Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 7,5% em 2010, resultado bem melhor que o de 2009, quando houve queda de 0,6% em relação a 2008, além do melhor desde 1986, ano do Plano Cruzado. A saída da crise financeira de 2009, aliada ao grande gasto público, inclusive, devido às eleições, são considerados as principais causas dessa expansão. Para este ano, porém, a previsão é de crescimento apenas de 4%. O Instituto também divulgou que o consumo das famílias cresceu 7% no ano passado.

Com esses números, o Brasil tornou-se a sétima maior economia do mundo, apenas um pouco atrás da China e Índia

Apesar dos cortes no orçamento, no início deste ano, o Governo Dilma concedeu aumento aos benefícios do Bolsa Família de cerca de 19%, por considerá-lo o maior programa social do País de redução da pobreza e da desigualdade, além de estimular a escolarização de crianças. Ainda assim, no Brasil, a maior parte do gasto público vai para os idosos, devido à Previdência Social. De fato, os investimentos na educação da juventude, somados aos da infra-estrutura, são apontados como os principais quesitos para o aumento da produtividade internacional do Brasil, a exemplo do que ocorreu na Coréia do Sul. 

E outra característica da conjuntura econômica brasileira atual é a inflação, decorrente, em parte, da política de valorização do salário mínimo, que implica aumento de dois terços dos benefícios da Previdência Social e, consequentemente, de 40% do gasto público, que Dilma vem tentando conter por meio das medidas contracionistas citadas acima. Segundo o Banco Central, a previsão é que a taxa de inflação seja de 6% e que a Selic fique em torno de 12,5% neste ano. Nesse sentido, também foi medida de contração da economia, na medida em que, em 2010, houve 16,4 bilhões de dólares gastos por brasileiros no exterior, a elevação do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) de 2,38 para 6,38% sobre o valor das faturas do cartão de crédito internacional

Com efeito, a queda do gasto público citada, em 2011, deve acarretar a menor taxa de crescimento do PIB estimada, e é uma resposta do Governo Federal ao aumento da inflação. Outra medida adotada foi o aumento da taxa Selic para 11,75%, em Março. Por outro lado, não se contiveram os gastos com o PAC (Plano de Avanço do Crescimento), o Programa “Minha Casa, Minha Vida”, da CEF (Caixa Econômica Federal), e os empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Naciona de Desenvolvimento Econômico e Social).

Já, em termos de emprego, segundo o DIEESE (Departamento Sndical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e a Fundação Seade, a taxa desesemprgo de Fevereiro de 2011 foi de 10, 5%, sendo que a pesquisa abarcou pessoas de BH, Porto Alegre, São Paulo, Fortaleza, Recife, Salvador e DF. Com isso, a renda média do brasileiro é, hoje, de R$ 1440,00. De fato, as microempresas são responsáveis pela geração de um terço e as pequenas, por 23% das vagas formais de emprego. São assim consideradas as que possuem até 99 empregados, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego. Entre os setores que geraram mais postos de trabalho, estão a construção civil, agricultura, comércio e serviço público. Em 2010, foram gerados 2,5 milhões de vagas.

Por outro lado, para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a cotação do dólar próximo a R$ 1,62, ou seja, a valorização do Real estimula as importações, sendo necessário, portanto, defender o mercado interno e elevar a competitividade do produto brasileiro no exterior. Para isto, estima-se que sejam necessários R$ 150 bilhões em gastos com infraestrutura. Outro setor que terá de receber investimentos é na qualificação da mão-de-obra.  Mesmo assim, até agora, neste ano, o Brasil apresenta superávit comercial, ou seja, o valor das exportações suplantando o de importações. Para isto, contribuiu não só o aumento do volume de vendas, mas também, o aumento do preço dos produtos básicos, chamados “commodities”, como trigo, milho e minério de ferro, enquanto se reduziu a participação dos produtos industrializados na pauta de exportações brasileiras, devido à concorrência, como da China.

Fonte: Professor Fabio Giambiagi