Nós somos um Espírito
encarnado, novamente nesse planeta, como tantas vezes já, e somos representados
por uma persona temporária, num ciclo milenar de encarnações e desencarnações,
para aprendermos a curar o egoísmo. E o egoísmo é acreditarmos sermos a nossa
persona atual e seus rótulos. A recordação de que somos um Espírito encarnado,
em uma “casca” temporária, faz com que possamos, então, perceber o que nosso Ego
(persona) nos pede e o que o nosso Eu Superior almeja. A noção reencarnacionista
traz o sentido da vida, a responsabilidade com a nossa encarnação, a meta a
alcançar e como podemos cumprir a nossa missão pré-reencarnatória aqui na Terra.
A nossa persona é muito egoísta, egocêntrica, e fala em “Eu”, “Meu” e “Minha”
enquanto o nosso Eu Superior é altruísta, caridoso, e fala em “Nós”, “Nosso” e
“Nossa”.
Contrariando a proposta de purificação, que é a meta do ciclo de
reencarnações, o uso de cigarro, bebida alcoólica, cannabis, cocaína, crack e
outras coisas criadas pela sociedade humana, pode representar:
1. Uma
postura egóica diante da vida que não condiz com o desejo do nosso Eu Superior:
é o Ego no comando, aquela parte de nós que fala “eu”, “eu”, “eu”…
2.
Sentimentos negativos da nossa persona em relação aos pais ou outras pessoas: é
a visão equivocada da nossa persona que, na Psicoterapia Reencarnacionista
chamamos de “versão persona”. Ela deve ser substituída pela “Versão
Espírito”.
3. Sentimentos negativos da nossa persona em relação à
sociedade e ao mundo: é a vitimação, um dos maiores equívocos de quem esqueceu
que pediu (necessitou) de sua infância e pede (necessita) dos fatos de sua vida.
Tudo é baseado nas leis Divinas: do Retorno, do Merecimento e da
Necessidade.
4. Uma atitude egoísta baseada no prazer e no lazer,
seguindo o exemplo da sociedade materialista na qual estamos imersos: é a
infantilidade ou a adolescência espiritual da maior parte das pessoas aqui na
Terra, contrastando com a maturidade espiritual dos Mestres encarnados, que
falam em “nós”, “nós”, “nós”…
5. Dificuldades de Espíritos mais
sensíveis, o que faz com que queiram ausentar-se, não comprometer-se com a vida
terrena: são Espíritos mais antigos que não agüentam viver aqui, um lugar muito
denso e pesado.
6. Busca de transcendência por meios artificiais,
confundindo elevação espiritual com “viagens” artificiais: é o desejo de fugir,
de viajar, artificialmente, externamente, ao invés, de procurar a mesma coisa
pela maneira correta, internamente, com foco, disciplina e atenção.
7.
Repetição de um padrão autodestrutivo de outras encarnações, ou seja, estar
errando novamente: são as pessoas que vêm, há muitas encarnações, repetindo o
mesmo padrão de bebida, de drogas. Isso pode ser visto nas “Sessões de telão!”
que é como chamamos as Regressões.
8. Ação prejudicial de Espíritos
desencarnados, os chamados Espíritos obsessores, sobre todos nós: são as vozes,
os vultos, as vontades, os desejos de fazer coisas prejudiciais, sabendo que são
erradas, mas mesmo assim faz…
Cada um desses aspectos deve ser abordado
do ponto de vista reencarnacionista/espiritual, em consultório e em Centros
Espíritas.
Estamos encarnados aqui na Terra, em uma sociedade egóica,
ilusória, materialista, com a finalidade de aprendermos a amar realmente e a nos
libertarmos de nossa infantilidade egocêntrica. A compreensão disso faz com que
possamos estabelecer valores reais e profundos para a nossa vida, alinhados ao
bem comum e percebermos os valores ilusórios e superficiais oferecidos pelas
mensagens cotidianas, endereçadas às nossas personas. O grande erro da maioria
de nós é acreditarmos sermos nossa persona, em nossos rótulos atuais, quando
somos Espíritos encarnados em situações baseadas na Lei de Causa e Efeito (Lei
do Karma). O uso de substâncias, lícitas ou ilícitas, geralmente origina-se de
uma mensagem ilusória do nosso Ego, um discípulo muito desobediente, e a visão
reencarnacionista pode nos ajudar a passarmos o comando das ações da nossa
persona para o nosso Mestre Interior.
Somos Espíritos eternos em busca de
mais evolução espiritual e a conscientização disso faz com que possamos
diferenciar o que é verdadeiro do que é ilusório, o que é útil do que é
prejudicial para a nossa purificação, o que satisfaz o nosso Ego mas não
beneficia o nosso Espírito, e o que retarda ou bloqueia a nossa elevação
espiritual. O nosso Ego, que é o representante da nossa persona atual, tende a
nos prender nas teias da encarnação, a nos aprisionar aqui, enquanto o nosso Eu
Superior quer nos libertar dessa condição e nos levar a sintonizar com níveis
superiores espirituais. O uso dessas substâncias pode representar um anseio do
Ego, uma busca de libertação ilusória, uma fuga dos problemas ou das chatices da
vida ou uma postura autodestrutiva, e podem ser, então, um entrave à busca de
evolução para o nosso Espírito.
Lidando com a Reencarnação, não
utilizamos a terminologia usual de “drogas”, “drogadição”, “drogadicto”, “vício”
e outros, e sim a questão básica, para aproveitarmos espiritualmente uma
encarnação, é percebermos quem está no comando da nossa vida: o nosso Ego ou o
nosso Eu Superior? O nosso Ego, por sua visão limitada, horizontal,
freqüentemente prende-se em mágoas e raivas, baseado na história temporária da
nossa persona, enquanto que o nosso Eu Superior, por sua visão panorâmica,
conhece a história verdadeira: a do nosso Espírito.
O nosso Ego é
facilmente iludido pelas mensagens de uma sociedade egoísta, materialista,
hipócrita e superficial, enquanto que o nosso Eu Superior vê as coisas de cima e
sabe diferenciar o que é verdadeiro do que é ilusório. A nossa persona acredita
em seus rótulos e conhece a sua história apenas desde a infância, enquanto que o
nosso Espírito conhece a história verdadeira, de milhares e milhares de anos,
sabe para o que reencarnamos, o que devemos fazer e como realmente podemos
aproveitar uma encarnação.
Podemos nos ajudar e também os usuários de
substâncias a se libertarem do comando dos Egos, a transcender a nossa persona e
nos aliarmos verdadeiramente ao nosso Espírito, aproximando-nos mais de nosso Eu
Superior e de nossos Mentores Espirituais, realizando com mais competência a
evolução espiritual. E isso significa conseguirmos ultrapassar o estágio ainda
adolescente da humanidade, sob o domínio do chakra umbilical, para um estágio
espiritual adulto, sob o domínio do chakra cardíaco.
É a subida dos
desejos e das necessidades pessoais para o Amor, a mudança do foco no “eu” para
o “nós” e o entendimento de que, perante Deus, os outros são tão importantes
quanto eu. Um dia, mais adiante na evolução espiritual, chega-se ao ponto de
descobrir-se que os outros são mais importantes, mas isso é mais adiante…
Por Mauro Kwitko (Vidanova)
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