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Estado do Rio tem uma denúncia de intolerância religiosa a cada dois dias
Nos últimos dois meses, tempo de existência do Disque Combate ao Preconceito, a Secretaria estadual de Direitos Humanos (SEDHMI) recebeu 42 denúncias de intolerância religiosa — em média, uma a cada dois dias — feitas através do canal telefônico, das redes sociais e presencialmente. De acordo com a SEDHMI, 10% dos casos são de autoria de traficantes.
Em setembro, uma série de ataques contra centros de religiões de matriz africana ocorreram no período de duas semanas, em diferentes pontos de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A Polícia Civil identificou parte dos suspeitos como pessoas ligadas ao tráfico de drogas. No mesmo mês, circulou nas redes sociais um vídeo que mostrava criminosos mandando um homem depredar um centro espírita. As imagens teriam sido feitas no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.
Casos como esses continuam a aparecer no estado. Há três semanas, a SEDHMI recebeu denúncia vinda de Itaguaí, na Baixada, de que bandidos teriam dado um prazo de três dias para a retirada de todos os artefatos religiosos de um terreiro. Segundo a vítima, que não quis se identificar, a mesma ameaça foi feita a outros centros de umbanda e candomblé na região. Na semana anterior, em Tanguá, um centro espírita foi invadido e mais de 50 imagens foram destruídas. Segundo a secretaria, este caso também foi uma ação comandada por traficantes.
Perseguição é antiga
A relação entre intolerância religiosa e tráfico, porém, não começou em setembro. Em 2013, traficantes de favelas da Zona Norte do Rio proibiram o candomblé e até o uso de roupas brancas em seus territórios, expulsando pais e mães de santo das comunidades. Segundo as vítimas, a perseguição estaria relacionada com a conversão de criminosos a religiões evangélicas.
Em janeiro deste ano, um pai de santo foi comunicado por traficantes que as atividades de seu terreiro, que existia há 12 anos num bairro da Zona Norte, teriam de ser interrompidas.
Aplicativo recebe denúncias
Para dar conta dos casos de intolerância religiosa que o poder público não consegue punir ou mesmo identificar no país, um candomblecista carioca criou o aplicativo “Oro Orum — Axé eu respeito”. A ferramenta, que foi lançada no último dia 13 e já teve mais de 1.300 downloads e 343 casas de candomblé cadastradas, pretende mapear terreiros e instituições religiosas do Brasil todo para formar uma rede contra o preconceito.
— Em seis dias, foram 11 denúncias pelo aplicativo e quatro pelo Whatsapp. Os relatos vieram do Maranhão, da Bahia, do Espírito Santo, de São Paulo e Rio de Janeiro — conta o criador da ferramenta, Léo Akin Olakunde, de 24 anos.
Segundo ele, a função do aplicativo é fazer o acompanhamento das vítimas:
— A ideia é ajudar a encaminhar os casos para advogados, delegacias ou para o Ministério Público, dependendo da situação — diz.
Léo vem mobilizando pessoas ligadas a direitos humanos em diferentes estados para formar uma rede de apoio para abraçar a causa. Além de uma ferramenta para selecionar o tipo de agressor (por religião) e de agressão, o aplicativo oferece aos usuários do Rio o botão SOS, que aciona as pessoas mais próximas, em caso de emergência.
Estatísticas ainda pouco precisas
No Brasil, o número de denúncias desse tipo recebidas pelo Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos subiu de 15, em 2011, para 759, em 2016. No Rio, segundo o secretário estadual de Direitos Humanos, Átila Alexandre Nunes, as estatísticas ainda não refletem a realidade, pois a Polícia Civil não tem um sistema que permita identificar com precisão as motivações por trás de injúrias por preconceito registradas nas delegacias.
— O código penal inclui as injúrias por intolerância religiosa na mesma tipificação que injúrias por quaisquer tipos de preconceito e isso torna muito mais difícil o mapeamento dos casos — diz o secretário, que já encaminhou à Polícia Civil a sugestão de um sistema de classificação de motivações para esse tipo de ocorrência.
Segundo Átila, os casos denunciados à Secretaria — a cujas vítimas o órgão oferece acompanhamento jurídico e psicológico, além da mediação com instituições públicas para facilitar as investigações — envolvem diferentes tipos de violência, que vão de bullying na escola e ameaças a ataques a terreiros e agressões físicas.
Dona de um centro de candomblé em Cascadura, Mam’etu Kavbunjena, há duas semanas, teve seu terreiro atacado por um vizinho que jogou um ovo no local.
— A casa estava cheia de crianças e idosos. Isso nunca havia acontecido, sempre fomos respeitados pela vizinhança. Agora tememos por nossa segurança — contou.
Umbandaime: religião cresce no Rio e tem até dissidência
Doutrina se espalha por igrejas do Santo Daime e pelos 5 mil terreiros de Umbanda e Candomblé do estado
Mistura de ritos de Umbanda, herdados dos escravos, com Santo Daime — manifestação religiosa dos seringueiros do Acre à base de chá de origem indígena, extraído da Ayahuasca, planta com poder enteógeno, que altera a consciência e induz ao êxtase —, a Umbandaime, criada no início dos anos de 1980, vem expandindo e já tem até dissidência: a Daimeumbanda.
As duas vertentes das novas religiões, cujos devotos divergem por discordâncias nos modelos de cerimônias, além de estarem presentes em cultos na maioria das seis igrejas do Rio que servem o Daime, já se alastraram por boa parte dos mais de 5 mil terreiros de Umbanda e Candomblé espalhados pelo estado.
Estima-se que no Rio cerca de duas mil pessoas sigam as duas modalidades, que também já alcançam pelo menos 15 países: Estados Unidos, Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, França, Suíça, Espanha, Alemanha, Argentina, México, Portugal e Irlanda, Israel e República Tcheca.
“Essas novas formas de sincretismo religioso são genuinamente brasileiras. Não são religiões importadas como as demais. É uma realidade que avança diariamente”, afirma o sacerdote umbandista e membro da Federação Brasileira de Umbanda (FBU), Marco José Câmara. “Toda iniciativa religiosa para o bem ao próximo é válida”, pondera o babalaô Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.
Fundador e líder, também chamado de padrinho, da Igreja Rainha do Mar, em Pedra de Guaratiba, Marco Grace Imperial, de 59 anos, responsável por trazer, em 1983, o primeiro garrafão de Daime da comunidade Cinco Mil, no Acre, para o Rio, de onde sugiram novas igrejas, diz que a ampliação rápida das novas religiões tem infiltrado “aproveitadores da fé”, que chegam a cobrar em torno de R$ 1,5 mil para participações em cerimônias, muitas vezes com duração de até quatro horas.
“Isso acontece em qualquer religião. Mas o propósito do Daime é curar amarguras por meio da prática da caridade nas igrejas, que têm cunho filantrópico. Cobrar para se fazer o bem é contra a nossa essência”, lamenta Marco, que, há cerca de 40 anos, comanda no mínimo dois ritos por mês.
Mãe de santo relata “viagens fora do corpo”
Marco Imperial, que tem como mentor o lendário Sebastião Melo, discípulo de Mestre Irineu, precursores do Daime, é um dos poucos a dar entrevista. “Há ainda preconceito. Sempre relacionam fatos ruins ao Daime ou à Umbanda”, justifica, garantindo que já viu curas de câncer e Aids pelo chá, que tira a acidez do organismo.
Além da Rainha do Mar, também são referências em Umbandaime, as igrejas: Flor da Montanha, em Lumiar; Jardim de Saquarema; Aurora da Vida, em Vargem Grande; Barquinha, em Niterói, e Céu da Montanha, em Visconde de Mauá.
Em vídeo na internet, a mãe de santo Maria Natalina, fundadora da Umbandaime, fala de “transportes espirituais”. Ao som do atabaque, fiéis fazem rodas de ‘giras’, com danças e pontos de Umbanda, aliadas ao consumo e hinários do Santo Daime. “Fazemos viagens astrais, fora do corpo”, diz.
Questão financeira pode despertar a cobiça
A mãe de santo Rosiane Rodrigues, 44 anos, pesquisadora de religiões de matrizes africanas do Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (Ineac/UFF), vê com certa desconfiança a questão financeira por trás de movimentos religiosos, que hoje despertam muita cobiça.
“O Brasil é, em tese, um país laico. A formação de novos movimentos religiosos é livre e legítima. No entanto, é preciso considerar que o setor movimenta um percentual significativo do Produto Interno Bruto (cerca de R$ 15 bilhões por ano) e isso vem crescendo muito”, alerta ela.
Marco Imperial esclarece que tem sua própria plantação de cipó Jagube (Banisteriopsis caapi) e folhas da Chacrona (Psychotria viridis), que originam, através da decocção, a Ayahuasca. “Nos rituais nós servimos o Daime de graça”, ressalta Imperial. Devido ao aumento da procura, a colheita dos cipós e das folhas tem sido feita em até seis meses em algumas plantações. Alguns fiéis mais antigos recomendam o consumo somente a partir de oito anos depois do plantio.
É fácil cair na ribanceira, o difícil é subir de novo…
…
O mundo está cheio de gente perversa – que faz magia pesada -, e que nem parece gente, é besta-fera, cheia de ódio.
E como vocês falam do alto da cabeça, das mil luzes, das mil pétalas, da coroa de mil cores, que deveria ser o ponto mais elevado de cada um, mas, que nada…
Aqui na Terra, com seus pensamentos pútridos, as pessoas transformaram o alto da cabeça no lótus das mil correntes negativas – é, mil serpentes habitam o alto das cabeças dos homens.
Cada serpente é um defeito: têm a serpente do ódio, a serpente do orgulho, a serpente do medo, e daí vai…
É por isso que, às vezes, a própria vida dá pancada na cabeça do homem, para espantar essas serpentes malditas.
O que vocês chamam de kundalini – e que sobe pela coluna -, vem sendo pervertido por muita gente… A energia sobe suja, lasciva, terrível, e alimenta as serpentes do alto da cabeça.
E é por isso que a vida dá cascudo no homem.
E aqueles, iguais a vocês, que querem trabalhar na Luz, que se acautelem e fiquem de olho vivo… Porque é muito fácil cair na ribanceira das trevas, e a subida é muito difícil.
Eu trabalhei muito tempo no abismo, onde a Luz não chega, e fui subindo, pedacinho a pedacinho, e me erguendo de novo.
E, por isso, eu sei que as fossas do umbral estão cheias de espiritualistas covardes, que tiveram a maior das chances em vida e não aproveitaram, fugiram da raia, não aguentaram o tranco da verdade na cara, não aguentaram a Luz de frente, correram, fraquejaram, e caíram…
Gente que era para praticar a caridade, e que se perverteu e passou a exalar maldade… Gente que era para estar forte no caminho, mas que debandou, aos montes, e o umbral foi só recolhendo.
E isso é assim mesmo, e muitos de vocês não vão chegar ao fim também… Porque vão cair pela própria fraqueza, pela própria arrogância.
Não tem coisa melhor que percorrer um caminho espiritual, seja ele qual for… Porque reforça a estrutura espiritual do Ser, projeta Luz em seu caminho, protege, e ajuda a superar os obstáculos (muitos deles vindos de outras eras, por causa de maldades feitas por vocês mesmos, em vidas anteriores).
E é de assustar, ver quem deveria se pautar pela Luz, fraquejar e cair, como se não tivesse noção das coisas, como se fosse cego (de consciência).
Vocês falam de olho espiritual e, no entanto, às vezes, vocês mesmos tapam esse olho… E fingem que não veem. E, depois, vão chorar no umbral, vão chorar nas cavernas, como se fossem bebezinhos desmamados – como se não fossem gente que teria de ser forte.
Quanta gente, agora mesmo (pinguços, pés de cana), está enchendo a cara na noite?… E quantos estão capengando na noite, atrás de drogas?…
Quantos, agora mesmo, estão prestando atenção na vida alheia?…
Quantos estão hipnotizados pela televisão?…
E as serpentes comendo as suas consciências, por cima, além dos ladrões extrafísicos de energia, que vêm e se locupletam, se banqueteiam com os restos que o homem larga com a sua própria mente, defecando pensamentos pútridos e formas mentais horrosas na aura do mundo.
Por isso, é preciso que quem caminha na Luz seja forte, que ore ao Pai, que fique firme e não dê mole na estrada. E, às vezes, é melhor levar a verdade na cara, do que se iludir com um monte de fantasias místicas.
Vocês todos, sem exceção, são capengas espirituais tentando acertar o passo, mas agem como se fossem corredores velozes; no entanto, são coxos de alma, mancos de espírito, tentando acertar o passo…
Se bobear, o mundo leva – e a família hipnotiza; e se deixar, cai na ribanceira.
E é por isso que o mundo espiritual alerta: não fujam da raia, não se afastem da Luz, não deem mole para as trevas, e não acalentem serpentes na cabeça.
Orem, trabalhem, façam sua parte nesse mundo doente. Não reclamem de nada.
E se acostumem, porque eu estou aqui – e vou ficar! E vou vir outras vezes, sempre que Deus me der a chance de falar, porque eu não quero ver nenhum de vocês na ribanceira.
Eu não quero recolher nenhum de vocês amanhã no meio da treva, e não quero que ninguém diga que aqui tem covarde. E eu vou ficar sempre ali, no canto, só de olho, e se precisar, eu descerei a lenha…
E, se vocês olharem, na tradição da Índia, vão ver que Krishna era matador de serpentes (e ninguém entendeu que essas serpentes estavam na cabeça dos próprios homens). Ele era o destruidor de demônios (perpetrados pelo próprio homem e engendrados em seu chacra coronário).
Limpem os pensamentos.
Luz na cabeça.
E Força no Espírito!
– Um Exu-Guardião, servidor de Deus –
Recebido espiritualmente por Wagner Borges- São Paulo, 21 de novembro 2012.
“Ô Malafaia, vai procurar rola”, afirma Boechat ao vivo na BandNews FM
Reprodução/Band
O episódio da pedrada que uma menina de 11 anos, praticante do candomblé, está rendendo discussões bastante acaloradas. Nesta sexta-feira (19), por exemplo, uma envolvendo o jornalista Ricardo Boechat, da Band, e o pastor Silas Malafaia.
Durante seu programa matinal na rádio BandNews FM, Boechat afirmou que as igrejas evangélicas estavam incentivando a violência e o ódio. No mesmo momento, Malafaia usou o Twitter para afirmar que o jornalista estava “falando asneira” e o desafiou para um debate ao vivo.
Assim que soube das manifestações no Twitter, Boechat respondeu ao vivo (ouça o áudio no vídeo abaixo), afirmando que ele “rouba dinheiro dos fiéis”. Por duas vezes, o jornalista mandou Malafaia “procurar rola”.
Imediatamente o pastor começou a reagir em seu Twitter e, mais tarde, afirmou em vídeo divulgado em sua rede social (assista abaixo) que iria se encontrar com Boechat na Justiça.
Nestes dias, nas redes sociais, principalmente no Facebook, a polêmica em torno da encenação da crucificação de Jesus durante a parada do orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), em São Paulo, no dia 7 do corrente mês, chamou a atenção de todos. De modo geral, cristãos de inúmeras Igrejas publicaram seu repúdio sobre o uso indevido da cruz de Cristo no evento.
As opiniões são diversas a respeito do fato. No mundo religioso, entre os mais conservadores, as condenações são veementes. Há o que podemos chamar de demonizaçãoda população LGBT. Entre os neopentecostais, tanto católicos quanto evangélicos, opiniões extremistas são de causar vergonha: julga-se e condena-se em nome de Jesus. É possível analisar o fato à luz do evangelho, utilizando-nos do remédio da misericórdia e não de condenações desnecessárias? Sim, é o que faremos no breve espaço deste artigo.
Inicialmente, é preciso dizer que não se trata de apoiar a religião e condenar pessoas homoafetivas, nem de absolvê-las em detrimento da religião. Os vocábulos juízo e condenação são inadequados ao diálogo entre o mundo religioso e o mundo homoafetivo. Dois motivos inicialmente podem ser considerados: primeiro, porque Jesus proibiu, severamente, o julgamento e condenação das pessoas; segundo, porque não há uma separação entre os dois mundos. Não é nenhuma novidade o fato de que no mundo religioso encontramos inúmeras pessoas homoafetivas. Este segundo motivo já coloca as Igrejas em uma profunda contradição. A história desautoriza as Igrejas para emitirem qualquer condenação a pessoas homoafetivas.
Olhando para o evangelho, encontramos Jesus no meio dos pecadores públicos, sendo acusado decomilão e beberrão, amigo dos cobradores de impostos e pecadores. Isto foi um escândalo para a época. Além disso, Jesus tinha a fama de ser um violador das leis judaicas. Estas e outras coisas lhe renderam perseguições e o levaram à morte de cruz. Viver livremente entre os pecadores: eis a opção de Jesus.
Aliás, Jesus inaugurou o Reino de seu Pai a partir da realidade dos pecadores. Teologicamente falando, Deus se manifestou na humanidade, na pessoa de Jesus, entre os pecadores, para a salvação destes. Quem nega esta verdade, nega o próprio Cristo e com ele não tem nenhum vínculo. Ele revelou que com o Pai e o Espírito, a salvação acontece a partir das vítimas das opressões de todos os tempos e lugares. Jesus não era filho de sacerdote, nem foi criado na “pureza” do Templo, mas nasceu em Nazaré, cidade mal afamada do Império Romano. Questionava-se se poderia sair algo bom de Nazaré!
Este é o Cristo da genuína fé cristã. Não há outro. É ele que se encontra no evangelho, e não há outro evangelho senão o dele. Seu mandato missionário é claro: Ide e anunciai a Boa Notícia para toda a humanidade!
Os cristãos, chamados a segui-lo, têm esta missão a cumprir: anunciar a Boa Notícia. Nesta não há julgamento e condenação de pessoas. A ninguém Jesus conferiu o poder de julgar e condenar. Quem se intitular juiz de seu próximo em nome de Jesus está se condenando. Não há meio termo: Quem condenar será condenado! Este é um princípio evangélico que encontra seu fundamento em um outro: Todos somos irmãos.
Diante de Deus todos somos pecadores. Somente Deus é Santo. Um pecador não tem autoridade para julgar e condenar outro pecador, pois um cego não guia outro cego. Portanto, peca gravemente quem julgar e condenar pessoas homoafetivas. Deus não condenou estas pessoas, nem nas Escrituras nem na pessoa de Jesus.
O que na Bíblia está escrito como possibilidade de condenação de homoafetivos é algo que precisa ser lido à luz do contexto epocal (Quem, onde, quando, para quem e com que finalidade escreveu). Por isso, extrair versículos bíblicos, descontextualizando-os, para julgar e condenar pessoas é um pecado grave que se comete contra o Deus que inspirou o texto sagrado.
O princípio que rege a genuína hermenêutica bíblica é: A Bíblia não foi escrita para condenar as pessoas, em hipótese alguma. Em nenhuma passagem bíblia Deus condena o ser humano à perdição eterna. A vingança, o preconceito, a discriminação, a acepção de pessoas e toda espécie de comportamento desumanizador não tem nenhuma legitimidade nas Escrituras Sagradas. Estas foram escritas para transmitir a mensagem de salvação e não de condenação da humanidade. Quem julga e condena em nome de Deus e com pseudofundamento na Bíblia irá responder diante de Deus por tão grave pecado.
Todas as vítimas das inúmeras injustiças que se cometem neste mundo podem entrar em plena comunhão com a cruz de Cristo. Na cruz, Jesus se uniu a todas aquelas pessoas feridas em sua dignidade, perseguidas e assassinadas. Em Jesus, as pessoas homoafetivas são nossas irmãs. Também elas foram remidas no sangue de Jesus.
E para o escândalo dos cristãos, juntamente com os ladrões e prostitutas, elas entrarão no Reino de Deus primeiro do que os líderes religiosos. O próprio Jesus fez tal afirmação, dirigindo-se às autoridades religiosas de seu tempo.
Quando julgam e condenam os pecadores, os cristãos se esquecem dessa parte do evangelho, fazendo o que Jesus reprova. Todo sofredor, independentemente de sua situação sexual, encontra acolhida no coração amoroso da Comunidade Trinitária. Esta é Amor e neste não há julgamento e condenação de quem quer que seja.
Deus é incapaz de condenar porque Ele é amor. Ele somente cura, restaura, concede a vida e salva. Por isso, é pura misericórdia infinita. Os cristãos precisam aprender com Jesus, seu Senhor e Mestre, a serem misericordiosos e amorosos, sendo, somente desse modo, fieis ao evangelho.
A atriz Viviany Beleboni, transexual de 26 anos, que apareceu na parada da comunidade LGBT, utilizando-se do símbolo da cruz, como “crucificada”, está em plena sintonia com o sentido teológico da cruz de Cristo. Na cruz se encontram os crucificados da história: as vítimas das inúmeras formas de violência que se cometem neste mundo, contra as “minorias abraâmicas” (expressão do santo bispo dom Helder Câmara).
A cruz de Jesus está em todos os lugares nos quais as pessoas estão sendo massacradas. Jesus não se encontra nas imagens foleadas a ouro e prata de nossas Igrejas, mas se encontra sofrendo na carne das vítimas do ódio, do preconceito, da discriminação, do racismo e toda forma de ostracismo social.
O sentido da cruz está no Crucificado. É ele o centro da fé cristã. Jesus não foi levado ao madeiro da cruz para transformá-la num símbolo religioso. Ele não pensava em símbolo, mas nas pessoas massacradas pelo Império e pelos fardos pesados impostos pelos religiosos de sua época.
Na ótica do Reino, Deus não está preocupado se uma pessoa é lésbica, gay, travesti, transexual ou heterossexual. Todos são irmãos e seus filhos amados. Este julgamento e acepção que se faz não é coisa de Deus, mas problema humano. Trata-se da dificuldade que se tem em aceitar o outro como ele é. Trata-se, ainda, da dificuldade que se tem em aceitar a diversidade de todas as realidades.
O mundo nunca foi nem jamais vai ser uniforme. As Igrejas precisam aprender a pedagogia de Jesus, presente em seu agir missionário: Aproximar-se das pessoas, escutá-las com a devida atenção e respeito, buscar compreendê-las em seus contextos e histórias, amá-las para que se sintam acolhidas, redimidas e salvas. Este é o remédio da misericórdia.
É preciso também compreender que os símbolos apontam para a realidade, e que esta é mais importante que aqueles. Não são os símbolos que salvam, e não foi Deus quem o criou. A cruz simboliza salvação, não condenação. Jamais se pode condenar uma pessoa por ela ter se identificado com a cruz de Jesus. Isto é ignorância, covardia, desumanidade, farisaísmo, pecado grave.
Por fim, queremos concluir nossa reflexão, dando ênfase a algumas afirmações necessárias para uma fé esclarecida, sadia e restauradora: 1) Deus é Amor e quem Nele crê só está na verdade se amar o próximo sem cair na tentação de mudá-lo; 2) Deus é Misericórdia e quem Nele crê só está na verdade se aprender a perdoar o próximo, sem guardar ressentimentos; 3) Deus é Comunhão e quem Nele crê só está na verdade se encontrá-lo no rosto sofrido do outro, na acolhida deste rosto revelador do amor divino; 4) Deus é Paz e quem Nele crê só está na verdade quem aprendeu a ser pacífico, não compactuando com a cultura da eliminação do outro, por causa de suas diferenças e 5) Deus é Liberdade e quem Nele crê só está na verdade quando se coloca a serviço da libertação integral do outro.
Quem reforça a opressão do outro é inimigo de Deus. Religião sem amor é hipocrisia, e somente o amor liberta as pessoas de seus males.
Fonte: Yahoo
Centenas de pessoas participam de ato contra a intolerância religiosa na Zona Norte do Rio
Manifestação contou com a presença da menina Kayllane Campos, de 11 anos, atingida há uma semana por uma pedrada enquanto saía de uma festa de candomblé
RIO – Por volta das 10h do dia 21/6/15, centenas de fiéis e representantes de diferentes credos se reuniram na praça do Largo do Bicão, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, para um ato contra a intolerância religiosa no país. A manifestação acontece uma semana depois de a menina Kayllane Campos, de 11 anos, ter sido atingida na cabeça por uma pedrada quando deixava uma festa de candomblé no bairro.
Estiveram presentes no ato líderes das igrejas Católica, Evangélica e Batista, entre outras, além de representantes das religiões africanas. Os deputados federais Chico Alencar (PSOL-RJ) e pastor Ezequiel Teixeira (Solidariedade-RJ), e a secretária do Estado, Assistência Social e Direitos Humanos, Teresa Cristina Cosentino, também participaram da manifestação, que contou com a realização de orações e cantos de diversas religiões.
Acompanhada da avó Kátia Marinho, e da mãe, Karina Coelho, Kayllane chegou ao ato pouco após o seu início, e disse perdoar o seu agressor, ressaltando que a violência não perturbou o amor à sua religião.
— Esse susto não abala a minha fé, ela vai sempre continuar — afirmou a jovem
Para a avó de Kayllane, a violência contra a neta, e a comoção causada por ela, serviu para reforçar que “somos todos iguais”:
— Isso foi para provar que somos todos iguais, cada um com a sua religião. Claro que as religiões africanas costumam ser o alvo principal da intolerância, mas é algo que afeta a todos. O que queremos é respeito para todos, independentemente da sua religião — disse ela, cuja filha, Karina, é evangélica.
Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, o babalaô Ivanir dos Santos disse que a agressão contra Kayllane é corriqueira em diversos locais do Brasil, reforçou a importância da punição dos responsáveis e clamou por uma postura do governo federal a respeito desse tipo de violência:
— Isso é algo que ocorre todos os dias nesse país com membros das religiões africanas. A diferença no caso dela é que a agressão aconteceu em uma via pública. Mas casos semelhantes, que considero um tipo de fascismo, são frequentes em escolas, centros religiosos e outros lugares, e não vêm a público. É preciso encontrar os culpados da agressão e, mais do que isso, descobrir a qual igreja pertencem, porque este tipo de ódio costuma ser incutido nas pessoas — afirmou o babalaô. — Por isso, também é preciso que o governo federal estabeleça um plano nacional de combate à intolerância religiosa, algo que é nossa bandeira há anos.
O babalaô informou que o ministro dos Direitos Humanos, Pepe Vargas, virá ao Rio de Janeiro para participar de uma audiência pública sobre o tema, e criticou algumas lideranças evangélicas que se recusam em dialogar sobre a questão.
— Na reunião com o ministro nesta semana pediremos novamente por um plano nacional de combate à intolerância religiosa ao governo federal. Agora, tão importante quanto isso, é que algumas lideranças evangélicas também aceitem o diálogo sobre o assunto, o que não tem acontecido. Já tentamos dialogar com o pastor Silas Malafaia sobre o tema e não tivemos sucesso, por exemplo — afirmou Ivanir dos Santos.
Nome que significa Rainha do Fogo, Maria Padilha já teve várias encarnações na Terra, e a última delas foi em Ilhéus na Bahia. Nesta sua última encarnação, ela era uma espanhola que veio para o Brasil morar em Ilhéus na Bahia e foi morta na porta de um cabaré. Todos os homens que ela teve, em cada uma das encarnações, num total de sete, estão com ela na espiritualidade.
Entre mitos mais variantes que revelam alguma qualidade a característica especial desta mulher, o que servirá nos terreiros como apoio é o segundo nome que acompanhará o primeiro. Recebe outros apoios que alguns podem pensar que se trata de outra Pombagira, mas na realidade é ela: “Rainha dos Infernos”, “Rainha do Candomblé”, “Rainha das Marias”, “Rainha das Facas”, “Mulher de Lucifer”, “Rainha da Malandragem”, “Rainha dos Ciganos”, etc. Em cada lugar lhe dão diferentes sobrenomes, que na realidade busca elogiar a entidade e transmitir uma maior intimidade.
Pomba Gira Maria Padilha é conhecida por sua eficiência e rapidez, e está entre as mais populares das Pombagiras. Às vezes ela é chamada de “rainha sem coroa”, e isso certamente se refere à Maria histórica, que era a rainha do coração de D. Pedro, mas negou que as suas propostas repetidas para o casamento,preferindo a sua independência durante sua estada na corte. Este também descreve um certo tipo de mulher, aquele que exige respeito, e cujo comportamento é real, mesmo se ela é pobre ou da classe trabalhadora. Maria também é um exemplo perfeito de como “espíritos novos” nascem: lendas cresceram em torno da mulher real, que tinha uma reputação de feiticeira, e dentro de cem anos, as bruxas em Espanha e Portugal estavam usando seu nome e chamando seu espírito para ajudar los em suas magias.
Tem predileção – igual ao seu principal marido, Rei das 7 Liras (Lúcifer) – pelas navalhas e armas brancas em geral, especialmente aquelas que são afiadas e pequenas, onde se deve ter muita agilidade para não ser cortado. Como toda pomba gira, possui numerosos amantes ou parceiros, com os quais pode “adjuntar-se” ou “trabalhar”, sendo essa parceira que protegerá a determinada pessoa.
Cabe esclarecer que nem sempre se formam os mesmos parceiros, pois os mesmos dependeram da morada onde trabalhe a Pomba Gira e o que indique o ponto riscado ou firma espiritual. Apresenta-se sob a aparência de uma formosa mulher, de longos cabelos negros, pele morena (as vezes mais clara e as vezes mais escura), sua idade e físico variam também de acordo com o tipo de caminho ou passagem desta Pomba Gira, pois existem passagens jovens e velhas, sendo igualmente atrativas em qualquer de suas passagens, isto ocorre com todos os Exús de quimbanda, não importando a idade que apresentem, pois tem o dom da sedução.
Ela gosta de luxo, dos homens, de dinheiro, das jóias, da boa vida, dos jogos de azar, de baile e da música. É uma grande bailarina, cujos movimentos podem incluir passos das ciganas em alguns momentos, mexendo sensualmente seus braços, como quem desfruta plenamente de seduzir com o corpo em movimento. Seu porte é altivo, orgulhoso, magestoso, possui características das mulheres que não tem medo de nada. É muito requisitada para atrair amantes, abrir os caminhos, amarrar parceiras, mas principalmente é muito temida por sua frieza e seu implacavel poder na questão de demandas. Algumas das principais Pomba Giras que estão dentro de sua falange, abaixo de sua ordem são:
Maria Molambo
Maria Quitéria
Maria Lixeira
Maria Mirongueira
Maria das Almas
Maria da Praia
Maria Cigana
Maria Tunica
Maria Rosa
Maria Colodina
Maria Farrapos
Maria Alagoana
Maria Bahiana
Maria Navalha
Todas com características bastante similares, as quais as vezes podem inclusive ser confundidas por quem não tem muita experiência.
Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga
Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas;
Maria Padilha Rainha dos Infernos;
Maria Padilha Rainha das Almas;
Maria Padilha das Portas do Cabaré;
Maria Padilha Rainha das 7 facas ( 7 navalhas);
Maria Padilha Rainha da Figueira.
Características
Bebida
Champanhe, Licor de aniz, Martini, Campari, Mel
Ebôs
Pata preta, pomba preta, cabra preta, levando fubá de milho e azeite de dendê.
Fuma
cigarros, cigarrilhas
Guia
Sua guia geralmente é contas pretas e vermelhas, O preto representando as trevas, o vermelho a guerra, algumas quando cruzadas nas almas, tem suas guias com contas brancas, sendo as mesmas enfiadas de três em três ou de sete em sete
Lugar
Recebe os presentes, despachos e feitiços na Calunga (Cruzeiro do Cemitério), nas encruzilhadas em formas de T, ou X( dependendo a escolha do lugar, a vontade da entidade)
Ornamentos
jóias, cosméticos, espelhos
Rosas
Rosas vermelhas abertas (nunca botões) em número impar, cravos e palmas vermelhas
Simbolos
pássaro, o tridente,a lua, o sol a chave e o coração.
Vela
de acordo com as cores de suas guias quando trabalham,podendo ser pretas e vermelhas, todas vermelhas e em certos casos, pretas e brancas, ou ainda, todas brancas
Pontos Cantados
Abre essa tumba quero ver tremer,
Abre esse tumba quero ver balançar,
(bis)
Maria Padilha das Almas,
O cemitério é o seu lugar.
É na Calunga que a Maria Padilha mora
É no barranco que a Maria Padilha vai girar.
(bis)
Maria Padilha das Almas
O cemitério é o seu lugar.
Quem não me respeitar
Oh! Logo se afunda
Eu sou Maria Padilha
Dos 7 cruzeiros da Kalunga
Moço, você conhece aquela moça
Que trabalha no escuro
Olhando osso,
Osso por osso,
Dente por dente,
Dia trás dia,
Hora trás hora
Ela é Maria Padilha
Ela é Maria Mulher,
Ela trabalha na Figueira,
Por ordem de Lúcifer.
Caminhou por toda a Terra
Na kalunga ela ficou
Lá na Encruza ou lá na rua
Ela é …
Camarada sua,
Maria, Maria Padilha Ela é.
Maria Padilha já chegou
Trago pra Ela uma linda flor
Festa no Terreiro, festa no gongá,
Chegou Maria Padilha para todo o mal levá.
Maria Padilha,
Soberana da estrada,
Rainha da encruzilhada,
E também do candomblé,
Suprema é uma mulher,
de negro,
Alegria do Terreiro,
Seu feitiço tem axé,
Mas ela é, ela é,
Ela é…
A Rainha da Encruza,
A mulher de Lúcifer.
A Padilha não brinca,
Ela não é brincadeira não,
A quem mexe com ela fica maluco
Vira defunto e se torna caveira
E depois de caveira vira poeira
E vai morar com Exu Caveira.
Maria Padilha
Rainha do Candomblé
Firma Curimba
Que tá chegando mulher.
Maria Padilha é…
Rainha do Candomblé
Maria Padilha mora,
Nas portas de um cabaré.
Exu Maria Padilha
Trabalha na encruzilhada
Toma conta, presta conta…
No romper da madrugada.
Pomba-Gira minha comadre
Me proteja noite e dia
Trabalhando nas encruzilhadas
Com suas feitiçarias.
Maria, Maria Padilha Ela é…
Uma mulher faceira
Que trabalha á Meia Noite
E também a madrugada inteira.
Sete rosas encarnadas
Vou levar para essa Maria
Para afastar de mim,
Toda a feitiçaria.
Maria, Maria Padilha Ela é.
Ela é Maria Padilha
Da sandalinha de pau
Ela trabalha pró bem
Mais ela trabalha pró mal
Oia pombajiré, oia pombajirá, oia pombajirá
De onde é que Maria Padilha vem
Aonde é que Maria Padilha mora
Ela mora na mina de ouro
Onde o galo preto canta
Onde criança não chora.
O povo dos Infernos é quem vai levar
Levar o que não presta pró além mar
Exu Rei da Lira é Lúcifer!
Maria Padilha…
Rainha Exu mulher!
Moça me dá
Um cigarro do seu
pra eu fumar
Que nem dinheiro eu tenho pra comprar
(bis)
Vivo sozinho
Vivo na solidão
Maria Padilha me dê
A sus proteção
Cemitério é praça linda
É lugar pra passear
Cemitério é praça linda
É lugar pra passear
Numa catacumba branca
Maria Padilha mora lá
Mora lá, mora lá,
Maria Padilha mora lá,
Mora lá, mora lá,
Maria Padilha mora lá,
Com uma rosa e uma cigarrilha
Maria Padilha já chegou,
E na Kalunga
Ela é Rainha
Ela trabalha com muito amor
Sete cruzeiros da Kalunga
É a morada dessa mulher
Ela é!
Maria Padilha,
Rainha do Candomblé…
Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga
Biografia
França, final do século dezenove. Juliette estava desesperada. Aos dezessete anos, filha de nobres franceses estava prometida em casamento para o jovem Duque D”areaux. Por coisas que somente à vida cabe explicar, havia se apaixonado por um dos cavalariços de sua propriedade. Entregara-se a essa paixão de forma avassaladora o que culminou na gravidez que já atingira a oitava semana. Somente confiara o segredo à velha ama Marie, quase uma segunda mãe que a vira nascer e dela nunca se afastara, que a aconselhou a fugir com Jean, seu amado. Procurado, o rapaz não fugiu à sua obrigação e dispos-se a empreender a fuga. Sairiam a noite levando consigo apenas a ama que seria muito útil à moça e os cavalos necessários para os três. Perto da meia-noite, Juliette e Marie esgueiraram-se pelo jardim e dirigiram-se até o ponto em que o jovem as esperava. Rapidamente montaram e partiram. Não esperavam, contudo, que um par de olhos os espreitasse. Era Sophie a filha dos caseiros, extremamente apaixonada por Jean. Percebendo o que se passava correu até a grande propriedade e alertou aos pais da moça sobre a fuga iminente. Antoine, o pai de Juliette, imediatamente chamou por dois homens de confiança e partiu para a perseguição. Não precisaram procurar por muito tempo. A falta de experiência das mulheres fazia com que a marcha dos fugitivos fosse lenta. Antoine gritou para que parassem. Assustado Jean apressou o galope e o primeiro tiro acertou-o no meio das costas derrubando-o do cavalo. Juliette correu para o amado gritando de desespero quando ouviu o segundo tiro. Olhou para trás, a velha ama jazia caída sobre sua montaria. Sem raciocinar no que fazia puxou a arma de Jean e apontou-a para o próprio pai. – Minha filha, solte essa arma! – assim dizendo aproximava-se dela. Juliette apertou o gatilho e o projétil acertou Antoine em pleno coração. Os homens que o acompanhavam não sabiam o que fazer. Aproveitando esse momento de indecisão a moça correu chorando em total descontrole. Havia uma ponte à alguns metros dali e foi dela que Juliette despediu-se da vida atirando-se na água gelada. A morte foi rápida e nada se pode fazer. Responsável direta por três mortes (a dela, do pai e da criança que trazia no ventre) causou ainda, indiretamente mais duas, a de Jean e da ama. Triste destino aguardava o espírito atormentado da moça. Depois de muito vagar por terrenos negros como a noite e conhecer as mazelas de incontáveis almas perdidas encontrou um grupo de entidades que a encaminhou para a expiação dos males que causara. Tornou-se então uma das falangeiras de Maria Padilha. Hoje em nossos terreiros atende pelo nome de Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga, onde, demonstrando uma educação esmerada e um carinho constante atende seus consulentes sempre com uma palavra de conforto e fé exibindo um sorriso cativante. Salve minha mãe de esquerda!
Maria Padilha das Sete Catacumbas
Vativa ficou totalmente arrepiada quando ouviu o que a bruxa lhe disse: – Precisamos do sangue de um inocente! – Sua mente imediatamente focalizou a imagem de Yorg, seu pequeno filho de apenas três anos. Seus pensamentos vagaram por alguns instantes enquanto a mulher remexia em um pequeno caldeirão de ferro.
Estava ali por indicação de uma vizinha que conhecia o problema pelo qual estava passando. Era casada, não tinha queixas do marido, mas de repente parece que uma loucura apoderou-se dela. Apaixonara-se por um rapazote de dezessete anos, ela uma mulher de trinta, bela e fogosa não resistira aos encantos do adolescente e sua vida transformou-se em um inferno. Já traíra seu marido algumas vezes, mas desta vez era algo fora do comum, não conseguia conceber a vida longe do rapaz. Conversando com a vizinha, a quem contava tudo, esta aconselhou: – Vá falar com a bruxa Chiara ela resolve o assunto para você. – Pensou durante alguns dias e não resistiu, foi procurar pela feiticeira.
O ambiente era horrível e a aparência da mulher assustadora, alta, muito magra, com apenas dois dentes na boca, vestia-se inteiramente de preto e fora logo dando a solução: – Vamos matar seu marido, aí você fica livre e se muda para outro povoado, bem distante, levando seu amante! – Vativa ficou assustada, não era essa a idéia. Não tinha porque matar seu marido. Não havia um jeito mais fácil? – De forma alguma, se o deixarmos vivo, quem morre é você! Mas não se preocupe eu cuido de tudo. – Foi aí que ela falou do sangue inocente. – A senhora está tentando dizer que tenho que sacrificar meu filho? – Para fazer omelete, quebram-se ovos… Vativa não estava acreditando, a mulher dizia barbaridades e sorria cinicamente. Levantou-se e saiu correndo apavorada. A risada histérica dada por Chiara ainda ecoava em seus ouvidos quando chegou a casa.
Desse dia em diante suas noites tornaram-se um tormento, bastava fechar os olhos para ver aquele homem (Sete Catacumbas) todo de preto que a apontava com uma bengala: – Agora você tem que fazer! – Em outras ocasiões ele dizia: – Você não presta mesmo, nunca prestou! – Vativa abria os olhos horrorizados e não conseguia mais dormir.
Uma noite, já totalmente transtornada com a aparição freqüente, saiu gritando pela casa. Ouvindo os gritos da mãe o pequeno Yorg acordou e desatou a chorar. Sem saber como, a faca apareceu em sua mão. – Cale a boca garoto dos infernos! – A lâmina penetrou por três vezes no pequeno corpo. Retomando a consciência não suportou a visão do crime cometido e caiu desmaiada. Na queda, a vela que iluminava o pequeno ambiente caiu-lhe sobre as vestes e em pouco tempo o fogo consumia tudo.
Por muitos anos o espírito de Vativa vagou até conseguir a chance de evoluir junto a um grupo de trabalhadores de esquerda, mas se há uma coisa que ela odeia é relembrar o fato, por isso poucas vezes o comenta. Com posto garantido na falange do cemitério detesta ser lembrada para amarrações e perde a compostura quando há um pedido do gênero.
Hoje todos a conhecem pela grandeza dos trabalhos que pratica na linha da guardiã Maria Padilha das Sete Catacumbas ao lado do Senhor Exú das Sete Catacumbas, pois todo médium que recebe Seu Sete recebe também Maria Padilha das Sete Catacumbas em algumas ocasiões, caso contrário após muito tempo recebendo somente Seu Sete passa a sentir-se pesado.
Maria Padilha das Almas
Biografia
Tereza invadiu a igreja de uma forma como nunca havia feito antes. Não se benzeu e nem ao menos olhou para a imagem de Cristo, que de sua cruz, agonizante, parecia olhar diretamente para ela enquanto avançava pela nave. Precisava falar com o padre Olavo nesse instante, não havia tempo a perder. – Padre! – seu grito ecoou pelas paredes repletas de símbolos aos quais ela sempre dera imenso valor, mas que nesse momento nada mais eram que meras imagens que apontavam-lhe o dedo culpando-a pelo pecado gravíssimo que cometera. – Padreee! A voz subira de tom a ponto de atrair imediatamente o coroinha que estava a dormitar atrás do altar. – Dona Tereza! O padre Olavo foi atender um doente que precisa de extrema unção! A mulher sentou-se em uma cadeira da primeira fila e desatou em copioso pranto. O menino sem saber o que fazer correu para a rua e encontrou o padre que vinha já bem perto. – Dona Tereza está chorando como louca lá na igreja, o caso deve ser sério! – Olavo sentiu um baque no peito. – O que teria acontecido? Alguém teria descoberto? – Tudo bem Jonas, pode ir para casa que eu cuido disso. Apressou o passo e da porta ouviu o choro da mulher. – Tereza, o que houve? – Com um salto ela levantou-se e com o dedo estendido para ele gritou: – Eu estou grávida, cafajeste! Grávida de você! Como pode deixar isso acontecer? Você me jurou que isso não seria possível, que não podia ter filhos. O que faço agora? Meu nome será lançado na lama! E meu marido? Meus filhos? – Calma! – ele tentava ganhar tempo enquanto em sua cabeça as imagens passavam em turbilhão. – O que faria com essa louca? Fora ela quem o seduzira, enfiara-se em sua cama, nua, em uma tarde que gostaria de esquecer. Tentara-o com seu belo corpo e se entregara de forma avassaladora. Porque dizia que o filho era seu? Ele mesmo sabia de seus amantes, ditos em momentos de confissão muito antes da tarde fatídica. -Vamos sentar, respire fundo! Como sabe que é meu? – Falava pausadamente tentando inspirar confiança – Não pode ser de seu marido ou… de outro? – Só o que me faltava era isso – o tom subira novamente – me engravida e ainda me chama de vagabunda. Nunca mais dormi com homem algum depois de nosso encontro, meu marido viaja muito e nas poucas vezes que esteve em casa, não me entreguei a ele, por amor a você! – Depois de pensar um pouco falou: – Então não há alternativa além do aborto, procure uma dessas velhas rezadeiras e dê um jeito nisso, o que espera que eu faça? – Precisamos fugir, eu abandono tudo para ficar ao seu lado! – desesperada segurava a batina do padre com força – Teremos nosso filho longe daqui! – Tentando ganhar tempo Olavo tirou as mãos dela de sua roupa. dirigiu-se ao altar e tamborilou com os dedos sobre a branca toalha, virou-se com raiva: – Nunca! Vire-se! Você foi a culpada, me levou para a perdição agora quer acabar comigo? Como posso largar o sacerdócio e viver com uma prostituta que deita em qualquer cama com qualquer um? – Tereza deu um grito de ódio e partiu para cima do padre. Havia um punhal em sua mão. A lâmina afiada foi cravada no abdômen do rapaz que caiu de joelhos. Tereza continuava com a arma na mão manchada com o sangue do padre e foi com ela que cortou a própria jugular, tendo morte quase instantânea. Por muitos anos o espírito de Tereza foi torturado pelas visões dessa e de outras vidas em que sempre causara sofrimento e mortes. Ao atingir um nível de compreensão adequado ao caminho evolutivo, tornou-se Maria Padilha das Almas, e ainda hoje busca ajudar a todos que a procuram tentando fazer com que novas almas não se percam como ela se perdeu por diversas vezes. Somente quem já teve contato com essa grande pomba-gira, sabe dos conselhos firmes dados por ela e da tristeza que ainda deixa transparecer em suas incorporações. Laroiê a Padilha das Almas!
Poema
Vou contar uma lenda de uma pobre Maria,
Que conheceu o luxo e a agonia !
Vou contar a lenda de Maria Padilha ,
Que escondia a sedução sob a mantilha !
Ela viveu no século XIV , cheio de magia ,
Misticismo e fantasia !
Ela nasceu na Espanha valorosa ,
Formosa e maravilhosa !
Ainda criança , Maria Padilha foi abandonada …
Por sua mãe , que era uma coitada …
Ela era filha de mãe solteira …
E virou uma órfã verdadeira !
Ela nunca teve uma família inteira …
Assim , ela foi criada por uma feiticeira !
Ela gostava de dançar o “flamenco” sensual …
De uma forma especial !
Ela gostava de vestir preto e vermelho …
Para treinar a dança no espelho !
Na adolescência , ela virou uma cortesã elegante …
Conhecendo muita gente importante !
Ela foi apresentada à Dom Pedro I de Castela …
De uma forma elegante e bela …
Pelo primeiro ministro numa festa …
Ao som de uma linda orquestra !
Assim , os dois dançaram …
E se apaixonaram …
Mas , Pedro estava noivo de Branca de Bourbon ,
Que era frágil e sempre saia do tom !
Mas , Maria Padilha fez uma bruxaria ,
Que gerou uma grande agonia :
Ela jogou um feitiço no cinto em que Branca …
De uma forma ingênua e franca …
Presenteou o seu amado …
De um jeito calado !
Assim , depois do casamento …
Sem nenhum sentimento …
Aconteceu um tormento :
Branca , dois dias depois , foi abandonada …
Sem entender , absolutamente , nada !
Depois , os membros bastardos da família real …
Seqüestraram Pedro de um jeito sensacional !
Mas , com a ajuda de Maria Padilha …
Pedro escapou de toda aquela matilha !
Então , ele decidiu transferir sua corte para Alcazar de Sevilha …
Junto com sua amada Maria Padilha !
Depois , ele bolou uma vingança sem piedade …
E matou seus 9 irmãos traiçoeiros de verdade !
Por causa desta vingança de fel …
Ele ficou conhecido como : Pedro , o cruel !
Com Maria Padilha , ele teve 4 crianças …
Carregadas de coragem e esperanças !
Porém , um dia …
Cheio de agonia …
A linda Maria …
Morreu vítima da peste negra com muita dor …
Mas , Pedro chorando com ardor …
Nomeou a amada morta como rainha original …
De uma forma especial !
Porém Pedro , o cruel …
Conheceu o próprio fel …
Morrendo nas mãos do único irmão bastardo que escapou a sua ira …
Mas , que conheceu a atrocidade e a mentira !
Esta é a história de Maria Padilha ,
Que escondia a sedução sob a mantilha …
E que de tanto fazer magias e de possuir um olhar de vampira …
Tem seitas que dizem que ela é a real pomba – gira .
Maria Padilha de Castella
Biografia
A verdadeira história desta entidade ainda não esta comprovada de fato! Porque devido a várias histórias contadas e publicadas sempre deixa um fecho para inúmeras controversas. Já faz um bom tempinho que venho lendo e pesquisando histórias de Maria Padilha ou ( Maria de Padilha) que vem a ser o verdadeiro nome da amante rainha do Rei de Castela.
A história conta que Maria de Padilha era uma jovem muito sedutora que foi viver no reinado de Castela como dama de companhia de D. Maria, mãe de D. Pedro I de Castela ( O cruel ) . Sendo que esta moça tinha um tutor e este responsável e tio da bela donzela, que também era herdeira de sangue nobre, devido a influencia de seu pai na corte espanhola.
A lenda conta que D.Pedro de Castela já estava noivo de D. Blanca de Bourbom, uma jovem pertencente a corte francesa, que foi enviada para Castela para casar-se com D. Pedro porque este estava já para assumir o Reinado do pai, no ano 1350.
D. Maria de Padilha e o Rei de Castela depois de apresentados, fulminaram-se de paixão um pelo outro e mesmo as escondidas começaram um grande caso de amor, onde sabiam que jamais seria aceito pela família e tampouco pela corte.
D.Pedro I de Castela, não queria casar-se com D. Blanca de Bourbom , mais este casamento traria excelentes benefícios políticos para a corte Espanhola e Portuguesa.
Dizem que Maria de Padilha, trabalhava na magia com um judeu cabalista e que este a ensinou muitas magias e através destas… conseguiu dominar o Rei de Castela completamente. Conta a história que ela foi uma das grandes responsáveis pelo o abandono ou morte de D. Blanca de Bourbom pelo rei, digo abandono ou morte porque ainda é uma história muito confusa… alguns livros indicam que D. Blanca foi decapitada ao mando do Rei… outros apenas citam que ela foi abandonada por ele e devolvida a sua família na França por ele ter assumido seu amor por Maria de Padilha.
Maria de Padilha de Castela, depois do sumiço de D. Blanca passou a viver com o Rei em seu castelo em Sevilha, palácio que foi construído e presenteado a Maria de Padilha pelo seu amado rei de Castela.
Maria Padilha deu quatro filhos ao rei de Castela sendo que o primogênito morreu em idade tenra.
Ao contrario do que conta muitas histórias publicadas desta grande personagem, Maria Padilha morreu antes do Rei de Castela e este fez seu velório e enterro como de uma grande rainha, fez com que seu súditos beijassem as mãos do corpo falecido por peste negra e a enterrou nos jardins de seu castelo.
O Rei anunciou ao sei reinado que havia casado com D. Maria Padilha as escondidas e que queria que seu filhos com ela fossem reconhecidos como herdeiros do trono e que a imagem de Maria Padilha diante do povo fosse de uma Grande Rainha.
Um ano mais tarde o rei veio a casar-se de novo, mais nunca escondeu que o grande amor de sua vida tinha sido D. Maria Padilha, os contadores contavam que o feitiço lançado ao rei pela poderosa Padilha seria eterno!
Alguns anos depois o Rei de Castela veio a falecer pelas mão de seu meio irmão bastardo que acabou assumindo o seu posto de Rei de Castela… o corpo do rei deposto foi enterrado a frente da sepultura de sua Amada Rainha Padilha, onde foram construídos duas estátuas uma em frente a outra, para que mesmo na eternidade os amados nunca deixassem de olhar um pelo outro.
Dizem que a entidade de Maria Padilha, na sua primeira aparição, foi em uma mulata no tempo da corte de D.Pedro II no Brasil , onde esta mulata em um sessão da Catimbó… recebeu uma entidade muito feiticeira e faceira que se apresentou com D. Rainha Maria Padilha de Castela e contou a sua história e que depois dela outras Padilhas viriam para fazer parte da sua quadrilha.
Dizem que depois desta anunciação de D. Maria Padilha, ela só voltou mais uma ou duas vezes e que não mais chegaria na terra por sua missão presente estar cumprida, mais que por castigo de Jesus e por mando do Rei das Encruzilhadas ela ainda permaneceria na terra e confins, comandando a sua quadrilha de mulheres e exus para todos os tipos de trabalhos… Depois disto, nunca mais ninguém voltou a ver ou assistir a curimba desta poderosa entidade rainha das giras. Há muitos pais de santo e estudiosos que dizem que D. Rainha da Sete Encruzilhada é D. Maria Padilha de Castela, por ter sido ela eleita a Rainha de todas as giras, mais esta desconfiança, ainda não foi esclarecida, nem pelas próprias identidades que trabalham com D. Rainha das Sete Encruzilhadas. Esta desconfiança gerou porque D. Padilha de Castela se titulava Rainha e sempre saudava as sete encruzilhadas, onde morava o seu rei e de onde ela reinava.
“Sou guerreira, bonita e maliciosa… Minha coroa vem de Nazaré! Eu saúdo a Jesus Cristo pois ele é quem me deu o meu trono de fé! dizem que sou mulher de Belzebu, este nem mesmo sei quem é! Sou mulher de quem me de respeito e companheira de Exu Rei e Cipriano e também Exu Tararé!”
Maria Padilha das Sete Encruzilhadas
Uma breve história
Núbia estava satisfeita e feliz. Depois de uma misteriosa doença, sua prima, a rainha Velma, havia sucumbido. E ela sabia do que se tratava, fora ela quem, diariamente, pingara gotas de um poderoso veneno nas refeições da soberana.
O caso amoroso que mantinha com o rei Alberto finalmente teria um final feliz. Para ela, claro! Mal pode conter a alegria quando foi notificada da morte da prima. Fez um tremendo esforço para derramar algumas lágrimas durante o féretro, porém seus pensamentos fervilhavam, imaginava os detalhes de sua coroação. Havia o período de luto de no mínimo três meses, mas isso era de menos,
Alberto estava totalmente apaixonado e faria de tudo para casar-se com ela o mais rápido possível.
Aí sim, a glória e o poder que sempre foram daquela tonta seriam dela para frente. Várias vezes tivera que cobrir o rosto com seu lenço negro para que ninguém percebesse o sorriso de satisfação que aflorava em seus lábios.
Terminadas as exéquias, Núbia procurou pelo amante para dizer-lhe que estava pronta para ser sua nova mulher, esperariam o luto oficial e poderiam começar os preparativos para o casamento e coroação.
A reação de Alberto fez seu coração gelar:
– Núbia foi você que matou minha mulher?
Negou peremptoriamente.
Ela jamais teria coragem de fazer qualquer mal à sua prima, mesmo amando seu marido, pelo contrário, perdera noites de sono para permanecer à cabeceira da doente. Como podia ele pensar isso dela?
– Núbia!
– Alberto estava gritando
– A casa tem criados, será que você é tão imbecil que não percebe que eu descobriria?
O desespero tomou conta da mulher, sentiu que a situação havia fugido de seu controle. Jogou-se aos pés do homem implorando perdão:
– Eu te amo demais, não agüentava mais ficar longe de você!
As lágrimas corriam livremente.
– Ela não te amava, sou eu que o amo!
Sem pestanejar, Alberto chamou pelos guardas palacianos e mandou que a levassem a ferros para o porão do castelo onde ficaria até que ele decidisse o que fazer.
Durante três anos permaneceu presa. Chorava muito e amaldiçoava a todos. O pior, porém era o fantasma de Velma que todas as noites a visitava. A imagem da rainha surgia ricamente vestida e a olhava com piedade balançando a cabeça em sinal de desaprovação.
Nesses momentos os gritos que dava ecoavam pelos corredores do palácio. Da bela e arrogante mulher, nada mais restava. Tornara-se um trapo humano.
Um dia veio o golpe fatal. A criada que lhe trazia as refeições informou-lhe que o rei havia anunciado seu casamento com uma jovem duquesa.
As horas que se seguiram a essa descoberta foram de horror, a imagem da rainha falecida permaneceu sentada no fundo do cubículo e não desviava o olhar tristonho de acusação.
Num acesso de fúria avançou sobre o espectro.
Debilitada, tropeçou nas próprias vestes e caiu batendo a têmpora na pedra onde Velma estivera sentada.
Seu espírito vagou por anos. Aprendeu muito e descobriu que havia sido rainha em outras encarnações, mas que nunca fora exemplo de bondade ou compaixão.
Como Maria Padilha das Sete Encruzilhadas, readquiriu o porte majestoso de antigas vivências e segue em busca de evolução. Sempre que está em terra lembra que há muito a aprender, mas que tem muito a ensinar.
Maria Padilha do Cabaré
Ela foi espanhola, foi Rainha dona de castelo e adorava bacalhau, queijos e vinhos, claro que hoje estando evoluída, não mais nessa matéria aceita as oferendas comuns, mas ela é muito fina, sabe bem o que é bom, gosta de jóias, roupas feitas de bons tecidos, adora saia com muitos babados, pois como disse foi espanhola, adora um leque.
Diz a sua história que quando passou pela terra foi dona de um cabaré muito famoso, onde se fez tornar uma mulher marcante na sociedade da época. Amar ? Amou sim, uma vez só e por ter sofrido por um grande amor resolveu não se entregar nunca mais a ninguém. Foi uma mulher bem sucedida e se tornou rica, muito rica… Ela tinha um dom que lhe acompanhava desde menina o dom das cartas o misterioso Futuro no qual ela o adivinhava, este dom vem dos seus antepassados, pois ela vem de uma família Espanhola…
Maria Padilha Rainha do Cabaré, é mais uma das Pombagiras que visam o zelo pelas coisas do coração e do dinheiro.
Falta de Compreensão
Maria Padilha – é uma entidade de luz que trabalha a serviço de Ogum. Viveu à muito tempo atrás na França segundo algumas lendas, e foi dona de uma casa de damas(Cabaré), todos os homens que ela teve, em cada uma das encarnações, num total de sete, estão com ela na espiritualidade. Isso tudo ao menos é o que dizem as lendas. O que entendo é que esses são nomes de guerra e estão longe de revelar os verdadeiros nomes dessas entidades. Além do mais, Maria Padilha é só uma entidade que tem uma falange em evolução. Há uma profecia que conta que no ano 2000, Maria Padilha, a rainha das rainhas vai pisar nos Orixás. Vê se pode! Os Orixás vão reverenciá-la pois a sua missão é de converter o homem que ela ama (Lúcifer, anjo das trevas) para a luz. Veja a que ponto chega a interferencia do sincretismo e bagunças religiosas na Umbanda! Eles vão entrar na casa de Deus ambos de branco. Ela sentará ao lado de Jesus Cristo e ele aos pés de Cristo. Maria Padilha salvará 7000 almas e entregará as chamas do inferno a 7000 almas. Além de irônica, mentirosa e ridícula, essa profecia não passa de engodo e falsas revelações. Seus “Trabalhos” prediletos são na área do amor. Ela adora crianças, adora animais, a vida. Vida é luz.Toda a consulta espiritual que é desenvolvida inicialmente e o andamento de todos os trabalhos são feitos através de Maria Padilha. Mas, essa é a orixa evoluida e tem muitas magas negras se passando por ela ai na Quiumba. Inclusive com pessoas como essas que fizeram essa ridícula profecia.
Maria Padilha é uma das principais entidades da umbanda e do candomblé traz consigo o dom do encantamento
de amor é muito procurada pelas pessoas que sofre de paixões não Correspondidas .
E suas oferendas são compostas geralmente de cigarros champanhe rosas vermelhas perfumes anéis e
gargantilhas batom pentes espelho farofa feita com azeite de dendê suas obrigações são geralmente arriadas
nas encruzilhadas de T aceita como sacrifício galinha vermelha cabra e pata preta.
Mulheres que trabalham com esta entidade são geralmente belas bonitas atraentes e sensuais são dominadoras
e de personalidade muito forte sabem amar como ninguém mas com a mesma facilidade sabem odiar seus
parceiros amorosos.
Maria Padilha é protetora das prostitutas gosta do luxo e do sexo adora a lua mas odeia o sol suas roupas são
geralmente vermelhas e pretas igualmente seus colares e sua coroa suas cantigas são muito alegres e cheias
de magia e segredos. E mulher de sete exu rainha dos cabarés e das encruzilhadas
–
Podemos também ver MARIA PADILHA como aquela pessoa alegre que passa pelas ruas recolhendo toda a “sujeira”. Vem com brincadeiras e algazarras, mas faz um trabalho enorme em benefício da sociedade, que se diga de passagem é muito pouco reconhecido, mas ELA o exerce com presteza e determinação.
Assim como devemos ter um conceito mais respeitoso do ORIXÁ EXÚ, devemos também dedicar mais respeito ao trabalho de MARIA PADILHA. deixando de encará-la como uma mulher vulgar e da vida, que só vêm “para arranjar casamento” ou o que é pior, para desfazer casamentos…Isto é uma coisa absurda e vulgar… O trabalho de MARIA PADILHA é sério.
. É também um trabalho de descarrego, de limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida, seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.
MARIA PADILHA é considerada a qualidade feminina de Exu. Na tradição dos candomblés de origem predominantemente Yorubá MARIA PADILHA faz parte do panteão de entidades que trabalham na “esquerda”, isto é, que podem ser invocadas para “trabalhar para o bem ou para o mal”, em contraste com aquelas entidades da “direita”, que só seriam invocadas em nome do “bem”.
Temos de entender que no ALTO CANDOMBLÉ não é feita distinção entre o “bem” e o “mal”, no sentido judaico-cristão, e sim na relação do “ORIXÁ” e o “homem”.
O culto à Maria Padilha, como entidade dotada de identidade própria, não é o mesmo culto dado a um ORIXÁ, mas é cultuada como um ser do mundo astral, guerreira e inteligente demais, que realiza diversos trabalhos e está sempre pronta a ajudar as pessoas a vencerem vários obstáculos da vida, a conseguir a felicidade no amor, vencer problemas de saúde de desarmonia conjugal e está muito próxima da nossa esfera humana.
.Seu poder é tão grande que é sempre invocada nas questões sentimentais uma vez que traz consigo os dons do encantamento de amor, sendo assim muito procurada pelas pessoas que sofrem de paixões não correspondidas
Suas oferendas são compostas geralmente de cigarros, champagne, rosas vermelhas, perfumes, anéis e gargantilhas de ouro ou dourados, batom, pentes, espelhos, farofa feita com azeite de dendê. Suas obrigações são geralmente arriadas nas encruzilhadas de T.
Maria Padilha adora a lua mas odeia o sol e as suas roupas são geralmente vermelhas e pretas igualmente seus colares e sua coroa. Suas cantigas são muito alegres e cheias de magia e segredos.
A sua força é guerreira, a sua vibração magnética é carregada de sensualidade e alegria, Uma coisa é muito certa, todo e qualquer problema que colocamos nas mãos de qualquer uma delas tem solução.
O importante ao invocá-la é lembrar sempre que, é uma entidade complexa, de personalidade forte, e que nunca perdoa uma falta de palavra dada. O importante também é não invocá-la para trazer prejuízo a outrem, porque ela o fará com certeza, mas a dívida kármica adquirida ficará por conta de quem pediu.
Quanto ao seu aspecto sensual, faz parte de sua polaridade, não querendo significar com isso depravação ou perversão.
Por isso devemos respeitar ao máximo o trabalho de Maria Padilha, levando-o muito à sério e JAMAIS o desrespeitando .
estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo “àquele(a) que vive a noite, que nos livre das emboscada
Ponto de Maria Padilha
Uma rosa cor de sangue senti-la em suas mãos
Um sorriso que nas sombras não diz nem sim, nem não
Poe na boca a cigarrilha no mais inocente olhar de quem quiser amar.
De vermelho e negro vestido na noite um mistério traz,
De colar de perolas brincos dourados a promessa faz,
Se é preciso ir você pode ir, peça o que quiser,
Mas cuidado amigo ela é bonita, ela é mulher.
E no canto da rua oi zombando,oi zombando, oi zombando está. 2x
Ela moça bonita girando oi girando lá oiê, oi girando lá oiê . 2x
Vitória da macumba: religiões afro-brasileiras ganham direito de resposta na Record e Rede Mulher
(Foto: Estadão Conteúdo)
Este blog acaba de receber a nota abaixo da Justiça Federal de São Paulo:
As emissoras de televisão Rede Record e Rede Mulher foram condenadas a produzir e exibir, cada uma, quatro programas de televisão, a título de direito de resposta às religiões de origem africana, em razão das ofensas proferidas contra elas em suas programações. Cada programa deverá ter a duração mínima de uma hora e as rés empregarão seus respectivos espaços físicos, equipamentos e pessoal técnico para produzi-los. A decisão é do juiz Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara Federal Cível em São Paulo/SP.
O Ministério Público Federal (MPF), o Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB) e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (CEERT) ajuizaram a ação civil pública contra as emissoras, alegando que as religiões afro-brasileiras vêm sofrendo constantes agressões em programas por elas veiculados, o que é vedado pela Constituição Federal, que proíbe a demonização de religiões por outras.
Djalma Gomes explica que a um prestador de serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens é um “longa manus (executor de ordens) do Estado no desempenho dessa atividade, e como o próprio Estado deve se comportar no cumprimento das regras e princípios constitucionais legais”.
O juiz cita algumas passagens da Constituição Federal (CF) que tratam destes serviços que devem ser “prestados visando à consecução dos fins da República Federativa do Brasil, entre eles a promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” e que o Estado deve garantir a todos “o pleno exercício dos direitos culturais, protegendo as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras” e “em caso de ofensa, é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo”.
“Os fatos imputados na inicial estão comprovados e são, ademais, incontroversos”, afirma o juiz, acrescentando que as emissoras sequer os negaram, apenas procuraram extrair a “conotação de ofensivos”, atribuída pelos autores.
O magistrado transcreve um trecho da liminar proferida na ação, pela juíza federal Marisa Cláudia Gonçalves Cucio, que mostrou relatos de pessoas que se converteram à Igreja Universal, mas antes eram adeptas às religiões afro-brasileiras, eram tratadas como “ex-bruxa”, “ex-mãe de encosto” e acusadas de terem servido aos “espíritos do mal”.
“Este tipo de mensagem desrespeitosa, com cunho de preconceito […] tem impacto poderoso sobre a população, principalmente a de baixa escolaridade, porque é acessada por centenas de milhares de pessoas que podem recebe-la como uma verdade”, explicou, na ocasião, Marisa Cucio.
Tanto a Rede Record quanto a Rede Mulher deverão exibir cada um dos quatro programas em duas oportunidades (totalizando oito exibições por emissora), em horários correspondentes àqueles em que foram exibidos os programas que praticaram as ofensas. Além disso, deverão realizar três chamadas aos telespectadores na véspera ou no próprio dia da exibição.
Os filhos de Oxum, a Rainha da Água doce, dona dos rios e das cachoeiras, carregam o tipo de Iemanjá . A maternidade é sua grande força, tanto que quando uma mulher tem dificuldade para engravidar, é à Oxum que se pede ajuda (pelo Amalá). A diferença maior é a vaidade.
Filhos de Oxum amam espelhos (a figura de Oxum carrega um espelho na mão), jóias caras, ouro, são impecáveis no trajar e não se exibem publicamente sem primeiro cuidar da vestimenta e a mulher do cabelo e da pintura. Normalmente têm uma facilidade muito grande para o choro. São emotivos.
Talvez ninguém tenha sido tão feliz para definir os filhos de Oxum como o pesquisador da religião africana, o francês Pierre Verger, que escreveu: “o arquétipo de Oxum é das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolo do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que as de Iansã . Elas evitam chocar a opinião publica, á qual dão muita importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social”. Seu maior defeito é o ciúme.
Toda descrição acima é muito interessante por representar a realidade dos filhos de Oxum, mas isso fica por conta dos seus filhos que entendem como riqueza o Ouro, mas para o Orixá Oxum o ouro não tem valor no pregão comercial, mas sim na sua pureza. Ser puro como o ouro seria uma verdadeira representação de um filho de Oxum.
Sentar na beira de um rio e tentar harmonizar-se com a natureza é uma forma para nossa Mãe Oxum nos abençoar e nos proteger!
COR : Amarelo
AMALÁ: 7 velas brancas e 7 amarelo claro, água mineral canjica branca, fitas amarelo claro e branca
ENTREGA: Ao lado de uma cascaa
ERVAS: Erva Cidreira, Gengibre, Camomila, Arnica, Trevo Azedo ou grande, Chuva de Ouro. Manjericona, Erva Sta. Maria, Gengibre, Calendula
Há uma guerra religiosa acontecendo no Brasil. Não é exagero, é uma guerra mesmo. E aconteceu nestes dias uma das suas batalhas mais bizarras: a primeira instância da Justiça Federal no Rio de Janeiro sentenciou que os “cultos afro-brasileiros não constituem religião” porque suas “manifestações religiosas não contêm traços necessários de uma religião”.
Na visão do juiz, uma religião tem que ter um texto base (ele cita a Bíblia e o Alcorão), uma estrutura hierárquica, e de um deus a ser venerado. Foi o Ministério Público Federal que provocou essa manifestação inesperada, ao apresentar uma ação em que pedia a retirada do Youtube de vídeos de cultos evangélicos que o MPF considerou intolerantes e discriminatórios contra as práticas religiosas de origem africana.
E foi para negar ao pedido de retirada que o tal juiz decidiu que umbanda e o candomblé são não-religiões. O MPF já recorreu, e é impossível que a decisão não seja revertida, por ser inconstitucional. Mas a sentença desse juiz é exemplar. Exemplar não no sentido de correta, mas de expor o centro, o coração da discussão, ao mencionar “deus único”, escritos religiosos e hierarquia constituída como “requisitos”.
Na verdade, se voltarmos à espiritualidade ancestral, veremos exatamente o contrário, ou quase. Mesmo onde há hierarquia (local) empossada em algum tipo de xamã, sacerdote ou pajé, ele é apenas um emissário ou facilitador entre o sagrado e a experiência espiritual individual.
E não o representante de algum monopólio metafísico-negocial, proprietário e gestor da distribuição do produto invisível que é a palavra divina. Os sistemas politeístas, ou que lidam com panteões de entidades intermediárias, como no caso os orixás da tradição africana, são uma descrição mais útil, sutil, variada e interessante da diversidade dos comportamentos humanos.
E em geral menos perigosos politicamente do que os sistemas onde há uma “moral única” que emana de uma fonte divina exterior à experiência dos indivíduos – moral que em geral serve para legitimar os interesses e preconceitos de seus “intérpretes” oficiais, sua hierarquia constituída.
Ao contrário, as religiões que se baseiam na transmissão oral da tradição são temperadas pela experiência viva, justa, dinâmica e amorosa. O griô da tradição africana é um sábio-andarilho, um sábio-da-rua, da vila, um misto de poeta, músico, árbitro e depositário e intérprete da tradição, não um leitor de gabinete, um bedel da palavra, um burocrata do espírito (como se isso não fosse um paradoxo e um impasse).
Essas tradições também costumam ter uma visão mais equilibrada da relação do homem com a natureza, já que o mundo não é um “brinquedo” que deus deu aos seus filhos para usarmos até gastar ou quebrar. Mas um campo de experiências éticas e estéticas no limiar do visível e do invisível, da natureza e do idealizado, do feminino e do masculino. Um mundo horizontal, e não vertical, como essas alucinações brancas monoteístas e repressivas pretendem.
O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Jaime Mitropoulos, autor da ação inicial, comenta nesse mesmo sentido. “A decisão causa perplexidade, pois ao invés de conceder a tutela jurisdicional pretendida, optou-se pela definição do que seria religião, negando os diversos diplomas internacionais que tratam da matéria (Pacto Internacional Sobre os Direitos Civis e Políticos, Pacto de São José da Costa Rica, etc.), a Constituição Federal, bem como a Lei 12.288/10. Além disso, o ato nega a história e os fatos sociais acerca da existência das religiões e das perseguições que elas sofreram ao longo da história, desconsiderando por completo a noção de que as religiões de matizes africanas estão ancoradas nos princípios da oralidade, temporalidade, senioridade, na ancestralidade, não necessitando de um texto básico para defini-las”, disse ele.
É por isso que não me espanta um “juiz”, na pior tradição branca, falar em livro, hierarquia e deus únicos. Esse juiz representa o invasor, o capitão do mato, o neto do dono da capitania hereditária. Eu gosto de dizer que os brancos invadiram a terra dos índios e a encheram de pretos, e agora reclamam que o resultado não está suficientemente branco.
Não está, e não é pra estar, e jamais vai estar. A guerra religiosa não se dá “no” Brasil. Ela se dá contra o Brasil, pois o Brasil só existe como esse laboratório onde as tradições se equivalem e se misturam – e não num delírio nazi de pureza e limpeza européias.
O título “O Brasil é macumbeiro” é uma provocação. Mas quer contemplar três fatos: primeiro, o de que o país, mesmo quando era “a maior nação católica do mundo” (assim dizia a igreja até recentemente, até começar a perder a parada para os neopentecostais), também já era a maior nação espírita e a maior nação de religiões das tradições africanas. Segundo, de que o termo “macumbeiro”, pejorativo, tem que ser hackeado e invertido, como o foram outros termos pejorativos – a trinca punk, funk e junk é um bom exemplo.
E terceiro, e o mais irônico, é que a experiência neopentecostal é um macumbão dos bons, com rituais simpáticos (feitiçariazinhas envolvendo líquidos, escritas, objetos energizados etc), sessões de transe e possessão (como o “falar em línguas”), e todo um jargão não-cristão consolidado, como o uso do termo e da idéia de “encostos”.
Ou seja, um macumbão em nome de quem o nega. Se essa pegadinha é deus quem manda, esse deus é meu inimigo, e não meu pai.
Depois que o juizão jogou pra torcida e considerou plenamente aceitável oferecer banana para um negro dentro de um “contexto humorístico”, um novo episódio do racismo à brasileira deu as caras nos tribunais. Dessa vez, o juiz Eugênio de Araújo polemizou ao negar o caráter religioso dos cultos afro-brasileiros.
A leitura desse trecho da sentença faria sucesso na Marcha da Família:
“ambas manifestações de religiosidade (umbanda e candomblé) não contêm os traços necessários de uma religião a saber, um texto base (corão, bíblia etc), ausência de estrutura hierárquica e ausência de um Deus a ser venerado. (…)
As manifestações religiosas afro-brasileiras não se constituem em religiões”
A decisão foi em resposta a uma ação do Ministério Público Federal, que solicitou a retirada de vídeos do Youtube que reproduzem o preconceito contra as religiões afro-brasileiras. Nas imagens, pastores neopentecostais aparecem associando os cultos de origem africana ao “diabo”, a “demônios” e a todo o mal que eles possam representar. Para o magistrado, a umbanda e o candomblé devem ser encarados apenas como folclore, já que não possuem um “texto base”, uma “estrutura hierárquica” e um “Deus a ser venerado”.
Segundo critérios inventados pelo juiz, é condição fundamental a existência de um livro para determinar a legitimidade de uma religião. Esqueça a tradição oral que dá base para diversas outras religiões espalhadas pelo mundo. Esqueça a tradição oral cristã que precedeu a bíblia. Esqueça tudo o que você já leu sobre o assunto. As definições de religião foram atualizadas pelo juizão.
Já o neopentecostalismo brasileiro não tem com que se preocupar. Institucionalmente reconhecidas, suas igrejas desfrutam de suntuosos templos e estão fortemente representadas na política nacional. Além de possuírem um “livro base” e uma eficiente estrutura hierárquica, contam com um incrível sistema de captação de recursos, que movimenta milhões e enriquece os que estão no topo da hierarquia.
Para reforçar o caráter religioso dos neopentecostais, seus líderes costumam comprar espaços na TV (alguns compram uma emissora inteira) para disseminar suas livres interpretações do livro sagrado.Todo esse império religioso, construído com a ajuda de isenção de impostos garantida por lei, continuará livre para produzir vídeos difamatórios contra seus concorrentes dentro do mercado religioso. O juizão mandou seguir o jogo!
Umbanda e candomblé não têm programas na TV, não possuem uma rede eficiente de captação de recursos, não têm partido próprio, não elegem pencas de políticos em todas as eleições e não demonizam outras crenças. Mesmo assim, segundo estudo recente, houve um enorme aumento de casos de violência contra essas religiões nos últimos 20 anos. Coincidentemente ou não, este foi também o período de maior crescimento do neopentecostalismo.
A intolerância se multiplicou de tal maneira, que até traficantes evangélicos têm expulsado terreiros dos morros, muito provavelmente motivados por discursos fanáticos como esse:
“Profetizo o sepultamento dos pais de santo! Profetizo o fechamento de terreiros de macumba!” -FELICIANO, Marco.
Esses últimos casos mostram que grande parte da Justiça brasileira está em perfeita harmonia com o preconceito dos setores mais reacionários da sociedade. Nessas batalhas entre Davi x Golias, está claro que a tendência é que as instituições atuem a favor de Golias.
Então, ficamos assim: está liberado oferecer bananas para negros dentro de um contexto humorístico, assim como ficam autorizadas as igrejas neopentecostais a utilizar uma concessão pública para atacar as religiões de raiz africana.
E viva o Estado laico e a democracia racial brasileira!
PS: após a repercussão do caso, o juiz voltou atrás da afirmação e confirmou que umbanda e candomblé são religiões. A sentença foi mantida e os vídeos continuam no ar.
De acordo com o jogo de búzios e os estudos realizados por mim, Edinho D´Ogun, o ano de 2014 será regido por Xangô e Iansã. Se observarmos na astrologia Júpiter é o planeta regente do ano novo, que corresponde à Xangô. Primeiro de janeiro de 2014 cai numa quarta-feira de Lua Nova, dia consagrado aos mesmo Orixás para não ter dúvida que é o casal do dendê que vai reger o nosso próximo ano.
Xangô é Orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores (veja mais)
Iansã é a Deusa dos ventos e das tempestades, este Orixá oferece muito otimismo e ainda auxílio nas grandes paixões.(veja mais)
O que esperar de 2014?
De acordo com os Orixás a política vai passar por uma grande reforma e acerto de contas, para no final de 2014 entrar nos eixos. Xangô vem para fazer a justiça ser cumprida, valer a pena, e nada irá passar despercebido de seus olhos, por tanto quem realmente quiser viver bem 2014 terá que andar na linha, isso mesmo, cumprir com suas obrigações e deveres, procurar o máximo possível em agir corretamente para não ter problemas no final e nada de fazer as coisas sem pensar e sim fazê-la com os pés no chão para não sofrer as conseqüências, as pessoas estarão bem mais vivas e atentas do que o normal e qualquer falha ou erro, por mais bobo que seja será motivo de briga e desentendimento.
No ano de Iansã as pessoas estarão mais propensas a se libertar dos preconceitos e velhos hábitos. Existirá um índice maior de separação afetiva por traição do que o normal, será muito comum ver as pessoas trocando de parceiros, vão estar mais preocupadas em se fazerem felizes do que dar ouvidos no que os outros vão falar. Será muito comum ver as pessoas mais independentes, felizes, lutando por seus ideais.
Cores e dicas dos Orixás para 2014:
Xangô: Para ter a proteção desse Orixá na virada do ano use uma peça de roupa na cor vermelha, que também poderá ser mesclado com o branco. Iansã: Tons de rosa ou laranja na roupa seria o ideal para obter sua proteção. Mulheres poderão usar jóias e acessórios que contém o cobre e pedras preciosas: (quartzo rosa, coral ou olho de tigre).
Xangô é um Orixá forte, inteligente e criativo. As pessoas que tem sua proteção podem se considera vencedoras. Costumam tomar decisões certeiras graças à audacia e à justiça que possuem. Gostam de receber elogios pelas coisas que fazem. Xangô também é considerado o Orixá do fogo, já que é poderoso, autoritário e inspira respeito por aonde passa. Extremamente sensual, ele teve três esposas: Iansã, Oxum e Obá. Como nunca se sentia derrotado, toda sua conquista era realizada de peito aberto. Seu senso de justiça é representado pelo raio e pelo trovão. Embora passe uma imagem repressiva, Xangô sempre soube separar o bem do mal. A mentira e a falsidade são coisas que seus filhos não admitem. Mesmo autoritários e dominadores, sabem muito bem separar o certo do errado e adoram curtir prazeres que a vida oferece. Diante de qualquer problema, às vezes chegam a criar inimizades pela maneira franca de dizer tudo o que pensam. Mas mesmo assim, são adorados pela maioria das pessoas. Dia da Semana: Quarta-feira
Saudação: Kaô Kabiesilê
Cores:Vermelho e branco
Símbolo:Oxé ( machado de duas laminas )
Alimento Principal: Amalá
Iansã é a Deusa dos ventos e das tempestades, este Orixá oferece muito otimismo e ainda auxilio nas grandes paixões. Possui um espírito aventureiro como nenhum outro e ama a liberdade acima de qualquer coisa. É alegre e esta sempre de bem com a vida. Considerada a mãe da ventania e dos trovões, Iansã impressiona pela sua independência. Quando os Orixás se apresentam nas cerimônias, a primeira entidade feminina a surgir é Iansã. Sua imagem está ligada à uma mulher guerreira, que defende tudo com unhas e dentes, mas o amor e a alegria que ela espalha em todos os momentos são também grande características sua. A rainha dos ventos, dos raios e das tempestades tem um temperamento apaixonado, dominador e corajoso. Essa sua força pode ser mal-interpretada e passa a imagem de autoritarismo. Seus filhos podem se mostrar pessoas mal-humoradas e extremamente geniosas. São capazes de mudar suas vidas em nome de um grande amor ou de um ideal. Extrovertidas e leais, elas geralmente nao consegume esconder suas alegrias e tristezas.
Dia da Semana: Quarta-feira
Saudação: Epahei!
Cores: Marrom avermelhado
Símbolo: Chifre de búfalo, Alfanje, Adaga, Eruexim (confeccionado com pelos de rabo de cavalo)
Alimento Principal:Acarajé
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