Enquanto São Paulo e Rio de Janeiro têm as menores taxas de candidatos por vagas, Recife é a cidade mais difícil para se encontrar um emprego no Brasil. A relação candidatos por vagas nas cidades da região Sudeste é de 13, sendo que na capital pernambucana, é de 110. Segundo o site de buscas Adzuna.com.br, empresas abriram mais de 200 mil vagas pelo Brasil. Mas, onde e em que setores elas se encontram?

O levantamento aponta que a região Sudeste está contratando mais – inclusive, pagando melhor. Confira abaixo a relação candidatos por vagas e o total de oportunidades das cidades pesquisadas:

Cidades Número de vagas por candidatos Total de vagas
*Adzuna.com.br
Recife (PE) 110 991
Salvador (BA) 100 1.513
Belo Horizonte (MG) 22 5.281
Porto Alegre (RS) 17 4.657
São Paulo (SP) 15 45.687
Rio de Janeiro (RJ) 13 20.807

Os salários
Segundo o estudo, profissionais do setor de Mineração devem prestar atenção em Belo Horizonte, onde o salário médio do setor é de R$ 3.987 por mês – 45% superior à média nacional. Já a capital do Espírito Santo, Vitória, é uma boa região para empregos ligados ao setor de Petróleo e Gás, apontou o estudo.

A média de salários anunciados permaneceu estável este ano, informou a Adzuna. Salários em cidades como Brasília, Fortaleza e Campinas têm mostrado novas oportunidades para os profissionais de fora do eixo RJ-SP, com salário médio em torno de R$ 2.580 por mês.

Por outro lado, Joinville, Curitiba e Guarulhos estão entre os salários mais baixos anunciados no Brasil, em torno de R$ 1.695 ao mês. Confira a média salarial das cidades pesquisadas:

Cidades Médias salariais (por mês)
*Adzuna.com.br
Brasília (DF) 3.135
Fortaleza (CE) 2.473
Rio de Janeiro (RJ) 2.210
Campinas (SP) 2.127
São Paulo (SP) 2.094
Caxias do Sul (RS) 1.889
Porto Alegre (RS) 1.795
Guarulhos (SP) 1.780
Curitiba (PR) 1.695
Joinville (SC) 1.608

Setores aquecidos
O Brasil possui o maior mercado de internet na América Latina, com mais de 78 milhões de pessoas on-line. No ano passado, informou a pesquisa, houve mais de 180 mil empregos criados no setor de TI (Tecnologia da Informação), com um salário médio de R$ 3.379 por mês – 64% superior ao salário médio nacional.

Construção e a área Financeira são os principais setores de contratação a nível nacional, com mais de 130 mil empregos anunciados em 2013. O maior crescimento no número de vagas de emprego pode ser visto nos setores de TI, Engenharia e de Saúde, apresentando cerca de 20 mil novas oportunidades de trabalho por mês.

Em relação à sua população, Rio de Janeiro é a principal cidade do País em termos de recrutamento para TI e Vendas. Por outro lado, oferece poucas oportunidades para assistentes de Varejo e trabalhos de estocagem de bens.

Ainda de acordo com o levantamento, São Paulo encabeça a lista para Finanças e empregos em Catering (que promove serviços alimentares em lugares remotos). Fortaleza é forte para vagas em Vendas e no ramo industrial, enquanto que Porto Alegre e Curitiba são fortes em TI, Vendas e cargos administrativos.


Fonte: Yahoo

O mercado de trabalho brasileiro é o que diferencia o País de grandes economias europeias, apesar de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ter ficado em patamares semelhantes ao dessas economias em 2012, apontou Marcelo Neri, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo Neri, a força do emprego no País mostra que os brasileiros estão melhores do que o próprio Brasil.

“Se o PIB é um retrato do Brasil, o mercado de trabalho é um bom retrato do brasileiro. A conclusão é que os brasileiros estão melhor que o Brasil”, afirmou o presidente do Ipea. “O pibinho não chegou ao bolso do trabalhador”, acrescentou. Neri lembrou que, de acordo com os dados do IBGE, a economia brasileira cresceu 0,9% em 2012, enquanto a massa de salários teve um aumento de 6,3% no ano.

O economista disse que as empresas estão reticentes a demitir, porque o mercado está apertado, o que favorece os empregados, que ganham maior poder de barganha. “O mercado de trabalho vem surpreendendo há alguns anos. Talvez 2012 tenha sido o ápice dessa surpresa”, cogitou Neri, lembrando que houve redução no desemprego, aumento na taxa de atividade, elevação dos salários e jornada em queda.

Na avaliação do presidente do instituto, o mercado de trabalho hoje é um “baluarte” do País, mesmo que os aumentos reais de salários não sejam acompanhados por ganhos de produtividade de empresas. “Se o mercado de trabalho desandar, aí sim várias coisas podem desandar na economia”, previu.

O mercado de trabalho registrou um “ótimo desempenho” em 2012, segundo o boletim Mercado de Trabalho, Conjuntura e Análise divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).

De acordo com o órgão, a elevação do rendimento dos trabalhadores, combinada “aos níveis historicamente baixos” das taxas de desemprego e de informalidade “são fatores de destaque”. O resultado foi positivo apesar da “alta” taxa de atividade (que representa pessoas procurando emprego, de 57,3%). Em 2011, a taxa de atividade ficou em 57,1%.

Segundo Carlos Henrique Corseuil, um dos responsáveis pelo levantamento, chama atenção a desaceleração na queda do desemprego e da informalidade em dezembro do ano passado, contribuindo para um resultado positivo no fim de 2012.

Os dados do boletim apontam que a taxa de desocupação fechou dezembro em 4,6%, influenciando a média de 5,5% em 2012 – a menor média anual desde 2002.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou estudo  fazendo um apelo aos países do G-20 – as 20 principais economias do mundo – para a adoção de políticas de criação de empregos. Segundo a entidade, que em seu relatório elogia medidas adotadas pelo Brasil, o fato de o desemprego estrutural no G-20 estar ainda mais elevado que no momento pré-crise econômica de 2008 é preocupante. Para a entidade é necessário ampliar essas políticas para haver um crescimento econômico “robusto, sustentável e equilibrado”.

“Estou convencido de que se pode fazer mais. A experiência demonstra que se podem obter altos níveis de emprego e crescimento inclusivo através de uma bem elaborada combinação de políticas de apoio macroeconômico e de emprego, de políticas de mercado laboral e de proteção social planejadas para estender os benefícios do crescimento”, disse o diretor geral da OIT, Guy Ryder.

O estudo intitulado “Perspectivas a curto prazo e principais desafios para o mercado de trabalho nos países do G20” foi divulgado em Moscou, onde se realiza uma reunião dos países do grupo. A pesquisa cita estudo de 2010 com alguns exemplos de êxito na geração de empregos e destaca algumas medidas adotas pelo governo brasileiro.

Entre elas, a melhora do nível de cobertura dos salários mínimos, a ampliação da cobertura dos sistemas de proteção social, a concessão de subsídios para a contratação de pessoas de grupos vulneráveis e o aumento do nível de investimento em infraestrutura para promover crescimento econômico e produtividade a médio e longo prazos e facilitar a criação de emprego a curto prazo.

De acordo com o diretor da OIT, o desemprego em “níveis inaceitavelmente altos” é um desafio ainda maior devido à revisão para baixo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) das perspectivas de crescimento econômico global para este ano e o próximo. “Isto significa que nas atuais circunstâncias não podemos esperar melhoras significativas na situação do emprego, a menos que os países adotem políticas mais ambiciosas para enfrentar o déficit de postos de trabalho”, disse.

Segundo dados da OIT e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o desemprego aumentou na metade dos países do G-20 e caiu um pouco na outra metade. Segundo o estudo, a taxa de desemprego está ainda mais alta entre os jovens, que também tiveram a sua taxa de participação nos mercados laborais declinada, com consequências preocupantes a longo prazo.

De acordo com o dirigente da OIT, o momento para os países do G-20 é de tomar novas medidas coletivas para garantir a manutenção do emprego em seus territórios. “O G-20 conseguiu sua legitimidade em 2009 mediante uma ação coletiva audaz e eficaz. Estamos outra vez em um momento em que o G-20 deve atuar de maneira audaz e decisiva para reverter a situação dos mercados laborais. O mundo está esperando que o G-20 faça um acordo em torno de um quadro político ambicioso e coordenado que possa estimular a criação de mais e melhores empregos”, concluiu Ryder.

Fonte: IPEA e OIT