Historiador tenta reconstruir biblioteca da Universidade de Mossul após saída do Estado Islâmico
Prédio virou quartel-general do EI e teve milhares de livros destruídos. Com retomada, historiador anônimo reúne voluntários para preservar obras que sobreviveram a 19 meses de ocupação.

Após expulsão do Estado Islâmico, historiador tenta reconstruir biblioteca da Universidade
m historiador iraquiano está tentando reconectar a cidade de Mossul com o resto do mundo com o resgate de livros e a reconstrução de uma biblioteca. Depois de dois anos e meio sob o domínio do Estado Islâmico (EI) e nove meses de batalha intensa entre os terroristas e o exército do Iraque, a cidade iraquiana ficou destruída e mais de 900 mil habitantes fugiram de suas casas. Com a vitória do governo iraquiano, decretada em 9 de julho , os sobreviventes agora começam a reconstruir uma cidade devastada. E a Biblioteca Central da Universidade de Mossul virou um dos símbolos do desafio. “Eu vou trabalhar neste projeto até que eu sinta que a biblioteca voltou a ser um lugar onde pesquisadores de todo o mundo vão querer visitar”, disse, em entrevista por telefone ao G1, o historiador, que só aceita se identificar pelo codinome de ‘Mosul Eye’ (‘Olho de Mossul’). ‘Mosul Eye’ não revela sua identidade, sua idade e conta apenas que estudou na universidade que agora quer ajudar a reerguer. Para preservar sua segurança, ele não aceita revelar o país onde vive, e afirma que nem os próprios voluntários locais (entre 20 e 40 pessoas com quem se comunica virtualmente) conhecem sua verdadeira identidade. Ele conta que há cerca de um ano fugiu do Iraque por causa das constantes ameaças de morte – seu blog anônimo foi o primeiro a surgir após a invasão do EI, e virou uma fonte de informação da resistência aos terroristas para internautas e jornalistas de todas as partes do mundo. Além de coordenar um grupo que já resgatou mais de 2 mil livros dos destroços, o voluntário anunciou ainda um pedido de doações de livros do mundo todo, e busca uma impressora para digitalizar as obras da biblioteca para que elas sejam preservadas para sempre. Imagens publicadas no site oficial da Biblioteca Central da Universidade de Mossul mostram como era o prédio antes da invasão do Estado Islâmico, e como ficou após a retirada do grupo terrorista (Foto: Divulgação/University of Mosul) Ao G1, ‘Mosul Eye’ recontou o que foi feito da biblioteca durante a ocupação do Estado Islâmico. Localizado no vasto campus da universidade, no lado leste da cidade, o outrora imponente edifício da biblioteca era um dos locais militarmente estratégicos para o grupo terrorista, e virou a sede de um novo ‘ministério da educação’, que tentou suplantar o sistema educacional por uma doutrinação baseada no ensino religioso. Neste quartel-general, livros didáticos de todos os níveis de ensino foram reescritos, conta ele. O grupo terrorista também tentou reabrir a universidade, mas impondo seu próprio sistema educacional. Voluntária de Mossul ajuda a empilhar os livros retirados da Biblioteca Central da Universidade de Mossul, após o Estado Islâmico deixar o prédio, depois de 19 meses usando a universidade como ponto militar estratégico (Foto: Ali Al-Baroodi) “A universidade foi fechada em junho de 2014 pelo Estado Islâmico quando ele ocupou a cidade. Mas eles tentaram reabrir a universidade, obrigando os funcionários e professores a fazerem uma reunião com o ministro de educação islâmica”, afirmou o historiador. A iniciativa, porém, fracassou. “Eles pararam o ‘ministério da educação’ no começo de 2015, porque não conseguiram fazer nada. As pessoas se recusaram a ir para a universidade. A universidade em si foi reaberta fora de Mossul, então os estudantes não precisavam seguir o Estado Islâmico ou ir para a universidade islâmica.” Voluntários se organizam para retirar os livros da Biblioteca Central da Universidade de Mossul, no Iraque, que passou 19 meses nas mãos do Estado Islâmico e sofreu ataques tanto do grupo terrorista quanto de bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos, segundo o historiador anônimo por trás do blog ‘Mosul Eye’ (Foto: Divulgação/Ali Al-Baroodi) O edifício da biblioteca ficou nas mãos do EI entre junho de 2014 e janeiro de 2017, quando o grupo se retirou do local após ataques da ofensiva do exército iraquiano. O Iraque só anunciou a retomada total da cidade em 9 de julho, mas há meses o grupo de voluntários, que atendeu ao chamado do historiador pela internet, passou a se dedicar à recuperação da biblioteca. Até agora, o homem por trás do codinome ‘Mosul Eye’ estima que cerca de 2 mil livros foram resgatados, entre eles obras raras. Nem todos, porém, estão em boas condições, e nem sempre as buscas pelo edifício vazio e cinza estão livres de perigo, já que ainda há bombas dentro do prédio. Segundo o historiador anônimo que lidera o projeto e atende pelo codinome ‘Mosul Eye’, nos últimos meses mais de 2 mil livros foram resgatados do prédio parcialmente destruído da Biblioteca Central da Universidade de Mossul (Foto: Divulgação/Ali Al-Baroodi) “O próximo passo é digitalizar esses livros. Mas acho que a biblioteca central deveria ter feito isso há quatro anos, porque todo mundo esperava que esse tipo de coisa poderia acontecer. Eles deveriam ter pensado mais no futuro.” Essa iniciativa, porém, exige uma impressora específica, que os voluntários ainda não conseguiram. O campus da universidade onde fica a biblioteca está no lado leste de Mossul, e foi considerado estratégico militarmente pelo Estado Islâmico (Foto: Editoria de Arte/G1) Ele documenta, pelas redes sociais, o andamento do projeto, com fotos e vídeos. ‘Mosul Eye’ também promove uma série de eventos culturais para tentar incentivar a produção de arte na cidade – educação e cultura estão entre as muitas restrições impostas pelo Estado Islâmico à população local. Homens vestindo jeans, mulheres com roupas coloridas e o som de instrumentos musicais mostrados no vídeo acima eram impensáveis há um ano, diz ele. O próprio fato de um civil registrar imagens em fotos e vídeos, como fizeram Ali Al-Baroodi e Saad Hadi, voluntários que documentam o resgate da biblioteca em imagens como as desta reportagem, seria uma morte certa. “Se alguém quisesse se matar, era só levar uma câmera para a rua”, diz o historiador. Enquanto esperam a reconstrução dos sistemas de esgoto, água e eletricidade, e a reforma dos prédios, que devem custar mais de US$ 1 bilhão, segundo a ONU, a população volta a viver livre. Nesta quinta-feira (27), um grupo de estudantes de belas artes realizará uma noite de gala em Mossul, para apresentar obras que têm sido produzidas em cima dos próprios escombros da cidade, em outra das ações divulgadas por ‘Mosul Eye’. Professores, estudantes, economistas, acadêmicos: residentes de Mossul atenderam ao chamado do blogueiro anônimo ‘Mosul Eye’, um historiador exilado fora do Iraque, e agora tentam preservar os livros da Biblioteca Central da Universidade de Mossul (Foto: Divulgação/Ali Al-Baroodi) Sua iniciativa de servir como a “janela” de Mossul para o mundo fez com que o jovem angariasse mais de 270 mil seguidores no Facebook e 23 mil no Twitter. Com publicações em árabe e em inglês, ele busca ajuda para seu projeto desde janeiro. “A gente não podia, nos últimos anos, reconectar Mossul com o resto do mundo porque tínhamos problemas: segurança ruim, corrupção na educação, eles estavam matando pessoas, nós não podíamos fazer nada. Eu pensei que esse era o momento de fazer algo”, lembra. “No domingo da libertação da biblioteca, eu me lembro, foi em janeiro de 2017. Quando eu publiquei esse chamado por doações, eu fiquei chocado, mas de um jeito bom. Eu recebi centenas de e-mails de pessoas dizendo que queriam doar livros. Foi realmente algo incrível.” Ele afirma que chegou a receber uma única doação de seis mil livros vindas dos Estados Unidos, neste mês, e cita países da Europa e a Austrália como principais apoiadores da iniciativa. De pessoas árabes ele afirma ter recebido alguns e-mails. “Da Rússia, nenhum”, ressalta. Em seu site oficial, a biblioteca, que passou a publicar notícias depois de vários anos de ocupação, relatou em junho uma doação de 1.500 obras, feita pela Biblioteca de Alexandria, no Egito. Ao G1, ‘Mosul Eye’ relatou que três pessoas do Brasil, entre eles uma moradora de São Paulo e um do Paraná, já enviaram mensagens mostrando interesse no projeto. “Eu gostaria de saber mais não só sobre os brasileiros, mas sobre a América Latina”, disse ele. “Queremos ler, precisamos ler mais sobre culturas diferentes.” O historiador, que há anos vive virtualmente sob o codinome e não revelou sua identidade nem para a própria família, explica que tem mais poder de ajudar a resgatar e preservar a história de sua cidade por trás da ideia ‘Mosul Eye’ do que como um único indivíduo. Um dos legados que ele pretende deixar com o projeto é mudar a visão que o mundo tem de Mossul: “O que eu quero mesmo é que, quando alguém buscar por Mossul, que eles não encontrem coisas relacionadas ao Estado Islâmico, e sim a biblioteca de Mossul. É esse o meu sonho. E eu sou tão forte quanto os meus sonhos.” As doações estão sendo enviadas a um endereço em Erbil, uma cidade do Curdistão iraquiano. Para obter mais informações, é preciso enviar um e-mail em inglês para mosul.eye@gmail.com. Fonte: G1
‘Ministério da educação islâmica’
Resgate arriscado
Um ‘olho’ do mundo em Mossul
Apoio do Ocidente
COMO AJUDAR
Iraque anuncia vitória contra jihadistas do Estado Islâmico em Mossul
O primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, proclamou neste domingo (9) a vitória de seu exército em Mossul, cidade “libertada” após uma batalha de quase nove meses contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI). Abadi “chega à cidade libertada de Mossul e felicita os combatentes heróicos e o povo iraquiano por esta importante vitória”, indica um comunicado do governo.
A reconquista da segunda maior cidade do Iraque, ao final da ofensiva lançada em outubro, é um marco para as tropas iraquianas. A vitória iminente das forças iraquianas sobre os extremistas havia sido anunciada no sábado (8) pelo general americano Robert Sofge. Os últimos combatentes sunitas estavam cercados em dois quarteirões da cidade antiga de Mossul. A organização terrorista controlava a cidade desde junho de 2014.
Segundo Sofge, os jihadistas estavam “desesperados”, tentando fugir da morte. Nos últimos dias, eles rasparam as barbas e se misturaram aos civis na esperança de não serem identificados.
Os jihadistas deixam para trás um rastro de bombas escondidas em quase todos os edifícios e instalações que ocuparam. O general Sofge disse que bombas foram encontradas até embaixo de berços.
A ofensiva, lançada no dia 17 de outubro pelas forças iraquianas, contou com o apoio decisivo dos ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. A campanha militar provocou, no entanto, uma crise humanitária maior, devido à fuga de milhares de civis, segundo a ONU.
Dimensão simbólica
Mossul tinha uma dimensão simbólica para o EI: foi nesta cidade que o líder da organização, Abu Bakr al-Baghdadi, fez seu único discurso público em julho de 2014, depois de proclamar um “califado islâmico” em áreas do Iraque e da Síria.
A reconquista de Mossul não representa o fim da guerra contra o grupo ultrarradical, responsável por atrocidades contra as populações das zonas sob seu controle e atentados terroristas em várias regiões do mundo. O EI ainda controla algumas zonas no Iraque, no centro e no leste da Síria. Combatentes estão cercados atualmente na cidade síria de Raqa por tropas apoiadas por Washington.
Fonte: MSN
Estado Islâmico perde força com recuo do califado e rumor de morte de líder
Contraofensivas nas ‘capitais’ em Síria e Iraque expõem fragilidade dos terroristas

Na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que não poderia confirmar 100% a morte de Baghdadi, embora considerasse ter “um alto grau de certeza” de que os relatos sobre o líder do EI estivessem corretos. Já o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG baseada em Londres que monitora o conflito, levantou dúvidas sobre as alegações russas, ao afirmar que o líder extremista estava em outra parte do país no fim de maio.
— De acordo com nossas informações, no fim do mês passado, Baghdadi estava na área entre Deir el-Zour e o Iraque — afirmou o diretor da ONG, Rami Abdulrahman. — Faz sentido pensar que ele se colocaria numa situação tão complicada, entre a Rússia e a coalizão liderada pelos Estados Unidos?
O governo americano — que por sua vez afirma que o principal sacerdote do EI, Turki Binali, e o chefe da Amaq, agência de propaganda do grupo, Rayaan Mashal, foram mortos em recentes bombardeios — também recebeu com cautela as informações russas, notando “inconsistências” nos relatos.
— Um ataque tão grande que teria acontecido há tanto tempo sem que ninguém soubesse disso é algo que nos deixa curiosos — afirmou anonimamente um funcionário da Casa Branca ao diário britânico “Independent”.
O Ministério de Defesa da Rússia afirma que os bombardeios atingiram uma reunião de líderes do EI, que teriam se encontrado nas imediações de Raqqa para discutir uma estratégia de retirada da cidade, rumo ao Sul da Síria.
Apenas 300 extremistas em cidade iraquiana
A incerteza sobre a morte do líder do EI surge no momento em que o grupo se vê prestes a perder o controle de Mossul, seu principal bastião no Iraque. Na noite de quarta-feira, a coalizão liderada por Washington iniciou uma ofensiva sobre a porção ocidental da cidade, onde — de acordo com o Pentágono — uma parte pequena do grupo extremista ainda resiste. A ação culminou com a destruição da Grande Mesquita de al-Nuri, templo do século XII, usado pelos jihadistas para a proclamação de seu califado, em 2014. Responsável por uma vasta campanha de demolição de templos religiosos e monumentos históricos, o EI acusou a coalizão de destruir a mesquita com bombardeios aéreos, enquanto o governo iraquiano afirmou que jihadistas detonaram explosivos no templo ao perceber a aproximação de soldados da coalizão.
— A destruição do Minarete de al-Hadba e da Mesquita de al-Nuri revelam um reconhecimento da derrota do EI — afirmou o premier iraquiano, Haider al-Abadi. — Em questão de dias anunciaremos a libertação completa de Mossul.
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O Estado Islâmico, que controla regiões da Síria e do Iraque e tem integrantes em outros países, foi criado em 2013 e cresceu como um braço da organização terrorista al-Qaeda no Iraque. Em 2014, após romperem laços, os extremistas autoproclamaram um califado cuja capital é Raqqa, na Síria.
A opinião do premier é compartilhada por especialistas:
— Eles disseram que lutariam até seu último suspiro para defender a mesquita — afirmou o analista de segurança Safaa al-A’sam. — A verdade é que eles não são mais capazes de enfrentar as forças do governo iraquiano.
Ao iniciar a operação para recapturar Mossul, em outubro do ano passado, forças iraquianas e americanas tinham a esperança de que a cidade estivesse liberada no fim do ano. Quase nove meses mais tarde, mais de 850 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, e milhares de civis morreram, vítimas de bombardeios da coalizão ou ofensivas do EI. Cerca de 100 mil pessoas permanecem na porção ocidental da cidade, e a coalizão afirma ter um plano de evacuação pronto para ser colocado em ação assim que a vitória sobre os jihadistas se consolidar. O Pentágono acredita que apenas 300 dos 6 mil membros do EI que ocupavam Mossul no início da operação tenham permanecido na região.
Na Síria, onde a guerra civil iniciada em 2011 já deixou mais de 4.500 mortos, Moscou e Washington combatem o EI, mas também se encontram em rota de colizão. A coligaão liderada pelos Estados Unidos apoia as Forças Democráticas Sírias (FDS), que lutam para derrubar o presidente sírio, Bashar al-Assad. No entanto, Assad tem ao seu lado as forças militares do país, e aliados como a Rússia e o Irã, que controla milícias xiitas como o Hezbollah. Paralelamente, grupos rebeldes — alguns deles ligados à al-Qaeda — podem aproveitar os avanços das frentes contra o EI para aumentar seu controle sobre porções da Síria.
Dúvidas sobre o futuro do conflito
Com o EI exercendo cada vez menos controle sobre o território sírio, a grande questão é qual será o futuro do conflito num cenário sem a presença do grupo. O ex-diretor de Comunicações da Casa Branca Pat Buchanan prevê que Estados Unidos e Rússia terão momentos de tensão relativos à permanência de Assad no poder, enquanto Robert Ford, enviado especial de Washington para a Síria, acredita que o governo americano trairá os curdos, deixando-os a mercê das forças do ditador sírio
— Os Estados Unidos estão completamente focados em derrotar o EI, e ainda não decidiram o que fazer se os conflitos entre Assad e a liderança curda das FDS continuarem, nem que espécie de assistência darão às áreas sob controle das FDS — afirma Aaron Stein, analista do Atlantic Council.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um relatório sobre o Iraque, no qual denuncia que crianças de Mossul têm sido feridas para punir famílias que resistem ao controle do EI e evitar que elas deixem a cidade. De acordo com o documento, desde a intensificação da violência no país, em 2014, mais de 2.200 crianças foram mortas ou feridas, e mais de 4.650 foram separadas de suas famílias. O Unicef afirma ainda que mais de cinco milhões de crianças iraquianas dependem de ajuda humanitária urgente.
Fonte: O Globo
Rússia pode ter matado líder do Estado Islâmico, diz ministro da Defesa
Ataque aéreo que pode ter matado Abu Bakr al-Baghdadi foi feito em 28 de maio em Raqqa, na Síria. Coalizão não pode confirmar a informação.
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Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, durante sermão em uma mesquita de Mosul, no Iraque. A imagem foi retirada de um vídeo divulgado em julho de 2014 (Foto: Al-Furqan Media/Anadolu Agency/AFP/Arquivo)
O ministro da Defesa da Rússia afirmou nesta sexta-feira (16) que um ataque aéreo russo pode ter matado o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, informou a agência Tass. A coalizão, que é liderada pelos Estados Unidos, não consegue confirmar a informação, segundo a Associated Press.
O ataque que pode ter matado al-Baghdadi foi feito em 28 de maio em Raqqa, cidade no centro-norte da Síria que é o principal reduto do grupo terrorista no país, de acordo o ministro Sergei Shoigu.
O alvo do bombardeio era um encontro de líderes do Estado Islâmico. “Informações que estão sendo checadas por diversos canais indicam que o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, que foi eliminado pelo ataque aéreo, também estava participava do encontro”, informou o ministério segundo a agência de notícias RIA.
Raqqa e Mossul, capitais do Estado Islâmico
Raqqa, na Síria, e Mossul, no Iraque, são as capitais do Estado Islâmico e estão sob intenso ataque de diversas forças de segurança. Raqqa está quase cercada por uma coalizão de grupos sírios, curdos e árabes, e as forças iraquianas já retomaram a maior parte de Mossul, cidade que havia sido conquistada pelo grupo terrorista em junho de 2014.
Com a conquista da cidade, al-Baghdadi se declarou “califa” (líder de todos os muçulmanos). O vídeo do líder do Estado Islâmico vestido com mantos clericais negros declarando seu califado, do púlpito da Grande Mesquita de Al-Nuri, é sua última imagem pública.
Fonte: G1
EI toma antigo reduto de Bin Laden no Afeganistão
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) tomou o controle de parte das montanhas de Tora Bora, no Afeganistão, onde Osama bin Laden se escondeu após os atentados de 11 de setembro de 2001, dois meses depois que os Estados Unidos lançaram a GBU-43/B MOAB, sua maior bomba não nuclear, para acabar com o principal santuário do grupo terrorista no Afeganistão.
Attaullah Khogyanai, porta-voz do governador da província de Nangarhar, no leste do país e onde fica Tora Bora, confirmou nesta quinta-feira para a Agência Efe a tomada desta região infestada de túneis e cavernas, na primeira grande vitória dos jihadistas em dois meses, mas comentou que as forças de segurança já iniciaram uma operação para expulsá-los de lá.
“As nossas forças estiveram ocupadas em uma operação no distrito de Pachir-Agam, agora estão perto de Tora Bora”, detalhou Khogyanai.
Os talibãs, que até agora controlavam esta famosa região próxima da fronteira com o Paquistão, reconheceram que o EI assumiu o controle da parte “montanhosa” da área.
O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, disse à Efe que nos últimos três dias os jihadistas do EI tomaram gradualmente a região após quase uma semana de enfrentamentos entre os grupos insurgentes.
“Nossos mujahedins contra-atacaram ontem para repeli-los, mas os americanos bombardearam nossos mujahedins e, por enquanto, nossa operação está suspensa na área”, detalhou Mujahid.
O porta-voz, no entanto, assinalou que a maior parte de Tora Bora continua nas mãos dos talibãs e acrescentou que reforços foram enviados para lançar uma nova ofensiva de contra-ataque.
Os túneis de Tora Bora foram construídos pelos mujahedins com ajuda dos Estados Unidos durante a guerra com os soviéticos (1979-1989) e foram um bastião da Al Qaeda e dos talibãs durante a invasão americana em 2001.
Recompensa de US$ 25 milhões
Caso a morte de al-Baghdadi se confirme, será um grande triunfo da Rússia, que intervém na guerra civil síria e defende o ditador Bashar al-Assad, e um revés para os Estados Unidos, que oferecia uma recompensa de US$ 25 milhões (mais de R$ 80 milhões) para levá-lo à Justiça.
O programa de recompensas de contraterrorismo do Departamento de Estado dos EUA ofereceu os mesmos US$ 25 milhões por Bin Laden e pelo falecido presidente iraquiano, Saddam Hussein, e ainda oferece o valor para quem denunciar o sucessor de Bin Laden na Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri.
Abu Bakr al-Baghdadi
Nascido Ibrahim al-Samarrai, al-Baghdadi é um iraquiano de 46 anos que rompeu com a Al Qaeda em 2013, dois anos após a captura e morte do líder do grupo, Osama bin Laden.
Ele cresceu em uma família religiosa, estudou teologia islâmica em Bagdá e se uniu à insurgência salafista jihadista em 2003, o ano da invasão dos EUA ao Iraque. Ele foi capturado pelos norte-americanos, que o soltaram cerca de um ano mais tarde por considerá-lo então um civil, não um alvo militar.
A onda de violência no Afeganistão, que já deixou mais de 160 mortos em uma semana
Ataques suicidas evidenciam crise de segurança em país asiático, às voltas com o Talebã e crescimento do Estado Islâmico.
Mais de 150 pessoas morreram na semana passada em um ataque suicida em Cabul, a capital do Afeganistão. Trata-se do maior ataque no país asiático desde 2001, ano em que uma coalizão internacional removeu do poder o regime fundamentalista islâmico do Talebã.
Anteriormente, a estimativa das autoridades do país asiático eram de que 90 pessoas tinham morrido, mas a correção nas estatísticas foi apresentada nesta terça-feira pelo presidente afegão, Ashraf Ghani, na abertura de uma conferência com 23 nações, entre elas os Estados Unidos, Rússia e a China, para discutir possíveis soluções para trazer segurança e estabilidade ao país.
O governo de Ghani tem sido alvo de protestos por conta da crise de segurança evidenciada pelos sangrentos eventos de semana passada, e o presidente adotou um tom pouco conciliador com os militantes muçulmanos ao dizer que “é hora de o Talebã aceitar a paz ou enfrentar as consequências”.
Mas mesmo durante o encontro houve um lembrete de como a situação está se deteriorando até em Cabul, há até pouco tempo considerada uma espécie de “ilha” de segurança no país: um foguete atingiu uma quadra de tênis nas cercanias da embaixada da Índia. Segundo a polícia, não houve feridos.

Foto: BBCBrasil.com
O ataque a bomba de semana passada, o mais mortífero desde que o Talebã foi tirado do poder por forças lideradas pelos EUA, em 2001, deu origem a protestos violentos contra o governo, em que quatro pessoas morreram. A polícia usou bombas de efeito moral e tiros para o alto para tentar conter as multidões.
No fim de semana, o enterro de um dos mortos no protesto foi alvo de três ataques suicidas, que deixaram o menos sete mortos.
De acordo com as estatísticas mais recentes da ONU, houve 715 mortes de civis nos primeiros três meses de 2017, com quase 1,5 mil feridos. O total para o ano de 2016 foi de quase 3,5 mortos e cerca de 8 mil feridos. A maioria das fatalidades ocorreu em decorrência de incidentes com extremistas e bombardeios aéreos.
Ainda não se sabe quem foram os autores dos atentados de semana passada. O Talebã negou ter participado, mas o governo afegão acusa um grupo afiliado, o Haqqani, de ter realizado as atrocidades, com apoio do Paquistão. O país vizinho rejeita as acusações.

Foto: BBCBrasil.com
No início do ano, um comandante militar dos EUA defendeu abertamente o envio de mais tropas internacionais para o Afeganistão como forma de resolver o que ele chamou de “impasse” na luta contra o Talebã, cujos miliantes controlam mais de um terço do território afegão.
O país tem importância estratégica para uma série de outras nações, mais especificamente por fazer fronteira com o Irã e o Turcomenistão, donos, respectivamente, da segunda e quarta maiores reservas de gás natural do mundo. Isso faz do Afeganistão um importante ponto de passagem para gasodutos presentes e futuras.
E é palco de uma luta por influência regional entre grandes potências como EUA, Rússia e China. Some-se a isso a conturbada relação com o vizinho Paquistão, acusado de ser o principal patrocinador do Talebã. E, mais recentemente, o surgimento do braço afegão do grupo radical autodenominado Estado Islâmico.
Terroristas explodem bombas em Teerã e invadem Parlamento
A capital do Irã, Teerã, viveu momentos de terror nesta quarta-feira (7). Dois suicidas ligados ao grupo Estado Islâmico (EI) explodiram bombas no mausoléu do aiatolá Khomeini e no Parlamento iraniano. Após a detonação das bombas, quatro outros homens invadiram o Parlamento e abriram fogo contra os funcionários. Pelo menos 12 pessoas morreram e 39 ficaram feridas nos ataques, segundo os serviços de emergência.
As forças de segurança conseguiram, após quase cinco horas, controlar a situação nos dois locais que foram alvos de ataques. O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou, através de sua agência “Amaq”, o ataque ao Parlamento e o atentado suicida contra o mausoléu, onde morreram pelo menos 12 pessoas.
Os dois ataques foram realizados por “combatentes” do EI, disse o grupo jihadista, através da “Amaq”, que entrevista “uma fonte de segurança” do EI.
Foto: Reuters
Em um segundo comunicado, a agência afirmou que o atentado contra o mausoléu de Khomeini foi realizado por dois suicidas que levavam coletes com explosivos.
Duas horas depois do início do ataque, um dos terroristas que estava no Parlamento, detonou o explosivo que carregava, segundo a televisão estatal iraniana.
Pouco tempo depois, ocorreu um ataque semelhante, no pátio do mausoléu do aiatolá Khomeini, no sul da capital, onde uma pessoa foi morta e outras quatro ficaram feridas, segundo a “Tasnim”.
Esses ataques são raros no Irã, cujas autoridades reforçaram as medidas de segurança em torno dos edifícios oficiais, como a sede da Presidência.
Foto: Reuters
Estado Islâmico reivindica ataque a policial morta em Israel
A policial de Israel foi esfaqueada perto da cidade velha de Jerusalém em ato envolvendo três terroristas
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou na noite desta sexta-feira o atentado que acabou com a morte de uma policial israelense em Jerusalém.
Em um comunicado difundido na rede criptografada Telegram, o EI afirmou que três de seus combatentes “atacaram um grupo de judeus”, em uma operação durante a qual os três atacantes foram mortos por policiais israelenses. Este ataque “não será o último”, advertiu o grupo extremista.
Segundo um site de monitoração de sites extremistas com sede nos Estados Unidos, esta seria a primeira vez que o EI reivindica um ataque em Israel.
A policial israelense, de 23 anos, foi esfaqueada perto da cidade velha de Jerusalém e os três supostos atacantes foram mortos, segundo a polícia. Algumas horas depois, a militar faleceu no hospital.
“Três terroristas árabes abatidos por unidades da polícia”, acrescentou a Polícia.
Segundo comunicado do EI, os três atacantes neutralizados eram “os irmãos Abu al-Bara al-Maqdisi, Abu Hassan al-Maqdisi e Abu Rabah al-Maqdisi”.
O chefe de polícia de Jerusalém, Yoram Halevy, identificou os três atacantes como palestinos da Cisjordânia.
Segundo a Polícia, dois atacantes atiraram contra um grupo de policiais que responderam, ao mesmo tempo em que outro homem esfaqueou a policial a alguns metros do local, antes de ser morto.
Os médicos informaram que outras quatro pessoas ficaram feridas.
Fonte: JC
‘Ei, covardes!’: Londrinos relatam pânico e tentativa de parar os terroristas durante ataque
Testemunhas do massacre contam que jogaram cadeiras, garrafas e copos nos terroristas, antes que a polícia chegasse à cena do atentado.

“Eles foram para outro restaurante do outro lado da rua com facas”, diz testemunha
Quando três homens armados com uma van e facas realizaram o ataque a uma área movimentada da capital britânica no dia 3/6/17, à noite, os londrinos lutaram com o que encontraram à mão, em alguns casos lançando cadeiras e mesas para afastá-los.
Os terroristas mataram ao menos sete pessoas e feriram 48, antes de serem mortos a tiros pela polícia. O ataque começou com uma van sendo conduzida em alta velocidade em direção a uma multidão de pedestres na London Bridge.
Pessoas deixam local de ataque terrorista com as mãos na cabeça, perto da London Bridge, em Londres, neste sábado (3) (Foto: REUTERS/Neil Hall )
“Parecia que ele estava apontando para grupos de pessoas”, disse à Reuters Mark Roberts, um consultor de gerenciamento de 53 anos.
Ele viu ao menos seis pessoas no chão depois que a van entrou e saiu da calçada.
“Foi horrendo”
Depois disso, os agressores que portavam facas foram para o mercado público próximo, o Borough Market, onde os sobreviventes descreveram uma cena infernal em uma área cheia de pessoas curtindo a noite em bares e restaurantes.
Gerard Vowles disse à Sky TV que estava na rua perto do bar Southwark Tavern, o cenário de múltiplos esfaqueamentos, quando ouviu alguém dizer: “Eu fui esfaqueado, fui esfaqueado”.
“Eu pensei que eles estivessem brincando”, disse.
Vowles disse ter visto então uma mulher e um homem serem esfaqueados enquanto os terroristas gritavam: “Isto é para Allah”, e lembrou como ele tentou distrair os homens.
“Enquanto eles saíam, eu dizia “Ei, ei, covardes!”, disse Vowles. “Eu estava apenas tentando chamar a atenção deles, lançando coisas neles… Eu pensei que se eu jogasse garrafas ou cadeiras, eles poderiam vir atrás de mim. Se eu puder levá-los à rua principal, então a polícia pode detê-los, eles obviamente poderiam atirar neles.”
Outras testemunhas relataram ter visto um homem com uma lâmina grande, semelhante a uma faca de cozinha e vítimas sangrando. Eles disseram que as pessoas estavam fugindo da área em pânico.
Uma testemunha, que apenas deu à BBC seu primeiro nome, Ben, disse que viu um homem vestido de vermelho esfaqueando um homem com uma lâmina que parecia ter cerca de 25 centímetros de comprimento.
“Ele estava sendo esfaqueado friamente e caiu no chão”, disse ele sobre a vítima. O terrorista então caminhou em direção a Southwark Tavern, onde uma cadeira foi lançada contra ele, pouco antes de começarem os disparos.
Ataques terroristas deixam mortos e feridos em Londres
Van atropelou pedestres na London Bridge; pessoas foram esfaqueadas no Borough Market. Policiais informaram à rede BBC que há mais de uma morte. Polícia está em busca de três suspeitos, diz agência.
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Há relatos de que uma van atingiu pedestres perto da London Bridge (Foto: Dominic Lipinski/PA via AP)
Ao menos dois ataques terroristas deixaram mortos e feridos na noite deste sábado (3) em Londres. Uma van atropelou pedestres na London Bridge, cartão-postal da cidade, e pessoas foram esfaqueadas no Borough Market, mercado próximo à ponte.
Um oficial da Scotland Yard, a polícia metropolitana de Londres, informou no início da madrugada (horário do Brasil) que seis pessoas morreram durante os ataques. A polícia afirmou também que três terroristas foram alvejados e mortos após os atentados.
O Serviço de Ambulâncias de Londres transferiu pelo menos 48 pacientes a cinco hospitais da cidade e atendeu outras pessoas no local, segundo a agência Reuters.
Veja a cronologia dos ataques:
- Às 22h08 de Londres (18h08 de Brasília) a polícia foi chamada à London Bridge, onde uma van atropelou pedestres.
- Em seguida, policiais foram ao Borough Market, onde pessoas foram esfaqueadas em um restaurante. Tiros foram disparados no local.
- A polícia fechou a London Bridge e a estação de metrô próxima. O local foi evacuado.
- Às 0h25 de Londres (20h25 de Brasília) a polícia declarou os dois incidentes como atos terroristas.
- A polícia britânica está em busca de três suspeitos do ato em Borough Market, que estariam armados, e pede à população que saia da região.
- Três explosões foram ouvidas perto do Borough Market por volta das 1h20 em Londres, mas não se sabe se foi outro ataque ou se é uma explosão controlada pela polícia.

Polícia britânica fecha ponto turístico de Londres e fala em ‘incidente’
Atropelamento na London Bridge
Testemunhas relataram à rede britânica BBC e a agência Reuters que uma van atingiu pedestres na London Bridge.
Segundo a repórter da BBC Holly Jones, que estava na ponte, a van era conduzida por um homem e atingiu cerca de cinco pessoas após subir na calçada.
A BBC divulgou uma foto do que seria a van supostamente envolvida no ataque; veja abaixo:
A BBC também divulgou uma foto de um homem deitado no chão com o que parecem ser cilindros amarrados em um cinto. O homem que fez a foto, Gabriel Sciotto, disse em entrevista à BBC que eles não pareciam reais. Veja a foto abaixo.
Ainda na rua, jovens lamentam incidentes em Londres (Foto: REUTERS/Hannah McKay)
Esfaqueamento no Borough Market
Uma testemunha disse à CNN que dois homens entraram em um restaurante perto da London Bridge e esfaquearam duas pessoas. Segundo a testemunha, uma garçonete foi esfaqueada no pescoço e um homem nas costas.
Segundo a agência Reuters, a polícia britânica está em busca de três suspeitos que estariam armados.
Pessoas saem da área próxima a London Bridge com as mãos na cabeça (Foto: REUTERS/Neil Hall )
Estação fechada
Segundo o serviço de transporte de Londres, a estação de trem London Bridge foi fechada. “A polícia está lidando com um grande incidente e todas as avenidas estão sendo desviadas”, diz o serviço.
A polícia divulgou recomendações para as pessoas se protegerem. As instruções são correr a um local seguro, se esconder e ligar para os serviços de emergência caso seja possível.
Um esfaqueamento em Vauxhall, no sul da cidade, foi relatado pela imprensa, mas depois a polícia disse que ele não estava relacionado aos atos terroristas.
Pessoas correm pelas ruas em meio a incidente em ponte de Londres (Foto: Dominic Lipinski/PA via AP)
Relatos nas redes sociais:
“Policiais armados correm para a London Bridge. Está sendo evacuada com pessoas correndo”, diz um usuário do Twitter.
Um usuário publicou um vídeo com momentos de tensão em um restaurante na região da London Bridge:
Ataque anterior
O incidente deste sábado ocorre após o atentado de Manchester, que deixou 22 mortos e mais de 100 feridos na saída do show da cantora americana Ariana Grande. Em março, um ataque terrorista perto do Parlamento britânico deixou cinco mortos e 40 feridos. Um carro atropelou um grupo de pedestres na calçada da Ponte Westminster, perto do Big Ben, e o agressor saiu do carro e assassinou um policial a facadas. Ele foi morto a tiros pela polícia.
Trump defende seu decreto em meio à comoção por ataque
O presidente americano, Donald Trump, disse no Twitter que os EUA farão o que for possível para ajudar o Reino Unido. Também defendeu seu decreto que tenta vetar a entrada de viajantes de alguns países muçulmanos nos EUA.
“Precisamos ser espertos, vigilantes e duros. Precisamos que as cortes nos deem nossos direitos de volta. Precisamos do banimento de viagem como um nível extra de segurança!”, disse.
Fonte: G1
Nível de alerta para ataques segue crítico no Reino Unido; polícia prende mais dois suspeitos
Polícia britânica parou de compartilhar com os EUA informações sigilosas sobre o ataque. Número de feridos sobe para 116.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse na quinta-feira (25) que o nível de ameaça terrorista permanecerá em nível crítico. O nível de ameaça foi elevado ao máximo pela primeira vez em 10 anos depois do atentado em Manchester. Oito pessoas já foram presas por suspeita de relação com o ataque.
O estado crítico indica que há a possibilidade de um ataque iminente. “O nível de ameaça, avaliado pelo centro independente de análise de terrorismo, permanecerá crítico e o público deve permanecer vigilante”, disse May após uma reunião do comitê de resposta de emergência do governo, segundo a Reuters. Nesta manhã, um pacote suspeito chegou a mobilizar o esquadrão antibombas.
O atentado, que foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, deixou 22 mortos e 116 feridos no final do show de Ariana Grande, que atraiu milhares de crianças e jovens. O suicida, identificado como Salman Abedi, tinha 22 anos, era filho de imigrantes líbios e nasceu em Manchester.
O último balanço indica que o número de feridos passou de 64 para 116, de acordo com o serviço de saúde britânico. Desses, 75 permanecem internados em hospitais da região e 23 estão em estado grave. A Rainha Elizabeth visitou feridos no ataque no hospital infantil de Manchester.
Novas prisões
A polícia do Reino Unido informou nesta quinta que prendeu outros dois homens na região metropolitana de Manchester por suspeita de envolvimento com o atentado, subindo para oito – entre eles, um irmão de Abedi – o número de detidos no Reino Unido desde o início das investigações. As prisões desta quinta foram classificadas como “significativas”.
Rainha Elizabeth visitou feridos no ataque em hospital de Manchester, nesta quinta-feira (25) (Foto: Peter Byrne / Reuters )
Além das oito pessoas detidas em Manchester, o irmão mais novo de Abedi, Hashem Abedi, e o pai do autor do ataque, Ramadan Abedi, foram presos em Trípoli, na Líbia. Hashem planejava um ataque, segundo informou o porta-voz da força líbia que atua contra o terrorismo (Rada).
O governo britânico confirmou na quarta-feira (24) que Salman Abedi estava nos radares do serviço de inteligência britânico e a polícia de Manchester disse que ele fazia parte de uma rede. “Acho que está muito claro que estamos investigando uma rede”, afirmou Ian Hopkins. “E, como eu disse, continua em um ritmo. Há uma investigação extensa acontecendo pela grande Manchester enquanto falamos”.
A ministra britânica do Interior Amber Rudd confirmou que Salman Abedi voltou recentemente da Líbia. Gerard Collomb, do Interior da França, afirmou que ele tinha ligações com o grupo Estado Islâmico e “provavelmente” também visitou a Síria.
Vazamento de informações
A BBC informou que a polícia de Manchester deixou de compartilhar informações com as autoridades dos Estados Unidos após os vazamentos na imprensa de informações sigilosas, de acordo com a agência Efe.
Na quarta-feira (24), o jornal “New York Times” divulgou imagens do local do ataque, que deixou 22 mortos e 64 feridos, entre eles várias crianças, provocou um grande mal-estar entre as autoridades britânicas.
O conselho Nacional de Chefes de Polícia do Reino Unido considerou, em declarações divulgadas hoje pela imprensa local, que “prejudicam as investigações, a confiança das vítimas, dos testemunhas e seus familiares”.
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, vai se queixar ao presidente dos EUA, Donald Trump, dos vazamentos de informações, de acordo com a Efe.
(Foto: Editoria de Arte/G1)
Bomba ‘potente e sofisticada’
A bomba detonada no ataque era potente e sofisticada, segundo fotos da polícia britânica reveladas e analisadas nesta quarta pelo jornal “The New York Times”. A análise inicial da bomba, baseada em elementos fotografados e recolhidos na cena do crime, não permitem deduzir a quantidade ou o tipo de explosivo que compunha a carga, mas faz pensar que se tratava de um dispositivo artesanal fabricado depois de uma “profunda reflexão e com cuidado”, segundo o jornal americano.
O periódico publica com exclusividade fotos nas quais são vistos diferentes elementos do explosivo, do detonador a uma bateria, passando por fragmentos de uma mochila azul, pedaços de metal e de parafusos.
Estes elementos, analisados por pessoas especializadas em manejo de explosivos, e que foram consultadas pelo jornal, permitem deduzir que a bomba era “potente, dotada de uma carga ultrarrápida e que o projétil foi colocado com cuidado e metodicamente” para causar o maior dano possível.
Foto mostra o que homem bomba parece ter usado no ataque na Manchester Arena na última segunda-feira (21) (Foto: Handout / THE NEW YORK TIMES / AFP)
Escala em Düsseldorf
A polícia alemã afirmou nesta quinta que Abedi fez uma escala na cidade alemã de Düsseldorf antes do ataque, contradizendo informações divulgadas pela imprensa alemã, segundo a France Presse.
“Segundo as investigações, o suspeito fez uma escala no aeroporto de Düsseldorf para mudar [de avião]. Ele permaneceu um curto período de tempo na zona de trânsito”, indicou a polícia local sem fornecer maiores detalhes sobre a data ou local de chegada do jovem britânico de origem líbia.
O jornal alemão “Focus” havia indicado que os investigadores britânicos da Scotland Yard haviam entrado em contato com as autoridades alemães porque Salman Abedi teria pegado um voo Düsseldorf-Manchester, quatro dias antes do atentado.
Morador de rua que socorreu vítimas de ataque em Manchester recebe oferta de lugar para viver
Visto como ‘herói’, Chris Parker retirou estilhaços de vítimas e confortou mulher que morreu em seus braços.
Um morador de rua de Manchester foi chamado de “herói” depois de ajudar vítimas do ataque à bomba de segunda-feira em um ginásio da cidade. Ele retirou pregos dos braços e rostos de crianças feridas antes da chegada dos paramédicos.

Foto: BBCBrasil.com
Chris Parker, de 33 anos, também confortou uma menina de 8 anos gravemente ferida e uma mulher de cerca de 60 anos que morreu em seus braços. Ele disse a jornalistas locais que “não parou de chorar” desde então.
Parker pedia esmola no saguão da Manchester Arena quando ocorreu a explosão – deixando 22 mortos e 64 feridos.
Depois que a notícia sobre suas ações se tornou viral, acabou recebendo uma oferta de moradia, feita por Dave Sullivan, filho de um dirigente do time de futebol West Ham, de Londres.
“Estamos falando com uma organização de caridade e eles vão facilitar isso. Só queria ajudá-lo, fazer algo por ele, já que ele está ajudando tanta gente”, disse Sullivan à rádio BBC 5 Live.
Parker nega, no entanto, que suas ações tenham sido fruto de heroísmo.
“Há muitas pessoas boas em Manchester. Outro dia, uma mulher e um homem gastaram 100 libras (cerca de R$ 420) em equipamento de camping para mim. Não se trata só de receber, mas de dar algo de volta para a comunidade que está me ajudando também”, disse à BBC.
“Pessoas vieram apertar minha mão e me chamar de herói, mas eu não sou herói. Estou fazendo algo que qualquer pessoa faria, especialmente quando há crianças envolvidas e as pessoas estão feridas e precisam de ajuda. Gosto de pensar que qualquer pessoa faria o mesmo.

Foto: BBCBrasil.com
Mãe
O paradeiro de Chris Parker surpreendeu sua mãe, Jessica, que não o via pessoalmente havia cinco anos. “Eu não sabia que ele estava sem ter onde morar”, disse à BBC.
Ela viu o filho, que acreditava estar vivendo com a namorada, no noticiário, e está tentando contatá-lo.
“Só quero voltar a entrar em contato, ajudá-lo e dar apoio. Ele teve uma vida problemática, mas, no fundo, tem um coração bom e é muito corajoso.”
Chris disse à BBC que “não tem sido muito esperto com sua saúde”, mas não esclareceu quais são seus “problemas”.
Jessica Parker, que vive em Norfolk, disse que iria a Manchester para procurar pelo filho.
“Eu estou muito preocupada com ele. Quero que ele entre em contato, mas se ele não me quiser lá, tudo bem”, afirmou.
Além da casa que lhe foi oferecida, Parker também deve receber mais de 34 mil libras (cerca de R$ 144 mil) arrecadadas em uma campanha organizada pela internet para ajudá-lo
Fonte: G1
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