraços a homens desconhecidos que passam na rua. Mais de 1,5 milhão de pessoas assistiram ao vídeo.

“Após ver a ‘Campanha de Abraços Grátis’ em muitos países diferentes, decidi fazer isso em meu próprio país”, disse Swed à TV al-Arabiya.

“Gostei da ideia e pensei que ela poderia levar felicidade à Arábia Saudita.”

Sharia

Segundo o jornal britânico Independent, o vídeo inspirou outros dois jovens sauditas: Abdulrahman al-Khayyal e um amigo.

A dupla então foi a uma das principais ruas de Riad e começou a oferecer abraços, anunciando o “serviço” em um letreiro.

Os dois foram rapidamente presos pela polícia religiosa local, órgão da Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício encarregada de assegurar o cumprimento da sharia (lei islâmica) no país.

Os dois suspeitos foram libertados após assinar um documento prometendo que não voltariam a oferecer abraços na rua.

A polícia religiosa atraiu críticas por seu papel em um incêndio, em 2002, em uma escola em Mecca, no qual 15 meninas morreram. A polícia foi acusada de manter as crianças na escola durante o incêndio por elas não estarem adequadamente vestidas para sair.

Sauditas fazem campanha no Twitter pedindo melhores salários

Charge crítica ao governo mostra estrangeiros se beneficiando mais com riqueza do país

Uma campanha nas mídias sociais pedindo melhores salários na Arábia Saudita está ganhando grande adesão dos internautas do país, devido ao recente aumento no custo de vida.

Nos últimos dois, ativistas criaram uma hashtag em árabe que se tornou muito popular no Twitter: #nossos_salários_não_cobrem_nossas_necessidades.

Mais de 17 milhões de mensagens com esta hashtag em árabe foram publicadas nas primeiras duas semanas da campanha, que começou em julho.

No entanto, a campanha também atrai críticas. Para alguns, ela expõe em público problemas privados. Para outros, ela é simplesmente exagerada.

Um dos objetivos da campanha é fazer com que o rei Abdullah, que governa o país, aumente os salários por decreto. Os ativistas têm exposto o problema da pobreza no país, um dos mais ricos em petróleo do mundo.

Dia Nacional

Desde os anos 1970, a população passou de sete milhões para 30 milhões. Os mais jovens com bom nível de educação lideram as reivindicações por melhorias.

Alguns se ressentem com a promessa feita pelo governo de ajudar o Egito financeiramente, em um momento em que há muita pobreza.

Uma charge que circula no Twitter ilustra o problema. A imagem mostra um casal saudita e um bebê morando em um trailer. A legenda diz: “A Arábia Saudita dá US$ 5 bilhões ao Egito. Eles [a família] não merecem mais?”

A família real saudita também é criticada. Muitas mensagens no Twitter criticam a notícia não-confirmada de que um dos príncipes da família teria pago US$ 500 mil a uma instituição de caridade para ter um encontro de 15 minutos com a atriz americana Kristen Stewart.

Ativistas também reclamam da falta de imóveis a preços acessíveis, um problema que já foi criticado pelo Fundo Monetário Internacional em um relatório recente.

Os protestos podem se intensificar em 23 de setembro, o Dia Nacional, um feriado patriótico na Arábia Saudita.

Um internauta escreve: “Que Dia Nacional é esse, quando minha nação está afundando em dívida, todos os príncipes estão na Suíça e nós é que pagamos as contas? A culpa é de quem permite que eles brinquem com nosso dinheiro e nosso petróleo.”

Este tipo de debate público é raro na Arábia Saudita. O secretário-geral do gabinete do rei, Abdul Rhman al-Sadhan, criticou a campanha no Twitter, dizendo que ela é uma “oportunidade para insurreição (…) liderada por pessoas raivosas com o fato de o reino estar em paz e estabilidade, enquanto outros países sofrem.”

Romeu e Julieta’ sauditas viram tema de campanha no Facebook

Simpatizantes fazem campanha online em favor do casal, detido na fronteira Arábia Saudita – Iêmen

Um relacionamento “proibido” entre dois jovens, envolvendo Arábia Saudita e Iêmen, virou tema de uma campanha no Facebook.

O amor entre Huda (uma moça hoje com 22 anos e vinda de uma família proeminente) e Arafat (um imigrante iemenita pobre de 25 anos) floresceu quando ela entrou em uma loja de celulares em sua cidade natal, na Arábia Saudita. Ele trabalhava lá. Ambos se apaixonaram.

Huda visitou a loja ao longo de anos para encontrar-se com Arafat, que pediu a mão da jovem em casamento ao pai dela. Mas o pai recusou, diz o advogado do casal.

“Minha família queria que eu me casasse com um outro homem”, diz Huda em um vídeo postado no YouTube, que, segundo relatos, é parte de uma entrevista que ela deu a jornalistas sauditas. “Mas eu me recusei. Disse que ninguém me tocaria senão Arafat. Foi aí que pensei que eu deveria fugir.”

Sua decisão foi considerada ousada, em uma sociedade tão tradicional e patriarcal como a saudita. Huda saiu de casa e cruzou a fronteira entre Arábia Saudita e Iêmen, disfarçada de trabalhadora iemenita.

Segundo comunicado da ONG Human Rights Watch, que conversou com o advogado do casal, Arafat estava com ela na fuga; eles planejavam se casar no Iêmen.

Mas ambos foram detidos na fronteira. Hura foi acusada de imigração ilegal, e Arafat de ser seu cúmplice.

Repercussão online

A história do casal teve grande repercussão no Facebook no Iêmen, e diversas páginas foram criadas para comentar a história do casal (uma delas tem mais de 9 mil “likes”).

Nem todos os comentários nas páginas são favoráveis a Huda e Arafat. Alguns internautas alegam que ela “envergonhou seu país e sua família”; outros evocam rixas entre iemenitas e sauditas.

Mas muitos defendem o casal e citam os levantes iemenitas durante a Primavera Árabe para pedir mais direitos civis.

“A empatia com Huda é porque ela se rebelou contra sua cultura”, diz Fahad, funcionário público de 33 anos que está organizando um protesto, neste domingo, diante do tribunal onde o casal se apresentará para uma audiência.

“Ela enfrentou uma sociedade patriarcal que ordenava que ela se casasse. Isso mostra a necessidade de termos Estados modernos, com liberdades e direitos e onde as pessoas possam, por exemplo, escolher com quem querem se casar.”

A Human Rights Watch também defendeu Huda, pedindo que ela não seja deportada à Arábia Saudita.

“As autoridades iemenitas não devem devolvê-la a seu país sem levar em conta sua alegação de que o governo saudita não será capaz de protegê-la da violência (que deverá sofrer) de sua família”, diz o comunicado da ONG.

“O Iêmen deve suspender qualquer ordem de deportação e permitir que o Comissariado da ONU para Refugiados a entreviste na prisão para verificar seu pedido por asilo.”

A ONG diz que “diversas fontes” confirmam que a Arábia Saudita está pressionando o país vizinho para que deporte Huda.

Abdullah, que terá nascido em 1923 ou 1924, era rei desde Agosto de 2005, embora tenha governado de facto o país na década anterior, depois de o antecessor, o rei Fahd, ter sofrido um acidente vascular cerebral.

À frente de uma das últimas monarquias absolutas do mundo, é creditado por algumas reformas internas: autorizou a realização de eleições municipais, que continuam a ser as únicas permitidas no país, e anunciou que as mulheres poderiam votar e ser eleitas (o que não chegou a acontecer), permitiu um nível mínimo de crítica ao governo na imprensa, deu o seu nome à primeira universidade não segregada do país e aprovou bolsas de estudo que permitiu a milhares de jovens estudar no estrangeiro. Reforçou também o papel da Arábia Saudita como potência incontestável da região e esmagou, há quase uma década, a presença da Al-Qaeda no país, após uma série de atentados que colocou em causa a segurança no maior produtor mundial de crude.

Mas a estrutura de poder não foi tocada e a Arábia Saudita mantém-se como um dos mais repressivos países do mundo, onde as mulheres são a ser presas por conduzirem, os partidos políticos são proibidos, a mínima dissidência é punida com prisão e as execuções em público uma prática corrente.

A notícia da sua morte, à 1h de sexta-feira (22h de quinta-feira em Portugal continental), foi antecedida pela recitação de versos do Corão na televisão estatal que, pouco depois, poria fim a uma especulação que durava desde 31 de Dezembro, altura em que Abdullah foi hospitalizado com uma pneumonia.

O funeral realizou-se a meio do dia de setxta-feira, um momento de grande solenidade religiosa uma vez que o rei saudita ostenta o título de guardião de Meca e Medina, o que faz dele uma das figuras mais importantes da fé muçulmana. Entre as presenças já confirmadas no funeral está o rei Abdallah da Jordânia e o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Os problemas de saúde de Abdullah foram recorrentes nos últimos anos, originando especulações sobre a sucessão no reino saudita, actor decisivo no Médio Oriente e potência mundial do petróleo. Para garantir a normalidade, Salman bin Abdulaziz al-Saud foi de imediato proclamado rei, passando o título de herdeiro para o príncipe Moqrin, o mais novo entre as dezenas de filhos de Abdulaziz al-Saud, o fundador da Arábia Saudita. Depois da sua morte, em 1952, o trono foi ocupado sucessivamente por cinco dos seus filhos, uma tradição que volta agora a ser respeitada.

Num primeiro discurso ao país, o novo monarca, tido como menos interessado em reformas e mais próximo da ultraconservadora liderança religiosa, assegurou que manterá a linha dos seus antecessores. “Permaneceremos, com o apoio de Alá, no caminho seguro que este Estado segue desde a sua criação pelo rei Abdulaziz e pelos seus filhos depois dele”, afirmou Salman numa intervenção em que prometeu manter o país a salvo de qualquer ameaça e apelou à união das nações árabes e muçulmanas.

Mas há incertezas que continuam a pairar sobre o trono saudita. Salman, que era príncipe herdeiro e ministro da Defesa desde 2011, tem 79 anos e há vários rumores sobre o seu estado de saúde, que a monarquia desmente. Moqrin foi designado no ano passado segundo na linha de sucessão, numa iniciativa de Abdullah para garantir a renovação da linha dinástica. Mas outros meios-irmãos contestam (ainda que veladamente) a escolha, apontando o facto de ser filho de mãe iemenita e de ter ultrapassado outros príncipes que, pela idade, estariam à sua frente na sucessão.

Se vier, efectivamente, a ocupar o trono saudita, Moqrin deverá ser o último da sua geração a fazê-lo, pelo que as atenções estão já centradas em perceber qual entre os netos de Saud assumirá um dia as rédeas do país. Salman deu um primeiro passo nesse sentido, ao nomear nesta quinta-feira o sobrinho Mohammed bin Nayef, actual ministro do Interior com boa reputação no Ocidente, como segundo na linha de sucessão, após Moqrin. Designou ainda um dos seus filhos, Mohammed bin Salman, como ministro da Defesa, mas manteve os titulares das outras pastas, incluindo Negócios Estrangeiros, Petróleo e Finanças.

Fonte: O Público (Portugal) e BBC

Na Arábia Saudita, outro maluco mantém quatro filhas princesas presas há 13 anos

29/03/2014

Arábia Saudita: princesas estão ‘em cativeiro’ há 13 anos

As princesas denunciaram em redes sociais os maus tratos que sofrem. A ex-mulher de Abdullah disse em entrevista à TV que ela não vê as filhas há 13 anos

 

A ex-mulher do rei Abdullah da Arabia Saudita, princesa Alanoud Al Fayez, deu uma entrevista à televisão britânica e pediu ajuda internacional para salvar suas quatro filhas que têm sido mantidas presas  pelo pai há 13 anos. Segundo a mulher, as princesas passam necessidades e sofrem de maus tratos, de acordo com notícias do canal americano Channel 4.

“O rei Abdullah não permite que saiam nem para comprar comida”, segundo a mãe.

Alanoud foi proibida de ver as filhas pessoalmente e faz 13 anos que não se encontram por causa de seu divórcio com o rei. “Elas estão num estado terrível, especialmente Jawaher e Sahar. Minhas filhas falam que têm se mantido vivas e tentando manter a sanidade. Elas não merecem”, disse a mãe ao canal.

Com a hashtag #FreeThe4, a filha Saha usa o Twitter para mandar mensagens à mãe e denunciar condições em que ela e as irmãos são mantidas.  Abdullah é bastante visitado por líderes ocidentais, e, por isso, as princesas denunciaram os políticos que pouco ou nada fazem para melhorar as condições das mulheres na Arábia Saudita.

“O rei pediu-me para voltar para ele e recusei. Nunca pensei que ele castigasse as minhas filhas por minha causa”, afirmou, acrescentando: “Elas ligam-me a chorar, não aguentam mais. O meu advogado tentou viajar para a Arábia Saudita para se reunir com elas mas não o autorizaram”.

As duas filhas do rei Abdullah da Arábia Saudita que revelaram estar em cativeiro na residência real do pai, há mais de uma década, recorreram ao Twitter para pedir ajuda. As mulheres, Sahar, de 42 anos, e Jawaher, de 38 anos, publicaram na rede social uma fotografia onde mostraram a deterioração das condições em que são mantidas.

A casa de Saud é uma das mais secretas do mundo e vale um 11 bilhões de libras. O Channel 4 entrou em contato com o governo da Arábia Saudita sobre o problema, mas não houve retorno.

O rei Abdullah está no trono desde 2005. A Arábia Saudita é o único país que proíbe as mulheres de conduzir e é, segundo a ONU, um dos países mais violentos para as mulheres

Fonte: Terra

A TERRA NA TERCEIRA DIMENSÃO: violência contra a mulher

24/05/2011

Em 22/12/12, a polícia de Nova Délhi, a capital da Índia, usou gás lacrimogêneo e canhões de água  para conter milhares de pessoas que tentavam chegar à residência do presidente do país para protestar contra o estupro coletivo e o espancamento de uma estudante no interior de um ônibus.

Vários manifestantes sofreram ferimentos ao tentar romper o bloqueio formado por barricadas de aço na região, que conta com forte esquema de segurança. A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e usou cassetetes contra os manifestantes, alguns dos quais atacaram a política durante esporádicos confrontos durante o dia.

À noite, os confrontos se intensificaram. Um grande número de manifestantes se dirigiu para o prédio do Parlamento, que fica nas proximidades da residência do presidente, e atacou a polícia com pedras, que revidou. Mais tarde, os manifestantes se reagruparam e acenderam velas.

O protesto pede a pena de morte para os seis suspeitos que foram detidos pela polícia após o ataque, ocorrido em 16 de dezembro, na capital indiana.

O ministro do Interior Sushilkumar Shinde disse aos jornalistas que o governo vai examinar atentamente o pedido e anunciar a abertura de um inquérito oficial sobre o estupro, ocorrido no último domingo, além de sugerir medidas para melhorar a segurança das mulheres.

Shinde disse que cinco policiais de Nova Délhi foram suspensos por não terem agido prontamente, após o ataque sofrido pela jovem. Ele também reuniu-se com uma delegação de manifestantes estudantis e pediu a eles que encerrassem seu protesto.

O ataque deu início a vários dias de protesto em todo o país. As mulheres exigiram que as autoridades tomem ações mais duras para protegê-las contra a ameaça diária de assédio e violência. Na sexta-feira, autoridades indianas anunciaram uma ampla campanha para proteger as mulheres de Nova Délhi.

Alguns manifestantes deste sábado seguravam faixas nas quais se lia: “Salvem as mulheres. Salvem a Índia” e “Enforquem os estupradores”.

O aposentado V.K. Singh, que foi chefe do Exército, se uniu aos manifestantes e responsabilizou “a apatia política e burocrática em relação aos crimes contra mulheres”. Ele exigiu reformas imediatas na política para treinar e armar as forças de segurança.

O ministro do Interior também anunciou que aparelhos de GPS serão instalados nos ônibus do governo para evitar que eles saiam de suas rotas. Além disso, os motoristas terão de deixar suas identidades à vista. Há relatos de que entre os pelos menos quatro homens – que estupraram a jovem e feriram gravemente a vítima e o amigo que estava com ela -, estava o motorista e o cobrador do ônibus.

Internada, a  Jovem vítima de estupro coletivo em ônibus corre risco de vida na Índi

Outro dia, outra garota estuprada, outra rodada de indignação. No entanto, mais de 630 estupros aconteceram na cidade até agora neste ano, e nada parece que realmente mudará.

Os médicos que tratam a estudante paramédica atacada, que atualmente está conectada a aparelhos de suporte de vida em um lotado hospital da cidade, estão horrorizados. Eles disseram que esse é o caso “mais grave” de estupro que já cuidaram.

“Isso foi muito mais do que estupro. Havia lesões extensas. Aparentemente um objeto contundente foi usado repetidamente (pelos agressores)”, disse um dos médicos.

O incidente da noite de domingo de 16 de dezembro na “capital do estupro” da Índia foi simplesmente brutal, mesmo para uma cidade que se tornou insensível aos crimes contra as mulheres.

Os maus-tratos e abuso contra mulheres são um grande problema especialmente em Nova Délhi e no norte da Índia. A mentalidade social patriarcal, uma cultura descarada de abuso do poder político, um desdém generalizado em relação à legislação, uma força policial em grande parte insensível e uma população de migrantes sem raízes, sem lei, são apenas algumas das razões. Devem haver muitas outras.

Então, é provável que qualquer mulher – exceto as muito ricas e privilegiadas – esteja propensa a enfrentar indignidade e humilhação nessa cidade.

Nessa parte do mundo onde vivo e trabalho, as pessoas dizem que os estupros são consequência da pornografia, da influência das mulheres estrangeiras – por usarem vestidos ocidentais e por saírem com seus amigos. Quando outro incidente acontece, as manchetes indignadas, talk shows de TV, vigílias à luz de velas, promessas pelas autoridades e chavões por parte dos políticos aparecem novamente.

Mas nada realmente muda para as mulheres em Délhi. “É como se houvesse uma conspiração silenciosa na cidade”, disse uma amiga, “para que as mulheres continuem com medo”. Elas dizem que não estão seguras em nenhum lugar, em casa, na rua, no ônibus, no novo sistema de metr

Uma amiga que trabalha como fotógrafa de uma agência internacional de notícias me contou a história de sua vida como uma mulher em Délhi. É infinitamente pior para aquelas que são menos favorecidas do que ela.

Quando ela vivia como hóspede em um luxuoso bairro na região sul de Délhi alguns anos atrás, um cozinheiro bêbado invadiu seu quarto à noite, puxou o lençol de cama e tentou atacá-la. O homem fugiu depois que ela gritou.

“O meu senhorio, uma pessoa perfeitamente respeitável no exterior, veio e disse que provavelmente foi um sonho, que não poderia ter sido um ataque. Sua mãe tinha ouvido os meus gritos, e acreditou em mim. Fui embora do local, e eles disseram que tinham demitido o cozinheiro. Quando cheguei mais tarde, descobri que o cozinheiro havia retornado e estava trabalhando”, lembrou.

Depois de alguns anos, ela se matriculou em aulas de salsa, e seus amigos chegaram para buscá-la para uma competição. Eles esperavam um táxi quando um policial se aproximou e questionou os meninos. “Vocês estão saindo com uma mulher promíscua”, resmungou. “Dê-me o telefone de seus pais, vou ligar para avisá-los disso.”

Quando seus amigos protestaram, o policial foi até a dona da casa e solicitou um suborno. “Ele lhe disse que abriria um processo dizendo que ela tinha alugado um quarto para uma mulher suspeita e sem um acordo de aluguel adequado.”

Uma noite, há alguns anos, ela voltava para casa do trabalho quando um jovem se aproximou e disse algo muito obsceno. Ela pediu para ele calar a boca e continuou andando. O homem correu atrás dela, parou em sua frente, e lhe disse sem rodeios: “Derramarei ácido em seu rosto se você falar isso novamente” e então desapareceu

“Cheguei em casa e comecei a chorar. Fique com medo de sair de casa durante os dias seguintes”, disse.

Não ajuda muito a mulher estar acompanhada por um amigo ou cônjuge. Outra amiga que andava de carro com um amigo foi atacada por um grupo de rapazes em um bairro chique alguns anos atrás. Eles bloquearam a pista em um cruzamento, apontaram uma arma para seu amigo e o xingaram.

“Eles quiseram provocá-lo, falaram que ele saía com uma prostituta. Meu amigo ficou em silêncio e pediu desculpas. Eles nos deixaram ir embora depois de nos roubarem”, lembrou.

O desdém de Délhi por suas mulheres reflete possivelmente a própria cidade, disse um amigo cínico e residente de longa data da cidade.

Uma cidade que em grande parte, segundo ele, foi criada por uma geração de imigrantes sem raízes, ricos e pobres, que viviam em seus próprios mundos em bairros fechados e favelas imundas, atualmente torna difícil uma ação coletiva genuína. Uma polícia ineficaz e um sistema de justiça que não funciona também não contribuem para a situação

Fonte: Ig

A esperança de Malala: vote pelo Site da Avaaz

 

Malala dedicou sua infância para defender a educação de garotas como ela no Paquistão. Enquanto ela se recupera em uma cama de hospital, vítima de atiradores do Talibã, vamos ajudar o seu sonho a se tornar realidade.

Já existe, em uma parte do Paquistão, um programa bem sucedido que dá benefícios para famílias que enviarem suas filhas para a escola com frequência. No entanto, na província da garota Malala, o governo está de braços cruzados. Alguns políticos de cargos altos lhe ofereceram ajuda e se agirmos agora podemos fazer com que eles se comprometam a implementar essa ideia em todo o país.

Antes que a atenção da mídia se volte para outro caso, vamos elevar nossas vozes e exigir que o governo do Paquistão anuncie medidas de auxílio financeiro para todas as garotas paquistanesas irem à escola. Em alguns dias, o enviado da ONU para educação se encontrará com o presidente paquistanês Asif Ali Zardari e disse que a entrega em mãos de 1 milhão de assinaturas pode dar força à sua presença. Assine a petição e compartilhe com todos – vamos ajudar a tornar o sonho da garota Malala realidade.

 Fonte: Avaaz

Mulher palestina diz que ficou 10 anos trancada no banheir

 

 

 

Baraa Melhem na casa de sua mãe

 

Uma mulher palestina de 21 anos disse a autoridades que passou os últimos 10 anos trancada em um banheiro por seu próprio pai, que só a deixava sair durante a noite para que ela limpasse a casa.

 Baraa Melhem contou que seu pai dizia a ela que “as pessoas são monstros”, segundo uma assistente social que está trabalhando no caso.

A polícia palestina disse nesta segunda-feira que libertou Melhem no sábado do pequeno banheiro de uma casa na cidade de Qalqilya, na Cisjordânia, após uma denúncia anônima.

O pai dela, que tem cidadania israelense, foi preso e entregue a autoridades de Israel. Ele vai prestar depoimento a um tribunal israelense na quarta-feira, de acordo com um porta-voz da polícia.

Melhem disse a uma rádio palestina que ela tinha 11 anos quando seu pai a trancou dentro do banheiro e não a deixou mais ir à escola ou ver a mãe, de quem ele é divorciado.

Ele batia nela com um pedaço de pau com arames de metal e dava apenas uma coberta para ela se aquecer, de acordo com a assistente social Hala Shreim.

“O banheiro tinha apenas um metro e meio, era como uma cela”, disse Shreim.

De acordo com um comunicado da polícia palestina, o pai, citando uma “disputa familiar”, admitiu ter trancado a filha e que a alimentava basicamente só com pão.

A assistente social disse que o pai de Melhem frequentemente encorajava a filha a cometer suicídio.

“Seu único consolo era um rádio que a mantinha conectada ao mundo”, disse a assistente social Shreim.

A jovem agora está de volta com sua mãe.

Fonte: Yahoo

RELEMBRE OUTRO CASO

Uma mulher foi presa na Arábia Saudita, só porque dirigiu um carro e postou um vídeo sobre isso no youtube, com 500 000 visualizações, pela “mataw”, a polícia religiosa, que costuma humilhar as mulheres em público. Mesmo assim, em 17 de Junho, algumas repetiram a proeza de Manal al-Sharif, sendo presas, e foi fundada a Comunidade “We are all Manal al-Sharif” no Facebook.

Nesse país, além de não poderem dirigir, as mulheres precisam da autorização de algum homem da família para fazerem as atividades quotidianas,  como trabalhar fora e viajar para o exterior. Elas não podem andar sozinhas nas ruas, acessar a net sem a presença de um guardião masculino (“mihrim”), nem subir nos elevadores com os homens

Todavia, hoje, asssiste-se a um verdadeiro “despertar árabe”, em que as mulheres muçulmanas vêm participando dos movimentos na Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen, Bahrein e Síria, ao lado dos homens, mesmo os governantes considerando os protestos “haram”, ou seja, pecado punível com cadeia e flagelação.

Essas mulheres são, portanto, um contraponto à submissão em que vivem na Arábia.

Um novo episódio maculou a imagem da mulher muçulmana, desta vez, da Rainha da Jordânia, Rania, chamada de “piranha” por comentarista da TV fechada da Rede Globo, causando reação da comunidade no Brasil.

Fonte: R7

CONFLITOS NO MUNDO ÁRABE – agora, Síria e Egito

27/02/2011

Confrontos entre as forças de segurança e manifestantes islamitas deixaram ao menos 51 mortos em todo o Egito em 6/10/13, dos quais ao menos 40 no Cairo, informou o ministério da Saúde. Mais de 240 pessoas ficaram feridas e cerca de 420 partidários do líder deposto Mohammed Morsi foram detidos em todo o país.

 

Os enfrentamentos ocorreram em meio ao feriado nacional que celebra o aniversário de 40 anos do início da guerra civil contra Israel, quando as forças egípcias cruzaram o Canal de Suez em 1973.

 

Partidários de Morsi e integrantes da Irmandade Muçulmana marcharam em várias cidades para denunciar a derrubada do líder do poder pelos militares, enquanto milhares festejavam o exército.

 

Este foi o maior número de mortos em apenas um dia desde 14 de agosto quando as forças de segurança desmantelaram campos de partidários de Morsi, matando centenas de pessoas.

Especialistas destruíram mísseis, bombas, ogivas e equipamentos para misturar produtos químicos também em 6/10/13, no primeiro dia da campanha para eliminar armas na Síria, informou a ONU.

 

Especialistas internacionais supervisionaram o pessoal sírio que “usou maçaricos e máquinas trituradoras para destruir, ou inutilizar, uma gama de objetos”, segundo nota divulgada pela ONU e pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).

 

A equipe de inspetores chegou em Damasco na terça-feira para iniciar o processo de verificação detalhada do programa de desenvolvimento de armas químicas do governo sírio.

 

A equipe está na Síria sob os termos da resolução da ONU garantida pelo acordo entre os EUA e Rússia para que o regime do presidente Bashar Assad entregue suas armas químicas para destruição.

 

Pela resolução da ONU, o arsenal de armas químicas da Síria será destruído até meados de 2014.

Fonte: Yahoo

 

Síria ameaça responder ataques de Israel no momento certo

ONU e a Rússia advertiram para o perigo de uma escalada regional.
ONG informou que ao menos 42 soldados sírios morreram em 5/5/13

O regime sírio, envolvido em uma guerra com a rebelião que busca sua queda, afirmou em 6/5/13 que escolherá o momento certo para responder aos ataques israelenses contra seu território, que deixaram 42 mortos e provocaram o temor geral de um conflito regional.

A ONU e a Rússia, um dos poucos aliados do presidente sírio Bashar al-Assad, advertiram para o perigo de uma escalada regional após os ataques aéreos israelenses contra posições militares sírias na sexta-feira e no domingo perto de Damasco, e as ameaças do Irã e do Hezbollah libanês, os outros dois grandes apoios do regime sírio.

Outra fonte de preocupação é o suposto uso de armas químicas.

No entanto, a comissão de investigação internacional independente sobre a Síria, patrocinada pela ONU, afirmou nesta segunda-feira, em um comunicado, que “não alcançou os resultados que lhe permitam concluir que foram utilizadas armas químicas pelas partes em conflito”.

“Consequentemente e até o momento, a Comissão não está na posição de comentar estas alegações”, acrescenta o comunicado, que aparentemente refuta as declarações à imprensa de um de seus membros, a promotora suíça Carla del Ponte, que falou sobre a utilização de gás sarin pelos rebeldes

Carla del Ponte – que em seus mandatos anteriores, sobretudo quando era promotora do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), se destacou por suas declarações radicais à imprensa – havia afirmado na noite de domingo (5), em italiano diante das câmeras da televisão pública suíça do Tesino, que havia visto um relatório “sobre testemunhos obtidos relativos à utilização de armas químicas, em particular gás sarin, pelos opositores, e não pelo governo”. Falou de “fortes suspeitas, de suspeitas concretas” e considerou que não era surpreendente que os rebeldes tenham utilizado gás sarin, “já que há combatentes estrangeiros que se infiltraram entre os opositores”.

Em um primeiro balanço do ataque de domingo, uma ONG informou sobre ao menos 42 soldados sírios mortos e uma centena de desaparecidos.

“A Síria responderá à agressão israelense, mas escolherá o momento de fazê-lo. Isto talvez não ocorra imediatamente, já que Israel está em estado de alerta”, disse à AFP nesta segunda-feira um líder político sírio próximo ao poder, contactado por telefone, que disse que “vamos esperar, mas responderemos”.

Para Damasco, estas agressões abrem a porta a todas as opções e fazem com que a situação na região seja mais perigosa. A televisão síria advertiu que ‘os mísseis sírios estão preparados para atacar alvos precisos em caso de violação’.

Diante do temor de eventuais represálias, Israel anunciou a mobilização de duas baterias antimísseis no norte do país, ordenou o fechamento do espaço aéreo nesta zona até a noite desta segunda-feira e reforçou as medidas de segurança em suas embaixadas em todo o mundo.

Um funcionário israelense afirmou que os ataques estiveram dirigidos contra um depósito de munições iranianas destinadas ao Hezbollah, o poderoso movimento xiita libanês, protegido do Irã e aliado do regime de Bashar al-Assad.

No entanto, Teerã desmentiu que existam armas iranianas nos alvos bombardeados por Israel, e ameaçou Israel com “acontecimentos graves na região dos quais nem os Estados Unidos nem Israel sairão vencedores”.

No dia 30 de abril, o chefe do Hezbollah, Hasan Nasrala, cujos homens combatem do lado do exército do regime sírio, afirmou que seu movimento e o Irã não permitirão a queda de Assad.

Uso de gás sarin
Ataques, ameaças e eventuais represálias podem dar uma guinada ao conflito sírio, que já expulsou dezenas de milhares de sírios em direção aos países vizinhos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “muito preocupado”, pediu que “todas as partes demonstrem o máximo de calma e contenção, assim como ajam de maneira responsável para evitar uma escalada do que já é um conflito devastador e muito perigoso”.

Além disso, a Rússia considera que os ataques israelenses podem provocar uma escalada, com o risco de que surjam focos de tensão nos países vizinhos, em particular no Líbano.

A China, aliada do regime de Damasco, se juntou às críticas. A porta-voz da chancelaria, Hua Chunying, disse que seu governo não apenas se opõe ao uso da força, mas “considera que é preciso respeitar a soberania de todos os países” por ocasião da visita do presidente palestino, Mahmud Abbas, e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

A União Europeia, diante do temor de que o conflito se propague, pediu para que ‘a estabilidade da região, que já é precária, não seja colocada em perigo’.

Desde o início do conflito, em março de 2011, com a repressão do regime da revolta pacífica da rebelião, Israel realizou três ataques contra alvos perto de Damasco, no dia 30 de janeiro e nos dias 3 e 5 de maio.

Mais de 70 mil pessoas morreram na Síria desde o início da revolta, em março de 2011, que se degenerou em uma guerra civil pela brutal repressão do regime de Assad.

O alvo do ataque de 5 de maio era um centro de pesquisas científicas em Jamraya (nos arredores de Damasco) que já havia sido atacado em janeiro por Israel, um depósito de munições e uma unidade de defesa antiaérea -, segundo uma fonte diplomática em Beirute.

Após estes ataques, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, presidiu uma reunião de emergência com seu gabinete de segurança sobre o tema sírio, antes de viajar à China.

 

arte cronologia síria6/3 (Foto: 1)

 

Pelo menos dois manifestantes morreram e outros 70 ficaram feridos neste sábado durante duros enfrentamentos entre os torcedores do clube de futebol Al Ahly, que protestam pela sentença do massacre do estádio de Port Said, e as forças de segurança no centro do Cairo, informaram à Agência Efe fontes de segurança.

As fontes explicaram que os agentes antidistúrbios disparam gás lacrimogêneo contra os manifestantes, enquanto estes últimos lhes lançam pedras e morteiros.

Fontes médicas especificaram que um dos manifestantes morreu asfixiado pelo gás lacrimogêneo e o outro por disparos de balas de borracha. Além disso, revelaram que também há manifestantes feridos com balas de chumbo.

Esses choques acontecem horas depois que milhares de torcedores radicais do Al Ahly, conhecidos como “Ultras Ahlawy”, incendiaram o Clube de Oficiais da Polícia e a sede da Federação Egípcia de Futebol, também na capital egípcia.

Os protestos desses torcedores explodiram depois das sentenças ditadas na manhã de hoje por um tribunal na causa do massacre de Port Said, em fevereiro de 2012, quando 72 pessoas, a maioria delas torcedores do Al Ahly, morreram nesse estádio em confronto contra a torcida do time local, Al Masry.

A corte condenou neste sábado à prisão perpétua quatro acusados pelo massacre no estádio e confirmou as penas de morte emitidas em janeiro contra outros 21 acusados.

O tribunal, presidido pelo juiz Sobhi Abdelmeguid, ordenou que os condenados sejam enforcados pelos delitos de “assassinato e tentativa de assassinato” em Port Said.

As penas de morte já haviam sido pronunciadas em 26 de janeiro e enviadas ao mufti – máxima autoridade religiosa do Egito – para que ele emitisse sua sentença, embora ainda restasse a confirmação da Justiça.

Além disso, a corte decretou hoje penas de prisão com prazos de um e 15 anos para o restante dos acusados, ao mesmo tempo em que absolveu outras 28 pessoas.

Entre os condenados a 15 anos de prisão estão duas antigas autoridades policiais de Port Said, enquanto outros sete membros da Polícia foram absolvidos.

O porta-voz oficial da presidência egípcia, Ihab Fahmi, disse que esta instituição não se pronunciará sobre as sentenças do tribunal, mas ressaltou que “as decisões da Justiça são obrigatórias e devem ser respeitadas”.

As autoridades de uma cidade egípcia afrouxaram um toque de recolher imposto pelo presidente do país, Mohammed Morsi, que interrompeu uma visita à Europa, em 30/1/13, para lidar com a pior violência desde que assumiu o cargo há sete meses.

Mais dois manifestantes foram mortos a tiros antes do amanhecer perto da Praça Tahrir, no centro do Cairo, um dia depois de o chefe do Exército advertir que o Estado estava à beira do colapso se opositores e aliados de Mursi não encerrassem os confrontos de rua.

Mais de 60 pessoas foram mortas nos últimos sete dias de manifestações de opositores de Mursi, elevando a preocupação global sobre se o presidente poderá restaurar a estabilidade do país mais populoso do mundo árabe.

Mursi impôs um toque de recolher e um estado de emergência em três cidades do Canal de Suez no domingo, mas isso apenas pareceu provocar multidões em uma semana de protestos no segundo aniversário do levante que derrubou Hosni Mubarak.

O governador de Ismailia, uma das três cidades do canal, disse nesta quarta-feira que estava afrouxando o toque de recolher, que agora entrará em vigor todas as noites a partir das 2h da manhã, ao invés de 21h.

Mursi, falando na Alemanha antes de voltar para o Egito para lidar com a crise, pediu diálogo com opositores, mas não irá se comprometer com a demanda deles de primeiramente incluí-los num governo de unidade.

Questionado sobre a proposta, ele disse que o próximo governo deverá ser formado após as eleições parlamentares em abril. O Egito estava a caminho de se tornar “um Estado civil que não é um Estado militar ou um Estado teocrático”, disse Mursi.

A violência interna forçou Mursi a interromper sua visita à Europa, anunciada como uma oportunidade de promover o Egito como um destino para o investimento estrangeiro. Ele viajou a Berlim, mas cancelou sua ida a Paris e voltou para casa depois de apenas algumas horas na Europa.

A chanceler alemã, Angela Merkel, que se reuniu com ele, ecoou o discurso de outros líderes ocidentais que pedem que Mursi dê voz à oposição.

“Uma coisa que é importante para nós é que a linha para o diálogo esteja sempre aberta a todas as forças políticas no Egito, que as diferentes forças políticas possam dar a sua contribuição, que os direitos humanos sejam respeitados no Egito e que, naturalmente, a liberdade religiosa possa ser experimentada”, disse Merkel em entrevista coletiva conjunta com Mursi.

Os críticos de Mursi o acusam de trair o espírito da revolução, mantendo muito poder em suas próprias mãos e de sua Irmandade Muçulmana, o movimento islâmico banido sob o regime de Mubarak que venceu repetidas eleições desde o levante de 2011.

Os aliados de Mursi dizem que os manifestantes querem derrubar o primeiro líder democraticamente eleito do país. A agitação atual aprofundou uma crise econômica que viu a libra egípcia tombar nas últimas semanas.

Próximo à Praça Tahrir, na manhã desta quarta-feira, dezenas de manifestantes atiraram pedras contra a polícia, que revidou disparando gás lacrimogêneo. Os confrontos foram breves.

“Nossa demanda é simplesmente que Mursi vá e deixe o país sozinho. Ele é como Mubarak e sua turma que agora está na prisão”, disse Ahmed Mustafa, de 28 anos, um jovem que usava óculos de proteção para proteger os olhos do gás.

O político opositor Mohamed ElBaradei pediu uma reunião entre o presidente, ministros, o partido no poder e a oposição para conter a violência, mas também reafirmou a pré-condição da oposição de que Mursi deve, primeiro, se comprometer a buscar um governo de unidade nacional.

Protestos violentos foram registrados em diversas cidades do Egito. Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas.

Milhares de pessoas tomaram as ruas para lembrar os dois anos do início das manifestações que levaram à queda do ditador Hosni Mubarak. Os confrontos com as forças de segurança foram registrados no Cairo, Alexandria e Suez. Na capital, opositores do governo tentaram furar a barreira que protege o palácio presidencial. Um escritório da Irmandade Muçulmana, organização que apoia o governo, também foi incendiado. Os manifestantes acusam o presidente Mohamed Mursi de não promover a democracia.

O presidente da Síria, Bashar Al Assad, afirmou que Israel está
tentando desestabilizar seu país. Os comentários de Assad foram uma referência
aos ataques aéreos israelenses realizados na quarta-feira passada contra um
centro de pesquisas militares na cidade síria de Jamraya.

Segundo Assad, os ataques expuseram ”o papel que Israel está exercendo, em
colaboração com forças estrangeiras inimigas e seus agentes em território sírio,
para desestabilizar e enfraquecer a Síria”.

De acordo com autoridades dos Estados Unidos, os ataques tinham por alvo um
comboio que levaria armas para o Líbano.

”Quando dizemos uma coisa, nós falamos para valer”, disse o ministro da
Defesa israelense, Ehud Barak. ”Não achamos que a Síria deva ser autorizada a
trazer armamentos avançados para dentro do Líbano”, acrescentou Barak

  O número total de mortos na Síria deve se aproximar dos 70 mil, com os civis pagando o preço pela inação do Conselho de Segurança da ONU para dar fim a quase dois anos de conflito, disse a chefe dos direitos humanos da organização

Navi Pillay, alta comissária da ONU para os direitos humanos, repetiu seu apelo para que a Síria fosse encaminhada ao Tribunal Penal Internacional pelo conselho de 15 membros, enviando assim uma mensagem a ambas as partes no conflito de que haverá consequências a suas ações.

Pillay disse em um debate no conselho sobre a proteção de civis em conflitos armados que o número de mortos na Síria estava “provavelmente se aproximando dos 70 mil”.

Em 2 de janeiro, Pillay disse que mais de 60 mil pessoas foram mortas durante a revolta contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, que começou com protestos pacíficos, mas ficou violenta depois que as forças de Assad tentaram esmagar as manifestações.

“A falta de consenso sobre a Síria e a inação resultante vem sendo desastrosa e os civis de todos os lados pagaram o preço”, disse ela. “Seremos julgados pela tragédia que se desenrolou diante de nossos olhos”.

As potências mundiais estão divididas sobre como parar a escalada de violência na Síria, e é improvável que o Conselho de Segurança leve a situação na Síria ao Tribunal Penal Internacional em Haia, que não é um órgão oficial da ONU.

Rússia e China, membros permanentes do Conselho de Segurança, vêm agindo como protetores da Síria no órgão, bloqueando repetidamente os esforços ocidentais para adotar uma ação mais forte da ONU – como sanções – contra o governo sírio para tentar acabar com a guerra.

Os dois lados no conflito sírio foram acusados de cometer atrocidades, mas a Organização das Nações Unidas diz que o governo e seus aliados são mais culpados.

“A Síria está se autodestruindo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Conselho de Relações Exteriores da noite de segunda-feira.

(Por Michelle Nichols)

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A Síria entrou em 28/10/12 em uma nova espiral de violência, que incluiu um ataque aéreo que deixou pelo menos 16 pessoas mortas em um vilarejo, enterrando definitivamente a trégua preparada pelo mediador Lakhdar Brahimi, que se prepara para apresentar novas “ideias”.

No episódio mais violento deste domingo, pelo menos 16 pessoas morreram em um ataque aéreo no vilarejo de Al-Bara, na província de Idleb (noroeste), incluindo sete crianças e cinco mulheres, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com esta ONG com sede no Reino Unido, que se baseia em uma rede de militantes e de fontes médicas, Al-Bara é controlado pelos rebeldes desde meados de julho.

Desde sexta-feira, dia em que a trégua deveria ter entrado em vigor, mais de 300 pessoas morreram em todo o país, segundo o OSDH. Apenas neste domingo, pelo menos 52 pessoas -29 civis, dez soldados e 13 rebeldes- foram mortas, ainda de acordo com a mesma fonte, o que eliminou qualquer chance de uma suspensão das hostilidades depois de mais de 19 meses de uma revolta transformada em conflito armado.

Depois de ter tentado obter o cessar-fogo durante os quatro dias da festa muçulmana do Eid al-Adha, de sexta a segunda-feira, Brahimi deve retornar em novembro ao Conselho de Segurança da ONU com “algumas ideias de ação” para levar o presidente Bashar al-Assad e a oposição à mesa de negociações, afirmaram à AFP diplomatas da Organização das Nações Unidas.

Mas nem o regime nem os rebeldes parecem dispostos a silenciar suas armas, se acusando mutuamente de terem violado a trégua no país, onde a violência deixou mais de 35.000 pessoas mortas, segundo o OSDH, e obrigou centenas de milhares a se exilar.

O Exército, que tenta retomar os redutos rebeldes com o apoio da aviação nas províncias de Damasco e de Idleb (noroeste), assegurou que apenas “responde” aos ataques rebeldes, enquanto a oposição armada classificou a iniciativa de Brahimi de “natimorta” em razão dos bombardeios incessantes efetuados pelo regime.

Segundo um diplomata da ONU, “o processo político não começará antes que Assad e a oposição estejam tão esgotados que não tenham outra escolha. Eles ainda não estão neste estado, mas Brahimi tem algumas ideias”.

Em abril, um outro projeto de trégua, iniciado pelo antecessor de Brahimi, Kofi Annan, já tinha ido pelos ares em algumas horas.

Na província de Damasco, a aviação efetuou três ataques em Erbine, Zamalka e Harasta, a nordeste da capital, onde muitos rebeldes estão entrincheirados, segundo o OSDH. Os insurgentes tomaram o controle de três postos do Exército em Douma, próximo a Damasco, segundo a mesma fonte.

Facções islamitas

Mais ao norte, os rebeldes destruíram um tanque e mataram três soldados em combates na entrada de Maaret al-Nooman (noroeste), controlada pelos insurgentes desde o início de outubro, embora a aviação continue a bombardear a cidade.

Em Aleppo, combates foram registrados entre o Exército e facções islamitas da rebelião, como o “Batalhão dos Soldados de Maomé”, os “Batalhões do Islã” e ainda a influente Frente Al-Nusra, que reivindicou diversos atentados suicidas desde o início da revolta, segundo o OSDH.

Esses grupos, que não se consideram submetidos ao Exército Sírio Livre (ESL), têm geralmente uma organização melhor e são mais bem armados.

A Frente Al-Nusra, um grupo jihadista rebelde que reivindicou vários atentados na Síria, rejeitou qualquer responsabilidade pelo ataque que na sexta-feira deixou oito mortos em Damasco, e acusou o regime por esse ato “desprezível” e “obsceno”.

Na sexta-feira, combates inéditos foram travados em Aleppo entre rebeldes e milicianos curdos, deixando 30 mortos e 280 prisioneiros, em sua maioria curdos, de acordo com o OSDH. Neste domingo, os rebeldes libertaram mais da metade dos prisioneiros, segundo a mesma fonte.

A minoria curda tenta manter distância em relação às partes em conflito.

Em Meca, onde milhões de peregrinos realizam neste domingo os últimos ritos do hajj, milhares de sírios agitavam bandeiras da revolução e bradavam lemas hostis ao regime, segundo uma jornalista da AFP.

A Síria não enviou cidadãos a Meca este ano, na ausência de um acordo com Riad, mas a Arábia Saudita concedeu 10.000 vistos do hajj aos refugiados sírios no Líbano, na Turquia e na Jordânia.

“Que Bashar tenha o mesmo destino de (Muamar) Kadhafi”, gritavam dezenas de fiéis, em referência ao líder líbio morto depois de ter lutado durante meses contra uma rebelião armada no ano passado.

Ainda neste domingo, as autoridades iraquianas anunciaram pela segunda vez em um mês que haviam obrigado um avião de carga iraniano que sobrevoava o território iraquiano com destino à Síria a aterrissar para inspeção, permitindo a sua partida posteriormente.

Fonte: Yahoo

Ao menos 90 pessoas morreram em 21 de Julho em confrontos na Síria, a maioria civis, no primeiro dia de jejum do Ramadã, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Segundo o Observatório, os mortos são 41 civis, 29 militares e 20 rebeldes. O maior número de óbitos ocorreu na província de Idleb, no norte do país, onde 12 civis morreram em bombardeios. Em Damasco, sete dos doze civis mortos foram atingidos por franco-atiradores. Ainda na capital síria, no bairro cristão de Bab Touma, um casal e seu filho foram assassinados por “homens desconhecidos”, segundo o OSDH. Os corpos de outros dois civis foram descobertos em sua casa em Midane, no sul de Damasco. O bairro é palco de violentos combates entre rebeldes e unidades das forças especiais e da Garda Republicana, que na sexta-feira retomaram o controle da região. Na província meridional de Deraa, quatro civis e três rebeldes morreram neste sábado em meio aos combates. Em Homs (centro), cidade símbolo da revolta contra o regime de Bashar al Assad, ao menos sete rebeldes morreram em combates. Em Rastane, na mesma província, os bombardeios mataram quatro civis. Em Aleppo, no norte do país, “os confrontos prosseguem entre as forças regulares e unidades rebeldes no bairro de Salahedin”, segundo o OSDH. Os Comitês Locais de Coordenação (LCC), também ligados à oposição, indicaram “um êxodo dos moradores do bairro com medo dos bombardeios do regime e de uma ofensiva” contra Salahedin, no coração da capital econômica do país. Na fronteira entre Síria e Turquia, um grupo com cerca de 150 combatentes islâmicos procedentes de vários países muçulmanos ocupou neste sábado o posto de Bab al Hawa, constatou o fotógrafo da AFP na região. O contingente é integrado por militantes de Argélia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, França, Chechênia e Tunísia, ligados a diversos grupos, como a ”shura” talibã, a Al-Qaeda e o Magreb Islâmico (Aqmi). O controle do posto de Bab al Hawa, na província de Idleb (noroeste), foi anunciado na quinta-feira passada pelo OSDH. Em Damasco, a situação era de muita tensão neste sábado, mas o tráfego voltou ao normal e os moradores da capital foram em grande número aos supermercados. Segundo o OSDH, os bairros de Qadam e Assali, na periferia sul da capital, foram bombardeados pelo Exército durante a noite. Depois de ter retomado o bairro de Qaboun (leste de Damasco), o Exército entrou em Jobar (leste), Ruknedin (norte) e, principalmente, nos “campos de Mazzé”, em Kafar Soussé (sudoeste). Uma fonte de segurança havia indicado à AFP na sexta-feira que, além de Midan, o Exército controlava Tadamoun (sul), Qaboun e Barzé (leste).  Vários bairros da periferia de Damasco, entre eles Hajar Assouad e Tadamoun, foram bombardeados, segundo os habitantes. Em Homs, vários bairros, entre eles Jaldiyé, foram bombardeados pelo Exército que tenta tomar o controle, contaram seus moradores. Presos se apoderaram de uma penitenciária da cidade na madrugada deste sábado, depois que os guardas abandonaram seus postos, disse à AFP um opositor, que teme um “massacre” das forças de segurança, pois estas cercaram o local com tanques e efetuam disparos. “As autoridades controlam apenas 50% ou 60% do território sírio”, segundo Rami Abdel Rahman, chefe do OSDH. No plano diplomático, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, preocupado com a “rápida deterioração” do cenário, considerou que o governo sírio fracassou na proteção dos civis e pediu à Síria que “ponha fim às matanças e ao uso de armas pesadas contra as aglomerações”. Apesar da intensificação dos combates, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, anunciou que Paris espera “a formação de um governo provisório” que deverá “representar a diversidade da sociedade síria”. Quase uma semana de intensos combates em Damasco e um atentado contra os principais chefes do aparato de segurança no coração da capital enfraqueceram o poder do presidente Bashar al-Assad.

Os participantes de uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o conflito na Síria adotaram um plano de paz que deixa aberta a possibilidade de o presidente Bashar Al Assad permanecer no poder como integrante de um governo de transição. O plano original do enviado especial da ONU, Kofi Annan, propunha o afastamento de Assad e a formação de um governo de unidade nacional.

Apesar disso, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse ao fim da conferência que “Assad tem de ir embora” e exortou o Conselho de Segurança da ONU a adotar uma resolução que autorize uma intervenção militar internacional no conflito sírio.

Segundo Annan, “cabe ao povo da Síria chegar a um acordo político. O trabalho duro começa agora. Precisamos trabalhar juntos para implementar o que ficou acertado”. A Rússia, principal aliado da Síria, se recusou a apoiar um documento que defendesse a destituição de Assad.

Já os EUA recuaram de sua exigência de que o presidente sírio fosse destituído, na esperança de encorajar a Rússia a pressionar seu aliado a suspender as operações militares que, na estimativa da oposição síria, deixaram 14 mil mortos em pouco menos de um ano e meio de violência.

“Não tenho dúvida de que os sírios, que lutaram tão duramente para ter independência, vão escolher para um novo governo pessoas que têm sangue nas mãos”, disse o enviado especial da ONU.

Antes do início da conferência, Annan havia advertido os membros permanentes do Conselho de segurança da ONU (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) de que o fracasso do encontro poderia levar a uma crise internacional de “grave severidade”, com risco de a violência se espalhar para outros países da região e de abrir uma nova frente para organizações terroristas.

“A História é um juiz severo e vai nos julgar a todos com severidade se nos mostrarmos incapazes de tomar o caminho correto hoje”, disse Annan na abertura da conferência. Além dos membros do Conselho de Segurança, participaram do encontro representantes da Turquia, de alguns países europeus e da Liga Árabe.

Dois países de grande influência na região, a Arábia Saudita e o Irã, não foram convidados para a conferência – os sauditas ficaram fora por causa de objeções da Rússia e o Irã devido à oposição dos EUA.

O rascunho do texto-base da conferência propunha o estabelecimento na Síria de um governo provisório de unidade nacional, com plenos poderes, que incluiria integrantes do governo Assad e da oposição, além de outros grupos. Esse governo provisório seria responsável por supervisionar a elaboração de uma nova Constituição e a realização de eleições democráticas.

“O que queremos é interromper o derramamento de sangue na Síria. Se isso vier por meio de diálogo político, estamos dispostos a isso”, disse Khalid Saleh, porta-voz do Conselho Nacional Sírio, de oposição ao governo Assad. Ele ressalvou: “Não estamos dispostos a negociar com Assad e com aqueles que assassinaram sírios. Não vamos negociar, a não ser que eles deixem a Síria”. As informações são da Dow Jones.

Um total de 14.115 pessoas, em sua maioria civis, morreram na Síria desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad em março de 2011, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A ONG contabiliza as mortes de 9.862 civis, 3.470 soldados e 783 desertores na repressão e nos combates. O OSDH considera civis os homens armados que lutam contra o regime.

A violência se intensificou na Síria apesar da presença de 300 observadores da ONU responsáveis por supervisionar a trégua em vigor desde 12 de abril e continuamente ignorada.

Em 9/6/12, pelo menos 111 pessoas, entre elas 83 civis e 28 soldados, morreram no país, segundo o OSDH.

O novo líder da oposição síria, Abdel Baset Sayda, afirmou que espiral de violência no país está chegando ao fim e que o regime de Bashar al-Assad está “nas últimas”.

O Conselho Nacional Sirio (CNS), a principal coalizão de oposição ao regime de Assad, elegeu como novo líder este curdo exilado há 20 anos na Suécia por sua moderação, apesar dele ser desconhecido e não ter experiência política.

“Entramos em uma fase sensível. O regime chega ao fim. Os massacres que se multiplicam e os bombardeios mostram que está lutando para sobreviver”, declarou Sayda pouco depois de ser eleito em Istambul para o comando do CNS, um organismo que reúne islamitas, liberais, nacionalistas, independentes e militantes no campo de batalha.

“Segundo as informações que temos, o regime perdeu o controle de Damasco e de outras cidades”, completou Sayda, sem revelar detalhes.

Os combates ficaram mais intensos recentemente na capital, que no entanto continua sendo a cidade mais bem protegida pelas forças do regime.

“O plano (de solução da crise do emissário internacional Kofi) Annan ainda existe, mas não é aplicado. Vamos fazer o necessário para que este plano seja incluído dentro do capítulo VII da Carta das Nações Unidas”, ressaltou Sayda.

Isto permitiria sanções econômicas e até mesmo o uso da força contra o regime de Assad.

Sayda, 55 anos, é considerado um “conciliador”, “honesto” e “independente”, especialista em civilizações antigas e um dos fundadores do CNS.

Abdel Baset Sayda aproveitou a oportunidade para estimular a saída dos funcionários do regime de Assad de seus cargos.

“Estimulamos a deserção de todos os funcionários do regime e das instituições”, disse Sayda.

Ele também pediu aos sírios de todo o mundo que organizem protestos contra a violência do regime de Damasco diante das embaixadas do país.

No fim de março, os opositores sírios reconheceram o CNS como “representante formal” do povo sírio e em abril, o Grupo de Amigos do Povo Sírio, que reúne a vários países, chamou o Conselho de “representante legítimo de todos os sírios”.

Mas vários militantes sírios consideram que estão pouco representados no CNS, que não está coordenado com o Exército Sírio Livre (ASL), uma força de oposição armada constituída principalmente por desertores.

Em 10/6/12, quatro sírios alauitas e um xiita foram sequestrados na região de Wadi Khaled, norte do Líbano, após o rapto de um libanês sunita na mesma área, perto da fronteira com a Síria.

As forças governamentais bombardearam várias cidades da Síria em 9/6/12, o que levou a oposição a pedir à comunidade internacional armas sofisticadas para derrubar o regime à força, ao qual acusou de ter matado neste sábado 83 civis, entre os quais 9 mulheres e 3 crianças, em todo o país.

Diante de um regime determinado a esmagar a revolta iniciada há 15 meses, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, se dispõe a nomear um novo presidente que ficará a cargo de fazer com que esta instância marcada por profundas divisões seja eficaz.

Ações das forças de segurança mataram 83 civis este sábado em todo o país, segundo números revistos e fornecidos na madrugada de sábado para domingo pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que anteriormente tinha reportado 36 mortes no país.

Os atos mais mortais foram registrados nas regiões de Homs (centro), com 29 mortes – 12 no mesmo povoado, bombardeado pelas forças armadas sírias – e de Deraa (sul), onde o OSDH identificou 23 mortos, entre eles nove mulheres e três crianças.

Também morreram 14 pessoas em Edleb (nordeste), 14 em Latakia (oeste), duas na região de Damasco e uma em Alep, segundo a fonte.

Depois das matanças de civis dos últimos dias, “pela primeira vez desde o começo da crise o tema de uma intervenção militar é proposto de forma emocional”, avaliou o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acrescentando de imediato que a Rússia, aliada da Síria, se oporia a esta opção.

Ainda que o plano do enviado internacional Kofi Annan comece a “se enredar”, não há “alternativa”, avaliou Lavrov, pedindo a organização rápida de uma conferência internacional sobre a Síria, com a presença controversa do Irã.

Moscou, que tomou distância de Bashar al Assad nas últimas semanas, veria positivamente que o presidente sírio deixasse o poder “se os próprios sírios chegarem a um acordo sobre este tema”, observou Lavrov.

Antes do amanhecer deste sábado, pelo menos 17 pessoas, entre elas 9 mulheres e 3 crianças, morreram em bombardeios do exército em Deraa (sul), segundo o OSDH, que viu na ofensiva uma possível resposta aos “ataques lançados geralmente à noite contra postos do exército”.

Este bombardeio provocou a ira de centenas de refugiados que se manifestaram em Ramtha, cidade jordaniana próxima a Deraa.

O exército bombardeou Homs (centro), outro reduto rebelde, matando seis civis, segundo o OSDH.

Na província litorânea, Lataquia (oeste), foram registrados novos combates em Heffa, onde morreram ou ficaram feridos dezenas de soldados das tropas regulares, informaram militantes locais e o líder do OSDH, Rami Abdel Rahman.

As forças do regime bombardearam esta região que tentavam recuperar, após registrar 50 baixas, segundo o OSDH, que reportou a morte de 16 civis, 18 desertores e 46 soldados em Heffa em quatro dias.

Com a violência em Heffa, o litoral não é mais uma área segura e todo o país está implicado nos protestos, afirmou Rahman.

– Armas

No total, mais de 13.400 pessoas, a grande maioria civis, morreram em quase 15 meses de revolta, segundo o OSDH. Segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ), cinco funcionários de imprensa sírios morreram no fim de maio em operações das tropas regulares.

A comunidade internacional se indignou com a nova matança de quarta-feira em Kubeir, cidade da província de Hama (centro), onde 55 pessoas, inclusive mulheres e crianças, morreram, de acordo com o OSDH. A oposição acusou as milícias governamentais, enquanto o regime informou que só foram 9 as pessoas que morreram nas mãos de “grupos terroristas”, termo usado por Damasco para designar os rebeldes e opositores.

Os observadores da ONU, que chegaram ao local em 8/6/12, viram marcas de veículos blindados e vestígios de disparos de foguetes, segundo o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.

O porta-voz destacou que falta determinar as circunstâncias do ataque e o número de vítimas.

Diante destas atrocidades, a revolta armada quer meios para combater o regime. “Os que pretendem ajudar a oposição síria deveriam começar por apoiar o povo no interior da Síria”, declarou Husein Sayed, presidente do Conselho Supremo do Comando da Revolução.

“Pedimos unicamente (à comunidade internacional) que nos forneça armas mais sofisticadas, mas ninguém quer fazê-lo”, lamentou Luay Saka, porta-voz do Syrian Support Group.

Em Istambul, as instâncias dirigentes do CNS, que reúne islamitas, liberais, nacionalistas, independentes e militantes em campo, iniciaram neste sábado uma reunião que se estenderá até o domingo para eleger seu próximo líder após a demissão de Burhan Ghaliun.

Haveria “consenso” para nomear por três meses Abdel Baset Sayda, um curdo independente pouco conhecido, que deverá sobretudo fazer do CNS um interlocutor confiável para a comunidade internacional.

A Casa Branca, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o enviado especial à Síria das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, condenaram neste sábado os ataques que deixaram mais de 90 mortos na Síria, entre eles 32 crianças. A Casa Branca disse que está horrorizada com o ataque brutal na Síria e o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança Erin Pelton afirmou que o massacre serve como um “testemunho vil para um regime ilegítimo” do presidente Bashar Assad.

A Casa Branca declarou também que o regime sírio está respondendo a um protesto político pacífico com uma “brutalidade indescritível e desumana”. Ban Ki-moon e Kofi Annan classificaram o massacre como uma “terrível e brutal” violação do direito internacional, afirmou o porta-voz da ONU Martin Nesirky. Eles “condenam nos termos mais fortes possíveis a matança, confirmada por observadores das Nações Unidas, de dezenas de homens, mulheres e crianças” em Houla, acrescentou Nesirky. O secretário geral da ONU e o enviado especial exigiram que os culpados pelo massacre “sejam responsabilizados.” As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Em 17 de Março, houve 2 grandes explosões em Damasco e, segundo a televisão síria Addounia, muitas das vítimas civis atendidas nos hospitais eram mulheres e crianças. Imagens mostravam corpos, destroços e grandes colunas de fumaça nos locais dos atentados. O primeiro dos ataques teve como alvo a sede da Inteligência aérea, situada no norte da capital síria. A segunda explosão foi ouvida por volta das 7h40 locais (2h40 de Brasília) em um edifício da Segurança Criminal, no oeste da cidade.

Damasco voltou a ser cenário de atentados, apesar de ter mantido relativa calma desde a eclosão da rebelião contra o presidente sírio, Bashar Assad, em março do ano passado.

Troca de acusações – Em dezembro passado, pelo menos 40 pessoas morreram na capital em dois ataques suicidas com carros-bomba que explodiram de maneira quase simultânea nas imediações de dois edifícios da Segurança Central, em um ataque que as autoridades atribuíram à organização terrorista Al Qaeda. A oposição síria, no entanto, acusou o regime de ter ‘responsabilidade direta’ nos atentatos

Fonte: Veja

Leia outras notícias sobre o tema

Sírios fogem em massa para o Líbano em meio a denúncias de atrocidades em Homs

Refugiados sírios fogem de Homs (Foto: BBC)

ONU estima que até 2 mil pessoas tenham fugido da Síria nos últimos dois dias

Milhares de sírios têm cruzado a fronteira com o Líbano, segundo a ONU, em meio a relatos de que as forças de segurança do regime de Bashar al-Assad estariam cometendo atrocidades na conflagrada cidade de Homs.

A agência de refugiados das Nações Unidas estima que até 2 mil pessoas tenham fugido da Síria rumo ao país vizinho nos dois últimos dias.

 Uma moradora do distrito de Baba Amr, um dos focos de conflito em Homs, disse à BBC que soldados haviam degolado seu filho de 12 anos.

Ao mesmo tempo, a chefe de questões humanitárias da ONU, Valerie Amos, disse ter obtido permissão do governo sírio para visitar o país, onde deve chegar nesta quarta-feira. Ela também fez um apelo para que a Síria permita acesso ilimitado da ajuda humanitária ao país.

O ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, também deve chegar à Síria neste final de semana, no papel de enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe. Nesta quarta, ele se encontrará com autoridades da Liga no Cairo (Egito).

‘Ataques de tanques’

A agência de refugiados da ONU (UNHCR, na sigla em inglês) disse nesta segunda-feira que muitos dos refugiados sírios – incluindo mulheres e crianças – traziam apenas alguns pertences pessoais ao chegar ao Líbano.

Moradores da cidade libanesa de Arsal (norte do país) disseram que, só no domingo, cerca de 150 famílias sírias chegaram ali.

“O que podemos fazer? As pessoas estão sendo atacadas por tanques enquanto estão sentadas em suas casas”, disse à Associated Press a síria Hassana Abu Firas, que se abrigou na cidade fronteiriça libanesa de al-Qusair. “Os que podem fugir, fogem. Os que não podem, morrem sentados.”

A repressão aos protestos antigoverno na Síria, em curso há cerca de um ano, já deslocaram mais de 70 mil pessoas no país, segundo estimativas da ONU. Mais de 20 mil delas fugiram para os vizinhos Líbano, Turquia e Jordânia. Quase 7 mil estão registradas na UNHCR no norte libanês.

Refugiada síriaMuitas mulheres disseram que seus maridos e filhos homens foram detidos por forças de segurança

Refugiados de Homs – que fica a 15 km de al-Qusair – disseram à BBC que as forças de segurança de Assad estão cometendo atrocidades na cidade, há semanas sitiada.

‘Gritos’

Nos arredores de Homs, uma síria disse ao correspondente da BBC Paul Wood que seu filho foi morto pelas tropas de Assad na última sexta-feira. “A garganta dele foi cortada. Ele tinha só 12 anos”, relatou.

A morte foi testemunhada pelo marido dela, que disse que disse ter visto um soldado prender a cabeça do menino com sua bota, enquanto outro o degolava. “Eu ouvia seus gritos”, disse ele.

A mulher síria disse ainda que outros 35 homens e garotos da região foram mortos ou presos.

Opositores e ativistas de direitos humanos afirmaram que forças de segurança e milícias pró-governo têm detido meninos acima de 14 anos em Baba Amr, para torturá-los e matá-los.

“Eles foram encapuzados e levados. Eles serão assassinados”

Um Abdo, ex-moradora de Homs, sobre homens de sua família

As alegações não podem ser verificadas de forma independente, por conta das restrições ao trabalho jornalístico na Síria. Mas um desertor do Exército sírio disse ao correspondente da BBC que recebeu ordens de seu comandante de “atirar contra tudo que se movesse, fosse civil ou militar”.

Nos arredores de Homs, Paul Woods relata que o clima é de medo. Uma residência hoje abriga seis mulheres e seus 17 filhos, mas nenhum homem – todos, segundo elas, foram detidos em um posto de checagem. “Eles foram encapuzados e levados”, disse uma das mulheres, Um Abdo. “Eles serão assassinados.”

Um agravante à situação é o fato de que o regime sírio negou o acesso da Cruz Vermelha a Baba Amr por quatro dias consecutivos, alegando preocupações de segurança. Isso fez com que ativistas alertassem para uma possível catástrofe humanitária.

Imagens feitas em Homs dão indícios de tortura até em hospitais de Homs. Vídeos – que tampouco podem ser verificados de forma independente -mostram alas hospitalares repletas de homens feridos, algemados a suas macas, vendados e com sinais de espancamento.

A alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, disse à emissora de TV britânica Channel 4 que as imagens se somam a outras provas reunidas por uma comissão da ONU que apura tortura em hospitais sírios, em especial hospitais militares.

Fonte: BBC

Em 26 de Fevereiro de 2012, a retirada dos feridos da cidade de Homs, no centro da Síria, seguia estagnada apesar das negociações que a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho mantiveram com as autoridades e a oposição do país.

O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Síria, Saleh Dabakeh, explicou à Agência Efe que foi impossível evacuar os civis feridos no bairro de Baba Amro por várias razões, que preferiu não revelar.

“Não há resultados concretos”, lamentou Dabakeh. Apesar disso, ele afirmou que as conversas continuarão e disse estar confiante que os próximos dias trarão notícias positivas.

Entre os feridos que se encontram em Homs, estão dois jornalistas estrangeiros, a francesa Edith Bouvier e o britânico Paul Conroy. Também permanecem no local os corpos de dois repórteres que morreram durante um bombardeio na quarta-feira, a americana Marie Colvin e o fotógrafo francês Rémi Ochlik.

Na sexta-feira, voluntários do Crescente Vermelho sírio entraram em Baba Amro e retiraram sete feridos que necessitavam “atendimento médico urgente” e vinte mulheres e crianças doentes.

Homs é cenário de uma ofensiva militar que já dura mais de vinte dias e neste domingo voltou a sofrer com ataques das forças de segurança. Segundo os opositores Comitês de Coordenação Local 21 pessoas morreram hoje na cidade.

Os Comitês denunciam que outras 24 pessoas morreram neste domingo na Síria, nove em Hama, sete em Deraa, seis em Idleb e dois em Damasco. EFE

Forças de segurança da Síria abriram fogo para dispersar um  protesto contra o presidente Bashar al-Assad em Damasco neste sábado, matando  pelo menos uma pessoa, afirmaram ativistas da oposição

Um enviado  chinês se reuniu com o líder sírio e pediu a todos os lados que dessem fim a  11 meses de derramamento de sangue, apoiando os planos do governo de convocar  eleições. Mais tarde, ele se reuniu com três dissidentes.

O tiroteio teve início nos funerais de três jovens mortos na sexta-feira num  protesto anti-Assad, que foi um dos maiores na capital desde que a revolta de  amplitude nacional começou.

– Eles começaram a atirar na multidão assim que o enterro acabou. As pessoas  começaram a correr e a se proteger em becos – disse uma testemunha, falando à  Reuters de Amman por telefone.

A União de Coordenação da Revolução Síria, da oposição, disse que o tiroteio  nos arredores do cemitério havia matado uma pessoa e ferido quatro, incluindo  uma mulher que foi atingida na cabeça. O dono de loja disse à Reuters que vários  manifestantes foram presos.

Até 30 mil manifestantes haviam tomado as ruas no distrito Mezze, da capital,  próximo aos quartéis-generais da Inteligência Aérea e do partido Baath, que está  atualmente no poder, disseram as testemunhas.

Vídeos da transmissão do funeral na internet mostraram mulheres ululando em  honra às vítimas. Indivíduos gritaram “nós sacrificamos nosso sangue, nossa alma  por vocês, mártires. Um, um, um, o povo sírio é um”.

Vídeos do Youtube do bairro de Douma, em Damasco, mostraram milhares de  manifestantes nos funerais de duas pessoas que, segundo relatos, foram mortas  por forças de segurança. Seus corpos foram carregados por um mar de indivíduos  acenando a bandeira da Síria de antes da chegada do Baath ao poder.

Assad descreveu o tumulto atingindo a Síria como um estratagema com o fim de  dividir o país.

– O que a Síria está enfrentando é fundamentalmente um esforço para dividi-la  e afetar sua imagem geopolítica e sua função histórica na região – disse ele em  citação pela televisão estatal após ter se reunido com o vice-ministro de  Relações Exteriores da China, Zhai Jun.

Fonte: O Globo

A situação da Síria envolve interesses estratégicos mais amplos, segundo o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Fernando Collor (PTB-AL). Para ele, além dos Estados Unidos, o país sírio desperta a atenção econômica e política da Rússia, China, Turquia e do Irã.

“Os protestos que se iniciaram há 11 meses e que têm sido pesadamente reprimidos pelo governo de Bashar Al Assad caminham para uma situação próxima à guerra civil”, explicou Collor ao analisar o veto da Rússia e da China – membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – à resolução que defendia “uma transição política, liderada pela Síria, para um sistema político democrático e plural” e que pedia a renúncia do presidente sírio, Bashar Al Assad. O líder oriental é acusado de atacar o próprio povo, promovendo um massacre dos opositores.

De acordo com o senador, tanto a Rússia quanto a China preocupam-se com a inquietação de parcelas de populações muçulmanas dentro de suas fronteiras. “Por outro lado, deve-se lembrar que a Rússia bem como a China concordaram, em março de 2011, em não vetar a resolução que deu guarida à intervenção da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] na Líbia e que levou à derrubada do regime do [ex-presidente Muammar] Kadhafi. A diplomacia russa considera que agiu ingenuamente naquela ocasião”, discursou Collor na última reunião da comissão.

O senador também ressaltou as questões estratégicas que ligam a Rússia à Síria, tais como venda de armas e alianças para o uso por parte dos russos de uma saída ao mar que não congele no inverno. Há ainda, na opinião dele, influências da proximidade das eleições nacionais na Rússia.

“O primeiro-ministro Vladimir Putin é candidato às eleições presidenciais de março e tem aumentado o tom de suas declarações de reafirmação do perfil internacional russo e de crítica aos Estados Unidos. No entanto, a posição favorável a Assad pode durar apenas enquanto, pragmaticamente, a diplomacia russa considerar que o governo sírio tem forças para se manter no poder”, explicou o presidente da comissão parlamentar responsável por analisar decisões de política internacional do governo brasileiro.

O veto dos dois países já havia sido duramente criticado por diplomatas ocidentais, que se disseram “indignados” e “horrorizados” com a rejeição do texto. A proposta de resolução era considerada por analistas o esforço mais importante feito até agora pela ONU para solucionar a crise na Síria.

No que se refere à China, na opinião de Collor, a justificativa para o veto às sanções foi embasada pelas diferentes visões (ocidentais e orientais) acerca do conflito. “Os chineses reagiram às críticas ocidentais por meio de publicação do partido comunista, dizendo que o caos que se segue à derrubada de governos – como exemplo, na Líbia – mostra o erro das posições ocidentais.”

Por fim, o ex-presidente da república fez prospecções de um difícil fim para o conflito. “O impasse em que se encontra a Síria só será resolvido diplomaticamente se for encontrada solução que permita ao regime e aos rebeldes salvar a face, ou seja, que nenhum dos lados apareça como vencedor ou derrotado absoluto, o que nos parece algo muito difícil de ser alcançado.”

O Brasil pleiteia uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e, se já tivesse alcançado a reivindicação, também teria votado a respeito das sanções propostas ao governo sírio. O Itamaraty tem se manifestado a favor de que se considere a opinião e os esforços da Liga Árabe.

Fonte: Senado

Os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe exigiram, em 22/1/12,  que o ditador da Síria, Bashar al Assad, transfira seus poderes ao vice-presidente do país, Farouk al Charaa, para viabilizar a formação de um Governo de união nacional no prazo de dois meses, o qual deve legitimar uma nova eleição presidencial.

No documento, os chanceleres pedem que o ditador Bashar al Assad passe o poder em duas semanas para seu vice-presidente e “coopere com o governo de unidade, de modo que este possa fazer o seu trabalho no período transitório”.

A decisão foi tomada em reunião dos chanceleres dos países membros da Liga Árabe, no Cairo, capital do Egito. O documento mostra um mapa de caminho que deverá ser seguido pelas autoridades do país.

Charaa deverá convocar eleições em dois meses para formar um governo de unidade nacional, em que a oposição e partidários do regime de Assad devem chegar a consenso, para seguir uma rota de democracia.

A Liga Árabe também revela que o futuro governo deverá criar em três meses uma comissão para redigir uma nova Constituição, que será aprovada em referendo. Após o período, o Executivo terá seis meses para elaborar a nova lei eleitoral e, após promulgado o texto, convocar eleições presidenciais, o plebiscito à Constituição e o pleito legislativo.

O grupo também anunciou que enviará a proposta ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), um pedido de membros da oposição ao regime sírio e do Ocidente. As exigências são uma tentativa de pressionar o regime sírio e evitar uma intervenção internacional, como deseja os Estados Unidos e outros membros do conselho, como o Reino Unido e a França.

De fato, ao menos 5 mil pessoas foram mortas até o momento pela repressão do governo sírio às manifestações da oposição, segundo informações que a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, dará ao Conselho de Segurança nesta segunda-feira.

Calcula-se que mais de 14.000 pessoas tenham sido detidas e que 12.400 tenham fugido para países vizinhos, segundo o discurso que Pillay fará ao Conselho.

As Nações Unidas têm informação de que mais de 200 pessoas foram mortas pelas forças de segurança do presidente Bashar al-Assad desde o dia 2 de dezembro passado.

Com os novos óbitos registrados neste final de semana, “é minha estimativa que o total de pessoas mortas desde o início dos protestos, no começo do ano, seja de 5 mil. Esta situação é intolerável”, de acordo com Pillay.

O Conselho de Segurança tem previsto uma reunião sobre a situação na Síria sob a pressão dos países ocidentais para condenar a violência.

Rússia e China vetaram uma resolução contra Síria em outubro.

Após se reunir com Pillay, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, disse a jornalistas: “penso ser necessário que os países do Conselho de Segurança que ainda estão hesitantes mudem de ideia. Eu realmente estou chocado com o que ouvi sobre as atrocidades na Síria”.

Westerwelle disse que a comunidade internacional precisa encontrar agora “uma linguagem comum” para que o Conselho de Segurança “condene estas atrocidades”.

“Nós devemos isto àqueles que perderam suas vidas”, afirmou.

Entre os membros do Conselho de Segurança, Rússia, China, Índia, África do Sul e Brasil se opuseram ou manifestaram fortes reservas sobre qualquer resolução formal que eles alegam que poderia ser o primeiro passo de uma campanha ocidental para a mudança do regime.

O representante da França na ONU, Gérard Araud, disse nesta segunda-feira que o Conselho de Segurança é “moralmente responsável” pelas mortes na Síria, devido à falta de condenação a esse governo.

Araud condenou o que chamou de “escândalo” pelo silêncio do Conselho de Segurança, depois que Pillay apresentou seu novo balanço de mortos.

“França e outros membros do Conselho de Segurança consideram que o silêncio é um escândalo”, disse Araud a jornalistas, depois da exposição de Pillay.

RELEMBRE A QUESTÃO

Os conflitos no mundo árabe iniciaram-se no Egito e na Tunisia, implicando a queda, respectivamente, de Mubarak, preso em Abril, junto com seus filho, e Ben Ali, que responde por 4000 casos de corrupção, além de mais de 4200 queixas de cidadãos contra os abusos do Ditador. Em comum, os movimentos populares nesses países têm o fato de serem reações contra a falta de liberdade, as dificuldades econômicas e a corrupção. Assim, a punição aos Ditadores envolve o julgamento de ações penais por corrupção, abuso de poder e violação aos direitos econômicos, além do bloqueio de bens. Em Julho, o Primiro-Ministros do Egito, Essam Sharaf, empreendeu mudanças para conter as revoltas, trocando ministros. Desde a saída de Mubarak, as Forças Armadas estão governando o País. Em 3 de Agosto, Mubarak foi a julgamento.

Na África, as manifestações chegaram à Argélia, com protestos contra Abdelaziz Bouteflika. Sobre a Costa do Marfim e a Líbia, leia os posts específicos neste site.

De volta ao mundo árabe, já houve movimentos populares na Jordânia, contra o Rei Abdullah, no Iêmen, contra Ali Abdullah Saleh, e em Omã, contra o Sultão Al Sahid

No Iêmen, houve uma manifestação chamada de “Dia da Ira” em Sana, a Capital, e outras cidades, em que foram feitas manifestações a favor da renúncia do Presidente, que insiste em manter-se no poder e também vem reagindo com violência aos movimentos populares. Em 18 de Março, nova onda de violência ocorreu no País, com a morte de 40 pessoas, fora, pelo menos, 200 feridos, incluindo crianças feridas na cabeça e pescoço, pois a própria polícia local dificultou as rotas de fuga. Os Estados Unidos, que mantêm uma base militar no Iêmen, para lutar contra o terrorismo, vêm declarando, publicamente, que condenam a violência. Os protestos têm ocorrido com frequência, almejando a saída do Presidente Ali Abdullah Saleh, há 32 anos no poder, que contrapropôs a convocação de eleições no final do ano, havendo, antes, governo de transição. Os Governos dos Estados Unidos e Arábia Saudita, esta, o maior produtor de petróleo do mundo, apóiam a permanência do Ditador, como forma de barrar o avanço da Al Qaeda. Já em Abril, os protestos continuam, acarretando até mortes. Assim como na Líbia, também tem havido deserções no Governo. Em 27 de Abril, houve mais protestos, implicando 13 mortes e 220 feridos, mas, agora porque, em vez de aceitarem que o Ditador saia em trinta dias, em troca de imunidade, eles querem a saída de Saleh já. Até os Estados Unidos, que o apoiavam, por sua oposição à Al Qaeda, querem a saída do Ditador.

No Líbano, em 6 de Março, houve manifestação em Beirute, a Capital, contra a atual divisão de poder entre facções cristãs e muçulmanas, já que o País está sem governo desde Janeiro, quando o Hezbollah derrubou o Primeiro-Ministro Saad al-Hariri. O povo reclama da corrupção e do baixo crescimento econômico.

Na Síria, houve conflitos na Capital, Damasco, contra o Ditador Bashar al Assad, no poder há 11 anos, resultando no fim do regime de emergência após 50 anos, após a morte de mais de 340 pessoas, no Marrocos, o Rei Mohammed VI resolveu conter os protestos criando órgãos de defesa dos direitos humanos e a defensoria pública, além de tornar o Judiciário mais independente, e, na Arábia Saudita, Abdullah seguiu o exemplo do Colega, lançando um pacote de 60 bilhões de dólares, aumentando o salário mínimo e criando cerca de 60 000 empregos na área de segurança. Os protestos aqui já provocaram mortes, enquanto, no Marrocos, chamados de “Movimento 20 de Fevereiro”, data do primeiro, eles seguem pacíficos pela realização de reformas e pelo fim da prisão política, corrupção, tortura e desemprego, principalmente, na Capital, Rabat, e em Casablanca. De fato, mesmo sendo uma monarquia constitucional, com eleição do Parlamento, o Monarca pode dissolvê-lo, nomear membros do Governo e decretar estado de emergência. A União Europeia passou a embargar armas à Síria, que, todavia, vem recebendo apoio da Turquia. Até agora, cerca de 1000 pessoas já morreram nos conflitos. Até Junho, foram contabilizadas 10000 prisões, 1300 mortes de civis e 300 de militares nos protestos contra os Assad, no poder há 41 anos. Em 31 de Julho, véspera do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, em Rama, as forças do Ditador mataram 80 civis, além de mais 45 em 3 de Agosto, causando desagrado da comunidade internacional, incluindo França, Inglaterra e Estados Unidos. O Líbano, vizinho da Síria, entretanto, absteve-se. Em 7 de Agosto, estima-se que mais 52 civis tenham morrido. Desde Março, foram contabilizadas cerca de 3000 mortes com os protestos, que podem converter-se em guerra civil. Em 22 de Novembro, houve ataques de desertores a membros do Exército.

Os conflitos no mundo árabe vêm apresentando vários desdobramentos, como a emigração de pessoas de países como a Tunísia, implicando reação xenófoba, como na França, em que foram proibidos de entrarem.

No Bahrein, ilha no Golfo Pérsico com 1,2 milhão de habitantes, o Exército demoliu um monumento em formato de pérola em 18 de Março, pois lá se reuniam xiitas para protestarem contra a família real, sunita. Com isso, houve manifestações de apoio aos xiitas daquele País no Irã e Iraque, reunindo, neste último, cerca de 10 000 pessoas. Em Março, tropas da Arábia Saudita, sunita, invadiram o País, para auxiliar o governo local a reprimir os protestos da chamada “Primavera Árabe”. Estima-se que 1 de cada 500 habitantes seja um preso político vítima de tortura, independente de ser xiita ou sunita. O Irã, xiita, é outro País que influencia o Bahrein, sem contar a Grã-Bretanha, que com ele firmou tratados, tornando-o protetorado europeu

Também houve confronto grave em Amã, Capital da Jordânia, antecedido por manifestações, como o acampamento dos “Jovens de 24 de Março”

Segundo a Polícia Federal, as organizações terroristas islâmicas que operam no Brasil são: Al Qaeda, comandada por Osama bin Laden e autora do ataque ao World Trade Center, em 11/9/2001, nos Estados Unidos, al-Gama´a al-Islamiyya, ligada àquela, Jihad, criada nos anos 70, na Palestina, não reconhecendo Israel e com base na Síria, Hezbollah, financiada pelo Irã desde os anos 80, com ideal de fundar um estado islâmico no Líbano, Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, e, não reconhecendo o Estado de Israel, ataca civis israelenses, e Grupo Islâmico Combatente Marroquino, que, fundado nos anos 90, anseia por converter a Monarquia no Marrocos em estado islâmico.

Se é verdade que os casos de punição aos Ditadores, fruto do clamor popular e da comunidade internacional, incluindo a Casa Branca, vêm se tornando comuns, nem por isso tem reduzido a violência com que eles reagem aos protestos de seu povo. É que os Ditadores têm sede de poder e acreditam ser seres superiores aos mortais em geral. Há países onde eles ainda imperam sem registros de protestos significativos, como na Coréia do Norte, em que Kim Jong-Il está no poder há 18 anos e, na década de 90, causou a morte de quase 3 milhões de pessoas de fome, no Zimbábue, onde Robert Mugabe, há 31 anos no poder, é acusado de massacrar milhares de civis, no Sudão, onde Omar Bashir, há 21 anos no poder, é acusado de genocídio, e na Guiné Equatorial, onde Teodoro Obiang, há 31 anos no poder, mantém 60% da população vivendo com menos de 2 dólares por dia.

Em Maio, Obama anunciou plano de auxílio financeiro de bilhões de dólares ao Oriente Médio e Norte da África, para facilitar-lhe a democratização. A ideia é seguir o que se fez para a Europa Oriental após a Guerra Fria. Na Europa, utilizar-se-ão recursos do BERD (Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento). Os primeiros países a serem beneficiados serão Egito e Tunísia.

Em Junho, os membros do Conselho de Segurança da ONU elaboraram resolução de autoria da Grã Bretanha, França, Alemanha e Portugal, estabelecendo sanções à Síria por violação aos direitos humanos, decorrente da repressão levada a cabo sobre os protestos. Rússia e China ameçam ir contra a resolução, e o Brasil vem sendo instigado a apoiar a resolução.

Em 30 de Junho, houve referendo no Marrocos para ratificar ou não a proposta de reforma do Rei Mohamed VI, flexibilizando a Constituição, mesmo mantendo sob seu poder a religião e o Exército. Trata-se de universo de 13 mihões de eleitores para 34 milhões de habitantes.

Com a morte de Kadafi, as “bolas da vez” são apontados como Bashar al-Assad, da Síria, e Ali Abdullah Saleh, do Iêmen, já que a Tunísia e Egito já derrubaram seus ditadores e estão convocando as primeiras eleições democráticas, e, no Bahrein  e Marrocos, as manifestações vêm perdendo força, no segundo, sobretudo, com as reformas levadas a cabo pelo Rei Mohamed VI.

Fonte: ONU

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