Na Ucrânia, o país mais afectado pelo frio, já morreram 131 pessoas, a maioria sem-abrigo. O Ministério das Emergências contabilizou 1800 pessoas que foram assistidas nos hospitais devido a problemas relacionados com o frio. Cerca de 3000 tendas aquecidas estão distribuídas pelo país, para dar abrigo, apoio e alimentos.
A vaga de frio de polar causada por um anti-ciclone situado originalmente por cima do mar Báltico, está agora a espalhar-se por outras áreas. “Vai continuar a estar muito frio, talvez não tanto como as temperaturas excepcionais que se viram na última semana, mas mesmo assim vai estar muito frio”, disse Steven Keates, um meteorologista do Instituto de Meteorologia do Reino Unido, acrescentando que a corrente de ar frio chegará à Bélgica e à Alemanha, e vai também distribuir-se pelo Sul e Leste europeu, com risco de neve para a Itália, Grécia e nos balcãs.
As temperaturas continuam baixas. Na Alemanha, o termómetro ainda não tinha descido tanto como agora, atingindo os 20 graus negativos, mesmo assim longe de recordes passados. Na Finlândia chegou aos -40 graus, na Polónia, onde já morreram 53 pessoas, a temperatura mínima desceu aos -22 graus.
Em Londres, 15 centímetros de altura de neve cobriram o aeroporto de Heathrow, o que obrigou o maior aeroporto da Europa a cancelar metade dos 1300 voos previstos para hoje, adiantou a BBC. “Esta decisão assegura que o maior número de passageiros possa voar com a quantidade mínima de perturbação”, disse Normand Boivin, chefe de operações em Heathrow, citado pela Reuters.
Embora o aeroporto de Gatwick, também em Londres, esteja a funcionar normalmente, várias estradas nos arredores de Londres estão intransitáveis, obrigando os motoristas a abandonarem os carros. Os serviços de comboio também foram afectados e a estrada que vai dar ao porto de Dover, no Sul da Inglaterra esteve fechada durante algum tempo.
Em Paris, onde a neve finalmente cobriu de branco a Torre Eiffel, os aeroportos da capital também poderão sentir o mesmo tipo de perturbações, e foi pedido aos passageiros para contactarem previamente as companhias aéreas e confirmarem a situação de cada voo. Em outros locais, duas pessoas morreram de frio. As temperaturas caíram a -20° na cidade de Reims e Mulhouse (leste). No total,
na França, o número de mortos subiu de dois para quatro, depois de um sem-abrigo ter sido encontrado morto e uma criança de 12 anos ter caído num charco de água, acabando por morrer de hipotermia.
Depois de na sexta-feira, 3/2, a Itália ter vivido a maior queda de neve dos últimos 27 anos, que matou ao todo dez pessoas, segue-se uma polémica devido ao caos que a situação gerou. Os cortes nas estradas limitaram o fornecimento de bens, além do Centro do país ter ficado afectado com falta de água e electricidade, enquanto os super-mercados começam a ficar sem bens alimentatres.
Na Polônia, onde os termômetros chegaram a -27° na noite de sexta-feira no nordeste, o frio causou a morte de outras oito pessoas, aumentando o total para 45. Em sua maior parte eram moradores de rua.
A Bósnia também estava paralisada sábado por causa da neve.
Na Romênia, foram registradas nos últimos dias 28 mortes e centenas de escolas permaneciam fechadas, segundo dados divulgados neste sábado.
Na Bulgária, o país mais pobre da União Europeia (UE), o frio matou 16 pessoas.
O balanço da onda de frio em outros países do Leste Europeu era, na sexta-feira, de 36 mortos: dez na Letônia, nove na Lituânia, sete na Sérvia, seis na República Tcheca, dois na Grécia, um na Eslováquia e um na Macedônia.
Na Rússia, onde as temperaturas se aproximavam em Moscou dos -25°C e quase -50°C em Yakutia (Sibéria oriental), pelo menos 64 pessoas morreram de frio em todo o país desde dia 1º de janeiro, segundo números fornecidos pelas autoridades na sexta-feira, que não deram informações sobre a onda de frio atual.
Contudo, as temperaturas glaciais não impediram que milhares de pessoas se manifestassem em Moscou, alguns a favor e outros contra o primeiro-ministro Vladimir Putin.
Em um momento em que as autoridades francesas encorajam a limitação do consumo de eletricidade, por causa da forte demanda provocada pelo uso da calefação, a gigante russa do gás Gazprom anunciou neste sábado que não poderá garantir os envios adicionais solicitados pela Europa Ocidental.
A Alemanha continua sofrendo com a onda de frio neste sábado, com temperaturas inferiores a -10 graus em todas as cidades do país e até -16° em Berlim.
Na Áustria, os termômetros marcavama -28° nas montanhas do centro e do Tirol (oeste), e um homem morreu de frio depois de um acidente de trânsito, elevando a quatro o número de mortos desde que a onda de frio começou.
Na Espanha foram registradas temperaturas de -13°.
Na Sérvia, que marca temperaturas de -36 graus, o frio deixou sete mortos no fim de semana e milhares de pessoas seguem bloqueadas em povoados isolados pelas fortes quedas de neve. Os serviços de resgate tentavam fornecer ajuda aos mais isolados.
Na República Tcheca, um homem de 59 anos foi encontrado morto na quinta-feira fora de sua casa, em um povoado do sudeste do país. A polícia acredita que caiu e não conseguiu se levantar.
Na Eslováquia, morreu outra pessoa elevando o total de falecimentos a três.
Em Roma, os moradores experimentaram apenas seu segundo dia de neve nos últimos 15 anos, com flocos brancos cobrindo palmeiras, antigas ruínas romanas e igrejas barrocas por toda a capital.
Até cinco centímetros de neve caíram em alguns distritos, e monumentos antigos, como o Coliseu, foram fechados para os visitantes por medo de danos as suas estruturas.
As temperaturas na região alpina de Piemonte, no norte da Itália, caíram tanto que chegaram a -30º Celsius, e os motoristas foram aconselhados a evitar regiões no centro do país devido à forte nevasca e aos problemas de tráfego causados pelo clima.
A Grã-Bretanha se preparava para a neve depois que as temperaturas caíram a -11º Celsius durante a noite em Chesham, no sudeste da Inglaterra, e as autoridades alertavam que o frio poderia atingir as pessoas de surpresa depois de um inverno mais quente que o normal até agora.
Fonte: O Globo
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