Pessoal,
Hoje, em nosso blog, vamos debater sobre um assunto que, agora, com a chegada do frio, sempre chama atenção da população: a política pública de prefeituras, como a da Capital de São Paulo, de oferecer, diariamente, alimentação, banho e cama às pessoas que derem entrada até às 22h, mas, às 8h da manhã seguinte, são “despejadas” nas ruas dos bairros onde os albergues estão instalados, perambulando, sem trabalho, nem escola, podendo, assim, envolver-se em crimes, como furtos e tráfico de drogas.
Além da insegurança, os moradores desses bairros também enfrentam o barulho e a sujeira que essas pessoas fazem durante o dia, além da dificuldade de transitar pelas calçadas e de estacionar carros, devido ao espaço que estas ocupam com seus pertences.
Essa questão é complexa e, assim, deve ser observada sob vários ângulos.
Os moradores dos bairros onde se instalam os albergues devem constituir associações que representem seus interesses, designando um representante para dialogar com a administração do albergue, sobre as melhores regras de funcionamento do sistema de albergamento, e com a Polícia Miliar, a quem devem solicitar policiamento ostensivo na região do entorno do albergue.
Os moradores de rua, por outro lado, reclamam que são tratados com desprezo pela população dos bairros e com indiferença pelo poder público, pois são considerados um peso morto para a sociedade. E sabemos que isto é verdade.
Todos devemos refletir na possibilidade de o morador de rua não ser um vagabundo, mas uma pessoa que perdeu seus vínculos sociais, como casa, emprego e família, não tendo, assim, para onde ir.
A população de rua deseja dignidade e respeito da sociedade, e até formou o Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), que, inclusive, fez passeata em 26 de Maio, com o mote de que eles não são lixo.
Estima-se que haja cerca de 14 000 moradores de rua só na Capital de São Paulo, enquanto a Secretaria de Assistência Social desta divulga a existência de 10 000 vagas e 108 serviços disponíveis.
Como se vê, essa conta não fecha, e sabe-se que os moradores de rua que não conseguem albergar-se no dia são orientados a aguardarem na rua, de preferência, longe do albergue, para este não ter problemas com o órgão de fiscalização (Cape – Central de Atendimento Permanente e de Emergência)
Fonte: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE)