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Jordânia é o pior país do mundo para uma mulher trabalhar. Saiba o porquê
Segundo o Fórum Econômico Mundial, 86% das mulheres no país estão fora do mercado. Em temas como força de trabalho, saúde, política e educação, status das jordanianas vem regredindo nos últimos anos e fica atrás até mesmo de nações mais conservadoras do mundo árabeRana F. Sweis, do New York Times 22/04/2021
AMÃ. O estilo compassivo e paciente de Marwa Alomari a tornou uma professora de inglês muito popular, que enchia suas turmas em Irbid, na Jordânia, com alunos aplicados e seus horários livres com aulas particulares. Graduada em um curso universitário, ela recebia até US$ 3 mil por mês, muito mais do que a maioria dos outros jordanianos.
Mas, depois que se casou com um oficial do exército e foi morar com sua família, seu marido começou a ficar ressentido com o fato de ela ganhar mais do que ele. Embora contribuísse para o sustento da casa com dinheiro e tarefas domésticas, ele e sua família a desencorajaram de trabalhar e, segundo ela, o casamento quase acabou.
— Deixei claro que jamais desistiria, mas, por não ter encontrado apoio, eu me cansei e desisti. Voltei a cozinhar, limpar, fofocar com as mulheres. E essa não era minha ambição — disse Alomari, de 35 anos.
Sua história reflete o que está acontecendo na Jordânia — pequena monarquia árabe que tem sido uma aliada constante dos países ocidentais —, onde o status das mulheres, no que se refere à participação na força de trabalho, na saúde e na política, vem regredindo há anos, ficando atrás até mesmo dos países mais conservadores da região.
Nos últimos dez anos, a Jordânia ocupou o último lugar no Relatório Global do Fórum Econômico Mundial sobre a Disparidade de Gênero, que rastreia as lacunas entre mulheres e homens no trabalho, na educação, na saúde e na política.
Depois de grandes ganhos nas últimas três décadas, há mais mulheres do que homens se formando em cursos superiores no país, e as mulheres também têm taxas de alfabetização mais altas.
Apesar disso, 86% das jordanianas estão fora do mercado de trabalho, de acordo com dados do governo e do último Relatório Global sobre a Disparidade de Gênero. Segundo o Banco Mundial, é a taxa mais alta do mundo para um país que não está em guerra.
Em contraste, a Europa Ocidental foi a que mais se moveu em direção à paridade de gênero e está continuando nessa direção, seguida pela América do Norte. E os efeitos são sentidos muito além da economia.
— Enquanto as mulheres estiverem ausentes do mercado de trabalho, estarão ausentes da esfera pública. Funcionários do alto escalão têm medo de impor decisões que favoreçam as mulheres, porque a sociedade é conservadora. Mas acredito que, quando houver uma reforma econômica real, as mulheres se tornarão mais fortes e farão exigências — afirmou Asma Khader, presidente do grupo sem fins lucrativos Sisterhood is Global Institute, na Jordânia.
Com laços estreitos com o Ocidente, uma rainha franca, mulheres policiais e outras ocupando cadeiras no parlamento, a Jordânia tem, há muito tempo, a imagem de um reino relativamente progressista em uma região conservadora do planeta. Recentemente, porém, alguns vizinhos do Golfo Pérsico viram um número crescente de startups lideradas por mulheres e mudanças na legislação trabalhista que levaram a oportunidades cada vez maiores para as mulheres.
Na Jordânia, o chefe da família geralmente é o marido, a menos que esteja morto, desaparecido ou tenha perdido a cidadania. Isso lhe dá a guarda exclusiva dos filhos, com autoridade sobre questões como viagens, cidadania e abertura de contas bancárias. Na Arábia Saudita, porém, emendas recentes permitiram que as mulheres também fossem consideradas “chefes de família”, pelo menos em teoria.
Atitudes tradicionalistas, legislação discriminatória, falta de acesso ao transporte público e disparidades salariais impedem o avanço das mulheres na Jordânia.
Em novembro, as eleições para o parlamento nacional, com 130 assentos, foram um testemunho do encolhimento do papel das mulheres. O comparecimento às urnas foi baixo e as candidatas perderam muito espaço. As mulheres não ocuparam um único assento além da cota obrigatória de 15 legisladoras, em comparação com 20 no parlamento anterior.
Sara Ababneh, professora assistente de Política e Relações Internacionais da Universidade da Jordânia, disse que o problema vai além das eleições.
— Às vezes falamos da representação feminina, dizemos que deveria haver mais mulheres ministras. Mas nunca falamos de direitos gerais e empoderamento político real
Uma pesquisa recente do Banco Mundial descobriu que os homens na Jordânia recebem até 40% mais do que as mulheres pelo mesmo trabalho no setor privado. No setor público, a diferença é de 28%.
A disparidade no emprego — 53% dos homens estão na força de trabalho, em comparação com 14% das mulheres — é quase o dobro de países vizinhos, como o Bahrein, o Kuwait e os Emirados Árabes Unidos.
Os papéis tradicionais na Jordânia são consagrados em leis que diferenciam os direitos e responsabilidades das mulheres e dos homens. Não existe nenhuma lei que proíba a discriminação de gênero no local de trabalho e, embora a constituição do país estabeleça que “todo trabalhador deve receber salário proporcional à quantidade e à qualidade de seu trabalho”, não há direito a salário igual para mulheres e homens.
Para os muçulmanos, que constituem a maior parte da população da Jordânia, de quase 11 milhões de pessoas, questões de casamento, divórcio, custódia dos filhos e herança são regidas pela xaria, ou lei islâmica, e julgadas nos tribunais que a aplicam, em vez de em tribunais civis ou militares. De acordo com a xaria, por exemplo, mulheres podem herdar propriedades, mas as filhas recebem metade do valor a que os filhos têm direito.
Durante a Primavera Árabe, uma década atrás, muitas mulheres e ativistas de direitos humanos se manifestaram contra um comitê parlamentar que quebrou a promessa de incluir a palavra “gênero” no Artigo 6 da constituição, que deveria garantir a igualdade de todos os jordanianos. O artigo declara: “Não haverá discriminação entre os jordanianos no que diz respeito aos seus direitos e deveres com base na raça, no idioma ou na religião.”
Apesar dos obstáculos, algumas mulheres conseguiram obter sucesso profissional.
Jamileh Shetewi é, segundo todos os relatos, uma exceção entre as mulheres jordanianas. Ela cresceu em uma casa de barro, dividindo um cômodo com os oito irmãos e os pais, e passou a infância colhendo tomate, berinjela e banana em fazendas quentes e sem sombras, ao lado das quatro irmãs.
As probabilidades estavam contra ela, que abandonou a escola aos 17 anos e se casou aos 18. Como jovem agricultora, entre 1997 e 2002, recebia US$ 3 a menos por dia do que os homens com quem trabalhava, mas, mesmo assim, tinha de cozinhar para eles.
Ela decidiu voltar para a escola e fez doutorado em Arqueologia. Hoje, chefia o Departamento de Antiguidades da região do Vale do Jordão.
— Sim, desafiei todas as expectativas. Lutei e superei a cultura da vergonha — comentou Shetewi, de 50 anos. Mas, segundo ela, sem mudar as leis e percepções, a maioria das mulheres não será capaz de progredir: — Eu não me importava com o que as pessoas diziam e disse ao meu marido: “Preciso do seu apoio para tornar nossa vida melhor.” Não somos inimigos. Você acha que um país pode se reformar e prosperar sem metade de sua população? Fonte: O Globo
Apartheid contra mulheres se intensifica na Arábia Saudita
Por Guga Chacra28/12/2020 • 08:31Ativista saudita Loujain al-Hathloul em foto de 2019 divulgada por sua página oficial no Facebook | Reprodução/Facebook
A ditadura da Arábia Saudita demonstrou mais uma vez nesta segunda-feira que o apartheid contra as mulheres será mantido no país. Condenou à prisão por mais de cinco anos Loujain al-Hathloul, uma das principais ativistas de direitos das mulheres. Desde de 2018, ela está presa junto com outras mulheres que buscam pacificamente protestar contra o regime extremista misógino de Mohammad bin Salman.
A condenação teria sido dentro de uma lei antiterrorismo, apesar de al-Hathlou nunca ter se envolvido em atividades terroristas. Literalmente, ela apenas se manifestava contra o apartheid antimulheres na Arábia Saudita. Entidades de defesa de direitos humanos internacionais já condenaram a decisão da ditadura saudita. Alguns governos também devem criticar, mas nenhuma medida, infelizmente, deve ser adotada.
A Arábia Saudita deveria ser alvo de sanções e pressão internacional para encerrar seu apartheid contra as mulheres. Deveria ser tratada como a África do Sul do apartheid contra os negros. Seu ditador precisa ser condenado internacionalmente por perseguir as mulheres, mantendo até a própria mãe em cativeiro, mandar esquartejar jornalistas, atacar a comunidade LGBT+ e também a minoria xiita, proibir igrejas e sinagogas, apoiar o terrorismo jihadista internacional, bombardear casamentos, escolas e funerais no Iêmen e sequestrar o premier do Líbano.
Ao mesmo tempo que persegue mulheres e condena à morte traficantes, dá festas em seu iate conhecidas pela presença de profissionais do sexo e uso de cocaína. Ainda assim, é protegido pelo presidente dos EUA e investidor em grandes companhias internacionais.
Vamos torcer para que um dia mulheres na Arábia Saudita possam ser livres e ter os mesmos diretos dos homens. Fonte: O Globo
Pandemia de Covid-19 e crise econômica atingem trabalhadoras domésticas de forma desproporcional na América Latina
Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) calcula que mulheres são 93% das funcionárias empregadas por famílias. Durante a quarentena, sete em cada dez ficaram desempregadas ou perderam horas de trabalho
Com uma longa história de exclusão e precariedade, as domésticas na América Latina estão sofrendo em cheio os efeitos econômicos da pandemia, que as deixou confinadas e sem trabalho.
“Eles me disseram para desculpá-los, mas que agora eu não podia trabalhar. Sou uma pessoa consciente, vejo o que está acontecendo conosco, mas espero poder voltar ao meu trabalho”, conta à agência de notícias AFP a mexicana Carmen Hernández, de 59 anos, empregada doméstica há 36.
Seu caso se repete ao longo da região, uma das mais desiguais do mundo, onde até 18 milhões de pessoas se dedicam ao trabalho doméstico, sendo 93% mulheres, de acordo com a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL). Sem renda, pois a maioria trabalha com contratos de palavra, a COVID-19 evidenciou sua vulnerabilidade. Sete em cada 10 ficaram desempregadas ou perderam horas de trabalho devido às quarentenas, de acordo com a CEPAL, que calcula em 77% a informalidade do setor.
No Brasil, de 4,9 milhões de empregos perdidos entre fevereiro e abril, 727 mil foram do serviço doméstico. Uma situação crítica para um setor no qual os salários não são suficientes. Na América Latina são iguais ou inferiores a 50% do que recebem em média os demais trabalhadores, apesar dos esforços de alguns países por regularizar a atividade, segundo a CEPAL.
Para complementar a renda, Carmen limpa cinco casas por semana. Sem trabalho desde maio, ela recebeu a oferta de voltar a uma residência em breve. Mas uma normalização parece distante no momento em que o novo coronavírus mantém a propagação acelerada na região, que registra 2,4 milhões de contágios e quase 111 mil mortes.
A pandemia também evidenciou a discriminação contra as domésticas na região, onde este trabalho representa até 14,3% do emprego feminino.
No Brasil, com seis milhões de trabalhadoras domésticas, em sua maioria mulheres negras de áreas da periferia, muitas se viram obrigadas a seguir trabalhando, sob risco de contágio nos transportes públicos. Uma das primeiras vítimas fatais no país – das mais de 57 mil acumuladas – foi uma mulher de 63 anos que trabalhava em um bairro nobre do Rio de Janeiro, infectada pela patroa que retornara de uma viagem à Itália. Outro caso que comoveu o país foi a morte de um menino de 5 anos, filho de uma trabalhadora doméstica, em um edifício de luxo do Recife, que caiu do nono andar quando estava sob os cuidados da empregadora de sua mãe, enquanto a funcionária – que o levou para o trabalho por não ter com quem deixá-lo – passeava com o cachorro da família.
Na Argentina chamou a atenção o caso de um empresário de Tandil que escondeu a trabalhadora doméstica na mala do carro para tentar fazer com que entrassem em uma área privada, violando a quarentena. No país, metade das 1,4 milhão de trabalhadoras do setor não têm previdência social. O Peru registrou 60 casos da doença em domésticas em três meses.
“A crise exacerbou as vulnerabilidades e desigualdades existentes entre as trabalhadoras domésticas”, destaca Vinícius Pinheiro, diretor regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A situação motivou iniciativas de proteção. No México, o cineasta Alfonso Cuarón apoia uma campanha para que os patrões continuem pagando os salários durante o confinamento. Cuarón dirigiu “Roma” (2018), dedicado a Liboria Rodríguez, a trabalhadora que ajudou a criá-lo. Um grupo de filhos de trabalhadoras domésticas no Brasil divulgou o manifesto “Pela vida de nossas mães”, com a solicitação de uma quarentena remunerada. Para ajudar os vulneráveis, os governos do Brasil e da Argentina pagam subsídios de emergência. Mas a informalidade dificulta o acesso de muitas pessoas. Fonte: O Globo
Quarentena vira terreno fértil para piadas machistas sobre casamento
Durante toda a vida somos acostumadas a ouvir que, para a mulher, o casamento é algo que a legitima, enquanto que, para o homem, é algo que o prende. Esse pensamento machista está profundamente enraizado em nossa cultura e é ainda mais normalizado por meio de piadas sobre casamento e divórcio.
“Esse conteúdo reforça estereótipos de que a mulher não é inteligente, de que o casamento é uma prisão para homem, de que a mulher é alguém que está sempre cobrando, que é chata”, opina a promotora de justiça Valéria Scarance. “Os estereótipos correspondem ao que chamamos de violência simbólica, ou seja, aquela violência em que se repetem ensinamentos e padrões que, em regra, importam em uma subordinação da mulher e em ensinamentos de que o homem é superior”, completa.
Levando em conta que, desde o início da quarentena no Brasil, em março, o número de vítimas de violência subiu, esse tipo de conteúdo é ainda mais problemático. De certa forma, é algo que legitima as atitudes violentas dos homens.
“Essas piadas reforçam a ideia de que a mulher é uma pessoa que provoca o homem. Uma mulher louca, insuportável de se conviver. Ou seja, essas piadas legitimam as explosões dos homens como se essa conduta fosse justificada pelo modo de ser da parceira”, pondera Valéria. “Piadas são ensinamentos silenciosos disfarçados de brincadeiras. Não tem graça uma piada machista, racista, discriminatória, porque essa piada traz uma mensagem que torna legítima a violência”, completa.
Segundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos de feminicídio aumentaram 41,4% no estado de São Paulo nos meses de março e abril de 2020, comparados com o mesmo período do ano passado. Além disso, segundo o Ministério Público de São Paulo, as medidas protetivas emergenciais aumentaram 30% e as prisões em flagrante por violência contra a mulher cresceram em 54%.
A cultura do memes é reflexo da mentalidade da população
Para Ivana Bentes, professora da ECO-UFRJ (Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pesquisadora de memes políticos, os memes reforçam os valores de um grupo de pertencimento, ou seja, parcelas da sociedade que sempre foram vistas de forma privilegiada.
Por exemplo, piadas sobre engordar na quarentena reproduzem gordofobia e discriminam pessoas gordas apenas por possuírem um corpo fora do padrão estético. O mesmo acontece com as mulheres no caso das piadas machistas sobre casamento e relacionamentos. E isso só piora quando esse tipo de conteúdo é aceito sem contestações.
“Essa afirmação constante, partindo desse comportamento machista, é retroalimentado pela sociabilidade, pelo grupo ao qual você pertence. Ou seja, enquanto ela não for considerada algo que incomoda, enquanto homens e mulheres aceitarem essas piadas e se calarem diante disso, elas se tornarão um hábito”, explica Ivana.
Do ponto de vista da pesquisadora, o meme acompanha a mentalidade de uma sociedade. Por isso, a tendência, com o surgimento de movimentos e coletivos feministas nas redes sociais, é que, cada vez mais, esse tipo de piada seja considerada intolerável. “Se a sociedade muda, se um tipo de comportamento vai se tornando intolerável, cria-se um novo patamar em relação ao que é tolerável socialmente, e, sem dúvida, esses memes vão mudar, se atualizar”.
Portanto, para que haja a quebra de um padrão comportamental, que reforça a violência de gênero ou contra qualquer outra minoria – muitas vezes por meio da comunicação informal, como os memes – é preciso haver uma mudança de postura e contestação. “Os memes são, então, uma construção, um reflexo dessas mudanças que estão acontecendo. Nós não temos que mudar os memes, mas a sociedade”, finaliza Ivana. Fonte: MSN
Metade das mulheres deixa o mercado de trabalho um ano após o início da licença maternidade
De acordo com a pesquisa “Licença maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil”, realizada pela Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE), metade das mulheres com a trajetória profissional analisada no estudo estava fora do mercado de trabalho 12 meses após o início da licença maternidade. Os motivos para a saída são inúmeros: demissão, falta de vagas em creches ou, ainda, renda insuficiente para contratar uma babá. Amanda de Lima, de 25 anos, é apenas mais um exemplo entre tantas mulheres que passam por esse drama.
Moradora da Baixada Fluminense, no Rio, a jovem engravidou dois meses após se casar e logo avisou a empresa na qual trabalhava. Entretanto, teve problemas ao longo da gravidez para ir a consultas médicas, e foi demitida no mesmo dia em que retornou ao trabalho.
– Eu cheguei, entreguei o papel da pediatra, que falava que eu tinha direito a um período para amamentar, e duas horas depois me mandaram embora.
A pesquisa ainda revela que a presença de um filho pequeno na família é uma grande responsável para a baixa participação das mulheres no mercado de trabalho. O percentual de mulheres empregadas entre 25 e 44 anos e com um filho de até um ano de idade cai para 41%. E somente 28% destas mulheres trabalham 35 horas ou mais por semana no Brasil. No caso dos homens, o perfil é oposto: 92% dos homens com filhos de até um ano estavam trabalhando, sendo que 82% em atividades com 35 horas ou mais de carga horária semanal.
A discriminação nem sempre acontece de forma velada. Durante uma entrevista de emprego, Amanda ouviu da entrevistadora que não estava apta para a vaga por causa da filha pequena. Apenas aos dois anos da filha, a jovem conseguiu um emprego de meio-período, em uma escola. Em casos como esse, em que há provas de preconceito, a mulher pode recorrer à justiça. Segundo a doutora em economia e professora da UFF, Lucilene Morandi, dos 25 aos 44 anos, as mulheres perdem competitividade no mercado de trabalho, já que saem dos empregos para cuidar das crianças, quando não têm apoio para esse cuidado ou condições financeiras para pagar por isso; ou partem para empregos de menor qualificação, ou de período parcial.
Para a doutora em economia e professora da UFF, Ildete Pereira, mesmo com a licença maternidade, o mercado de trabalho é penoso para as mulheres, já que a conciliação entre a jornada fora de casa e os trabalhos domésticos ainda não é equilibrada entre os sexos. Ainda de acordo com a professora, em 1932, a licença maternidade foi estabelecida pela CLT, sendo um custo da empresa, o que resultava na saída das mulheres do mercado de trabalho após o casamento:
– Quando você casava, já sabia que tinha que pedir demissão. Além disso, ainda tinha outro problema, mulher casada só podia trabalhar caso o marido permitisse. O código civil dizia que o homem podia ir na empresa e dizer que o ofício estava atrapalhando a família. Aí, a empresa era obrigada a demití-la. Essa questão só foi resolvida em 1967, quando o estado passou a assumir o custo e essa questão não ficou tão explícita – conta, Ildete.
A estabilidade relacionada à maternidade abrange todo o período da gravidez e o da licença maternidade, a qual começa 28 dias antes do parto e vai até 92 dias depois. No entanto, quando a grávida trabalha até perto da data do nascimento do bebê, as empresas podem fazer um acordo e estender a licença no pós-parto. Há ainda empresas-cidadãs, as quais oferecem seis meses de licença maternidade. Nesse último caso, a mulher retorna ao trabalho sem estabilidade.
Segundo o advogado trabalhista Luiz Marcelo Góis, durante a gravidez, a mulher tem direito a se ausentar seis vezes, desde que munida de atestado médico, para ir a consultas ou exames. Caso seja necessário um afastamento antecipado, a mulher tem direito ao auxílio doença, benefício independente da licença maternidade. Já o benefício da amamentação, em que a lactante tem direito a duas pausas de 30 minutos em períodos diferentes para amamentar, se estende somente até os seis meses da criança. Com a reforma trabalhista, ele pode ser negociado entre a mãe e a empresa. Dessa forma, a beneficiária pode chegar uma hora mais tarde ou sair mais cedo, ou ainda estender o horário de almoço.
ANÁLISE: MULHERES TRABALHAM MAIS EM CASA, E ISSO AFETA A ECONOMIA
Impressiona como a divisão dos afazeres domésticos não muda no Brasil. Os anos passam, as pesquisas mudam e ficam mais fidedignas em retratar a realidade dos brasileiros e os homens continuam a gastar as mesmas dez horas semanais ao trabalho doméstico. Essa carga de trabalho era a mesma em 2005, em 2006, em 2015 e 2016. Representa metade da carga da mulher no mesmo serviço, indicando que a sociedade brasileira considera que é obrigação da mulher dedicar 7,5 horas a mais do seu tempo na semana para os cuidados da casa, mesmo trabalhando fora.
Essa percepção distorcida joga contra a produtividade da economia brasileira. A mulher tem um nível de instrução superior, em média, ao do homem. Essa carga a mais de afazeres domésticos tira quase três horas por semana do trabalho remunerado da mulher e dificulta a entrada e manutenção das mulheres no mercado de trabalho. As relações de trabalho foram desenhadas, nos séculos passados, estabelecendo que a mulher cuidasse da casa para liberar o homem para o trabalho remunerado. Mas o mundo mudou e há muito tempo. Mais de 40% da mão de obra brasileira é feminina e esse arranjo social tem que se adaptar para que a sociedade poder avançar.
Por dentro dos números, é possível perceber que, quando o homem não trabalha, ele aumenta em duas horas sua dedicação à casa, enquanto a mulher, quando deixa de trabalhar fora, destina mais quatro horas da sua semana aos afazeres domésticos.
Para a mulher, não faz diferença se ela tem ensino superior ou é sem instrução, se é preta, branca ou parda, a única diferença na realização de cuidados e afazeres domésticos é o gênero. Em qualquer tipo de trabalho que o IBGE conseguiu desagregar, somente em pequenos reparos e na manutenção da casa há mais homens que mulheres exercendo essa atividade. Em todas as outras, de lavar louça a administrar as contas da casa, tem mais mulheres fazendo o trabalho. Nos cuidados com as pessoas da família, não há exceção para os homens. Sempre a mulher é mais presente. É cultural e desigual.
Meninas afegãs são vendidas como esposas por menos de R$ 8 em Cabul
Intermediários se aproveitam do desespero de famílias mais pobres para fazerem negócio
Diariamente, dezenas de meninas afegãs são vendidas em leilões nas ruas de Cabul para se tornarem esposas de homens mais velhos. O valor pago pelas jovens, que são anunciadas como “madura o suficiente para ser uma esposa fértil”, é inferior a R$ 8.
Como apurado pelo jornal espanhol “El Mundo”, os intermediários se aproveitam do desespero de famílias extremamente pobres para fazerem negócio.
“Esta é a minha cultura, não faço nada que não tenha sido feito por centenas, mesmo milhares de anos, antes do Profeta. A mulher deve formar uma família, eu ajudo-as a encontrar um marido”, contou Akbar, que se apresentou como “intermediário para homens que procuram boas esposas” ao jornal.
Não sequestro as meninas nem forço que ninguém me dê as suas filhas. O que eu faço é pôr em contato com as famílias que querem casar as suas famílias e os homens que precisam de uma mulher.”
A maior parte das famílias que vende suas filhas vive em extrema pobreza e encontra nessa proposta uma forma de ganhar algum dinheiro. Akbar conta que “uma mulher satisfatória” custa 150 afeganis (cerca de R$ 7,70). A este valor soma-se 10.000 afeganis (cerca de R$ 470) pela intermediação e pelo dote.
Por falta de medidas contra o problema, além dos homens afegãos poderem ter até quatro esposas, o comércio de meninas prospera no país.
Casar-se aos pés do Cristo Redentor, como a modelo brasileira Michelle Alves e o empresário israelense Guy Oseary fizeram na última terça (24), não é uma opção apenas para quem tem amigos como Madonna, Bono e Demi Moore.
Os casamentos no Santuário do Cristo Redentor (o nome oficial do local) custam R$ 2.300, independentemente do dia da semana. O valor, segundo a Arquidiocese do Rio, é para “ajudar com as despesas de hora extra dos funcionários, limpeza e manutenção da capela e do Santuário”. Ele inclui também a decoração da capela Nossa Senhora Aparecida, que fica dentro da base da estátua, e a execução de uma trilha sonora em CD.
Comparado a outros gastos da festa, o pagamento pelo uso de um dos principais pontos turísticos do país foi irrisório. O vestido de Michelle, desenhado pelo estilista Zac Posen, foi avaliado em US$ 100 mil -cerca de R$ 320 mil, o suficiente para pagar 140 casamentos no santuário.
Para abrigar os numerosos convidados internacionais, o casal reservou os 50 quartos do hotel Fasano em Ipanema, zona sul do Rio, por três dias, num gasto estimado em R$ 600 mil.
Os noivos também distribuíram como brindes caixas da marca Reserva com castanhas brasileiras, uma garrafa de cachaça e um boné. Em outra sacola de tecido, com o mesmo logotipo da caixa, estavam duas raquetes e bolinhas de frescobol.
O casal que já está junto há 11 anos e tem quatro filhos não se ateve ao padrão mínimo das cerimônias no Cristo. Como a capela local abriga apenas 22 pessoas sentadas e até 15 em pé, a cerimônia ecumênica (Michelle é católica, Oseary, judeu) foi realizada na área externa, ao ar livre, para comportar os cerca de 150 convidados.
A Arquidiocese do Rio, responsável pelo santuário, oferece três arranjos para a decoração da capela e diz que outros podem ser feitos por conta dos noivos; o mesmo se aplica à trilha sonora: algumas opções são oferecidas em CD, mas o casal pode contratar músicos por conta própria. O repertório, no entanto, tem de passar pelo crivo dos religiosos. A tradicional chuva de arroz é terminantemente proibida.
Os casamentos no Cristo são realizados após as 17h e podem ser agendados no site cristoredentoroficial.com.br, mas não é fácil encontrar datas livres, segundo a Arquidiocese.
Também é necessário que os noivos tenham a habilitação matrimonial religiosa e a civil. O pagamento dos R$ 2.300 (valor que não é reajustado ao menos desde 2014) é feito no dia da entrega da documentação do casamento, um mês antes da cerimônia. Com informações da Folhapress.
Modelo de Nova Friburgo, Jéssika Lima, vence Miss Plus Size Carioca
A modelo Jéssika Lima, de 26 anos, moradora de Nova Friburgo, é a nova Miss Plus Size Carioca 2017. Com 84,5 kg e 1,63m, a campeã é formada em administração e trabalha como modelo há dois anos. Este é o segundo concurso de beleza que ela participa — o primeiro foi há dois meses. Além de uma viagem com acompanhante para Buenos Aires, na Argentina, Jéssika se torna a garota-propaganda das marcas que apoiam o evento e ainda ganha R$ 1500 em vale compras:
— Estou feliz demais. A ficha não caiu direito ainda. Foi difícil, porque são muitas meninas bonitas. A expectativa estava grande, mas não dava para ter certeza quem ia ganhar. É uma responsabilidade muito grande carregar essa faixa, representar tantas mulheres bonitas — disse a nova Miss Plus Size Carioca, agradecendo apoiadores, jurados, organizadores e as modelos com quem disputou — Todas foram muito parceiras o tempo todo.
Vencedora do Miss Plus Size Carioca 2015, Aline Mansur foi quem passou a faixa para a nova Miss. Segundo o organizador do concurso, Jéssika será agora preparada para o Miss Plus Size Nacional.
O evento começou às 18h, no Salão Nobre do Clube dos Advogados do Brasil, no Centro do Rio. Vinte e quatro candidatas participaram da competição. Segundo elas, o Miss Plus Size não se trata apenas de um concurso e, sim, de um instrumento de empoderamento.
Moradora de Santa Cruz, Tayla de Souza lembra bem do dia em que ficou entalada no ônibus ao tentar passar pela roleta. Pesava 140 quilos distribuídos em 1,65 metros de altura. Estava acompanhada da sua filha de 8 anos, quando passou por um momento constrangedor. Em vez de ajudar, os passageiros desataram a rir da cena. A partir de então, Tayla resolveu mudar de vida. Começou a frequentar consultórios de médicos e psicólogos, fez cirurgia bariátrica no início do ano e já perdeu 42 quilos. Na noite deste sábado, vestida com um top e shortinho, participa do evento Miss Plus Size Carioca 2017, consagrando a volta de sua autoestima e de sua identidade.
-Quero ser modelo Plus Size, porque acredito na minha história. Não tenho problema hoje de colocar um short com a barriga de fora. Acredito que a pessoa pode ser miss Plus Size, ter uma vida saudável e ser feliz — afirma Tayla, de 30 anos, agente de educação infantil.
Participam da competição 24 candidatas. A vencedora ganhará uma viagem para Buenos Aires, na Argentina, com acompanhante, e se torna a garota-propaganda das marcas que apoiam o evento, que está em sua sétima edição. Organizador do concurso, Eduardo Araúju afirma que tem conseguido promover a inclusão e vencer preconceitos.
— Estamos conseguindo quebrar a ditadura da moda. Estamos abrindo espaço para elas para que o evento seja uma porta de visibilidade. Isso faz com que as meninas possam enxergar que têm um lugar no mercado. É muito ruim sofrer preconceito seja por qualquer coisa, por ser gay, negro, baixo, magro, gordo. Isso é um basta ao preconceito — afirmou.
Única negra do concurso, Renata Lopes, de 39 anos, sonha em ser Miss Plus Size e revela que, como toda modelo, também precisa passar por uma maratona de exercícios físicos e dieta.
— Depois de muitos anos, tentando emagrecer a ponto de tomar remédios e quase morrer, com minha pressão indo às alturas, parei e disse: ‘Não é por aí’. Vou ficar assim do jeito que estou, mas coloquei um limite. Peso 88 quilos, vestindo 46. Estou me achando a mulher mais linda do mundo. A roupa cabe em mim, a barriga não está lá na frente. Não adianta nada eu botar a roupa com um barrigão. A gente tem que se cuidar. Me cuido, faço ginástica, vivo fazendo dieta, mas hoje em dia como qualidade de vida – conta Renata, que já pesou 152 quilos, vestindo calça 52.
Bióloga do Hospital estadual Santa Maria, em Jacarepaguá, Sumaria Leite, de 36 anos, vem se preparando para o concurso há um ano e meio.
— Sempre fui gordinha e achei que nunca participaria. Hoje estou realizando um sonho. Quero ser Miss.
A pílula é uma das invenções mais adotadas por casais no último século o que levou a ciência a aprimorá-la, criando diferentes tipos. O mais comum é o combinado, um anticoncepcional de estrogênio que também leva algum outro hormônio, geralmente a progesterona.
No entanto, apesar de ser mais recomendado, os efeitos do primeiro composto no organismo são amplamente discutidos e questionados. Entenda:
Pílula com estrogênio faz mal?
O estrogênio é um hormônio naturalmente presente no organismo das mulheres, sendo responsável pela ovulação e características femininas.
Contudo, seu excesso ou desequilíbrio com outras substâncias aumentam o risco de diversas doenças hormônio dependentes, como alguns tipos de câncer (por exemplo, de endométrio e de mama), miomas e até mesmo endometriose, visto que estimula o crescimento celular.
“O estrógeno [outro nome dado ao estrogênio] não protege o útero. Pelo contrário, ele está relacionado à estimulação excessiva, abrindo precedentes para doenças”, ressalta o ginecologista Élvio Floresti.
A presença desse hormônio em anticoncepcional ainda aumenta o risco de trombose, que é a formação de coágulos nos vasos sanguíneos, gerando dor, inchaço e até mesmo embolia pulmonar ou Acidente Vascular Cerebral (AVC).
E com progesterona?
“Método contraceptivo só com progesterona é melhor, pois não estimula o endométrio e não aumenta as chances de doença uterina”, ressalta Dr. Élvio.
Esse hormônio, cuja principal função é criar o revestimento do útero que receber a gravidez, também não aumenta o risco de trombose e de tumores, visto que não induz a multiplicação celular.
Atualmente, há alguns tipos de pílula formadas somente por progesterona. Chamadas de minipílulas, elas têm eficácia semelhante às demais na prevenção da gravidez e, se houver aprovação do médico, ainda podem ser usadas por quem amamenta.
Se faz mal, por que a pílula com estrogênio é mais receitada?
O médico explica que, geralmente, os métodos só com progesterona não são indicados porque aumentam alguns efeitos colaterais.
Aspectos que são amenizados por quem toma estrogênio, como escapes menstruais, aumento da oleosidade e acne na pele, não sofrem ação da progesterona, que acaba, inclusive, os piorando.
No entanto, não há nenhuma alteração física grave que a progesterona cause, como tumores ou trombose. Assim, ela é uma excelente opção, especialmente para quem possui histórico familiar de tais acometimentos.
Além dessas pílulas, ainda é possível recorrer a implantes, como DIU e Implanon, que liberam apenas progesterona.
Apesar dos pontos negativos, quem usa anticoncepcional com estrogênio não precisa se preocupar muito porque o aumento da chance de desenvolver doenças é leve. Nestes casos, busque auxílio médico, conte seu histórico familiar e discuta os prós e contras com ele, a fim de determinar o método contraceptivo mais adequado para você.
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