Motoristas se arriscam a cruzar ponte durante a tormenta em Sarasota, Flórida Sean Rayford/Getty Images/AFP
O poderoso Furacão IAN varreu o estado da Flórida, nessa quarta-feira, com ventos violentos e chuvas torrenciais, causando inundações “catastróficas” e falta de energia na região.
Ao sul do caminho do furacão, perto de Florida Keys, as más condições do tempo viraram barco com migrantes – a Guarda Costeira ainda procura por 20 pessoas. Três dos náufragos foram resgatados da água e outros quatro conseguiram nadar até a praia.
Barcos encalham no porto de Charlotte, durante um recuo da maré, quando o olho do furacão Ian passa em Punta Gorda, Flórida — Foto: Ricardo ARDUENGO/AFP
Com ventos de até 185km por hora, Ian atingiu o continente ao longo de Cayo Costa, no sudoeste do estado, às 15h05, horário local, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
Trajetória do furacão Ian — Foto: Editoria de Arte
O furacão Ian deixou “inundações catastróficas” em seu rastro, disse o NHC, que também rebaixou a força do furacão para a categoria 3, na escala Saffir-Simpson, que vai de um a cinco, embora continue perigoso.
Ian deixou quase dois milhões de casas sem eletricidade, ao anoitecer de quarta-feira na Flórida, especialmente em áreas ao redor do caminho do furacão, segundo o site especializado PowerOutage, que registra interrupções de energia nos Estados Unidos.
Morador se esforça para correr contra o vento até um abrigo, em Sarasota — Foto: Joe Raedle/Getty Images/AFP
Muitos dos municípios próximos ao local por onde Ian chegou estavam quase completamente sem energia, de acordo com a mesma fonte.
Ian, que já devastou o oeste de Cuba há poucos dias, provocando inundações, apagões e mortes, deve se dirigir para o Atlântico ocidental, na noite de quinta-feira, segundo o NHC.
Ruas alagadas em Havanam capital cubana, e apagões de energia durante a passagem do furacão Ian — Foto: YAMIL LAGE / AFP
A cidade de Punta Gorda também ficou mergulhada na escuridão. Durante a noite, apenas alguns prédios com geradores elétricos ainda estavam iluminados. Os únicos ruídos captados eram o rugido do vento e da chuva persistente.
Horas antes, a cidade teve uma breve pausa quando estava no olho do furacão. Mas as tempestades e chuvas voltaram com mais força, arrancando placas de sinalização e levando grandes pedaços de telhados e galhos de árvores.
Em Naples, no sudoeste da Flórida, imagens do canal MSNBC mostraram ruas completamente inundadas e carros flutuando na corrente, enquanto em Fort Myers, a inundação foi tão grande que alguns bairros pareciam lagos.
Em algumas áreas, as inundações podem ultrapassar três metros, anunciou o governador do estado, Ron DeSantis, na noite de quarta-feira.
O governador DeSantis disse na quarta-feira à noite que Ian “é um dos cinco furacões mais poderosos que já atingiram a Flórida”.
Foto tirada da Estação Espacial Internacional mostra o furacão Ian passando por Cuba e seguindo em direção à Flórida — Foto: NASA Earth Observatory/AFP
– Esta é uma tempestade sobre a qual se falará por muitos anos – disse o diretor do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS), Ken Graham, em entrevista coletiva.
Deanne Criswell, chefe da FEMA, a agência federal encarregada de gerenciar desastres naturais, disse que Ian continuará sendo uma tempestade “muito perigosa” pelos “próximos dias”.
Houve registro de casas levadas para o mar, e cerca de 500 mil residências ficaram sem energia e 24 de setembro de 2022
Ian, que atingiu Cuba na terça-feira, deixou dois mortos e uma queda total de energia na ilha
Especialistas apontam que, à medida que a superfície dos oceanos aquece, aumenta a frequência de furacões mais intensos, com ventos mais fortes e mais precipitação, mas não o número total de furacões.https://www.youtube.com/embed/_HaOfHYsFNo?origin=http://oglobo.globo.com
De acordo com Gary Lackmann, professor de ciências atmosféricas da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, vários estudos mostraram uma “possível ligação” entre as mudanças climáticas e um fenômeno conhecido como “intensificação rápida”, quando uma tempestade tropical relativamente fraca se fortalece, como é o caso do furacão Ian.
“Permanece um consenso de que, no futuro, haverá menos tempestades, mas as mais importantes serão mais intensas”, disse o cientista.
FONTE: o GLOBO
Uma família atravessa área atingida por inundações no distrito de Charsadda Foto: Abdul MAJEED/AFP
Dezenas de milhões de paquistaneses continuam a lutar contra as piores chuvas de monção em três décadas, que mataram pelo menos 1.136 pessoas, varreram inúmeras casas e destruíram terras agrícolas.
Um terço do Paquistão está atualmente “submerso”, disse a ministra da Mudança Climática, Sherry Rehman, nesta segunda-feira, citando uma “crise de proporções inimagináveis”.
Área residencial inundada após fortes chuvas de monções na província do Baluchistão — Foto: Fida HUSSAIN/AFP
As chuvas de monção que começaram em junho são “sem precedentes em 30 anos”, disse o primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, enquanto percorria as áreas afetadas no Norte. No Sul, o rio Indo, o mais importante do país, ameaça transbordar.
Há uma enorme operação de resgate no país, onde a ajuda internacional está chegando lentamente.
A ONU e o governo paquistanês, que declarou estado de emergência, lançam, nesta terça-feira, um pedido de ajuda de US$ 160 milhões.
As autoridades paquistanesas atribuem as chuvas devastadoras às mudanças climáticas e dizem que o país está sofrendo as consequências de práticas ambientais irresponsáveis em outras partes do mundo.
Mais de 33 milhões de pessoas, uma em cada sete paquistanesas, foram afetadas pelas enchentes e quase um milhão de casas foram destruídas ou severamente danificadas, revelou o governo.
Trabalhadores tentam salvar alimentos em um mercado inundado, em Lahore — Foto: Arif ALI/AFP
Na província de Punjab, desabrigados sobem em um caminhão para pegar caixas de comida distribuídas por equipes de socorro — Foto: Shahid Saeed MIRZA/AFP
De acordo com o último balanço da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA), na segunda-feira, as chuvas deixaram pelo menos 1.136 mortos, desde junho.
Mas as autoridades ainda estão tentando alcançar vilarejos remotos nas terras altas do Norte, o que pode aumentar o número de mortos.
“Tudo virou um grande oceano, não há lugar seco para onde você possa bombear a água”, disse o ministro Rehman, acrescentando que o custo econômico será devastador.
A monção, que geralmente dura de junho a setembro, é essencial para irrigar as plantações e reabastecer os recursos hídricos no subcontinente indiano. Mas também tem sua parcela de tragédia e destruição a cada ano.
De acordo com Rehman, as chuvas são piores do que em 2010, quando duas mil pessoas morreram e quase um quinto do Paquistão ficou submerso.
As pessoas deslocadas pelas enchentes encontraram abrigo em acampamentos improvisados em todo o país.
Acampamento improvisado para desabrigados pelas chuvas, no distrito de Charsadda — Foto: Abdul MAJEED/AFP
De acordo com o serviço meteorológico, o Paquistão recebeu o dobro das chuvas normais. Nas províncias do sul do Baluchistão e Sindh, as mais afetadas, as chuvas foram quatro vezes superiores à média dos 30 anos anteriores.
Segundo autoridades, mais de 80 mil hectares de terras aráveis foram destruídos, bem como mais de 3.400 quilômetros de estradas e 157 pontes.
Satélite com mega antena prevê impacto de secas e inundações
A água dificulta os esforços de socorro sob a supervisão dos militares paquistaneses.
As inundações ocorrem no pior momento para o Paquistão, cuja economia enfrenta uma grave crise.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) concordou, na segunda-feira, em retomar um programa vital de apoio financeiro ao país e anunciou o desembolso de um pacote de US$ 1,1 bilhão.
Mas já está claro que o Paquistão precisará de muito mais do que isso para reconstruir sua infraestrutura destruída pelas enchentes.
Os preços dos alimentos básicos dispararam e os problemas de abastecimento são sentidos nas províncias mais afetadas. Fonte: O Globo/AFP
Um bebê de dois meses recebe tratamento para desnutrição aguda em hospital do Médicos Sem Fronteiras, em Lashkar Gah, no Afeganistão
“Eu não tenho leite. Não tenho o que comer, não como há vários dias”, respondeu uma jovem mãe quando lhe perguntaram sobre o teor do líquido esverdeado na mamadeira que oferecia ao recém-nascido em seu colo, em uma ala da maternidade da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) na província de Khost, no Afeganistão. Era chá verde, que lhe fora oferecido pela equipe do hospital para consumo próprio, mas inadequado para o bebê de apenas sete dias, como tentava explicar uma enfermeira. A jovem, no entanto, não conseguia compreender. A preocupação com a saúde do filho, nascido prematuramente, falava mais alto.
Descrita por Renata Viana, gerente de assuntos humanitários da MSF, a cena no hospital em Khost não é um caso isolado no país assolado por uma grave crise humanitária, agravada após a volta do Talibã ao poder, há exatamente um ano. Viana, brasileira de 45 anos que atua na MSF desde 2017 e voltou brevemente ao Rio após seis meses no Afeganistão, diz que, no último ano, relatórios da organização têm mostrado um aumento de pacientes nos hospitais, principalmente por desnutrição. As crianças estão entre as maiores vítimas.
— Temos a sensação de que a situação se deteriorou ainda mais. Ouvimos mais relatos das dificuldades econômicas, de se obter alimento — relata Viana, que voltará em setembro ao país da Ásia Central, onde trabalha dando assistência a pacientes e famílias em diferentes províncias. — São muitas histórias de pessoas que adiam a ida ao hospital porque não tem dinheiro nem para o transporte. E, quando vão, às vezes o local não tem estrutura, ou tem, mas não há funcionários ou medicamentos.
Após anos de guerras civis ou contra potências externas desde a invasão soviética de 1979, a precariedade da vida no Afeganistão ganhou novas proporções a partir da saída dos EUA e seus aliados, em agosto do ano passado. Com o retorno dos talibãs ao controle de Cabul —20 anos após seu primeiro governo ser derrubado pela invasão americana de 2001, acusado de dar abrigo a Osama bin Laden, chefe da rede terrorista al-Qaeda —, a economia entrou em colapso, mulheres tiveram direitos revogados e a imprescindível ajuda internacional foi prejudicada pelas sanções ocidentais ao novo regime.
— Independentemente do status ou da credibilidade do Talibã com governos de fora, as restrições econômicas internacionais ainda estão causando a catástrofe do país e prejudicando o povo afegão — disse John Sifton, diretor de assuntos da Ásia da organização Human Rights Watch.
Uma mãe de 16 anos leva o bebê de um mês e meio de idade para receber tratamento para desnutrição aguda em hospital do Médicos Sem Fronteiras, em Lashkar Gah, no Afeganistão — Foto: Oriane Zerah / Imagens cedidas pelo MSF
Outros fatores também contribuem para piorar a situação. O país foi afetado pela alta dos preços dos alimentos — consequência da guerra na Ucrânia —, enfrenta secas históricas e sofreu em junho o mais letal terremoto das últimas duas décadas, com mais de mil mortos, três mil feridos e milhares de desabrigados.
Dados alarmantes ratificam o depoimento. Cerca de 95% dos 39 milhões de afegãos se alimentam de forma insuficiente, de acordo com as Nações Unidas, percentual que chega perto de 100% em lares chefiados por mulheres, em que é comum a adoção de “medidas drásticas” para a obtenção de alimentos, incluindo venda de crianças, casamentos de meninas em troca de dotes e até a venda de partes do próprio corpo, ainda segundo a ONU.
São dezenas de milhares de crianças internadas desde o início do ano para atendimento de emergência causado pela desnutrição aguda, já arraigada no país, relata a Organização Mundial da Saúde (OMS). A situação é ainda mais grave quando se levam em conta os casos de desnutrição aguda prolongada em crianças com menos de cinco anos, que pode levar a graves problemas de saúde posteriormente, incluindo o nanismo. A OMS estima que 1,1 milhão de crianças afegãs nessa faixa etária estão nesse quadro de gravidade.
No primeiro semestre de 2022, só a MSF atendeu mais de 3.700 crianças desnutridas, 70% do total da organização no país em todo o ano 2021 (5.470). Quase 20 milhões de pessoas, das quais 9,2 milhões de crianças, devem enfrentar altos níveis de insegurança alimentar aguda neste ano, segundo estimativa de julho do Programa Mundial de Alimentos (PMA). Na província Ocidental de Ghor já foi atingida o nível 5, máximo, de desnutrição aguda, considerado “catastrófico” no sistema de avaliação do PMA.
Em julho, um hospital no distrito de Musa Qula, no Sul do país, foi forçado a atender apenas pessoas com sintomas típicos de cólera, uma consequência do terremoto do mês anterior, segundo a ONU. Cerca de meio milhão de casos de diarreia aguda e aquosa foram relatados no país em junho.
— É muito difícil — disse à AFP o diretor do hospital, Ehsanullah Rodi. — Não tínhamos visto nada assim no ano passado ou antes.
Diante de tantas histórias que ouve e observa, Renata Viana ressalta um ponto: a falta de esperança nos olhos da maioria, sobretudo das mulheres. Isso porque, segundo ela, é comum se deparar com mães que relatam situações em que se veem impedidas de sair para procurar assistência médica para os filhos por falta de autorização de algum membro da família do sexo masculino — uma das inúmeras exigências do grupo fundamentalista.
Uma mãe senta em uma cama de hospital com os gêmeos de quatro meses na ala de atendimento à desnutrição no hospital do MSF em Lashkar Gah, Afeganistão — Foto: Lillian Suwanrumpha / AFP
Com a ascensão do Talibã, muitas mulheres perderam seus empregos, o que impactou as famílias em que elas são as principais ou únicas fontes de renda. Sem dinheiro, não há para onde fugir.
— O que mais me marca quando eu converso com essas pessoas é quando falam que olham para um lado e para o outro e não veem solução — lamenta Viana. — Alguns dizem que, se pudessem, sairiam do país. Mas não é tão fácil, as dificuldades são muitas, especialmente para as mulheres. É uma situação triste quando a gente percebe que a esperança já não existe mais ali. Fonte: O Globo
No pior dos cenários, com um aumento de 3°C na temperatura global até o fim do século, nações insulares podem desaparecer quase por completoAmanda Scatolini*11/11/2021 – 17:58 / Atualizado em 11/11/2021 – 22:29
Um aumento de apenas 3°C na temperatura global pode transformar alguns dos pontos mais conhecidos do mundo em paisagens parcial ou totalmente submersas nos próximos séculos, afetando até 10% da população mundial. Isso porque, conforme o planeta aquece rapidamente e derrete as calotas polares, o nível dos oceanos consequentemente aumenta, podendo avançar sobre cidades e engolir populações costeiras. O Climate Central, um grupo de pesquisa sem fins lucrativos, publicou recentemente um estudo com imagens e vídeos impactantes que mostram o quanto o mar pode avançar sobre cerca de 50 cidades consideradas vulneráveis nas próximas décadas, caso não se cumpram as metas de redução de emissões de carbono
Com uma costa de mais de 7 mil km no Oceano Atlântico, o Brasil aparece na 17ª posição entre os mais vulneráveis na lista da Climate Central. As cidades apontadas como mais suscetíveis a inundações pela maré são o Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Santos (SP) e São Luís (MA). Segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, publicado em agosto deste ano, Recife é a capital brasileira mais ameaçada pelo avanço do mar, ficando na 16ª posição entre as cidades mais vulneráveis do planeta.
Publicadas na revista Environmental Research Letters em colaboração com a Universidade de Princeton, dos EUA, e o Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, na Alemanha, as imagens do estudo da Climate Central fazem comparações que vão desde cenários considerados mais otimistas, com o aumento de 1,5 grau — limite proposto pelo Acordo de Paris —, aos mais pessimistas, caso nenhuma medida seja tomada para reduzir a zero as emissões de carbono até 2050. Nesse cenário, a temperatura média do planeta pode chegar a 3°C ainda neste século.
“Os líderes mundiais têm uma oportunidade fugaz de ajudar ou de trair o futuro da humanidade com as ações tomadas hoje sobre as mudanças climáticas”, diz no documento o cientista-chefe da Climate Central e principal autor do relatório, Benjamin Strauss. “Medidas robustas e imediatas para uma economia mundial limpa e segura para o clima podem ajudar bilhões de pessoas, preservando cidades e nações inteiras para o futuro. As escolhas de hoje definirão o nosso caminho”, completa.
O trabalho pode ser visto no site Picturing Our Future (“Retratando nosso futuro”), em que os usuários podem selecionar centenas de imagens de locais de risco em todo o mundo, incluindo centros financeiros, estádios, museus, templos e igrejas e outras construções históricas ou culturalmente significativas
Segundo os dados do estudo, cerca de 510 milhões de pessoas vivem atualmente em terras que poderão ser afetadas por inundações de maré alta, mesmo com o mais otimista dos cenários. No mais pessimista, esse número chega a mais de 800 milhões de pessoas, cerca de 10% da população global. As simulações do estudo, no entanto, não levam em consideração barreiras físicas, como diques e paredões, capazes de reter o avanço da água, algo que os cientistas apontam como fundamental nos projetos urbanos futuros para evitar o agravamento dos impactos causados pelo avanço do mar devido ao aquecimento global.
As projeções também apontam que a região a ser mais afetada é a da Ásia, com a China, Índia, Vietnã, Bangladesh e Indonésia entre os países mais vulneráveis em longo prazo. Estas, aliás, são nações que adotaram capacidade adicional de queima de carvão nos últimos anos, conforme apontam os pesquisadores. Países asiáticos constituem 8 das 10 grandes nações sob maior risco, de acordo com o levantamento.
Além disso, pequenas nações insulares estão ameaçadas de perda quase total. Sob o cenário mais alarmante, as Bahamas, Maldivas, Ilhas Marshall, Ilhas Cayman, Tuvalu — cujo ministro de Relações Exteriores, Simon Kofe, discursou com água até os joelhos, dentro do mar, durante a COP26, na quarta-feira —, entre outras, enfrentam uma ameaça de 90% de exposição. No melhor dos cenários, com um aquecimento de 1,5°C, esse número ainda ultrapassa os 60% e coloca essas nações em risco eminente.
“O aumento do nível do mar ameaça nossa herança. Não apenas a herança antiga, mas as cidades em que vivemos hoje, em que as nossas ações hoje estão pavimentando o mundo para a próxima geração”, afirma no documento o coautor do estudo e professor do Instituto Potsdam, Anders Levermann.
Apesar dos números e das imagens preocupantes, o estudo deixa claro que essas mudanças podem levar muitos anos, até séculos, para se desdobrarem. Contudo, tais consequências serão diretamente determinadas pelas ações tomadas pela humanidade nos próximos anos, que podem ser irreversíveis. Isso porque o carbono já presente na atmosfera é suficiente para fazer com que o nível do mar suba cerca de 2 metros no próximo século, conforme projeções do IPCC. Esse número pode chegar a 5 metros em 2150, caso não sejam feitas mudanças significativas. Fonte: O Globo
Cinco dias depois do terremoto que abalou o sudoeste do Haiti e deixou mais de 2.000 mortos, as autoridades enfrentam o desafio de entregar ajuda humanitária de maneira segura a centenas de milhares de desabrigados, incluindo muitos que vivem em áreas isoladas.
O serviço de Proteção Civil do Haiti atualizou o balanço do terremoto na quarta-feira (18) à noite: 2.189 mortos, 332 desaparecidos e mais de 12.000 feridos.
O caos impera na região sudoeste do país e os desabrigados também precisam enfrentar as chuvas provocadas pela passagem do furacão Grace.
Maniche fica a apenas 20km do litoral, onde fica a capital da província de Les Cayes, no sul do Haiti, mas o trajeto a carro leva uma hora para ser feito, por causa das estradas ruins. Situado em um vale entre montanhas, poucos edifícios resistiram ao terremoto de domingo. Fonte: Notícias ao Minuto
Fonte: Youtube
Em 1993, começou a funcionar no Alasca (Estados Unidos) o HAARP, um projeto de estudos sobre a ionosfera terrestre. O HAARP, que significa “Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência”, visa a compreender melhor o funcionamento das transmissões de ondas de rádio na faixa da ionosfera, parte superior da atmosfera.
Segundo relatos oficiais, o projeto tem como objetivo principal ampliar o conhecimento obtido até hoje, sobre as propriedades físicas e elétricas da ionosfera terrestre. Com isso, seria possível melhorar o funcionamento de vários sistemas de comunicação e navegação, tanto civis quanto militares (o que gera desconfiança em grande parte dos conhecedores do HAARP).
Para realizar estes estudos, as antenas de alta frequência do HAARP enviam ondas para a ionosfera visando a aquecê-la. Assim são estudados os efeitos das mais diversas interações de temperaturas e condições de pressão.
A criação das instalações foi possível graças a uma parceria entre a Força Aérea Americana, A Marinha dos Estados Unidos e também da Universidade do Alasca. Esta última foi escolhida a dedo, graças à localização: a ionosfera sobre o Alasca é pouco estável, o que garante uma maior gama de condições para os estudos.
Outro fator que pendeu para que os pesquisadores escolhessem o Alasca é a ausência de grandes cidades nas proximidades. Assim, não há ruídos na captura de imagens e sinais, pois os sensores ficam localizados ao alto de algumas montanhas. Também há informações de que este local sofreria o menor impacto ambiental entre as áreas candidatas a receber o HAARP.
Esta faixa recebe este nome porque é bastante ionizada, ou seja, perde e ganha elétrons com facilidade, o que a deixa em constante carregamento elétrico. O grande agente ionizador da ionosfera é o sol, que irradia muita carga na direção da Terra, mas meteoritos e raios cósmicos também influenciam bastante na presença dos íons.
A densidade dos íons livres é variável e apresenta alterações de acordo com vários padrões temporais, hora do dia e estação do ano são os principais pontos de variação da ionosfera. Outro fenômeno interessante acontece a cada 11 anos, quando a densidade dos elétrons e a composição da ionosfera mudam drasticamente e acabam bloqueando qualquer comunicação em alta frequência.
Há frequências de ondas que são, quase, completamente refletidas pela ionosfera quando aquecida pelas antenas HAARP. Os pesquisadores do HAARP pretendem provar que essa reflexão pode ser utilizada como um satélite para enviar informações entre localidades, facilitando as comunicações e também a navegação, melhorando os dispositivos GPS utilizados atualmente.
O problema é que ainda não se conhecem as reais propriedades da reflexão ionosférica. Além disso, há o fato de as propriedades da ionosfera se modificarem durante a noite, por exemplo, quando a altitude dela aumenta e as densidades ficam mais baixas. Essas variações tornam difícil uma padronização para o envio de ondas, independente do comprimento delas.
Há várias formas de estudo das faixas da atmosfera terrestre. Para as camadas mais baixas, até mesmo balões podem ser utilizados para capturar dados sobre diferenças nas condições naturais. A camada de ozônio, por exemplo, é verificada com balões meteorológicos que realizam medições das taxas de radiação que ultrapassam pela atmosfera.
Por ficar muito mais acima, balões meteorológicos e satélites não podem ser utilizados para realizar medições e análises sobre a ionosfera. Por isso o HAARP é tão importante, já que utiliza a maneira mais eficiente de contatar o setor: antenas de emissão de ondas de frequência altíssima.
Os resultados são utilizados para entender como o sol influencia no sinal de rádio em diversas faixas de frequência. Utiliza-se também um “Aquecedor Ionosférico”, conhecido como “Instrumento de Investigação Ionosférica”, ele transmite frequências altas para modificar a ionosfera e entender os processos produzidos em sua composição.
As antenas do Instrumento de Investigação emitem sinais para altitudes entre 100 e 350 Km. Outros aparelhos do mesmo projeto são responsáveis pela recepção dos sinais, interpretando-os e permitindo a criação de relatórios sobre a dinâmica do plasma ionosférico e também sobre a interação entre o planeta e o sol.
O HAARP não é o único aquecedor ionosférico do planeta. Há também um localizado na Noruega e outro na Rússia. Todos eles realizam o mesmo processo: utilizam antenas de alta frequência para aquecer a ionosfera e criar uma aurora artificial.
Essa aurora artificial é muito aquecida, o que pode gerar elevação nas temperaturas em determinadas localidades do planeta. Em uma espécie de efeito estufa ionosférico, locais abaixo da ionosfera atingida pelas antenas do HAARP podem ter suas temperaturas elevadas em alguns graus centígrados.
Assim como boa parte de tudo o que é produzido sob tutela de alguma das forças armadas norte-americanas, o HAARP também gera uma série de desconfianças por parte das mentes mais conspiratórias. Ameaça global ou apenas melhorias nas tecnologias de comunicação? Confira as teorias de conspiração que envolvem este projeto.
E nem todas estas teorias surgem de movimentos independentes. A prova disso aconteceu em 2002, quando o parlamento russo apresentou ao então presidente Vladimir Putin documentos que afirmavam veementemente que os Estados Unidos estariam produzindo um novo aparelho, capaz de interferir em todo o planeta, a partir de pontos isolados.
O relatório dizia que o HAARP seria uma nova transição na indústria bélica, que já passou pelas fases de armas brancas, armas de fogo, armas nucleareas, armas biológicas e chegaria então ao patamar de armas geofísicas. Segundo estas teorias, seria possível controlar placas tectônicas, temperatura atmosférica e até mesmo o nível de radiação que passa pela camada de ozônio.
Todas estas possibilidades podem gerar uma série de problemas para as populações atingidas. Atingindo países inteiros, desastres naturais podem minar economias, dizimar concentrações populacionais e gerar instabilidade e insegurança em toda a Terra.
Quais seriam os efeitos dos controles de frequência sobre as placas tectônicas? Segundo a imprensa venezuelana a resposta é: terremoto. O jornal “Vive” afirma que teve acesso a documentos que comprovam a utilização do HAARP para manipular a geofísica caribenha e ocasionar os terremotos do Haiti, que causaram a morte de mais de 100 mil pessoas.
Caso esteja se perguntando os motivos para a escolha de um país tão pobre, as teorias conspiratórias também possuem a resposta para esta pergunta. Os Estados Unidos precisavam de um local para testar o potencial de sua nova arma. Os testes oceânicos não davam informações suficientes e atacar os inimigos no oriente médio seria suicídio comercial.
Afinal de contas, terremotos poderiam destruir poços de petróleo muito valiosos. Assim, o governo norte-americano viu no Haiti, um país já devastado, o perfeito alvo para seus testes. Sem potencial econômico e sem possuir desavenças com outros países, dificilmente haveria uma crise diplomática com a destruição do Haiti.
Outra teoria bastante defendida diz que os Estados Unidos poderiam causar um completo bloqueio militar a todas as outras nações do mundo. Causando interferências nas ondas habituais, impedindo que qualquer frequência seja refletida pela atmosfera e até mesmo que dispositivos de localização possam ser utilizados.
Para isso, a defesa norte-americana só precisaria aquecer a ionosfera com seus aquecedores HAARP. Com a potencia correta, todo o planeta ficaria em uma completa escuridão geográfica. Então, apenas quem possui o controle do aquecedor ionosférico poderia ter acesso aos dados de localização e navegação de seus veículos militares.
Também se fala em mapeamentos de todo o planeta em pouco minutos, pois as ondas de frequências extremas poderiam criar relatórios completos de tudo o que existe na superfície terrestre. Elementos vivos ou não, tudo poderia ser rastreado pelas ondas do HAARP. Pelo menos é o que dizem as teorias conspiratórias.
Existem ondas de rádio em diversas frequências, por mais que não sintonizemos nossos rádios para captá-las, elas estão no ar. O som também é emitido em frequências e há amplitudes delas que os ouvidos humanos não são capazes de captar, mas isso não quer dizer que elas não existam. Somando estes dois pontos, temos mais uma teoria conspiratória.
Utilizando uma mescla de ondas de rádio com frequência sonora, os Estados Unidos poderiam manipular a mente coletiva para que algum ideal fosse defendido ou algum governo rival fosse atacado. Enviando as informações para toda a população em frequências que não poderiam ser captadas por aparelhos, não demoraria para que a “lavagem cerebral” estivesse concluída.
Há quem diga que este tipo de manipulação será utilizado em breve no Irã. O governo atual não é favorável às políticas norte-americanas, portanto seria vantajoso que o povo se rebelasse contra os seus líderes. Mensagens antigoverno seriam incutidas na mente do povo iraniano com o auxílio das antenas HAARP.
Nota sobre as teorias conspiratórias
É necessário lembrar que estas teorias são originadas em fontes que, muitas vezes, não possuem informações concretas sobre os assuntos tratados. Logo, a utilização delas neste artigo possui fins ilustrativos e não devem ser encaradas com verdades absolutas.
No desenho G.I. Joe: Resolute, o programa HAARP é capturado por vilões que desejam transformar o potencial do projeto em uma arma de destruição em massa. Além dos danos que citamos nas teorias conspiratórias, nesta história as antenas transformavam-se também em canhões de energia.
Enviando enormes quantidades de energia para a ionosfera, que refletia toda a energia, os vilões poderiam acabar com qualquer lugar do planeta, apenas mirando e concentrando o poder energético das antenas de frequências altíssimas localizadas no Alasca.
Quando se fala no mundo real, tudo o que se tem de concreto sobre o HAARP é que estudos são feitos constantemente sobre a ionosfera terrestre para que ela possa ser transformada em uma antena de transmissão de informações, beneficiando as comunicações e sistemas de navegação.
Mas será que é somente para isso que os investimentos bilionários do governo norte-americano estão sendo utilizados? Nunca foram revelados dados concretos sobre o dinheiro empregado no projeto, mas há especulações de que mais de 200 milhões de dólares sejam gastos por ano com as antenas do HAARP.
Fonte: Tecmundo