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Fonte: Youtube

Milhares de palestinos recebem neste domingo em Ramala o presidente Mahmoud Abbas em sua chegada de Nova York, onde na quinta-feira obteve o reconhecimento da Palestina como Estado observador da ONU.

O líder palestino foi recebido em um ambiente de festa e com centenas de bandeiras palestinas, em uma praça repleta de militantes de todas as facções, muitos deles com cartazes com sua imagem e a do presidente Yasser Arafat.

Abbas, que há tempos se via eclipsado pelas conquistas do movimento islamita Hamas em relação a Israel, defendeu em seu discurso a união nacional, que descreveu como o “passo a seguir” de suas gestões para obter a independência. O político também lembrou o apoio majoritário da comunidade internacional à causa palestina e às “pressões” que precederam a votação na ONU para que mudasse o texto da resolução.

Abbas foi recebido com um tapete vermelho na entrada para o Muqataa, sede do governo palestino, e toda a área foi cercada por dezenas de milhares de palestinos em festa, agitando bandeiras e cantando. “Agora temos um Estado”, disse Abbas aos palestinos em Ramala.

Mulheres vestidas com o traje tradicional palestino de bordados vermelhos e uma ou outra com uma recriação da bandeira nacional, completavam um cenário com o qual o movimento Fatah fez sua demonstração de força. Ahla, uma jovem vinda de Belém, qualificou o momento como “muito importante”, e que com sua presença queria “agradecer” a Abbas pelo reconhecimento da Palestina.

Por sua vez, Jaafar Abdallah, funcionário do Ministério do Interior da Autoridade Nacional Palestina, disse que este “é um momento histórico” para os palestinos. “Embora chegue tarde, o fato de que após 65 anos o mundo tenha reconhecido nossos direitos é uma questão de justiça”, acrescentou, com a esperança de que “a ONU funcione agora de forma diferente e interrompa todas as ações de guerra de Israel contra o povo palestino”, defendeu.

Em 29/11/12, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que concedeu à Palestina o status de Estado observador não-membro, apesar da oposição dos Estados Unidos e de Israel, que respondeu anunciando o projeto de construir 3 mil novas casas nos assentamentos da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Em novembro de 2011, Israel já havia acelerado a construção de assentamentos na Cisjordânia, ocupada após a adesão da Palestina como membro pleno da Unesco.

Com a participação de 300 entidades de toda a parte do mundo, que realizaram cerca de 160 atividades, o Fórum Social Mundial Palestina Livre, terminou, em 1/12/12, em Porto Alegre, com um documento que pouco difere da carta de referência elaborada antes do evento, na qual, de forma generalizada e pouco específica, rejeitam a ocupação, defendem os diretos de palestinos voltarem a territórios ocupados por Israel e pedem o boicote de produtos oriundos de regiões ocupadas.

A organização, no documento, pediu ainda a condenação de Israel por crimes de guerra, referindo-se ao conflito recente entre palestinos e israelenses que mataram quase 200 pessoas de ambos os lados até a assinatura de um cessar fogo negociado no Egito. “Um ataque de Israel à Faixa de Gaza onde mataram 167 palestinos em sua maioria mulheres e crianças. Repudiamos essa agressão e exigimos a condenação de mais esse crime contra a humanidade”, diz trecho do documento lido na ultima assembleia do Fórum.

Os participantes ainda comemoraram o reconhecimento da Palestina como Estado observador na ONU, como um primeiro passo na luta contra a ocupação israelense. “Recebemos com esperança um futuro de paz, o reconhecimento da ONU do Estado Palestino, e a reparação de uma injustiça histórica”.

Ademais, o documento lido reitera o apoio as organizações que lutam pela causa palestina, e pede o boicote comercial de produtos israelenses produzidos em locais onde estavam localizadas vilas palestinas ocupadas posteriormente após a ocupação.

“Reafirmamos que o termo de referencia com um documento que sintetiza os conceitos de solidariedade aos palestinos a serem desenvolvidos no próximo período”, finaliza o documento.

Pouco antes da leitura do documento, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, reiterou, a posição do Brasil de apoiar a resolução da ONU, e disse que a volta do Brasil ao Conselho de Diretos Humanos da ONU vai trabalhar para construção de diretos do povo palestino.

“O Brasil acredita que é dessa forma que construiremos a paz, a solidariedade é a forma pela qual nos movemos no cenário internacional, acreditamos, portanto, que o retorno do nosso País Conselho de Diretos Humanos das Nações Unidas vai atuar em conjunto com outros países pela construção de diretos do povo palestino, como compromisso mundial”, afirmou, de forma meio improvisada, em meio aos participantes do evento.

O Fórum, que teve intensa participação de entidades de esquerda, foi muito criticado por organizações judaicas, que se disseram excluídas do encontro. A representação diplomática israelense no Brasil, disse que o Fórum estimularia o terrorismo no Oriente Médio.

 Durante o evento , o embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, disse que é “uma vitória da verdade e da justiça” a concessão do status de Estado observador na Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada há dois dias na Assembleia Geral.

Diante das ameaças de retaliações dos norte-americanos, Alzeben indaga: “O que os Estados Unidos ganham em complicar ainda mais a vida dos palestinos adotando sanções?”. O embaixador elogiou a atuação do Brasil e disse confiar no apoio brasileiro para a criação do Estado independente da Palestina.

Pergunta Na prática o que representa o status de Estado observador na ONU?

Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben: É uma vitória da verdade e da justiça. É o anúncio de uma nova Palestina e de um novo Israel. Estamos satisfeitos com a posição da grande maioria da comunidade internacional [138 votos a favor, nove contra e 41 abstenções], demonstrando que é possível o convívio positivo que defendemos. Ocorreu o que nós sempre acreditamos e defendemos.

P: O Brasil foi um dos países que mais fez campanha para os palestinos, o senhor acredita que é possível ampliar a contribuição brasileira?

IMKA: Agora, com a resolução [sobre a concessão do status de Estado observador], o terreno está preparado e é mais favorável para outras negociações. É uma satisfação para nós ter o Brasil a nosso favor. O Brasil pode participar de maneira mais intensa na comunidade internacional e em favor do direito internacional.

P: Com essa decisão na ONU, há ambiente para retomar as articulações em busca de um acordo de paz com os israelenses?

IMKA: Do nosso lado, estamos preparados para retomar as negociações e em plena disposição para negociar. Queremos voltar para a mesa de negociações e aguardamos isso. O nosso desejo é a existência de dois Estados, o da Palestina e o de Israel, em plena convivência.

P: Mas há ameaças, por exemplo, dos norte-americanos de adotarem medidas proibindo o comércio e repasses para a região da Faixa de Gaza. O senhor não teme isso?

IMKA: O mundo não se limita aos Estados Unidos. O mundo é representado pela comunidade internacional, que nos apoia na sua maioria na ONU e, dessa forma, deve ser feita uma leitura positiva sobre a resolução aprovada. O que os Estados Unidos ganham em complicar ainda mais a vida dos palestinos adotando sanções?

P: O senhor calcula que esteja próxima a criação de um Estado independente?

IMKA: A aprovação da resolução foi um passo fundamental. Nós tentamos isso no passado [há dois anos], sem sucesso, pois lamentavelmente a intransigência venceu. Fazemos um chamado ao governo dos Estados Unidos para que se alie à maioria da comunidade internacional em favor do direito internacional [e pela] criação do Estado independente da Palestina

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Fonte: Youtube

Após o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que entrou em vigor em 21/11/12, ambos os lados afirmam ter alcançado seus objetivos nos confrontos, que duraram oito dias e deixaram mais de 160 mortos – cinco deles no lado israelense.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que decidiu aceitar a “recomendação” do presidente americano Barack Obama para um cessar-fogo depois que o país “alcançou” seus objetivos com a operação militar denominada Coluna de Nuvem. De acordo com o governo israelense os objetivos eram “restaurar a tranquilidade ao sul do país e recuperar o poder de dissuasão frente ao Hamas”.

O acordo, mediado pelo presidente egípcio, Mohammed Mursi, garante que os grupos palestinos irão parar de lançar foguetes contra o território israelense. Israel, por sua vez, se compromete a suspender os ataques à Faixa de Gaza e a possibilitar a abertura das passagens terrestres, tanto entre Israel e o território palestino, como a passagem entre Gaza e o Egito, em Rafah.

O elemento principal no acordo, que havia sido rejeitado por Israel no inicio da negociação, mas acabou sendo incluído, consiste na vinculação do cessar-fogo com a abertura do bloqueio imposto à Faixa de Gaza. Após fortes pressões do governo americano, Netanyahu aceitou os termos do acordo e mandou suspender os planos de uma invasão terrestre à Faixa de Gaza.

Fracasso e resistência
O líder do Hamas, Haled Mashal, declarou que “a ofensiva israelense fracassou”. Em anúncio após o cessar-fogo Mashal disse que “oito dias de combates obrigaram os lideres do inimigo a se render às nossas condições. A grande destruição que causaram não altera o fato de que a resistência venceu”. Mashal também disse que “a conclusão é que a opção da resistência é a vitoriosa”.

Fatah e Hamas
Há uma unanimidade de opinião entre analistas, tanto em Israel como nos territórios palestinos, de que o principal perdedor da última onda de violência é Mahmoud Abbas, o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), assim como do Fatah, força política que governa a Cisjordânia.

Considerado um movimento radical islâmico por Israel e os Estados Unidos, o Hamas passou a governar a Faixa de Gaza em 2007, e ao contrário do Fatah, não é reconhecido como um interlocutor para as conversas de paz.

Abbas, que simboliza a estratégia de negociação com Israel e que lidera o movimento que apostou no processo de paz, ficou à margem dos acontecimentos, enquanto o grupo islâmico Hamas, que se opõe à existência de Israel, tornou-se o principal protagonista do lado palestino. Durante esses oito dias de confrontos o Hamas ganhou legitimidade internacional, e Israel realizou negociações com o grupo, implicitamente o reconhecendo como governo na Faixa de Gaza.

Sufian Abu Zeida, um dos líderes do Fatah, que foi obrigado a fugir da Faixa de Gaza em 2007, quando o Hamas tomou à força o poder na região, expressou indignação com a atitude de Israel em entrevista ao Canal 10 da TV israelense. “Abu Mazen (Mahmoud Abbas) vocês humilham e ignoram, mas o Hamas, que nem reconhece a existência de Israel, vocês respeitam e com eles vocês negociam”, afirmou.

De acordo com a jornalista Amira Hass, em artigo no diário israelense Haaretz, o Hamas conseguiu “manobrar a Faixa de Gaza como uma entidade separada, que se abrirá para o mundo árabe e islâmico”. “Como parte da Irmandade Muçulmana, o Hamas consegue devolver a questão palestina ao foco da atenção internacional e também atua como uma força regional cuja opinião e capacidade deve ser levada em consideração”, afirma Hass

Fonte: BBC