O partido de direita Nova Democracia venceu as eleições legislativas em 17/6/12, na Grécia, e propôs um “governo de união nacional” para sair da crise econômica e manter o país na zona do euro.

O líder da Nova Democracia, Antonis Samaras, pediu a “todas as forças políticas que se unam em torno do objetivo de manter o país no euro (…) formando um governo de união nacional”. A Grécia “não pode perder mais um minuto”.

O chefe da esquerda radical, Alexis Tsipras, admitiu a derrota e negou a participação do seu grupo no eventual governo de união nacional.

“Telefonei a Samaras para lhe cumprimentar, ele pode formar um governo”, disse Tsipras, cujo partido chegou na segunda posição neste domingo. “Vamos ficar na oposição e representar a maioria do povo contra o memorando” de rigor fiscal imposto por UE-FMI.

Já o líder dos socialistas do Pasok, Evangélos Vénizélos, condicionou a participação do seu partido em um governo de união nacional a uma presença ampla da esquerda, incluindo os radicais de Tsipras.

“Um governo de responsabilidade nacional supõe a participação de todas as forças da esquerda”, incluindo os radicais do Syriza.

Após a apuração de 85% das urnas, os conservadores da Nova Democracia obtinham 29,96% dos votos, garantindo 130 das 300 cadeiras do Parlamento. A esquerda radical no partido Syriza chegava na segunda posição, com 26,65% e 71 cadeiras, e os socialistas do Pasok apareciam em terceiro, com 12,46% dos votos e 33 cadeiras.

A diferença entre o percentual de votos e o número de cadeiras se deve ao fato de que a Constituição grega atribui 50 cadeiras suplementares ao partido vencedor das eleições.

As eleições deste domingo foram polarizadas entre a Nova Democracia, sob a promessa de “sair da crise, mas não do euro”, e a esquerda radical, que exige a renegociação do pacto de austeridade, após defender seu abandono total.

A dirigente da direita Dora Bakoyannis foi a primeira a proclamar a vitória da Nova Democracia: “somos o primeiro e chegou a hora de formar um governo de união nacional para sair da crise”.

A Nova Democracia afirma ser o “fiador” da permanência da Grécia na zona do euro, mas quer “renegociar” o memorando do plano de ajuste acertado com União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

O memorando permitiu ao país obter um socorro financeiro para evitar a falência.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, reagiu aos resultados afirmando que seu país está disposto a discutir os prazos necessários para a aplicação das reformas na Grécia.

“Não deve haver mudança substancial nos compromissos” assumidos pela Grécia com seu programa de reformas, mas “posso imaginar, sem problemas, uma negociação sobre novos prazos”.

Para justificar esta flexibilidade, o ministro destacou que a Grécia viveu “uma paralisia política nas últimas semanas devido às eleições”. “Os cidadãos comuns não podem ser punidos, especialmente porque já suportaram cortes drásticos”.

“Estamos dispostos a assumir a solidariedade na Europa, mas não podemos aceitar a anulação dos compromissos assumidos”.

Até o momento, o governo alemão se manteve inflexível sobre o programa de reformas negociado por Atenas com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca do socorro financeiro, tanto em relação ao conteúdo quanto aos prazos decretados.

A chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou para Antonis Samaras para cumprimentá-lo “pelo bom resultado nas eleições (…) e declarou que parte do princípio de que a Grécia respeitará seus compromissos europeus”, informou um comunicado do serviço de imprensa em Berlim.

O ministro belga das Relações Exteriores, Didier Reynders, foi no mesmo sentido ao destacar que “existe a possibilidade de diálogo” sobre a revisão dos prazos, mas “não queremos dar um cheque em branco” à Grécia.

“A Europa está aberta ao diálogo com a Grécia (…). Sempre é melhor ter pela frente gente que deseja negociar”.

Os presidentes da UE e da Comissão Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Barroso, esperam “a rápida formação de um novo governo na Grécia” que coloque o país no caminho do crescimento e cumpra com o plano de austeridade acertado com Bruxelas.

“Continuaremos apoiando a Grécia como membro da família UE e da zona euro. Estamos dispostos a manter nossa assistência”. “O segundo programa de ajuste econômico acertado é a base sobre a qual vamos construir para favorecer o crescimento, a prosperidade e o emprego para o povo grego”, destacaram Van Rompuy e Barroso em um comunicado conjunto.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) assinalou sua disposição de trabalhar com o novo governo grego para “ajudar a Grécia a atingir seu objetivo de restaurar a estabilidade financeira, o crescimento econômico e o emprego”.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, destacou a vitória de Samaras e disse que o presidente americano, Barack Obama, acredita que é do interesse do todos que a Grécia permaneça na zona do euro.

“Felicitamos o povo grego pela condução das eleições neste momento difícil (…) e esperamos que levem rapidamente à formação de um novo governo que possa enfrentar os desafios econômicos”.

 
 

As eleições  da França e Grécia, em Maio, deram os rumos para as principais  bolsas mundiais. Na Europa, por exemplo, os índices encerraram em alta, sentido  os efeitos da elevação dos papéis de empresas francesas, apesar do sentimento de  incerteza gerado no país grego, por conta dos problemas para lidar com a  dívida.

Na BM&FBovespa, o movimento acompanhou a trajetória dos mercados  internacionais, oscilando entre ganhos e perdas, porém ganhando força após  superadas as incertezas com os novos governos europeus.

Enquanto isso, no campo das matérias primas, o preço do barril do  Brent para entrega em junho fechou nesta segunda-feira praticamente estável na  Bolsa Intercontinental de Futuros de Londres (ICE Futures), em leve queda de  0,01%, cotado  a US$ 113,16.

O preço máximo negociado hoje foi de US$ 113,38 por barril, e o mínimo, de  US$ 110,34, em um dia marcado pelo clima de incerteza após as eleições na França  e na Grécia.

A vitória do socialista François Hollande nas eleições presidenciais  francesas e a divisão dos votos na Grécia semeou a inquietação nos mercados  sobre a política  econômica que será aplicada nesses países.

Também pesou para a cotação a preocupação com a evolução da economia  americana, já que na semana passada o Departamento de Trabalho informou  que caiu o ritmo de criação de emprego no país.

Teme-se que a redução da contratação de trabalhadores restrinja a despesa dos  consumidores, que equivale a quase 70% da atividade econômica dos EUA, e que  isso prejudique a demanda pelo petróleo.

O preço do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) para entrega em junho  caiu 0,56% e fechou cotado a US$ 97,94 por barril (159 litros) na Bolsa  Mercantil de Nova York (Nymex).

O preço do petróleo não avança há uma semana, e está em seu nível mais baixo  desde 6 de fevereiro. A baixa desta segunda-feira acontece após a vitória de  François Hollande nas eleições francesas e a queda de socialistas e  conservadores na Grécia, onde avançam as dúvidas sobre os partidos  extremistas.

Os contratos de gasolina com vencimento em junho não registraram mudanças, e  fecharam novamente em US$ 2,97 por galão (3,78 litros). Já o gasóleo para  calefação com vencimento no mesmo mês diminuiu US$ 0,02 e fechou em US$  2,98.

Os contratos de gás natural com vencimento também em junho tiveram aumento de  US$ 0,06 e terminaram os pregões cotados a US$ 2,33 por cada mil pés  cúbicos.

Na Ásia, as principais bolsas encerraram os pregões em queda, refletindo o  sentimento de insegurança do mercado após o resultado das eleições na França,  que elegou o primeiro presidente socialista, François Hollande, em quase duas  décadas.

A preocupação dos investidores é que a crise da dívida europe piore, após a  indicação de que o novo presidente queira renegociar o pacto fiscal com a Europa  e as difíceis regras orçamentais.

Também exerceu pressão na queda desta segunda-feira a eleição na Grécia, que  mostravam vitória para o Partido da Nova Democracia, de centro-direta, que  esteve envolvido no recente resgate do país. O mercado especual que a  sobrevivência do país na zona do euro possa estar em risco.

Ao final desta jornada, em Taiwan, o referencial TSEC Weighted Index recuou  2,11% aos 7.538 pontos; no Japão, o referencial Nikkei 225 da bolsa de Tóquio  desvalorizou 2,78% aos 9.119 pontos; na Índia, o índice BSE Sensex, da bolsa de  Bombai, teve alta de 0,48% aos 16.912 pontos; Hong Kong, o principal indicador,  o Hang Seng, caiu 2,61% aos 20.536 pontos e na China, o índice SSE Composite, da  bolsa de Xangai, encerrou estável aos 2.451 pontos.

Na agenda local, não houve divulgação de indicadores econômicos.

No Velho Continente, as principais bolsas da Europa encerraram as jornadas em  alta refletindo o resultado das eleições na França. A chanceler alemã Angela  Merkel disse que ela vai receber o presidente francês eleito, François Hollande,  com “braços abertos”, como eles trabalham em conjunto para enfrentar a crise da  dívida.

Hollande derrotou o presidente francês Nicolas Sarkozy para se tornar o  primeiro socialista em 17 anos para controlar a economia da Europa a segunda  maior. Ele prometeu pressionar por menos de austeridade e maior crescimento na  região.

Além da eleição francesa, pesou também nesta segunda-feira a tentativa de  rebote dos mercados, impulsionados por ganhos de recursos e empresas de  construção, com ações francesas se recuperando, embora as consequências  políticas continuassem a pesar sobre a Alemanha e Grécia.

Ao final desta jornada, em Frankfurt, o índice DAX 30 subiu 0,12% aos 6,569;  em Paris, o índice CAC-40 subiu 1,65% aos 3,214 pontos; em Milão, o índice  FTSE-MIB teve alta de 2,56% aos 14,275 pontos; e em Madri, o índice Ibex 35  subiu 2,72% aos 7,063 pontos. Em Londres não houve pregão, por conta de um  feriado local.

Na Europa, a Syriza, derrotou nas eleições legislativas gregas o Movimento  Socialista Pan-Helênico (Pasok) como principal força de esquerda do país.

O partido, que tradicionalmente conseguia entre 3% e 5% dos votos, obteve  16,76% na votação deste domingo e se tornou o segundo maior grupo do  Parlamento.

Na França, O socialista François Hollande obteve 51,62% dos votos no segundo  turno das eleições presidenciais do domingo, nas quais venceu o conservador  Nicolas Sarkozy, que obteve 48,38%, segundo números oficiais definitivos.

Hollande conseguiu pouco mais de 18 milhões de votos, 1,3 milhão a mais que  Sarkozy, segundo os dados publicados nesta segunda-feira pelo Ministério do  Interior.

Sarkozy venceu no exterior com 53,05% dos votos dos pouco mais dos 450 mil  eleitores que exerceram seu direito fora da França.

No total, o candidato conservador reuniu 16.869.371, dois milhões de votos  menos dos que em 2007 lhe permitiram conquistar o Eliseu.

Hollande teve 18.000.438 votos, quase um milhão menos que os conseguidos há  cinco anos por Sarkozy.

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários de Wall Street  encerraram a jornada em alta, refletindo a recuperação das ações do setor  bancário após a desconfiança dos investidores, no período da manhã, com o  resultado das eleições na França e na Grécia ocorridas neste final de semana e a  continuidade das ações para o combate da crise da dívida na zona do euro.

Ao final dos negócios, o índice Dow Jones caiu 0,23%, aos 13,008 pontos; o  S&P 500 avançou 0,04% para 1.369 pontos; e a bolsa eletrônica Nasdaq teve  alta de 0,05%, aos 2,957 pontos.

Na agenda local, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) divulgou  que o crédito ao consumidor norte-americano aumentou em US$ 21,4 bilhões ou  10,2% em março.

O total de crédito concedido passou de US$ 2,521 bilhões em outubro para US$  2, 542,3 bilhões no 3º mês do ano. O resultado surpreendeu o mercado, que  aguardava avanço de US$ 9,6 bilhões (Previsão Forex Factory).

No Brasil, em um pregão volátil, a Bolsa de Valores de São Paulo reverteu  parte das perdas acumuladas nos dois últimos pregões e encerrou a jornada desta  segunda-feira em alta de 0,66% aos 61.220 pontos. Ao final dos negócios, o giro  financeiro foi de R$ 6,54 bilhões.

O dólar comercial seguiu operando desvalorizado nesta segunda-feira. No  interbancário, a divisa era cotada a R$ 1,920 na compra e R$ 1,920 na venda,  queda de 0,27%.

No mercado futuro, o contrato para maio negociado na BM&F operava com  baixa de 0,38% a R$ 1,931.

Os Contratos de Depósito Interfinanceiros (DIs) encerraram em queda nesta  segunda-feira na BM&F.

Perto do fechamento, os contratos para junho de 2012 operavam em queda de  0,03 p.p a 8,72%; os vencimentos para janeiro de 2013 caíam 0,05 p.p a 7,92%; os  vencimentos para 2014 caíam 0,06p.p a 8,22%; os contratos para 2017 caíam 0,17  p.p a 9,38%; e os vencimentos para janeiro de 2021 perdiam 0,23 p.p a 9,89%.

Por aqui, a previsão de analistas do mercado financeiro para a inflação  oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este  ano manteve-se em 5,12% nesta semana. Para 2013, a estimativa avançou de 5,53%  para 5,56%.

As informações constam do boletim Focus, publicação semanal do Banco Central  (BC), elaborada com base na expectativa dos analistas para os principais  indicadores da economia.

As projeções para o IPCA em 2012 e no próximo ano estão acima do centro da  meta de inflação de 4,5%.

O boletim Focus também traz projeção para o Índice de Preços ao Consumidor da  Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que subiu para 4,50% este  ano ante 4,46% da estimativa anterior, e elevou de 4,89% para 5% em 2013.

A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI)  subiu de 5,11% para 5,14% este ano, permanecendo em 4,90% em 2013.

No caso do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a projeção permaneceu em  5,24% neste ano, ficando em 5% em 2013.

A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano subiu de 3,22% para  3,23%. Para 2013, a estimativa permaneceu em 4,30%.

Para a produção industrial, a projeção de crescimento da atividade em 2012  caiu de 2,02% para 1,92%. Para o ano que vem, a estimativa recuou de 4% para  3,95%.

A previsão para a relação entre a dívida líquida do setor público (DLSP) e o  PIB ficou desacelerou para 36,10% em 2012 ante 36,20%. Para o ano seguinte, a  estimativa ficou em 34,70%.

Os especialistas estimam que a taxa Selic encerre 2012 em 8,50%, abaixo dos  9% previstos anteriormente.

Para 2013, a projeção ficou estável, permanecendo em 10%.

Na reunião de 18 de março, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu  reduzir os juros em 0,75 p.p., para 9% ao ano.

A próxima reunião do Copom está marcada para acontecer nos dias 29 e 30 de  maio.

O mercado financeiro manteve a projeção para o dólar em R$ 1,81 este ano,  superior aos R 1,80 previstos uma semana antes. Para o ano que vem, a estimativa  também subiu para R$ 1,81.

A média do dólar ficou subiu de R$ 1,80 para R$ 1,82 este ano, permanecendo  em R$ 1,80 em 2013.

Já os preços administrados recuaram de 3,80% para 3,70% neste ano, e  permaneceram em 4,50% para o ano que vem.

Fonte: Yahoo