Em Abril, o dólar atingiu sua menor cotação em relação ao ouro, ou seja, uma barra de 1kg deste vale 48 000 dólares ou 77 000 Reais. Esta desvalorização começou com a crise americana de 2009, marcada pela explosão do endividamento e do déficit público, já que a taxa de juro estabelecida pelo mercado, para financiar aqueles, aumentou bastante.

Além do ouro, os investidores procuram substituir o dólar pelas commodities (produtos agrícolas) e pelo petróleo, cujo barril já superou a casa dos 100 dólares. Assim sendo, o fortalecimento do Real em relação ao dólar explica-se pelo fato de ele ser um dos maiores exportadores mundiais de commodities.

A situação dos Estados Unidos começou a piorar quando George W. Bush colocou o País em duas guerras: Iraque e Afeganistão. Barak Obama, por sua vez, tentou coibir a recessão por meio do gasto público, levando o déficit orçamentário de 2009 a 1 trilhão de dólares. Depois, optou por emitir títulos da dívida pública, que levaram a dívida ao patamar de 100% do PIB (Produto Interno Bruto).

De fato, a emissão de moeda já é tática antiga dos americanos para saldarem suas dívidas, tanto que foram eles mesmos, em 1944, que firmaram os acordos de Bretton Woods, pondo fim à paridade ouro-dólar, passando a ser adotados câmbios flutuantes. Assim, por meio da emissão de moeda, financiaram os gastos com a Guerra do Vietnã (1954 a 1975).  

Mesmo assim, a tendência ainda é de o dólar seguir como moeda internacional, já que 8 em cada 10 transações internacionais são fechadas em dólares, somado ao fato de 60% de todas as reservas internacionais mundiais serem em dólar.

No longo prazo, porém, terão de ser enfrentados os gastos públicos americanos, sobretudo, com a saúde, que Obama já vem reformando, mesmo sob protestos. A maior arrecadação de tributos também será essencial.

Assim, a tendência é que o dólar passe a dividir com o euro e o iuane da China.

Fonte: Veja