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Fonte: Youtube
A França e os Estados Unidos reforçaram em 19/9/12 a segurança de embaixadas e escolas em meio a temores de que as caricaturas de Maomé publicadas em uma revista francesa aticem a violência que agita o mundo muçulmano por causa de um filme ofensivo ao Islã.
Mais de 30 pessoas morreram desde a semana passada nos ataques e manifestações desencadeados pela difusão na internet de trechos do filme “A inocência dos muçulmanos”, incluindo 12 mortos em um atentado suicida praticado na terça-feira no Afeganistão por uma mulher.
A França tomou “medidas de segurança especiais” para proteger suas embaixadas, depois da publicação da caricatura do profeta dos muçulmanos na revista Charlie Hebdo, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius.
Na sexta-feira (14/9) – dia de oração para os muçulmanos, com frequência seguida de protestos – a França fechará suas sedes diplomáticas, instituições culturais e escolas em cerca de vinte países.
Na Tunísia, os colégios permanecerão fechados de 19 a 24/9/12
O partido islamita tunisiano Ennahda argumentou que os muçulmanos têm o “direito de protestar” pacificamente, depois da publicação das caricaturas.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, também anunciou medidas especiais para proteger as embaixadas dos Estados Unidos, principal alvo da ira provocada pela difusão do filme sobre Maomé considerado ofensivo, produzido nesse país.
No Paquistão, o governo decretou feriado nacional em homenagem ao profeta Maomé em 21/9/12
No leste do Afeganistão, cerca de mil pessoas bloquearam a estrada para Cabul gritando “Morte aos Estados Unidos” e “Morte aos inimigos do Islã”.
A revista satírica francesa Charlie Hebdo, com seu habitual estilo provocador, entrou de cabeça na polêmica, zombando tanto do filme quanto da intolerância religiosa, com caricaturas que, em dois casos, mostram o Maomé nu.
A primeira edição teve seus exemplares esgotados e, à tarde, a revista anunciou uma segunda tiragem.
A polícia reforçou a segurança nos arredores da redação da Charlie Hebdo, em Paris, que já teve escritórios incendiados em novembro de 2011, logo após a publicação de um número que zombava da sharia, a lei islâmica.
Caricaturas que joga lenha na fogueira
A Al-Azhar, principal autoridade do islã sunita, com sede no Cairo, condenou a publicação dessas caricaturas.
“A Al-Azhar e todos os muçulmanos rejeitaram categoricamente a insistência de uma revista francesa em publicar caricaturas que atentam contra o Islã e seu profeta”, disse o xeque da Al-Azhar, Ahmed al Tayeb.
O jornal do Vaticano, L’Osservatore romano, afirmou que a publicação dessas caricaturas é uma “iniciativa discutível” que “joga lenha na fogueia”.
“No momento em que tentamos, a duras penas, reduzir a tensão no mundo islâmico em razão do filme ‘A inocência dos muçulmanos’, corremos o risco, hoje, de abrir de uma nova frente de protesto”, indicou o jornal.
O governo socialista francês precisa agora equilibrar os princípios republicanos da liberdade de expressão com os imperativos de sua diplomacia e as suscetibilidades de sua comunidade muçulmana, a maior da Europa, de cerca de cinco milhões de fieis.
“Na França, o princípio é a liberdade de expressão e não é preciso miná-lo, mas, neste contexto, levando em conta esse filme estúpido, esse vídeo absurdo que foi divulgado, há uma grande comoção em muitos países muçulmanos”, disse Laurent Fabius.
“É pertinente e inteligente colocar mais lenha na fogueira? A resposta é não”, acrescentou o ministro, pedindo equilíbrio.
O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault lembrou que a França é “um país onde as leis são respeitadas” e que se alguém considera que houve infrações à lei, pode apresentar uma denúncia.
Um ataque que matou pelo menos 12 pessoas em 18/9/12 em Cabul e reivindicado por rebeldes afegãos foi a resposta mais violenta contra o filme anti-islã, cujos produtores foram acusados de incitamento ao ódio no Egito.
O grupo Hezb-e-Islami, a segunda maior formação de insurgentes afegãos atrás do talibã, reivindicou a responsabilidade pelo ataque suicida em um micro-ônibus em uma estrada para o aeroporto de Cabul, que matou oito sul-africanos, um quirguiz e três afegãos.
O Hezb-e-Islami alega ter praticado o ataque em resposta ao filme de baixo orçamento produzido nos Estados Unidos, “A inocência dos muçulmanos”, que apresenta o profeta Maomé como um bandido com práticas desviantes.
O Procurador-Geral do Egito se comprometeu nesta terça-feira a processar sete coptas egípcios que vivem nos Estados Unidos e que são suspeitos de envolvimento na produção e distribuição do filme anti-Islã, que provocou uma onda de violência, com um registro de 31 mortos na última semana no mundo muçulmano.
Os sete homens – Morris Sadek, Nabil Bissada, Esmat Zaklama, Elia Bassily, Ihab Yaacoub, Jack Atallah e Adel Riad- são acusados de “insultar o Islã, insultar o profeta (Maomé) e incitar o ódio religioso”, segundo um comunicado da Procuradoria-Geral, que ainda não definiu uma data para o julgamento.
A família de Nakula Basseley Nakula, o produtor do filme, foi retirada na segunda-feira do subúrbio de Los Angeles pela polícia para ser levada a um local desconhecido para encontrá-lo.
Um ímã salafista egípcio também lançou uma fatwa, pedindo a morte de todos os protagonistas do filme, de acordo com o centro americano de monitoramento de sites islâmicos SITE.
Manifestações no Cairo contra o filme divulgado na internet abafaram as discussões sobre a redução da dívida egípcia com os Estados Unidos para um bilhão de dólares, considerou o Washington Post.
Essas discussões são destinadas a prestar uma assistência econômica fundamental ao novo governo egípcio, controlado pela Irmandade Muçulmana e que enfrenta enormes desafios econômicos após a revolta de 2011, que pôs fim ao reinado do presidente Hosni Mubarak.
Mas, de acordo com membros do governo americano citados pela imprensa dos Estados Unidos, o Egito não deve esperar para receber uma ajuda substancial – pelo menos não antes da eleição presidencial de 6 de novembro.
Filme anti-islamismo desencadeia protestos contra EUA
Na última terça-feira, 11 de setembro, protestos irromperam em frente às embaixadas americanas do Cairo, no Egito, e de Benghazi, na Líbia, motivados por um vídeo que zombava do islamismo e de Maomé, o profeta muçulmano. No primeiro caso, os manifestantes destroçaram a bandeira estadunidense; no segundo, os ataques chegaram ao interior da embaixada, durante os quais morreram, entre outros, o embaixador e representante de Washington, Cristopher Stevens
Os protestos se disseminaram-se contra embaixadas americanas em diversos países da África e do Oriente Médio. Sexta, 14 de setembro, registrou o ápice da tensão, quando eventos foram registrados em Túnis (Tunísia), Cartum (Sudão), Jerusalém (Israel), Amã (Jordânia)e Sanaa (Iêmen). No Cairo, as manifestaçõe têm sido quase diárias. No dia 17, Afeganistão e Indonésia também tiveram protestos.
O vídeo que desencadeou esta onda de protestos no mesmo dia em que os Estados Unidos relembravam os atentados terroristas de 2001 traz trechos de Innocence of Muslims, filme produzido nos Estados Unidos sob a suposta direção de Nakoula Basseky Nakoula. Ele seria um cristão copta egípcio residente nos Estados Unidos, mas sua verdadeira identidade e localização ainda são investigadas. O filme, de qualidades intelectual e cultural amplamente questionáveis, zomba abertamente do Islã e denigre de a imagem de Maomé, principal nome da tradição muçulmana.
A Casa Branca lamentou o conteúdo do material, afirmou não ter nenhuma relação com suas premissas e ordenou o reforço das embaixadas americanas. No dia 15 de setembro, a Al-Qaeda emitiu um comunicado no qual afirmava que a ação em Benghazi foi uma vingança
O chefe do movimento libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, convocou os muçulmanos do Líbano a protestar contra o filme que satiriza o profeta Maomé com manifestações a partir desta segunda-feira.
“Mostrem ao mundo inteiro nossa ira e nossa voz, nesta segunda-feira e nos dias seguintes”, declarou o líder do poderoso movimento xiita em discurso transmitido pela Al Manar, a TV do Hezbollah.
Nasrallah convocou um protesto nesta segunda-feira para o subúrbio sul de Beirute, na quarta-feira para a cidade de Tiro (sul), na sexta em Baalbeck (leste), no sábado em Bent Jbeil (sul) e no próximo domingo para Bekaa.
O líder do movimento xiita se dirigiu aos muçulmanos de todo o mundo pedindo que reajam ao filme que descreveu como “o pior ataque contra o Islã, pior ainda que ‘Os versos satânicos’ (livro de Salman Rushdie publicado em 1988), que a queima de exemplares do Alcorão no Afeganistão ou as caricaturas do profeta Maomé” publicadas por um jornal dinamarquês.
Hassan Nasrallah prometeu que “os que escreveram, dirigiram e produziram este filme serão castigados; não importa onde estejam, ninguém poderá protegê-los”.
O filme “A Inocência dos Muçulmanos”, produzido nos Estados Unidos e que mostra o profeta Maomé como imoral e brutal, provocou violentos protestos diante das representações diplomáticas americanas no Cairo e em Benghazi na terça-feira passada, que depois se espalharam a outros países.
Em Benghazi, o protesto deu lugar a um ataque com armas pesadas contra o consulado dos EUA que matou quatro funcionários americanos, inclusive o embaixador Chris Stevens.
Na sexta-feira, o principal dia de oração do Islã, os protestos sacudiram Iraque, Irã, Iêmen, Egito, Síria, Marrocos, Argélia, Tunísia, Sudão e Líbano, além de vários países muçulmanos na Ásia, deixando ao menos doze manifestantes mortos.
No sábado, a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) convocou os muçulmanos a seguir atacando as representações diplomáticas e interesses dos Estados Unidos em todo o mundo para protestar contra o filme.
Neste domingo, o presidente do Congresso Nacional Líbio, Mohammed al-Megaryef, disse à rede de televisão CBS que o ataque contra o consulado em Benghazi foi realizado por estrangeiros.
“Foi premeditado e, definitivamente, planejado por estrangeiros, por gente que entrou no país há alguns meses”, afirmou Al-Megaryef, ao anunciar a prisão de 50 pessoas por envolvimento no ataque.
Já a diplomata americana nas Nações Unidas, Susan Rice, estimou que a ação em Benghazi “foi uma reação espontânea, sem premeditação, ao protesto iniciado no Cairo, onde horas antes havia ocorrido uma violenta manifestação contra este vídeo extremamente chocante”.
“Pensamos que um pequeno grupo foi ao consulado imitando o que ocorreu no Cairo (…) e parece que extremistas fortemente armados aproveitaram a situação”, disse Rice à rede de televisão ABC.
“Não vemos neste momento sinais de um plano coordenado, de ataque premeditado” contra os interesses dos Estados Unidos, concluiu Rice.
Fontes: Yahoo e Correioweb
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