Modelo de Nova Friburgo, Jéssika Lima, vence Miss Plus Size Carioca
A modelo Jéssika Lima, de 26 anos, moradora de Nova Friburgo, é a nova Miss Plus Size Carioca 2017. Com 84,5 kg e 1,63m, a campeã é formada em administração e trabalha como modelo há dois anos. Este é o segundo concurso de beleza que ela participa — o primeiro foi há dois meses. Além de uma viagem com acompanhante para Buenos Aires, na Argentina, Jéssika se torna a garota-propaganda das marcas que apoiam o evento e ainda ganha R$ 1500 em vale compras:
— Estou feliz demais. A ficha não caiu direito ainda. Foi difícil, porque são muitas meninas bonitas. A expectativa estava grande, mas não dava para ter certeza quem ia ganhar. É uma responsabilidade muito grande carregar essa faixa, representar tantas mulheres bonitas — disse a nova Miss Plus Size Carioca, agradecendo apoiadores, jurados, organizadores e as modelos com quem disputou — Todas foram muito parceiras o tempo todo.
Vencedora do Miss Plus Size Carioca 2015, Aline Mansur foi quem passou a faixa para a nova Miss. Segundo o organizador do concurso, Jéssika será agora preparada para o Miss Plus Size Nacional.
O evento começou às 18h, no Salão Nobre do Clube dos Advogados do Brasil, no Centro do Rio. Vinte e quatro candidatas participaram da competição. Segundo elas, o Miss Plus Size não se trata apenas de um concurso e, sim, de um instrumento de empoderamento.
Moradora de Santa Cruz, Tayla de Souza lembra bem do dia em que ficou entalada no ônibus ao tentar passar pela roleta. Pesava 140 quilos distribuídos em 1,65 metros de altura. Estava acompanhada da sua filha de 8 anos, quando passou por um momento constrangedor. Em vez de ajudar, os passageiros desataram a rir da cena. A partir de então, Tayla resolveu mudar de vida. Começou a frequentar consultórios de médicos e psicólogos, fez cirurgia bariátrica no início do ano e já perdeu 42 quilos. Na noite deste sábado, vestida com um top e shortinho, participa do evento Miss Plus Size Carioca 2017, consagrando a volta de sua autoestima e de sua identidade.
-Quero ser modelo Plus Size, porque acredito na minha história. Não tenho problema hoje de colocar um short com a barriga de fora. Acredito que a pessoa pode ser miss Plus Size, ter uma vida saudável e ser feliz — afirma Tayla, de 30 anos, agente de educação infantil.
Participam da competição 24 candidatas. A vencedora ganhará uma viagem para Buenos Aires, na Argentina, com acompanhante, e se torna a garota-propaganda das marcas que apoiam o evento, que está em sua sétima edição. Organizador do concurso, Eduardo Araúju afirma que tem conseguido promover a inclusão e vencer preconceitos.
— Estamos conseguindo quebrar a ditadura da moda. Estamos abrindo espaço para elas para que o evento seja uma porta de visibilidade. Isso faz com que as meninas possam enxergar que têm um lugar no mercado. É muito ruim sofrer preconceito seja por qualquer coisa, por ser gay, negro, baixo, magro, gordo. Isso é um basta ao preconceito — afirmou.
Única negra do concurso, Renata Lopes, de 39 anos, sonha em ser Miss Plus Size e revela que, como toda modelo, também precisa passar por uma maratona de exercícios físicos e dieta.
— Depois de muitos anos, tentando emagrecer a ponto de tomar remédios e quase morrer, com minha pressão indo às alturas, parei e disse: ‘Não é por aí’. Vou ficar assim do jeito que estou, mas coloquei um limite. Peso 88 quilos, vestindo 46. Estou me achando a mulher mais linda do mundo. A roupa cabe em mim, a barriga não está lá na frente. Não adianta nada eu botar a roupa com um barrigão. A gente tem que se cuidar. Me cuido, faço ginástica, vivo fazendo dieta, mas hoje em dia como qualidade de vida – conta Renata, que já pesou 152 quilos, vestindo calça 52.
Bióloga do Hospital estadual Santa Maria, em Jacarepaguá, Sumaria Leite, de 36 anos, vem se preparando para o concurso há um ano e meio.
— Sempre fui gordinha e achei que nunca participaria. Hoje estou realizando um sonho. Quero ser Miss.
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